Reparei que tem muita gente entusiasmada com a reconstrução que o J.J. Abrams, criador de Lost e Cloverfield, fez de Jornada nas Estrelas. Não apenas o público aprovou, como a crítica especializada também (o Metacritic, que reúne os principais críticos americanos, dá média 83 pro filme, uma nota altíssima). Quanto a mim, gostei muito... das partes que assisti, que não foram muitas. É que eu dormi no cinema. Não por demérito do filme, apenas porque estava exausta. Será que, se eu não tivesse dormido, saberia o que escrever sobre Star Trek? Não sei a resposta. O que sei é que realmente não tenho muito a dizer. Portanto, unindo o útil ao agradável (ou o inútil ao desagradável, como queira), vou aproveitar as aulas que estou dando no estágio da sexta série e ensinar aos leigos como (não) se escreve uma resenha crítica.
Pra começo de conversa, uma resenha é um resumo crítico sobre alguma manifestação cultural (filme, livro, peça de teatro, concerto de música, disco - isso existe ainda?). O que muita gente faz errado ao resenhar alguma coisa é exagerar no resumo e economizar na crítica. Ou seja, contar demais a história e não dar a sua opinião, que é a razão pela qual alguém está lendo o seu texto. Resumo dá pra ler no release da obra, né? Não se preocupe que não existe a menor chance d'eu contar demais a trama de Star Trek (eu dormi). Pelo que entendi, o filme mostra a origem dos heroicos integrantes da nave Enterprise. Tem um roteiro que privilegia o desenvolvimento dos personagens, muito mais que uma história. Acho um atestado à qualidade do filme e ao poder do mito que até eu, que estou longe de ser uma Trekkie, reconheci a maior parte das figurinhas carimbadas.
Uma resenha deve falar da interpretação dos atores, e disso eu me sinto plenamente capacitada pra falar. Ouvi algumas leitoras mencionarem algumas atuações, e tudo que posso pensar é: o quê?! A Winona Ryder e o Eric Bana estão no filme?! Meu, eu não os reconheceria em cem mil anos! Felizmente, reconheci o Tyler Perry como um chefão da Federação (é que sempre achei o Tyler um charme). Mas eu só tinha olhos pro Bruce Greenwood, que faz o Capitão Pike. Deve ser uma indicação da minha idade avançada que ultimamente eu tenha muito mais interesse em atores de meia idade que em púberes como o Chris Pine, que faz o Capitão Kirk, o garanhão das galáxias. Nesse ritmo, daqui a pouco vou me sentir atraída pelo William Shatner.
Continuando a minha demonstração de como é importante ser sério e profundo ao escrever uma resenha, devo dizer que o carinha que faz o novo Spock, o Zachary Quinto (li que ele é o Sylar de Heroes, o que pra mim é romulanês), ainda não aprendeu direito o sinal de sua terra. Sabe, aquele sinal dos dois dedos juntos, deixando um V no meio? Confesso que me senti um pouco ridícula fazendo o gesto no cinema, mas tava escuro e ninguém viu. Eu consigo fazer o sinal por causa do meu cérebro espetacular, se bem que só depois de muita concentração. Não é natural, como é pro Spock do Leonard Nimoy, que parece que nasceu sabendo. Mas o Zachary é talentoso e vai aprender.
Todo filme tem um tema, e as resenhas devem tentar identificá-lo. Algumas pessoas andam reclamando do teor liberal de Star Trek. Tipo assim: uma federação que controla o universo, como a ONU, é pintada como positiva, a nave tem gente de todas as raças e nacionalidades, e ninguém impede alienígenas ilegais (illegal aliens) de entrar num determinado planeta. Em outras palavras, um pesadelo pro americano conservador médio. Eu nem percebi tudo isso. Claro, a mensagem de tolerância e integração entre os povos é uma constante da série (Kirk sempre faz sexo interracial, desta vez com uma ET verde). Mas pra mim o tema pode ser que, no ano 2230, as terráqueas continuarão usando microssaias e sendo meramente decorativas enquanto homens totalmente vestidos saem por aí combatendo a escória do universo. Quer dizer, eu até entendo: a série original é de 1966, pré-feminismo, quando aeromoças eram despedidas das companhias aéreas ao completar 30 anos. Mas que soa estranho ver todas as fêmeas da Entrerprise usarem roupinha mais apropriada à mansão do Hugh Hefner, ah, isso soa.
Críticas de filme também podem mencionar os efeitos especiais, se bem que isso é meio que chover no molhado (o mínimo que uma produção de dezenas de milhões de dólares pode ter é efeitos de ponta). Em Star Trek, eu adorei ver um planeta inteiro de 6 bilhões de pessoas ser destruído em segundos. Lembrou o projeto de ciências que eu acompanhava na minha época de escola, com vulcões. Massa!
Essa gíria eu vi quando estava preparando a aula pra dar pros alunos fofinhos da sexta série e fui tentar buscar uns adjetivos pra legal. Não encontrei nada de muito útil: bacana, supimpa, e da hora. Chuchu beleza eu não recomendo, porque revela a sua idade. E tem o irado. Essa foi uma enorme revelação pra mim. Então um dos tops de buscas que o Google traz pra cá, “mensagens iradas”, não se refere à ira dos fãs de Senhor dos Anéis contra a minha pessoinha? Ahhhh...
Prova cabal de que eu e a tripulação da Entreprise definitivamente somos de outra época. Mas pelo menos eu sei escrever resenhas. Cof cof. Não repare na tosse. Algum pozinho intergaláctico deve ter entrado na minha traqueia de terráquea.
Pra começo de conversa, uma resenha é um resumo crítico sobre alguma manifestação cultural (filme, livro, peça de teatro, concerto de música, disco - isso existe ainda?). O que muita gente faz errado ao resenhar alguma coisa é exagerar no resumo e economizar na crítica. Ou seja, contar demais a história e não dar a sua opinião, que é a razão pela qual alguém está lendo o seu texto. Resumo dá pra ler no release da obra, né? Não se preocupe que não existe a menor chance d'eu contar demais a trama de Star Trek (eu dormi). Pelo que entendi, o filme mostra a origem dos heroicos integrantes da nave Enterprise. Tem um roteiro que privilegia o desenvolvimento dos personagens, muito mais que uma história. Acho um atestado à qualidade do filme e ao poder do mito que até eu, que estou longe de ser uma Trekkie, reconheci a maior parte das figurinhas carimbadas.
Uma resenha deve falar da interpretação dos atores, e disso eu me sinto plenamente capacitada pra falar. Ouvi algumas leitoras mencionarem algumas atuações, e tudo que posso pensar é: o quê?! A Winona Ryder e o Eric Bana estão no filme?! Meu, eu não os reconheceria em cem mil anos! Felizmente, reconheci o Tyler Perry como um chefão da Federação (é que sempre achei o Tyler um charme). Mas eu só tinha olhos pro Bruce Greenwood, que faz o Capitão Pike. Deve ser uma indicação da minha idade avançada que ultimamente eu tenha muito mais interesse em atores de meia idade que em púberes como o Chris Pine, que faz o Capitão Kirk, o garanhão das galáxias. Nesse ritmo, daqui a pouco vou me sentir atraída pelo William Shatner.
Continuando a minha demonstração de como é importante ser sério e profundo ao escrever uma resenha, devo dizer que o carinha que faz o novo Spock, o Zachary Quinto (li que ele é o Sylar de Heroes, o que pra mim é romulanês), ainda não aprendeu direito o sinal de sua terra. Sabe, aquele sinal dos dois dedos juntos, deixando um V no meio? Confesso que me senti um pouco ridícula fazendo o gesto no cinema, mas tava escuro e ninguém viu. Eu consigo fazer o sinal por causa do meu cérebro espetacular, se bem que só depois de muita concentração. Não é natural, como é pro Spock do Leonard Nimoy, que parece que nasceu sabendo. Mas o Zachary é talentoso e vai aprender.
Todo filme tem um tema, e as resenhas devem tentar identificá-lo. Algumas pessoas andam reclamando do teor liberal de Star Trek. Tipo assim: uma federação que controla o universo, como a ONU, é pintada como positiva, a nave tem gente de todas as raças e nacionalidades, e ninguém impede alienígenas ilegais (illegal aliens) de entrar num determinado planeta. Em outras palavras, um pesadelo pro americano conservador médio. Eu nem percebi tudo isso. Claro, a mensagem de tolerância e integração entre os povos é uma constante da série (Kirk sempre faz sexo interracial, desta vez com uma ET verde). Mas pra mim o tema pode ser que, no ano 2230, as terráqueas continuarão usando microssaias e sendo meramente decorativas enquanto homens totalmente vestidos saem por aí combatendo a escória do universo. Quer dizer, eu até entendo: a série original é de 1966, pré-feminismo, quando aeromoças eram despedidas das companhias aéreas ao completar 30 anos. Mas que soa estranho ver todas as fêmeas da Entrerprise usarem roupinha mais apropriada à mansão do Hugh Hefner, ah, isso soa.
Críticas de filme também podem mencionar os efeitos especiais, se bem que isso é meio que chover no molhado (o mínimo que uma produção de dezenas de milhões de dólares pode ter é efeitos de ponta). Em Star Trek, eu adorei ver um planeta inteiro de 6 bilhões de pessoas ser destruído em segundos. Lembrou o projeto de ciências que eu acompanhava na minha época de escola, com vulcões. Massa!
Essa gíria eu vi quando estava preparando a aula pra dar pros alunos fofinhos da sexta série e fui tentar buscar uns adjetivos pra legal. Não encontrei nada de muito útil: bacana, supimpa, e da hora. Chuchu beleza eu não recomendo, porque revela a sua idade. E tem o irado. Essa foi uma enorme revelação pra mim. Então um dos tops de buscas que o Google traz pra cá, “mensagens iradas”, não se refere à ira dos fãs de Senhor dos Anéis contra a minha pessoinha? Ahhhh...
Prova cabal de que eu e a tripulação da Entreprise definitivamente somos de outra época. Mas pelo menos eu sei escrever resenhas. Cof cof. Não repare na tosse. Algum pozinho intergaláctico deve ter entrado na minha traqueia de terráquea.
Lola, no primeiro piloto da série, o primeiro oficial não era Spock, era uma mulher.
ResponderExcluirOlá, Lola!
ResponderExcluirE os vermelhinhos, continuam morrendo? Lembra da série? Toda vez que uma equipe descia no planeta, o que morria era sempre o segurança, vermelhinho. A gente já ficava com pena do coitado.
Bjs,
Anália
Eu assitia à série quando era pivete, mas, sei não, sem Leonard Nimoy como Spock tira o encanto das coisas...
ResponderExcluirObs.: Engraçado que "Massa" é uma gíria que eu usava quando tinha uns 9, 10 anos (temos almost a mesma idade, Lola...)
Sou fã de Star Trek. Começei pela Nova Geração, com o capt. Picard falando 'The Queen's' e depois vim a curtir as derivadas.
ResponderExcluirEstou animada para ver o filme, então estou até evitando ler crítiacs ou resumos..
;)
Bon weekend!!!
"Massa" é uma gíria que meus filhos usavam muito. "Paia" também, que significa exatamente o oposto. E eles sempre riam de mim porque eu sempre bolava as trocas...
ResponderExcluirDetesto a serie, nem quero saber do filme. beijos!
ResponderExcluirPara quem lê em inglês, achei na wikipédia o artigo que diz tudo sobre a primeira oficial da Enterprise: Number One.
ResponderExcluirAronovich:
ResponderExcluirA Jornada intiuiu o comunismo perfeito em plena guerra fria. Todos na serie trabalhavem pelo bem comum. O comunismo Russo, Chinês ou Cubano, jamais conseguiu chegar nem perto daquilo. Pena que era ficção. Ah, e a globalização também. Era a terra como um bloco, em parceria, ou contra os outros panetas. Muito bom!
off topic: lola, vc viu isso???
ResponderExcluirhttp://www.nytimes.com/2009/05/17/magazine/17foreclosure-t.html?pagewanted=1&em
um reporter FINANCEIRO do NYT contando como ele se enrolou em dividas, etc... achei o cara MUITO loser tsc tsc retrato perfeito do average joe americano... não entendo como essas pessoas não vêem q elas estão dando um tiro no pé a cada passo!!! enfim... bjos!!!
Na minha época, legal era "maneiro". Isso no sudeste. No nordeste, maneiro é algo leve.
ResponderExcluir...
Ainda sobre a Maria Mariana: alguém já mandou le aler "A mística feminina", da Betty Friedan?
Sério que você não conhecia "massa" Lola? É tão comum aqui no nordeste...
ResponderExcluir"Irado" é bem moderninho também. Tanto quanto "sinistro". Podia ser "da hora" também...
Quanto ao filme, eu não gosto do gênero e me dá um sono miserável. Acho muito entendiante. Nem tento ver mais.
Sério que você dormiu no filme Lola? Eu adorei! (embora não goste da antiga série) lembra muito um jeito de aventura a la Indiana Jones, além dos efeitos e atuações...
ResponderExcluirLola eu acho bonitinho as meninas de mini saia.mostra que na nave tem calor...
ResponderExcluirTô doida pra ver.
ResponderExcluirMeu pai sempre via qndo eu era pivetinha, tanto o Kirk como o prof Xavier, digo, Picard. Os filmes eu vi quase todos.
Muito legal a crítica. Ri bastante aqui. Ah, aproveitando, ainda na espera da prometida enquete para eleger o melhor Kubrick. Cadê? chuif chuif
ResponderExcluirEu gostei bastante do filme. Até saí do cinema com vontade de ver tudo do universo da série (séries de tv, filmes, livros). Até me arrependi um pouco das tardes de sábado da época que tinha tv a cabo, ligava e tv no Universal Channel e pensava "Que droga. Só passa Star Trek o dia todo".
ResponderExcluirO filme ele conta a história, mas não é bem a história da série, já que eles resolveram fazer tipo um universo paralelo pra ter mais liberdade na criação do roteiro e tal.
Tem dois posts no blog Jovem Nerd que eu achei bem legais pra quem não sabe nada de Star Trek como eu:
http://jovemnerd.ig.com.br/especiais/filmes/tudo-o-que-voce-sempre-quis-saber-sobre-star-trek/
http://jovemnerd.ig.com.br/especiais/filmes/star-trek-resenha/
LUMA: Mas essa série que passava na Universal não era a mesma de 1860. A série que passava na Unversal era com outros personagens.
ResponderExcluirA Universal passou um bocado do universo de Star Trek. E recentemente (quero dizer, na mesma época) passou a original em alguma outra emissora que não lembro qual era.
ResponderExcluirEu, tola que sou, não assisti nada de nada. Só via a Nova Geração e Enterprise (a original eu vi na adolescência, mas nada cronologicamente).
Achei o filme fantástico e..sim, ainda tem os red shirts. Inclusive foi uma ótima sacada manterem essa característica clássica da série original.
Lola, "trekker" é o aficionado pela série clássica. "Trekkie" gosta de qualquer uma das franquias.
ResponderExcluirComo o Patrick disse, a primeiro oficial no piloto era mulher - e a atriz que a interpretava era originalmente a mulher de Gene Roddenberry, o criador da série. Como o povo chiou (contra uma mulher em posição de comando e vestindo calças! e contras as orelhas demoníacas do Dr. Spock) no piloto da série, "Star Trek" acabou estreando com novo imediato - o dito Dr. Spock - e a pobre primeiro oficial foi renegada à enfermaria (ela era a enfermeira da nave).
Na série original as mulheres usavam como uniforme um microvestido - daí o filme trazer esse figurino (já que a história se passa antes da série clássica). Quanto a inovações, "Star Trek" contabiliza o primeiro beijo interracial da história da TV - do branco Capitão Kirk em sua oficial de comunicações, a negra Uhura.
O gesto de saudação dos vulcanos foi inventado pelo próprio ator Leonard Nimoy. A frase baseia-se na crença árabe de saudar o próximo com desejos de bom augúrio (no caso dos árabes, são comuns saudações como "Que sua sombra nunca se torne menor", por exemplo). Daí a expressão "Vida longa e próspera" (e sua variante "Viva muito e prospere").
Eu ainda não vi o filme - espero ir até quarta. Ah, sim. Eu sou "trekkie".
Só pra constar, fui ver e amei.
ResponderExcluirNão sei como você conseguiu dormir. Justo você!!
Já tenho o que fazer nas férias de Dr. House e Big Bang Theory: devorar Star Trek!
Obs. Quanto a figurino feminino, o da nova geração era igual ao dos homens, os dois de calças e roupas coladas. E o do filme faz sentido ser vestidinho pela série clássica.
Star trek é, de fato, a melhor serie de ficção científica de todos os tempos. O filme ao menos resgata a mitologia, embora fracasse na trlha sonora que em todos os filmes foi um plus agradável. mas ver novamente uma Enterprise no espaço e um Spock, ja vale para renascer a lenda..abraços
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