Faz algum tempo circulou nas redes sociais uma lista de palavras mostrando como elas são diferentes no masculino e no feminino.
Por exemplo, “cão” é, entre outras coisas, o melhor amigo do ser humano, mas “cadela” é puta. “Pistoleiro” é um homem que mata pessoas, “pistoleira” é puta. “Aventureiro” é um homem que se arrisca e viaja; “aventureira” é puta. “Homem da vida” é um homem que adquiriu muita sabedoria ao longo da vida; “mulher da vida” é puta. “Homem público” é político ou estadista, "mulher pública" é puta. Muitos dos nossos políticos são ladrões, mas costumamos xingar as mães deles de putas. E o adjetivo “puto” quer dizer nervoso, irritado, bravo, mas basta colocá-lo no feminino para ele ter apenas um significado.
Por exemplo, “cão” é, entre outras coisas, o melhor amigo do ser humano, mas “cadela” é puta. “Pistoleiro” é um homem que mata pessoas, “pistoleira” é puta. “Aventureiro” é um homem que se arrisca e viaja; “aventureira” é puta. “Homem da vida” é um homem que adquiriu muita sabedoria ao longo da vida; “mulher da vida” é puta. “Homem público” é político ou estadista, "mulher pública" é puta. Muitos dos nossos políticos são ladrões, mas costumamos xingar as mães deles de putas. E o adjetivo “puto” quer dizer nervoso, irritado, bravo, mas basta colocá-lo no feminino para ele ter apenas um significado.
“Puta” é o insulto mais usado para xingar uma mulher. E a mulher não precisa ter feito nada pra isso: basta ser mulher.
“Puta” está longe de ser o único insulto usado contra as mulheres.
Praticamente todas as ofensas relativas ao caráter feminino têm conotação sexual. “Vadia” tem um significado totalmente distinto de “vadio”. Vagabundo pode até ser terno, como no desenho “A Dama e o Vagabundo”, o vagabundo Carlitos, o “Vai Trabalhar Vagabundo” da música do Chico. Já vagabunda não tem nada a ver com trabalho, a não ser que seja trabalho sexual. E não tem a menor chance de ser um adjetivo meigo.
Praticamente todas as ofensas relativas ao caráter feminino têm conotação sexual. “Vadia” tem um significado totalmente distinto de “vadio”. Vagabundo pode até ser terno, como no desenho “A Dama e o Vagabundo”, o vagabundo Carlitos, o “Vai Trabalhar Vagabundo” da música do Chico. Já vagabunda não tem nada a ver com trabalho, a não ser que seja trabalho sexual. E não tem a menor chance de ser um adjetivo meigo.
Quando a mulher não é xingada pelo seu caráter (sempre avaliado apenas pelo lado sexual), é pela sua forma física. Pense nos termos geralmente usados para insultar mulheres. Ou eles aludem a sua aparência, ou a sua sexualidade. “Mocreia”, “baranga”, “dragão”, e tantas outras palavras, não são expressões unissex. Elas servem apenas para mulheres (“barango” e “mocreio” não existem), e sua abundância mostra que ainda hoje avaliamos mulheres por sua aparência, acima de tudo. Não importam suas conquistas, não importa se a mulher em questão for doutora, cirurgiã, ou presidenta -- ela será julgada nos termos de um padrão de beleza racista, inalcançável, e que privilegia a juventude. Meninas aprendem isso desde muito cedo.
Elas também aprendem que sua sexualidade será vigiada e punida e que definitivamente há um padrão duplo. Ouvem o tio ou o pai perguntar pro irmãozinho quantas namoradas (no plural) ele tem, ou dizer a ele, jocosamente: “Prendam suas cabritas que meu bode está solto”. Entendem que elas são as cabritas, e que deveriam estar presas -- para sua própria proteção, claro.
Em inglês, existem duzentos termos para designar uma mulher sexualmente ativa. E todos eles são pejorativos. Para designar um homem sexualmente ativo, existem vinte termos. E todos eles são positivos. O que esta simples matemática nos revela? Que, na nossa língua (porque em português não é diferente), não existe uma expressão elogiosa para mulher promíscua. Vivemos numa sociedade tão misógina que, através da linguagem, precisamos condenar constantemente a sexualidade feminina.
E não é coincidência que palavras como “gênio” e “ídolo” praticamente só existem no masculino. Quando falamos em “gênia” ou “ídola”, é sempre com ironia, com um sorriso de quem sabe que está deturpando a língua. O estranhamento que causa falar “gênia” ou “ídola” já é suficiente para apontar, tanto para a pessoa que fala quanto para a que escuta, que mulher não tem nada que ser elogiada pela sua inteligência.
A língua é um reflexo da sociedade que a usa. Se a nossa língua continua preconceituosa, é porque a sociedade continua preconceituosa. Ao mesmo tempo, a sociedade é moldada pela língua. As crianças crescem ouvindo “homem e mulher”, nessa ordem. Não é apenas pela língua que elas vão se dar conta dessa hierarquia, mas é também pela língua.
gostei daqui....
ResponderExcluirbjos
Cão: quer dizer o demônio, coisa ruim....
ExcluirPistoleiro:eh matador, assassino....(nada melhor que pistoleira)
Aventureiro e aventureira: tem o mesmo significado...
Homem da vida:nunca vi ninguem falar kkkkkk
E tudo oque tem conotação com prostitutas eh que a imensa maioria sao mulheres e uma porcentagem bem menor travestis, sendo que elas cobram pra isso e ficam estigmatizadas de vida facil....
Galinha:mulher do galo
Homem galinha:mulherengo....
Etc de exemplos
Meu, sério desculpa mas vcs sao deploraveis, e espero que quem va apagar essa msg pelo menos pense antes de retransmitir as besteiras
Abraços
Vdd
ExcluirConcordo que quase tudo que ela falou, é fato. Ninguém pode negar.
ResponderExcluirSobre o "duplo padrão", tem que existir mesmo. As consequências do ato sexual não são as mesmas para homens e mulheres, por que o padrão teria que ser o mesmo?
Quem se lembra do livro 1984, de Orwell, em que a ditadura esquerdista estabele a novilingua, uma língua idealizada pelos tiranos, realmente em muito se assemelha acima.
ResponderExcluirDaqui a pouco Lola vai publicar um post sobre como controlar o pensamento das pessoas
Se a nossa língua continua preconceituosa, é porque a sociedade continua preconceituosa.
ResponderExcluirO aplicativo lulu mandou lembranças
a) Lola sou sua fã e gostaria de sugerir um texto sobre o casal gay que foi hostilizado em Curitiba por vizinhos.
ResponderExcluirb) A questão da língua e complicado tem muito haver com o machismo
Essa história do casal gay tá me cheirando a armação para auto promoção, esses panfletos devem ter sido feitos por eles mesmos ou por alguém ligado a causa gay
ExcluirConservadores são terriveis falam absurdos para justificar o preconceito
ExcluirSinceramente, eu como feminista não me preocupo com o slut shaming: todos nós sabemos que relações sexuais com homens são em algum grau danosas. Para mim, o feminismo precisa se focar mais com a vida da mulher como indivíduo que trabalha, estuda e quer alcançar seus objetivos do que alguém que relaciona com todos os garotos, muitas vezes machistas e se zanga de ser xingada. Não devemos incentivar o sexo em uma realidade em que a maioria das mulheres nunca tiveram um orgasmo e a pornografia faz uma coerção para a mulher se "submeter".
ResponderExcluirÉ impressão minha ou o heterossexualismo incomoda gente aqui.
ResponderExcluirParece que todos os heterossexuais são monstros e os gays vivem em relacionamentos perfeitos, quando grande na realidade grande parte dos relacionamentos gays e lesbicos são problemáticos e até violentos
Se a vida fizesse sentido, as meninas chamdas de "putas" nem seriam vistas como xingamento, pois basicamente oferecem o que os homens querem da maneira deles. Mas como os homens são burros, preferem xingar as mulheres que são majs abertas sexualmente do que as mais reservadas. É claro que em parte isso acontece por causa do casamento, o medo de ser corno é grande, e por isso que as reservadas servem, mas as " putas" continuam com sua finalidade como amantes. Em suma, as mulheres são divididas porque os homens querem ter vantagem com a reservada e vadia nas suas vidas e ao mesmo tempo. Eles podem xingar as vadias de todos o jeitos e modos, mas dependem delas.
ResponderExcluirEu sou a única feminista desse blog que sente uma certa coerção da sociedade para ser "puta" ? São as namoradas e esposas que precisam "satisfazer" o marido sexualmente, as mulheres precisam estar sempre arrumadas e usarem sutiãs "sexy" e bojo ao invés de roubas de baixo mais confortáveis e neutras, precisam dançar de modo erótico, etc. O ruim é que algumas pessoas e a mídia querem mostrar isso como feminismo, que não é e nunca foi, pprque do mesmo modo que a condição de dona de casa escrava desqualifica a mulher, a de prostituta que faz tudo também o faz.
ResponderExcluirQuando favelados objetificam a mulher em bailes funk vcs não dizem nada
ExcluirDepois de um post aqui nesse blog em que uma menina que se dizia feminista defendia o sexo oral, anal e outras putarias eu comecei a abrir os olhos e ver que estamos sendo guidas para um lugar em que não vamos gostar de ir. Só o feminismo radical que discute sobre isso, gostaria muito que o feminismo das massas começassem a discutir isso também.
ResponderExcluiro macho otário obcecado com o funk já apareceu
ResponderExcluirEu poderia alertar que o homem também é afetado por essa linguagem que remetem a aspectos sexuais também, basta ele não seguir o papel que a sociedade lhe impõe. Que palavras que são tidas como um elogio pras mulheres como "pura,recatada,virgem" são coisas maléficas para os homens. Que boa parte dos xingamentos direcionados aos homens remete-se a aspectos relacionados aos seus relacionamentos. Poderia alertar que assim como há um padrão de comportamento esperado para as mulheres,há um padrão de comportamento esperado para os homens. Mas,não farei isso pois é de se entender que,em um blog feminista (ainda que algumas coloquem que lutam pela igualdade,e,se assim o fosse repreenderiam atos que negativassem o homem também) é natural que a ótica de abordagem seja em como afeta as mulheres.
ResponderExcluirPartindo disso,sim. Como há essa padronização (provada por termos da nossa língua) que a mulher deve ter um determinado tipo de comportamento,retirando a oportunidade de escolha dela,nota-se o quanto isso é danoso para a mulher.
Mas não acho que deva-se querer mudar a língua,mudar os termos. Às vezes a palavra tem uma origem ruim mas com o tempo acaba sendo empregada de outra maneira,sem se remeter a sua origem. Tal como o verbo denegrir. Denegrir é tornar negro.Mas ninguém vai chamar quem usa o verbo denegrir de racista.
Por favor, leiam esse texto maravilhoso:
ResponderExcluirComo as Políticas do Orgasmo Sequestraram o Movimento Feminista
Como as Políticas de Orgasmo se Apoderaram do Movimento Feminista
Por que o orgasmo seduziu tantas feministas – até a revista Ms. – a uma contra-revolução interna?
Sheila Jeffreys
A edição de novembro/dezembro de 1995 da revista Ms., com o título de capa SEXO QUENTE E ESPONTÂNEO, mostrava o close de uma mulher negra lambendo seus lábios pintados. A despeito de todo esforço feminista que tem sido feito nos últimos 25 anos para criticar e contestar a construção supremacista masculina do sexo, nenhum dos quatro artigos da revista fazia menção a todos os outros aspectos da vida e do status social da mulher. Em destaque em um dos artigos estava uma frase do livro de Barbara Seaman de 1972, intitulado Livre e Mulher: “O orgasmo livre é um orgasmo que você gosta, em qualquer circunstância”. Julgando por essa edição de Ms., e pelas prateleiras de contos eróticos para mulheres em livrarias feministas, uma política de orgasmo irreflexiva parece ter se estabelecido.
No final da década de 1960 e no começo da década de 1970, acreditava-se amplamente que a revolução sexual, ao libertar a energia sexual, tornaria todos livres. Eu me lembro de Maurice Girodias, que publicou A História do O em Paris pela Olympia Press, dizendo que a solução para regimes políticos repressivos seria postar pornografia em todas as caixas de correio. Orgasmos melhores, proclamou o psicanalista austríaco Wilhelm Reich, criariam a revolução. Naqueles tempos inebriantes, muitas feministas acreditavam que a revolução sexual estava intimamente ligada à libertação das mulheres, e elas escreviam sobre como orgasmos poderosos trariam poder às mulheres.
Dell Williams é citado em Ms. como tendo aberto uma sex shop em 1974 exatamente com essa idéia, a de vender brinquedos sexuais para mulheres: “eu queria transformar as mulheres em seres sexuais poderosos... Eu acreditava que mulheres orgásmicas poderiam mudar o mundo.”
Desde os anos 60, sexólogos, libertários sexuais e empresários da indústria do sexo procuraram discutir o sexo como se fosse completamente dissociado da violência sexual e não tivesse nenhuma relação com a opressão de mulheres. Enquanto isso, teóricas feministas e ativistas anti-violência aprenderam a analisar o sexo politicamente. Nós vimos que o domínio masculino sobre os corpos de mulheres, sexualmente e reprodutivamente, provê a base da supremacia masculina, e que a opressão na sexualidade e através dela diferencia a opressão de mulheres da de outros grupos.
Vai sim, Sportano.
ResponderExcluirCreio que não. Até porque quem usa provavelmente não usa sabendo qual a origem da palavra denegrir.
ExcluirNão, você não é a única, 15:44.
ResponderExcluirO maravilhoso livro de 1994 escrito por Dee Graham, Loving to Survive, retrata a heterossexualidade feminina e a feminilidade como sintomas do que ela chama de Síndrome de Estocolmo Social. Na apresentação clássica da Síndrome de Estocolmo, reféns aterrorizados criam vínculo com seus captores e desenvolvem cooperação submissa a fim de sobreviver. Manuais para aqueles que podem ser feitos reféns, como aquele que me foi dado quando eu trabalhei numa prisão, descrevem táticas de sobrevivência que lembram os conselhos oferecidos em revistas femininas sobre como conquistar homens. Se você for tomado como refém, dizem esses manuais, você deve falar sobre os interesses e família do captor para fazê-lo compreender que você é uma pessoa e ativar sua humanidade. A Síndrome de Estocolmo desenvolve-se naqueles que temem por suas vidas, porém dependem de seus captores. Se o captor demonstra qualquer gentileza, mesmo quando mínima, é provável que o refém desenvolva um vínculo com seu captor até mesmo ao ponto de protegê-lo de perigos e adotar plenamente seu ponto de vista acerca do mundo. Graham define a violência sexual rotineira que as mulheres vivenciam como “terrorismo sexual”. Em face desse terror, Graham aponta, mulheres desenvolvem Síndrome de Estocolmo e criam vínculos com homens.
ResponderExcluir13:11 é por isso que vocês estão sendo trocados por um cachorro/gato e um vibrador. O vibrador, aliás, costuma manda muito melhor que vocês. Substituição fácil.
ResponderExcluirO machismo envolvido nessas situações é o mesmo, Sportano. Se sumir o machismo tanto os xingamentos masculinos quanto femininos somem.
15:15 FEEL LIKE XAVIER!!
Você mandou seu cérebro pelo reembolso postal ou foi devolver pessoalmente?
(...)retrata a heterossexualidade feminina e a feminilidade como sintomas do que ela chama de Síndrome de Estocolmo Social(...)
ResponderExcluirA maternidade tem o mesmo efeito e é infinitamente mais eficaz em manter as mulheres no seu devido lugar (e caladas) do que relacionamentos hétero. Mas nem mesmo as radicais tem coragem de enfiar o dedo nessa ferida. Pode ser extremamente difícil sair de um relacionamento abusivo, mas é possível. Todavia até hoje não sei se existe uma mulher que pariu e conseguiu se livrar da maternidade como ela é imposta.
Do mais, a liberdade sexual da mulher nunca foi plenamente atingida e nunca foi aceita pois esta ainda está sobre a perspectiva masculina - lógico que não haverá libertação assim. E aí vem o meu comentário sobre o que a Anônima das 15:44 escreveu - no meu entender, existe coerção para ser "puta" no sentido de agradar o homem, "prender" o homem,fazer o que o homem julga ser certo e melhor pra ele. Nada mais importante nesse mundo do que TER um homem (mesmo que isso te leva à ruína) - JAMAIS ser "puta" por que isso te dá prazer ou faz feliz...
Se dissociarmos o sexo da ideia doentia de masculinidade que existe hoje, homens e mulheres vão de fato experimentar a liberdade sexual...
Jane Doe
Eu sou um bosta, um desprezível pedaço de merda inferior...
ResponderExcluirQ isso,amiguinho?
ExcluirAcho que ele é o Olasno de Carvalho
ExcluirÉ que a heterossexualidade é de onde vem a maternidade, né Jane Doe?
ResponderExcluirPor isso que é feminismo radical, de raiz, origem. Ir na raiz do problema e arrancá-la.
Mas enfim, as radicais enfiaram o dedo na ferida da maternidade sim, criticaram inclusive a imposição da maternidade a mulheres que nem tem relacionamentos heterossexuais, como as lésbicas, por exemplo. Você que não deve tá procurando direito, mas elas fazem sim essa crítica.
15:49 Deixa de lado seu ódio de classe e pense melhor. Não é apenas o funk que objetifica a mulher ( há, inclusive, funk feminista). Muitas letras de rock ( até dos Beatles), samba, sertanejo que são extremamente machistas. A nossa linguagem, utilizada por todas as classes, é machista.
ResponderExcluirUma vez que a sexualidade feminina se desenvolve nesse contexto de terrorismo sexual, nós podemos erotizar nosso medo, nosso vínculo aterrorizado. Toda excitação sexual e liberação não é necessariamente positiva. Mulheres podem ter orgasmos ao serem sexualmente abusadas na infância, no estupro ou na prostituição. Nossa linguagem possui apenas palavras como prazer e gozo para descrever sentimentos sexuais, e nenhuma palavra para descrever os sentimentos que são sexuais mas dos quais não gostamos, sentimentos que vêm da experiência, sonhos ou fantasias sobre degradação ou estupro e que causam angústia apesar da excitação.
ResponderExcluirO “sexo” promovido por revistas femininas e até mesmo feministas, como se esse fosse dissociado da realidade do status subordinado da mulher e experiência de violência sexual, não oferece nenhuma esperança de desconstrução e reconstrução das sexualidades tanto masculinas como femininas. Sadomasoquismo e cenas de “fantasia”, por exemplo, nos quais as mulheres procuram se “perder”, são frequentemente utilizados por mulheres que foram abusadas sexualmente. A excitação orgástica experimentada nesses cenários simplesmente não consegue ser sentida nos corpos dessas mulheres se e quando elas permanecem alertas e conscientes de quem elas realmente são. O orgasmo da desigualdade – longe de encorajar as mulheres à busca da criação de uma sexualidade proporcional à liberdade que feministas visualizam – simplesmente recompensa mulheres com o prazer da dissociação.
Como as Políticas de Orgasmo se Apoderaram do Movimento Feminista
Sheila Jeffreys
Bolsonazistas idiotas, Bostonaro não ganha nem dentro da câmara quem dirá no resto do Brasil hahahahaha
ResponderExcluirAdorei o tema, são muitas as pessoas que já vêm alertando para o papel da linguagem na forma como a sociedade vê a si própria e achei bacana você trazer isso para o blog, considerando a audiência mais jovem daqui.
ResponderExcluirÉ por essa razão que sou contra a onda de novilíngua que tomou conta não só de redes sociais mas de movimentos também.
"Empoderamento", por exemplo, é uma palavra traiçoeira. Veio do inglês e não tinha tradução direta, porém existe um similar bastante eficiente: fortalecimento. Muita gente não sabe o que é empoderamento mas o conceito de "fortalecimento" é mais claro, é corrente, não é invenção moderna.
Quando uma pessoa não entende bem o termo que está empregando corre-se o risco dela assimilar mensagens um tanto ambíguas. Se um comercial diz que seu produto, serviço ou mensagem está "empoderando" mulheres, no momento em que se troca "empoderar" por "fortalecer" a pessoa que recebe esse comercial tem plenas condições de avaliar se aquilo ali de fato fortalece mulheres ou não. E façam o teste aí: a grande maioria das mensagens de "empoderamento" não fortalece seus alvos, apenas suas marcas.
É uma relação menos óbvia do que aparenta.
O Trump usa a comunicação escrita de um garoto de 8 anos e todo mundo entende o que ele está dizendo, o que foi crucial para que ele vencesse as eleições. No lugar de se perder em academicismos e retóricas elaboradas, prolixas que um ou outro grupo apenas tem condições de entender, o homem fala em alto e bom tom: "Sabe o que a América precisa? De um grande e lindo muro". É de uma clareza ímpar que, por nivelar por baixo, acerta do analfabeto ao pós-graduado.
Outra palavra problemática é a tal "desconstrução". Desconstruir nada mais é do que destruir e colocar outra coisa no lugar. Pelo temor da força da palavra destruição, usa-se desconstrução. E as implicações são da mesma natureza que usei no raciocínio do "empoderamento". É problemático mascarar as coisas assim.
Sempre que se tira a clareza das coisas e a honestidade das palavras, é pra se desconfiar. Papo reto não faz curva, já diziam.
Falando em novilíngua, um bom exemplo é querer trocar gênero pela letra x ou pelo símbolo at (@).
ResponderExcluirAlém de você querer "incluir" praticando exclusão de acessibilidade ao prejudicar qualquer pessoa que use leitor eletrônico (deficientes visuais, idosos etc), na prática você está apagando mulheres. Pelo costume ainda se lê no masculino.
Esta cartilha, elaborada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo do Rio Grande do Sul explica tudo o que é necessário saber sobre o assunto sem assassinar o pobre vernáculo pátrio:
http://www.spm.rs.gov.br/upload/1407514791_Manual%20para%20uso%20n%C3%A3o%20sexista%20da%20linguagem.pdf
Desembaralhando o link para quem quiser googlar: Manual para uso não sexista da linguagem.pdf
Nos países de língua inglesa agora se discute o uso do "them/they/their" como pronome neutro no singular. O uso já existe, não é novidade mas pelo motivo que estão propondo, não. Melhor do que inventar moda (ze, xe, x, @).
Muito bom, anônima das 07:19.
ResponderExcluirPrincipalmente a partir da pagina 48, que é onde começa a prática.
Sou homem e vou evoluir na minha linguagem.
Simples, fácil, faz dos mundo um lugar melhor.
A figura da puta tem várias caras. Vou focar nas duas que mais conheço. Tem a puta que se submete e satisfaz os homens (essa é a incentivada, especialmente se você for a 'puta de um homem só') e tem a puta transgressora: a que se satisfaz 'usando', manipulando os homens (a temida figura da mulher sexualmente ativa e 'comparadora'), essa precisa ser aniquilada da sociedade a qualquer custo.
ResponderExcluirComo sempre, se você é mulher, tá errada. Ser a puta que satisfaz é assinar embaixo do contrato de escravidão, ser a puta que se satisfaz (e olha que é bem difícil nessa sociedade misógina conseguir essa façanha), é pedir para ser escrachada e morta (socialmente primeiro, fisicamente, em muitos, mas muitos casos...).
Daí a minha birra com o feminismo radical em reconhecer apenas uma dessas faces do que é ser puta nessa sociedade. Quando se combate uma face só, se fortalece a exclusão da outra. Mas eu sou feminista errante e múltipla, não finco raízes em lugar algum, pois o machismo me sacaneia de n formas, quem sabe seria mais fácil se fosse uma só. A vida, pelo menos a minha, nunca é simples, muito menos fácil...
A questão da maternidade é a mesma coisa: é fonte, e das abundantes, de dominação e sofrimento? Oh se é. Mas significa apenas isso? Ser mãe também significa ter poder, pelo menos, sobre a criança. Um poder extremamente regrado (e qual não seria nessa sociedade estadocêntrica), mas inegavelmente um poder. E enquanto a gente não levar isso em consideração, nossas tentativa de mostrar os problemas da maternidade vão atingir a poucas, muito poucas.
É a mesma coisa com o casamento. E dizer que basta você, individualmente, se rebelar contra para esse sistema parar de encher o seu útero, é muito pouco. Não resolve os inúmeros problemas das mulheres, infelizmente.
No fim, todos os homens são safados e a grande maioria trai a namorada/namorado
ResponderExcluirUm ótimo texto para refletir sobre violência, civilização e estupro contra as mulheres.
ResponderExcluirhttp://memoriasdocotiano.blogspot.com.br/2015/01/games-of-thrones-e-banalizacao-do.html
Não resolve os inúmeros problemas das mulheres,mas resolve o seu.
ResponderExcluirEstudo revela que ter um marido cria sete horas adicionais de trabalho doméstico para uma mulher: http://claudia.abril.com.br/.../estudo-revela-que-ter-um.../
ResponderExcluirO termo "família" é derivado do latim famulus, que significa "escravo doméstico". Precisa dizer mais alguma coisa?
Anônimos(as) das 18 de abril de 2017 05:51 e 18 de abril de 2017 07:19, excelentes considerações.
ResponderExcluir
ResponderExcluirTantas mulheres aí dizendo que é elogioso ser chamada de puta, ser chamada de vadia, vertente política. Isso é bom ou mau? Decidam. Marcha das vadias e o escambau.
Música de favelado, um bando de mina idiota adorando, passando vergonha com aquilo.
Se chama de recatada, boa menina, até o singelo 'linda', dizem que é ato de dominação e sublimação acadêmica do mimimi mimimi mimimi. Ora, decidam.
Esse tipo de chamamento - porque acompanhando vocês aqui não dá pra saber se é mesmo um xingamento ou não, sei lá - não é exclusivo das mulheres,
para se ofender um homem, ou mesmo tirar uma com a cara do amigo a lógica é o apelo ao baixo corporal e ao comportamento sexual, isso está no:
- corno
- cuzão
- broxa
- arrombado
etc etc etc
Difícil imaginar que para se ofender alguém (seja homem ou mulher) o interlocutor vá se utilizar de palavras elogiosas. Por favor, né meninas.
Tanto ser puta quanto dona de casa escrava são ruins, e toda sociedade misogina precisa dos dois para existir e usar como capacho. Qual seria o ideal para as mulheres seguirem? Simplesmente se focarem em suas carreiras e estudos, estarem atentas de que o amor romântico é falso, que casamento é uma instituição falida e qualquer relacionamento com homens vai ser semelhante a te obrigar a carregar chumbo. Lembrar de que mulher não precisa de homem nem para constituir família, inseminação artificial já te livra de tentativas vingativas por parte do pai ao tentar tirar seus filhos de você, e que também é muito mais fácil escolher não ser mãe sem ninguém para te encher o saco.
ExcluirA nova mulher não vai ter que seguir dois estereótipos de misoginia para sobreviver. A nova mulher não é santa e nem puta. A nova mulher não precisa de relacionamento sexual para ser puta e nem de relacionamento amoroso para ser santa, ela não quer casamento e nem sexo casual. A nova mulher quer dinheiro,segurança, ,estudo, carreira e vida de qualidade.
Excluir"Tanto ser puta quanto dona de casa escrava são ruins, e toda sociedade misogina precisa dos dois para existir e usar como capacho. Qual seria o ideal para as mulheres seguirem? Simplesmente se focarem em suas carreiras e estudos, estarem atentas de que o amor romântico é falso, que casamento é uma instituição falida e qualquer relacionamento com homens vai ser semelhante a te obrigar a carregar chumbo. Lembrar de que mulher não precisa de homem nem para constituir família, inseminação artificial já te livra de tentativas vingativas por parte do pai ao tentar tirar seus filhos de você, e que também é muito mais fácil escolher não ser mãe sem ninguém para te encher o saco."
ResponderExcluirVerdade.
Mas em vez de "ninguém pra te encher o saco" deveria ter dito ninguém pra te encher o útero, tanto literalmente como figurativamente.