segunda-feira, 4 de junho de 2018

O SILÊNCIO: O LEGADO DO TRAUMA NA INFÂNCIA

Ainda não li muito do escritor dominicano-americano Junot Díaz, apenas o conto "The Cheater's Guide to Love" e o romance A Fantástica Vida Breve de Oscar Wao. E amei. Ele é ótimo e divertido. Sempre aprecio muito quem consegue falar de temas terríveis com humor.
Não sabia nada da sua vida pessoal. Quando li o corajoso relato que ele publicou na revista New Yorker, pedi pro Vinícius Simões traduzir (muitíssimo obrigada mais uma vez, Vini!). É raro um homem relatar o abuso sexual que sofreu na infância. E também é incomum um escritor se expor dessa maneira. Certamente isso só me fez apreciar ainda mais o Díaz.
Infelizmente, um mês depois de Díaz publicar seu relato (em abril), surgiram acusações de três escritoras (Zinzi Clemmons, Carmen Maria Machado, Monica Byrne, e, mais tarde, Alisa Valdes) que apontaram assédio e misoginia da parte dele. Díaz assumiu sua responsabilidade, disse que foi por causa desse seu passado que decidiu contar sua história, e completou:
"Estou ouvindo e aprendendo com as histórias das mulheres neste movimento cultural essencial e tardio [#MeToo]. Devemos continuar a ensinar todos os homens sobre consentimentos e limites".
Eu concordo com o que escreveu Chitra Ramaswamy -- é possível cobrar Junot Díaz ao mesmo tempo que empatizamos com ele. 

X,
Semana passada voltei para Amherst [no Massachusetts]. Faz anos desde que estive lá, quando nos conhecemos. Estava esperando que você aparecesse de novo; até procurei por você, mas você não apareceu. Me lembro de você orgulhosamente representando Nova York, durante os poucos minutos em que conversamos, então suspeito que você tenha voltado ou talvez estivesse ocupada ou não soubesse que eu estava na cidade. 
Tenho uma lembrança nítida de você na fila de autógrafos, não dizendo nada a ninguém, intensa. Presumi que você ia me pedir para ler um manuscrito ou ajudá-la a encontrar um agente, mas ao invés disso você me perguntou sobre o abuso sexual mencionado em meus livros. Você perguntou, calmamente, se aconteceu comigo.
Você me pegou completamente de surpresa.
Gostaria de ter te contado a verdade então, mas estava com muito medo naqueles dias para dizer qualquer coisa. 
Muito assustado, muito comprometido com minha máscara. Respondi com alguma besteira evasiva. E foi isso. Eu assinei seus livros. Você pensou que eu ia dizer alguma coisa, e quando não disse você pareceu desapontada. Mas mais do que isso, você pareceu abandonado. Eu poderia ter dito qualquer coisa, mas ao invés disso eu virei para a próxima pessoa na fila e sorri. Com o canto do olho, vi você pegar sua mochila, arrumar seus livros e ir embora. Quando os autógrafos acabaram, não consegui dar o fora de Amherst, de você e da sua pergunta, rápido o suficiente. Corri do jeito que sempre corro. Como se a própria morte estivesse me perseguindo. 
Alguns dias depois me incomodei; me preocupei que tivesse me afastado. Mas então o velho reflexo do esquecimento tomou conta. Empurrei tudo para baixo. Enterrei tudo. Como sempre.
Mas nunca realmente esqueci. Não nossa conversa ou sua decepção. Como você saiu do auditório com os ombros curvados.
Sei que é tarde demais, mas lamento não ter te respondido. Me desculpe por não ter te contado a verdade. Sinto muito por você e sinto muito por mim. Nós dois poderíamos ter usado essa verdade, penso eu. Poderia ter me salvado (e talvez você) de tanto. Mas eu estava com medo. Ainda estou com medo -- meu medo como continentes e o oceano entre eles -- mas vou falar de qualquer maneira, porque, como Audre Lorde nos ensinou, meu silêncio não me protegerá.
X,
O menino Junot antes dos
8 anos
Sim, aconteceu comigo.
Eu fui estuprado quando eu tinha oito anos de idade. Por um adulto em quem eu confiava de verdade.
Depois dele ter me estuprado, ele me disse que eu tinha que voltar no dia seguinte ou eu estaria “em apuros”.
E porque eu estava apavorado, e confuso, eu voltei no dia seguinte e fui estuprado novamente.
Nunca disse a ninguém o que aconteceu, mas hoje estou dizendo a você.
E a qualquer um que se importe em ouvir.
Aquela violação. Não há páginas suficientes no mundo para descrever o que aquilo fez comigo. O planeta inteiro poderia ser meu tinteiro e ainda assim não seria suficiente. Essa merda quebrou o meu planeta ao meio, me jogou completamente fora de órbita, nas regiões sem luz do espaço onde a vida não é possível. Eu posso dizer, verdadeiramente, que quase me destruiu. Não apenas os estupros, mas todas as sequelas: a agonia, a amargura, a auto-recriminação, o asco, a necessidade desesperada de mantê-lo escondido e em silêncio. Isso fodeu minha infância. Isso fodeu minha adolescência. Isso fodeu toda a minha vida. 
Homens dominicanos "de verdade"
Mais do que ser dominicano, mais do que ser imigrante, mais, ainda, do que ser de ascendência africana, meu estupro me definiu. Eu gastei mais energia fugindo disso do que vivendo. Eu estava confuso sobre porque não lutei, sobre porque tive uma ereção enquanto estava sendo estuprado, sobre o que eu fiz para merecer isso. E sempre tive medo -- medo de que o estupro tivesse me “arruinado”; medo de que eu fosse “descoberto”; medo medo medo. Homens dominicanos “reais” não são estuprados, afinal. E se eu não fosse um homem dominicano “real”, eu não era nada. O estupro me excluiu da masculinidade, do amor, de tudo.
O garoto de antes -- difícil lembrar. O trauma é um viajante do tempo, um ouroboros que volta e devora tudo o que veio antes. Apenas fragmentos permanecem. Lembro-me de códigos amorosos e a Enciclopédia Brown e os tons pastel e caminhar longas distâncias em um esforço para descobrir o que estava além do meu bairro em Nova Jersey. À noite, eu tinha os sonhos mais vívidos, frequentemente sobre Star Wars e sobre minha vida na República Dominicana, em Azua, minha Tatooine própria. Estava apenas começando a conhecer esse novo eu que falava inglês, estava me tornando seu amigo -- e então ele se foi.
Nada de sonhos de nave espacial, nada de Azua, nada de mim. Apenas um senso permanente de erro e a lembrança insuportável de ser violentamente penetrado.
Quando cheguei aos onze anos, já estava sofrendo de depressão e raiva incontrolável. Aos treze, deixei de poder olhar para mim mesmo no espelho -- e nas poucas vezes em que vislumbrei acidentalmente meu reflexo, recuava como se tivesse sido atingido no rosto por um ferrão de água-viva. (O que eu vi? Eu vi o crime, minha depreciação horrível, e se alguém olhasse para mim por muito tempo eu corria ou lutava.)
Aos quatorze, estava segurando uma das pistolas do meu pai contra minha cabeça. (Ele havia ido embora alguns anos antes, mas generosamente deixou algumas de suas armas de fogo.) Eu tinha problemas em casa. Eu tinha problemas na escola. Tinha mudanças de humor como você não acreditaria. Já que nunca contei a ninguém o que aconteceu, minha família presumiu que eu era apenas quem eu era -- un maldito loco. E enquanto outras crianças estavam explorando paixões e o primeiro amor, eu estava lidando com memórias intrusivas do meu estupro que eram tão dolorosas que eu tinha que bater minha cabeça contra uma parede.
Claro, nunca procurei qualquer tipo de ajuda, qualquer tipo de terapia. Como eu disse, nunca contei a ninguém. Em uma família tão grande quanto a minha -- cinco crianças -- era fácil se perder, mesmo quando você estava afundando. Me lembro da minha mãe me dizendo, depois de uma das minhas depressões, que eu deveria orar. Eu nem me incomodei em rir.
Quando eu não estava completamente fora de mim, eu lia tudo em que conseguia colocar minhas mãos, jogava Dungeons and Dragons por dias a fio. Tentei esquecer, mas você nunca esquece. À noite era pior -- era quando os sonhos vinham. Pesadelos em que eu era estuprado por meus irmãos, por meu pai, por meus professores, por estranhos, por crianças que eu queria ser amigo. Frequentemente os sonhos eram tão perturbadores que eu mordia minha língua, e na manhã seguinte cuspia sangue na pia do banheiro.
E em pouco tempo eu estava reprovando em tudo. Testes, trimestres e depois disciplinas inteiras. Primeiro fui expulso do programa de talentos do meu colegial, depois dos cursos de excelência. Eu sentava na sala de aula e ou cochilava ou lia livros de Stephen King. Eventualmente parei de aparecer. Amigos da escola se afastaram; amigos de casa não podiam entender.
No último ano, enquanto todos estavam recebendo admissões em faculdades, eu fui por outro caminho: tentei me matar. O que aconteceu foi que, no meio de uma depressão profunda, de repente me apaixonei por essa garota fofa que conheci na escola. Por algumas semanas minha melancolia desapareceu, e fiquei totalmente convencido de que, se essa garota saísse comigo, se ela transasse comigo, eu ficaria curado de tudo o que me afligia. Sem mais lembranças ruins. Eu estava assistindo Excalibur em rotação pesada, então acreditava em regeneração milagrosa. 
Quando finalmente tive coragem de convidá-la para sair e ela disse não, parecia que o mundo finalmente tinha fechado a porta para mim.
No dia seguinte, engoli todos os remédios que sobraram do tratamento de câncer do meu irmão, três frascos no total. 
Não funcionou. 
Sabe por que não tentei novamente no dia seguinte? 
Porque minha única carta de admissão numa faculdade chegou pelo correio. Eu tinha presumido que não ia a lugar algum, tinha esquecido completamente que havia alguma escola para ouvir notícias a respeito. Mas, ao ler essa carta, senti como se a porta do mundo tivesse se aberto de novo, muito pouco. 
Não contei a ninguém que tentei me matar. Outra coisa que enterrei profundamente.
Costumo dizer às pessoas que a faculdade me salvou. O que em parte é verdade. A Universidade Rutgers, a apenas uma hora de ônibus da minha casa, estava tão longe da minha antiga vida e tão cheia de possibilidades que, pela primeira vez em muito tempo, senti algo próximo à segurança, algo próximo de esperança. E, fosse essa distância ou minha auto-aversão sem fim ou algum desejo pós-suicida desesperado de viver, naquele primeiro ano me refiz completamente. 
No terceiro ano, duvido que alguém da minha escola teria me reconhecido. Me tornei um corredor, um levantador de peso, um ativista, tinha namoradas, era “popular”. Na Rutgers, enterrei não apenas o estupro, mas o garoto que havia sido estuprado -- e joguei na cova minha família, meu sofrimento, minha depressão, minha tentativa de suicídio. 
Tudo o que eu havia sido antes de Rutgers eu tranquei por trás de uma máscara de adamantina de normalidade.
E, deixe-me dizer, uma vez que eu vestia a máscara, energia alguma na Terra poderia arrancá-la de mim.
A máscara era forte.
Mas como qualquer freudiano lhe dirá, o trauma é mais forte que qualquer máscara; não pode ser enterrado e não pode ser morto. 
Um jovem Junot Diáz
É o espectro que não para, o fantasma que sempre vem atrás de você. Os pesadelos, as intromissões, o esconderijo, as dúvidas, a confusão, a auto-culpa, a ideação suicida -- eles não desapareceram só porque eu enterrei meu bairro, minha família, meu rosto. Os pesadelos, as intromissões, o esconderijo, as dúvidas, a confusão, a auto-culpa, a ideação suicida -- eles continuaram. Ao longo da faculdade. Ao longo da pós-graduação. Ao longo de toda a minha vida profissional. De toda minha minha vida íntima. (Escorreu para minha escrita também, mas você ficaria espantada com a facilidade que é deixar a verdade de fora.)
Não importa o quanto eu corri ou o que eu consegui ou com quem eu estava -- eles continuaram.
Você se lembra de como, durante nosso bate-papo em Amherst, eu falei sobre intimidade? Acho que falei que a intimidade é nosso único lar. Super irônico que eu escreva e fale sobre intimidade durante todo o dia; é algo que eu sempre sonhei e nunca tive muita sorte em alcançar. Afinal, é difícil ter amor quando você se recusa a se mostrar, quando você está trancado por trás de uma máscara.
Me lembro quando consegui minha primeira namorada, na faculdade. Eu pensei “é isso” -- eu estava salvo. Tudo o que eu havia sido seria oficialmente apagado, todos os meus sonhos horríveis desapareceriam. Mas não é assim que o mundo funciona. Eu e essa garota estávamos a fim um do outro e de ter algo sério, estávamos em nossas estreitas camas da faculdade o tempo todo -- mas sabe de uma coisa? Nós nunca fizemos sexo. Nem uma vez. Eu não conseguia. Toda vez que chegávamos perto de transar as intromissões cortavam através de mim, memórias da minha violação. Claro, não contei a ela. Apenas disse que queria esperar. Ela não acreditou em minhas desculpas, me perguntou o que estava errado, mas eu nunca disse nada. Eu mantive o Silêncio. Depois de um ano, nos separamos.
Pensei que talvez com outra garota seria mais fácil, mas não foi. Eu tentei e tentei e tentei. Fui até o terceiro ano antes de finalmente perder a virgindade. A vi pela primeira vez em uma aula de redação criativa. Ela era uma querida ex-hippie ex-hardcore que escrevia lindamente e tinha uma tatuagem na cabeça e a primeira vez que nós fomos para a cama ela nem perguntou se eu era virgem; ela simplesmente tirou o vestido e aconteceu. Quase dei uma festa.
Mas eu deveria saber que não seria assim tão fácil. Eu e J. namoramos dois anos, mas eu estava sempre atuando, sempre me escondendo. A máscara era forte.

Tenho certeza de que ela sentiu que eu estava todo bagunçado, mas estou supondo que ela atribuiu isso à loucura típica do gueto. Ela me adorava. Me levou para casa para conhecer sua família, e eles também me adoraram. Foi a primeira família verdadeiramente saudável a qual fui exposto. O que você pensaria que teria sido uma coisa boa.
Errado. Quanto mais ficávamos juntos, mais a família dela me amava, mais insuportável tudo ficava. Havia um tanto de proximidade que uma pessoa como eu poderia suportar antes de precisar voar para longe. Tive longos períodos de depressão, bebi mais do que havia bebido, especialmente durante os feriados, quando todos estavam mais felizes. Um dia, sem nenhum motivo, me vi dizendo “temos que terminar”. Não houve absolutamente nenhuma precipitação. Eu havia apenas atingido meu limite. Me lembro de ter chorado muito na noite anterior (naqueles dias eu nunca chorava). Eu não queria terminar com ela. Eu não queria. Mas eu não aguentava ser amado. Ser visto.
Por quê? Ela perguntou. Por quê?
E eu realmente não tinha resposta.
Depois disso, houve C.⁠, que fez um monte de trabalho comunitário na República Dominicana. E depois B.⁠, a adventista do sétimo dia de St. Thomas. Nenhum relacionamento deu certo. Mas continuei seguindo em frente.
E foi indo assim por um tempo, da faculdade à pós-graduação ao Brooklyn. Eu conhecia irmãs ameaçadoramente espertas, namorava com elas na esperança de que elas pudessem me curar, e então o medo começava a subir em mim, o medo da descoberta, e a máscara parecia como se estivesse rachando e o impulso de escapar, de esconder, crescia até que finalmente eu atingia um Rubicão -- ou eu afastava a namorada ou fugia. Comecei a dormir com todo mundo também. A droga do relacionamento regular não era suficiente. Eu precisava de doses mais fortes para impedir que a ferida se abrisse e me devorasse. O negro que não conseguia dormir com ninguém se tornou o negro que dormia com todas.
Eu estava me escondendo, bebendo, estava na academia; eu estava saindo com outras mulheres. Estava criando casas modelo e, assim que elas estavam em pé, abandonava-as. Trauma clássico da psicologia: abordagem e retirada, abordagem e retirada. E machucando outras pessoas no processo. Minhas depressões tomavam conta de mim durante meses e, naquela escuridão, o impulso suicida brilhava pálido e mortal. Eu tinha amigos com armas; pedia para que eles nunca as trouxessem por qualquer motivo. Às vezes eles me ouviam, às vezes não.
De alguma forma, ainda estava escrevendo -- sobre um jovem dominicano que, diferentemente de mim, havia sido apenas um pouco molestado. Alguém que não podia permanecer em qualquer relacionamento porque saía demais. Criava minha perfeita história falsa, na verdade. E como nós, irmãos afro-latinxs somos vistos pela sociedade como sempre um perigo sexual, poucas pessoas notaram o que estava escrito nas entrelinhas da minha ficção -- que os irmãos afro-latinxs estiveram muitas vezes sexualmente em perigo.

Pessoal, este post está tão imenso que vou dividi-lo em duas partes. A segunda e última parte está aqui

36 comentários:

titia disse...

Pra esfregar na cara de todos os machistas e mascus. Histórias terríveis como essa são as que mostram a verdadeira cara da sociedade "família e de bem": hipocrisia, abuso, violência, culpabilização e silenciamento das vítimas. Mostram como a preocupação com a vida e o bem estar das crianças é uma grande farsa destinada a oprimir mulheres. Mostram como "masculinidade" patriarcal é tóxica, doentia e deve ser repudiada e destruída a todo custo.

Anônimo disse...

Gente, lembrei muito do recente escândalo da ginástica olímpica masculina no brasil, alguém acompanhou? Varios atletas - inclusive do quilate de diego hipolyto e outros medalhistas olímpicos - relataram os abusos sexuais sofridos desde a infância no centro de treinamentos, denunciando um treinador (ex-seleção brasileira) em especial e vários outros por conivência. Fiquei bem triste lendo.

Alicia

Anônimo disse...

Nossa, muito triste esse relato. O pior é que tem muitos jovens que podem ter sido violentados por aí e não dizem nada, sofrendo sozinho. Depois falam que feminismo não é bom para os dois lados! Com #MeToo a gente denuncia todos os podres. Tomara que num breve futuro, todas as crianças, meninas ou meninos, não tenham medo como as gerações passadas de denunciar, assim a gente tira o poder de quem abusa achando que vai ficar impune. Incrível e triste ao mesmo tempo que só estamos (como sociedade) dando a devida importancia a esse sério assunto atualmente. Bem, antes tarde do que nunca...

Io L. Andrade disse...

Brincando tudo bem... Mas e esses caras que perguntam quanto de pênis os outros têm? Que dão nome aos próprios instrumentos? Falam para o outro pegar no deles? Falam que tudo é projeção de falos? Que esse e aquele são broxas? Que não chupa sorvete porque é macho e come mesmo tendo sensibilidade nos dentes? Ê, gente besta.

Anônimo disse...

Não me surpreende nada que grandes machistas são também as maiores vítimas do próprio machismo, muito dissemos isso aqui com relação aos mascus que aqui habitam.
Enfim, espero que a revelação e o encontro do autor com seu trauma seja libertador e que um dia viva em paz.
Fabi.

Anônimo disse...

Foi um homosexual que o violentou;além do mais a família dele não era nada estruturada.Para de falar besteira,tá ficando frio.

Anônimo disse...

Minha história é muito igual,tive que parar de ler várias vezes para respirar.Faz 15 anos que ocorreu.Estou procurando meu molestador para mata-lo.Estou perto de achar.

Anônimo disse...

Empatia por misógino machista?
Isso aí de eu trato mal mulher porque tenho um passado triste, convenhamos... contra outra meu camaradinha. Ainda mais por algo que UM HOMEM fez contra ele.

Mas como é um homem que tá contando a história triste eu sei exatamente o que vai acontecer. Um monte de mulher vai dizer ai tadinho e as vítimas do seus abusos silenciadas porque ora, não se pode tirar o protagonismo de um homem de jeito nenhum - especialmente dentro do feminismo.

KEVIN SPACEY tentou fazer isso e deu ruim. Por que que com esse sujeito aí vai ficar tudo bem?

Muito triste ser estuprado mas misoginia é sem perdão. E se você procurar na internet vai achar quase duas dezenas de relatos contra esse cara. DE MULHERES. Mas parece que ninguém liga muito né não? Pra alguém que quando viu que quando seu nome seria colocado na reta imediatamente contratou os serviços de um PR e lançou esse artigo aí... boa jogada, deu certíssimo.

Agora prova que foi estuprado. Opa, é homem, não precisa, sua palavra imediatamente vale mais.

Anônimo disse...

Poderiam por gentileza me dizerem como um homem pode demonstrar interesse sexual em uma determinada mulher de forma não ofensiva durante uma conversa sem que isto seja considerado assedio? Ainda e saudável homens hetero sentirem desejo sexual por mulheres hetero?

Renato disse...

Nunca fui estuprado! Mas lembro de criança ter sofrido assédio (s) de outros garotos um pouco mais velhos que eu.
O mundo é horrível parar todos. Ainda que eu acredite que para mulheres seja pior essa questão de estupro e assédio, não podemos esquecer que crianças do sexo masculino tbm estão sujeitas a esse tipo de crime.

Anônimo disse...

Sempre vem antes o sofrimento dos homens, a empatia com homens, o cuidado e a reparação das dores e das feridas deles, que quase sempre são causadas por outros homens ou por eles mesmos... e o sofrimento das mulheres? Cadê a empatia com as mulheres, o cuidado e a reparação de tantas dores e feridas das mulheres, que são causadas quase sempre por homens, inclusive esses homens tão sofridos, machucados, feridos, tão traumatizados e empatizados? Essa empatia e reparação não são prioridades e na maioria das vezes nunca vem, até mesmo em espaços ditos feministas. Até quando?

Anônimo disse...

Os Homens estão envenenando a Terra. O ar e a água estão contaminados, o câncer e outras doenças causadas pelo homem são epidêmicas, e os mesmos homens que criam guerra ao seu capricho estão casualmente estuprando suas filhas e outras fêmeas. Mulheres apologistas de homens e meninos dizem que os machos são estupradores porque foram agredidos sexualmente quando eram jovens. Por que então a maioria das mulheres não são estupradoras também? Ou elas dizem que o problema é meramente socialização, que "os machos apenas foram ensinados a fazer aquelas coisas horríveis" (por quem?) e que "eles realmente não são diferentes das fêmeas". Mas a verdade é óbvia para quem não está investida em acreditar nas mentiras.

Desde cedo, os meninos exibem um sadismo, crueldade e violência que é extremamente diferente do comportamento das meninas. Alguns meninos podem ser considerados bem comportados se suas ações são comparadas com a violência do menino comum, mas até mesmo os meninos mais gentis mostram uma agressividade e maldade quando comparados às meninas. No entanto, esta violência é ignorada porque é considerada a norma para os garotos. "Rapazes serão rapazes." A violência deles não é apenas esperada, é encorajada como prova de normalidade. Apenas os casos mais extremos são notados. Então, o garoto comum é violento por anos antes de ser pego como estuprador ou assassino (e a maioria dos estupradores e muitos assassinos de mulheres nunca são apanhados ou punidos). Ao contrário dos mitos modernos, os homens e meninos que são agressores e estupradores não são anormais. Até mesmo as estatísticas do patriarcado provam isso: uma menina ou mulher é mais provável de ser atacada por um menino ou homem de quem ela é próxima, geralmente um parente.

Battleaxe, 1990

Anônimo disse...

como não chorar,fico dilacerada por dentro, e a certeza q eu não deveria ter tido filhos, por mais que tente acho q nunca conseguirei protege-los o suficiente.quantas crianças passam por isso todos os dias.

Anônimo disse...

Eu não vou responder com gentileza.
Eu nem vou te responder isso porque você só está perguntando isso por trollagem. Nem as mulheres que criticam o feminismo iriam gostar de alguém que diz não saber como se aproximar de uma mulher pra conversar sem ser considerado assedio. Já ouviu falar de internet? Vai lá no google e pesquisa, sei lá, como paquerar. Tenho certeza que virá ótimas informações sem incluir assédio.

Anônimo disse...

17:15 - seu cu, inútil

a maioria absoluta das pessoas pedófilas são homens heterossexuais

mesmo quando as vítimas são meninos, os violentadores são héteros

e claro q a família dele não era estruturada, era uma família "tradicional", não tem como isso ser estruturado de jeito nenhum

Anônimo disse...

"Ainda e saudável homens hetero sentirem desejo sexual por mulheres hetero?"

não, na verdade, nunca foi

Anônimo disse...

"Ainda e saudável homens hetero sentirem desejo sexual por mulheres hetero?"

Na realidade a sexualidade masculina e predatória, o próprio ato sexual heterossexual e uma agressão a integridade física da mulher, por isto o patriarcado visando a continuidade da especie em seus moldes utilizou de milênios e programação cultural para suavizar isto na mente feminina. A própria mecânica sexual hetero e baseada na violação da integridade feminina, um homem geralmente maior que a mulher, penetrando invadindo empurrando em movimentos nada sutis ate despejar seu semen dentro de uma mulher. No próprio feminismo isto e tabu, mas pensem bem;
Porque a visão do órgão masculino e tão ofensiva a psiquê feminina? Não seria porque representa perigo? Porque experiencias com garotos com mulheres mais velhas não e traumático mas de meninas com homens mais velhos é? Porque e invasivo para um e não para outro?!

Anônimo disse...

"Muito triste ser estuprado mas misoginia é sem perdão. E se você procurar na internet vai achar quase duas dezenas de relatos contra esse cara. DE MULHERES. Mas parece que ninguém liga muito né não? Pra alguém que quando viu que quando seu nome seria colocado na reta imediatamente contratou os serviços de um PR e lançou esse artigo aí... boa jogada, deu certíssimo."

foi exatamente o que aconteceu, cantaram a bola (no twitter, inclusive) que ele ia ser exposto, ele contratou uma empresa de relações públicas e o artigo foi lançado

na boa gente, guardem a empatia pra quem precisa, não é o caso dessa pessoa aí, procurem os relatos das outras mulheres, forçar um beijo e humilhar publicamente uma mulher (nunca de um homem, engraçado como com homem tudo muda, o cara foi estuprado por um homem mas é de mulher que pegou raivinha, ui ui ui) não é nadaaaaaaaaaaaaaaaaa perto do que todas as outras estão contando, ele tentou uma jogada de mestre mas a house of cards vai cair já já, acompanhem

Anônimo disse...

". Mulheres apologistas de homens e meninos dizem que os machos são estupradores porque foram agredidos sexualmente quando eram jovens. "


inclusive tenho um exemplo dentro da minha casa do quanto isso é mentiroso

a pessoa que abusou do meu companheiro nunca foi abusada e meu companheiro nunca abusou (ou gritou na cara, ou fez observações misóginas, ou me tratou mal, ou ficou com raiva de mulher) de ninguém

é o velho papo de querer colocar gente CANALHA, QUE MERECE UMA BALA NA TESTA como doentinha sabe pra que? pra culpabilizar as vítimas

a gente precisa parar pra ontem de passar pano pra essas doenças curiosas que só dá em homem (estupro coletivo, pedofilia, agredir mulheres sistematicamente, ficar inconformado com o fim do relacionamento e matar ex e seus filhos)

o que esse "escritor" tentou fazer foi dar um calaboca antes de ser exposto, só isso, usando o sistema a favor dele

mas vai melar, podem apostar, as mulheres estão acordando e não vão mais deixar barato

foi estuprado? se foi, terrível mas isso não é desculpa pra fazer canalhice com mulher (e só com mulher vamos enfatizar bem essa parte aqui)

história sad não é carta pra fazer bosta não, parça



"Agora prova que foi estuprado. Opa, é homem, não precisa, sua palavra imediatamente vale mais."


e tem essa aqui também

menina de 6 anos estuprada: será que foi mesmo, será que não era assanhadinha, será que não era só um carinho de avô, você que entendeu errado num é bem assim, tem que ver isso direitinho pra não destruir a vida de um inocente

pessoa do sexo masculino de qualquer idade, estuprada: coitado vamos fazer uma ciranda aqui e acolher o irmão

titia disse...

04:37 aqui no blog da Lola todos que tem histórias de terror pra contar são acolhidos. Na página da UOL você vai ver essa diferença de tratamento sim; aqui não.

01:29 experiências sexuais forçadas são traumáticas pra qualquer um, independente do sexo da pessoa. http://www.cracked.com/personal-experiences-1598-6-lessons-i-learned-losing-my-virginity-to-prostitute.html

Nunca se deve passar pano pra misoginia alheia, mas também não se pode usar a misoginia da vítima como desculpa pra aliviar a barra do estuprador. Ou você acha que estupradores não comemoram quando alguém diz "Dane-se se esse cara foi estuprado, ele xingou/humilhou/molestou mulheres, merece morrer e ponto" e o criminoso pode sair de fininho fingindo que não é com ele, e nunca ser punido?

Ninguém aqui é formiga, que só consegue se concentrar numa coisa de cada vez; é possível sim alguém ser algoz e vítima, e é possível lidar com as duas posições, é possível punir o estuprador e o molestador. Até porque estupradores não atacam uma única vez e vários não se restringem a uma única vítima. Estupro tem que ser combatido de todos os lados, atacado em todas as frentes.

Anônimo disse...

Hoje li um artigo que serviria tão bem de comentário aqui: Women are perpetually asked to be the cops, the police, the bosses of their bosses, the judges of their judges; the ones held responsible for patrolling and controlling and meting out punishment against—or graciously forgiving—men who trespass. And god help us if we get it wrong.

https://www.thecut.com/2018/06/bill-clinton-monica-lewinsky-today-show-metoo.html

Anônimo disse...

Titia... um estuprador, assediador e agressor de mulheres com um bom relações públicas está sendo acolhido no blog por cima de todas as mulheres que ele agrediu, assediou e estuprou e você vem dizer que aqui não tem essa diferença de tratamento, só no UOL? Ah, conta outra...

Não é só o homem que molestou esse cara na infância que é um criminoso, ELE TAMBÉM É!

Mas parece que estupro, assédio e agressão contra mulher não são crimes... quase nunca são punidos e nas poucas vezes que são reconhecidos como crimes e "punidos" as punições são muito brandas e/ou não tem muita serventia, não efetuam nenhuma mudança positiva, muitas vezes só servem para piorar o comportamento desses criminosos.

Anônimo disse...

Não estou entendendo. Por ele ser misógino, vcs querem que a gente cruze os braços em relação a todos os homens que são estuprados na infância e não dizem nada? Eu ein... É mais do que possível repreender os atos misóginos dele (que ele também deveria se manifestar sobre), e compreender que o trauma dele é, sim, tão grande quanto o das várias meninas que são abusadas dentro de casa. Que nojo negar apoio a vítima de estupro! Se manquem.

titia disse...

14:25 e você parece que não passou em interpretação de texto na escola. Ok, vamos lá mastigar pra você, mas é só dessa vez. Primeiro, sim, aqui é diferente da página da UOL. Por gentileza, leia todos os posts sobre estupro no blog, todos os depoimentos pessoais das vítimas, e aponte onde as feministas ficaram com isso de "menina de 6 anos estuprada: será que foi mesmo, será que não era assanhadinha, será que não era só um carinho de avô, você que entendeu errado num é bem assim, tem que ver isso direitinho pra não destruir a vida de um inocente". Aponte um post que seja onde as vítimas não foram acolhidas e respeitadas. Adianto: não vai achar nenhum. Trolls vão ter aos montes, mas nem a Lola nem ninguém que leve o feminismo a sério negou acolhida e apoio às vítimas mulheres. Isso é delírio seu, se não for má fé mesmo.

Segundo: não banque o mascu fazendo leitura seletiva. Eu nunca disse que o autor não deveria ser punido pelos seus crimes; disse que ele E o estuprador tem que ser punidos enquanto criminosos, e que enquanto vítima ele tem direito a tratamento psicológico e um pouco de apoio. Que se consulte na cadeia, então, com o terapeuta prisional.

Por último: dizer que ele tem que ser acolhido não significa 'quero que as vítimas dele se explodam'. Quero mais é que ele seja processado e punido pro cada mulher que molestou. Como mencionado na linha acima, que se trate com o psicólogo da cadeia. Isso não é defender impunidade, isso é ser humano. Se você tem cérebro de formiga e só funciona no 8 ou 80, o problema é todo seu.

Aí a pessoa vem aqui e diz que, como o autor do artigo é um misógino criminoso, devemos negar qualquer apoio, passar por cima dele, calar seu sofrimento e ignorar totalmente os crimes do homem que o estuprou. Então, ela basicamente disse que estuprador não tem que ser punido já que a vítima não é 'gente de bem e não faz por merecer o apoio'. Se as pessoas parassem por 5 segundos pra pensar no que estão dizendo provavelmente não diriam merdas como essa. Mas pensar pra quê, né, se podemos só espernear, arrumar confusão, esbravejar, bater no peito e berrar "Só eu defendo de verdade a causa"?

Anônimo disse...

Essa galera revoltada por nos comovermos com esse relato porque ele é misógino, parece mais que querem se tornar algozes também. Repetindo a mesma merda que homens fazem com nós. "Ah, ela humilhou vários homens/mulheres, então eu não to nem ai se foi estuprada na infância". Percebem o quão doentio isso é? Na boa, vão repetir esse ciclo de bosta no quinto dos infernos. Somos melhores que isso. E é claro que isso não significa que devemos passar a mão na cabeça dele pelos assédios que fez com outras mulheres, assim como não significa que devemos fazer a mesma merda que homens odiosos costumam fazer com as mulheres, duvidando de seus relatos e traumas e dando justificativa para abafa-los. Até onde eu sei, essa não é a causa do feminismo.

Anônimo disse...

Gente desonesta e sem interpretação de texto, a gente vê por aqui!

Eu me recuso...

Anônimo disse...

a maioria absoluta das pessoas pedófilas são homens heterossexuais

mesmo quando as vítimas são meninos, os violentadores são héteros

Se fosse hetero teria violentado meninas, foi um gay que o estuprou.

Anônimo disse...

A causa do feminismo é parar de passar pano pra macho e parar de contribuir com toda a preparação do palco, dando voz e holofote pra eles e sim priorizar as mulheres, ouvir as mulheres, se centralizar nas mulheres, as mulheres estarem no foco. O contrário do que está sendo feito aqui.

Fim.

Anônimo disse...

Sim, os trolls feminazi e os trolls antifeministas. Também me recuso.

Anônimo disse...

É, e para isso vamos agir exatamente do modo escroto que eles agem! Legal né?

Anônimo disse...

Na boa, cada um faz o que quiser, se se comoveu com a historia dele, ok, se quer mais que ele queime no quinto dos infernos, ok. Só não cague regra tentando ditar como outra pessoa deve agir ou pensar sobre esse relato. Além do mais, aqui no blog da Lola nunca teve ninguém, fora os trolls que são tão respeitados quanto o bezerro em dia de comércio, julgando as bravas mulheres que relataram seus traumas. Não sei por que com homem isso deve ser diferente, pois o relato dele é mais sobre ele aos 8, não sobre o quão escroto ele foi aos 20 ou 40, apesar de ele dar insight sobre isso em alguns trechos. E parem com essa porra de falácia, é raríssimo um homem admitir que sofreu abuso sexual exatamente pelo julgamento que vem junto. Se todo mundo acreditasse de cara, se todo mundo acolhesse, desse suporte emocional, porque ainda é tão raro um homem admitir isso? Ora, pelos mesmos motivos que uma vítima do sexo feminino também decide não contar, óbvio. Abuso sexual já é triste, ainda mais quando é com uma criança que ainda está descobrindo o mundo. Sempre é triste, independentemente do gênero da pessoa ou dos podres que ela fez no futuro. Pelo menos é o que eu acho, se quiser mandar ele e quem está dando "o holofote" pra ele tomar no cu mesmo assim vá em frente.

Anônimo disse...

00:00 - não burro

SÃO DIVERSAS PESQUISAS Q PROVAM O CONTRÁRIO

homens héteros estupram crianças seja de qual sexo forem, menina ou menino

a maioria absoluta dos pedófilos são sim homens heterossexuais

mesmo quando as vítimas são meninos, os violentadores são héteros

a realidade é quem diz

Anônimo disse...

Quem chama feminista de feminazi é um lixo misógino/antifeminista que nem merece qualquer resposta. Mesmo MESMO!

Anônimo disse...

Sobre quando homens nos chamam de “f€min4zi”; quando ridicularizam o feminismo; quando excluem mulheres de espaços públicos e impedem, muitas vezes com ameaças e com uso de força, as mulheres de acessarem esses espaços; quando criam espaços “femininos” que restringem a acessibilidade, a mobilidade e as possibilidades das mulheres; quando invadem e destroem espaços só para mulheres; quando estupradores são liberados e o estupro é diminuído como “assédio” e não “violação”; quando dizem que a mulher apanha porque gosta; quando dizem que ela escolhe ficar num relacionamento abusivo; quando ela “provocou”; quando a roupa ou a música ou a bebida “justificam” o estupro dele; sobre quando nos chamam de “bruxas”, “megeras”, “misândricas” ou “TERF” e com isso validam a agressão e a ameaça às mulheres:

“Todas as conquistas do feminismo – pelas quais, a propósito, não somos muitas vezes agradecidas (e é por isso que nos apressamos em reivindicar qualquer coisa que podemos) – foram conseguidas nem sempre com profunda polidez, mas foram conseguidas com extraordinária paciência e autocontrole, com o que quero dizer: não usamos armas. Nós usamos palavras. Nós marchamos dizendo palavras. E somos punidas por alcançarmos tudo o que alcançamos; somos punidas por todas as declarações que fazemos; somos punidas por todo ato em direção à autodeterminação. Toda afirmação de dignidade é punida socialmente pela grande mídia lá fora – quando eles escolhem nos reconhecer, é geralmente através da ridicularização e desprezo – ou pelos homens ao nosso redor, que são os soldados de infantaria nesta guerra muito real na qual a violência é quase exclusivamente de um lado só. O objetivo da punição é muito claro, se a punição em si é um ato de sexo forçado ou ser espancada ou insultada com palavras ou ser assediada andando na rua ou ser assediada sexualmente em seu local de trabalho: “Entre. Cale a boca. Faça o que eu disser.” O que geralmente é redutível para: “Limpe a casa e abra as pernas”. Muitas de nós dissemos não. Nós dizemos isso de maneiras diferentes. Nós dizemos isso em momentos diferentes. Mas nós dizemos não e nós temos dito alto o bastante e coletivamente o bastante para começar a ressoar na esfera pública. Não, nós não vamos. Não.

Há uma resposta para o nosso não. Uma arma semi-automática é uma resposta. Existem também facas. Nós não estamos tendo uma conversa agradável aqui.”

- Andrea Dworkin

Anônimo disse...

Quantos trolls chatos, tanto ''radfem'' pedante, quanto mascu chato querendo posar de engraçadinho e usando o relato para exalar homofobia.

Anônimo disse...

O que aconteceria se as mulheres se tornassem um pouco mais firmes, "duras", "rudes" e um pouco mais "insensíveis", "frias" para com os homens, e focássemos nossa energia em sermos mais acolhedoras, mais gentis e generosas entre nós mesmas?