Outro ponto que a Carla disse nos comentários do post sobre minha opinião em relação à ofensiva israelense em Gaza também me chamou a atenção:
“Fico triste que em todos esses anos em que os mísseis foram lançados em Israel, nenhuma única linha de solidariedade tenha sido escrita; quando um homem-bomba se explodia em um café, pizzaria e até numa festa de casamento, matando civis em Israel, nada...nenhum comentário. Talvez porque os números de mortos não sejam tão grandes”.
Todo e qualquer ataque terrorista em Israel é amplamente noticiado e comentado em todo o mundo ocidental. Nunca vi ninguém se solidarizar com terrorista. A gente sempre vê as imagens dos destroços e das vítimas de todo e qualquer atentado em Israel. Ano após ano. Essas imagens praticamente fazem parte do nosso incosciente coletivo a essa altura. Israel não pode reclamar da cobertura da mídia durante todas essas décadas. A mídia é solidária à Israel. O que transparece é que quem é pró-Israel está chocado agora porque a opinião pública internacional está contra a ofensiva israelense nesta nova guerra. É o ultraje de quem está acostumado a ser tratado de um jeito favorável. Já faz muito tempo que um isralense tem um status bem diferente do de um árabe. Ora, um desastre natural na China ou na Índia que mate centenas de milhares de pessoas receberá uma cobertura muito menor à de um Katrina em Nova Orleans, que matou 1,800 pessoas. Pra mídia, a vida de um americano vale muito mais que à de qualquer outro cidadão. E Israel tem muito mais afinidades com o mundo ocidental que os outros países do Oriente Médio. Nessa escala de importância, cinco israelenses mortos num café em Jerusálem em consequência de um homem-bomba recebem muito mais cobertura da mídia que 50 palestinos mortos pelo exército israelense pra se vingar daquele atentado no café. Nesse sentido, os israelenses são os americanos do Oriente Médio. E, como disse Edward Said em A Questão Palestina, de 1979, “a política de contra ataques punitivos de Israel (ou terrorismo de estado) parece ser a de tentar matar 50 a 100 árabes para cada baixa israelita”.
Mas lógico que sim, os números importam. Certamente tanta gente não estaria chocada com esta nova guerra se as mortes estivessem “apenas” em 13 isralenses, dez deles soldados, não já em 1,100 palestinos. E se tantas vítimas não fossem tão jovens. Mas Israel continua insistindo que 90% das baixas palestinas são membros do Hamas. Enquanto isso, as fotos de tantas crianças mortas provocam comiseração e protestos em todas as partes do mundo. Mas Israel dá de ombros, e segue bombardeando escolas e prédios da ONU. E ainda fica magoado pela opinião pública lhe dar as costas!
Isso eu peguei do blog da Carla, mas aparece em tudo que é blog pró-Israel:
“A coisa é muito complicada e de difícil compreensão para quem não entende a realidade do Oriente Médio”.
Esse papo de “vocês não deveriam falar do que não conhecem” é, além de cansativo, elitista. Elitista porque são muito, muito raras as pessoas que são especialistas em algum assunto (qualquer assunto). Se a gente só autorizasse que especialistas em cada assunto falassem sobre aquele assunto, teríamos um mundo com bem poucas opiniões e poucos pontos de vista. Esse desejo de só querer que os iluminados falem se assemelha a quem ainda se revolta que um operário teve a audácia de se eleger presidente. Duas vezes! Apenas doutores em Sociologia deveriam ser presidentes, certo? Ou empresários bem-sucedidos.
No caso da guerra na Faixa de Gaza, não acho que um judeu seja especialista em conflitos no Oriente Médio apenas por que nasceu lá. Às vezes, inclusive, estar perto demais atrapalha a ter uma visão mais ampla, menos maniqueísta, da situação. Esse papo de “não falem nada porque não conhecem” traduz-se simplesmente a “Parem de criticar Israel”. Sei lá por que cargas d'água, Israel estaria acima do bem e do mal, imune a críticas. Só judeus podem criticar Israel. E, de preferência, não judeus traidores que estão contra a guerra. Que, aparentemente, são muitos. Um grupo de dezenas de intelectuais judeus publicou no The Guardian seu manifesto:
“Nós que firmamos abaixo somos todos de origem judia. Quando vemos os mortos e os ensanguentados corpos de crianças pequenas, os cortes de água, de eletricidade e de comida, lembramos o cerco ao Gueto de Varsóvia. Quando Dov Weisglass, assessor do primeiro ministro israelense, falou em pôr os habitantes de Gaza 'para fazer dieta' e o vice-ministro de Defesa, Matan Vilnai, falou que os palestinos iam experimentar 'uma maior shoah' (um maior holocausto), isso nos lembra o governador-geral Hans Frank, na Polônia ocupada pelos nazis, que falou de 'morte pela fome'. O verdadeiro motivo do ataque a Gaza é que Israel só deseja tratar com os colaboracionistas. O principal crime de Hamas não é o terrorismo, mas sua negativa a se converter num fantoche em mãos do regime de ocupação israelense na Palestina. A decisão tomada no mês passado pelo Conselho da União Européia de melhorar a categoria de suas relações com Israel, sem nenhuma condição específica sobre direitos humanos, tem alentado uma maior agressão israelense. A hora de aplacar Israel já passou faz tempo. Como primeiro passo, a Inglaterra deve retirar seu embaixador de Israel e, da mesma forma como se agiu com o apartheid da África do Sul, estabelecer um programa de boicote, desinvestimento e sanções”.
Especialistas no assunto também não devem ser um deputado israelense, que escreveu que “Israel terá saudade do Hamas”, ou o cientista político, também judeu, Norman Finkelstein, que explica direitinho por que Israel está bombardeando a Faixa de Gaza (para exibir seu poderio de força e porque o Hamas tinha intenções de um acordo diplomático), e propõe algumas soluções para a paz. Segundo ele:
“Todos os anos, a Assembleia da ONU vota uma resolução intitulada 'Solução pacífica para a questão da Palestina'. E todos os anos o resultado é o mesmo: o mundo inteiro de um lado; Israel, EUA, alguns atóis dos mares do sul e a Austrália, no lado oposto. Ano passado, o resultado da votação foi 164 a 7. [...] O que se vê nos fatos? Os fatos mostram que nos últimos mais de vinte e tantos anos, toda a comunidade internacional procura um modo de resolver o conflito das fronteiras de 1967, com solução justa para a questão dos refugiados. Será que 164 Estados-membros da ONU estão sempre errados, e certos e pacificistas seriam só EUA, Israel, Nauru, Palau, Micronésia, as ilhas Marshall e a Austrália? Quem é pacifista? Quem trabalha contra a paz?”
Israel pode estar ganhando a guerra, se nos guiarmos unicamente pelo placar (1,100 x 13), mas a guerra da opinião pública internacional ele perdeu. Fica difícil convencer alguém quando as baixas de um lado são soldados do exército e, do outro, perigosos terroristas... de cinco anos de idade.
Todo e qualquer ataque terrorista em Israel é amplamente noticiado e comentado em todo o mundo ocidental. Nunca vi ninguém se solidarizar com terrorista. A gente sempre vê as imagens dos destroços e das vítimas de todo e qualquer atentado em Israel. Ano após ano. Essas imagens praticamente fazem parte do nosso incosciente coletivo a essa altura. Israel não pode reclamar da cobertura da mídia durante todas essas décadas. A mídia é solidária à Israel. O que transparece é que quem é pró-Israel está chocado agora porque a opinião pública internacional está contra a ofensiva israelense nesta nova guerra. É o ultraje de quem está acostumado a ser tratado de um jeito favorável. Já faz muito tempo que um isralense tem um status bem diferente do de um árabe. Ora, um desastre natural na China ou na Índia que mate centenas de milhares de pessoas receberá uma cobertura muito menor à de um Katrina em Nova Orleans, que matou 1,800 pessoas. Pra mídia, a vida de um americano vale muito mais que à de qualquer outro cidadão. E Israel tem muito mais afinidades com o mundo ocidental que os outros países do Oriente Médio. Nessa escala de importância, cinco israelenses mortos num café em Jerusálem em consequência de um homem-bomba recebem muito mais cobertura da mídia que 50 palestinos mortos pelo exército israelense pra se vingar daquele atentado no café. Nesse sentido, os israelenses são os americanos do Oriente Médio. E, como disse Edward Said em A Questão Palestina, de 1979, “a política de contra ataques punitivos de Israel (ou terrorismo de estado) parece ser a de tentar matar 50 a 100 árabes para cada baixa israelita”.
Mas lógico que sim, os números importam. Certamente tanta gente não estaria chocada com esta nova guerra se as mortes estivessem “apenas” em 13 isralenses, dez deles soldados, não já em 1,100 palestinos. E se tantas vítimas não fossem tão jovens. Mas Israel continua insistindo que 90% das baixas palestinas são membros do Hamas. Enquanto isso, as fotos de tantas crianças mortas provocam comiseração e protestos em todas as partes do mundo. Mas Israel dá de ombros, e segue bombardeando escolas e prédios da ONU. E ainda fica magoado pela opinião pública lhe dar as costas!
Isso eu peguei do blog da Carla, mas aparece em tudo que é blog pró-Israel:
“A coisa é muito complicada e de difícil compreensão para quem não entende a realidade do Oriente Médio”.
Esse papo de “vocês não deveriam falar do que não conhecem” é, além de cansativo, elitista. Elitista porque são muito, muito raras as pessoas que são especialistas em algum assunto (qualquer assunto). Se a gente só autorizasse que especialistas em cada assunto falassem sobre aquele assunto, teríamos um mundo com bem poucas opiniões e poucos pontos de vista. Esse desejo de só querer que os iluminados falem se assemelha a quem ainda se revolta que um operário teve a audácia de se eleger presidente. Duas vezes! Apenas doutores em Sociologia deveriam ser presidentes, certo? Ou empresários bem-sucedidos.
No caso da guerra na Faixa de Gaza, não acho que um judeu seja especialista em conflitos no Oriente Médio apenas por que nasceu lá. Às vezes, inclusive, estar perto demais atrapalha a ter uma visão mais ampla, menos maniqueísta, da situação. Esse papo de “não falem nada porque não conhecem” traduz-se simplesmente a “Parem de criticar Israel”. Sei lá por que cargas d'água, Israel estaria acima do bem e do mal, imune a críticas. Só judeus podem criticar Israel. E, de preferência, não judeus traidores que estão contra a guerra. Que, aparentemente, são muitos. Um grupo de dezenas de intelectuais judeus publicou no The Guardian seu manifesto:
“Nós que firmamos abaixo somos todos de origem judia. Quando vemos os mortos e os ensanguentados corpos de crianças pequenas, os cortes de água, de eletricidade e de comida, lembramos o cerco ao Gueto de Varsóvia. Quando Dov Weisglass, assessor do primeiro ministro israelense, falou em pôr os habitantes de Gaza 'para fazer dieta' e o vice-ministro de Defesa, Matan Vilnai, falou que os palestinos iam experimentar 'uma maior shoah' (um maior holocausto), isso nos lembra o governador-geral Hans Frank, na Polônia ocupada pelos nazis, que falou de 'morte pela fome'. O verdadeiro motivo do ataque a Gaza é que Israel só deseja tratar com os colaboracionistas. O principal crime de Hamas não é o terrorismo, mas sua negativa a se converter num fantoche em mãos do regime de ocupação israelense na Palestina. A decisão tomada no mês passado pelo Conselho da União Européia de melhorar a categoria de suas relações com Israel, sem nenhuma condição específica sobre direitos humanos, tem alentado uma maior agressão israelense. A hora de aplacar Israel já passou faz tempo. Como primeiro passo, a Inglaterra deve retirar seu embaixador de Israel e, da mesma forma como se agiu com o apartheid da África do Sul, estabelecer um programa de boicote, desinvestimento e sanções”.
Especialistas no assunto também não devem ser um deputado israelense, que escreveu que “Israel terá saudade do Hamas”, ou o cientista político, também judeu, Norman Finkelstein, que explica direitinho por que Israel está bombardeando a Faixa de Gaza (para exibir seu poderio de força e porque o Hamas tinha intenções de um acordo diplomático), e propõe algumas soluções para a paz. Segundo ele:
“Todos os anos, a Assembleia da ONU vota uma resolução intitulada 'Solução pacífica para a questão da Palestina'. E todos os anos o resultado é o mesmo: o mundo inteiro de um lado; Israel, EUA, alguns atóis dos mares do sul e a Austrália, no lado oposto. Ano passado, o resultado da votação foi 164 a 7. [...] O que se vê nos fatos? Os fatos mostram que nos últimos mais de vinte e tantos anos, toda a comunidade internacional procura um modo de resolver o conflito das fronteiras de 1967, com solução justa para a questão dos refugiados. Será que 164 Estados-membros da ONU estão sempre errados, e certos e pacificistas seriam só EUA, Israel, Nauru, Palau, Micronésia, as ilhas Marshall e a Austrália? Quem é pacifista? Quem trabalha contra a paz?”
Israel pode estar ganhando a guerra, se nos guiarmos unicamente pelo placar (1,100 x 13), mas a guerra da opinião pública internacional ele perdeu. Fica difícil convencer alguém quando as baixas de um lado são soldados do exército e, do outro, perigosos terroristas... de cinco anos de idade.
Acredito eu que os conflitos envolvendo Israel são justificado por eles como sendo consequencia do que sofreram na segunda guerra. Não concordo com isso.
ResponderExcluirO estado de Israel já foi uma tentativa desastrada da Onu de indenizá-los. Esmagaram milhões de palestinos numa estreita faixa de terra e colocaram milhares de judeus num campo sem tamanho! Foi como se te despejassem da sua casa porque um povo estrangeiro precisa vir pra cá, mas você pode morar embaixo do viaduto.
Lola,
ResponderExcluirA cada dia, a cada notícia sobre essa invasão, fico mais chocada, a vida humana passou a ter valor relativo, vivemos, sim uma crise moral, não vejo, nos discursos de israelenses nenhuma tentativa de solução, querem sempre ir à forra.
Como vc sabe eu sou uma professora com prazo de validade vencido, a profissão me esgotou, mas a professora vive em mim, irremediável mente, e lembro que o melhor método de resolução de problemas é a conversa, o colocar-se no lugar de... mas parece que eles não pensam assim.
Pelo incrível que pareça, há em Israel um grupo de jovens que nnao está aceitando as coisas como estão, são os Shministim, quem quiser apoiá-los basta entrar no site:http://december18th.org/.
No meu entender toda essa crise tem um nome, Intolerância!
(Ah!,já fui mais fã do Bruce, mas depois que ele começou a demonstrar sua opção política, desencantei um pouco! MAs gosto dele desde a Gata e o RAto!
Beijos
PAola
lola,
ResponderExcluirmto bom! tanto seu texto quanto esses que você indicou!
Sem duvida Israel é um estados unidos pequenininho, pode nao ter mto poder economio mas quer vencer td no grito, sem conversa, sem acordos e principalmente sem PAZ
Olá!
ResponderExcluirEstou escrevendo este comentário para dizer que concordo inteiramente com seu texto, em particular quando diz que "A mídia é solidária à Israel" e que israelenses são os americanos do Oriente Médio.Interessante que as mortes mais terríveis nessa guerra são, em sua quase totalidade, do lado palestino...
Lola,
ResponderExcluirmais uma vez obrigada por um post tão lúcido. desde minha infância tenho marcado na memória as imagens dos ataques sofridos por Israel, amplamente divulgados pela mídia nacional e internacional. cresci ouvindo falar no assunto Palestina X Israel e na minha cabeça sempre pesou o fato dos palestinos não terem Estado.
E sempre achei também que Israel usa como justificativa maior para todas as atrocidades que comete o holocausto, é como se fosse um revidar constante.
Uma coisa me chamou a atenção: os israelenses sempre são aceitos enquanto os árabes sempre têm que provar que não são terroristas em potencial. isso é justo?
Sinceramente, está na hora do mundo parar de passar a mão na cabeça do povo israelense, de tratá-los como coitados por algo que sofreram, mesmo porque outros povos sofrem no mundo (vide as guerras cívis espalhadas pela África) e não me parece que ninguém esteja de fato preocupado com isso.
Sou contra essa ofensiva porque é arbitrária, são judeus fazendo com uma minoria o mesmo que lhe foi feito, é a repetição de uma mesma história, em que quem outrora foi vítima agora é algoz. Agora eu pergunto, algum judeu em sã consciência legitima as ações do 3ºreich? Então por que querem suas ações legitimadas?
abraços,
PS.: Tem um episódio de Without a trace, da primeira temporada que ilustra bem essa caça generalizada contra os árabes. eu não me lembro qual. vou atrás para você.
PS.: Você assistiu/assiste Mad Men? Vale à pena.
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ResponderExcluirLola, adorei teu texto.
ResponderExcluirNo meu comentário do outro post falei sobre a mesma coisa (mídia, status, sobre a condição de vida dos judeus no mundo inteiro), mas fui mal-compreendida justamente porque é complicado tocar nesse assunto. Ficamos todos cheio de dedos porque há o medo de ser taxado de preconceituoso, anti isso e anti-aquilo. Ninguém é perfeito e é difícil encontrar um especialista (são poucos, como você bem disse) e então, em decorrência disso ninguém pode mais se expressar nessa vida, seja sobre religião, política, ateísmo? O ser humano tem percepções e essas muitas vezes podem ser frágeis (fruto de alguma experiência pessoal ruim), em embasamento e/ou generalistas. Normalmente, tento evitar falar sobre o que não entendo, mas quando o assunto está em voga é difícil manter-se calado. Eu nunca acreditei que um texto atinja 100% de imparcialidade (o pessoal da faculdade odiava quando eu dizia isso), até porque compromete o estilo e a qualidade (fica uma coisa robótica e politicamnte correta demais na minha opinião), mas 80% é válido e você conseguiu apresentar os fatos de maneira ordenada. ;-)
Também nunca vi ninguém defender terrorista. Até brigo com meu namorado quando ele se aproveita das notícias sobre ataques terroristas e desanda a soltar seus dogmatismos em relação aos muçulmanos, como se todos os terroristas do mundo fossem dessa religião. Mas ele é ciumento também por causa do meu ex e olha que o dito nem seguia os preceitos e nunca tinha lido o Alcorão. Só não comia porco. ;-0
ps: Lola, tem um texto interessante sobre esse assunto todo no blog do Rafael Galvão.
rafael.galvao.org
realmente desta vez israel perdeu a guerra, pelo menos do ponto de vista da imprensa, da comunidade em geral (exceto Condoleza Rice e George Bush!!)...terrível. nao aguento mais ver tantas crianças mortas, feridas...estórias que se repetem...homens matando homens...quem serao os fanáticos religiosos??!?
ResponderExcluirLola lulista?
ResponderExcluirOu esbarra na cacofonia?
Dolores,m o placar é mais antigo. Pesquise quantos morreram dos dois lados, desde 1947. Veja em termos percentuais da população.
ResponderExcluirE sim, acho que pra poder dizer alguma coisa - seja pró ou contra ofensiva - tem que ter o mínimo de vivência lá. Uma vez ouvi da Jurema Batista: só pode falar da favela quem morou nela. Só pode falar mesmo do conflito quem está ou já esteve por algum tempo ali. Não dá pra descer a borduna em Israel nem nos palestinos sem saber.
Em tempo: eu desço a borduna no Hamas e desço mesmo. São um bando de abutres que se alimentam - de longe, lógico - da desgraça do seu próprio povo.
Paola, há muitos contra ofensiva, no meu blog tem o contador de Yesh Gvulim que não entram nos ocupados, como eu não entrava. Há vários judeus escrevendo sobre soluções - o Arnaldo Bloch do Globo é um - mas tudo que se propõe, mesmo vindo do Egito, o Hamas rechaça e vai rechaçar sempre, pq urubu vive de cadáver.
Dizer que os israelenses são os americanos do oriente médio me dá vontade de rir, mas acredito que se tenha escrito isso por não saberem. Israel tem um bom sistema de saúde público, tem boas escolas públicas e universidades idem. Nos EUA não têm nada disso, pra começar. As eleições são diretas, como não são nos EUA. Sim, somos uma das nações mais avançadas em termos tecnológicos do Oriente Médio, se essa foi a comparação e aí sim ela é válida. Mas temos isso pq não temos sheiks milionários tirando vantagem da miséria do povo e as mulheres podem estudar o quanto quiserem. Uma prova é que uma dos Prêmio Nobel é judia: Rita Levi Montalcini. Tem quase 100 anos, ou seja, estudou quando as mulheres eram parideiras e acabou. Quantas árabes de mais de 60 anos podem fazer isso, mesmo as vem de países apoiados pelos EUA, como a Arábia Saudita? Acho que nenhuma.
Sds!
Até porque a autora do post contra o que ela chama de phds sobre oriente médio, não é phd também, aliás bem longe disso, mas porque ela é judia e morou em israel (morou veja bem, nao mora mais), é a única autorizada a falar do assunto. E essa conversa fiada de que a midia e os blogs nao falam dos mortos do lado de Israel, eu sinceramente nao entendo, talvez nos blogs sobre cozinha e corte e costura nao se fale nisso, mas qdo há atentadas em Israel, somos bombardeados com imagens, ambulâncias, etc. Agora o blog que publicou o texto mais sem-vergonha sobre esse assunto foi o da Cora Ronai, credo, eu jah tinha implicância, depois de ler aquilo, fiquei enojada.
ResponderExcluirSe pra falar de alguma coisa precisassse ter vivido nao existiriam historiadores da antiguidade, do século XIX, da escravidão ou da Revolução Russa, porque pra falar no assunto precisa "ter vivido", come on amiguinhas, vocês acham que o Reinaldo Azevedo (cujo texto podre a Carla colou no blog) viveu em Israel ou fez algum PhD por correspondência ?
ResponderExcluirAcabei de ler na Folha:
ResponderExcluir"O líder do grupo islâmico Hamas no Líbano, Osama Hamdan, afirmou neste sábado (17) que vai manter o confronto, mesmo que Israel decrete um cessar-fogo unilateral e suspenda os ataques na faixa de Gaza."
Alguém me diz que espécie de líder, dentro de um combate com um adversário que pode reduzir seu exército a pó, toma esse tipo de atitude? Me parece que ele sim quer matar a população de Gaza, mais do que o exército israelense. Aliás, alguém viu os vídeos que a Carla linkou no outro post? Imagino que não.
Ah, e o fato do Hamas não reconhecer Israel e querer varrer o país do mapa, alguém comenta? É justo?
Li, é isso o que eu acho tb: vc ter sofrido algo horrível não justifica que vc possa fazer outros sofrerem. Não há desculpas.
ResponderExcluirPaola, acho que há vários grupos em Israel contra a guerra. São a minoria, já que a maior parte da população a apóia. Mas há pessoas que felizmente não entraram nessa de “que vença o melhor”.
Leila, concordo. No que toca o imperialismo e a vontade bélica, Israel é um mini-EUA.
ResponderExcluirElaine, pois é, mas o pessoal pró-Israel diz que as mortes são todas de terroristas do Hamas, e que a culpa pelas mortes é toda do Hamas, portanto Israel não tem responsabilidade por nada...
Verônica, exato. É impressionante que as pessoas achem que ninguém fala dos atentatos terroristas em Israel. Eles são sempre amplamente divulgados. Todo mundo condena esses atentados. Não entendo o que esse pessoal pró-Israel quer. Que a gente passe a mão na cabeça de um estado assassino e imperialista e diga, “Tadinhos de vcs, sendo acusados injustamente pela morte de 1,100 pessoas, entre elas 300 crianças...”? Eu quero que Israel seja punido na ONU. Que responda por crimes de guerra. E já há vários movimentos pregando boicote a produtos israelenses. Se eu comprasse qualquer coisa na vida, eu adereria tb.
ResponderExcluirMad Men? Eu vi alguns capítulos no final de 2007, quando morava nos EUA e tinha TV a cabo. Gostei bastante, muito bom.
Gi, não existe imparcialidade. Todo mundo aqui está tomando uma posição bem clara. Aliás, li que descobriram que a correspendente da GloboNews e do jornal O Globo pro Oriente Médio é sionista. Que ela tinha um blog racista que destilava ódio aos árabes. Como querer que uma pessoa com esses pensamentos transmita algo objetivamente? Pois é, nunca vi alguém defender terrorista. Sinceramente, não vi nem gente defendendo o Hamas. Ah, obrigada por recomendar o artigo do Rafael Galvão. Muito bom. E quem tá lá nos comentários defendendo Israel? Nosso ex-troll João Neto. Será o mesmo?
Jamine, fanático religioso é só muçulmano. E terrorista é só muçulmano tb. Um estado que mata 1,100 pessoas em poucos dias está apenas se defendendo. Não é incrível como repetem essa ladainha pra gente várias vezes por dia? E a gente acredita?
ResponderExcluirOctávio, não tenho nenhum problema com a cacofonia. Voto no Lula desde 89. E sou Dilma pra 2010. Desde criancinha.
ACABOU! O Olmert acabou de dar a coletiva, dizendo que o gabinete aprovou o cessar fogo unilateral - do lado israelense.
ResponderExcluirEstou ouvindo aqui. Os egípcios concordaram em selar os túneis pra evitar que as armas cheguem ao Hamas. A tradução da menina da Band tá me embolando um pouco, mas dá pra entender bem.
Ainda bem que acabou.
Ana, eu tava até estranhando o seu silêncio. Mas não tinha dúvida nenhuma sobre a sua posição. Vc é militarista! Vive falando de como o exército é uma maravilha. Agora, isso de ver as vítimas em “termos percentuais da população” é bem anti-humanitário. Sei que, pra efeitos de exército, baixas são apenas estatísticas sem nome, “casualties of war”. Mas parece horrível pensar assim. Vc insiste em dizer que só vc, a Carla, e outras pessoas que viveram lá podem opinar sobre o assunto. Isso é querer a censura. Querer calar a boca de quem não pensa como vcs. Pra quem já passou por isso num blog, como é o seu caso, não parece nem coerente.
ResponderExcluirEu disse que os israelenses são os americanos no Oriente Médio no sentido de uma vida israelense valer muito mais que uma vida palestina. E no que se refere ao imperialismo tb. Tá bem claro no meu texto. Não estou comparando outros aspectos. Agora, de onde vc tirou que nos EUA não existem boas escolas e universidades públicas?
Outra Ana (não é a mesma do coment. anterior, é?), é, isso de que é preciso “ter vivido” no lugar pra poder falar é bem ridículo. É uma tentativa de censura, e de valorizar mais quem é pró-Israel (que, não há dúvida, hoje em dia é minoria). Eu vi o texto da Cora Ronai. Não é diferente do que as pessoas que aparecem aqui nos comentários falam. Parece uma cartilha.
ResponderExcluirBoa comparação com os historiadores, Ana.
Srta. T, alguém aqui está defendendo o Hamas? A idiotice deles é conhecida. Mas concordo com o que o deputado israelense escreveu, que Israel ainda vai sentir saudade do Hamas, porque o que vem pela frente pode ser muito pior. Israel está semeando novos terroristas.
Ah, a Srta. T falou e já apareceu na TV árabe - que tenho aqui tb. O Hamas chamou os israelenses de covardes que fogem da luta e que vão continuar a intifada.
ResponderExcluirAna, a Dolores e os outros a quem me referi no meu comentário sabem responder, são ótimos nisso e por isso continuo falando aqui. Não falei com vc, mas já que mencionou, morei em Israel e sou reservista, se quiser saber, já que me interpelou. Morei tb algum tempo em Ramallah, se quiser saber tb. Gastei muito dinheiro com o Crescente Vermelho e arrumei mta inimizade dentro do exército por ser Yesh Gvul, pra depois ver o Hamas ser eleito e crianças nossas tomando foguete na cabeça depois de um tempão de calmaria.
Enojada estou eu!
Dolores, tirei da minha tia que mora em Chicago e só teve grana pra mandar uma filha - dos 3 que tem - pra faculdade. Serve? Ou duas amigas minhas de Miami que são cabeleireiras porque não puderam terminar a Law School pq não tinham dinheiro. As escolas são uma porcaria, se fossem boas formariam uma massa pensante e não massinha de modelar e consumir.Vc não falou dos EUA, foi uma outra senhora.
ResponderExcluirEu estava em silêncio pq estava tentando falar com meus primos que estão em Israel e com os dois únicos colegas que tenho ainda no Crescente.
Adoro mesmo o exército, me ensinou coisas boas e úteis, inclusive a não matar e a me defender. Meu avô foi fotógrafo do exército italiano, aprendi a tirar fotos lindas. Vc tem preconceito com o exército - pré-conceito por não conhecer - e eu ficaria contente de pudesse te mostrar o outro lado. Mas não vou conseguir, mais fácil porco voar.
Cara, por mim podem falar de Israel o quanto quiserem, já cansei de ouvir que judeu é isso, é aquilo, mas eu não posso ser contra o que dizem? Pô, agora pq eu venho falar, estou errada? Eu não disse que não podem falar, eu disse, em outras palavras, que quem nunca morou lá tem OPINIÃO,mas é uma opinião baseada não no que viu, mas no que ouve dizer. Vamos e convenhamos que quem conta um conto, aumenta um ponto, e quem tira uma foto ou a publica, pode tirá-la do seu contexto.
Eu libero todos os comentários do meu blog, vc sabe pq eu modero. Se não fosse pela mulher lá, eu nem moderação tinha, acredito que povo pode falar o que quiser, mas não dizer que algo é idiotice, cretinice, nojento, pq isso é juízo de valor e não cabe em um debate. Já cansei de pedir desculpa pq às vezes a coisa pega fogo, mas julgar a opinião de alguém ou o modo que ela vê um fato é desacreditá-la no debate.
Dizer que não dá pra ser acurate pq não se está lá não é dizer que a pessoa não pode abrir a boca ou que ela é cretina, fazer isso de xingar o que o outro pensa é tática desonesta de debate e eu não aceito isso não!
Abs
O problema Ana 1 (eu sou Ana 2 que mora nos EUA atualmente) é que ninguém aqui tah falando mal de judeu, o que tah em causa é o governo de Israel, essa coisa de misturar judeu e israel é pra criar confusao, cada vez que alguém ataca o governo de Israel, vem outro chamar de anti-semita, e assim todo mundo fica de bico fechado. Isso dito, tah cheio de gente que é judeu e que mora em Israel e que estah se opondo aos ataques e tah cheio de gente escrevendo um monte de besteiras sobre isso, mas blog e internet é isso ai né ? beijocas.
ResponderExcluirOutra coisa em relaçao a discussao anterior que nao entendo é se ofender em relaçao ao fato que alguém disse que o Israel devia ter sido fundada no Texas...qdo aquele territorio nunca foi a unica opçao, e isso bem antes do Holocausto, até a Argentina foi cogitada ...
ResponderExcluirEntão Lola, Rent na minha opinião e do meu amigo Luciano (do blog cine e eu) gostamos muito desse musical e alguns amigos nossos também. no meu blog e no dele você encontra informações sobre o filme...
ResponderExcluirbjos...
:**
Off topic: vc viu essa notícia?
ResponderExcluirhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u491204.shtml
O que mais me assusta é a atitude do ex-marido dela.
Que bom que você gostou do texto. Gosto daquele blog. Sobre trolls, prefiro nem falar mais. Lola, eu estava justamente dizendo que não tem imparcialidade, mas ela é bem-vinda. E achei seu texto legal e você é modesta. ;-))
ResponderExcluiroff topic: Lola, me manda o seu endereço por email que eu gravo as duas temporadas de mad max em dvd e te mando!
ResponderExcluir(vesouza@gmail.com)
adoraria comentar a série com você.
abraço.
ops, mad man. ato-falho. (acho que estou pensando demais no bumbum do mel) :P
ResponderExcluirLola;
ResponderExcluirAcredito que o grande problema aqui nos comentários é que estão interpretando quem condena as ações do governo de Israel condena os judeus; quem defende os civis palestinos apóia o Hamas.
A Srta T, por exemplo, acha que eu sou pró-Hamas. Não sou. Sou pró-Palestina. Quero que os palestinos sejam, como os judeus conseguiram nos anos 40, um povo com uma nação. Que tenham representatividade no mundo. Que possam receber verbas de organizações internacionais, como o Unicef ou o Banco Mundial. Que tenham assento nas Nações Unidas. Que possam emitir passaportes e dar cidadania a quem assim o desejar. Que seu governo sofra punições e sanções internacionais, e seu líderes sejam julgados em tribunais internacionais. Que eles tenham, internacionalmente, direiros e deveres.
Quando eu disse que bombardear a Faixa de Gaza se parecia com o que São Domingos fazia nas Cruzadas não me referia absolutamente ao que ela disse (freqüentemente uso o trecho entre aspas).
Minha família perdeu cerca de dez amigos queridos em atentados em Israel - num atentado numa praia, morreram 3 crianças de mesma família. Mas acredito - inclusive por experiência própria - que a falta do que é básico para a sobrevivência - como comida, segurança, saneamento, atendimento médico - é fomento para despertar o que de pior há. Estamos cansados de ver exemplos disso - seja ali, na Rocinha, quando fecharam os túneis e passaram dois dias jogando pedras em quem passava, seja nos países africanos deixados pra trás depois de suas pretensas independências. Não adianta Israel bombardear e matar. Sim, se os colonos se retiram e deixam toda a infra-estrutura para trás, ela se degradará - não existe quem seja qualificado para usá-la. Nem haverá, enquanto - como eu já disse aqui também - o mundo árabe não (re)evoluir e der à educação o mesmo status que ela já teve há quase um milênio atrás.
E para satisfazer à Srta T, que ainda deve acreditar que eu visto a camiseta do Hamas na hora de dormir: eu ABOMINO, CONDENO, REJEITO qualquer forma de terrorismo, seja ele pelas armas, virtual, conceitual, verbal ou mental. Não há NADA que justifique o terrorismo - e ele pode ter a chancela do governo ou não. Mas eu acredito que, nesse caso, ele o tem dos DOIS LADOS da disputa.
Ai Suzana, sério mesmo que precisa partir pro dramalhão mexicano? Vai querer colocar palavras da minha boca (ou melhor, nos meus dedos) pra justificar uma idéia que só existe na sua cabeça? Poxa, achei que a discussão era de alto nível. Posso começar meu mimimi também, dizendo que você acha que eu solto um rojão toda vez que uma escola é bombardeada ou que vejo uma foto de um corpo de criança destroçado?
ResponderExcluirFrancamente, hein. Que papelão.
Dramalhão mexicano? Eu não peço "meus sais", Srta T. Cresça, estude e apareça. Retórica é muito bom, mas estudo é melhor ainda.
ResponderExcluirE o que há de ofensivo em pedir "meus sais"? Isso significa que eu a acusei de ser pró-terrorismo? Em que língua, em que mundo? Aliás, onde eu usei expressão tão ofensiva? Realmente, não me recordo. E se usei ela com o intuito de ofender alguém, peço desculpas.
ResponderExcluirMas claro, o melhor em um debate não é a retórica. O melhor mesmo é partir pro ataque, acusar seu interlocutor de taxar-lhe de terrorista e assassino. Se isso não funcionar, é só aproveitar-se de uma diferença de idade, opção profissional ou posição política e taxá-lo de imaturo, inculto, pró-guerra. Isso sim é democrático e respeitoso.
Oi Lolinha,Que mulher é essa que a Ana mencionou que fez sensura também?
ResponderExcluirSou a :)
O que vale nesse mundo é o dinheiro, é para isso que nascemos, vivemos e morremos. Mata-se por ele em qualquer parte desde mundo, mas tem povos que não precisam desse sistema.Invejo os indígenas, aqueles que nunca tiveram contato com o homem branco, que vivem em harmonia com a natureza, com dignidade e respeito. Esse tipo de povos poderia viver por milhares de anos na terra, centenas de gerações, sem esgotar seus recursos.... Me parece que a evolução do homem, evolução tecnológica e industrial está levando à nossa extinção. Grande coisa isso, bom sem a tecnologia a disposição não poderia exprimir minha opinião neste blog. Talvez tenha saído do foco do assunto, talvez tenha alguma relação.
ResponderExcluirobrigado - brasileiro do sul
Lola,
ResponderExcluirVim pro seu blog pelo da Denise. Ótimo post. Muito bom mesmo.
Obrigada,
Isabela.