O assunto do dia é banal, até corriqueiro: o genocídio da juventude negra no Brasil.
Mas hoje uma dessas mortes que acontecem todos os dias, várias vezes por dia, está chamando a atenção. Ainda bem.
Ontem à tarde, no supermercado Extra da Barra da Tijuca, RJ, o segurança Davi Ricardo Moreira matou um negro de 19 anos, Pedro Gonzaga. As imagens gravadas são horríveis: o segurança, por cima, aplica uma gravata ou mata leão em Pedro, que está imóvel. Ouvem-se vozes de pessoas dizendo que o jovem está roxo, desacordado. Alguém diz: "está sufocando ele". Outro grita: "Levanta, p*rra!"
O segurança, que pagou R$ 10 mil de fiança e saiu livre da delegacia, alegou que Pedro estava "alterado", que havia simulado uma convulsão e, depois, um desmaio, e que havia tirado a arma dele do coldre. Pedro foi morto em frente da sua mãe, que avisou que ele era dependente químico.
Para muita gente contaminada pelo fascismo, esta é uma sentença de morte completamente aceitável: o jovem negro era viciado, estava roubando ou drogado, atacou o segurança, mereceu morrer. Só que não é assim: teoricamente, não existe pena de morte no Brasil. Um segurança deveria ter treinamento para conter uma pessoa sem matá-la.
Isso me lembrou uma cena assustadora de um grande filme dos anos 80, Faça a Coisa Certa, de Spike Lee.
Na obra de 1989, um personagem negro, Radio Raheem, é contido pela polícia por estar tentando estrangular o dono de uma pizzaria. Até aí, tudo bem. O terrível é a violência que a policia de Nova York emprega para conter a violência. Os policiais usam um cassetete no pescoço do jovem. Os outros personagens alertam que eles o estão matando. Há vários gritos de "Já chega!", mas os policiais insistem, até matar Radio Raheem. Você pode ver a cena aqui.
Quando falamos em genocídio da juventude negra, tem quem diga que é exagero, mimimi. Mas pense: se Pedro fosse branco, ele teria sido assassinado? O segurança usaria tanta violência para paralisá-lo? Imagine a comoção que seria se um jovem branco de classe média fosse morto num supermercado por alguém que trabalha lá.
Ainda bem que as redes sociais estão revoltadas com o caso. Duas tags, #VidasNegrasImportam e #acarnemAisbaratadomercado, dominam os trending topics.
Como bem resumiu a deputada federal Maria do Rosário, "O Brasil armado mata o Brasil rendido".
a) Lola estou muito triste o rapaz nao precisava morrer a sociedade brasileira esta doente comemorar a morte de alguem nestas condicoes.
ResponderExcluirb) Lola esta acompanhando o BBB tem rolado racismo religioso te sugiro um post sobre o assunto.
Sim. Pedro seria sido morto se fosse branco.
ResponderExcluirEle não foi morto porque era negro. Foi morto por que foi flagrado cometendo um crime por um segurança evidentemente despreparado.
É patético tentar fazer uso político de uma tragédia dessas.
Infelizmente o mirante deu causa e razão para isso. Tenho certeza que se ele tivesse entrado no supermercado e não tivesse tomado essa infeliz ideia de tomar a arma do segurança , não teria acontecido isso. Talvez o segurança pudesse após rendido imobilizar, porém , o meliante aí quis a todo momento roubar a arma . Ai pergunto , se Deus o livre ele tivesse pego ? Provavelmente não só o segurança poderia ter sido atingido como outras pessoas que lá estavam !
ResponderExcluirTem varias testemunhas que dizem que ele não estava pegando arma nenhuma. Mas bozoantas não acreditam , querem que matem todos os negros pobres, mulheres, gays e trans do país. Apoiando as barbaridades desse governo, já viram o que vai virar este país. Asco
ResponderExcluirFilmagens obtidas pela Rede Globo mostram que ele não tentou pegar a arma do segurança.
ResponderExcluirIria fazer outras colocações, mas dois pontos do texto me marcaram:
ResponderExcluir- Pelas fotos que vi, diferente do filme do Spike Lee, o segurança é negro, racismo dele no caso é complicado.
- É triste ver alguém comemorando a morte alguém.
Uma tragédia sem sombra de dúvidas, mas caso não estivesse roubando não estaria nesta situação. Claro, isso não isenta o segurança que não foi razoável na situação, pratico Jiu Jitsu e se ele tinha treinamento saberia que o finado não teria como aguentar tanto tempo ali.
ResponderExcluirDito isso, roubos e pedintes estão constantes em supermercados de Fortaleza. No pão de açúcar do Shopping Aldeota, por exemplo, presenciei uma mulher claramente drogada e com dois filhos ofendendo clientes e atacando o segurança. Contudo, quando foi contida, começou a espernear e chorar falando que não tinham direito de fazer isso com ela. Ameaçou o segurança que iria na delegacia que ele não podia bater em mulher. Na hora falei para o segurança que testemunharia por ele.
Enfim, o que quero dizer é que muitas vezes estes seguranças com pouco treinamento e suporte são postos em situações complicadas e cada escolha pode ter consequências graves.
Lamentavelmente é a primeira de muitas mortes, porém elas acontecem com mais frequência com negros, pobres, mulheres e pessoas mais vulneráveis como assassinatos, estupros, homicídios , chacinas. O local da morte do Pedro é atípico, pois geralmente acontecem em periferias e locais onde poder público ignora e trata com descaso sempre. O problema de hoje e nos próximos quatro anos é o extermínio legalizado de um desgoverno formado por gananciosos, dementes, genocidas, sociopatas, afinal não devemos esquecer que tipo de pessoas apoiaram o Bolsonero desde sempre, desde quando a Internet ganhou mais amplitude e acesso tomamos conhecimento de blogs ou páginas de misoginia e conteúdo violento e seus usuários, admiradores e comentaristas sempre o apoiaram. O resultado das eleições de 2018 e algumas manifestações acaloradas como: "será liberada a caça aos viados ", "a negrada vai morrer " , "essas vagabundas vão para a câmara de tortura " , "quero ver pobre beber mijo e comer fezes " é o quadro atual. Membros do partido laranjal do Bolsonero tem uma mente tacanha , violeta, genocida, racista, homofóbica, misógina, preconceituosa e eles endossaram e deram voz, apoio e respaldo a quem pensa e agora pode agir assim. Isso sempre aconteceu, mas agora qualquer pessoa pode virar alguma alvo, pois para o desgoverno atual pobre, negro e mulher é tudo igual ou seja, vagabundos que merecem morrer e com direito a comemorações e pisadas no cadáver. É lamentável ver quem também pode virar alvo de gente assim comemorar também, mas em um país onde as pessoas não leem, pesquisam, investigam seres como o cambalacheiro metido a filósofo são tratados com respeito, mas afinal um povo que ainda cai em golpe do bilhete premiado com tantos avisos dos meios de comunicação em massa isso é normal, lamentável, mas normal.
ResponderExcluirJunte-se a esse genocídio brasileiro o projeto do Sinistro Moro e mais os dois projetos de lei apresentados na Câmara por deputado do PSL e tem-se a valorização da carne negra.
ResponderExcluirDe presuntos serão alçados a "doadores compulsório de órgãos" se esses dois projetos DESUMANOS, CRIMINOSOS, INCONSTITUICIONAIS forem adiante. Abre-se a temporada oficial de caça à população negra e favelada para o fornecimento de órgãos para transplantes.
Ambos dão projetos de lei do deputado federal que rasgou a placa com o nome de Marielle Franco.
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1710238&filename=Tramitacao-PL+727/2019
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1710240&filename=Tramitacao-PL+729/2019
Esses dois projetos oficializam uma PENA DE MORTE no Brasil, sendo que a autoridade (policial, militar, guardas civis, etc.) são ao mesmo tempo juízes e algozes daqueles que supuserem ser "criminosos".
Resta saber se os racistas aceitarão órgãos de negros e se as classes A e B aceitarão órgãos de favelados. Tudo indica que nesse caso, não haverá preconceito.
Vejo tudo e não morro... impressionante!
Anônimos das 16:22 e 16:41
ResponderExcluirÉ patética a tentativa de banalizar a morte e uma pessoa. O fato de estar ou não roubando algo não justifica, de modo algum, a morte de alguém. Não há pena de morte legalizada no Brasil, ainda mais pena instantânea, no qual quem interpreta o suposto ato criminoso é também o verdugo.
Contem 1, 2, 3, esse é o tempo que um mata leão leva para tirar os sentidos de alguém que não tenha nenhuma técnica para se livrar do golpe, logo o segurança podia muito bem ter mudado de posição e de técnica de imobilização, uma que não ponha a vida ou a saúde do imobilizado em risco.
ResponderExcluirTanto o segurança quanto a equipe de seguranças fizeram tudo errado, no momento em que a equipe chegou deveriam ter feito a imobilização em grupo, de maneira que não machuque o imobilizado, mas como nada disso foi feito isso mostra o despreparo ou o descaso da equipe.
Lembre-se que no Brasil o assassino ė inocente até que a vítima prove o contrário "O princípio da presunção da inocência (ou princípio da não-culpabilidade, segundo parte da doutrina jurídica) é um princípio jurídico de ordem constitucional, aplicado ao direito penal, que estabelece o estado de inocência como regra em relação ao acusado da prática de infração penal". Então a família da vítima terá que conseguir provas para poder provar o assassinato do jovem.
Gente como esse segurança, os anons das 16:22 e das 16:41 (se não forem o mesmo merda tentando dar tapinha nas próprias costas) são o motivo de eu não doar sangue. É uma alegria imensa saber que o dia em que fizerem uma burrada e terminarem na ambulância, não terei sido eu quem salvou a vida desses lixos humanos só pra eles destruírem várias outras. Ou que foram pra vala porque me recusei a desperdiçar tempo e hemoglobina em merdas mal cagadas como eles.
ResponderExcluirSabendo, claro, que um dia VC poderá precisar de um transplante de sangue, e se todos pensarem como vc, sabemos como será seu fim.
ExcluirEstamos vendo a real face do Brasil. Um terço da população preferiu destilar seu ódio e encontrou reflexo no candidato que venceu. Outro terço, embora não gostasse dele, preferiu não fazer nada e ajudou a leva-los ao poder. O terço seguinte, embora não fosse na totalidade petista/esquerdista, achou mais sensato corrigir o erro com justiça. O discurso de ódio estava tão a flor da pele que igual panela com válvula entupida, explodiu. Todos pagaremos o preço. Evidentemente, alguns pagarão mais; negros, mulheres, lgbts, índios, etc. São apenas 45 dias e já temos tantas catástrofes. Se foi o direito a vida, a liberdade, se foi o salário, a aposentadoria, o PIS, verbas para pesquisas, Ciências sem fronteiras, Minha Casa Minha Vida... mas pelo menos podemos comprar armas, matar negros, mulheres, gays, índios e depois é só pedir desculpas ou pagar uma fiança irrisória que tá tudo bem. Esse é o Brasil que queremos? Esse é o Brasil que temos.
ResponderExcluirTava rezando.
ResponderExcluirLamentavelmente o jovem Pedro foi assassinado, sendo vitimado pelas hostes do ódio histórico-social nacional, destarte o ordenamento jurídico-consticional brasileiro protege o acusado, por meio do princípio da presunção de inocência.
ResponderExcluirNeste momento à família deve buscar auxílio jurídico objetivando a construção de um conjunto probatório sólido, capaz de dialogar com o direito penal, de modo absoluto e assertivo.
A sociedade contemporânea brasileira declarou uma guerra social aos seus algozes da violência urbana cotidiana,contudo essa guerra é cega, pois não será capaz de redefinir à sua raiz,na qual a desigualdade social culmina em violência.
Tem um cartoon que como mensagem política é boa, mas na realidade o segurança que empurra o carrinho deveria ser negro, seguindo o ocorrido, a vítima nem era pobre (morava na Barra, tinha um estúdio de som em casa) nem é excluído (tanto que estava indo para uma clínica particular).
ResponderExcluir14:14 e o que te faz pensar que eu me importo? Ter que existir no mesmo mundo que lixos humanos como você, seus coleguinhas e esse segurança é uma merda, e qualquer coisa que abrevie meu tempo aturando isso aqui é bem vinda.
ResponderExcluirPela leitura do texto dá a impressão de que o segurança simplesmente olhou o cara, não gostou dele e o matou por puro racismo. Nenhum detalhe sobre as circunstâncias, que claramente mostram que o segurança era um despreparado e ainda indicam que o cara era criminoso. Nada de enfiar política num casos desses.
ResponderExcluirBLH
Seria bom que nesse domingo de futebol os jogadores negros se manifestassem, ou se recusassem a jogar, que os artistas negros se manifestassem também, uma pena que não vau acontecer.
ResponderExcluirAlan Alriga, não é bem assim que funciona -> Lembre-se que no Brasil o assassino ė inocente até que a vítima prove o contrário "O princípio da presunção da inocência (ou princípio da não-culpabilidade, segundo parte da doutrina jurídica) é um princípio jurídico de ordem constitucional, aplicado ao direito penal, que estabelece o estado de inocência como regra em relação ao acusado da prática de infração penal". Então a família da vítima terá que conseguir provas para poder provar o assassinato do jovem.
ResponderExcluirQuem precisa angariar provas é o titular da ação penal, vulgo Ministério Público.
Quantas mais vidas serão ceifadas...!? É a banalização do mal.
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