Adoro um estudo que registra as reações de pessoas a bebês, ou melhor, ao mesmo bebê. Como a gente sabe, meninas bebês são muito parecidas a meninos bebês se não estiverem usando algo que as diferenciem (brinco na orelha, laço no cabelo, roupinha rosa).
E como a gente também sabe, as pessoas costumam ficar muito ansiosas se não sabem o sexo do bebê. Elas precisam de algum código, como o nome do bebê (masculino ou feminino), para saber como agir com ele. Então tem mais de um estudo que mostra pessoas expostas ao mesmo bebê e vê como elas se referem a ele. Se são avisadas que o bebê é menino, elas dirão que ele é forte, grande, corajoso, teimoso, viril, másculo, pegador, vai dar trabalho quando crescer, hein?
Se são avisadas que o bebê é menina, dirão que ela é linda, fofa, pequena, quietinha, doce, uma princesa. Detalhe: é o mesmo bebê!
E ela viveu feliz para sempre, fazendo sexo com quem desejava, usando as roupas que ela queria, e sem se importar com as merdas que as pessoas pensavam sobre ela |
Esses estereótipos atribuídos a cada gênero não têm nada de natural e se perpetuam por toda a vida. Somos ensinadas que somos sexos opostos, que existem coisas de menina e coisas de menino, que não podemos ser tudo que quisermos ser. É uma camisa de força para todos. E quem sai perdendo é a sociedade, que limita seus indivíduos baseados em noções retrógradas.
"Ideologia de gênero", se existe, é exatamente isso: ditar o que meninas e meninos podem e não podem fazer, podem e não podem ser, como têm que agir, as oportunidades que terão na vida. Ou seja, é o que já vivemos.
"Ideologia de gênero", se existe, é exatamente isso: ditar o que meninas e meninos podem e não podem fazer, podem e não podem ser, como têm que agir, as oportunidades que terão na vida. Ou seja, é o que já vivemos.
Acredito que o transsexualismo nasça justamente daí.
ResponderExcluirUm menino que não se encaixe no "papel de menino" (forte, valente, bruto, racional, insensível) ou uma menina que não se encaixe no "papel de menina" (frágil, medrosa, delicada, emotiva e sensível), pode começar a ter dúvidas sobre sua identidade ("como eu posso ser menin@ se não sou como tod@ menin@ deve ser?") e aí começa a acreditar falsamente que pertence ao sexo oposto, e que seu corpo tem "algum defeito".
Mas se acreditamos que os papéis de gênero não são naturais (e sim uma construção social), tampouco deveríamos acreditar que o transsexualismo é algo natural, já que tem suas raízes em algo irreal.
Enxergo os transsexuais como mais uma vítima do machismo: Pessoas que acreditaram na mentira que "papéis de gênero são naturais", e por não se encaixarem nesses papéis, se sentem inadequadas dentro de seus próprios corpos, e por isso tentam alterar seus corpos para se sentirem "encaixadas" na sociedade, se não no seu sexo de nascimento, no outro sexo.
Acredito que se os papéis de gênero forem extintos (oi seja, no dia que tivermos uma sociedade feminista e igualitária), ninguém mais vai se sentir desconfortável dentro de sua própria pele, e não teremos mais pessoas confusas em relação ao seu próprio sexo.
Você está completamente equivocada. O transexualismo não nasce daí. É só conhecer um pouco de embriologia para saber que o momento em que os órgãos sexuais se desenvolvem é diferente do momento em que o cérebro se desenvolve. E, por algum motivo ainda não explicado, o cérebro pode se desenvolver de forma diferente dos órgãos sexuais. E sim, cérebros femininos são diferentes de masculinos. E como quem manda no corpo é o cérebro, é ele que dará a identidade de gênero, independente do órgão sexual e XX/XY.
ExcluirÉ por isso que os transexuais se identificam com o gênero diferente do que nasceram, porque é o que o seu cérebro lhe diz. Não tem nada a ver com construção social.
É muita arrogância da sua parte dizer que a crença deles é falsa.
O problema é que todo mundo quer dar pitaco na vida alheia, mas estudar que é bom, pra ter um mínimo de embasamento científico, ninguém quer.
É a arrogância novamente que impede as pessoas de se distanciarem - “eu não tenho conhecimento suficiente para discorrer sobre tal fato”.
E a carência e necessidade humana de atenção que nos faz acreditar que nossa opinião é importante para o mundo, mesmo que não se saiba do que está falando.
Não, ideologia de gênero e pregar que somos obrigados a sermos homens ou mulheres, que é tudo imposição, so pq uma minoria n aceita o corpo com o qual nasceu. Usando isso como forma de tentar explicar as pessoas trans.
ResponderExcluirO texto é sobre padrão de comportamento e personalidade que se espera de homens e mulheres, isso sim é imposição. Se um homem n atender o padrão de macho comedor e viril, no máximo vai ser chamado de gay, ninguém diz " Ah, n é macho comedor? Então, deve ser mulher. "
"O texto é sobre padrão de comportamento e personalidade que se espera de homens e mulheres, isso sim é imposição."
ExcluirNão é apenas imposição. É ideologia de gênero. Há de fato uma crença de que a mulher nasce pra ser mãe, é emotiva, quer um macho provedor para protegê-la e não gostam de aventuras apesar de todas as evidências de que várias mulheres não se encaixam nesse perfil. E por não se encaixarem nesse perfil sofrem preconceitos. Podem ser chamadas de mulher-macho. Alguns foram até brincam dizendo pra tais mulheres que elas deveriam ter nascido homens. Isso também é ideologia de gênero.
"Não, ideologia de gênero e pregar que somos obrigados a sermos homens ou mulheres, que é tudo imposição, so pq uma minoria n aceita o corpo com o qual nasceu."
Sim, concordo que isso que vc falou seria uma ideologia de gênero. Mas não é uma teoria de gênero. O que a teoria de gênero diz é que se atribue se impõe certos papéis ou comportamentos há uma pessoa devido ao sexo com que ela nasce. Mas fatores biológicos não são negados.
Há um estudo que um padre reaça, cujo nome não lembro, adorava divulgar pra refutar a teoria do gênero: A pesquisa mostrava que meninas que tem preferência por atividades masculinas receberam durante o período fetal uma quantidade de testosterona maior do que a média. Eu acredito que isso tenha influência sim. Mas que não é o único fato biológico que influencia o comportamento de uma mulher. Mas está pesquisa acabou por desmentir a ideologia de gênero que afirma que o comportamento das pessoas é influenciado apenas pelo fato dela ter uma vagina ou um pênis. Não é.
Acho que foi esse mesmo estudo que mostrou que meninos e meninas antes da socialização não escolhiam brinquedos de acordo com o que se esperava do seu sexo. Ou seja essa de que meninas usam rosa, meninos usam azul. Meninas gostam de bonecos e meninos de bola é contrução social. As preferências de meninos e meninas são influenciadas por fatores biológicos, um deles é a quantidade de testosterona a que são submetidos na fase fetal, e também por imposições sociais. Entenda imposições aqui não como algo a que vc é submetido com violência, mas algo a que você é submetido sem fazer nenhuma reflexão, sem questionamentos, até porque vc é submetido antes mesmo de aprender a falar (como usar rosa ou azul).
O padre usou isso para tentar invalidar o feminismo. Mas na verdade isso só reforça ainda mais o movimento. Não se deve dizer a uma mulher o que ela deve ser ou fazer apenas porque ela nasceu com uma vagina. Ela deve ser como ela quiser ser pois não é igual a nenhuma outra, nem mesmo na quantidade de testosterona a que foi submetida no feto.
O mesmo se aplica aos homens
Dizer que "essa criança nasceu com pênis, mas como é sensível, delicada, gosta de rosa e de boneca, tem cabeça de menina, então é uma menina", ou "esta criança nasceu com vagina, mas como é bruta, corajosa, gosta de azul e de espadas, tem cabeça de menino então é um menino" é reafirmar os papéis de gênero, e portanto não tem espaço no feminismo.
ResponderExcluirBoa tarde, Lola!
ResponderExcluirConcordo com tudo nesse texto.
É por esses (e outros) motivos que adoto certos princípios em minha vida diária.
Por exemplo, nunca, jamais chamo meninas e mulheres de bonitinhas, lindas, sexys, princesas, fofas ou qualquer outro adjetivo nessa linha. Sempre tento elogiar por outros motivos, procuro destacar habilidades pessoais e características de personalidade, assim como procedo com meninos e homens. Além disso, jamais fico exaltando "macheza" ou "virilidade" ou coisa que o valha em indivíduos do sexo masculino. Nem os trato como seres superiores. Mais além ainda, se eu me sentir à vontade para elogiar beleza de um homem (claro que de maneira educada, e claro que essa beleza é conforme meu gosto pessoal), eu digo, não vejo problema. Tenho total consciência que incomodo muita gente, vejo claramente escrito na cara das pessoas, afinal é meio que uma "obrigação" ficar colocando em caixinhas, homens assim, mulher assado, coisas de menino e de menina, parece que é obrigatório chamar mulheres de lindas mas homens não podem ser chamados de bonitos, e por aí vai, a lista segue. Sempre procuro desconstruir sexismo, trato de maneira neutra, da mesma forma que gosto de ser tratada, odeio quando me colam rótulos que nada tem a ver comigo só porque sou mulher, por isso não rotulo pessoas. A tarefa é árdua, mas sigo em frente.
Abraços.
Eu li algo uma vez falando sobre isso. Que essa nossa insistência em só elogiar meninas de "linda", faz com que elas sintam como se a beleza fosse a primeira qualidade a ser notada (o que não deixa de ser verdade), e a mais importante. E vão internalizando isso, e por esse motivo durante a adolescência e vida adulta acabam desenvolvendo problemas relacionados a "serem bonitas" (anorexia, bulimia, mil cirurgias plásticas, baixa alto estima, etc...).
ExcluirDesde que li isso, também tento fazer elogios a meninas que não sejam se referindo à sua aparência física, por mais que eu a ache realmente linda (como: Inteligente, esperta, corajosa, forte, etc...). Mas vez ou outra ainda me pego fazendo o elogio comum: Linda. Tenho que me policiar mais.
Exatamente! Não é benéfico para meninas ser chamadas de lindas, especialmente se for o tempo todo tratada feito princesinha. O foco fica todo na aparência. Aí num belo dia é chamada de "feia" por alguém ou descobre que determinada pessoa não a acha "bonita", e pronto! O mundo dessa menina (ou mesmo mulher) cai, fica frustrada, o dia fica uma merda, por causa da opinião de um Zé ruela qualquer. Vira refém da opinião dos outros. Fora que o tempo passa e essa "beleza" que a sociedade valoriza vai embora. E aí como faz?
ExcluirTenho uma filha. Não furei as orelhas, não usa vestido, comprei apenas roupas neutras (quero mais filhos) e sou muito mal vista pelos familiares e amigos, pois eles acham que eu faço isso por ranço feminista.
ResponderExcluirEsses dias a prima do meu marido me disse, espantada, que a Clara só gostava de brinquedos de menino. Ela estava falando de bola, bicicleta e (pasmem) livros!
Enquanto isso leio sobre uma menina de 11 anos que se suicidou porque se sentia gorda.
Filhas de amigas minhas de 8, 9 anos se encontram pra falar que precisam se depilar, emagrecer, alisar o cabelo, enquanto os meninos estão lá fora brincando e subindo em árvores.
Mães de meninas tem muito trabalho. É preciso orientá-las diariamente e muito de perto para que não sofram distúrbios alimentares, desenvolvam depressão, envolvam-se em relacionamentos abusivos, sejam estupradas, assassinadas por ex namorados, divulgada sua intimidade na internet. Não é preciso dois neurônios para saber que ser mulher nesse mundo machista não é fácil.
Com os meninos, a preocupação dos pais é menor, a sociedade cuida melhor deles.
Então pode até ser ranço feminista como falam, mas o quanto eu puder interferir e livrá-la desse desfecho, eu farei incansavelmente.
Fabi.
Tenho visto as notícias sobre esses suicídios, muito deprimente! E tem gente que acha que não é importante questionar certos padrões.
ExcluirKasturba,
ResponderExcluirMuito inteligente seu comentário.
Concordo.
Kasturba disse tudo.
ResponderExcluirO melhor é simplesmente acabar com essa porra toda de "menina assim, menino assado, mulher assado, homem assim". Basta estudar as sociedades pré-históricas pra sabermos que essa papagaiada de ser desse jeito ou daquele por causa do genital com que a pessoa nasceu é, como dizia meu saudoso avô, merda em fatia; uma ficção conservadora e machista que não encontra nenhum respaldo na natureza - que os covardes usam como desculpa pra agredir quem não se encaixa na sua visão preconceituosa do mundo.
ResponderExcluirOs índios brasileiros antes da chegada dos portugueses, eram uma sociedade pré histórica. E a divisão entre papéis masculinos e femininos era bastante marcada...
ExcluirE aí?
Ana, pode acontecer mais do que ser simplesmente ser chamado de gay. Tem pais que até batem nos filhos para aprender a ser macho viril. Podem desenvolver sérios problemas de socialização, depressão, suicídio, etc.
ResponderExcluir14:43
ResponderExcluirIsso é verdade. Mas eu quis dizer que essa imposição de ser homem ou mulher n existe, o que existe é a imposição de comportamento, coisas de homem e coisas de mulher.
A pessoa é agredida de várias formas por n estar n padrão, mas ninguém conclui q a pessoa escapou da imposição de gênero e q deve ser do sexo oposto.
Minha prima n tem nada a ver com o comportamento mulherzinha, meiga, doce, blá blá e tinha gente q chamava ela de moleque macho, machona, quando era crianca/adolescente, mas apesar desses termos ai, estavam é chamando ela de sapatao, ninguém achava realmente q ela era homem ou viraria homem.
E no caso da minha prima, ela realmente se assumiu lésbica. E olha o nível de loucura, se escapar 1% do jeito "normal" te taxam de lésbica. Porque hj em dia, apesar de ela n ter o jeito certo, tem a aparência certa, super "feminina", usa vestido, salto, cabelo na bunda, maquiagem. Mas como é "grossa" n deve gostar de homem.
E eu conheco uma mulher bem parecida com minha prima no jeito e estilo, mas é hetero. Isso tudo é ridículo demais.
Por isso concordo com a kasturba, a pessoa fica tão surtada com tanta pressão, que começa a achar que é do sexo oposto. É a única explicação que faz sentido pra mim, as outras que já vi são totalmente incoerentes. E tb pelo fato de q é fisicamente impossível trocar de sexo. E eu estou falando em dna.
E os militantes só dão força pra essa confusão toda, tem uns ai dizendo que existem diversos gêneros, se a pessoa tá se identificando com algo além de ser humano, homem/mulher, ela é o q?
Concordo plenamente com o primeiro comentário.
ResponderExcluirSe eliminarmos as características atribuídas a determinado gênero como sendo algo compulsório, se pararmos de estimular isso e achar OK meninos gostarem de rosa ou meninas de azul (só para ilustrar uma das divisões clássicas), a transexualidade deixa de existir.
Alícia
O pior é os críticos do feminismo. Só li um artigo de um guru mascu que não convém ser citado por pura curiosidade, ele diz que a mulher não tem lealdade nenhuma pro seu grupo. Pra provar isto, ele cita mulheres em países ocupados por alemães na segunda guerra que se relacionavam com os invasores. O cara nem se toca que a mulher nesta situação NÃO TEM ESCOLHA. Já o invasor, ele tem escolha de ir atrás da mulher ou não. Curioso que o mascu não fala de franceses que lutaram pelos nazistas e nem do brasileiro(um tal de egon albrecht) que também lutou pelos INIMIGOS do próprio país. É uma hipocrisia e duplo padrão sem tamanho destes malucos.
ResponderExcluirO nível de transfobia dos comentários me assusta. Uma mulher trans não é um homem que gosta de rosa, algumas nem pensam nisso e usam vestimentas e comprimentos masculinizados.
ResponderExcluirUma pessoa trans é simplesmente uma pessoa que não se sente no gênero biológico e com seu corpo.
Para entender melhor, sugiro a leitura dessa entrevista da revista Carta Capital.
https://www.google.com.br/amp/s/www.cartacapital.com.br/sociedade/201cminha-vagina-e-poderosa201d-diz-ativista-trans-2278.html/
Pois é, o que mais tem é gente falando coisas sem nexo, sem se dar ao trabalho de se informar. Para esse pessoal, um cara gostar da cor rosa ou de praticar balé indica que é homossexual ou trans.
ExcluirEle mesmo declarou na entrevista, quando conversando sobre sua transição: "Eu sempre me senti muito muito homem, minha vida sempre foi muito masculina."
ExcluirEu pergunto... O que seria uma vida masculina?? Ele quando criança gostava de subir em árvores, jogar bola, brincar de carrinhos?? Quem disse que isso são coisas "masculinas"?
Sempre, em algum ponto, existe alguma referência externa, nunca a questão do sexo é algo puramente interno... Por isso mesmo que eu acredito que a questão gira em torno dos papéis de gênero.
Sou mulher, quando criança gostava de subir em árvores,jogar bola, correr, colecionava carrinhos, bolas de gude, miniaturas. Cresci e continuo sendo mulher. E aí?
ExcluirNão existe ideologia de gênero e sim identidade de gênero.
ResponderExcluirExcelente texto, como usual- assim como Laerte ❤ obrigada querida Lola!titia, assino embaixo do seu comentário. Precisamos realmente nos policiar para não reproduzirmos estereótipos. Bom final de ano!
ResponderExcluirVejam que absurdo:
ResponderExcluirhttp://gente.ig.com.br/fofocas-famosos/2017-12-06/melanie-martinez.html
Sério que todas as mais horrendas opressões que o machismo exerce sobre as mulheres e, indiretamente, sobre os homens, a existência da transexualidade é 'a pior'?
ResponderExcluirEu marcho com mulheres trans. Não vou pitacar na dor alheia, por que os anos de repressão sexista sobre como eu devo me sentir, portar e ser me foram cruéis (ainda são, na verdade), eu repudio por essência esse papel de julgadora da capacidade dos outros se entender no mundo, de compreender suas dores, e de se organizar politicamente.
Toda vez que vocês chamam um transexual de vítima, por que eles existem, e não pela forma cruel com que são caçados e mortos no Brasil, vocês só não ajudam essas pessoas, como recusam para elas o direito a voz e de organizarem politicamente como elas acham melhor.
Por que não basta 73% das mulheres trans terem o 'privilégio' de serem prostitutas, não basta as taxas de homicídio serem ainda altas para essas pessoas, bem como a maioria delas estar abaixo da linha da pobreza, se elas quiserem essa coisa simples, de se dizer feministas, elas que façam o favor de existir politicamente no mundo como outras feministas não-prostitutas, classe média, exigem que elas existam. Se não, 'coitadas', só são vítimas. Todavia, eu sei que estou sendo boazinha. O que se disse aqui, é que elas não devem existir. Não no 'feminismo verdeiro'.
Esse feminismo, eu que nasci com vagina, não pratico, não quero contato, não apoio e me revolto profundamente quanto ela tenta ser o único feminismo 'verdadeiro'. A mim, faço questão que não me represente.
Há muita violência em ser trans (nem precisa ser mulher trans, homens trans também são parte do 'refugo da terra'), mas não é violência a ninguém pessoas trans existirem.
Kasturba, não concordo com seu comentário. Não sou trans, mas pelo que eu ouvi de depoimentos de pessoas que são, a questão é muito mais em relação à um desconforto extremo em relação ao próprio corpo e sentimentos em relação à isso, do que em relação à atividades que gostam. Por exemplo, tem uma mulher trans bem famosa do Youtube, a Mandy Candy, conhece? Pelo q ela fala, ela tinha uma insatisfação muito grande com o próprio corpo, especialmente em relação à genitália e, ao mesmo tempo, quando nova (e ainda fisicamente "menino") adorava jogos de RPG e video-game, atividades tipicamente consideradas de "menino". Ou seja, não é uma questão de nascer com pênis, mas não se enquadrar em comportamentos esperados de homens, então começar a achar que é mulher trans. As vezes vc nasce com pênis, se enquadra perfeitamente em "atividades de menino" e mesmo assim, tem alguma coisa ali que a pessoa não se sente confortável. No meu entendimento, o sentimento de desajuste vem de dentro e é mais em relação à si próprio do que em relação às coisas de fora, entende?O que a pessoa sente não é o q ela vê em si mesma.
ResponderExcluirNão conheço, e vou assistir!
ExcluirNa realidade, eu só tive oportunidade uma vez de conversar com uma trans não binária sobre essas questões, e ela não soube me responder (ela me deu abertura pra perguntar, não vou sair por aí enchendo uma pessoa de perguntas do nada). Então na realidade minhas opiniões são baseadas muito mais em coisas que leio e ouço (geralmente escritas por pessoas cis), e mais ainda em reflexões próprias. Vou assistir os vídeos do YouTube, com certeza. Uma das coisas que eu acho mais produtivas é ouvir opiniões diferentes (desde que faladas de maneira respeitosa), e não tenho medo nenhum de "mudar de opinião". Na realidade, adoro. É sinal que consegui evoluir em determinado aspecto. :)
(veja você, já fui terminantemente contra a legalização do aborto, e agora levanto essa bandeira)
Mas de qualquer maneira, eu ainda acho que essa insatisfação se deve a um sentimento de não conformidade relacionado a algo externo. Porque se não tivermos a idéia de que aquela parte do corpo é de alguma forma "diferente" ou "desajustada", de onde nasce esse sentimento de rejeição?
ExcluirEu quando criança odiava as minhas orelhas, mas só depois que alguém falou que eu parecia o Dumbo. Minha irmã odiava seu cabelo castanho e crespo, mas só depois de comparar ao cabelo liso e loiro da nossa prima (e alguém dizer que o cabelo da prima era mais bonito que o dela). Antes disso, nenhuma de nós havia reparado que tínhamos algo "incomum" no corpo.
Essa trans que não gostava de seu pênis... Por que a insatisfação foi sobre o pênis? Por que não foi à sua mão, à sua perna, aos seus olhos? Se é algo interno, e não motivado por questões externas, por que essa "insatisfação interna" sempre é direcionada aos genitais, e não a outras partes do corpo?
De qualquer maneira, ainda não assisti aos vídeos. Vou assistir, e talvez esclarece algumas dúvidas e eu mude de ideia (ou reforce ainda mais minhas convicções).
Sou mais uma a questionar a afirmação de que a transgeneridade provém sempre do machismo. Salvo melhor juízo, só posso conhecer profunda e intimamente o que EU sinto, logo, como poderia afirmar que se "papéis de gênero" fossem extintos, TODA PESSOA se sentiria confortável na própria pele? Há quem não saiba nem o que sente, quanto mais o que o outro, que ainda nem nasceu? Se já chegamos ao ponto de, inclusive, adivinhar o futuro das(os) outras(os), joguemos todos na Mega Sena! Há pessoas trans que aos DOIS ou TRÊS anos conhecem sua real identidade, SEM INTERFERÊNCIA DE NINGUÉM. E aí? Que reflexões acerca dos malefícios do patriarcado ou de inadequações a um padrão fez essa criança? Não sou eu que sei quem a(o) outra(o) é. É a própria pessoa.
ResponderExcluirImpossível alguém de 2 ou 3 anos nunca ter sofrido a interferência de ninguém. A não ser que viva no meio do mato... Porque na nossa sociedade, antes mesmo de nascer as interferências começam (nos presentinhos rosas ou azuis que a gestante começa a receber)
ExcluirSim Kasturba!!Com esse comentário concordo super!kkk Aliás, concordo com muitos outros dos seus comentários aqui1
ResponderExcluirKasturba, não foi isso que eu disse. Disse que se uma criança de 2 ou 3 anos já sabe que é trans, não foi com a interferência de ninguém que ela descobriu!
ResponderExcluirOutra coisa que até quem nasceu no meio do mato sabe: o post é sobre ser O QUE QUISER. Inclusive trans.
Por que razão uma criança pequena se vê menino quando na sua certidão de nascimento se lê "menina"? Por que razão uma criança pequena se vê menina quando na sua certidão de nascimento se lê "menino"? Porque alguém interferiu e lhe ensinou a ser "do contra"? Ora, claro que não. Pessoas sabem quem são. Não temos o direito de ditar a identidade de ninguém. Ainda não sou mãe mas quero ser e se um dia tiver uma(um) filha(o) trans, ótimo, apoiarei integralmente. Que seja quem ela(ele) é, não o que os outros querem porque há poucas coisas tão improdutivas quanto tentar dar conta de satisfazer as expectativas de outro ser humano. Valor é interno e se sabemos quem somos, sejamos.
ResponderExcluirJoana, a interferência é alguém chegar e dizer "Você tem um pênis, mas é uma menininha, tá?"
ExcluirA interferência é alguém (ou alguéns) falaram varias vezes: "larga a boneca da sua irmã. Quem gosta de boneca é menina!", "Você não pode vestir fantasia de princesa, quem gosta de princesa é menina", "não brinca com as maquiagens da sua mãe, maquiagem é coisa de mulher", "pára de chorar, menino não chora", "se apanhar na escola, tem que revidar. Menino não leva desaforo pra casa", e outras pérolas que repetem quase que diariamente pras crianças. Depois de um tempo, se esse menino gostar de boneca, maquiagem, princesas, for sensível e não gostar de resolver seus problemas por meio de violência, ele pode começar a achar que tem algo errado com ele. Pode começar a achar então que "não é menino", pois não se adequa em nenhum dos papéis esperados. E se não é um menino, por exclusão, é uma menina.
Mas de qualquer forma, essa é minha OPINIÃO. Você tem outra opinião, e eu respeito.
Acho que de qualquer maneira, deixando de lado as diferenças de opinião, ambas acreditamos que estereótipos de gênero são nocivos pra todos, mulheres, homens, cia ou trans, né? Lutemos então para acabar com essas algemas invisíveis que nos prendem.
Na primeira frase, eu quis dizer a interferência NÃO é alguém chegar e dizer: "Você nasceu com pênis mas é uma menininha, tá?"
ExcluirNem todas(os) as(os) trans estão preocupados ou insatisfeitos com seu genital. Buck Angel não tem nenhum problema com sua vagina. Ao contrário, afirma que é poderosa. Thammy também afirmou recentemente que em nada lhe interessa ter o "princi(PAU)". Exemplos não faltam.
ResponderExcluirAna, o jeito que é erroneamente considerado "feminino" não é o certo, cada pessoa tem seu jeito, não tem isso de "jeito certo", muito menos gostar de homem é o "jeito certo". O resto do seu comentário está perfeito. Também estou gostando muito dos comentários da Kasturba nesse post.
ResponderExcluirE antes que digam que não falei das flores, Hailey Kaas também não tem nenhum problema com seu pênis. Pênis, sim. Homem, não. Mulher.
ResponderExcluirEu não tenho a menor ideia do que acontece com pessoas trans, e estou me lixando se alguém se diz homem ou mulher, se quer mudar de nome, de aparência...
ResponderExcluirMeu problema é que pessoas trans e militantes acham que temos a obrigação de acreditar nos seus argumentos, mesmo que não façam sentido algum e ainda te chamam de transfobico por você questionar alguma coisa. E eu percebi que nem eles conseguem explicar o que dizem, então, é mais fácil acusar de transfobia.
Basta ver as abobrinhas da anon de 04:28, ninguém disse nada disso. Ninguém acha o máximo pessoas trans serem agredidas e terem que sobreviver da prostituição.
E se vocês chegam ao ponto de dar palestras em escolas, afirmando que todos somos obrigados a ser homem/mulher, o minimo que se espera é que tenham provas ou pelo menos uma explicação coerente. Não adianta fingir que isso não está acontecendo, ontem mesmo vi um video de um homem trans palestrando em um colégio, afirmando que todos somos obrigados e que ele tb foi obrigado a ser mulher, mesmo se sentindo homem.
E não estou dizendo que não possam palestrar, para informar as pessoas, para que eles sejam respeitados, mas entre falar o que acontece com eles e pregar que o mesmo acontece com a humanidade inteira tem uma grande diferença.
Não vejo diferença de quem padroniza o mundo inteiro como hétero ou tenta padronizar de qualquer forma.
Então, anon de 04:28, vou te perguntar algumas coisas. Tente responder ao invés de me xingar de transfobica.
Se existe mesma essa obrigação e socialização, como pode um homem dizer que se sente mulher, se nasceu e homem e foi socializado como homem? Como pode saber como é se sentir mulher? E o que diabos é se "se sentir mulher"?
Porque eu nasci mulher e não tenho ideia do que isso significa.
Por que pênis e vagina, não tem nada a ver com homem/mulher, mas todo o resto do corpo tem? Se realmente acreditassem nisso, n teriam porque fazer qualquer mudança no corpo.
Você está certíssima, Mandy. Concordo plenamente com o seu comentário (17:56) e também pergunto as mesmas perguntas que você fez.
ResponderExcluirMandy, vou tentar responder à sua segunda pergunta porque para a primeira eu realmente não tenho resposta.
ResponderExcluirPessoas trans não performam papéis de gênero porque querem, mas sim porque PRECISAM disso para serem identificadas por outras pessoas com o gênero com que elas próprias se identificam. Exemplo que costumo usar: eu, mulher cis, não preciso o tempo todo usar saia, estar com as unhas pintadas ou manter meu cabelo comprido para ser reconhecida socialmente como mulher. Já uma pessoa trans pode não ser reconhecida (e respeitada) se não estiver vestida de forma a realçar as características de gênero. Inclusive, até bem pouco tempo atrás, "vestir-se como mulher" era critério diagnóstico para habilitar xs interessadxs à cirurgia de redesignação sexual. Ou seja, essas pessoas não tinham tanta escolha como imaginamos.
Você pode ainda objetar que, nesse caso, não precisariam fazer essa cirurgia, mas talvez a necessidade de se fazê-la também pode estar sendo imposta por alguns grupos sociais - por exemplo, quando se tenta colocar a cirurgia como condição para mudança de nome nos documentos.
Obrigado, Laura. Eu concordo com você, foi isso que eu quis. Minha prima tem o aparência certa de acordo com o q a sociedade considera feminino.
ResponderExcluirMandy, concordo com você também.
ResponderExcluirNo meu caso particular, quando convivo com algum trans, sempre respeito o nome social e o trato pelo gênero com o qual ele se sinta mais confortável. Acho importantíssimo que existam politicas públicas voltadas a esse grupo, para tentar reverter a situação deplorável em que são obrigados a viver no Brasil (falta de apoio da família, homicídios, prostituiçao, etc). Participo de discussões a esse respeito em espaços feministas, onde acredito ser o ambiente ideal para esse assunto (conversarmos sobre machismo e suas consequências), mas eu jamais desrespeitaria um trans, e menos ainda iria dizer minhas convicções sobre transexualismo se não fosse perguntada sobre isso. Mas mesmo assim sou taxada de "transfóbica" porque não acredito na teoria de identidade de gênero.
Seria uma situação similar: Não sou católica, mas respeito o direito de cada um acreditar no que quiser. As poucas vezes que eu vou a missas (quando algum parente morre, ou batizado de filho de algum amigo), me porto de maneira respeitosa, sento, levanto, ajoelho quando vejo que todos estão fazendo isso, e até entoo as orações que conheço. Procuro sempre tratar qualquer pessoa com respeito, independente da sua fé, mas mesmo assim sou taxada de "intolerante religiosa" porque não creio que a vida começou com Adão e Eva, e sim acredito na teoria de Darwin...
"Pessoas sabem quem são. Não temos o direito de ditar a identidade de ninguém."
ResponderExcluirConcordo, Joana. Mas você não percebe ou não quer ver, que os trans estão fazendo isso. Eles só podem falar por si próprios, o fato de não aceitarem seu corpo e de se sentirem pressionados a ser o que não são, não é prova de que a humanidade inteira passa pelo mesmo. E é isso que estão pregando por aí.
Viviane
Acho que eu entendi. Se não fizerem a transformação vão sofrer mais preconceito e não serão reconhecidos como homem/mulher. Mas não é um tiro no pé, falar que o corpo nada tem a ver com ser homem/mulher e ao mesmo tempo fazer mudanças para se adequarem com o corpo de um homem ou de uma mulher?
Isso é confuso demais!
Kasturba
É assim mesmo! Concorde com tudo ou você é transfobica. Não importa que você trate pessoas trans com educação, chame pelo nome social que escolheram, que não deboche e nem fale merda para eles.
Nunca convivi com trans, mas mesmo tendo muito "ódio" deles, sigo canais no youtube de pessoas trans.
Sigo a Mandy, a Thiessita, o Hugo que é fluido e tem outro garoto que não lembro o nome agora.
Essa parte da religião, eu ri kkkkkkkkkkkkk . Difícil achar um religioso que não seja assim. Não tenho religião, mas n sou ateia e uma vez disse para um católico que, já que dizem que nós somos feitos a imagem de Deus e existem pessoas de diversas aparências por aqui, Deus deveria ser multicolorido. A pessoa me fulminou com os olhos e me mandou calar a boca. E guardar minha heresia para mim mesma kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Quer dizer, não podem nem ouvir uma opinião diferente.
Mandy, esse tiro no pé, como você diz, não é dado pelas próprias pessoas trans, mas por uma sociedade que exige alguns comportamentos.
ResponderExcluirVerdade.
ResponderExcluirIdeologia trans é a mesma coisa de fundamentalismo religioso: igualmente irracionais, os seguidores não podem ouvir opiniões diferentes, vivem de sonhar com milagres impossíveis que nunca vão acontecer, negam a realidade insistentemente com umas crenças místicas mirabolantes de tão absurdas, não se pode questionar, tem que aceitar cegamente, medindo com medo cada palavra e atitude, senão te condenam ao "inferno" por ter "pecado", cometido "heresia", "transfobia". Se isso não é uma seita maluca eu não sei o que é uma então.
Transativismo é um ninho de tiranos. A Lola mesma já foi acusada de "transfóbica" e "cissexista" por não seguir fielmente cada passo que eles mandam – o que é impossível de realizar com sucesso, mesmo que a pessoa se esforce muito, primeiro porque nenhuma pessoa é 1 escrava perfeita da vontade de outrem e também porque a própria realidade, a materialidade, a biologia, as ciências, os fatos verificáveis, as verdades complexas e a vida são "transfóbicas". Trans = ninho de tiranos.
ResponderExcluirAnon das 6:48, o seu argumento é divertido. "A Lola mesma já foi acusada de transfóbica por transativistas". Vc quer uma lista do que "a Lola mesma já foi acusada" por radfems, por exemplo? Aqui mesmo no blog sempre vem uma me xingar e ditar que mulher gostar de homem não pode, que é dormir com o opressor, e sei lá mais o quê. Aliás, é muito irônico que gente transfóbica (que vive ditando o que pode e não pode na vida individual de alguém) venha chamar trans de tiranos.
ResponderExcluirBom ainda sou criança então... Tô me cuidado comigo
ResponderExcluirAi ui!!! Que meda, ai!!
ExcluirVixe maria!!! A transfobia é tanta que o tema do post é sobre estereótipos de gênero e como conservadores adoram usa-los pra cagar regras e o que a galera entendeu foi : "Como transgêneros tiranos querem oprimir e destruir as pobres vidas pessoas cis"
Kkkkkkk como se fossem os trans que perseguissem e vivessem de indagar o senso de pertencimento e identidade das pessoas cisgeneros e não o contrario, como se pessoas trans tivessem de fato poder socioeconômico,numérico e político o suficiente ao redor do globo pra oprimirem pessoas cis;como se vivêssemos numa estrutura transgenerista e não num patriarcado cissexista.
Além de já ser o segundo post desse mês que sequer teve a transgeneridade como tema e o assunto foi desviado nos comentários sobre como pessoas trans são opressivas.
As pessoas evidentemente não querem ser rotuladas como transfóbicas pois isso é uma afronta a noção de liberais e justas que elas possuem de si mesmas,mas no tom acusatório e até certo ponto agressivo,descortina-se a falta de empatia que provavelmente serviu de razão para que elas fossem rotuladas como tal.
As pessoas tem ojeriza ao termo transfobico,mas colocam-se de prontidão para questionar as subjetividades e o senso de personalidade das pessoas que não são cisgeneros,como se o delas fosse muito mais real,apenas por estarem respaldadas por um determinismo biológico patriarcal.
Aliás,observo,que quando muitas pessoas cisgeneros falam o que pensam e sobre a transexualidade e a causa trans,dá pra traçar um curioso paralelo com as pessoas evangélicas quando essas decidem falar a partir do próprio ponto de vista a respeito da homossexualidade,pois as semelhanças discursivas são muitas.
Além do que,pessoalmente acho triste ter que explicar num blog feminista como reducionismo biológico,o mesmo usado a exaustão para condenar e questionar pessoas trans,vai de modo geral contra o feminismo.
Parece haver um consenso por aqui, de que se é mulher a partir da existência do útero exclusivamente,logo,quem não o tem,não pode ser mulher,não pode se 'sentir' mulher,assim como quem não tem testículos não pode 'sentir-se' homem,já que de acordo com muitas não é ético,nem tolerável falar em 'sensação de ser mulher' ou 'sensação de ser homem',já que não devem existir sentimentos do que é ser homem ou do que é ser mulher.
Mas aí me pergunto, por acaso pessoas cis não se sentem também homem ou mulher? Será que se eu pergunta-las a causa de serem homens ou mulheres e proibi-las de usarem termos como prostata,glande,penis,bolsa escrotal,testículos,epidídimo,ductos deferentes,útero,vulva,clitoris,ovários,
tubas uterinas,cervix,grandes lábios,mamas e barba; elas não saberiam mais explicar o porque são quem são? Elas não saberiam mais dizer,sem considerar os genitais,que são homens ou mulheres?
Se elas arranjariam um jeito de exemplificar que são sim homens ou mulheres,mesmo sem poderem fazer qualquer referência a características puramente físicas,então por que os sentimentos e o senso de identidade delas são em tese mais reais e menos questionáveis que os das pessoas trans?
Por conta de uma bolsa escrotal,ou de um par de ovários?
M.C., eu nasci com genes XX, que me conferem seios, útero, ovários e vagina, e por isso me considero mulher.
ExcluirSe eu fosse me descrever sem constar aspectos físicos, eu usaria várias características referentes à minha personalidade (sou sensível, racional, corajosa, etc...), mas certamente "mulher" não faria parte desse repertório, pois, ao contrário do que você falou, não, eu não me "sinto" mulher. Na realidade, eu nem sei o que quer dizer se "sentir mulher", e olha que sou mulher há 32 anos. Sei que sou mulher pq essa é uma palavra usada pra definir fêmeas humanas, e é isso o que eu sou. Se eu tivesse fenes XY, testiculos e pênis, eu poderia ter exatamente a mesma personalidade, mas seria um homem.
Assim como não me "sinto mulher", também não me "sinto branca", não me "sinto magra" e nem me "sinto altura média". Mas todas essas são características que poderiam ser usadas para me descrever fisicamente.
ExcluirSe formos partir do principio que a biologia e somente ela pode definir quem é mulher e quem é homem e que ser mulher/homem é uma experiência totalmente biológica, logo estamos abrindo uma brecha,aliás,uma cratera para que logo chegue alguém e diga que as diferenças sociocomportamentais observadas entre homens e mulheres são frutos da biologia pura e simples.
ResponderExcluirSe ser um homem ou uma mulher é nada mais que algo ditado pela biologia,então estamos dando respaldo para que algum entusiasta da biologia diga que existe sim um padrão de comportamento masculino e outro feminino pautado pela biologia.
Se a realidade biológica é a única coisa que vale e interessa,então há de se considerar que existe sim um protótipo de cérebro que seja feminino e outro que seja masculino e que seja isso que cause comportamentos e hábitos diferentes entre homens e mulheres.
É este tipo de discurso fatalista e que muito agrada os conservadores de plantão ,diga-se de passagem, que queremos dentro do feminismo moderno e liberal?
Sim,pois é a ele que vamos ter que aderir se o simplismo biológico reinar,já que me parece muito incoerente agarrar-se ao determinismo biológico quando ele nos convém e querer descarta-lo logo no primeiro incomodo que ele nos causar.
Além do que se argumentos do tipo não há espaço para mulheres trans no feminismo porque essas transexuais não tem nem um útero para chamar de seu,passarem a valer e forem levados ao pé da letra,logo não demora muito para um homem cis chegar e dizer que também não tem cabimento algum uma mulher exigir destaque numa sociedade que a priori foi organizada por homens.
Se vamos dizer que mulheres trans não podem usar um banheiro feminino ou proclamar-se mulheres pela ausência do gene XX,por tabela estamos dizendo que um homem trans cheio de testosterona e barba na cara,independentemente das pessoas ao redor saberem o que tem dentro da cueca dele ou não deve ter livre acesso ao banheiro feminino,por analogia não demora muito a um homem dizer que homens e mulheres possuem genes diferentes,logo não há cabimento mulheres demandarem os mesmos direitos que os homens.
É por isso mesmo que corro dos simplismos biológicos,não quero me valer dos argumentos que podem se voltar contra mim.
Parece-me haver um certo "higienismo ideológico",digamos assim, da parte de muitas feministas cis em relação as mulheres trans,alegando que essas estão calcadas em estereótipos de gênero; como se elas próprias estivessem livres das influências patriarcais e como se elas também nunca tivessem se valido de estereótipos de gênero na construção e identificação da própria personalidade,o que definitivamente não é verdade.
Sim,eu concordo que pessoas trans movem-se em suas vidas dentro de uma lógica patriarcal,mas as pessoas cisgeneros, também fazem isso o tempo todo,a cisgeneridade também é patriarcal,afinal quando um transgênero incorpora um estereótipo de gênero foi ele que inventou isso?aprendeu sozinho?ele cresceu isolado numa sociedade só de transgêneros? Ou mais provavelmente ele aprendeu isso com os milhões de cisgeneros que repetem esse esteriótipos porquê também estão entranhados neles dia e noite sem nem perceberem?
ResponderExcluirAfinal quando cisgeneros repetem estereótipos que socialmente os pertence,ninguém nem nota,NINGUÉM contesta-os, visto que só é feio ter e sentir-se pertencente a um gênero quando não se é uma pessoa cis,caso contrário você está desculpado/a.
Enfim,eu considero pessoas transgêneros muito combativas e heroínas contra o patriarcado ao invés de algozes,pois mais do que qualquer um elas rompem com todas as expectativas que o patriarcado deposita sobre elas no nascimento,inclusive as expectativas de que elas seriam homens ou mulheres,isso requer muita coragem,pois volta e meia resulta em isolamento,além de espezinhamentos e questionamentos sem fim. Se elxs realmente fossem grandes defensores do patriarcado como algumas linhas do feminismo parecem sugerir,seriam todxs adulados e idolatrados pela pessoas conservadoras,ao invés de discriminados e odiados pelas mesmas.
Pra finalizar parece-me que o movimento radbobo,perdão,radfem lançou uma enorme confusão entre os termos identidade de gênero e teoria da neurodiscordancia de gênero,vou tentar explicar:
Identidade de gênero não é uma teoria e sim algo palpável,que já existe na prática,por exemplo uma pessoa nascida no sexo feminino que se identifica como homem, se você concebe que existe um conceito de identidade e se entende que existe gênero,logo,também fica fácil entender que existe a identidade de gênero,o gênero que um se identifica,de acordo OU não com sua genitália.
Teoria da neurodiscordancia de gênero, é uma teoria científica que estabelece que transgeneros são pessoas que nascem no sexo masculino,porém com um cérebro feminino na cabeça,OU no sexo feminino portando um cérebro masculino, ao passo que pessoas cis estariam adequadas entre cérebro e dna.
Essa teoria,pelo amor da santa,não foi inventada por pessoas trans,como erroneamente afirmam alguns,que tal como as pessoas cis não entendem nada de cérebro,mas sim por NEUROCIENTISTAS.
Ela não foi inventada para facilitar a vida de pessoas transgêneros,e sim várias décadas atrás como uma forma dos neurocientistas justificarem o que ate então não eram capazes de entender : o motivo pelo qual pessoas transexuais existiam.
Evidentemente muitas pessoas trans acreditam sim nessa teoria,acreditam porque foi o que disseram a elas,não necessariamente outros trans,mas as vezes até psicólogos,acreditam,porque obviamente buscam respostas do porque elas sofrem tanto dentro do próprio corpo .
ResponderExcluirParticularmente eu detesto essa teoria,pois basicamente nada mais ela é do que um determinismo biológico barato e sufocador, que desconsidera que comportamento não pode ser discutido ignorando por completo fatores sociais, e quais são os impactos das culturas patriarcais na auto-imagem e nas experiências humanas.
Acho essa teoria falha,pois mulheres trans nascem com uma anatomia perfeitamente masculina, se cérebro tivesse mesmo sexo por que justamente o cérebro e só ele seria feminino em contraste com o resto do corpo?
Acho que a própria existência das pessoas transgeneros já coloca essa teoria abestalhada a perder.
CONTUDO,entendo que essa teoria é e deve ser contestada por outros neurocientistas e não por pessoas leigas como eu,que nem ao menos sei nomear todas as seções do cérebro.
De fato não existe um consenso a respeito da ideia de sexo cerebral, alguns cientistas concordam com ela, outros que não aceitam determinismos biológicos estão sempre questionando e contestando,com base em ciência mesmo,essas ideias absolutistas.
Dessa forma,a teoria da neurodiscordancia de genero PODE estar certa assim como PODE estar errada,já que não existe uma conclusão definitiva a respeito disso,alguns neuroanatomistas acreditam em sexo cerebral,e outros felizmente não,existe um embate acadêmico entre eles que ainda não chegou ao fim.
Tudo que eu sei,é que se eu pudesse estalar os dedos e fazer todas as pessoas transgêneros desaparecem num passe de mágica, a teoria da neurodiscordancia de gênero desapareceria,no entanto,o patriarcardo continuaria intocado, os estereótipos de gênero continuariam a existir, os papéis de gênero seguiriam fortes, o conceito de sexo neurológico continuaria a existir e a ser difundido por aí,pois ele já existia e já era divulgado por cientistas MUITO antes de pessoas transexuais conseguirem qualquer relevância social, antes mesmo da cirurgia de redesignação sexual ser inventada.
Mulheres cis feministas dizem que não merecem ser apenas algo análogo aos homens e que não podem ser relativizadas a partir do homem,como se coubesse aos homens defini-las ou qual o seu lugar o mundo; eu concordo plenamente com esse clamor feminista,essas feministas estão com razão ao dizerem isso,acontece que eu acredito que esse direito também estende-se as pessoas trans,elas também não merecem serem consideradas apenas algo analogo aos cis,nem ficarem sendo questionadas e relativizadas por mulheres e homens cisgeneros,eu acredito na liberdade plena e nos direitos iguais para todos; não curto o feminismo branco classe média que quer liberdade apenas parcial.
ResponderExcluirEu até concordo que pessoas transgêneros sofrem muito e até deveriam deixar de existir,mas sei que pra isso ocorrer,primeiro as pessoas cisgeneros precisam desaparecer,e não estou vendo nenhuma delas se voluntariar para ser a primeira a sumir e a rejeitar por completo o conceito de gênero,logo,deixa existirem os trans,pois os cis continuam aí.
Como diz o título pelo direito de ser o que quiser,inclusive o de rejeitar por completo a cisgeneridade e as certezas 'absolutas' das pessoas cis.
"Uma pessoa trans é simplesmente uma pessoa que não se sente no gênero biológico e com seu corpo."
ResponderExcluirOu seja, um doente mental.
E ainda to pra ver alguém me explicar o motivo de "transgênro" ser aceitável e "transracial", não.
"Teoria da neurodiscordancia de gênero, é uma teoria científica que estabelece que transgeneros são pessoas que nascem no sexo masculino,porém com um cérebro feminino na cabeça,OU no sexo feminino portando um cérebro masculino, ao passo que pessoas cis estariam adequadas entre cérebro e dna. "
ResponderExcluirCérebro feminino. Ok. Ele é todo rosinha, tem cheiro de perfume Giovanna Baby e dentro vem um plush rosa. Tá certinha essa teoria aí. Bem pouco conservadora, essa visão.
A história é rica em exemplos de bobagens mastodônticas apoiadas pela ciência. Ex: frenologia e mesmerism.
Ninguém leu toda essa verborragia inútil e idiota em forma de textão, mario "calador" kkkkkkk
ResponderExcluirE quem disse que a teoria é absoluta e esta certa?
ResponderExcluirDisse apenas que essa não é uma teoria de grupo politico e sim uma teoria CIENTIFICA,corroborada por evidências científicas,assim como a teoria CONTRARIA (a qual sou favorável) a de que não existe sexo cerebral TAMBEM é uma teoria científica,pautada em argumentos e evidencias científicas também,e não em política feminista como os reacionários de plantão querem acreditar.
Não são transgêneros que estabeleceram que sexo neurológico existe,foram neurologistas.
Também não foram feministas que estabeleceram que sexo neurológico não existe,só porque isso vai contra nossa visão de mundo,foi uma outra corrente de neurologistas.
Enfim o debate corre entre cientistas e não entre grupo social A X grupo social B.
Ou seja,não adianta culpar as pessoas transgêneros pela neurodiscordancia de gênero,se elas todas sumirem derrepente, some a teoria da neurodiscordancia de gênero, no entanto a ideia de que sexo cerebral existe,continuará vivíssima,já que essa não é uma ideia oriunda de 'movimento trans' e sim da neurociência,refutada dentro da própria neurociência,porém ainda não completamente descartada e obsoleta.
E muitas pessoas transgêneros acreditarem nessa teoria não faz delas pessoas ruins ou malvadas (ainda que pouco críticas eu suspeito) elas por vezes acreditam sim porque,mais do que ninguém,buscam respostas, respostas pra saber quem são e o porque sofrem com a disforia de gênero enquanto outras pessoas não, acreditam porque a sociedade aponta inúmeros dedos pra elas em busca de vários questionamentos que JAMAIS são feitos a pessoas cis.
Acreditam assim como alguns gays e lésbicas também querem acreditar que são homossexuais por predisposição genética, porque acham essa explicação convincente e querem lançar mão da ideia de que receberam "genes homossexuais" como forma de explicar a própria homossexualidade, nem por isso são vilanizados.
Enfim,estou evidenciando essa teoria não apenas para esclarecer que ela não saiu de dentro de uma cabeça transgênero,como muitos supõem, mas também para evidenciar o quanto ela é simplista e cheia de determinismo biológico, assim como também é determinismo biológico determinar que a mulher é sua vagina e que quem dita o que é ser mulher é a biologia e nada mais.
O que eu quero saber é porque um desses determinismos biológicos está sendo tão naturalizado e bem aceito enquanto o outr é completamente rechaçado?
Parcialiadade? Cinismo?
Ou mascutroll das 17:00 talvez eles sejam apenas menos doentes de patriacardo que você e menos essencialistas de gênero,não precisam ficar olhando para o meio das próprias pernas o tempo todo para saberem quem são nesse mundo.
Ok mascuzao das 17:48 e quem disse que é pra ler coisa alguma?
Deixei um comentário apenas para expor uma visão contrária a tanta transfobia que rolou por aqui, apenas para deixar manifestada uma voz na direção contrária,apenas em caso de alguém,cis ou não,encontrar esse post daqui há dois anos ou mais não achar que existam apenas pontos de vista transfóbicos; e quem dera você e outros mascus não lessem nada nesse blog, já que não leem poderiam também absterem-se de comentar né? Seria uma grande benção.
Foram os próprios transativistas que inventaram esse termo "cisgênero", que no mundo real não tem qualquer significado ou significância, ninguém usa isso. O que existe na realidade são homens e mulheres, machos e fêmeas humanas respectivamente, que é o que as pessoas falam no mundo real e sobre o que o feminismo fala, aliás. Não sobre categorias e conceitos fictícios de bolha de internet, como essas categorias irreais e ilógicas de "trans" e "cis", que são conceitos roubados da química e estão sendo usados loucamente para se referir a pessoas. Conceitos que não são sequer conhecidos por grande parte das pessoas, pelo povo. No mundo real, no máximo alguns grupos pequenos e espaçados de poucas pessoas privilegiadas da classe média branca que possuem acesso e algum interesse em ativismo de internet já ouviram falar nessas categorias e/ou usaram esses termos alguma vez na vida de forma sem noção aplicando-os a pessoas e não a isomeria geométrica de substâncias químicas.
ResponderExcluirPro mario calador a realidade material é menos real que (pré)conceitos e ideias vagas, confusas e obscuras na cabeça de uma pessoa que a faz achar que ela deveria ou pode ser do outro sexo diferente do dela msm. No fim das contas isso é só achismo mesmo, baseado em pré-conceitos, aparências, superficialidades, estereótipos, papéis sociais atribuídos aos sexos e desejos, exigências e expectativas diferenciadas colocadas sobre as pessoas de cada sexo. Porque ninguém pode experimentar realmente a vida como alguém do outro sexo, ninguém pode passar a vida como alguém do outro sexo que não é o seu de fato.
ResponderExcluirO mais engraçado e patético e revelador é que para eles a biologia é a "malvadona", "opressora", "redutora", "limitadora", "determinista", "essencialista", logo "descartável", "não vale", "não procede", "não corrobora com as outras pessoas terem que tentar satisfazer cada um dos nossos delírios/fetiches/caprichos"; mas quando aparecem pseudo biologismos que são convenientes para eles por darem algum apoio a suas bobagens (que estão intimamente ligadas aos interesses de grupos dominantes na sociedade - homens, brancos, heterossexuais, etc.) então a "biologia" se torna muito "válida", "coerente", "relevante", "irrefutável", "inquestionável", "ciência séria"... por mais contraditório que isso seja hahahahahaha
ResponderExcluirEsse Mario Calador é todo errado, coitado, todo cagado. Para de acreditar e morrer de medo de pseudo ciências, cara, vai estudar mais e se informar melhor, você pensa que muita merda forçada e sem sentido é real e viável, isso tá te fazendo muito mal.
ResponderExcluirUma teoria inventada porque não conseguiram explicação melhor? Cérebro masculino e feminino? Então, os fluídos tem 2 cérebros? E como fica os trocentos géneros que estão surgindo por aí?
ResponderExcluirCara, desistam de tentar explicar pela biologia, fica cada vez mais sem noção.
E ninguém disse que trans oprimem a humanidade, mas parece que é o estão tentando fazer, querendo que todos sejam obrigados a aceitar explicações sobre si mesmos, que nem eles entendem e ainda afirmando q o mesmo acontece com todos, sem uma prova sequer.
Nenhuma diferença das rads pregando q todas as mulheres são lésbicas e que fomos forçadas a achar q gostamos de homem.
E desculpe, mas nunca me senti mulher. N tem ideia do que isso quer dizer e muito menos vocês. A kasturba explicou bem!
Hahahahaha, ué, se pessoas negras precisam de um rótulo que as caracterize,porque o termo humano aparentemente não é suficiente,por contraste as pessoas brancas/pardas/amarelas também precisam de um.
ResponderExcluirSe pessoas trans precisam ser caracterizadas assim,porque o termo homem/mulher não é o suficente,por contraste as pessoas cis também precisam de um rótulo.
Insinuar que o termo cisgenero é opressivo por si só,é o mesmo que heterossexuais virem aqui dizer que homossexuais jamais deveriam colocar um rótulo em pessoas héteros,que elas não são heterossexuais coisa nenhuma,são apenas homens e mulheres "normais";um discurso parecido com o seu,troll.
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Engraçado mesmo,pra não dizer trágico, é a pessoa vir até aqui pra deixar claro que o que conta é o materialismo, dizer que o entendimento que temos do que é um homem e uma mulher,ao invés de multifatorial é na verdade exclusivamente biológico,que o que conta mesmo é a biogenética,e que portanto ser
mulher/homem é uma questão exclusivamente biológica e dane-se a sociedade,pois supostamente as influências culturais não tem nenhum peso, e no momento,que alguém a partir desse discurso diz que não existem papéis de gênero e sim comportamentos genuinamente masculinos e femininos pautados pela BIOLOGIA, a mesma pessoa que estava afirmando que ser homem é uma questão só de biologia,decide surtar.
Aí,algum cientista diz que ser transexual também é uma questão de biologia,ditada por um cérebro no corpo no errado,e a pessoa que até um instante atrás estava praticamente gritando : "Determinismo biológico é vida" resolve discordar e ficar bravinha; justamente porque de maneira arbitrária vocês abraçam os determinismos biológicos na hora que esses lhe convém e servem pra difundir transfobia e desinformação,e hipocritamente querem refuta-lo quando este em todo seu patriarcalismo se volta contra as mulheres cis.
Vivem dizendo que um homem trans não pode ser homem,nem se entender como tal pela simples ausência de um penis, como se homens fossem um simples órgão, mas quando ouvem de um "cientista" que não podem resolver problemas matemáticos tão bem quanto um homem,pela ausência de um penis, e que não são preparadas pra essa ou aquela profissão,justamente porquê não tem um penis,aí ficam bravas,e dizem que penis não dita capacidades...
Pois é, não dita mesmo,porque então deveria ditar identidades e personalidades?
Por que a sociedade patriarcal disse que sim?
ResponderExcluirO determinismo biológico deixado nas respostas contrárias a mim, serve bem como a personificação de como o patriarcado está bem entranhando na cabeça das pessoas,no fundo elas estão com dificuldade de pensar fora da caixa,pois mesmo após uma suposta desconstrução,elas ainda pensam como os conservadores que dizem que a mulher é uma vagina,e o homem é um penis,nada além disso.
E na boa mascu,num segundo você fala em biologia soberana,absoluta e incontestável e no outro fala em "propagação de estereótipos de gênero",hehe ou uma coisa,ou outra, porque né ,
PAPEIS DE GENERO/ESTEREÓTIPOS DE GENERO não são marcadores biogeneticos, reducionistas biológicos NAO usam essa expressão e não acreditam nisso,acreditam em comportamentos inatos genuínos de padrão masculino/feminino ditados pela natureza e não pela sociedade.MASTIGANDO PRA VOCE :
Papel de gênero é um marcador cultural & social de gênero, e não um discurso biológico;PORTANTO, a partir do momento que você reconhece que papéis de gênero existem e são reforçados pela sociedade você JA está admitindo que ser mulher ou homem,tal qual entendemos,não são experiências puramente biológicas; existem também marcadores culturais,sociais e históricos que nos afetam e influenciam no que entendemos por homem ou mulher.
Se for só uma questão de biologia, como reaças sugerem,logo papéis de gênero não existem, e diferenças comportamentais observadas entre humanos do sexo masculino e do sexo feminino são apenas "fruto da natureza".
Esse tipo de discurso abre as portas para todo o tipo de estudo eugenista e de uma suposta "superioridade masculina", ele existir na boca dos machos e dos bolsominions não me espanta,pois desses eu nunca espero nada de bom mesmo, o que me apavora é ver que tem feministas endossando o simplismo biológico,um tipo de discurso que busca justificar tudo o que acontece no patriarcado como 'Natural,absoluto e incontestável'.
E sim,pessoas transgêneros são humanas e reforçam estereótipos de gênero,querendo ou não,afinal elas vivem no mesmo patriarcado que TODO o resto da humanidade,sociedade pos-genero ainda não existe; NO ENTANTO,pessoas cis incorporam e reforçam esses estereótipos com vinte vezes mais força; a diferença é que não são questionadas por eles,tudo é visto como natural e da 'personalidade' da pessoa.
Não vejo ninguém querendo que as pessoas cis assumam uma posição neutra e parem de se declarar homens e mulheres,por que os transgêneros deveriam parar de se rotular então?
Por que desafia o reducionismo biológico? Por que vai na contra mão do que o patriarcado esperava deles/as no nascimento?
Se o que elxs fazem abalam as certezas dos conservadores, contraria o patriarcado e desafia o senso comum, então eu vou mais é aplaudir ao invés de tanto questionar.
Mas não sei nem porque me alongo sobre o assunto, pois quem diz que só a biologia interessa na vida humana e que ela explica tudo, deve achar que um argentino rico que more num apartamento imenso e caro de Buenos Aires, é rico e argentino por desígnio biológico.
ResponderExcluir::
Mandy,
Vou repetir, transgêneros não entendem de neuroanatomia, ao mesmo passo que nós aqui também não entendemos, não cabe a eles entender,nem as feministas,quem realmente entende são os neurocientistas,foram eles que criaram essa teoria; LOGO,não há porque apontar os dedos para as pessoas trans e dizer que elas são as responsáveis pela existência da teoria da neurodiscordancia de genero,pois elas são apenas as cobaias, elas apenas repetem o que ouviram por aí.
Essa teoria não é unânime, ela gera discordância no meio científico, ou seja ela é corroborada por alguns e contestadas por outros, mas com neurologistas nos dois lados e não pessoas amadoras como nós.
E que mania é essa de rotular o movimento lgbttq/trans por tudo? Digamos que mesmo que uns 75% das pessoas transgêneros acreditem nisso(eu suponho que muitas delas sequer tenham ouvido a expressão alguma vez a vida) o que o movimento transgênero tem a ver com isso?
Se você acha que a ideia de sexo cerebral é originária do movimento trans e dependente dele para sobreviver então você precisa ler os livros do casal Allan e Barbara Pease (se tiver estômago é claro!)
Eles estão lotados de determinismo biológico e não tem NADA a ver com transexuais e transgeneros.
Dick Swaab,famoso neurobiólogo, também está CAGANDO pras pessoas transgêneros e também acredita em sexo neurológico.
Há 100 anos quando o termo transexual não tinha absolutamente qualquer relevância,se é que ele existia, a ideia de que homens e mulheres possuíam cérebros diferentes dentro de um padrão de masculinidade e feminidade já existia,portanto não adianta querer creditar esse determinismo biológico as pessoas trans, pois ele já estava aí bem antes de pessoas transgêneros terem qualquer direito, e mesmo que todos os trans desapareçam da face da terra em questão de um segundo, essa ideia continuaria a existir, sustentada e com base nas próprias pessoas cis,como aliás,sempre foi.
Existem sim muitas pessoas trans(assim como pessoas cis) que acreditam nessa ideia, mas elas fazem isso por simples falta de exercício crítico e não porque elas próprias organizaram uma teoria científica,como muitos por aqui parecem acreditar.
A teoria é cria do movimento trans?
Não,não é.
Todas as pessoas trans agora são engajadas socialmente,militam no movimento lgbttqi, são todas transfeministas e tem noção de movimento social?
Certamente que não.
Todas as mulheres cis por acaso, são feministas?
Com certeza que não.
Então por que toda vez que uma pessoa que não seja cis diz algo ela é automaticamente rotulada de "transativista"? Basta a pessoa não ser cisgenero pra ela automaticamente ser ativista de alguma coisa?
Não sabia que era tão fácil.
Ué, se a vida das pessoas trans é pessoal,individual e intransferível, então quem tem que explicar sobre o que elas sentem e percebem são elas mesmas, não o patriarcado,não as radnaoseidasquantas, não o queer.... como cada um deles é um só,logo não são obrigados a repetirem todos as mesmas coisas,as mesmas repostas engessadas e padronizadas que as pessoas cis esperam, até porque eles sabem o que eles PRÓPRIOS sentem e não o que o transgênero ao lado sente,como eu disse,eles são um só,possuem uma vida só.
E não,não preciso que eles expliquem coisa alguma para defenderem suas liberdades, afinal, eles não estão pra terem que dar satisfações a alguém,pra serem avaliados por alguém,ou pra terem que passar pelo crivo das pessoas cis para aí sim poderem fazer o que querem e serem o que são; como se pessoas cisgeneros fossem deuses perfeitos que vão ditar o lugar dos outros agora.
E onde você viu pessoas trans dizerem que todos são trans e que cisgêneros não existem?
ResponderExcluirEssa é a primeira vez que estou lendo isso na vida, nunca li isso em canto nenhum da internet,nem as próprias radtrolls alguma vez disseram isso.
Agora,acho no mínimo engraçado você dizer que nunca se sentiu mulher e assinar como Mandy, se for assim por que não assina como Lucas,José ou Alfredo então?
Suponho que não vá fazer diferença.
E assim como você tem o direito de não saber o que é se sentir mulher, outras pessoas tem o direito de saber quem são e o que elas sentem,inclusive que são mulheres.
E se existirem 300 ou 1300 gêneros por acaso? No que isso te oprime e incomoda,partindo do princípio que você não é essencialista de gênero?
Ter gênero que vai além do óbvio e tradicional proposto pelo patriarcado é necessariamente ruim?
Quem diz que só existem homens e mulheres,marcados exclusivamente pela dicotomia penis/vagina e o resto é frescura/loucura são justamente os conservadores,os cristãos,os machistas...
E só pra finalizar digo que as feministas do tipo interseccional e as ditas libfem que abraçam e compreendem as pessoas trans,são justamente as que mais possuem moral e lógica para se opor a ideia de sexo cerebral e a teoria de neurodiscordancia de gênero.
Justamente porque essas não querem e não aceitam nenhum tipo de reducionismo biológico.
Nem aquele que diz que existe sexo cerebral ou conceitos de
feminidade/masculinidade ditados pela biologia.
E nem aquele que diz que mulheres resumem-se em um útero e homens se resumem em um par de testículos,aquele que diz que os conceitos de homem e mulher são exclusivamente ditados pela realidade biológica.
Justamente por isso reconhecem que uma pessoa,mesmo nascida com ovários e vulva,possa compreender-se como homem e vice versa,já que neurônios e racionalidade são provenientes exclusivamente do cérebro e não são encontradas em testículos e ovários.
Afinal se sexo cerebral existe,por que uma pessoa nascida com anatomia perfeitamente masculina possuiria um cérebro feminino?
Esse também seria completamente masculino como todo o resto, e
vice-versa.
Já as demais feministas,simplesmente beijam o determinismo biológico quando esse lhe convém e ironicamente enfurecem-se quando esse se volta contra elas.
Diz-se que as opressões são diferentes e que logo não há espaço para pessoas trans no feminismo,mas eu ainda prefiro acreditar no feminismo que aprendi, aquele onde o que realmente não cabe é o reducionismo biológico.
M. C, você está misturando alhos com bugalhos.
ResponderExcluirEm momento nenhum foi dito que "comportamentos genuinamente masculinos e femininos são pautados pela biologia". Pelo contrário!! O que o feminismo prega é que NAO EXISTEM comportamentos genuinamente masculinos e femininos.
Influências culturais têm, sim, muito peso nas pessoas. Ou você acha que toda menina nasce naturalmente amando rosa e todo menino nasce naturalmente gostando de azul? Claro que não! Pênis e vagina não tem cones. Esse "comportamento" é ensinado desde que a criança abre os olhos, já que tudo à sua volta será de uma cor ou de outra (dependendo da genitália). Alguns aprendem bem (os chamados "cis"), e outros não aprendem (os chamados "trans"). Mas a divisão entre "cis e trans" existe justamente por existir a expectativa de determinado comportamento de acordo com a sua genitália. Mas como a expectativa não é natural (e sim culturalmente construída), então a divisão também não é natural.
Ter genes XX ou XY é uma questão exclusivamente biológica. E o que define sexo biológico são os cromossomos sexuais. Nasceu com XX: fêmea; nasceu com XY: macho. (acho que até aqui não discordamos, né?)
ResponderExcluirA discordância nasce justamente em relação ao gênero: A teoria transexual diz que existem dois (ou mais) gêneros, e que não necessariamente o gênero de um indivíduo está alinhado ao seu sexo biológico.
E "gênero" é definido como conjunto de características de personalidade que englobam comportamentos, gostos e aptidões. Para chegarmos a dois (ou mais) gêneros, precisamos dividir as características de personalidade entre femininas e masculinas. (ser frágil: feminina; ser bruto: masculina; ser medrosa: feminina; ser corajoso: masculina; ser fútil: feminina; ser prático: masculina; etc).
Isso está em desacordo com o feminismo, justamente porque o feminismo NAO ACREDITA nessa divisão entre "características femininas e masculinas". O feminismo prega que qualquer uma dessas características pode ser atribuída a fêmeas ou machos humanos, indistintamente. Não existe isso de "comportamentos masculinos" e "comportamentos femininos".
Em outras palavras, o feminismo prega que naturalmente NAO EXISTE NENHUM GÊNERO. Gênero é construção social, não um fator natural intrínseco ao ser-humano.
Então, empregamos "mulher" como um sinônimo para "fêmea humana", e "homem" para "macho humano". Mas as definições "mulher" e "homem" são definições puramente biológicas (XX ou XY), e nada, NADA têm a ver com a personalidade dessas pessoas. Justamente porque cromossomos XX ou XY definem se você terá pênis ou vagina, útero ou testículos, mas NAO definem se você vai gostar de rosa ou azul, boneca ou carrinho, romance ou terror, maquiagem ou cerveja com amigos, etc...
Na nossa sociedade sexista, assim que uma criança nasce já lhe é imposto um conjunto de características esperadas, dependendo se nasceu com vagina ou pênis. Sua educação será diferenciada de acordo com seu sexo biológico, de forma que ela consiga se adequar da melhor forma a esses padrões. Alguns se encaixam com facilidade. Outros se encaixam com certa dificuldade. Mas outros, por mais que tentem, não conseguem se encaixar a esses papéis. E então algumas pessoas chamam esses "não encaixados" de "trans" (por terem nascido com um sexo biológico, mas não conseguirem se adequar aos comportamentos esperados).
Ora, mas papéis de gênero sao construçoes sociais, e como tal, nada têm de determinístico. Portanto, podem ser alterados ou simplesmente deixar de existir (em uma sociedade puramente feminista). Nesse caso (no caso de não existirem gêneros e papéis de gênero), uma criança nasce, e o fato de ter pênis ou vagina não tem impacto nenhum no que se espera de sua personalidade. Assim, independente dos seus genitais, essa criança poderá ser delicada ou bruta, sensível ou insensível, corajosa ou medrosa, imprudente ou cautelosa, racional ou emotiva, vaidosa ou despojada, etc... Essa criança estará livre para ser ela mesma, sem ter que se adequar à fôrma rosa ou azul.
E se não existem comportamentos esperados relativos ao seu sexo biológico, não vao existir pessoas que se adequam ao padrão (cis), e pessoas que não se adequam ao padrão trans).
Usando o exemplo que você deu, sobre matemática e profissões (que, segundo nossa sociedade, são "masculinas"):
ResponderExcluirSou engenheira. Sempre fui a melhor aluna em matemática e física em todas as escolas que passei. Hoje em dia conheço poucos homens que sejam melhores em matemática do que eu. E mesmo assim, sou mulher cis.
Segundo a teoria de identidade de gênero, se eu sou mulher cis, então meu cérebro deveria ser um cérebro feminino, certo? Então como essas "características masculinas" foram parar lá dentro? Será que tem uma mancha azul no meu cérebro rosa?
Mario Calador é uma máquina ambulante de sofismas. Nem vale a pena perder um segundo com esse daí, só gasto de paciência e de energia em vão.
ResponderExcluirM.C, sem querer repetir o que já foi dito, e nem parecer insistente... Mas esses meus últimos 3 comentários foram escritos sem ler todos os seus. Depois de ler todos os seus comentários, percebi que, na verdade, estamos ambas falando muitas coisas parecidas. Acho que nossas concordâncias são maiores que nossas discordâncias, mas não estamos entendendo muito bem o que uma e outra está falando. Vou tentar resumir o que eu acredito (e o que eu entendo sobre o que o feminismo diz):
ResponderExcluirO sexo biológico (se a pessoa vai nascer com ovários ou testículos) é derterminado unicamente pela biologia (cromossomos XX ou XY). Quem nasce XX é fêmea humana, e quem nasce XY é macho humano.
Mas, como a própria Simone falou: "não se nasce mulher, se torna mulher". Isso quer dizer que, sim, nossas personalidades e comportamentos não são determinados unicamente pelos nossos genes, pois caso fossem, irmãos gêmeos idênticos não apresentariam diferenças de personalidade. O fator genético pode influenciar, mas nossa interação com o mundo também vai moldar muitos de nossos comportamentos. Em outras palavras: a sociedade participa ativamente do processo de moldar nossas personalidades.
Na nossa sociedade existem papéis de gêneros claros. Quase todas as coisas são divididas entre "femininas" e "masculinas" (cores, atividades esportivas, profissões, comportamentos, maneira de falar, maneira de pensar, etc...). A educação que recebemos desde criança é reflexo desses papeis de gêneros; ou seja, meninas são educadas de uma maneira diferente dos meninos, de forma que cada um assuma os papéis próprios esperados na sociedade (papel feminino para mulheres, e papel masculino para homens). De acordo com essa divisão, são estabelecidos dois gêneros (ou mais). O "gênero feminino" vai englobar gostos, aptidões, comportamentos, etc... considerados femininos, e o "gênero masculino", vai englobar gostos, aptidões, comportamentos, etc... considerados masculinos.
A identificação de uma pessoa com as características relacionadas a cada um dos gêneros não necessariamente está alinhado ao seu sexo biológico: Apesar da educação sexista que sofremos, existem fêmeas humanas que se identificam mais com as características atribuídas ao "gênero masculino", e existem machos humanos que se identificam mais com as características atribuídas ao "gênero feminino". (esses seriam os chamados "trans", ao contrário dos chamados "cis", que seriam aqueles onde sexo biológico e gênero estão alinhados). Existem, ainda, pessoas que se identificam com uma mescla dos dois gêneros, e outras que cada dia se identificam com alguns traços (dando origem a mais gêneros além dos dois iniciais, incluindo gêneros neutro e fluido, e muitos outros).
Eu não nego, e acredito que nenhuma feminista negue a existência dessas pessoas que estão em desacordo com os "papéis de gênero". Quem quer silenciá-las, na realidade, é o patriarcado, que acha que esse desalinhamento seja ocasionado por "falta de surra", ou porque "viu na novela dois homens se beijando e se influenciou", ou porque "a tia da escola disse que meu filho pode ser mulher se ele quiser". Essas pessoas, obviamente, existem, e sofrem muito em uma sociedade que as taxa como "anormais".
Acho que até agora nada do que eu disse está contrário ao que você disse, né? (a não ser que eu tenha entendido errado seus comentários até agora)
continua...
continuando...
ResponderExcluirAcredito que nossas discordâncias começam a partir deste ponto:
A teoria da identidade de gênero (que você defende) se baseia na existência de diferentes gêneros. Ou seja, ela parte do pressuposto que existem, sim, comportamentos "femininos" e comportamentos "masculinos", e que essa divisão é algo natural, intrínseco ao ser humano e quiça à própria natureza. A partir dessa "divisão natural" entre feminino e masculino, pessoas que se identifiquem mais com as características femininas são mulheres, independente de seu sexo biológico, e pessoas que se identifiquem mais com as características masculinas são homens, independente de seu sexo biológico. Seguindo este raciocínio, as pessoas em que o sexo biológico e o gênero não estão alinhados, são pessoas trans, e sua existência é algo tão natural quanto a existência das pessoas cis.
Ao meu ver essa teoria é falsa, porque parte de uma premissa falsa: A premissa de que a existência de gêneros é algo natural, intrínseco ao ser humano e à própria natureza.
Eu acredito que os papéis de gênero NAO são naturais, bem como os gêneros em si. Sao construções sociais, e enquanto construções sociais, são passíveis de mudanças, e inclusive podem ser combatidas e se extinguirem. Essa divisão entre "coisas de mulher" e "coisas de homem" é uma falácia sexista criada pelo patriarcado.
No meu entender, todas as características, gostos e aptidões (frágil/forte, delicada/bruta, sensível/insensível, vaidosa/despojada, fútil/prática, consumista/econômica, emotiva/racional, exatas/humanas, etc, etc, etc...) NAO podem ser classificadas em "femininas" ou "masculinas", porque nada têm a ver com sexo. Qualquer uma dessas características pode se manifestar em uma pessoa, independente de seu genital. A idéia de que existem características mais presentes em homens, e outras mais presentes em mulheres é que dá margem a essa divisão entre "características femininas" e "características masculinas", e é uma idéia criada pelo machismo. Não por coincidência, normalmente as características "masculinas" são sempre mais nobres do que as características "femininas".
Dito isso, uma vez que não se pode dividir características entre "femininas" e "masculinas", não faz sentido se falar em "gênero". E uma vez que não existem "gêneros", é impossível que alguém seja de um sexo biológico mas de um gênero diferente (já que "gênero" não existe, ninguém pertence a gênero nenhum).
Ou seja, no meu entender, uma pessoa que nasceu com cromossomos XY, testículos e pênis, mas que é sensível, emotivo, delicado, vaidoso, etc... é um homem completamente ajustado ao seu papel de homem, já que todas essas características NAO são características femininas (e nem masculinas), e podem ocorrer de maneira totalmente natural em um homem saudável e "normal". Assim como um homem que seja insensível, racional, bruto e não tenha nenhuma vaidade. Idem para o caso de pessoas nascidas com cromossomos XX, vagina e ovários, mas que apresentem comportamentos falsamente chamados de "masculinos".
Em última instância, a palavra "mulher" é empregada por mim como sinônimo de "fêmea humana", enquanto a palavra "homem" é usada como sinônimo de "macho humano", uma vez que não acredito que existam personalidades "femininas" ou "masculinas", então não faria sentido eu empregar essas palavras relacionando-as com outras características que não fossem biológicas.
E, finalizando, quero dizer que quando digo que "não acredito na existência de pessoas trans", eu não estou querendo dizer que essas pessoas não existam. Como já afirmei, sei que existem pessoas que, sim, não estão em conformidade com os papéis de gênero impostos socialmente, e que elas sofrem muito.
ResponderExcluirO que eu quero dizer é que, como não acredito que papéis de gênero sejam naturais, tampouco os rótulos de "trans" ou "cis" são naturais. Sao invenções do patriarcado, que nos esmagam. E, como farsas que são, acredito que todos que nasceram XX são mulheres bem ajustadas ao seu sexo, independente de qual seja sua personalidade ou comportamento, assim como acredito que todos que nasceram XY são homens bem ajustados ao seu sexo, independente de qual seja sua personalidade ou comportamento.
No fim, acredito que ser "homem" ou "mulher" é uma característica puramente biológica, que em nada influencia sua personalidade, portanto não faz sentido nenhum dizer que fulana ou sicrano tem um comportamento que difere de seu sexo biológico, pois sexo biológico não dita comportamento.
Eu ADORO essa gente que fala que não devemos biologizar as coisas mas inventa do cu que existe cérebro feminino.
ResponderExcluirE se a biologia é tão pouco relevante assim, então qual o motivo de operar pra virar um simulacro de mulher?
Vamulá, ativistas: por que transgênero pode e trans étnico não se o que conta é como a pessoa se sente como valor absoluto?
Nem leio o que esse Calador aí escreve porque não devemos aplaudir doentes mentais, essa pessoa precisa de tratamento e não de incentivo.
E outra né? Existe uma contradição essencial em toda essa conversa.
ResponderExcluirSe a pessoa diz que é mulher TRANS, ela admite automaticamente que é na realidade é um homem inconformado com a sua condição biológica. E é assim que entra água no argumento do cérebro feminino. Porque ela sabe muito bem que é homem, tanto que luta contra e se apresenta como trans.
Engraçado que travesti sabe exatamente o que é e não precisa explicar picas pra ninguém. Essas sim são pessoas bem resolvidas.