Belo poema-manifesto do indígena Denilson Baniwa (clique para ampliar)
O índio de 2019 não é mais o índio de 1500 há séculos. Então por que ainda falamos dele como se fosse? (e como se fosse um só, se existem mais de 300 etnias?).
É importante falar do índio, ouvir o índio, ainda mais agora, que eles estão sob ataque direto do governo fascista. Eles estão na linha de frente do neocolonialismo em pleno século 21. Índio é exemplo de resistência.
Recomendo a entrevista de Sabrina Fernandes com Sonia Guajajara, que foi candidata à vice-presidenta pelo Psol em 2018. Para aprender a lutar.
Mas será que a idéia é manter os indígenas em bantustões? Claro que eles tem direito a terras, mas as extensões são realmente absurdas, e em alguns casos ainda controlam a logística, o que é um absurdo.
ResponderExcluirAté parece que a esquerda está preocupada com eles, para o PT eram um obstáculo ao agronegócio e na construção de Belo Monte os petistas diziam 'onde já se viu índio dirigir picape?' 'india de araque, usa calças jeans e tem um celular'. Logo isso mostra que ninguém gosta muito deles. A diferença é que o Bolsonaro é sincero em seu nazismo.
A Comunidade Indígena e suas especificidades devem ser Política de Estado e não Política de Governos...
ResponderExcluirAqui no Brasil não existe política de Estado, nao estamos ma França. Somos reféns de políticos e partidos, por isso o Brasil é assim. Até a Índia é melhor administrada que aqui.
ExcluirMuito boa entrevista, passou da hora de sabermos que a causa indígena é de TODOS nós, os ataques ao meio ambiente reflete em todo território e no mundo, em nossas vidas.
ResponderExcluir"Claro que eles tem direito a terras, mas as extensões são realmente absurdas, e em alguns casos ainda controlam a logística, o que é um absurdo"
ResponderExcluirE quem deveria controlar a logística das terras indígenas, você?
E quem é você pra dizer se os índios tem terra demais ou não? Os invasores nesse país somos nós. Gente como eu e você é que devíamos estar numa reserva enquanto os índios - que são os verdadeiros donos desse país - tinham que viver e mandar no Brasil inteiro.
Aí vai e reclama do preconceito alheio pouco depois de vomitar o próprio. Séculos passaram, mas o homem branco hétero dito 'cizilizado' ainda acha que sabe o que é melhor pra todo mundo. Calar a boca e ouvir o índio, a mulher, o negro, o pobre, o LGBT ninguém quer.
Vc mesma é uma que deveria morar numa Oca, Titia. Mas senta no próprio rabo pra falar mal dos outros, enquanto usufrui do conforto de sua casa em Pernambuco né? Hipocrisia, a gente se vê por aqui!
ResponderExcluir"Hipocrisia, a gente SE vê por aqui!". Palavras do mascuzinho e de ninguém mais. Ato falho?
ResponderExcluirO suconsciente não deixa passar nada...
Se pensarmos assim, a humanidade não existiria mais, seria um chicoteando o outro. Pois imagine se os gregos por exemplos pedissem a Anatólia (Turquia) de volta? Ou se os alemães pedissem de volta os Kaliningrado (Koeningsberg) que perderam dos russos, além, do oeste, da Polônia, o o leste da República Tcheca a Alcácia-Lorena (por isso nesses lugares hoje não fala mais alemão, foram exterminados ou fugiram no fim da guerra).
ResponderExcluirNós também deveríamos pedir o Uruguai de volta, os russos toda a finada União Soviética e os italianos de Roma querer de volta o Imperio Romano que podiam dizer que é 'deles'.
Se pegar territórios 'originais' não existem , pois mesmo os nossos índios eram nômades e o processo de colonização foi permanente na história humana.
É cada uma.
Engraçado que se fala 'branco' ou 'hétero' como se colocar pessoas meramente por serem de outras etnias ou orientações sexuais fossem ser mais boazinhas ou terem outro tipo de caráter. Isso seria racismo?
ResponderExcluirNão, 17:29, é realidade, mesmo. 90% dos homens brancos autoproclamados héteros se acham mais que os outros, que sua orientação sexual e cor de pele deve ser motivo pra que os pretos, viados e vadias se joguem no chão pra servir de tapete para eles. Se a carapuça lhe serviu não se preocupe, tem muitas ainda pros outros.
ResponderExcluirAcho que aqui cabe uma correção.
ResponderExcluirOs nativos brasileiros não deveriam ser chamados de ÍNDIOS mas INDÍGENAS
(comentário de 22 de abril, mas deu problema por uns dias, ao tentar postar)
ResponderExcluirEntrevista muito boa, sim! Obrigada.
Sabrina Fernandes também é ótima. Tenho visto os vídeos de seu canal Tese Onze no YouTube.
Lola e pessoal: melhor ainda se passarmos a chamar os indígenas de indígenas, conforme lembrado no poema. Crescemos ouvindo a palavra índios, mas não é a melhor. Aprendemos com os povos indígenas que o novo termo é mais adequado, assim como o reconhecimento das diversas nações indígenas, povos indígenas, etnias... e não tribos. Suas culturas são complexas e particularizadas. O epistemicídio vem também disso, tratar nações e culturas distintas como se fosse uma única, assim como fazem, também, com os negros africanos (a África é um continente, há centenas de etnias, não há como dizer ´os negros´, ´os africanos´ são assim, assado, acreditam nisso, naquilo). E, além disso, o termo antigo está ligado a preconceitos, como chamar algo estranho de ´programa de índio´, usar ´fantasia de índio´, indistinta, no Carnaval etc.
Entre os povos indígenas, há o movimento de visibilidade, ao mesmo tempo de acesso à cultura mundial, tecnologia etc., sem perderem a sua tradição, e de estarem irmanados: chamam a todos, de qualquer nação, de “parentes”.
Os povos originários foram espoliados, na maioria dos territórios invadidos ("descobertos"). Os do Brasil, falava-se de três milhões e eram muito mais pessoas (de 5 a 9 milhões)**. Eram mais de mil línguas que foram invisibilizadas ou extintas desde então. Mesmo o guarani e o tupi: são idiomas distintos, o dominador é que os colocou num pacote só, como tupi-guarani.
A data, o 19 de abril, continua com essa denominação (do ´índio´). Mas sabemos quem é que faz essa titulação das coisas... Dia 1º de maio, por exemplo, é Dia das Trabalhadoras e dos Trabalhadores. E acabou divulgado como dia do Trabalho. A rodovia dos Trabalhadores, em São Paulo (SP-70), virou Ayrton Senna (queriam homenagear um piloto que trabalhava para escuderias estrangeiras e por isso -!!!- era e é considerado ídolo/´o maior ídolo´ do Brasil -!!!-e como decidiram que renomeariam alguma rodovia, ao invés de Dutra ou Bandeirantes ou Fernão Dias, grandes pessoas para o país e o interesse coletivo –ironia– escolheram para apagamento quem não importa mesmo, os trabalhadores).
Grande e forte abraço à Lola e a todas e todos que venham ao blog!
** no Pará, há uns 20 anos, vi uma instalação muito impactante, na entrada de um museu de artes visuais: nas paredes, estavam escritos os nomes de povos indígenas existentes na atualidade, na região; no chão, sobre o piso original quadriculado preto e branco, em vermelho, o nome das nações extintas – ou seja, ao passar por ali, caminho obrigatório para as exposições, a gente PISAVA OS POVOS QUE MATOU!