quinta-feira, 4 de novembro de 2021

MEIO AMBIENTE, RACISMO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS: TUDO INTERLIGADO


A combativa vereadora do RJ Tainá de Paula (PT) fez uma thread bem relevante no seu Twitter. Vou reproduzi-la aqui. 

Tainá, mas que história é essa de achar que racismo tem a ver com meio-ambiente e tem a ver com as mudanças climáticas? Pois siga o fio.

As plantations [grandes extensões de terra onde são cultivados produtos tropicais com fins de exportação] deixaram um legado de produção agrícola perverso e danoso ao meio-ambiente, produzindo a monocultura em larga escala, deslocada das necessidades locais e reproduzindo mão-de-obra precária.

A produção de cana-de-açúcar, por exemplo é recordista de trabalho escravo até hoje, uma vez que a demanda aumenta com a alta da gasolina e a escassez de equipamentos faz com que o trabalhador rural seja mais requisitado. Adivinhem a cor dos trabalhadores rurais escravizados.

O uso ininterrupto do solo vem gerando o fim de sistemas hídricos inteiros, ocasionando mudanças climáticas profundas.

As populações ribeirinhas são diretamente afetadas pelas secas e migram para fora de suas terras em busca de condições melhores de vida, indo morar em grandes centros, sem trabalhos formais e fora de seu ambiente tradicional. Sem rio pra pescar, sem terra pra plantar.

Os negros são a maioria da população localizada em favelas e periferias e essas áreas estão suscetíveis a inundações, chuvas de 50 anos, ocupação de margens de rios e talvegues. Ou seja: a cada intempérie e mudança no regime de chuvas, essas áreas estão mais propensas a desastres.

O crescimento populacional, o aumento do consumo per capita, a expansão das cidades nas próximas décadas fazem mais presente o debate sobre a incapacidade de atender às novas necessidades humanas. Nós produzimos o que não precisamos comer ou o que não podemos pagar.

Deu pra descobrir porque negros precisam acompanhar a agenda do clima? Não é só um problema da Greta Thunberg!

Para saber mais sobre racismo ambiental.

8 comentários:

Alan Alriga disse...

Têm um documentário sobre como as mudanças climáticas globais, vão obrigar que centenas de milhões de pessoas, mudem de regiões que vão se tornar praticamente inabitável, daqui algumas décadas.

Se eu achar esse documentário eu posto o link aqui.

Luise Mior disse...

ótimo fio. Realmente é necessária uma revolução de mentalidade para acabar com a catástrofe climática e o racismo (que é um sistema de opressão que coloca homens brancos ricos em posição de exploradores). Abraços Lola.

Anônimo disse...

Alan Alriga

Eu já assisti vários documentários com estas temáticas tanto pela BBC como Deutsche Welle, ambos têm canais exclusivos de documentários, alguns legendados em português e outros em espanhol.

Anônimo disse...

Na verdade, em algumas ilhas do Pacífico isso já é uma realidade. Alguns vilarejos já estão sendo deslocados devido à elevação do nível do mar. Esses cantos quase "esquecidos" do nosso planeta nos mostram que atitudes devem ser tomadas o quanto antes, o tempo para enrolação já se esgotou. É desesperador ver os poderosos se sentando nessas reuniões e apenas falando uns aos outros "temos que fazer alguma coisa" mas não tomam uma atitude de verdade.

https://www.fbcnews.com.fj/news/narikoso-families-move-into-new-homes/

https://www.theguardian.com/global-development/2019/may/16/one-day-disappear-tuvalu-sinking-islands-rising-seas-climate-change

Alan Alriga disse...

O documentário que eu estou falando é da BBC, mas ele está dublado em português e já passou na TV Cultura, mas não achei ele no YouTube.

Anônimo disse...

a) Tenho orgulho de votar nestas mulheres. Em 2022 vou votar em mulheres para o poder legislativo.claro que progressistas. Os coletivos feministas são excelentes alternativas .

c) Vc viu Lola na votação do congresso em foco para melhor deputado federal do Brasil. Marcelo Freixo ficou em primeiro lugar Alessandro Molon em segundo lugar Luiza Erundina em terceiro lugar Jandira Feghali em quarto lugar Samia Bonfim em quinto lugar foi votação popular pela internet. Mulheres no topo

Anônimo disse...

Anônimo das 13:57

Quem deveria ter ficado em primeiro lugar no meu ponto de vista seria a Luiza Erundina, foi a melhor prefeita de São Paulo, lutou contra as raposas velhas da câmara de vereadores, tipo Wadir Mutreta, quando ela assumiu o mandato a câmara era predominante malufista, fora os apedrejamentos pela imprensa marrom contra a administração dela, enquanto o Janio Quadros quando prefeito e fez uma péssima administração anteriormente sempre foi poupado. Foi uma guerreira, pegou uma prefeitura endividada e cheia de problemas, fez muito mais do que a dona Marta que contou com uma câmara de vereadores mais diversa, o governo federal era um parceiro e havia uma relação tranquila com o governo estadual.

Kasturba disse...

Meio ambiente e mudanças climáticas são temas URGENTES a serem tratados e resolvidos. Nunca tinha parado pra pensar na relação com racismo, mas se pararmos pra penar, qualquer assunto tem relação, pois sempre que mais sofre são as minorias, em qualquer cenário.

De toda forma, não tem como discutir propostas para a solução da problemática ambiental atual sem tratar sobre VEGANISMO. Sim, o maior culpado por toda a catástrofe ambiental iminente é a criação de animais confinados para consumo humano. Não falar sobre isso é querer tapar o sol com uma peneira.
Meu sonho é que pessoas progressistas parem de fingir que não sabem disso. É impressionante o descaso e negacinonismo com que o veganismo é tratado entre pessoas inteligentes... Veganismo não é sobre "tratar bem os bichinhos" (apesar que também engloba isso, e não há demérito algum em se preocupar com o bem estar de outrem), é sobre a solução dos graves problemas ambientais que sofremos hoje, sobre fome da população humana, sobre liberdade para seres senscientes que são ainda hoje, em pleno século XXI, escravizados e privados de seus direitos mais básicos.