Uma amiga me enviou este texto inspirado que a crítica de cinema Manohla Dargis publicou no New York Times no mês passado.
Eu pedi pro super prestativo Vinícius traduzir.
Um dos beijos mais arrebatadores do cinema está em Depois do Vendaval, um clássico de John Ford. Maureen O'Hara interpreta uma aldeã irlandesa que se apaixona pelo estrangeiro irlandês-americano interpretado por John Wayne. Eles se veem pela primeira vez quando ela está descalça tomando conta de carneiros e, inicialmente, eles trocam olhares penetrantes. Mas uma noite ele descobre que essa mulher voluntariosa entrou sorrateiramente em sua casa. Ela corre para a porta. Ele a puxa para ele. Eles brigam e, enquanto ele segura o braço direito dela atrás de suas costas, o esquerdo fica mole. Ele se inclina para beijá-la, envolvendo-a. É requintado; alguns podem chamar de meio estuprante.
Eu era uma garota impressionada pelo cinema, e aprendi muito assistindo, incluindo coisas sobre homens e mulheres que depois tive que desaprender ou aprender a ignorar. Aprendi que mulheres precisavam ser protegidas, controladas e deixadas em casa. Aprendi que homens lideravam, mulheres seguiam. E então, embora eu amasse Fred Astaire, eu apenas gostava de sua maior parceira de dança, Ginger Rogers. Ficava encantada com seu sorriso esperto e deslumbrada com a curva de sua cintura quando ela se inclinava em seu abraço. Mas eu a via como uma mulher nos braços do grande homem, uma mensagem que não aprendi apenas nos filmes.
No primeiro livro de cinema que tive, The Fred Astaire and Ginger Rogers Book, a crítica Arlene Croce escreveu sobre um número de Astaire-Rogers: “O modo como ela olha sem palavras para o homem maravilhoso com quem está dançando exalta ele, ela, e tudo o que acabamos de ver.” Croce me prometeu: “Apenas nos musicais de Astaire sonhamos assim.” A metáfora do sonho é sedutora, a menos que você se lembre do que costumam dizer às mulheres para sonhar. Na esteira de Harvey Weinstein e do #MeToo, tenho pensado muito sobre o que os filmes me pediram para sonhar, incluindo a imagem do beijo forçado e tudo o que isso significa sobre mulheres e filmes. Estive pensando sobre o que mais aprendi com eles.
Isso me leva a Mae West, cuja voz eu poderia imitar razoavelmente quando tinha 10 anos. Eu não entendia seus duplos sentidos e era jovem demais para entender o estilo camp. Para mim, West era linda, engraçada, desbocada e generosamente cheinha (que eu entendo como gorda, como eu). Ela tinha as melhores falas e a adoração de Cary Grant, e sua impertinência e seu jeito relaxado de andar compeliam todos a seguirem seu comando. Só quando adulta aprendi que ela havia negociado um grande controle criativo em seus filmes e que sua representação da sexualidade feminina fazia dela um alvo, inclusive dos censores de Hollywood. Isso colocou sua petulância em perspectiva; também parecia uma reivindicação de uma garota desbocada.
Filmes nos ensinam todo tipo de coisas: como aspirar a algo, com quem fantasiar (todos os príncipes virão), como fumar, se vestir, entrar em um quarto (sempre como Bette Davis). Eles nos ensinam a quem e como amar, bem como a necessidade ostensiva de sacrificar o amor junto com carreiras. Eles também nos ensinam que tomar banho, ser babá, estar em estacionamentos subterrâneos ou simplesmente ser mulher pode te matar. Não há uma relação causal entre o comportamento do espectador e a tela. Não tem que haver. Porque os filmes entram em nossos corpos, fazendo-nos uivar e chorar, enquanto seus padrões visuais e narrativos, suas ideias e ideologias deixam sua marca.
Lição 1: Mulheres estão lá para serem beijadas
A relação entre mulheres e cinema sempre foi particularmente tensa e não apenas porque muitas vezes envolve o que se chama de olhar masculino. No início, mulheres ajudaram a fazer filmes americanos enquanto cineastas, artistas e consumidoras. No entanto, quando os filmes passaram a ser falados, as mulheres foram largamente retiradas da direção. Hollywood continuava produzindo fantasias, mas as mulheres espirituosas dos primórdios do cinema, que haviam sido heroínas de suas histórias, foram substituídas por tipos femininos mais domesticados e familiares. Durante grande parte da era clássica, os filmes impulsionaram o romance como a aspiração feminina, com histórias seladas com um beijo de felizes para sempre.
Há muitos sabores de beijos cinematográficos: sedutor, casto, dramático, divertido, erótico, paterno. Alguns são mútuos, outros nem tanto. O beijo forçado de Depois do Vendaval foi muito popular nos filmes de Hollywood até muito recentemente. A maioria dos beijos forçados transmite uma relação eroticamente carregada, no limite ou abruptamente violenta entre uma mulher e um homem, que rondam um ao outro de forma divertida, cautelosa ou sarcástica antes de entrarem em um abraço íntimo. E embora às vezes um beijo seja apenas um beijo intenso e uma deixa para o fade-out, outras vezes também evoca a violência sexualizada e o estupro que os censores do Código de Produção policiavam desde os anos 1930 até os anos 1960.
O beijo forçado pode ter nuances; depende muito do filme e de seu ponto de vista, do que te empolga em termos de Cinema e de outras formas. Em Anjo do Mal, de Samuel Fuller, o batedor de carteiras interpretado por Richard Widmark bate com tanta força no rosto da intrusa interpretada por Jean Peters que a deixa desacordada. Ele não sabe em quem bateu porque as luzes estão apagadas. Pouco depois, os dois estão esquentando as coisas em uma névoa de violência erótica. Em Blade Runner, o policial de Harrison Ford persegue a replicante interpretada por Sean Young, fecha bruscamente a porta que ela abre, agarra-a e a empurra contra uma janela. Ele ordena que ela o beije, e ela obedece. Em Presente de Grego, a ex-profissional da cidade grande dos anos 1980 interpretada por Diane Keaton repreende o veterinário local de Sam Shepard, que então a beija enquanto a prensa contra seu carro.
O beijo forçado sugere uma visão de mundo que não é mais inteiramente ou pelo menos impensadamente permissível, dadas as leis sobre consentimento e iniciativas contemporâneas como a "sim significa sim". E é só por causa do #MeToo que tenho encarado como beijos forçados têm sido comuns e como muitas vezes não dei à maioria deles um segundo pensamento. Agora eles pulam em mim, lembrando-me que a violência sexualizada e sua ameaça têm sido lindamente conduzidas, e é uma maneira pela qual os filmes dão significado a relações entre homens e mulheres. Isso não me levou a rejeitar certos filmes e cineastas. Policiar o desejo não é do meu interesse. Entender o filme é.
Lição 2: Mulheres precisam levar umas palmadas
Nos filmes, a dominação masculina às vezes inclui punição que é concebida como divertida. Em O Regresso Daquele Homem, Nick Charles bate em sua esposa, Nora, com um jornal e ela brinca sobre surras em mulheres. John Wayne bate em Elizabeth Allen em O Aventureiro do Pacífico e em Maureen O'Hara em Quando um Homem É Homem!. Um de seus roteiristas disse uma vez: “Tudo o que você precisa ter em um filme de John Wayne é uma dama com seios grandes que o Duke possa lançar por cima dos joelhos e dar uma surra”. Em Feitiço Havaiano, Elvis salva uma potencial suicida, em quem ele então bate vigorosamente. Depois eles comem juntos alegremente com ela sentada em travesseiros, presumivelmente porque sua parte traseira estava dolorida.
Na franquia Cinquenta Tons de Cinza, a dominação sexual foi mercantilizada e uma masmorra estilizada é meramente parte da aspiração a um estilo de vida para heterossexuais aborrecidos e entediantes. Fetiches à parte, os filmes falam de uma ambivalência sobre o poder, mulheres e homens, evidentemente tanto nas histórias femininas quanto nas masculinas, e que também dominam as bilheterias. Isso pode ser mais fácil de tolerar se menos filmes prenderem mulheres na mesma caixa de gênero, como a mulher que espera. Como a mulher de Odisseu, Penélope, que fica em casa enquanto ele parte para sua aventura. Em No Coração do Mar, Charlotte Riley pede para Chris Hemsworth prometer que ele vai "voltar" para ela. Ele volta, infelizmente.
Lição 3: Mulheres vivem para apoiar homens
Em No Coração do Mar, Riley interpreta tanto a esposa que espera quanto outro estereótipo ingrato: a esposa do tipo líder de torcida que aponta a boa-fé heterossexual do herói e oferece apoio. “Se você não falar por eles, quem falará?”, a esposa interpretada por Gugu Mbatha-Raw pergunta a seu marido patologista (Will Smith) em Um Homem Entre Gigantes. Ele está próximo da grandeza e ela existe para ajudá-lo a alcançá-la. Outros cineastas tentam expandir o papel de esposa, como Damien Chazelle no filme biográfico de Neil Armstrong, O Primeiro Homem. Mas enquanto ele dá tempo de tela à esposa interpretada por Claire Foy, Janet, é o marido dela (Ryan Gosling) quem voa para a lua, e Chazelle nunca consegue tornar essas duas realidades iguais.
Ele tenta, principalmente através da morte de uma criança que humaniza Neil. Mas, prolongando-se no impacto do luto em Neil, Chazelle deixa de lado Janet e seu papel na vida emocional e psicológica de seu marido. No final, a morte da criança se confunde com todas as outras mortes na vida de Neil -- todas perdas suas --, o que desloca O Primeiro Homem para um terreno familiar à medida que se torna outra história de sacrifício masculino, triunfo e redenção. Como muitos cineastas, Chazelle tropeça na esfera doméstica aqui. Ele falha em mostrar o que a viagem heroica significa para os homens que partem e para as mulheres e crianças que ficam para trás, uma divisão que James Gray explora radicalmente em Z: A Cidade Perdida.
Lição 4: Mulheres podem transcender estereótipos
É claro que, se os filmes fossem todos ruins, nós não os amaríamos; eu não poderia amá-los. Um de seus milagres é que, apesar de tudo, eles nos trazem personagens femininas sublimes que superam frequentes estereótipos degradantes e generosos castigos abusivos. Essa ambivalência preenche o arranca-lágrimas de 1937 Stella Dallas, Mãe Redentora, no qual a personagem boa-vida de Barbara Stanwyck sofre por ser quem é. Mas Stella é indomável, como muitas personagens femininas memoráveis, e sua força de vontade a conecta com heroínas posteriores como Ripley, da franquia Alien. A performance de Stanwyck, junto com seu carisma radiante e sua humanidade, carrega uma plenitude de vida feminina que muitos filmes tentaram –- e ainda tentam -– negar.
Há alguns anos reli o livro de 1974 de Molly Haskell, From Reverence to Rape: The Treatment of Women in the Movies, que continua um relevante guia de como as mulheres podem amar filmes sem renunciar às suas políticas ou ao seu amor-próprio. Haskell observou que, embora a indústria dominada pelos homens fizesse sua parte para manter mulheres em seu lugar, escritoras e editoras continuaram a moldar o cinema, assim como as estrelas femininas. Essas “deusas do amor, mães, mártires” incorporavam estereótipos que às vezes também transcendiam. Eu já havia aprendido essa lição assistindo aos filmes, os quais amava apaixonadamente, passei a odiar, e tive que aprender a amar de novo.
Lição 5: Mulheres podem ser heróis
Quando eu era criança, esse amor era incondicional. Assisti a tudo, frequentemente sozinha nos cinemas. (Na década de 1970, meus pais que eram da época pré-helicóptero não monitoravam minhas idas ao cinema). Na época, como hoje, muito do que eu assistia eram filmes sobre homens. Mas sempre vi as mulheres, as engraçadas e as tristes, as fracas e as fortes, as que sobreviviam no final e as que não. Adorei performances como a de Cicely Tyson em Lágrimas de Esperança, um favorito de infância, e Shelley Winters em O Destino de Poseidon, personagens radicalmente diferentes que permaneceram comigo por serem fortes, mas também porque elas eram fortes de formas humanamente reconhecíveis. Elas soavam reais para mim, como pessoas, não como decoração.
O feminismo complicou meu amor pelo cinema e eventualmente o enriqueceu. Primeiro, tive dificuldades em lidar com ortodoxias teóricas, incluindo aquelas em relação a prazer visual e mulheres existindo nos filmes apenas para serem olhadas por homens. Uma vida assistindo filmes –- e as mulheres neles -– me disse o contrário. Assim como descobrir diretoras como Claire Denis (Chocolate), Julie Dash (Daughters of the Dust) e Kathryn Bigelow (Jogo Perverso), que ofereceram novas visões do que uma mulher poderia fazer e ser em tela. Um prazer contido em suas obras não é que as histórias sejam apenas dirigidas por mulheres, mas que as mulheres podem ser heróis arquetípicos, um papel que hoje ainda é majoritariamente interpretado por homens.
Essa foi uma lição que aprendi através de outros favoritos, como Thelma e Louise, embora é sabido que as coisas não tenham terminado bem para elas. Prefiro focar em tudo o que acontece antes delas dirigirem para o além, em toda a loucura e diversão. Bette Davis lamentou o final de alguns de seus filmes. “Os chefes dos estúdios mudavam os finais após o filme estar concluído com a mesma frequência que mudavam os títulos –- ambas coisas prejudiciais para o nosso trabalho no filme.” Ela estava certa, mas poucos finais hollywoodianos podem apagar os 85 ou mais minutos transportadores e libertadores que vêm antes, quando estrelas como Davis e West, assim como personagens como Thelma e Louise, detêm seus filmes -– ou os compartilham como Ginger Rogers.
Isso não será surpresa nenhuma para quem me conhece (ou me lê), mas eu tenho uma queda por mulheres difíceis, a quem sinto atração na vida e nas telas. Tenho um fraco em particular pelos tipos perigosos, às vezes descontrolados de femme fatales de filmes noir como Mortalmente Perigosa e Fuga ao Passado. Invariavelmente mulheres assim são postas em seus lugares (e em caixões). Ainda assim, muitos filmes apresentam uma visão de poder feminino, embora sexualizado e patológico. A história está dizendo algo, embora às vezes apenas sutilmente. As artistas e personagens magnéticas transmitem o medo primordial das mulheres (o desejo, também), mas com visões de desobediência feminina e uma força vital que censor nenhum poderia eliminar.
Isso me traz de volta a Depois do Vendaval. Talvez pareça absurdo, mas eu o adoro profundamente apesar de seu sexismo e de tudo o que depois aprendi sobre o comportamento abusivo de John Ford sobre Maureen O'Hara. Como seu diretor, Ford foi áspero com O'Hara, mas ela transmite uma auto determinação que ultrapassa e muito o conceito de soberania feminina do filme. Como atriz, ela não pode consertar tudo, incluindo a sugestão de que relações sexuais são uma disputa por poder. Mas a simpática imagem de resolução de O'Hara –- sua determinação palpável -– é uma visão de atenuada libertação feminina, que é o que dá ao filme seu verdadeiro brilho de realismo.
Isso me traz de volta a Depois do Vendaval. Talvez pareça absurdo, mas eu o adoro profundamente apesar de seu sexismo e de tudo o que depois aprendi sobre o comportamento abusivo de John Ford sobre Maureen O'Hara. Como seu diretor, Ford foi áspero com O'Hara, mas ela transmite uma auto determinação que ultrapassa e muito o conceito de soberania feminina do filme. Como atriz, ela não pode consertar tudo, incluindo a sugestão de que relações sexuais são uma disputa por poder. Mas a simpática imagem de resolução de O'Hara –- sua determinação palpável -– é uma visão de atenuada libertação feminina, que é o que dá ao filme seu verdadeiro brilho de realismo.
Lição 7: Mulheres podem ser cúmplices
Mulheres no cinema frequentemente são maiores e mais complexas que suas histórias. Em E o Vento Levou, um filme com vários beijos forçados, a Scarlett de Vivien Leigh sofre, mas sua dor é destinada a parecer mais profunda -– e ajuda a obscurecer –- as agonias suportadas pelos personagens escravizados, incluindo a Mammy de Hattie McDaniel. De muitas formas, Scarlett é a antítese do tipo de mulher sofrida que os filmes ainda adoram, mas seu triunfo só é possível por conta do racismo, o que há muito tem sido a história fora das telas de mulheres brancas em Hollywood. Outra lição dolorosa que os filmes me ensinaram é que só porque uma mulher é vítima não significa que ela não seja culpável.
Levei anos para entender como eu poderia fazer mais do que tentar ignorar, desprezar ou simplesmente ralhar sobre sexismo e racismo nas telas, e todos os inúmeros ultrajes que estavam -- estão –- sempre lá. Aprendi a encontrar prazer apesar desses paradoxos -– e às vezes neles -–, a ver além das dualidades deusa-vagabunda, e às vezes a amar tanto as bobinhas de sorrisos fúteis quanto as rabugentas devoradoras de homens. Eu poderia ignorar a feiura dos filmes, deixar de lado as partes ruins ou assisti-los seletivamente. Em vez disso, aceitei que filmes são uma forma das pessoas darem um significado confuso à vida, e a maior coisa que eu poderia aprender com eles é me recusar a deixar que eles ou meus igualmente confusos prazeres fiquem livres de responsabilidades.
Eis o que mais os filmes me ensinaram: eles raramente acertam com as mulheres. Beijos forçados e (a maioria das) palmadas não são mais distribuídos livre e despreocupadamente, mas a dinâmica de poder que eles representam permanece. Em vez de heróis masculinos solitários, nós às vezes recebemos caricaturas de empoderamento feminino, com aspirantes a princesas e guerreiras unidimensionais brandindo as mesmas e velhas armas e poses. Às vezes essas mulheres têm aventuras; outras vezes, elas se assemelham à esposa do cinema clássico que está lá sobretudo para apoiar o homem, exceto que agora ela está usando spandex em vez de avental. Seu status de segunda categoria diz muito sobre o que há de errado com os filmes, sim, mas a culpa dificilmente é apenas dos filmes.
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Perguntamos às leitoras o que a telona as ensinou sobre ser mulher. Eis o que elas aprenderam...
"Tudo bem se você é mulher e se manifesta firmemente. Não há necessidade de se sentir pequena, pouco importante ou incapaz só porque outras pessoas em sua vida a fazem se sentir assim." Cleo Papadopoulos, Nova Iorque
"Garotas boazinhas são chatas. Garotas ousadas têm o poder." Erin Courtenay, Madison
"Mulheres –- mesmo mulheres jovens –- podem ser líderes. A Princesa Leia era fodona. Praticamente tudo o que ela faz no filme poderia ser realizado por um homem." Jan Combopiano, Brooklyn
"Mulheres podem ser corajosas mesmo quando assustadas." Susan Davis, Forth Smith
"Me ensinou que uma sociedade dominantemente branca enxerga mulheres negras essencialmente como cuidadoras, em todos os sentidos." Donna Bailey, Nova Iorque
Alien, O Oitavo Passageiro (1979)
"Nunca tinha visto uma mulher sendo tão destemida e poderosa. Toda vez que me encontro em uma situação estressante, realmente penso: como Ripley lidaria com isso?" Gabrielle Zucker, São Francisco
"O que eu guardei foi como ela abraça sua feminilidade e usa isso como seu poder, sem ter que, literalmente, fingir ser um homem.” Shalini Chudasama, Atlanta
"Mulheres dão boas parceiras se forem ‘atraentes’ do jeito convencional. Enquanto uma garota adolescente, isso realmente entrou na minha cabeça." Sara Sousa, Portugal
"Molly Ringwald não teve que mudar para se tornar digna de um menino -– ele teve que mudar para terminar junto do herói (ela). Sempre me perguntei o que ela viu em Andrew McCarthy.” Heidi Mueller, Chicago
“Odiava meu corpo aos 12 anos. Ver em cena alguém que se parecia comigo, amando a si mesma em sua própria pele, foi um modelo.” Carolina Kammel, Durham
“A violoncelista independente de Sigourney Weaver me ensinou que havia um futuro que não envolvia necessariamente casamento e filhos.” Clem Bastow, Melbourne
“[Ensinou] que eu poderia ser uma astrônoma incrível, e que a ciência também é feita por/para mulheres.” Rosana Hinojosa, via Instagram
“Não deixe que sua carreira incomode seu homem. Ele irá deixar você.” J. Borg, Nova Jersey
“Para ter sucesso em sua carreira, você precisa ser malvada. E se você for malvada, então você não pode ficar com o cara.” Vaishnavi Vaidya, Filadélfia
“[Ensinaram] que sua vida acaba quando você se casa.” Jennifer Hamlin, via Instagram
“As mulheres que não se comportam modestamente merecem o ridículo, o desrespeito e ‘o que quer que lhes aconteça’, o que na maioria dos casos é ser a primeira a morrer". Melanie Rogers, Australia
É certo que se os homens comandavam o cenário cultural de uma época eles só fariam filmes beneficiando seus interesses, interesses que incluíam uma passividade feminina.
ResponderExcluirBasta ver nas novelas de hoje, o assunto mais copiado e reencenado com os mais diferentes casais sempre inclui: a mocinha correndo atrás de um homem e a. Vilã, que é inimiga da outra mulher. Veja que os autores nunca cansam desse assunto.
Mas hoje as moças já começaram a perceber essa manipulação e rejeitar esses produtos culturais, vamos aos poucos evoluindo
O problema todo se resume a uma questão tóxica para as mulheres.
ResponderExcluirA heterossexualidade.
Qual a dificuldade que vocês tem em entender que uma obra cinematográfica ou televisiva, em alguns casos retratam o cotidiano? Nas novelas ainda se mostra o comportamento feminino da forma que ele se apresenta mesmo. A hipocrisia feminina se mostra inclusive nas questões de comportamento sexual. Nesta semana li uma reportagem sobre uma ex modelo, que quando tinha 16 anos, ao ver o cineasta Woody Allen em um restaurante, dirigiu-se até sua mesa e lhe disse: "Você já assinou autógrafos demais, então aqui está o meu". O que se pode concluir é que, em casos de assédio por exemplo, se o cara for ricaço, famoso ou bonitão, as chances de se se safar de uma denúncia de assédio é bem grande, a menos que a "vítima" encontre nisso uma forma de ganhar algo.
ResponderExcluirAs mulheres são tão mesquinhas quanto homens, é a realidade. O cinema e a Televisão apenas retratam isso!
Até hoje há filmes que naturalizam abusos contra mulheres.Tem um filme na Netflix, lançado esse ano, que se chama A Barraca do Beijo. No filme, a garota está atrasada para o colégio e acaba vestindo uma saia que ela usava há alguns anos atrás, mas que agora está muito curta. Quando ela entra no colégio, todos os garotos ficam olhando para a saia dela, rindo e comentando entre eles. A garota fica visivelmente constrangida e tenta puxar a saia para baixo enquanto andava. Até que um garoto bate na bunda dela, e rindo como se não tivesse feito nada demais. O garoto que a acompanhava parte pra cima dele e os três vão para a detenção. Os dois por terem brigado e ela por estar de saia curta.
ResponderExcluirMas o pior ainda estava por vir. O garoto que bateu na bunda dela a convida para sair E ELA ACEITA!!!
O garoto acaba faltando ao encontro e ela fica esperando sozinha. No dia seguinte ela pergunta a ele o que aconteceu e ele diz que Noah (o cara que tinha dado uma surra nele) proibiu todos os garotos do colégio de paquerarem ela. O cara ainda diz a ela que não existem peitos que compensem levar uma surra.
O filme ainda tem várias cenas que se assemelham a um relacionamento abusivo.
o cara que perseguia Lola foi preso:
ResponderExcluirhttps://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2018/12/19/homem-e-condenado-a-41-anos-de-prisao-por-crimes-como-racismo-terrorismo-e-divulgacao-de-pedofilia-na-internet.ghtml
Noooooosssssaaaaaaaaa! Que novidade heim? Que rápida que vc é! Quase passa 2018 e se vc não fala ninguém saberia! Parabéns!
ExcluirPreso Marcelo já tinha sido no dia 10 de maio de 2018, James. Mas agora saiu a condenação dele: 41 anos de prisão! Estou muito feliz e falei um pouquinho sobre isso no meu Twitter. Mas agora estou de férias em Buenos Aires. Quando eu voltar, no Natal, escreverei sobre esta grande vitória!
ResponderExcluirSim 19:49. A mídia não tem mesmo NENHUMA influência no comportamento social das pessoas.
ResponderExcluirAhan, agora senta lá Claudia.
Lola que notícia ótima!Realmente uma grande vitória!!
ResponderExcluirBoas férias!!
Lola está esquecendo duas cenas detestáveis de machistas de "E o Vento Levou":
ResponderExcluir1) Qdo o personagem de Clark Gable estupra a própria esposa Scarlett e na manhã seguinte aparece ela super feliz acordando. Pau no c# se eu vou ficar feliz transando com um homem que me agrida e me espanque na cama
2) Qdo Scarlett foi pega beijando aquele rapaz que ela gostava , o ato foi errado, mas o rapaz não foi julgado, inclusive fizeram uma festa para ele, ela foi julgada sozinha. Ela foi vagal beijando outro cara mas ele também foi e ele foi ovacionado. Pau no c# .
Fui eu Hamanndah que publiquei acima mas não consegui colocar o nome
ResponderExcluirPrimeiro quero dizer como fiquei feliz com a condenação do Marcelo, o cara mais asqueroso que eu já tive notícia, tomara que mofe na prisão, acho que tinha que ser perpétua, ele é claramente irrecuperável.
ResponderExcluirTem dois filmes mais recentes da Júlia Roberts, "O casamento do meu melhor amigo" e "Lado a lado" que são dose tb, embora ela já tenha feito bons filmes que exaltam a mulher, esses outros dois que eu citei são bem ruins. No casamento do amigo, ela fica sabendo que ele vai casar e ela é convidada para a festa. Ela é uma jornalista de sucesso que nunca formalizou a relação. Aí o cara vai e acha uma moça milionária, mais jovem e que desiste de trabalhar e até da faculdade só pra poder ficar ao lado dele. Sério, é vomitante, o sonho mesmo desses mascus babacas. Vejam como os roteiristas sempre revelam os sonhos mais íntimos dos machistas de plantão. Só rindo desse filme.
O Lado a lado a mulher mais velha da qual o cara se separou, a Susan Sarandon ,está morrendo de câncer, e adivinhem quem está de babá e motorista dos filhos do cara? Não é ele, é claro, o pai não pode, não tem tempo pra nada, é a Júlia Roberts, e o filme fica focando na rixa entre as duas enquanto o cara é super zen, pairando acima dessa situação. É dose viu, a doutrinação das mulheres através do cinema sempre ocorreu
É por isso que eu amo aliens, zumbis e monstros. Quando o mundo está acabando, é cada um por si e todo mundo luta pra sobreviver independente de qual genital está guardado nas calças. Qualquer diretor que tente fazer um filme apocalíptico com donzelas em perigo que só sabem desmaiar e gritar nunca mais trabalha e é ridicularizado pra sempre. Além do mais são nesses filmes que estão os melhores exemplos femininos, como Ripley, Mako Mori e Michonne. E fodam-se de verde e amarelo as comédias românticas.
ResponderExcluirNão, 19:49. O cinema e a televisão, especialmente os brasileiros, mostram como as mulheres são mesquinhas e vingativas enquanto os homens que fazem a mesma coisa são apenas heróis abnegados (quando querem vingança por qualquer besteira) ou espertos (quando dão o golpe do baú, ou mentem pra levar uma mulher pra cama, ou convencem a vítima de que ela gosta dele). Tapar os ouvidos e fechar os olhos pra não ver/ouvir/ambos o mundo real não faz com que a realidade se altere.
Aaaah... A manic Pixie dream girl, a evolução alternativa e bonitinha da femme fatale, onde só serve pra dar uma lida na vida do protagonista bundão
ResponderExcluirUm jeito*
Excluir'a doutrinação das mulheres através do cinema sempre ocorreu'
ResponderExcluirNa Grécia Antiga, então, nem se fala.
Os filmes de Hollywood não são lá os meus preferidos, prefiro o cinema europeu. A América Latina está produzindo um cinema de ótima qualidade também. Quando penso em personagens femininas, sempre me vem à mente a personagem de Louise Brooks em O Diário de uma Garota Perdida (1929), da qual gosto muito. Penso também em Camille Claudel, interpretada por Isabelle Adjani, que foi uma mulher muito corajosa e que sofreu muito por isso.
ResponderExcluirLola que escreve faltou a Lola que corre!
ResponderExcluirE a Dorothy? Uma das maiores feministas dos livros e cinema?
Inclusive Lolinha, na vida real A Bruxa Má do Oeste Margareth Hamilton era a unica amiga verdadeira da Judy Garland no pavoroso set de filmagem.