segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

"ESCOLHI SER MÃE E SIGO DEFENDENDO A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO"

Faz alguns dias, um deputado federal podre, ex-assessor de Dudu Bolso e do mesmo (ex) partido, escreveu um tuíte asqueroso, jogando para o seu gado: 
"A deputada do PSOL q vive pregando o aborto agora está grávida e decidiu ter a filha. Espero verdadeiramente q a VIDA q ela carrega no útero, no momento q ela der a luz, faça com q perceba o quanto estava errada enquanto defendia a morte de inocentes q são NOSSAS consequências". 
Foi nada mais que uma senha para que os seguidores reaças xingassem todas as deputadas do PSOL, porque é assim que eles tratam as mulheres. Além do mais, eles acham que só feminista é que defende a legalização do aborto (o que eles chamam de "pregar o aborto", como se alguém pregasse isso!), que é só feminista que aborta. Milhões de mulheres de todos os credos e e ideologias (inclusive muitas mulheres conservadoras) abortam todos os anos, e muitas morrem, já que aborto clandestino, ao contrário de aborto seguro, pode matar. Mas reaças não ligam pra vida das mulheres. Só ligam pra vida dos embriões e fetos! E só até nascer. Depois de nascer, é cada um por si! Quem mandou fazer filho?
Mas o tuíte do deputadinho estava direcionado a uma deputada federal em particular, Talíria Petrone (Psol-RJ; não por coincidência, uma das poucas mulheres negras, feministas, defensoras da causa LGBT no Congresso). Ela respondeu lindamente, e sabem como o babaca interpretou? Como se ela estivesse falando do tamanho do pênis dele. Porque, pra eles, tudo gira em torno do pênis. 
No entanto, Talíria também respondeu mais seriamente numa thread no Twitter, que o Psol publicou em sua página. Reproduzo o texto da Talíria aqui, pois é importante.

Hora de falar sério e fazer o debate. Eu ESCOLHI ser mãe e sigo defendendo a legalização do aborto. A MINHA escolha não é a escolha de todas as mulheres. Do mesmo modo, o direito ao aborto seguro não obriga mulheres a interromperem a gravidez. E por que legalizar?
Defender a legalização não é defender o aborto. A fé e valores individuais devem ser preservados pra quem for contra, mas não podem motivar leis num Estado Laico e que deve servir ao bem comum. Evidências, ciência e estatística devem motivar legislações.
O aborto ilegal é uma das principais causas de mortes maternas, em sua maioria de mulheres negras e pobres. As ricas (parte delas religiosas, aliás) têm acesso ao aborto seguro porque podem pagar. Isso é questão de saúde pública, não de polícia. É papel do Estado garantir a vida das mulheres.
A ilegalidade do aborto não impede que ele ocorra. São quase 1 milhão por ano aqui. Mulheres abortam por desespero, medo, falta de condições. São tantos os motivos e nunca é algo confortável. Com tanto abandono paterno, a culpa é da mulher por que mesmo? Eu hein…
Não é verdade que se legalizar, o aborto será usado como método contraceptivo. Países onde o aborto é legal mostram o oposto. Esse argumento é absurdo e anti-evidência! Legalização aumenta informação, o acolhimento e o debate sobre gestação indesejada.
Os mesmos que mentem sobre o significado da legalização do aborto, dialogando com a desinformação e fundamentalismo, são contra a prevenção à gestação indesejada. Não querem falar sobre educação sexual nas escolas, interditam debate tão importante!
Defender que o aborto é questão de saúde pública e que interfere no corpo da mulher é defender a vida! Educação sexual pra prevenir, contraceptivos pra não engravidar, aborto legal, público e seguro pra não morrer!

6 comentários:

  1. A ilegalidade do aborto não impede que ele ocorra. São quase 1 milhão por ano aqui.

    Não consigo entender esse argumento, a ilegalidade não consegue impedir nenhum crime de ocorrer, se mudar o aborto por estupro que também acontece aos milhões por ano no país, o argumento ainda vai valer?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sua comparação é nojenta. Só poderia ter saído da boca fedendo a cocô de um homem mesmo.

      Excluir
    2. E parem de querer viver num mundo cor de rosa seus otarios! Mulheres cristas evangelicas abortam. Sou evangwlica e ja vi varias! Ja vi ate mae de reaça iludido e que é contra o aborto, abortarem! Kkkkkkk vcs sao muito otarios mesmo.

      Excluir
  2. Eu prefiro dizer "ignorar que todos os tipos de mulheres abortam" - de religiosas fundamentalistas até as mais "descoladas" - do que essa falsa equivalência de existência de leis igual menos crimes. Quem dera que fosse assim. O que diminui crimes - e abortos - é educação. E educação mesmo de verdade e não aquela que serve o pilantra da vez.
    Ah... e homens parando de chorar pitangas por causa de camisinha... só isso já diminuiria drasticamente o número de abortos.
    Mas né... deuzulivre pedir "pruzomi" tomar vergonha na cara... Muito mais fácil dizer que é culpa das p*** que só sabem abrir as pernas...

    ResponderExcluir
  3. Feliz 2020 Lola!!!

    Parte destas falas ridículas do Bozo e "trupe" são p/ esvaziar os debates e desviar nossos olhares p/ o que é mais grave ainda dentro da balbúrdia, esta sim, que é o governo federal atual...

    Ainda digo mais, se tivessem 10 Talírias no Congresso a História seria outra, pode crer.

    Lola continue iluminando nossos dias com seus textos e ideias. Axé!

    ResponderExcluir
  4. DALVA PAULISTA MIAQUI7 de janeiro de 2020 às 01:00

    Preciso falar com você creio que estou vivendo o mesmo tipo de perseguição. Desde 2011 venho denunciando uma qradrilha especializada em perseguir pessoas até cometerem suicídio, assim eles não respondem por assassinato, pois "suicídio não é crime" ouvi muito isso. Fiz denúncias, deixei tudo na OAB direitos humanos PR (anotações muito parecidas com as de Euler Grandolfo que assassinou 6 e após se suicidou), na OAB o assunto foi dado como "show". São policiais, agentes do exército, funcionários públicos a parentes em cumplicidade. São os mesmos que expulsaram o Jean Willis do Brasil (ou pelo menos a "técnica de ação" é a mesma. Insisto nas denúncias, no entanto, vejo que estamos vivendo uma guerra fria.
    Aguardo seu contato, precisamos unir nossas forças e mudar esta situação de banditismo institucionalizado. Segue meu e mail dalva.paulista@gmail.com (que está sendo monitorado).

    ResponderExcluir