Várias pessoas têm me pedido para falar do médium João de Deus, acusado de abusar sexualmente de mais de 300 mulheres. Vou falar, mas vai ser um post curtinho, já que estou sem tempo e cansada, contando os dias pra entrar de férias (a partir de domingo, ueba!).
Oprah e John of God |
Bom, pessoas queridas, vocês provavelmente sabem mais sobre esse médium do que eu sei, até porque eu mal havia registrado sua existência antes dessas denúncias todas. Pelo pouco que li, João é especialista em "curas espirituais" (assunto sobre o qual sei absolutamente nada), tratou milhares de pessoas, inclusive celebridades como Oprah Winfrey, Lula, Bill Clinton e Xuxa, e transformou a cidadezinha de Abadiânia, em Goiás num destino turístico religioso.
E, nas últimas semanas, foi acusado por três centenas de mulheres de todo o país de abusar delas sexualmente. Algumas relatam que foram abusadas por João quando eram crianças e adolescentes. Uma das filhas de João tem um processo contra ele que corre em segredo de justiça, em que ela o acusa de estupro. Mas agora, com as denúncias, ela nega que tenha sido estuprada. Enquanto isso, uma das vítimas define assim o procedimento do médium: "abuso disfarçado de cura".
Ou seja, eu sei mais sobre as denúncias do que sobre o ofício exercido pelo médium. Lembrem-se das minhas "limitações": eu sou ateia, cética, materialista, nada espiritual, e, sinceramente, sem grande vontade de acompanhar as diversas fés e crenças que as pessoas têm (a menos quando essas crenças invadem o espaço de outras pessoas, tipo, sei lá, quando a bíblia diz que homossexualidade é pecado e por conta disso milhões de gays e lésbicas são discriminados e perseguidos no mundo, ou quando uma interpretação racista da maldição de Noé sobre seu neto é usada como justificativa da escravidão dos negros durante séculos).
Ou melhor: acredito na palavra das mulheres. Se uma mulher (ou criança, ou homem) diz que foi violentada, ela deve ser ouvida.
Não que a palavra da vítima esteja acima da lei. Sempre deve haver uma investigação e depois um julgamento. Mas vivemos numa sociedade em que grande parte das vítimas não denuncia, e, quando denuncia, são elas que são julgadas, não seus possíveis algozes. As mulheres são automaticamente vistas como mentirosas. Então eu parto do princípio oposto: em vez de sair por aí duvidando da palavra de uma mulher, prefiro acreditar nela.
E quando são tantas as mulheres que acusam, como neste caso do João de Deus, é muito, muito provável que seja verdade. Minha sororidade a essas corajosas mulheres que estão denunciando. Espero que o médium de Goiás seja investigado, julgado, condenado e preso.
Este não é um post sobre se João é um charlatão impostor ou sobre se curas mediúnicas existem. Óbvio que existem, já que muita gente já se disse curada por elas. Eu acredito que a pessoa acredita. Mas há chances enormes de que, por mais que João tenha curado gente (através da fé, do efeito placebo, do poder da sugestão, ou de a pessoa que se curou ter continuado com o tratamento médico convencional), ele também tenha abusado de meninas e mulheres. E isso é seríssimo.
Eu ouvi o vídeo do Pirula sobre o caso e concordo com basicamente tudo, principalmente quando ele diz que há abusos sexuais em tudo que é religião (portanto, não se deve atacar o espiritismo por causa do João de Deus).
Se eu tenho apreço pelo espiritismo ou por qualquer outra doutrina religiosa? De jeito nenhum. Mas não é esta a discussão. É sobre violência sexual.
23 comentários:
Não acredito. Acho que essas mulheres estão querendo ficar famosas e conhecidas. Marketing pessoal. Estão indo na onda acusatória.
É bom lembrar do papel da mídia que durante décadas deu espaço pra esse tipo de charlatão.
Ficaria surpresa é se houvesse uma religião em que não ocorressem abusos. Ainda bem que apesar de toda a campanha contra as vítimas não estão aceitando o silêncio e denunciando seus abusadores. Cadeia pra esses canalhas.
20:15 apenas morra, seu estorvo de merda.
Prove que ele é charlatão.
Vcs não sabem com quem estão mexendo.
A ira divina e espiritual recairá sobre os pecadores.
Titia, paz e bem.
Se você acha que não existe religiões sem abusos, sugiro esquecer essas filosofias abraonicas ocidentes e conhecer as religiões não-cristãs como o budismo, o taoismo etc. Vai se surpreender, e pode pesquisar, duvido que vá encontrar alguma denúncia de abuso ou pedofilia nessas religiões.
É por 'ser' como o anônimo das 20:15 que as mulheres não denunciava.
Ele não é espírita. O espiritismo não permite este tipo de cirurgia (não é permitido o toque). Nem todo médium é espírita.
10:09, ui que meda!!
Budismo eh outro cancer, se vc nao for rico, eh castrado moralmente, outra alienaçao q pode ate t levar ao suicidio facilmente, as pessoas sao muito trouxas acreditando nessas coisas.
Ah vai rogar praga pra tua mãe
Essa mulher é fantástica! Muito orgulho de você Lola!
Realmente foi um absurdo isso, ele deve pagar por tudo o que fez!
Inclusive vc né, sem vergonha
Coloque a opção para pesquisar temas !!!!!!!
Lola, meio offtopic mas por favor fale sobre os ""nacionalistas"" brasileiros
Odeiam carnaval
Odeiam samba
Odeiam mbp
São indiferentes a mulheres "mulates" e endeusam mulheres brancas
Xingam nordestinos
...
Parece que se dizem nacionalistas só pra não se assumir fascista.
# Lola fora do meu pais ,volte para a Argentina
Como assim, se vc não é rico é castrado moralmente no budismo? É uma religião sobre meditação, autoconhecimento e respeitar diversas formas de vida, não tem nada a ver com bem material.
Sobre a riqueza:
Home payutto
payutto
O Papel da Riqueza no Buddhismo
10/12/20131916 2
Phra Payutto
~ por Ven. Ajahn Payutto ~
Embora o Buddhismo seja caracterizado como uma religião ascética, na verdade o ascetismo foi vivenciado pelo Buddha e rejeitado por ele antes de alcançar a iluminação. Do ponto de vista do Buddhismo, o significado da palavra “ascetismo” é ambíguo e não deveria ser usado sem qualificação.
O termo “pobreza” também é capcioso. Os conceitos buddhistas conhecidos estão mais para contentamento (santutthi) ou desejos limitados (appicchata). Pobreza (dadiddiya) não é elogiada ou encorajada no Buddhismo. Como o Buddha disse: “Para chefes de família neste mundo, pobreza é sofrimento” [A.III.350]; “Pobreza e dívida são lamentáveis no mundo” [A.III.352].
Na verdade, a posse de riquezas por certas pessoas é frequentemente elogiada e incentivada no Cânone Pāli, indicando que a riqueza é algo a ser procurado. Dentre os discípulos laicos do Buddha, os mais conhecidos, os mais úteis e os mais frequentemente elogiados eram, em grande parte, pessoas ricas, como Anathapindika.
Mesmo para os monges, dos quais não se espera que busquem riqueza, ser frequentemente destinatário de ofertas era algo considerado como de grande qualidade. O monge Sivali, por exemplo, foi elogiado pelo Buddha como o mais importante daqueles “que são captadores de oferendas”. No entanto, essas observações devem ser qualificadas.
O tema principal das Escrituras é que não é a riqueza, como tal, que é elogiada ou criticada, mas a forma como é adquirida e utilizada. Para os monges, como dito acima, não é a aquisição, como tal, que é criticada, nem a pobreza que é elogiada. Qualidades condenáveis são a sede de ganhos, avareza, apego, o agarrar, apego ao ganho e a acumulação de riqueza. Aquisição é aceitável caso seja um auxílio para a prática do nobre caminho ou se beneficia membros da Ordem.
Sao 300 mulheres incluindo a própria filha dp cara e algumas são ate celebridades. Tem certeza do que você acabou de dizer?
Muito provavelmente ele cometeu a maioria dos crimes de que é acusado. Só acho que demoraram demais para denunciar, algumas teriam sido abusadas décadas atrás, por que esperar só agora pra denunciar? E só quando ele ganha essa notoriedade negativa?
Se é pra denunciar, denuncie logo depois do ocorrido. Nada justifica a inércia; os crimes prescrevem, torna-se impossível a prova técnica, etc
BLH
Anonimo das 10:52
É muita ingenuidade achar que em certas religioes, como o budismo, não existem abusos… Onde existe relacao de poder existe abuso, é da natureza humana. Ainda mais no meio religioso em que a fé no líder espiritual na maioria das vezes é cega.
Além de ingenuo vc está desatualizado. Recentemente saíram diversas matérias sobre vítimas de abusos sexuais praticados por mestres budistas tibetanos, monges e leigos: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/13/internacional/1536825301_647257.html
Fica difícil provar, pois muitos deles já prescreveram por terem sido a várias décadas atrás. Nas mais recentes também não é possível, por não sequer foi feito corpo de delito. E também é possível que uma pessoa que não foi vítima seja induzida a acreditar que foi abusada mesmo que não tenha sido, afinal 'ele abusou várias'. Mais fácil prender ele por porte ilegal de armas ou mesmo por tentar desviar grandes quantias de dinheiro ilegalmente.
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