Nível dos manifestantes (à direita, na rua, homenagem à carreira militar)
Pra mim esses atos em defesa do governo no último domingo foram, além de ridículos, como sempre, um fiasco total. Publico o artigo do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) sobre as manifestações que nós apelidamos de Parada do Orgulho Gado.
MBL recuou e decidiu apoiar atos reaças desta vez (não apoiou atos com a mesma pauta em 26/5) |
Diante do que esperavam os organizadores, fracassaram os atos em defesa do governo e da Lava-Jato. Foi o que se viu nas ruas do país neste domingo: mesmo com o reforço de grupos como o MBL e o Vem Pra Rua, as manifestações foram bem inferiores as de 26 de maio, que por sua vez já davam sinais de refluxo.
Além da adesão menor, a verdade é que os atos mais relevantes estão ficando circunscritos aos estados do centro-sul e o perfil dos manifestantes representativo apenas das elites. A mídia fala em manifestações em 70 cidades, pouco se compararmos com as mobilizações em defesa da educação –- e, por extensão, contra o governo --, que ultrapassaram 1 milhão de pessoas e atingiram mais de 200 municípios.
É claro que Bolsonaro e Moro se apressaram em cantar vitória, não o fazer seria equivalente a admitir que o grito das ruas não passou de sussurro. Pior: seria atestar que o governo perde popularidade rapidamente, como mostram as pesquisas, e que as denúncias de ilegalidades cometidas pelo juiz e por promotores na Lava-Jato atingiram em cheio a imagem da operação e de seu principal agente.
Quem trabalha protesta aos domingos.. E às vezes nem isso |
À medida em que apostam em pautas autoritárias, como fechamento do Congresso e do STF, e buscam sacralizar as imagens de Bolsonaro e de Moro, os grupos de extrema-direita passam a pregar apenas para convertidos e se isolam da ampla maioria da sociedade. Aliás, com a evocação desavergonhada de ideias fascistas, a divisão e o ódio tomaram o próprio movimento, como provam as cenas de pugilato entre grupos e a hostilidade recebida pelo MBL em diversos locais.
Chama a atenção esse culto à personalidade obsessivo, politicamente rasteiro, que prega a substituição das instituições democráticas por pretensos salvadores da pátria. Por mais críticas que se faça à política, tal messianismo não encontra nenhum respaldo na realidade objetiva. Goste-se ou não da agenda atual, tudo o que se move no país acontece apesar de Bolsonaro e não a partir dele. É ridículo o argumento de que o Congresso e o STF sabotam o executivo. A verdade é que, em seis meses no cargo, o presidente da República só atrapalhou o funcionamento do governo e agravou a crise econômica do país. Ora, quem tem um “messias” desses nem precisa de inimigo...
Em Americana, SP, lotou |
A pergunta que fica é qual rumo tomará o governo a partir de agora? Vai entender que já perdeu tempo e capital político demais apostando numa radicalização insana e passar a se comportar dentro dos marcos democráticos? Ou vai redobrar a aposta no extremismo, buscando manter mobilizada sua seita de apoiadores acríticos? A resposta a esses questionamentos deixa o país em tensão permanente.
Por isso mesmo é preocupante que o ministro Augusto Heleno, quadro experiente que é, tenha sucumbido aos devaneios autoritários do presidente e participado de mobilizações abertamente hostis às instituições. Não parece que seja representativo de militares que compreendem o papel das Forças Armadas. É muito arriscada a politização dos quartéis, conforme já alertou o general Villas-Boas, então comandante do Exército.
É urgente que os diversos setores políticos se sentem à mesa para dialogar e unificar posições tendo como centro a defesa da democracia e do Estado de direito. É imperativo isolar a extrema-direita e matar no ninho o risco de aventuras autoritárias.
Será que os manifestoches entenderam a ironia do rapaz? |
Nossa luta deve ser pela frente ampla, por uma nova maioria, capaz de garantir a democracia e, a partir dela, retomar um projeto nacional de desenvolvimento que defenda a soberania, estimule os investimentos públicos e privados, impulsione o crescimento econômico e proteja os direitos sociais.
Manifestação? Não ganharam as eleições? É cada desculpa esfarrapada para o Mijair Bolsoshower desgovernar. Alega obstrução do Congresso, energia negativa por parte do povo, mas sujeiras aparecem o tempo todo, é aerococa, é Ministro da Injustiça Conje e seu coadjuvante Pinóculos com material vasto colocado de forma profissional, certeira por parte do Glenn Greenwald, é a bancada do desgoverno que mal sabe português a dar vexame e associa o The Intercept, palavra de origem inglesa com final pt a partido político, é o PSL (Proxenetas, sociopatas loucos ) a soltar uma absurdo pior do que o outro. E depois o inferno são os outros? Transferência de responsabilidade chegou para ficar nesse desgoverno. Serão quatro anos de estagnação. O cenário caótico na América Latina favorece interesses de poucos poderosos no mundo, aconselho assistir ao documentário francês Democracia em Declínio disponibilizado no Vimeo para saber a origem do problema. O grande problema do povo brasileiro é a falta de costume com jornalismo investigativo, pois sensacionalismo barato, jornal nacional, memes e whatsapp é bem mais fácil, não precisa pesquisar, checar, carece de fontes bibliográficas, material escrito, áudios. A ignorantização foi e é eficiente no Brasil.
ResponderExcluirEu vi a " frente ampla" no encontro entre Maria do Rosário e Ciro Gomes
ResponderExcluirToda manifestação a favor do nazipalhaço que eu vi flopou geral, só foi velho esclerosado que não tem nada pra fazer da vida, um punhado de erustidos e um pessoalzinho que casou com velho/velha por dinheiro mesmo. Alugaram trio, e nem assim encheu. Felizmente esses canalhas estão perdendo o capital político e junto o poder pra fazer estragos. E uma coisa que me agrada muito é que esse desgoverno tem tudo pra fazer a merda do exército brasileiro sair desses anos completamente desmoralizado, ter a imagem maculada e arrastada na lama, perdendo qualquer pseudo imagem de salvador da pátria. Só falta a oposição briguenta deixar o ego de lado e se unir contra o nazipalhaço.
ResponderExcluirAté dentro do exército o Bolso tá perdendo ali(en)ados. Depois que Olavo falou mal do gen Villas Bôas, passou do dia pra noite de guru a persona non grata. Bolso saiu com a imagem meio arranhada dessa, e depois que tirou o gen Santos Cruz, vários militares deixaram de idolatrá-lo (finalmente).
ExcluirMas o que pesou mesmo foi ameaçar mexer na aposentadoria da classe. O calcanhar de Aquiles de milico é o bolso.
Não tive essa percepção, Lola... E embora a manifestação dos nazistas tenha sido menor que a do mês passado, eu acredito que eles tenham ficado satisfeitos com o resultado. Não a de Americanas, claro, essa foi um fracasso! Kkkkk
ResponderExcluirPrecisamos continuar batendo forte no moro para mudarmos essa situação, pois desse jeito não conseguiremos nada.