segunda-feira, 14 de julho de 2008

MAIS SOBRE O JORNAL

Esta crônica tem pelo menos oito anos. Na época, além de escrever minhas críticas de cinema pro Anexo, eu também mandava crônicas pro ANCidade (suplemento que circulava na região norte de Santa Catarina). Eram textos levinhos e curtos, que atraíam um tipo diferente de leitor. Como falei das minhas origens jornalísticas ontem, e como acho que nenhum dos nomes citados abaixo ainda trabalha no jornal, posso re-publicar a crônica aqui.

TAPETE VERMELHO NA VISITA AO JORNAL

Dia desses, fui ao jornal falar com o Diretor de Redação, pedir salário, ou melhor, aumento de salário, insalubridade, essas coisas. Imagino que exista uma certa etiqueta pra se conversar com o Diretor de Redação, mas ninguém me disse qual era, então já fui entrando e cantarolando: "E aí, Meneghim?! Firmeza?". Foi a segunda vez que o vi na vida, e ele foi super simpático, como da outra vez. Espero que não tenha sido a última, depois dessas linhas.

Como envio meus textos via email e compareço pouquíssimo ao jornal, toda vez que apareço é aquela comoção. O pessoal solta rojão, pendura faixas clamando "Lolinha, abandone sua profissão de professora de inglês e fique aqui!", faz fila pra me dar beijinhos... Hi hi hi, essa foi boa! Digamos que alguns até tiram os olhos do computador quando entro.

Não, agora é sério: todos me tratam muito bem quando apareço, sem exceção. São uns fofos. Mas sugiro que adotem o padrão Michele, que é assim: "Aaahhhh! Você é a Lola?!" (joga-se no chão) "Adoro você! Sou sua maior fã!" (recompõe-se, chama outros funcionários) "Essa é a Lola, gente!" (me abraça) "Me dá seu autógrafo?" (mais abraços). Isso tudo aconteceu da última vez que fui ao jornal e, apesar do Hilton Görresen me contar que a Michele diz isso a todos, mudando os nomes, é claro, ela ainda mora no meu coração.

Nesta minha visita mais recente, quem estava na recepção era a Leila, também um doce, se bem que ela deixou a desejar no quesito "pedir autógrafo". Quando eu estava indo embora, ela comentou com uma outra recepcionista presente: "Ela é a Lola, sabe?". E a outra fez cara de que nunca me viu mais gorda. Quer dizer, a moça é educada, então imagino que ela deve ter pensado algo não-alusivo ao meu peso. A Leila pediu pra mim: "Escreve sobre a gente". E eu, solícita: "O que você quer que eu escreva?". Leila: "Ah, diz que a gente é legal! Diz que a gente é palhaça!". Mas a outra moça não se conteve e interveio: "Palhaça, não! Recepcionista!".

2 comentários:

  1. Ninguem comentou nesse post, tadinho.

    Vou dar o ar da minha graça só pra ele não se sentir rejeitado.

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  2. Ah, obrigada, Li! Ate agora este havia sido o segundo post (desses postados desde janeiro, nao as cronicas antigas de outros anos que fui acrescentando depois) com zero comentarios. O outro eh aquele sobre o Zed, "Personagens de Detroit". Ambos sentem-se muito rejeitados (e eu tambei, chuif).

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