segunda-feira, 6 de agosto de 2018

#NEMPRESANEMMORTA: A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO É PELA VIDA DAS MULHERES

Na última sexta-feira, 3 de agosto, eu acompanhei quase todas as exposições contra e a favor da descriminalização do aborto na ADPF 442. 
Pra quem ainda não sabe, a ADPF 442 é uma ação pela vida das mulheres que foi protocolada pelo Psol no ano passado no STF. Pede que o aborto até 12 semanas de gestação deixe de ser crime. A Constituição de 1988 garante às mulheres o direito à liberdade, à dignidade, ao planejamento familiar, à cidadania -- tudo isso é negado pela criminalização do aborto. É o código penal de 1940, ultrapassado, que nega esses direitos às mulheres.
Como o tema do aborto está cercado de tabus, silenciamentos e hipocrisia, foi uma experiência incrível ver tanta gente qualificada expondo seus pontos de vista ao STF. E hoje essas verdadeiras aulas continuam o dia todo. Você pode acompanhar pela TV Justiça. 
Manifeste-se no Twitter com a tag #NemPresaNemMorta e #LegalizeOAborto. Na sexta a tag #AbortoÉCrime nos passou nos TT com uma legião de robôs. Vamos subir e manter uma tag com histórias e opiniões de verdade -- a nossa (ou seja, não participe da outra tag, nem que seja para falar mal dela). 
Outras notinhas:
A pesquisadora e professora da UnB Debora Diniz foi a mais aplaudida na sexta. Confira sua explicação brilhante. Mas uma notícia boa mesmo eu vi anteontem: em vez de se calar ao ser ameaçada de morte pelos "pró-vida", Débora vai lançar em breve um novo filme -- Aborto: Uma história comum de mulheres comuns (veja aqui o trailer). 
Eu adorei ouvir e aprendi muito com o podcast de três feministas cristãs (Debora Moreira, Camila Mantovani e Leticia Bernardo, com Cristiano Machado) que explicam por que apoiar a legalização do aborto não é incompatível com o que defendem os evangélicos. Recomendadíssimo. No link há outros podcasts de respeito pra quem quer entender como a legalização do aborto é pela vida das mulheres. 
Este vídeo pergunta a pessoas que são contra a legalização do aborto quem elas salvariam num incêndio hipotético: uma criança de 5 anos ou cem embriões. Ouça suas respostas. 
Não deixe de prestigiar o Festival pela Vida das Mulheres, no Museu da República, em Brasíla, entre 3 e 6 de agosto.
Republico aqui o texto da professora Silvia Ferraro, pré-candidata ao Senado em SP pelo Psol:
LEGALIZAR O ABORTO PELA VIDA DAS MULHERES
Falar sobre aborto no Brasil sempre foi um tabu, um assunto relegado aos círculos feministas ou às milhares de mulheres que clandestinamente procuram essa prática para interromper uma gestação indesejada.
No entanto, se estamos num país em que ocorrem cerca de um milhão de abortos por ano e em que a cada 5 mulheres uma já abortou, por que o assunto não é debatido abertamente na sociedade?
As mulheres que já recorreram ao aborto geralmente não falam sobre isso. Uma aura de “pecado” silencia as mulheres que muitas vezes carregam uma culpa pela vida toda. É muito comum nas rodas de conversa sobre aborto nos bairros populares as mulheres se sentirem mais à vontade para contar que já o fizeram, porém a “confissão” vem sempre acompanhada do sentimento de medo e de que fizeram algo “errado”.
O sofrimento das mulheres que abortam começa na tortura psicológica a que são submetidas por terem que recorrer a métodos solitários e inseguros, como agulhas de tricô, chás e comprimidos de “citotec batizados”; depois, tem a humilhação que sofrem quando chegam em um hospital e são xingadas, atendidas por último, onde ficam sangrando por muito tempo quando não morrem antes porque não tiveram forças para procurar um hospital.
Obviamente não estou falando das mulheres que têm condições de pagar por um aborto em uma clínica com equipamentos e profissionais para realizar o procedimento seguro. Como disse Dráuzio Varela, o aborto é legalizado no Brasil para quem tem dinheiro. Quem passa pelos piores momentos, quem carrega traumas e sequelas e quem morre vítima de aborto são as mulheres pobres, em sua maioria negras e moradoras das periferias.
O aborto é a quinta causa de morte materna no Brasil. Cerca de 4 mulheres por dia morrem por causa de abortos clandestinos. Muitas deixam filhos, famílias, têm suas vidas retiradas e outras tantas vidas destruídas.
A permanência da ilegalidade do aborto no Brasil é a violação de um direito humano à vida de milhares de mulheres. Por isso, a legalização do aborto é questão de saúde pública e de justiça social.
Foi com essa compreensão e com a determinação de que nenhuma mulher mais morresse por abortar que as mulheres na Argentina realizaram um movimento forte, que arrancou da Câmara dos Deputados a aprovação da lei que descriminaliza o aborto até a 14a semana de gestação. Agora a mobilização continua para garantir a votação no Senado no próximo dia 08 de agosto.
Aqui no Brasil, entre os dias 3 e 6 de agosto, acontecerá em Brasília o Festival Pela Vida das Mulheres, em que mulheres de todo o Brasil irão acompanhar as audiências públicas que o STF vai realizar sobre a questão do aborto. Essas audiências irão ocorrer por causa da ADPF 442, na qual o PSOL, com a colaboração do Instituto Anis, pede que seja julgado enquanto um direito constitucional das mulheres a interrupção da gestação até sua 12a semana.
Diante disso, grupos conservadores e a bancada fundamentalista também estão se organizando para sustentação oral contra a ADPF. Brasília promete se tornar o palco de um grande debate no início de agosto. Uma das figuras que já está listada para argumentar contra a descriminalização do aborto é Janaína Paschoal, a mesma que sustentou o golpe do Impeachment.
Na esteira do Uruguai e da Argentina, o Brasil precisa sair da trevas de uma legislação arcaica que só produz mortes, tristeza e dor para as mulheres e suas famílias. Nos países em que houve a legalização, o número de abortos diminuiu. No Uruguai diminuiu 30% e zerou a morte de mulheres.
Queremos que as mulheres sejam sujeitos de suas escolhas, que possam decidir sobre seus corpos. Para isso, a legalização deve vir acompanhada da garantia plena de direitos reprodutivos: a educação sexual das adolescentes para que se possa decidir, o acesso amplo aos contraceptivos para que não se precise abortar, e o aborto legal e seguro para que nenhuma mulher morra mais em abortos clandestinos.
Da mesma forma, a maternidade também deve ser um direito, o qual é constantemente negado às mulheres trabalhadoras, negras e pobres. Esse problema vai da violência obstétrica até a negação do direito à educação infantil. O caso da Janaína, que foi forçada a uma laqueadura por um juiz de Mococa, mostra que o Estado que proíbe o aborto é o mesmo que impede uma mulher de ter um filho. 
Mulheres não são consideradas sujeitos portadoras de direitos reprodutivos, seja para interromper uma gestação indesejada, seja para ter todas as condições de ter e criar seus filhos.
A luta pela legalização do aborto no Brasil é parte da luta por justiça, por igualdade de gênero, por direitos essenciais à emancipação das mulheres. É a luta pela vida!
E esta é a thread que a belíssima roteirista e escritora Renata Corrêa escreveu no Twitter e eu compilei e publico aqui com sua autorização:

Eu chorei de felicidade quando descobri que estava grávida. Curti cada segundo. Tive um parto domiciliar. Dei peito até dois anos e meio. Nada se compara à alegria de ser mãe dela. Dez anos antes eu tinha feito um aborto. Foi a melhor decisão que eu tomei na vida.
Engravidei a primeira vez quando era adolescente, de puro desconhecimento do meu corpo. Eu não ia ter um filho. Porque eu tinha dois sonhos: ser escritora e ser mãe. Sim, abortei pensando: eu nunca vou ser uma mãe legal se tiver esse filho -- sem grana, frustrada, interrompendo os estudos.
Procurei uma clínica, e fiz o procedimento. Tomei anestesia e o método foi aspiração por curetagem. Eu estava com sete semanas. Foi tranquilo, não doeu, fui pra casa no mesmo dia. Não senti culpa nem arrependimento. Nem naquele dia, nem nunca.
Dez anos depois eu engravidei de forma desejada. Com um marido que me amava. Com a carreira encaminhada. E sabe como foi? Ótimo. Foi o momento que eu escolhi. Ser mãe pra mim é fonte de alegria e descoberta. Ser mãe nunca deveria ser fonte de desespero e dor.
Quem é contra a legalização do aborto não é só contra a mulher.  É a favor do sofrimento e do desespero. Eu sou a favor do prazer e da alegria. Se não for assim, nada vale a pena.
Sou a favor do aborto pela minha história mas principalmente pelas histórias de mulheres que não sobreviveram, não resistiram, tiveram sequelas, ficaram submetidas a casamentos ruins, impedidas de seguir seus sonhos, na corda bamba financeira. É para elas.
Foi por elas que em 2014 eu fiz o documentário Clandestinas, que conta diversas histórias de mulheres que abortaram. 

26 comentários:

  1. A questão é muito simples: mesmo q o embrião seja uma vida, ele não tem direito à vida, e quem estabeleceu isso não foi a justiça, foi a natureza

    a vida do embrião depende exclusivamente da vida da mulher q o hospeda, e essa é uma situação determinada pela BIOLOGIA

    A biologia é quem diz e determina isso

    Portanto, o direito à vida do feto está sob custódia da mulher até q ele deixe de ser exclusivamente dependente desta mesma mulher

    E todas as mulheres grávidas exercem o seu direito de escolha, estando elas conscientes disso ou não, todas precisam decidir se levam a gravidez a cabo ou não, e todas decidem, pq grávida nenhuma é capaz de se eximir sobre fazer essa escolha

    A gente não precisa lutar por um direito q já é nosso e q sempre praticamos desde o nosso surgimento, a gente precisa é q as nossas escolhas indissociáveis à nós não sejam punidas, independente de quais sejam elas (se bem q no brasil elas jamais foram punidas mesmo, rsrsrs)

    E por fim, o homem não tem q decidir nada sobre o aborto, primeiro pq não é dele de quem o embrião depende exclusivamente, e segundo pq a decisão, se for a dois, pode dar conflito, um quer uma coisa e o o outro quer outra, por isso a decisão de alguém precisa prevalecer, e esse alguém logicamente é a mulher, por todos os motivos citados anteriormente e pq afinal, é ela quem gesta, isto é... é a mulher quem sofre mais com a reprodução, só por essas conclusões empíricas e lógicas já era o suficiente pra se ter o consenso de q só a mulher é quem deve decidir

    ResponderExcluir
  2. Engraçado q nos debates, só há religiosos na turma do contra

    Não há cientistas, sociólogos, intelectuais, NADA, só crentelhos intrometidos

    E aí eu pergunto: a bíblia não cita qualquer mínima proibição ao aborto, a bíblia nem cita o aborto, perigoso até q o aborto era largamente difundido nas sociedades israelitas e jamais passou pela cabeça dos "juristas" da época proibir tal prática

    Aí vem um bando de cristãos energúmenos pregar q isso deva ser criminalizado baseado em quê? Em q passagem bíblica?

    Aliás, o q será q os "pró-vida" (rsrsrs, só rindo) pensam sobre o primeiro mundo todo legalizar o aborto?

    Os países mais desenvolvidos do planeta permitem o aborto, agora os mais pobres e ferrados (tipo o brasil) não

    Isto é... aborto legalizado é quase um sinônimo de país livre e bem-sucedido, os pró-vida devem arrancar o pelo do cu ao chegaram a essa conclusão, kkkkk

    ResponderExcluir
  3. A questão é muito simples: mesmo q o embrião seja uma vida, ele não tem direito à vida, e quem estabeleceu isso não foi a justiça, foi a natureza

    a vida do embrião depende exclusivamente da vida da mulher q o hospeda, e essa é uma situação determinada pela BIOLOGIA

    A biologia é quem diz e determina isso

    Portanto, o direito à vida do feto está sob custódia da mulher até q ele deixe de ser exclusivamente dependente desta mesma mulher

    E todas as mulheres grávidas exercem o seu direito de escolha, estando elas conscientes disso ou não, todas precisam decidir se levam a gravidez a cabo, e todas decidem, pq grávida nenhuma é capaz de se eximir disso

    A gente não precisa lutar por um direito q já é nosso e q sempre praticamos desde o nosso surgimento, o q a gente precisa é q as nossas escolhas indissociáveis à nós não sejam punidas, independente de quais sejam elas (se bem q no brasil elas jamais foram punidas mesmo, rsrsrs)

    E por fim, o homem não tem q decidir nada sobre o aborto, primeiro pq não é ele de quem o embrião depende exclusivamente, e segundo pq a decisão, se for a dois, pode dar conflito, um quer uma coisa e o o outro quer outra, por isso a decisão de alguém precisa prevalecer, e esse alguém logicamente é a mulher, por todos os motivos citados anteriormente e pq afinal, é ela quem gesta, isto é... é a mulher quem sofre mais com a reprodução, só por essas conclusões empíricas e lógicas já era o suficiente pra se ter o consenso de q só a mulher é quem deve decidir

    [corrigido]

    ResponderExcluir
  4. o q eu queria saber era a opinião dos anti-aborto sobre a reprodução assistida, q descarta centenas de "novas vidas" como canudinhos de plástico

    pq vcs não vão encher o saco dos laboratórios (legalizados) da alta classe média e elite?

    ResponderExcluir
  5. Roe v Wade já decidiu sobre isso

    legalização do aborto JÁ

    só digo uma coisa...

    Roe v Wade

    ResponderExcluir
  6. A maioria desses pró-vida são coxinhas reacionários que odeiam o Brasil e sonham em sair do Brasil para morar em países onde o aborto é legalizado.

    ResponderExcluir
  7. Esses caras que são contra que as namoradas, por exemplo, abortem, será que eles assumiriam a responsabilidade de criar, cuidar, educar e sustentar sozinho o filho caso a namorada após o parto, entregassem a criança para eles, já que seriam tão contra a elas abortarem? Duvido muito!

    ResponderExcluir
  8. "...são as mulheres pobres, em sua maioria negras e moradoras das periferias".

    Vamos abortar negros e favelados é isso?

    ResponderExcluir
  9. Pq a esquerda não apoia um plebiscito? pq sabe que vai perder, o povo é contra o aborto

    ResponderExcluir
  10. Essa gente não enche o saco dos laboratórios cheios de embriões descartados e nem dos países desenvolvidos pq sabem que a grande elite não dá a mínima para esses fodidos, que em sua maioria é o típico ''pobre de direita''.

    ResponderExcluir
  11. Uma conhecida engravidou qdo estava terminando a faculdade. Uma situação mega difícil.
    O pai do bebê é gringo e fugiu, ela é de uma cidade pequena da Bahia e a família anunciou que não a ajudaria com nem um centavo. Estava desempregada, vivendo de economias e de um estágio que seria encerrado antes dela parir.

    Pensou em abortar, mas não teve dinheiro pra isso e ficou com medo. Depois estava decidida a dar o bebê para adoção. Acredita que colocaram todo tipo de empecilho pra isso? Ela foi procurar os órgãos responsáveis ainda grávida, já pra agilizar o processo, já que muita gente quer adotar um recém nascido, e também ficaria menos difícil pra ela por questões emocionais, então qto mais rápido fosse melhor.

    Mas colocaram 1000 pedras. Disseram que o Pai da criança tinha que autorizar a adoção (oi? um pai que nem do filho quis saber, fugiu e nem morava mais no Brasil) e mais um monte de restrições.

    No fim ela desistiu, terminou indo viver com o bebê em um abrigo de indigentes por meses, até que conseguiu uma casa com auxílio da Prefeitura, não sei como isso funciona, mas parece que muita gente que vai pra esses abrigos pode conseguir isso. Nenhum pró-vida a ajudou. Enfim, ela hoje superou e vive bem com o bebê, mas foi um verdadeiro calvário.

    Levar para a adoção não é tão simples como parece. Colocam um monte de terra. Acho que por isso acontece de algumas mães abandonarem por aí, por já saber da dificuldade que é levar para esses cantos de adoção. Deixando bem claro que não estou generalizando, sei que algumas mães abandonam por maldade mesmo. Essa gente que julga tem uma mania de achar que é só a mulher levar a criança p/ a adoção que aceitam na hora e que algum casal rico e bondoso que tenta ter filhos há anos, vai passar e adotar na mesma hora.

    Nessas horas os pró-vida não ajudam e tratam a mulher gestante como uma vadia que deve ser punida com a gravidez, que ousou em fazer sexo, (mesmo que algum método anticoncepcional tenha falhado) e agora que aguente e que o feto ''não tem culpa'', mas mesmo antes da criança nascer essa gente hipócrita não ajuda e quando nasce pior ainda, ainda julgam a mulher que quer dar o filho para a adoção e nem criticam o cretino que fugiu e não quis assumir a paternidade do filho que ele tbm fez. Nenhum desses hipócritas pró-vida mandam esses sujeitos aderirem ao celibato para não engravidarem mais as mulheres e evitarem essas situações, só julgam e responsabilizam as mulheres.

    ResponderExcluir
  12. Soube que tem um masculouco no facebook que fica criando hq's de fetos como se fossem super heróis lutando contra o aborto. Bizarro!

    ResponderExcluir
  13. 12:58 - "vamos" quem? inútil

    "vamos" uma vírgula, imbecil

    13:02 - pq os direitebas não enchem o saco das clínicas de reprodução artificial? pq são babacas e hipócritas, já o povo... esse quer LULA LÁ, cretino

    ResponderExcluir
  14. quanto mais rápido legalizar melhor sera..... sempre a chances da camisinha estourar e dar merda, entao isso ja é mais uma garantia da vida tanto do homem quanto o da mulher de nao virar um reboliço de lixo com o pivete no colo.

    ResponderExcluir
  15. Ninguém quer abortar negros, pobres e favelados, até pq ninguém é obrigada a fazer aborto nenhum, seja negra ou branca, pobre ou rica. Apenas o que se quer é que toda a população, não apenas as brancas e ricas, tenham acesso ao aborto seguro, caso decidam faze-lo.

    ResponderExcluir
  16. Essa gente dá piti dá piti em países desenvolvidos? Eles xingam as mulheres dos países desenvolvidos que fazem aborto? Ai, que inveja das irlandesas agora.

    ResponderExcluir
  17. Se for feito um plebiscito é bem provável que a legalização ganhe, mas é óbvio que muita gente irá dizer que votou contra.

    ResponderExcluir
  18. Os coxinhas, reaças, mascus são todos muito hipócritas e cínicos.

    ResponderExcluir
  19. Muito bom esse documentário Clandestinas, cada depoimento revela a forma revoltante com que a sociedade e classe médica lidam com a questão do aborto. Isso precisa mudar, a nova legislação precisa ser aprovada

    ResponderExcluir
  20. "Quem é contra a legalização do aborto não é só contra a mulher. É a favor do sofrimento e do desespero. Eu sou a favor do prazer e da alegria. Se não for assim, nada vale a pena."

    "Eu sou a favor do prazer e da alegria" meio que ecoa naquela ideia de aborto ser um ato fruto da irresponsabilidade de gente que fez sexo sem proteção (prazer, alegria) e depois não quis assumir a responsabilidade. Entendo o ponto de vista da autora mas a gente tem que tomar cuidado pra não dar munição para o inimigo que já está armado até os dentes.

    ResponderExcluir
  21. Tem um fato curioso sobre Roe vs. Wade.

    A Sra. "Roe", falecida ano passado e cujo nome era Norma McCorvey, virou crente em 1997 e uma ferrenha ativista anti-aborto, inclusive tentando entrar com uma moção contra o julgamento em 2003. Ela não chegou a abortar, a filha foi entregue para adoção.

    ResponderExcluir
  22. "Quem é contra a legalização do aborto não é só contra a mulher. É a favor do sofrimento e do desespero. Eu sou a favor do prazer e da alegria. Se não for assim, nada vale a pena."

    "Eu sou a favor do prazer e da alegria" meio que ecoa naquela ideia de aborto ser um ato fruto da irresponsabilidade de gente que fez sexo sem proteção (prazer, alegria) e depois não quis assumir a responsabilidade. Entendo o ponto de vista da autora mas a gente tem que tomar cuidado pra não dar munição para o inimigo que já está armado até os dentes.

    6 de agosto de 2018 17:42



    -----

    Inclusive essa foi exatamente a fala do Bolsonaro, irresponsabilidade "depois de um ato de prazer". Sim, precisamos tomar muito cuidado com essas coisas.

    ResponderExcluir
  23. Sou plenamente a favor da legalização do aborto porém é preciso reconhecer que se hoje em dia os homens já abandonam mulheres grávidas, o fato do aborto deixar de ser crime provavelmente vai piorar um pouco mais essa situação porque afinal de contas "ela terá o direito de abortar", que na prática representará obrigação em abortar a menos que queira passar ela e filho(a) pelo que mães abandonadas passam.

    A gente não tem como adivinhar 100% o caráter das pessoas e merdas acontecem, homens casados abandonam as esposas, namoros de longa data terminam quando surge uma gravidez fora dos planos. Mas existe uma coisa que todo mundo pode e deve fazer, que é a prevenção da gravidez. Não acredito que tenhamos que esperar o aborto ser legalizado para já começar a trabalhar isso não só na cabeça dos "jovens" mas de qualquer pessoa em idade reprodutiva que não tenha disposição ou condições de criar um filho.

    Todo mundo diz que pílula se pega em posto de saúde mas não é por aí, dependendo do estado brasileiro isso nem é verdade, obrigam a mulher a passar por um cursinho antes e ela que se vire e perca dia de serviço porque essas coisas nunca são feitas de sábado e domingo, é segunda-feira dez da manhã, aí complica. E hoje já se sabe que pílula não é pra todo mundo, que pílula não faz efeito pra todo mundo (uma mulher acima de 80kgs tem a eficácia tanto do anticoncepcional quanto da pílula do dia seguinte prejudicadas). Aí existe a camisinha, beleza, meu método de prevenção desde que passei a ter vida sexual. Mas aí você escuta mulher dizendo que "não gosta", que "prefere no pelo" e que "não chupa bala com papel". Eu uso aquelas de posto mesmo, que se pega em lugar que faz testagem de HIV, nunca estourou e se o cara não quer usar então que bata uma punheta no banheiro de casa mas isso sou eu, quantas mulheres sequer estão em posição de debater isso com seus parceiros? Fora os que tentam tirar a camisinha durante o ato sexual.

    Aí tem a situação das casadas. Se a mulher quer partir para a medida definitiva encontra milhões de obstáculos, mérdicos de merda tiram requisitos do cu pra não fazer o que a lei manda fazer, que é nosso direito constitucional (um dos muitos que não servem pra nada no Brasil). E se você tentar obrigar via judicial eles fazem serviço cagado em você de propósito e alegam religamento natural das trompas.

    Então sim, o aborto precisa ser legalizado porém não vejo empenho dos coletivos feministas, dos setores progressistas da sociedade em equipar as culturas femininas e masculinas para a consciência de tentar evitar a gravidez (impedir a gente sabe que não dá, só tirando o útero ou castrando o cara) por todos os meios disponíveis e que tudo isso seja amplamente acessível pelo SUS. Então vai legalizar o aborto, a gente tem essa cultura de merda penalizando mulher por tudo e os machos como sempre vão deitar e rolar. Ou a gente se prepara para isso ou teremos um problema ainda maior do que os causados pelo aborto-crime.

    ResponderExcluir
  24. Só posso afirmar que a pior coisa na vida é vir para este mundo quando o mundo não está preparado para te receber. Eu não queria estar aqui

    ResponderExcluir
  25. Uruguai é logo ali. Lá qualquer moleque de 12 anos sabe onde vende maconha para turistas, e se tiver bastante procura logo vão saber também indicar as melhores clínicas de aborto.

    ResponderExcluir