Os nazistinhas não param de atacar. Domingo à noite Duda Salabert, a vereadora mais votada da história de Belo Horizonte, entrou em contato comigo para pedir orientações.
Ela, que junto a outras vereadoras trans e negras recebe ameaças de morte e estupro desde 2020, foi ameaçada mais uma vez, por email, por um rapaz que assinava como William Maza dos Santos, e se despedia com o típico 14/88, uma saudação nazista.
Digitando o nome de William, chega-se a um comentário anônimo deixado no meu blog em meados do ano passado, contando algo costumeiro dos incels de chans (fóruns anônimos): a briga entre os membros. Quando brigam, um expõe o outro, espalhando fotos e dados pessoais do novo inimigo. Também é extremamente comum um cara ameaçar uma política ou celebridade com o nome daquele desafeto para tentar incriminá-lo.
Por isso, é bem possível que o neonazi ridículo que tenha enviado as ameaças mais recentes a Duda não seja William, e sim alguém se passando por ele. Não cabe a nós descobrir, mas à polícia.
O que ficamos sabendo bem rapidinho é que quem ameaçou os jornalistas Lucas Neiva e Vanessa Lippelt, do Congresso em Foco, por uma matéria publicada em junho sobre como o 1500chan produz fake news em massa para Bolso, também foi William, ou alguém se passando por ele.
Ontem também foram divulgadas novas ameaças a Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) e sua filha Laura, de 6 anos. A menina é ameaçada desde que nasceu, e é incompreensível que até hoje ninguém foi preso. Manu, que respira política desde os tempos de estudante, desistiu de se candidatar este ano por conta das ameaças.
Como ela escreveu no seu Instagram, "Ser uma mulher pública no Brasil é ser ameaçada permanentemente. É escolher um lugar para o medo, outro para a coragem, outro lugar pro fingir ignorar. Ser mulher pública é conviver com a ameaça de estupro como correção pela coragem, com a ameaça de morte como silenciador".
Duda, que além de vereadora é professora, não ia se candidatar este ano. Porém, diante das ameaças, que fizeram com que ela perdesse o emprego numa escola particular, e também porque é mais fácil conseguir proteção no Congresso do que numa Câmara de Vereadores, ela decidiu concorrer à deputada federal (pelo PDT). Tomara que ganhe com excelente votação!
Esse tipo de ameaça é o que chamamos de violência política de gênero. São ameaças terroristas que alvejam mulheres, sempre com a intenção de calá-las. Não conseguirão. Toda minha sororidade a Duda e Manu, guerreiras que conheço pessoalmente e que têm a capacidade de mesclar força e doçura.
UPDATE: Agora à noite veio a notícia que a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) também foi ameaçada, ainda na semana passada. O mesmo esquema de xingar de vagabunda, de ameaçar filho e marido e de fechar com saudação nazista. Aposto que é assinado por William também. Ou seja, não é ele. É alguém fazendo hora extra para incriminá-lo. Óbvio que todos eles são nazistas repulsivos. Que continuem! Serão presos e talvez a polícia encontre outros nomes da quadrilha no computador. De quebra, ajudam a eleger ou reeleger as políticas que ameaçam, porque todo mundo fica do lado delas. Ninguém concorda com barbárie de incel.
a) Lola sou sua fã amo seu blog
ResponderExcluirb) Estes casos me entristecem porque tenho consciência que mesmo diante de uma vitoria progressista estes fatos não retornarão ao esgoto de onde viera vamos estar sempre na luta contra estes covardes.
c) Manu esra enfrentando um momento difícil mas espero que ela venha candidata a deputada federal precisamos dela em Brasília.
d) Tenho feito intensa campanha para elegermos mulheres progressistas para auxiliar Lula e lutar pelos nossos direitos.
e) Para o Congresso Nacional temos nomes maravilhosos como Samia Bomfim Erika Hilton Thais Ferreira Juliana Drummond Andrea Cassa e Lucélia Santos
f) Para a Alerj temos Elika Takimoto Mônica Francisco Dani Monteiro Renata Souza Marina do MST Coletivo das periferias
G) Para a Alesp Érica Malunguinho Ediane Maria Bancada Feminista Coletivo mulheres de todas as lutas e Mônica Seixas organizou o coletivo Pretas
Obrigada Lola por postar sobre estas ameaças. De fato,violência política de gênero precisa ser conhecida e combatida. Que Duda se eleja deputada federal mesmo e Manu fique bem. Abraços e boa semana.
ResponderExcluirDuda é muito boa. Acompanho o trabalho dela como vereadora desde o início, é muito comprometida, séria, maravilhosa. Será perfeito caso ela se eleja como deputada federal, tanto para o país quanto para a segurança dela e de sua família.
ResponderExcluirO cara usa VPN e Tor para esconder o próprio ip e depois assina o próprio nome? Esses neonazistas são muito burros, pensam que enganam quem? É óbvio que estão aproveitando para além de fazer as ameaças terroristas incriminar a pessoa do nome que assinam.
ResponderExcluirPedro, GOEC e William, os três patetas virtuais.
ResponderExcluirEm 2017, na Rússia, um homem esfaqueou a jornalista Tatiana Felgenhauer, alegando que ela estava o molestando telepaticamente.
ResponderExcluirEm seu depoimento, Grits reconheceu que tinha infligido ferimentos corporais à jornalista, mas negou que tivesse intenção de matá-la.
Após sua detenção, o agressor ofereceu uma explicação estranha sobre as suas motivações, ao alegar que se sentia "assediado sexualmente" pela vítima "através de um contato telepático".
"Utilizando a conexão telepática, ela (Felgenhauer) me mortificava sexualmente", disse Grits no primeiro interrogatório. "Nunca a conheci de verdade, mas a vi e senti. Não consegui tirá-la da minha cabeça", acrescentou o agressor.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/governo-russo-confirma-que-ataque-contra-jornalista-foi-caso-de-loucura.ghtml
https://g1.globo.com/mundo/noticia/homem-invade-redacao-de-emissora-de-radio-na-russia-e-ataca-jornalista-a-facadas.ghtml
Se acontecer algo parecido nessas eleições com jornalista ou política, mulher ou homem, que fique registrado que os criminosos do Dogolachan são responsáveis.