Pra começar, logo de cara o documentário avisa que não pode ser exibido no Brasil? Ué, não pode por que? Esse “aviso” nos pinta como um país anti-democrático, a la república das bananas. Parece que não pode porque há uma procuração de um dos entrevistados (provavelmente o Jáder Barbalho, retratado no filme), e Manda Bala não pretende gastar dinheiro respondendo a um processo judicial. Porém, o diretor diz, em entrevistas, que não quer que o documentário seja exibido na terrinha, já que seu pai mora em São Paulo, e ele teme represálias. Além do mais, basta uma rápida olhada pra ver que o filme não foi feito pro mercado brasileiro. A maior parte dos entrevistados recebe a companhia de um tradutor-intérprete, pois americano odeia ler legenda. Pra quem entende português fica a redundância de ouvir as palavras do entrevistado, em português, seguidas pela tradução. E também, se é pra traduzir um, traduz logo todo mundo. Apenas os entrevistados mais pobres são legendados.
Manda Bala é basicamente sobre sequestro e corrupção no Brasil. Pra mostrar esse cenário, Kohn usa como pano de fundo uma fazenda de criação de rãs, que foi uma das várias empresas fantasmas beneficiadas pelo dinheiro que o Jáder Barbalho roubou da Sudam. Isso é uma garantia que veremos cenas de rã comendo rã (elas se comem umas às outras quando estão famintas), e toda a preparação detalhada de rã à milanesa. Termina com a imagem de centenas de girinos sugados pelo ralo, ilustrando que nosso país também tá indo por esse caminho.
Se essas cenas não bastarem pra revirar seu estômago, no problem: Kohn nos brinda com toda uma cirurgia de reconstituição de orelha. Ao fundo, canções do Jorge Ben, entre outros. Lá pelas tantas toca o chá-chá-chá também. A trilha sonora insistente é péssima, porque dá um tom sarcástico aos depoimentos e auxilia na manipulação. Mas de manipulação o diretor entende. Uma hora, crianças numa favela “brincam” de cortar orelha de vítima de sequestro. Em entrevista, Kohn admite ter pedido a encenação. Mas americano vendo o filme fica achando que criancinhas brasileiras, ao invés de brincarem de polícia e ladrão, só brincam de sequestrador e sequestrado.
No meio dessas cenas, um jovem empresário, que aparece durante o filme inteiro, fala um monte de exageros. Diz que não dá pra andar em São Paulo sem carro blindado. Ele pagou 400 mil dólares pela blindagem do seu. Sim, lógico, todo mundo tem carro blindado. Você não? Depois ele declara que há tanto sequestro que às vezes te colocam no porta-malas e já tem uma outra vítima lá dentro. Isso depõe contra o que diz a polícia, que aponta haver cinco sequestros em andamento em SP. Mais tarde, o empresário conta que, no Brasil, todo mundo conhece alguém que foi sequestrado. Bom, pra ser franca, eu conheço mesmo: o pai de uma amiga minha foi sequestrado. Nos anos 70. Na Argentina.
O documentário entrevista uma vítima que teve parte de suas orelhas cortadas, e que foi sequestrada no dia em que foi ver um jogo do Brasil. E a câmera mostra um joguinho de várzea! A gente sabe que isso é licença poética, que quando uma pessoa rica diz que foi ver um jogo do Brasil, ela não está se referindo ao campinho de terra usado pras peladas lá perto. Mas americano sabe? Depois essa mesma vítima afirma que perdoa seus sequestradores porque não sabem o que é certo e errado, já que toda a família tá no crime, mãe, pai, todo mundo.
Há todo um preconceito flagrante contra nordestinos no documentário. Claudio Dornelles, procurador da República, explica que o dinheiro grosso tá concentrado em SP, então os nordestinos vão pra lá e recorrem ao crime (é sério; a explicação dele é essa). Um sequestrador também é entrevistado, mascarado. Ele diz ter dez filhos, “o futuro do Brasil”. E isso depois que dizem que todo criminoso é nordestino, e que a vítima fala que a família inteira é criminosa. No fundo, a única função do sequestrador no filme é legitimizar os preconceitos da classe média e alta contra o tipo dele, favelados e nordestinos. Ele responde pra câmera que sim, no seu bando todos são nordestinos (embora ele acrescente que 80% dos moradores na favela são nordestinos). Bem no finzinho dos créditos, quando já não tem mais ninguém assistindo, o documentário informa que o sequestrador entrevistado foi morto num tiroteio com a polícia, pouco após as filmagens. Não passaria uma imagem um pouco diferente do combate à indústria do sequestro e do “futuro do Brasil” se a gente soubesse disso antes?
O filme mostra a impunidade em torno do Jader Barbalho, fala de compra de voto, dos coronéis do Norte e Nordeste, e de como as rádios, TVs e jornais do Pará são dele. Alguém martela bem esse ponto, que no Norte e Nordeste os meios de comunicação estão concentrados nos coronéis. Ah sim, só no Norte e Nordeste. No Sul o grupo RBS não controla todos os meios de comunicação e apóia os grupos políticos que quer. Olha, é horrível saber que em Belém há um bairro chamado Jaberlândia, que uma cidade baiana mudou de nome pra ser chamada de Luis Eduardo Magalhães, que no Maranhão um monte de escolas e ruas têm Ribamar e Sarney no meio. Mas a gente não precisa ir tão longe. Em Floripa não passa um dia sem que eu ande por alguma rua Bornhausen ou Konder Reis. Em São Paulo (que, a julgar pelo documentário, seria um oásis se não fosse pela presença dos nordestinos), a Folha muda de opinião sobre uma ponte só porque ela leva o nome de seu fundador, e por ter sido inaugurada por um aliado político. E nos outros países, política e impérios de comunicação andam separados? Não foi a Fox que ajudou a eleger o Bush em 2000, com o escândalo da contagem dos votos na Flórida? Não, tal coisa só acontece no Brasil. Errata: nas regiões mais atrasadas do Brasil.
Mais detestável que ver um cirurgião plástico achando que é Deus (ele pensa que o Todo-Poderoso maneja suas mãos enquanto ele tá operando), é ouvir a reação do documentarista quando o cirurgião conta que um de seus pacientes teve sua orelha cortada com uma mordida. O americano, chocado, não se controla e diz: “Isso é muito selvagem”. Bingo. A intenção é justamente mostrar que país selvagem somos. Porque sabe, num país em que todo mundo anda de carro blindado e toda criança pobre brinca de sequestro, somos todos arrancadores de orelhas e canibais, como as rãs.
Qual a diferença entre este filme e Turistas, por exemplo? Turistas é ficção, e todo mundo sabe disso (e o espectador que vê Turistas e crê que aquela é a realidade brasileira, a gente dispensa que visite nossa terra mesmo). Americano vê Manda Bala e acredita piamente em tudo que é dito. Afinal, é um documentário, e documentários nao mentem.
Poxa Lola isso é mesmo triste de saber. Lembro de uma vez em que, na vinda de Clinton ao Brasil, os reporteres da cnn faziam suas trasmissões de um hotél cinco estrelas, no entanto, usavam uma parte onde um grandioso jardim os fazia parecer estarem na selva. Imagina a mensagem que a audiência não capta com esse plano de fundo...Para não falar no episódio dos Simpsons, que retrata o Brasil muito mal...embora seja simpsons, que debocham de todo mundo...sempre sabemos que isso só mostra o que eles acham de nós...que tudo por aqui é uma selva e que os macacos e as aranhas fazem parte do nosso cotidiano.
ResponderExcluirCristinha Aguilera uma vez disse para uma reporter brasileira da Mtv: Legal você ser do Brasil, no próximo mês estarei lançando meu novo álbum em espanhol. Holly!
Muita gente sequer sabe que lingua falamos, tudo bem que americano não sabe nada de história e geografia, mas acho que outros países fazem mesmo idéia errada do nosso país.
Eu acredito que isso vai mudar. Sempre há os dois lados, nosso país tem tanta coisa que ninguém mais têm. Conheço muito estrangeiro que sempre viveu no circuito paris-londres que quando foi ao Brasil ódiou (claro que sim, o que eles esperam encontrar, a mesma coisa que na Europa). Porém uma semana no nosso país e já estavam loucos programando a nossa viagem.
Muita coisa especial acontece no nosso país. E não querer pensar como a direita cristã, que Jesus volte para acabar com tudo por aqui...ainda há muita coisa para ser salva.
Esse Jason Kohn é um babaca!
ResponderExcluirMas essa história toda tem dois pontos positivos: meter o cacete no Jáder Barbalho e manter os americanos longe daqui! Êta povinho ignorante!
"nordestinos vão pra lá e recorrem ao crime"
ResponderExcluirsim, mas é claro!! O Nordeste não tem problema nenhum, eles só vão pra SP atrás de cada vez mais grana...
Pelo que vc contou do documentário, parece que ele tem coisas bem pertinentes, mas pra ser exibido pra uma audiência brasileira, não pra quem não tem idéia do que seja o país. Se eu visse um documentário sobre outro país, tipo da África, eu também acreditaria nas maiores mentiras que eles contassem, por não ter nenhuma reeferência anterior e por saber que o lugar é cheio de problemas.
matando saudades do teu jeitinho de escrever. delícia.
ResponderExcluirbjs
opa....
ResponderExcluirCavaca, não lembro disso que vc falou do Clinton e a CNN no Brasil. Mas sim, muitas vezes os países ricos insistem em passar uma imagem de atraso total de países pobres como o nosso. Americano não sabe muita coisa sobre país nenhum (nem o deles!). E sobre o Brasil, a maior parte das pessoas com que falamos tem certeza que aqui se fala espanhol. Eu sempre faço questão de falar um pouco do Brasil. Já vou avisando que o país tem quase 200 milhões de pessoas e que é o quinto maior do mundo tanto em população quanto em tamanho. Sempre falo que, se não fosse o Alasca, os EUA seriam menores que o Brasil. Aí americano fica surpreso. Mas a imagem que eles (e todo mundo) tem do Brasil é boa. Não associam a gente muito com violência, só com coisas positivas como carnaval, mulher bonita e praias (futebol nem tanto, porque americano só conhece futebol americano). E isso que vc diz é comum: a maior parte dos turistas que visita o Brasil ama o que vê e quer voltar logo... quando já não compra uma casa no nordeste, como tantos europeus vem fazendo.
ResponderExcluirMarú, é, eu fiquei com bastante raiva das "certezas" mostradas pelo Jason no doc. Mas não tem muita gente que vê documentário, então não sei até que ponto um filme assim afeta o nosso turismo. Mas certamente não ajuda...
ResponderExcluirJu, tem toda razão. Eu tb, se visse um doc sobre a África (e sobre a maior parte dos países, no fundo), iria acreditar no que o doc diz. Ainda mais porque leigo associa doc à "realidade", à "verdade", à imparcialidade, como se um doc não fosse, também ele, uma interpretação, uma visão, uma ficção.
Oi, Luiza! Apareça mais. Como que vc tá? E é "jeitão" de escrever pra vc, viu?
Oi, Lola! Adorei seu blog!Quanto ao post: não sei em que planeta estava, pois não sabia sobre esse filme. Nós sabemos que o Brasil tem inúmeros defeitos, mas não gostamos que estrangeiros falem mal, né? É como gente da família, sabemos que fulano não presta, mas ai de quem falar mal. Pretendo nem ver este filme mesmo. Um abraço!Vou voltar! :)
ResponderExcluirLolinha,
ResponderExcluirVocê tá me chamando de Marú... volta lá no post anterior e veja que coloquei Máru (associe a Mário). É como um caipira dizia meu nome e alguns amigos gostaram e passaram a usar... por favor, Marú não...
Beijos, Mário Sérgio (ou MÁru)
Nao entendo essa moda agora de ficar fazendo choque de como o Brasil eh super violento e nenhum outro pais no mundo eh tao horrivel. Eu ate concordo com temos serios problemas com a violencia sim, mas ninguem quer fazer um documentario a respeito das nossas tecnologias sustentaveis? E o pior eh o que voce disse no final: se tem a marca de "documentario" eh porque eh tudo verdade. Foda!
ResponderExcluirPor coincidência assisti Turistas nessa semana. O filme é bem idiota! Risível mesmo. Mas ainda assim conseguiu me irritar. Isso porque eles reforçam muito o fato de ser no Brasil. Toda hora falam coisas como: Por que viemos para o Brasil?! E etc. Poderiam ter dito que era o Brasil, mas tratando apenas como um país genérico. Enfim...
ResponderExcluirIrrita muito ver qualquer um falando besteiras sobre o seu país. Mas acho que o pior é não ser totalmente mentira. Ok. é tudo muito aumentado. Meu carro não é blindado. E o sequestro não é tão comum hoje em dia. Muito menos cortar orelhas.
Apesar de irritar, eu não acho de todo negativo. Talvez sendo humilhadas no exterior, as autoridades tomem alguma atitude.
Vergonha mesmo é saber que a cidade tá violenta. É viver como temos vivido.
não é só americano que não sabe de nada, é no mundo inteiro. volta e meia (essa semana foi uma chinesa) vem o comentário "ah, é, vocês não falam espanhol". eu calmamente, sem problema algum, falo que é português e pronto. tinha uma época que eu fazia a maior propaganda do Brasil, queria que todo mundo conhecesse pra justamente perder esse preconceito todo. depois de levar um pouco na cara, desisti. se alguém me pergunta porque quer realmente visitar, aí eu explico. senão, como masegui disse, melhor esso povo longe do Brasil.
ResponderExcluirachei no mininova e já estou baixando pra comentar melhor depois.
ResponderExcluirinfos:
Manda Bala (Send a Bullet) (2007)
**A FILM THAT CANNOT BE SHOWN IN BRASIL**
WINNER Sundance Film Festival 2007
Documentary Grand Jury Prize
Excellence in Cinematography
Manda Bala (Send a Bullet) is a U.S. documentary film directed by Jason Kohn about corruption in Brazil. Subjects profiled include a businessman who bullet-proofs his cars, a plastic surgeon who reconstructs the ears of kidnap victims, and a politician who uses a frog farm for money laundering. Kohn has said "I really thought of Manda Bala as a non-fiction RoboCop depicting a very real broken and violent society." It premiered January 20, 2007 at the 2007 Sundance Film Festival and had a limited release in North America on August 17, 2007
Director:Jason Kohn
Genre:Documentary
Runtime:USA:85 min (Sundance Film Festival)
Country:Brazil / USA
Language:English / Portuguese
Color:Color
Aspect Ratio:2.35 : 1 more
Certification:USA:Unrated
Filming Locations:Brasília, Distrito Federal, Brazil more
Company:Kilo Films
http://www.imdb.com/title/tt0912590/
Manda um e-mail para globo, fantástico não sei!
ResponderExcluirBeijos e parabéns pela crítica, pelo blog.
é revoltante ouvir essas coisas. e se o Brasil é assim tão ruim e praticamente um cenário de filme de terror, porque é que a maioria dos gringos que vem para cá dizem que somos hospitaleiros e que adoraria voltar? e o tal documentário não pode ser mostrado aqui? por que? se for mostrado nós, brasileiros (ou melhor, os nordestinos) vão fazer uma revolta e sair por aí comendo as orelhas dos outros? ah, faça-me o favor né?
ResponderExcluirOi, Clécia. É, é bem diferente brasileiro falar mal do Brasil e estrangeiro falar mal do Brasil... Mas o problema, no caso desse documentário, nem é tanto falar mal. É que tem manipulação demais. Exagero demais. Se o Brasil tivesse um décimo da violência mostrada no doc, não daria pra gente sair na rua.
ResponderExcluirVolte sempre, Clécia!
Ok, ok, MÁru. Acho que vou deixar sem acento pra não me confundir. Pode?
Oi, Andie. Não, não acho que alguém vai fazer um doc falando muito bem do Brasil, mas esse não é o problema. É que Manda Bala é totalmente sensacionalista. E por ser documentário, americano vê e acha que é a pura verdade.
Leo, eu vi Turistas ano passado na TV a cabo, e não achei tão detestável. Nem achei o pior filme de terror que já vi. E não me senti muito ofendida como brasileira, porque é tudo muito exagerado mesmo. E, sei lá, fica claro que é um só grupinho fazendo isso, com um líder meio Robin Hood. Provavelmente Albergue é mais ofensivo a Rep. Checa que Turistas é pro Brasil. E Turistas não é torture porn como Albergue ou Jogos Mortais. É só um filme medíocre, sem ser cruel.
ResponderExcluirLeo, ninguém tá negando que sequestros e corte de orelhas acontecem no Brasil, ou que isso seja horrível e absolutamente condenável. Mas o documentário diz que acontece o tempo todo, com todo mundo, e com a conivência da população. Uma das cenas finais mostra um monte de brasileiro comendo rã a milanesa, e a alusão à tolerância com corrupção e violência é óbvia. Somos uma sociedade de canibais, segundo o diretor. Totalmente selvagens. E essa visão não é preconceituosa apenas contra o Brasil, mas com todos os países pobres. É uma visão colonialista e imperialista.
É verdade, Aninha, não é só americano que não sabe nada sobre o Brasil. Na realidade ninguém sabe nada de país algum. Quer dizer, todo mundo sabe mais dos países ricos. Todo mundo segue com atenção as eleições americanas, por exemplo. E muito da cultura que consumimos é a deles. Mas eu sempre dou o exemplo quando reclamam de americano achar que o Brasil é uma selva: e brasileiro sabe o quê da Colombia? A gente só associa Colombia e Bolívia a cocaína. Certamente tem muito mais nesses países, inclusive coisas positivas. Portanto, dentro do possível, a imagem brasileira no exterior é muito boa. A gente diz que é brasileira e todo mundo abre um sorriso... ainda que pense que a gente fala espanhol.
ResponderExcluirAh, mas eu corrijo. Aqui em Detroit há pouquíssimos brasileiros. É bom que o pessoal aprenda um pouquinho.
Obrigada pelos dados do IMDB. Eu já tinha visto. Interessante eles insistirem num slogan tendencioso, "A Film that Cannot be Shown in Brazil", como se houvesse sido censurado pelo governo. Também é interessante ler os comentários dos espectadores americanos. Eles acreditam piamente no documentário.
AH, isso me lembrou comentários circulando em sites americanos na época de "Turistas". Vários leitores americanos criticaram os brasileiros por levarem um filminho de terror tão a sério (é, se a gente fizer um filme desses com os EUA como cenário eles não iriam gostar). Um deles disse que brasileiro é muito encucado e tem complexo de inferioridade. Adorei o que um brasileiro que certamente não domina o inglês respondeu:
"Inferiority complex IS YOUR MOTHER!".
Laiz, obrigada, volte sempre. Tenho certeza que o Fantástico sabe desse documentário...
ResponderExcluirNita, ninguém explica direito por que o filme não pode ser passado no Brasil. Parece que um dos entrevistados entrou com um mandado judicial, mas o diretor não revela nem quem é (acho que faz parte da estratégia de marketing. Vale mais a pena pra eles dizerem que o filme não pode ser passado no Brasil que passarem o filme de fato. Quem iria vê-lo?). Pode ser o Jáder Barbalho. Também não dá pra entender isso, porque afinal as entrevistas foram concedidas voluntariamente. Ou seja, se o diretor quisesse, poderia lutar contra o mandado judicial tranquilamente, mas não quer gastar dinheiro nisso.
E sim, turista que visita o Brasil costuma adorar. E a maior crítica deles, segundo uma pesquisa, nem é com a violência. É com a sujeira.
Ou seja, turista reclama de muita coisa que brasileiro também reclama. E com razão!
A cidade que hoje em dia se chama Luis Eduardo Magalhães tinha o bonito nome de Mimoso do Oeste. Foi um nome bizarrinho por um nome idiota, mas o que fere mesmo os baianos com-noção foi a troca do nome do aeroporto de 2 de julho pra Luis Eduardo Magalhães. Aqui em Salvador existem escolas, uma avenida e um memorial em homenagem a um cara que, sinceramente, eu nunca tinha ouvido falar antes dele ter morrido. A realidade daqui é uma bitch mesmo...
ResponderExcluirFalando em "Turistas", passou na tv a cabo. Eu não tenho, mas meu namorado paga "pra nunca ver, por acaso".. ;-0 Enfim, quando assisto a esse tipo de filme (no caso o "Turistas", vou com um outro olhar. Gostei como entretenimento, mas é evidente que existem vários preconceitos, como aquele do gringo inglês beijando uma negra e nem "desconfia" que ela é prostituta. Depois fica a imagem do "gringuinho enganado pela malévola", malévola esta, diga-se de passagem, que precisa fazer sexo em troca de um prato de comida e ainda sorrir para os "transeuntes". Sei lá, o filme tem umas críticas interessantes.
ResponderExcluir"Cidade de Deus" - não gosto muito, ms admiro aquelas coisas de sempre: fotografia, edição, direção de arte, pesquisa (porque eu sabia e sei daquelas gírias todas), etc. De resto, é cansativa a "linguagem video-clip".
Esse sobre o qual você fala no post não conheço. É complicado mesmo "eles de fora" falarem sobre "a gente que está aqui"; por mais que se conheça, o risco de ter uma visão deturpada é muito grande na minha opinião. Especialmente, se falam sobre o Rio. Se as pessoas de outros estados brasileiros já se confundem ao falar uns dos outros (principalmente sobre o Rio, que é o alvo constante; depois me acusam de bairrista), imagine um estrangeiro.
Explicando a questão da prostituição no filme: a mulher "paquera" o cara e depois da relação sexual pega dinheiro na carteira dele e ele fica sem entender, o "coitadinho". O "negra" foi pra descrever e também pra dizer que a maioria dos pobres pertencem à raça negra na "terra brasilis": sofrem triplamente essas.. nesse caso: por terem nascido negras, mulheres e pobres.
ResponderExcluirE eles pegam uma triste condição, modificam; transformam em "puro amor", ou "oh, ela é fria'. E o engraçado é q não precisa nem ser p. pra se fazer sexo sem amor ou se ganhar dinheiro "a longo prazo" com isso. Agruras de terceiro mundo.
Ai, ficou feio; corrigindo então: "ao falarem". ;-)))
ResponderExcluirÉ, Maira, Mimoso do Oeste não é um nome muito atraente, mas melhor que Luis Eduardo Magalhães! E fiquei surpresa ao descobrir que essa cidade, a ex-Mimoso, não é uma vilinha com pouca gente, como eu pensava. É uma cidade média de mais de cem mil habitantes, certo? Acho incrível que possa se mudar o nome de uma cidade assim... Quer dizer, agora vi na Wikipedia que a população é de 22 mil. Quem me falou que tinha 100 mil era alguém de lá.
ResponderExcluirE mudança de nome de aeroporto é comum em todo lugar, Maira. É um saco, mas é comum. E vc nunca tinha ouvido falar do filho do ACM antes dele morrer?! Uau! É que vc era criança em 98. O LEM tava sendo moldado pra ser o próximo candidato da direita à presidente. Ele foi uma das figuras políticas mais importantes durante o primeiro mandato do FHC. Eu comemorei quando ele morreu, óbvio, como celebro a morte de todos os podres. No mesmo período morreu o Serjão, o ministro Sergio Motta, outro nojento. E um aluno adolescente meu disse: "Puxa, o país já tem poucos políticos bons, e os melhores estão morrendo". Espero que esse tipo de política que eles faziam não volte tão cedo.
Faz tempo que eu vi Turistas, Gi. Alguns meses atrás, mais de meio ano, e prum tipo de filme desses meio ano é muito tempo pra se lembrar. Mas sei que vi o filme achando que iria ser muito pior do que realmente foi. Nem achei tão ofensivo contra o Brasil. O mais ofensivo mesmo provavelmente foi o slogan, tag line que eles chamam, que acompanha o filme na capa, no poster, em todo lugar: "Num país onde tudo pode acontecer...". Morram, né?
ResponderExcluirAgora, não dá pra comparar um filminho como Turistas com Cidade de Deus. Inclusive em importância. Lembro quando Cidade foi indicado ao Oscar, e o Samuel L. Jackson dando entrevista em que torcia pela vitória do filme. Não era o único.
Quanto a Turistas, eu também não sabia que a mocinha que transa com o gringo era prostituta. E nem tenho tanta certeza disso após ver o filme. Mas "nativos" transar com "forasteiros" é muito comum. Eu via isso direto em Búzios, que não é um lugar pobre. As "meninas do povo" namoravam com os locais durante boa parte do ano, mas nas férias elas só queriam ficar com os turistas (brasileiros, estrangeiros). E o mesmo com os "meninos do povo". Não acho que tinha tanto a ver com dinheiro, se bem que era óbvio que os turistas eram muito mais abastados que os locais. Mas não sei até que ponto elas tiravam vantagem financeira disso (fora o de praxe - carinha pagar bebida, jantar). O que eu via muito mais era um tipo de sonho, de que um turista se apaixonasse por ela e a levasse pra longe de lá. Porque mesmo um paraíso como Búzios ficava bem chatinho (cidadezinha com 20 mil habitantes, sem os turistas). E tenho certeza que essa não é uma "agrura do terceiro mundo". Acho que acontece em qualquer cidade pequena, de qualquer lugar do mundo, principalmente cidades pequenas que atraem turistas em algumas épocas do ano. A cidade muda radicalmente, e os moradores, muitas vezes, também. E quem pode culpá-los?
Enfim, no filme Turistas, acho que o que eles quiseram mostrar, principalmente, foi o fascínio que muitos homens brancos, de países onde existem poucos negros, sentem por mulheres negras. Eles ficam embasbacados mesmo.
Hoje em dia talvez seja diferente, mais cínica, essa relação entre locais e turistas. Pode ser que muitas moças cansaram de sonhar com o príncipe encantado, viram que muitos turistas só queriam sexo mesmo, viram que eles têm muito mais dinheiro que os brasileiros, viram que elas não têm muitas perspectivas, e tentam tirar vantagem. De qualquer jeito, sai super barato pro turista estrangeiro. Muitos vem pra cá (e pra outros países pobres) em busca do turismo sexual. O que é péssimo pro país, principalmente porque muitas vezes envolve crianças. Mas pode não ser péssimo pra mocinha que tem uma droga de trabalho (quando tem) durante a maior parte do ano.
Oi, Lola, você já resumiu o que eu quero dizer: "droga de trabalho" e "sonho" + ilusões de que a mulher é livre e pode ser livre. Mistura dos três = fim caminho certo para a prostituição. Afinal de contas é fácil "mandar à luta" e comer brioche em casa. A empregada geralmente não quer saber dos direitos femininos.
ResponderExcluirSem contar um certo abuso dos próprios tios, pais, padrastos, patrões e irmãos, enfim, isso é outra história. E a rede de pedofilia...
Lola, também achava o mesmo que você sobre o filme "Turistas"; assisti já preparada e não vi tanta coisa demais. Mas depois percebi que se tratavam de piadinhas sutis e preconceitos velados. Você não ter percebido que a menina é prostituta realmente não me surpreende, porque a maioria não vê mesmo; até nas situações cotidianas, não precisa ser um filme, uma ficção.
"Num país onde tudo pode acontecer" realmente é dose de aturar. Existem vários pontos engraçados no filme:
- o início já mostra logo um motorista brasileiro louco (sim, isso é real) e o americano racional tentando conter seus amiguinhos ansiosos por uma aventura na "selva brasileira".
- daí, o ônibus cai e quase que o motorista vai junto. Como se eles dissessem: "estão vendo? É isso que acontece." Assim como eles fazem com o negro na maioria dos filmes: é sempre o negro o que se ferra e que morre primeiro, enfim. Tá cheio de exemplo por aí.
Coisas aparentemente boas:
- a família pobre é honesta e "não precisa roubar", "dá comidinha" aos americanos sobreviventes no fim do filme. "Fique honestinho mesmo massacrado pelo resto do mundo e pelos seus próprios governantes nossos escravos,que você vai pra frente."
O médico brasileiro malvado defende a população e oprime os "capatazes" dessa mesma população e esses capatazes são "salvos" pelos americanos, porque na verdade eles ficam livres do opressor: cena do tiro quando o carinha é chamado de macaco. Eles fazem o discurso do tipo "olha, por isso que o povo brasileiro faz isso, porque os órgãos dos pobres são vendidos aos ricos de outros países", mas no fim fica tudo a mesma coisa; fica parecendo que a gente é mesmo uma bosta no fim do mundo.
Sobre o cinema brasileiro em geral: foi você que comparou "Cidade de Deus" ao "Turistas". Eu comentei porque é um filme feito por um brasileiro e mesmo assim um pouco ingênuo. E aí isso me lembra justamente o assunto do seu post, apesar de se tratar de um documentário. E o "Turistas" foi citado. ;-))
O gênero difere mas às vezes a intenção é a mesma: mostrar que o cara/diretor esteve, "viveu", acha que sabe. Como sou uma adepta do neo-realismo (com fantasia, claro, porque cinema é isso também), não gosto quando alguém cheio de pretensão vai falar ou tentar mostrar algo que não sabe na tela. Exemplos mil: nasceu no Jardim Botânico, foi criado na Europa, num "seio rico" e não pode, não sabe, não adianta que vai ser difícil da pessoa saber bem sobre uma tal realidade e eles vivem querendo que todo mundo engula isso como real. Isso me enfeza. Ao menos, o Turistas não se intitula sério e resvala para o terror, o horror. Melhor até.
Búzios: conheço bem, meu namorado morou lá um ano, e inclusive estive lá este fim de semana. ;-))
Lola, não existe eufemismo pra prostituição, infelizmente. Inclusive, nunca achei aquilo muito paraíso. Prefiro a Ilha Grande, a costa verde. ;-))) E lá sempre foi lotado disso: seja na cara ou não. Ninguém faz ponto, mas é direto, rola direto. Foi o que eu te falei da receitinha aí em cima. Tem tudo a ver com grana, porque o mundo gira em torno disso. Castelo não existe mais, nem homem no cavalo. E olha que eu sou fã de Conto de fadas. ;-))
Gi, de realista Turistas nao tem nada, e nem acho que seja essa a intencao do diretor. Nao consigo imaginar um diretor rodando um filminho de terror desses sem outro proposito a nao ser fazer dinheiro. No fundo, o filme se passa no Brasil, mas poderia passar-se em qualquer pais pobre. Como americano faz muito filminho de terror (eh um genero lucrativo, geralmente custa baratinho e tem um publico fiel), precisa de novos cenarios. O Brasil calhou de ser um deles. Sem falar que eh muito mais barato filmar fora dos EUA.
ResponderExcluirSobre Buzios, faz muito tempo que nao vou pra la (mais de 15 anos), mas passei parte da minha infancia e adolescencia indo pra la nas ferias. Nao eh eufemismo pra prostituicao, nao. Eu conhecia e tinha muitos amigos e amigas "do povo", e nao era prostituicao o que rolava la. Pelo menos nao conheci ninguem que se prostituisse. Havia alguns rumores que tal e tal (um carinha) tinha saido com um turista (homem) por dinheiro. Eu era turista mas ao mesmo tempo tinha casa la, entao estava no meio. E eu saia com bastante carinha local, "do povo". Meu irmao saia com algumas meninas. E nao havia nada de dinheiro. Era namorico. So que tambem era esquisito que, durante a maior parte do ano, os locais namoravam entre si. E, nas ferias, descartavam os namorados pra sair com os turistas. Eu falava com muita menina, e via que existia a ilusao de namorar pra sair de la. Ate hoje me comunico com algumas, que casaram com gente do povo, continuam vivendo la, e agora sao "maes de familia". Acho que isso se repete em montes de cidades pequenas que recebem um bom fluxo de turistas. A cidade se transforma com a chegada dos turistas, e as pessoas que moram la tb se transformam (assim como boa parte dos turistas se transforma quando esta numa outra cidade que nao a sua). Eh normal.
Por isso, nao sei ate que ponto a mocinha que transa com o ingles em Turistas possa ser vista como prostituta. Mas vc se lembra muito mais de detalhes do filme do que eu.
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ResponderExcluirÉ que acabei de ver. ;-))
ResponderExcluirOlha, realmente é muito mais barato filmar fora dos EUA; eles vivem fazendo isso no Canadá. Pelo menos, fiquei sabendo quando lá fiquei por uns dois meses.
Eh, Gi, ta cheio de filme americano made in Canada. La conseguem imitar direitinho qualquer cidade americana que quiserem. Ate NY!
ResponderExcluirEu vi o filme e ele mostra a pura verdade do Brasil, e brasileiro nao gosta pq a verdade doi. Se quer falar que ele eh sensacionalista ou exagerado, culpe o cara do Porshe. Foi ele que disse que nao tem como andar sem carro blindado em SP, dentre outras coisas que a autora do blog menciona. Em nenhum momento nenhum gringo da opiniao propria, so quem fala sao os proprios brasileiros. Seriam entao os brasileiros sensacionalistas? A unica parte que concordo com a autora do texto eh sobre a cena das criancas imitando o sequestro... Na minha opiniao brasileiro fica nervoso com esse tipo de filme pq na verdade tem VERGONHA da realidade do Brasil ser mostrada la fora. E vir dizer que "uma coisa eh a gente falar mal do Brasil e outra sao os estrangeiros falando" eh bulls*, brasileiro tbm so fala mal dos americanos, ou estou mentindo? Agora pq nao se comenta das VERDADES que trata o filme? Pq nao foi comentado que Jader Barbalho roubou estimados 2 milhoes de dolares (nao se sabe ao certo o valor exato), nunca foi preso e esta no poder ate hoje? E ainda foi um dos politicos mais votados... tcs, tcs. Vcs acham que esse tipo de coisa nao acontece nos EUA so pq la eles tem leis que funcionam? nao, nao! Nao acontece pq a sociedade TAMBEM nao permite. Como disse o "cabeca" dos sequestradores no fim do filme: "minha mulher ta gravida do meu decimo filho e esse eh o futuro do Brasil"!
ResponderExcluirCara assisti hojê o documentario e gostei, sou paraense moro em belém e adorei ver desmascararem o pilantra do Jader Barbalho, achei muito bom como ele liga os assuntos, mas concordo que aquele MR. M. é o maior exagerado, e pow o cara anda com um carro que custa 400 mil e num quer chamar a atenção dos bandidos, que usaria dois chips de rastreio, ele foi muito aloprado, mas em relação as crianças nas favelas, esse domingo agora que passo mostro na TV Record, a brincadeira das crianças, no morro brincando com armas feitas de canos e que o heroi delas era os bandidos, intão não ta muito longe disso do garoto brincando de cortar a orelha.
ResponderExcluira questão de só o medico porque é rico falar sem tradutor, acho preconceito da sua parte, ele fala em inglês porque provavelmente ele falava melhor inglês que os outros entrevistados, mas mesmo assim da pra ver que as vezes ele fica meio na duvida se o que ele falou ta certo e ele pede ajuda a um tradutor, que tambem está perto dele.
E a questão do rãnario no final você entendeu errado essa parte "Termina com a imagem de centenas de girinos sugados pelo ralo, ilustrando que nosso país também tá indo por esse caminho."
não encherguei dessa forma e sim que todo o dinheiro investido na criação da SUDAM e que era par ser aplicado em projetos, como o do Rãnario do Jader foi todo parar pelo ralo,dinheiro roubado e desviado, assim como os girinos do rãnario do jader que desceram ralo a baixo e sumiram.
"Quando o rico rouba do pobre... o pobre rouba do rico"
ResponderExcluirÉ um documentário que foi vedada a reprodução no Brasil, embora fale do País, Vencedor do Festival de Sundance.
O que mais agradou na obra, (afinal é assim que devo chama-la, pois a fotografia e a trilha sonora são dignas de tal elogio) foi sem dúvidas a maneira como foi abordada a questão da violência no Brasil mostrando aonde começa (Em Brasília) e como termina (Na periferia), ou seja um olhar a criminalidade de forma holística.
Afinal O Povo é o retrato daqueles que estão no poder. Não é mera conhecidência o Nosso "Querido" Presidente da República não ter nem o segundo grau e no Brasil ter 16 milhões de analfabetos.
Bem Lola o documentário, me fez refletir a respeito da ignorância em que muitos de nós brasileiros vivemos. Enquanto o Brasil ganha a copa, Barriquelo fica em segundo, temos muito cerveja, carro financiado, bolsa escola...
ResponderExcluirMuitos esquecem, de como tem politico safado e bandido, e a pior hipocrisia mesmo assim os "peões" não se preocupam, não fazem nada, nem protestam.
Bem gostaria de estar na china pois lá o senhor Jader já teria sido executado com um tiro de fuzil....
Qual a essencia das criticas? O que realmente esta em jogo aqui? Me parece que tudo se resume no fato do diretor ser estrageiro:
ResponderExcluir"No entanto, ver um estrangeiro (o diretor americano Jason Kohn, filho de brasileira) falar mal é chato"
Eu vi o filme hoje e estou surpreso com a linha de comentarios: nao tem uma linha no blog ou nos comentarios que o seguem sobre a essencia do problema e como mudar essa situacao, e isso eh assustador.
A maior preocupacao parece ser com a "imagem brasileira", a la classe media e TV Globo. O que importa eh a imagem e o que dizem de nos: "Quem sao esses babacas fazendo filme sobre a nossa violencia!"
O problema documentado no filme eh INFINITAMENTE maior que qualquer ego ou patriotismo que tenha sido machucado no caminho. O problema eh bem real, por mais que a producao do filme seja barata (e eh) e talvez com uma agenda (como muitos dizem). Isso tudo eh irrelevante quando vc realmente aceita que existe algo errado demais.
ia escrever algo... mas seria "dar murro en ponta de faca".
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