segunda-feira, 13 de março de 2023

UM BOLÃO DO OSCAR MAIS EMOCIONANTE QUE O OSCAR EM SI

Digo sem medo de errar que meu tradicional bolão do Oscar foi mais emocionante que o Oscar em si.

Certo, a cerimônia foi chatinha. Morna. Não teve tapa, não teve treta, não teve piada incômoda, não teve nada. Talvez o mais inesperado foi o Hugh Grant como apresentador falando da importância de usar um bom hidratante, já que, segundo ele, a Andie MacDowell usou e ela está espetacular, e ele parece um escroto (não no sentido figurado). Lógico que o Hugh continua lindo (e enrugado, algo comum a praticamente qualquer humano de 62 anos que não seja o Tom Cruise). Mas antes disso, já no tapete vermelho, Hugh meio que revirou os olhos quando uma modelo/repórter confundiu Vanity Fair, o romance clássico de Thackery, com a festa do Oscar da revista. E foi bem malhado por isso.

Enfim, só eu estar falando mais do Hugh Grant que de qualquer premiado já mostra que a cerimônia foi monótona. Houve discursos emocionantes de agradecimento, lógico. Mas imagino que a gente vai se lembrar mais que a Angela Bassett se recusou a aplaudir a Jamie Lee Curtis do que do discurso da filha dos lendários Tony Curtis e Janet Leigh (que foram indicados ao Oscar, mas nunca ganharam). 

Eu fiquei feliz com a vitória da atriz, diretora e roteirista Sarah Polley por ganhar melhor roteiro adaptado pelo seu importante filme Entre Mulheres (em inglês, Women Talking). De terno e gravata, ela disse ironicamente: "Gostaria de agradecer à Academia por não se ofender com as palavras 'women' (mulheres) e 'talking' (falando) juntas assim". 

E foi bonito Michelle Yeoh ganhar melhor atriz. Foi a primeira vez que uma asiática vence nessa categoria. E apenas a segunda vez na história do Oscar que uma mulher não branca ganha. A primeira foi Halle Berry, vinte anos atrás, que entregou a estatueta a Michelle. 

Talvez a melhor piada foi bem no finalzinho (muita gente deve ter perdido), quando o apresentador Jimmy Kimmel mostrou uma placa com as palavras "número de shows do Oscar sem incidentes", e colocou o número 1. Pois é, não foi grande coisa.

Enquanto os grandes vencedores da noite foram Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (com sete estatuetas, incluindo melhor filme) e Nada de Novo no Front (quatro prêmios), vários filmes saíram de mãos abanando, casos de Tár, Os Fabelmans, Banshees de Inisherin e, principalmente, Elvis

Vai haver uma longa discussão sobre se Tudo em Todo Lugar mereceu essas honrarias todas. Minha opinião é que não houve grandes filmes (creio que meus preferidos são Fabelmans e Tár). Tudo é fofo, tem uma mensagem positiva, mas também é cansativo e frenético demais. Pra se ter uma ideia da façanha da produção, sabem quantos filmes na história do Oscar conquistaram três dos quatro prêmios de atuação (melhor atriz, ator, atriz e ator coadjuvantes)? Só três. Clássicos incontestáveis como Um Bonde Chamado Desejo (1951) e Rede de Intrigas (1976). E agora Tudo em Todo Lugar. Tudo bem, vai que daqui a meio século Tudo seja visto como um clássico...

- Quantas estatuetas?!

O bolão (pago) foi muito bacana. De cara, cinco acertaram as três primeiras categorias (animação para Pinóquio, ator coadjuvante para Ke Huy Quan, e atriz coadjuvante para Jamie Lee): Júlio César, eu, Douglas, Luciano e Claudemir (que eu saiba, todos ganhadores de bolões passados). O problema é que Júlio liderou o bolão inteiro, e quando chegou a 9 acertos, parecia impossível alcançá-lo. Felizmente, com a vitória do Brendan Fraser (eu sabia que ele iria ganhar porque é super querido em Hollywood; aliás, a Jamie Lee Curtis também -- foi por isso que apostei neles), eu também consegui 15 acertos, e no último minuto empatei com o Júlio. Vamos dividir o exorbitante valor de R$ 350. 

Júlio é o organizador dessa bagaça deste 2009, e sem ele podem ter certeza que não existiria mais bolão. É ele que faz tudo, e muito bem! Mas pô, parece que ele ganhou o bolão (sozinho!) ano passado também. Acho que a gente deveria fazer um abaixo-assinado pra que o Júlio não possa mais entrar no bolão, porque assim não dá, assim não pode! Ventilei essa ideia pro Silvio (vulgo maridão) e ele foi contra: "Ah, o Júlio deve poder continuar entrando no bolão grátis sim!"

O resultado do bolão pago foi este: Júlio César e Lola acertaram 15 categorias em 19, Rafael - 14, Caudemir, Luciano, Romário, Janaína, Vitor - 13, Silvio - 12, Diogo - 11, Douglas e Manoel - 10, Marcus - 9, e Daniel - 7.

No bolão grátis, parabéns ao Igor, Rodrigo, Helker e Daniel, todos ficaram em primeiro com 15 acertos. Vejam todas as tabelas preenchidas aqui (e os vencedores do Oscar aqui). Agora acho que só volto a falar do Oscar ano que vem...

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