MONSTROS DO MEU JARDIM

O maridão até que anda tirando umas fotos bonitas ultimamente, então decidi colocar aqui duas que me chamaram a atenção (só essas duas primeiras são dele; as outras eu peguei do Google Images). Eu disse "chamaram a atenção"? Elas me encheram de pavor, isso sim. Ambas foram tiradas no mesmo dia e horário - ou seja, é uma invasão. O próprio maridão ficou surpreso por ter captado uma mosca olhando bem pra ele, olhos nos olhos. Pois é, essa aí é uma simples mosca caseira, mas se quisessem fazer outro filme de terror sobre o bicho (além de A Mosca e O Filho da Mosca), teriam todo o meu medo.

A outra foto parece a maior aranha caranguejeira que eu já vi na vida, mas o maridão jura que ela é do tamanho de metade da unha do dedinho dele. Talvez ele só esteja inventando isso pra acalmar meus nervos.Isso me lembra de quando cheguei a Joinville. Ou o maridão ainda não morava aqui ou tava viajando. Só sei que fui à area de serviço da minha casa à noite fechar a porta (que quase sempre fica entreaberta pros cães e gatos poderem entrar e sair), e me deparo com a maior aranha que já vi. Essa sim era uma caranguejeira. Era muito maior que a minha mão. Olha, nunca tinha visto uma aranha daquele tamanho fora do Butantã (onde eu era visitante, e não uma jararaca que morava lá - é bom esclarecer, caso o maridão esteja lendo), e fiquei bastante apavorada. Até o Hamlet e Fru (meu cão e gato na época, respectivamente) não quiseram chegar perto. E não havia a menor chance de eu e aquele mostrengo dividirmos o mesmo teto. Decidi matá-la com uma vassoura, mas achei que aquilo iria ser muito nojento. Então, antes de dar uma vassourada, joguei um caderno de jornal em cima dela (quando contei o drama pro maridão, ele só disse, sarcástico: "Edição de domingo, eu suponho"). Desnecessário dizer que não acertei aranha nenhuma. Nunca encontrei o cadáver porque, obviamente, não havia cadáver ("there is no body because there was no murder" - fala repetida várias vezes em Irmãs Diabólicas, terror antigão do De Palma).
Eu realmente não gosto de insetos. Tá, sei que aranha tecnicamente não é inseto, mas pra mim parece ser uma prima bem próxima. Eu ia dizer que a única exceção no meu repúdio é borboleta, só que penso numas tirinhas do grande Fernando Gonzalez em que ele mostra baratas e borboletas convivendo numa boa, e diz basicamente que borboletas são baratas com asas mais bonitas. Injustiça, claro. Ah, acho que não tenho nojo de vagalume. De resto, insetos não são meus amigos. Incluindo aí os pernilongos que tanto me amam.
Umas noites pra cá tem aparecido bastante sapo. Tenho uma amiga que tem total horror de sapos, pererecas, rãs e derivados. Sapo pra ela é como se fosse barata pra mim. Mas meu convívio com sapos é bastante bom. Eles podem ficar no jardim à vontade, comendo mosquitos, que eu não vou reclamar. Claro, não gosto quando eles entram em casa. Hum, pra falar a verdade, não tenho visitado o meu jardim à noite por causa deles. Mas também, desde quando um humano deve ir à selva à noite?
Por enquanto não dá pra reclamar. A gente voltou pra cá há três meses e até agora viu apenas uma barata em casa. Esse foi o número total de baratas que vi em Detroit, sem contar a de Wall-E. Mas não tem jeito: moramos num país tropical cheio de vantagens climáticas. A contrapartida é que existem mesmo mais insetos. De todo modo, com esses monstros à solta no meu jardim (como provam as fotos do maridão), acho que vou me esconder mais em casa esses dias.