RESULTADO DA ENQUETE: MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA DA TV AMERICANA DOS ÚLTIMOS DEZ ANOS

Legal, gente, obrigada por votar na enquete com maior participação do meu bloguinho até agora: a de melhor série dramática da TV americana dos últimos dez anos. No começo tive que aguentar as queixas do maridão (“cadê Columbo e Monk?”) e da Juliana (“prefiro Scrubs, Seinfeld e Friends”), enquanto eu repetia as palavras-chave (“últimos dez anos, não últimos cinquenta anos”; “séries dramáticas, não cômicas”), mas depois só enfrentei a ira dos fãs de Dexter – que não eram tantos nem tão irados assim.

Mas fiquei decepcionada com o resultado, mais uma vez! Vamos começar pelo final. Entre 146 votos, nenhunzinho agraciou Buffy, A Caça-Vampiros (será que deveria estar em séries cômicas?), Deadwood (que tem o Timothy Olyphant, marido de uma colega minha de high school), Oz (essa eu só vi alguns episódios no SBT), e The Wire. Essa última eu nunca vi, mas muita gente boa – como o meu co-orientador lá nos EUA – diz que é a melhor série de todos os tempos, ponto. Será que não chegou ao Brasil? Ou não agradou mesmo?

Mais sorte, porque conseguiram um voto, tiveram Dawson's Creek (eu vi a primeira temporada e achei fofo, mas agora que virou hobby detestar a Katie Holmes, a série deve estar no ostracismo), The West Wing e Battlestar Galactica. Eu sei quem votou em West Wing e Galactica, porque elas revelaram a escolha. A Suzana diz que West Wing tem os melhores diálogos de qualquer série (eu me afasto de ficção com presidente americano como o diabo foge da cruz), e a Mica chama Galactica de “fenomenal”, mas admite que seu coração partiu por não poder votar também em Arquivo X. Você não está sozinha, Mica. Já li vários críticos americanos que consideram Galactica o máximo.

Com dois votos cada, houve empate na 11a colocação entre Alias, Barrados no Baile, Law & Order e... Os Sopranos. Os três primeiros eu nunca vi, então essa má votação não me diz nada, mas Sopranos encerrou sua última temporada ano passado com uma cena final que já virou clássica. E durante todos os seus seis anos, ela era tida como a melhor. Eu vi as duas primeiras temporadas, li que a terceira e a quarta são as melhores, e depois cansei e não tive vontade de ver mais. Gosto da parte da terapia, nem tanto a da máfia. No geral, é uma série bem boa.

Em décimo lugar, com três votos cada, Arquivo X, Prison Break e Smallville. Só posso dizer que, se a enquete tivesse sido realizada uma década atrás, Arquivo X teria se saído muito melhor. Ô declínio! Será que o último filme afetou muito os fãs? Alguém ficou com vergonha de se declarar fã da série depois de ver o Mulder no cinema gritando “Costure o pescoço dela de volta!”? É compreensível.

Em nono lugar, com quatro votos, outra surpresa: Heroes, empatado com The L Word. Pensei que Heroes teria mais votos. Pessoalmente, eu só vi o primeiro episódio da segunda temporada e achei muito ruim. Mas o maridão viu as duas temporadas e, do alto de sua condição de especialista em Heroes nesta casa, diz que a primeira é muito melhor, que a trama de cada episódio é sempre superior a sua conclusão, e que “o vilão é complicado, mas muito bom”. Sobre The L Word, devo ter visto uns cinco episódios, não sei de qual temporada, e achei mediano. Estranhei que lésbicas fossem a um clube de strip tease. Mas gostei de ver duas atrizes que admiro, a Jennifer Beals (por causa de Flashdance) e a Pam Grier (por causa de Jackie Brown – não sou da época em que ela foi a black diva nos anos 70), vivas e chutando (tradução podre pra alive and kicking). Se eu tivesse atração por mulher, moraria em Los Angeles, onde todas as lésbicas são lindas, de acordo com a série. Essa é minha maior crítica a The L Word: falta de diversidade.

Em oitavo lugar, com cinco votos, Grey's Anatomy. Nunca vi um episódio completo porque essas séries médicas não me agradam. Acompanhei a polêmica em que o Isaiah Washington foi despedido da série por fazer comentários homofóbicos (aliás, acho que foi através desse escândalo que ouvi falar de Grey's). Mas, com o Patrick Dempsey, a Katherine Heigl, a Sandra Oh, e agora a Brooke Smith (a vítima sequestrada em Silêncio dos Inocentes) no elenco, esta série parece ter um conjunto de atores melhor que os de House. E certamente melhor que os de Plantão Médico.

Em sétimo, com seis votos, uma série que não suporto: 24 Horas. Até vi alguns episódios, mas quantas cenas de terroristas atacando o planeta e um herói americano (às vezes com o auxílio de outro herói americano, o presidente) salvando o dia preciso ver pra me convencer que essa não é a minha praia? Morra, Jack Bauer.

Em sexto, com 4%, Plantão Médico. Nem sabia que ela continuava viva. Se eu fosse uma série, eu acabaria comigo se o George Clooney me abandonasse.

CSI chega em quinto lugar, com 6%. No começo, eu até via e gostava um pouquinho da série quando ela passava na Record (esse é um exemplo, pra mim, de como a dublagem melhora as vozes dos atores originais). Como o maridão não perdia um só episódio, eu era obrigada a assistir. Mas acabou uma temporada (não sei qual), e a Record decidiu reprisá-la inteirinha, sem avisar que era reprise. Aí o maridão reviu todos sem notar que era reprise. Eu notava, e tentava estragar o prazer dele contando o final de cada episódio. Ele não me ouve mesmo, então dá na mesma. Só que, quando a Record reprisou aquela mesma temporada pela terceira vez, eu tive de dizer chega. Até o maridão começou a ter uma sensação de dejá vù. Ele viu alguns outros episódios nos EUA, num canal que, aparentemente, só passava CSI. Mas convenhamos: essa série segue uma só fórmula bastante cansativa, não? Os personagens não se desenvolvem e têm quase zero de vida pessoal, e depois de uma temporada inteira eu já estava pronta pra me candidatar a qualquer vaga de técnica forense. No entanto, CSI ainda é uma referência entre eu e o maridão, já que ele tem certeza absoluta que o rato de laboratório da série é interpretado por um tal de astro chamado... Jake Gyllenhaal (Brokeback Mountain, O Dia Depois de Amanhã etc). Os médicos falaram pra eu não contrariar.

Em quarto lugar, Roma, com 9%. Eu até gostei da primeira temporada, bem violenta e cheia de sexo, mas depois ficou repetitiva, e eu parei de assistir.

Em terceiro a minha favorita, A Sete Palmos, com 13%. Eu realmente adoro essa série, e quero ter as cinco temporadas em dvd. Se vocês não conhecem, peguem na locadora, até pra não ficar boiando quando, em janeiro, o Richard Jenkins for indicado ao Oscar (espero!) pelo ótimo The Visitor, ainda inédito no Brasil. Aí todo mundo vai falar: “Richard quem?”, e um pessoal vai responder: “o pai que morre no começo de Six Feet Under, e depois aparece como fantasma”.

Agora vem a parte decepcionante. Em segundo, com 18%, House. O maridão é fã, mas eu não gosto da série. Primeiro porque esses plantões médicos da vida são todos muito parecidos; segundo porque não engulo o personagem do Hugh Laurie. Ninguém na vida real fala como ele, nem ninguém na vida real ficaria mais de dois minutos próximos a alguém que fala como ele. Pelo menos o Robert Sean Leonard (Sociedade dos Poetas Mortos) continua bonitinho, mas não é suficiente pra eu ver a série.

Em primeiro lugar, bem juntinho de House, Lost, com 20% dos votos. Vi alguns episódios que a Globo passou em horário insone. O maridão tentou ver o máximo possível, mas lá nos EUA não se esforçou pra acompanhar. Enfim, ô seriezinha confusa e mirabolante que vocês gostam, hein? Não é a que eu levaria pra uma ilha deserta mesmo.
Antes que o meu, o seu, o nosso domingo acabe de vez, vamos à próxima enquete: qual a melhor série cômica da TV americana dos últimos dez anos? Essa também vai ser difícil...

Opa, agora a Fátima acabou de me lembrar que é dia dos pais! Feliz dia dos pais, portanto! Se eu já não ligava pra data quando meu amado pai era vivo, agora então... Espero que os leitores-pais deste bloguinho tenham passado a manhã como eu, vendo ginástica olímpica na TV, que é muito mais legal que muitas séries por aí (não quero citar nomes).