Por que alguns caras, por mais geniais que sejam, acabam falando altas besteiras? Eu tava lendo sobre literatura do Sul dos EUA, para poder escrever com um pouco mais de propriedade sobre a Flannery O'Connor (vou aproveitar e escrever um artigo também, pra não ficar só nisso de "estudo pra concurso"), e realmente não sei por que tinha junto uma entrevista do William Faulkner. Quero dizer, lógico, ele não só foi do Sul como monopolizou a atenção, tirando o holofote dos escritores sulistas que vieram depois dele, que até hoje são comparados com ele. Só não entendi o que aquela entrevista estava fazendo ali. E acho que o Faulkner tava bêbado quando a deu, em 1956 (ah, pra quem tem má memória, Faulkner é considerado um dos principais autores do século passado. O Som e A Fúria é uma obra-prima. Ele recebeu o Nobel de Literatura em 1949). Tá, mas olha a asneira:
“Success is feminine and like a woman, if you cringe before her, she will override you. So the way to treat her is to show her the back of your hand. Then maybe she will do the crawling.”
Minha tradução: “O sucesso é feminino e é como uma mulher. Se você se encolher diante dela, ela montará em cima de você. Portanto, a maneira de tratá-la é mostrar as costas da sua mão. Aí talvez ela é que rastejará”.
Não é fascinante? Aqui estou eu, estudando pra um concurso. E de repente, do nada, surge mais um exemplo de misoginia e violência contra a mulher. Sabe, não é que eu entrei numa comunidade do Orkut do tipo “A Lei Maria da Penha Atrapalhou a Minha Vida” ou, sei lá, “Associação dos Cornos”. Não tem nada a ver com a história - desde quando sucesso é feminino? -, e a celebridade inclui aí uma pérola dessas.
Por outro lado, gostei que, na mesma entrevista, ele conta uma anedota meiga de como se tornou escritor. Ele estava em Nova Orleans, trabalhando bem pouquinho pra sobreviver, quando conheceu o escritor Sherwood Anderson. Eles passaram algumas tardes e noites juntos, “em que Sherwood falava e eu escutava”, segundo Faulkner, tomando “uma ou duas garrafas”. Depois Sherwood se enfiava no quarto e escrevia, recluso. Faulkner pensou: “Se essa é a vida de um escritor, é isso que eu quero ser”. Então ele começou a escrever, gostou, e se esqueceu completamente que fazia três semanas que não via Sherwood. O escritor consagrado foi até a sua casa, perguntou se havia alguma coisa errada e se Faulkner estava bravo com ele. Faulkner respondeu que não, que estava escrevendo um livro, e Sherwood disse apenas “Meu Deus”, e foi embora. Quando Faulkner acabou de escrever o livro (Paga de um Soldado, de 1926), encontrou a esposa de Sherwood na rua, que lhe comunicou que o marido queria fazer um trato com ele: “Se ele não tiver que ler seu manuscrito, ele falará com seu editor para publicá-lo”. Faulkner respondeu: “Negócio fechado”, e se tornou um escritor publicado. Gracinha, né? Podia narrar isso sem as metáforas de que pra domar mulheres é preciso bater nelas.
Minha tradução: “O sucesso é feminino e é como uma mulher. Se você se encolher diante dela, ela montará em cima de você. Portanto, a maneira de tratá-la é mostrar as costas da sua mão. Aí talvez ela é que rastejará”.
Não é fascinante? Aqui estou eu, estudando pra um concurso. E de repente, do nada, surge mais um exemplo de misoginia e violência contra a mulher. Sabe, não é que eu entrei numa comunidade do Orkut do tipo “A Lei Maria da Penha Atrapalhou a Minha Vida” ou, sei lá, “Associação dos Cornos”. Não tem nada a ver com a história - desde quando sucesso é feminino? -, e a celebridade inclui aí uma pérola dessas.
Por outro lado, gostei que, na mesma entrevista, ele conta uma anedota meiga de como se tornou escritor. Ele estava em Nova Orleans, trabalhando bem pouquinho pra sobreviver, quando conheceu o escritor Sherwood Anderson. Eles passaram algumas tardes e noites juntos, “em que Sherwood falava e eu escutava”, segundo Faulkner, tomando “uma ou duas garrafas”. Depois Sherwood se enfiava no quarto e escrevia, recluso. Faulkner pensou: “Se essa é a vida de um escritor, é isso que eu quero ser”. Então ele começou a escrever, gostou, e se esqueceu completamente que fazia três semanas que não via Sherwood. O escritor consagrado foi até a sua casa, perguntou se havia alguma coisa errada e se Faulkner estava bravo com ele. Faulkner respondeu que não, que estava escrevendo um livro, e Sherwood disse apenas “Meu Deus”, e foi embora. Quando Faulkner acabou de escrever o livro (Paga de um Soldado, de 1926), encontrou a esposa de Sherwood na rua, que lhe comunicou que o marido queria fazer um trato com ele: “Se ele não tiver que ler seu manuscrito, ele falará com seu editor para publicá-lo”. Faulkner respondeu: “Negócio fechado”, e se tornou um escritor publicado. Gracinha, né? Podia narrar isso sem as metáforas de que pra domar mulheres é preciso bater nelas.
Sorry... mas na minha opnião, ele não disse que odiava mulheres e que deviamos bater nelas... não li a misoginia e a violência que vc disse.......
ResponderExcluirrelax my dear......esse concurso ta turvando suas idéias..
Algumas idéias, vc's gostem ou não, são ultrapassadas e não adianta brigar...
outro mundo, outra época, outra cabeça....Meu pai acha um absurdo eu gostar de cozinhar e saber costurar furos nas minhas calças....
tenho duas opções... passar o resto da vida tentando mudar aquilo que ele aprendeu em seus 50 anos de vida, ou simplesmente ignorar....
sinceramente, eu fico com a segunda opção...devo mto ao meu pai pra perder tempo com essas coisas.. no fim das contas, ele é inofensivo
Falar em domar as mulheres já é suficientemente mau, mas acrescentar bater é um «must», parece significar que ele andou a ler Nietzsche e reteve a brilhante metáfora do chicote. Há muitos anos li qualquer coisa dele e não apreciei, o clima era de uma violência densa e perturbante. Talvez houvesse interesse em analisar o sexismo que provavelmente estará patente nas obras, afinal é um escritor importante do século XX num contexto em que a opressão das mulheres já tinha sido amplamente denunciada. Penso que em lingua inglesa já há qualquer coisa sobre o assunto.
ResponderExcluirClaro que compreendo a posição de Thiago, afinal ele é homem e a sua sensibilidade para estes assuntos tem de ser diferente, mas o pai dele, com todas as virtudes que deve possuir, não foi Faulkner e com certeza não teve o impacto cultural que F. teve, daí que o que é indicado para lidar com um familiar de outra geração não possa ser critério para lidar com uma personalidade do calibre da de F.
Né, Faukner viveu no século passado e essa opinião sobre as mulheres ainda persiste.
ResponderExcluirInfelizmente todos somos filhos do nosso tempo, e nem todos conseguimos fazer dentro de nós todas as revoluções necessárias para sermos boas pessoas, mesmo que tenhamos feito muitas revoluções.
ResponderExcluirNão estou o desculpando, realmente foi uma frase terrível, mas, mesmo já tendo vivido num momento em que as relações de gênero já ganhavam espaço, eram outros tempos.
E há também a possibilidade de mudança: eu mesmo, com apenas alguns anos de vida, já falei tanta coisa que me arrependo profundamente, tantos preconceitos e absurdos.
Enfim... tudo isso explica, mas não justifica. Abrs.
Concordo que é ruim saber que uma pessoa que admiramos tenha dito isso...mas é preciso colocar no contexto e no tempo - ele falou isso em 1956.
ResponderExcluirAcho que se fosse falar hoje ele iria comparar o sucesso a um "amor" ou a uma "paixão". Se você se entrega a essa "paixão", ela vai te dominar. se você mostra as costas da mão (ou seja, mostra que está disposto a brigar e bater) essa paixão vai rastejar por você.
Vendo dessa forma, até que fica uma comparação bacana, né? Imagino que o sucesso é assim mesmo, se vc se entrega a ele, ele estraga sua vida, mas se você mostra um certo domínio, pode tirar proveito dele e conviver bem com ele.
Imagine um escritor gay falando isso hoje (comparando sucesso com paixão). Você iria ficar revoltada também?
Thiago, a serenidade e clareza de suas ideias são um bálsamo. Parabéns. E não acho que você pensa assim "porque é homem"; acho que pensa assim porque é sensível e sensato. Valeu. Ah, Lola, boa sorte nos estudos. Márcia
ResponderExcluirConcordo com o AIAIAI.
ResponderExcluirè preciso fazer uma análise dentro do contexto....
E Márcia, grato por suas palavras.
Dizer que nós homens somos incapazes de entender o sofrimento feminino na nossa sociedade chega ser injusto.
Só acredito que radicalismo nos leva acometer alguns excessos e injustiças que, por fim, nos colocam no papel do algoz. è preciso tomar cuidado para não sermos controlados por nossas emoçoes...
Domar as mulheres!!!Soh isso ja me deu engulhos!E 'virar as costas das maos'...'elas rastejam'...que lindo!!!Vou ali vomitar!
ResponderExcluirThiago, a misoginia e o machismo estão tão presentes na sociedade (atual, e a de 1950), que às vezes a gente nem nota. Mas faça o seguinte exercício: pegue exatamente a mesma frase do Faulkner e troque umas palavrinhas. Por exemplo: “Success is black and like a negro, if you cringe before him, he will override you. So the way to treat him is to show him the back of your hand. Then maybe he will do the crawling.” Ou ponha a palavra “judeu”. Ou “homossexual”. Aí a frase não seria racista, anti-semita, homofóbica? Não, nem um pouquinho? É misoginia sim dizer que uma mulher não deve mandar num homem, e que pra que isso não aconteça (já que o oposto é natural), vc tem que mostrar as costas da sua mão, pra que ela rasteje diante de vc. E essa comparação veio assim do nada. Ninguém nem estava falando de mulher. Pelo contrário, durante toda a entrevista (que é bastante longa), Faulker fala de escritorES. Escritor é sempre “he”, mesmo quando ele está falando genericamente. E aí aparece a chance de colocar uma mulher no meio e é pra dizer que ela deve ser ameaçada de apanhar? E vc acha que estou sendo paranoica?
ResponderExcluirAiaiai, não há dúvida: Faulkner, como todos nós, é um produto do seu tempo, da sua cultura. Mas a questão é que essas comparações estranhas continuam até hoje. Não acabaram não. Se ele tivesse dito “o sucesso é uma paixão etc” não seria tão ruim. Mas mesmo assim poderia ser analisado de acordo com quem está dizendo isso. Enfim, não foi isso que ele disse, né? Ele disse claramente que “sucess is like a woman”. E como, na visão dele (e de muita gente), uma mulher deve ser tratada. Eu adoro a literatura do Faulkner, mas não vejo por que a gente não pode criticar coisas que pessoas importantes disseram, mesmo que um tempão atrás. Além do mais, o meu baque maior nem foi o que ele disse. Foi que eu estava calmamente lendo um texto de preparação pra um concurso que não tem nada a ver com violência doméstica ou misoginia e de repente aparece um exemplo do nada.
A colocação dele foi muito infeliz. E o pior é que, ainda passados anos e anos, muitos pessam dessa forma, de que o natural é a mulher ser submissa ao homem.
ResponderExcluirOi, Lola! Desculpa te incomodar com isso, mas eu gostaria de saber como foi que você conseguiu o doutorado sanduíche. É que eu queria fazer mestrado ou no exterior ou deste tipo, sanduíche.
ResponderExcluirAh, é, pode me mandar e-mail pelo ms.kitsune@gmail.com.
ResponderExcluirEle disse nas entrelinhas sim, viu, não tem nem como querer negar. Só interpretar direitinho. Agora, que é um pensamento do século passado é, no caso dele. Mas é um pensamento que ainda hoje persiste, não acho legal simplesmente ignorar. Ok, o discurso dele a gente ignora, mas se alguém vier com discurso semelhante não podemos ficar calados. Lógico também que não vamos brigar com todo mundo que dizer algo machista, aí não sobrará ninguém ao lado. Mas dá sim pra conversar, tentar esclarecer.
ResponderExcluirLola, me lembro de uma questão que eu levantei uma vez sobre a intenção do autor. O argumento foi logo rebatido dizendo que, mais importante que a intenção do autor, é a interpretação do leitor.
ResponderExcluirLogo, a impressão que este post e dá, é a que eu normalmente costumo deixar por aqui quando vc exagera: Vc procura pelos em casca de ovo...
A idéia é simples. Nós vivemos em uma sociedade que esmaga as mulheres. FAto 1.
Vc tem plena consciencia disso e escreve sobre o assunto, deixando clara a sua opnião sobre. Desenvolve teorias sobre a dominação masculina. Fato 2.
Logo, a impressão que tenho (e neste caso a sua intenção é totalmente inválida, segundo os seus próprios argumentos ref. a intenção do autor.) é que vc procura base para suas teorias. Ok, o mundo é machista. Mas procurar e apontar em tudo que se vê, lê ou ouve, comprovações pras suas idéias não é bonito. Creio que te leva a uma pequena distorção.
Os grandes jornais fazem isso.. A polícia entra numa favela, mata 10 pessoas. No estadão sai a seguinte notícia: OPERAÇÃO LIMPEZA - POLÍCIA DEVOLVE A PAZ A CIDADÃOS MATANDO 10 BANDIDOS NO MORRO DA PQP.
To cansado de ler esse tipo de notícia, em que vírgulas são trocadas e palavras de duplo sentido são utilizados pra dar uma impressão ao leitor de que temos total razão. Muitas vezes, não nos preocupamos em fazer sequer uma pequena análise de outros pontos de vista. Só nós estamos certos e só o que dizemos é válido.
E nessa onda, perdem aqueles que, por razões diversass, não tem voz.
"E nessa onda, perdem aqueles que, por razões diversass, não tem voz."
ResponderExcluirQuê?
Não entendi essa parte!! São os homens que não têm voz e estão perdendo alguma coisa? Acho que estou desatualizado. É bom eu me cuidar...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLuiz, eu dizia de forma geral....referente aos textos que são vistos hj nos jornalões....em uma greve de professores, em uma manifestação de moradores, quando acusam uma mãe injustamente....acreditamos fielmente no que dizem os jornais...quem tem voz?
ResponderExcluirÉ lamentável, mas aqui no blog da Lola, ela é a rainha...grande parte das pessoas que aparecem aqui, absorvem todo o discurso dela como um averdade única e alguns comentários são meramente redundantes...sem questionar, pensar, analisar outros pontos de vista.... Como um coro bem treinado..quem tem voz?
Quem discorda aqui, discorda por ser homem e além de tudo é mal-agradecido por não reconhecer seus privilégios...
Agor, se fazer de tonto pra distorcer minhas palavras também não foi nada bonito..
Thiago, inacreditável! Vc compara o que eu faço aqui com o que a grande mídia faz com as pessoas que moram nas favelas? Este é um blog, pra começar. Sabe, não é um jornal. Não tem notícia, tem opinião. Não é escrito por uma grande equipe que é paga pra escrever, é escrito por apenas uma pessoa que não recebe nadinha – como, aliás, é o perfil de 99% dos blogs. Além do mais, este é um blog feminista, porque eu sou feminista. Mas eu não falo apenas de feminismo. Falo do que eu quiser, não gosto de ser pautada. Veja os últimos posts. Um é sobre a lei antifumo, outro é mais um diarinho, só pra avisar como vai meu preparo pro concurso e meu aniversário de “conhecimento” do maridão, outro é sobre homofobia, outro é sobre um livro que fala de chocolate, outro é sobre preparação pra seleção de mestrado... Parece bastante variado. Mas eu tento, sim, escrever sobre feminismo pelo menos uma vez por semana (e sobre cinema também. Considero esses meus assuntos mais obrigatórios, digamos). E não sei se vc notou que toda vez que eu escrevo sobre feminismo vc vem falar que estou vendo pelo em ovo. Ué, só porque vc não concorda, só porque vc acha que estou tenho uma visão de mundo distorcida, vc quer que eu me cale? Quer que eu pare de escrever sobre feminismo?
ResponderExcluirSobre seu segundo comentário, em resposta ao Luiz, puxa, eu sou a rainha do blog... Putz, isso deve ser talvez, quem sabe, de repente, porque o blog é meu? Porque eu que o escrevo? Eu me considero a AUTORA do blog. E cada blog tem um ou mais autores, sabe? Se quiser chamar de rei, rainha, fique à vontade. A maior parte das pessoas que comentam em blogs dos outros costuma concordar com o autor/a. Já notou? Por que será? Pode ser porque boa parte dos leitores concordam com o que o autor/a diz, porque é um pouco de masoquismo ler algo do qual se discorda radicalmente, ainda mais numa base diária. Eu leio o tio Rei de vez em quando, sabe? Pra saber o que a extrema direita anda aprontando. Mas, mesmo que o blog dele fosse um espaço democrático – o que não é, porque ele bloqueia comentários que discordem dele -, eu não iria comentar lá, porque seria perda de tempo. É uma gotinha no oceano, um comentariozinho no meio de centenas que pensam exatamente como o autor. É como se eu frequentasse blogs machistas e ficasse comentando lá pra “consertar” o autor. Não seria meio estúpido? Mas muitos leitores sentem-se totalmente à vontade pra frequentar blogs feministas e tentarem “consertar” (ou calar) suas autoras. Aqui no blog, sempre tem bastante gente que discorda de mim. Até agora, em 1,5 ano de blog, eu só deletei uma pessoa, o Oliveira. Em praticamente todo post tem gente que discorda de mim. E isso é absolutamente normal. Vc está discordando de mim, e eu não estou te censurando. Pode discordar. Seria melhor se fosse com argumentos, porque só falar “vc é paranoica e tá procurando pelo em ovo” não é bem um argumento, né?
Agora tchau, que preciso estudar, e nem deveria responder comentários. No fundo acho lastimável que existam vários comentários interessantes que deveriam ser discutidos, e eu só encontre tempo pra responder os comentários mais mal-educadinhos.
Ah, e tem mais, Thiago: acho que vc subestimas minhas leitoras(es). Ninguém, ou quase ninguém, lê apenas este blog. Ou aquele blog. As pessoas leem vários blogs, se informam e buscam diferentes pontos de vista em muitas fontes. E boa parte tem seu próprio blog, onde escrevem suas próprias opiniões. Até agora, sinceramente, sempre que vejo alguém dizendo que tal e tal blog tem um “coro”, o que vejo é alguém ressentido por não ter, ele próprio, seu “coro”. Que eu prefiro chamar de audiência, de público, de leitores, enfim. E aí a gente pode discutir: por que alguns blogs têm mais leitores e mais comentaristas que outros?
ResponderExcluirGod bless the Queen Lola.
ResponderExcluirE, Thiago, faizfavor?
Se mata!
E não é?
ResponderExcluirQuerida Lola....se dentre todos os meus comentários, vc não achou um argumento pra mostrar pq vc procura pelo em ovo, poutz... eu devo ser um débil mental...
Agora, alguns pontos (isso só pra mostrar como vc distorce o que os outros dizem pra provar suas teorias):
1 - eu não disse que vc precisava ser pautada...disse que distorcer fatos, trocar a ordem das palavras ou a posição da vírgula, serve justamente pra levar a outra interpretação...
2 - Eu não disse que vc censura alguém por aqui. Disse que as pessoas se recusam a criticar o qeu vc escreve.
3 - Não concordo com algumas coisas das que vc escreve. Não leio suas críticas de cinema. Ando por aqui, justamente pelas discussões que surgem... Dizer que eu não deveria ler seus textos por não concordar de vc, não é bonito..
4 - Nunca disse que sua visão de mundo era distorcida... disse, simplesmente, que me parece que o mundo esta errado e vc é o único ser pensante. Talvez os menos piores sejam os que concordam com vc.. agora o resto é escória...
5 - faça um cálculo simples. De todos os leitores (momento machista, usei leitores e não leitoras.. sorry) do seu blog, quantos vem aqui pra dizer que discordam? E quantas vezes vc admitiu a análise de um segundo ponto de vista que não o seu?
Poxa Lola, gosto do seu blog, mesmo...minha intenção é sempre de levantar o debate, alfinetar vc pra saber sua opnião, que sobre feminismo, é relevante pra mim...
Temos um problema se isto é visto com picuinha da blogsfera, invejinha, vingancinha pq ngm comenta no meu blog...sinceramente, chega a ser patético...
E repito, se não há argumentos e nenhum dos meus comentários, vou parar de me drogar pq talvez os males sejam irreverssíveis...
Thiago
ResponderExcluirAlturas tantas você diz que a Iola procura bases para as suas teorias, sendo que estas se resumem à ideia de que o mundo é machista. e sugere que nessa demanda ela procura pelos em casca de ovo, quer dizer ela vê machismo em toda a parte. Mas meu caro, qualquer pessoa minimamente lucida sabe que vivemos ainda em sociedades machistas e que nem vale a pena procurar porque ele vem ao nosso encontro como aconteceu com a leitura que a Iola estava a fazer. portanto a sua argumentação é perfeitamente descabida e resulta como eu já disse da sua falta de sensibilidade para o problema.
Quanto as pessoas fazerem coro, acontece que já discordei e exprimi o meu desacordo, mas obviamente que visito com mais frequência pessoas que tem afinidades comigo e portanto se concordo mais vezes é perfeitamente natural.
Voltando ao ponto de partida, V. recusou-se a ver sexismo numa tirada de um homem ilustre do seculo XX, e essa tirada não deixa grande margem para dúvidas, expresssa-se em termos tão rudes que se pode falar em misoginia, a única coisa que me parece correcta neste contexto não é negá-lo, é ir investigar para saber se foi apenas um deslise ou se reflecte uma maneira de pensar mais radicada, mas mesmo como deslize não é para ignorar.
Não tem como negar que a comparação foi machista, pô. Tá na cara, não tem pelo em ovo de jeito algum. Não é porque é uma metáfora que tá liberado falar qualquer merda sobre as mulheres, os judeus, os gays, os negros, os árabes... Foi uma metáfora, mas isso não faz deixar de ser machista! É que nem fazer piada com negros e depois dizer "não, não sou racista, é só uma piada inocente". A Lola tava lendo para o concurso e se deparou com algo machista, não era ela que tava lá procurando: "oh, tenho que achar alguma coisa aqui pra colocar no blog!" Sei que isso é chato, mas vou ter que falar algo que você acabou de criticar, você não sabe o que é SER mulher e ter que ouvir/ler esse tipo de coisa o tempo todo e ainda ter gente pra dizer que estamos "vendo pelo em ovo", é dose. É que nem um negro me apontar algo racista e eu ficar dizendo: "não, você que tá procurando pelo em ovo". ¬¬
ResponderExcluirJá vi vários leitores discordando da Lola. Os blogs geralmente parecem um "coro" porque as pessoas tem idéias em comum, simples. E as pessoas que comentam geralmente tem uma visão afinada com o autor do blog, é essa a tendência. Isso não quer dizer que no blog não possa ter discussão. Aqui tem discussão sim, o problema é que você ainda não explicou porque a frase não é machista, aí fica difícil.
Em tempo: Porque a metáfora não foi machista? Tô curiosa pela explicação.
ResponderExcluirAté agora você disse que a idéia era ultrapassada.
Lógico que é, mas não é difícil ouvir a mesmíssima coisa ainda hoje. Essa semana mesmo eu vi um cara dizendo que a maioria dos casos de violência doméstica é culpa da mulher por não cumprir suas "obrigações" conjugais (deve ser a que não queria transar) e domésticas (ah, claro, porque o jantar não estar pronto na hora que o "rei" quiser é motivo pra bater na esposa) ou por ela ter provocado o homem. *vontade de vomitar*
Na minha opinião o que você não entendeu é que mesmo sendo algo dito na década de 50 ainda é algo atual e todas nós (a maioria com certeza) já ouvimos algo parecido!
Lola, vc mais uma vez tá certa...
ResponderExcluiresse William pela suas palavras ja percebe que é machisma e mais ainda... não trata as mulheres como merecem,
Esse livro que vc citou vou ler depois, espero que não leia coisas desagradaveis,
gostei da seu post
Thiago, isso tá ficando ridículo...
ResponderExcluirO cara foi misógino, foi super agressivo.
Para de ficar fugindo do assunto para não admitir que se enganou.
Lola, na verdade a frase não é dele. Falkner era um gênio e um dos meus preferidos do mesmo período depois de Salinger, é claro. Em relação a polêmica, acho apenas que ele foi infeliz no comentário, não sendo machista ou sexista de propósito. Saudades dos EUA? Recebeu o cheque do senhorio? hehehe
ResponderExcluirÉ ruim pensar q ele disse isso, mas todos dão sua escorregadela. Virgínia Woolf ela mesma achava que as mulheres não deveriam escrever como mulheres... Mas enfim, sempre existe um lado bom. Não sabia q a frase era dele, mas meu pai me falou a mesma frase, só que com os sentidos um pouco invertidos. Ele queria me fazer aprender a lidar com os homens e portanto disse que se eu não os "dominasse" eles me dominariam. Mas ele usou palavras tão parecidas com as do Faulkner que desconfio q ele as leu. E pra mim de certa forma foi útil pois por mais q não gostasse desse embate consegui ter menos problemas com os homens (socialmente) do que a maioria das mulheres.
ResponderExcluirPessoas, não vejo motivo pra tanta agressividade....em momento algum eu disse que a Lola estava errada. Só disse que seria válido analisar as coisas atrav´s de outros pontos de vista. Várias outras pessoas vieram aqui e disseram que pde ter sido um deslize. Pra mim, é simples: condiz com uma época. Vc's gostem ou não, as coisas eram beeeeem piores naquela época (eu digo para as mulheres)...
ResponderExcluirSó que há uma preocupação muito grande em provar que o mundo é machista. Afinal, isso já não é óbvio?
Sabe, a Lola respondeu ao post com um exemplo legal.
"...durante toda a entrevista (que é bastante longa), Faulker fala de escritorES. Escritor é sempre “he”, mesmo quando ele está falando genericamente."
durante toda a entrevista (que é bastante longa), Faulker fala de escritorES. Escritor é sempre “he”, mesmo quando ele está falando genericamente.
É disso que eu to falando. Sabe, se eu sempre me refiro a escritores, atores, presidentes, significa que eu sou mahcista, afinal, mulheres não podem exercer estas profissões? Meu deus, o cara ta dando uma entrevista...é realmente necessário que todo artista se policie pra não dizer nada ofensivo as mulheres? Daí se faz necessario pensar em não ofender a comunidade GLBT, pobres, negros, brancos. O que se propõe neste caso?
Longe de mim querer que os blogs feministas se calem, mas lembrem-se da reflexão de uma outra feminista que se questionava se é realmente necessário passar 24h do nosso dia tentando provar algo que ja conhecemos...
Imgino que seja um peso e tanto...
Caro Thiago
ResponderExcluirVocê não está a usar as palavras com propriedade, ninguém está a tentar provar que o mundo é machista, porque como você diz isso é tão óbvio que não vale a pena. O que estamos a fazer é a denunciar atitudes machistas e isso é um dever e um direito que nos assiste. E denunciar essas atitudes é uma das tarefas do feminismo e de quem se tem por feminista.
Além disso quando o machismo aparece nas palvras «autorizadas» de personalidades como Faulkner tem um efeito tão deletário que não pode ser ignorado. E mais, mesmo antes de Faulkkner houve homens como por exemplo Condorcet no século XVIII, Stuart Mill no século XIX, Bertrand Russell no século XX que corajosamente o denunciaram e defenderam a libertação das mulheres da opressão a que a sociedade as sujeitava, por isso essa coisa que vocês falam do contexto é muito relativa, sobretudo quando se trata de pessoas instruidas e esclarecidas.
Desculpas,queria dizer «deletério».
ResponderExcluirAproveito para acrescentar que você no último parágrafo do seu comentário continua equivocado porque não se trata de provar mas de denunciar e voce não imagina a imensa quantidade de pessoas (v. incluído)que encaram o sexismo com tal naturalidade que nem se apercebem que estão perante ele.
É LGBT; nós precisamos sim provar porque a maioria finge que não existe machismo, que nós que achamos pelo em ovo; o autor foi muito infeliz em seu comentário que é ultra-machista; entrar em um blog só para alfinetar o autor é infantil demais.
ResponderExcluirA frase é ofensiva e, apesar de anos passarem, muitos homens ainda pensam dessa forma, e é nossa obrigação abrir os olhos e lutar contra isso.
Thiago, acontece que na língua inglesa existe um pronome neutro, o 'it', e o autor poderia usá-lo tranquilamente; é disso que a Lola estava falando. no português não dá pra fazer a mesma coisa, mas pode-se contornar a situação citando os dois gêneros. dá mais trabalho, mas creio que seja tudo uma questão de costume.
ResponderExcluirLola, nunca comentei (sou tímida, haha) mas leio seu blog há mais de dois meses e gosto muito! Sorte no concurso!