Da Trincheira do Aborto Legal, especial para Escreva Lola Escreva, entrevista com a Dra Leila Linhares Barsted.
A audiência pública que acontece hoje [assista aqui, ao vivo] sobre a SUG 15/2014, contará com a participação de especialistas-chave para o debate sobre aborto no Brasil. A advogada feminista Leila Linhares Barsted será uma das palestrantes. Coordenadora Executiva da organização não-governamental CEPIA -- Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação e Membro do Comitê de Especialistas do Mecanismo de Monitoramento da Convenção para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher -- MESECVI -- (Convenção de Belém do Pará), da Organização dos Estados Americanos -- OEA, Leila é autora de diversos trabalhos publicados no Brasil e no exterior sobre direitos humanos, particularmente sobre questões de violência de gênero e direitos sexuais e reprodutivos. Especialista em direitos humanos e direitos das mulheres, Leila contribuirá com sua experiência para instrumentalizar o debate com informações e dados no campo do Direito sobre a urgência da legalização do aborto no Brasil.
Quais os argumentos fundamentais para a defesa do direito à decisão pelo aborto nesse processo legislativo?
Em primeiro lugar é importante lembrar que o protagonismo das mulheres em todo o mundo, em especial a partir da década de 1960, permitiu o reconhecimento de seus direitos, incluindo seus direitos sexuais e reprodutivos, bem como a ampliação do número dos países que legalizaram a interrupção voluntária da gravidez, realizada sob determinados parâmetros de condições e prazos.
Em segundo lugar, não podemos esquecer que a liberalização da interrupção voluntária da gravidez nesses países teve por base não apenas o reconhecimento do direito à autodeterminação reprodutiva das mulheres, mas, também, a constatação da existência de altas taxas de morbimortalidade materna ocasionadas pela criminalização do aborto. A saúde sexual e reprodutiva das mulheres foi considerada como um valor constitucional de grande relevância social.
De fato, longe de diminuir o número de abortos, a criminalização só aumenta as mortes maternas. O Brasil situa-se entre os países de legislação mais repressora em relação à interrupção voluntária da gravidez e onde, também, as taxas de mortalidade materna, apesar de terem se reduzido em relação ao início desse século, ainda são muito altas. Essa criminalização em nosso país afeta em especial as mulheres negras e pobres, que também, são penalizadas pelo ainda frágil -- e mesmo preconceituoso – sistema de saúde. Ou seja, não erigimos ainda a saúde sexual e reprodutiva das mulheres como um valor de grande relevância social. Essa é uma dívida do Estado brasileiro para com as mulheres que precisa ser saldada urgentemente com uma legislação que garanta o direito das mulheres de decidir e o acesso a serviços de saúde adequados e solidários, tanto para atender às suas demandas por maternidade, quanto para atender às suas necessidades para prevenir e/ou para interromper uma gestação não desejada.
O Brasil foi signatário de inúmeros compromissos firmados pelas Nações Unidas que recomendam a elaboração de leis que abrandem a criminalização da interrupção voluntária da gravidez tendo por base a preocupação com a saúde e a vida das mulheres.
Os subsídios das legislações dos diversos países que legalizaram a interrupção voluntária da gravidez, realizada sob determinados parâmetros de condições e prazos, bem como dos documentos internacionais assinados pelo Estado brasileiro, podem orientar o legislador nacional a promover uma necessária mudança nas leis que criminalizam o aborto e que causam mortes maternas evitáveis se essa interrupção fosse realizada em condições legais e seguras.
Na audiência anterior, uma advogada portuguesa disse que a legalização do aborto em Portugal "banalizou a prática" naquele país. Ela também se utilizou de argumentação jurídica e filosófica para afirmar que o aborto é uma prática eugênica. A senhora pode nos explicar como a legalização do aborto até a 12ª semana está longe da banalização e da eugenia?
Creio que essa advogada optou por uma visão impressionista e mesmo preconceituosa em relação às mulheres que interromperam voluntariamente uma gravidez não desejada dentro dos prazos e condições definidas na lei desse país. A proposta feminista de legalização da interrupção voluntária da gravidez vem acompanhada da necessidade de ampliar o acesso aos meios e métodos contraceptivos seguros, incluindo o acesso dos homens a esses métodos, bem como, também, ao acesso das mulheres e homens ao tratamento da infertilidade de forma que a maternidade e a paternidade sejam vividas em segurança, respeitando os direitos humanos de mulheres e homens.
Os países que legalizaram o aborto adotaram como referência a chamada "ponderação de direitos" ou ponderação de de valores constitucionais, como bem analisou o professor Daniel Sarmento da Universidade do Estado do Rio de Janeiro -- UERJ. Nessa ponderação reconhece-se que a vida e a saúde das mulheres são direitos que se sobrepõem ao direito do feto até as 12 semanas de gravidez, e em situações-limite em outros prazos. Não se trata de políticas controlistas e anti-natalistas conduzidas à revelia das mulheres com o objetivo de reduzir o número de nascimentos de meninas ou de políticas eugênicas. As mulheres não banalizam o aborto. A ele recorrem como último recurso quando avaliam a impossibilidade de levar adiante uma gravidez não desejada.
Acompanhando...
ResponderExcluirExcelente o pronunciamento da Letícia Bonifaz. Interessante o trabalho da Rosemeire Santiago, mas não me parece algo substancial ou que possa atingir um gama significativa de pessoas.
ResponderExcluirPior que o argumento da eugenia já ouvi de esquerdomacho branco. Segundo a lógica dele, os fetos abortados seriam os pobres e negros. Mas tá ok se a mulher pobre e negra continuar morrendo nas mãos de açougueiros pelo nosso país.
ResponderExcluirInfelizmente, sou pessimista. Com sorte, minhas netas verão as discussões sobre aborto avançarem e o aborto seguro, controlado e gratuito se tornar realidade. Com o avanço do conservadorismo, essa discussão corre o risco de congelar de vez.
Os mesmos lixos humanos que vibram com a morte de homens negros e pobres nas mãos de uma polícia cruel e que cagam pras mortes das mulheres negras e pobres em abortos inseguros falando de eugenia ("pobre não tem que ter filho")? Por favor, queiram vir aqui pra eu estapear suas caras com um frasco de óleo de peroba até elas caírem, já que de vergonha elas não caem.
ResponderExcluirBanalização? Pergunta pra essa doutora portuguesa aí se ela é a favor da banalização da negligência, da falta de educação e do abuso físico, emocional e sexual contra as crianças, porque a maternidade irresponsável é um dos pontos chave pra violência contra criança. E o pior é que tudo isso é só pra punir as mulheres por terem feito sexo. Esses "pró-vidas" são todos uns psicopatas mesmo.
Titia, pq não matar logo depois que nasce, então? Pra provar essas crianças de uma vida de negligência? Se uma vida de sofrimento não vale a pena, e isso justifica o aborto de filhos indesejados, pq que esse argumento não justifica também o infanticídio?
ExcluirTitia, corrigindo: pq não matar depois que nasce, pra poupar essas crianças de uma vida de negligência.
Excluiruma questão que eu sempre penso é: e se uma pai não quisesse o aborto mas a mãe quisesse abortar?
ResponderExcluircomo fica? o pai não teria direito de impedir a mulher de abprtar ja que o feto pertece a ele também?
É claro que é importante que o pai participe da decisão. Mas a palavra final deve ser da mulher, a não ser que o homem encontre uma forma de seguir a gestação sem útero, porque a mulher não pode ser obrigada a gerar um filho que ela não quer.
ExcluirSó tem um jeito da discussão sobre aborto avançar: NADA, repito, NADA de deputado religioso! Corja! Coisa mais nojenta que existe é bancada evangélica...mas outras religiões tb são maléficas em vários sentidos...Estado Laico? pff, lenda
ResponderExcluirQue vergonha, hein, Brasil até Portugal tem aborto legalizado e a colônia não imita isso né? Ridículo! Não à toa é país de terceiro mundo. Todo dia um 7X1 diferente, até de Portugal.
ResponderExcluirZzZzzzZ
ResponderExcluirCancei de escrever sempre a mesma coisa.... Falácias e mais falácias.
Daqui mto tempo o aborto vai ser legalizado na Brasil, aí dali mãos algum tempo vcs vão constatar o erro que foi. Espero que tenham humildade pra voltar atrás e corrigir o erro.
cultura nao é nada racional. a sociedade incentiva a promiscuidade desde cedo aos jovens com discurso do tipo ''façam muito sexo'' ''vao pegar mulher''(pelo menos na minha epoca era assim), ''quem nao faz sexo é fracassado''' pra depois proibirem o aborto que é uma solução pra quem vive na promiscuidade.
ResponderExcluirSe nao quiserem legalizar tudo, paciência. Mas se tirassem do Código Penal a expressão "não se pune" e trocasse por "não é crime", uma imensidão de problemas estariam resolvidos. Porque saibam: aborto é crime em qualquer caso no Brasil, não se enganem.
ResponderExcluirOutro dia vi uma pesquisa que mostrava que 100% das crianças que foram abortadas, morreram no procedimento... Preocupante esses dados, né??
ResponderExcluirPelo menos essa advogada é fair play. Ela assume que a legalização é uma questão de ponderação sobre direitos. Na visão dela, o bem estar da mulher está acima da vida do feto. Ela é honesta com a argumentação. Assim é possível começar um debate.
ResponderExcluirAlguns dirão que o bem estar da mulher de fato vale mais do que a vida de alguém na 12 semana de gestação. Eu argumento que o direito à vida é absoluto e inquestionável. Fundamenta todos os outros direitos. Não se tem direito ao bem estar, à moradia, educação, se não se está vivo.
falo em bem estar da mulher, pq a vida dela só estará em risco se ela ESCOLHER fazer um aborto. Mas antes disso, ela pode escolher enfrentar as consequência desagradáveis de uma gravidez indesejada, o que gera o mal estar, o abalo psicológico e tal.
"Os mesmos lixos humanos que vibram com a morte de homens negros e pobres nas mãos de uma polícia cruel e que cagam pras mortes das mulheres negras e pobres em abortos inseguros falando de eugenia ("pobre não tem que ter filho")? Por favor, queiram vir aqui pra eu estapear suas caras com um frasco de óleo de peroba até elas caírem, já que de vergonha elas não caem.
ResponderExcluirBanalização? Pergunta pra essa doutora portuguesa aí se ela é a favor da banalização da negligência, da falta de educação e do abuso físico, emocional e sexual contra as crianças, porque a maternidade irresponsável é um dos pontos chave pra violência contra criança. E o pior é que tudo isso é só pra punir as mulheres por terem feito sexo. Esses "pró-vidas" são todos uns psicopatas mesmo." (2)
Desde dois mil e pouco que discuto a legalização do aborto no Brasil. Foi nessa época que comecei a chamar a atenção da pessoas para o Eduardo Cunha, que era (é) autor de um projeto de lei que tornava qualquer hipótese de aborto crime hediondo e que havia sido nomeado como relator daquele projeto da Jandira Feghali, antigo, em uma das comissões da câmara. O cara deu um parecer bíblico, todo mundo que era da comissão era ligado a igrejas evangélicas (eu pesquisei no Google na época e não falhou um), aplaudiram e novamente, arquivou-se. Tudo isso vocês podem conferir online, em sites oficiais do governo. Era assim em 2000 e x, é assim hoje. Falta de transparência não é problema no Brasil, acreditem.
ResponderExcluirSó que a situação hoje, 2016, é pior que a de dez ou doze anos atrás. Literalmente existe um cerco se fechando contra as mulheres, nossa linda presidenta foi e é totalmente omissa em relação a isso por motivos eleitoreiros assim como seus antecessores também foram (só ex-presidente se declara a favor da legalização no Brasil, reparem) e o momento atual das casas legislativas federais é favorável para as situações absurdas que estamos vendo acontecer bem diante dos nossos olhos.
Não adianta Erundina (que eu admiro muito, que foi a pessoa responsável pela implementação do primeiro serviço público no Brasil de atendimento às hipóteses em que não se pune o aborto, incorretamente chamado de "aborto legal", em São Paulo na época em que foi prefeita, começando pelo Hospital Jabaquara) ocupar a mesa da câmara, não adianta as feministas do grelo duro vestirem lilás e fazerem passeatas, não adianta petição no Avaaz, não adianta textão no Facebook e pior que tudo isso gente, também não adianta votar em pessoas que se dizem comprometidas mas que na hora agá votam com seus caciques porque no fundo o que se discute não é povo e sim poder. Porque o grande problema, o real problema que tem como uma de suas muitas consequências a manutenção do aborto ilegal no Brasil é a mentalidade do brasileiro. E o brasileiro é essa merda que a gente vê nos comentários da Lola de vez em quando, nos comentários do Globo, do Extra, do UOL. Quando essas pessoas "defensoras da vida" querem, elas abortam sim. Um bocado, até porque pra elas a coisa da reputação pesa mais. Só que como tudo é clandestino, faz lá seu abortinho numa boa e depois vai na passeata pela vida, bota faixinha na cabeça, camisetinha branca e finge que segue todos seus preceitos religiosos de bosta. Porque religião não tem força de lei, só a lei tem força de lei, e se a lei é feita por gente com essa mentalidade, pouco se pode fazer.
Tudo o que tá acontecendo é, em última análise, culpa nossa mesmo.
Todo mundo - eu vou repetir, TODO MUNDO - que é contra a legalização tá cagando e andando pra feto abortado e tem o foco todinho na mulher. Se isso não fosse verdade, você não leria argumentos como "irresponsabilidade", "fechar as pernas" etc. Geralmente essas pessoas são favoráveis ao aborto em caso de estupro, sem saberem as origens dessa isenção de punibilidade se praticado por médico (se quiserem eu falo disso), a despeito do fetinho ser perfeito e saudável e ter como demérito o fato de um pai ser bandido, porque é a consensualidade do ato sexual que determina se aquele feto levado a termo ou não deve castigar uma mulher, porque sim, pra esse povo filho é castigo pra vagabunda e vagabundas são só as outras, quando é com eles, é tudo diferente. Aliás, esse entendimento da consensualidade do ato sexual gerar ou não a obrigação do parto a termo não é minha, é legal, tá lá no Código Penal. Aí fica difícil respeitar as "boas intenções" desse povo, né não?
Outro dia vi um episódio de Law and Order SVU que era assim:
ResponderExcluiro cara era médico e descobria que a esposa estava grávida de outro. Aí ele dopava ela, abria a barriga e matava o neném ( ela estava de quase 9 meses).
O cara seria acusado apenas de lesão corporal, que tem uma pena mais branda. Porém , o detetive que encontrou o corpo da criança no lixo, não se conforma e tenta convencer a promotora a acusar o marido pelo assassinato do neném.
O problema é que para isso, ela teria que provar que o neném respirou ao menos uma vez depois que ele foi completamente retirado de dentro da barriga (se o pézinho não tivesse saído, não seria assassinato do bebe, mas sim lesão corporal da mulher - ou alguma assim).
Bom, o fim do episódio é que o médico era mesmo o pai da criança e qnd a promotora conta isso pra ele, durante o depoimento, ele começa a chorar e acaba confessando que tirou o neném da barriga e que sim, ele chorou antes de ser morto.
To falando tudo isso pq nesse episódio fica evidente a distorção que é a legalização do aborto. A promotora tem que provar o óbvio.... Que aquilo tinha sido um assassinato. Todos concordavam que se o pézinho ainda estivesse dentro da barriga, ainda assim teria sido um assassinato (mas não diante da lei).
Da mesma forma que se o marido tivesse aplicado uma injeção no coração do bebê dentro da barriga, também teria sido um assassinato (alô procedimento de aborto de criança com microcefalia, to falando de vc!!).
Enfim... No episódio essas contradições ficam claras e incomodam a todos. Mas a promotora e a detetive ficam temerosas em questionar as 'sagradas leis de direitos reprodutivos das mulheres'.
"e se uma pai não quisesse o aborto mas a mãe quisesse abortar? como fica?"
ResponderExcluirNo mundo real isso não acontece, muito pelo contrário, o omen é o primeiro a "abortar"/"fugir". Em q novela vc viu isso de omen querer se intrometer na escolha de abortar? Sendo q muitas vezes são os próprios omens quem exigem q as mulheres façam isso
Agora vamos considerar q essa utopia seja verdadeira: "como fica?"
- Fica do mesmo jeito de sempre, a decisão é 100% da mulher, é apenas ela quem carrega o embrião, a decisão logicamente tb será TODA DELA
E já começou o choro e mimimi de comparar aborto à "infanticídio"/"assassinato" (aposto q são a favor de pena de morte tb)
Coerência e inteligência pra quê, né?
"Alguns dirão que o bem estar da mulher de fato vale mais do que a vida de alguém na 12 semana de gestação. Eu argumento que o direito à vida é absoluto e inquestionável. Fundamenta todos os outros direitos. Não se tem direito ao bem estar, à moradia, educação, se não se está vivo."
ResponderExcluirQueridão, nenhum direito é absoluto, nem o direito à vida, que dentro do nosso ordenamento jurídico admite várias exceções. Inclusive para legalizar o aborto. Daí o esforço em se enfiar "nascituro" no ordenamento, eis que a própria Constituição Federal só fala em nascidos (e as palavras têm um efeito mortal no Direito) e o Pacto de San José da Costa Rica, norma que tem status constitucional nacional de garantidor de direitos humanos, fala de proteção a vida usando a terminologia EM GERAL, justamente para admitir exceções. E havendo lei, não há que se falar em arbitrariedade.
Nem vou comentar o "risco se escolher fazer o aborto" que isso só mostra quão pouco você é informado sobre a técnica do aborto em si e talvez sobre questões mais profundas do Direito e da medicina também. Vai estudar antes de bostejar, seu merdinha.
"Nessa ponderação reconhece-se que a vida e a saúde das mulheres são direitos que se sobrepõem ao direito do feto até as 12 semanas de gravidez, e em situações-limite em outros prazos. Não se trata de políticas controlistas e anti-natalistas conduzidas à revelia das mulheres com o objetivo de reduzir o número de nascimentos de meninas ou de políticas eugênicas. As mulheres não banalizam o aborto. A ele recorrem como último recurso quando avaliam a impossibilidade de levar adiante uma gravidez não desejada."
ResponderExcluirSÓ LI VERDADES
11:38
ResponderExcluirIsso só faria algum sentido se omens tb fossem penalizados pelos abortos clandestinos q são feitos por aí,
pois é, isso não acontece, pois é reconhecido q a mulher tem 100% da responsabilidade quando decide realizar um aborto, logo não faz sentido penalizar o pai, muito menos depender de alguma autorização do mesmo
Pronto, agora até episódio fictício de série americana virou parâmetro legal, ai meu deus do céu
ResponderExcluir13:09
ResponderExcluirDeixa de ser babaca, o q ficção tem a ver com direito ao aborto?
Seu imbecil, pelo o vc mesmo falou, o feto tinha 9 MESES, até onde eu sei se defende a interrupção da gravidez em até 3 MESES, sentiu a diferença?
Segundo, essa interrupção ocorreu de maneira involuntária, não foi a gestante quem decidiu abortar, mas um terceiro, sendo q essa decisão pertence totalmente à gestante. O crime obviamente se refere à agressão q esta grávida sofreu, seu direito foi tolhido. Esta é a leitura penal correta e q seria encarada no mundo real, entendeu?
não gosto de chamar de "morte materna" a morte da mulher durante o aborto, ou chamar a mulher gestante de "mãe". É especialmente cruel quando a mulher que procura se submeter a um aborto quando ela é referida como "mãe", pois é justamente o que ela não quer ser.
ResponderExcluirOutra coisa que deve ser melhor informado é a taxa de mortalidade. Ainda que seja importante ser discutida, muito frequentemente é pintado como uma "carnificina de mulheres". A verdade é: é mais arriscado morrer vítima da violência se morar 1 ano no brasil do que morrer de complicações se for fazer um aborto. Podem pesquisar, eu mesma levantei os dados e fiz as contas, e garanto o que eu to dizendo.
É lógico que a diferença é que a solução para a morte feminina no aborto é bem conhecida e de aplicação relativamente fácil, comparando com a realidade de violência no brasil. Mas informação a mais é sempre bom. Muita gente acha que aborto é uma roleta russa, mas não é tão assim.
Anon 13:08
ResponderExcluiradorei seu comentário. e sim, gostaria mais de ouvir a origem da legalidade do aborto em caso de estupro.
Minha opinião sobre o aborto não agrada ninguém. Quem é contra me acha liberal demais, porque sou a favor da descriminalização com ressalvas (acho o limite de três meses grande demais, mas alguns casos concretos deveriam abarcar períodos até mais longos, por exemplo um estupro de vulnerável em que a criança sequer sabe que estava grávida, só se descobre quando a barriga tá grande).
Quem é a favor, me acha conservadora demais, porque eu acho que antes de legalizar, ou concomitantemente a isso, a questão da contracepção deve ser levantada como bandeira principal. Bancada evangelica (e cristãos em geral) em regra é contra camisinha, pílula, e outros métodos. As escolas não falam disso. Até a questão do direito a laqueadura deveria ser mais mencionado. Acho que mesmo com a falibilidade dos métodos, muitas gestações não planejadas seriam evitadas com essas medidas.
E não, não é uma questão de "só porque lutamos por A (legalizaçao do aborto) não significa que não lutamos por B (educação sexual nas escolas e etc)" Eu sei que não. Mas como a própria entrevistada disse, a legalização é uma ponderação de direitos. O feto é uma vida, e sente dor. E o que pudermos evitar disso tem que ser prioridade.
É a minha opinião.
Alícia
13:09 por que você não tenta fazer um embrião (punhadinho de células que não pensa, não sente nem tem sequer consciência de que existe) chorar? Vá lá, me traga um amontoado de células menor que um fígado de galinha e faça ele chorar. Vamos lá, faça isso. Putz, esses poríferos não sabem a diferença entre um embrião e um bebê de nove meses (CÉREBRO E SISTEMA NERVOSO, um tem e o outro não, basicamente) e ainda querem mandar no útero da mulher.
ResponderExcluir12:37 depois de nascer é sujeito de direitos, inclusive com direito à vida. Tanto que, como o porífero das 13:09 disse aí em cima, pra processar alguém pelo crime de aborto você tem que provar que o feto (feto, não embrião, feto) NASCEU VIVO E RESPIROU. Se não provar isso, então tem-se um caso de natimorto e não cabe absolutamente mimimi nenhum de pró-morte-pra-vadia-que-transa hipócrita. Mas tem gente por aí sim acabando com a vida depois de nascer porque não aguenta mais o sofrimento. Suicidas não se matam porque é divertido, sabe? Muita gente por aí diz na cara de todos vocês que preferia ter sido abortado. Já disseram nesse blog, no post "Melhor Abortar" e nos comentários desse post, eu mesma preferia ter sido abortada.
E aliás, deixa eu fazer uma pergunta que vocês "pró vida" nunca responderam: que porra é essa de que suicídio pode, polícia matar negros e pobres pode, marido matar a mulher porque foi traído ou não aceitou o fim do relacionamento pode, mulher morrer por aborto malfeito e omissão de socorro pode, humilhar, maltratar, espancar e até estuprar criança pode, mas aborto não pode? Que porra é essa?
Mas o pior é que, não tenham a menor dúvida, se os anons defensores da vida aí engravidassem uma pobre otária na balada porque não quiseram usa camisinha vão ser os primeiros a mandar ela abortar, se livra da 'coisa' (é assim mesmo que eles chamam, coisa) porque o dinheiro deles é pra pagar cerveja e prostituta, não pra sustentar vagabunda com pensão. TODO "pró vida" é hipócrita. Todo. Os homens mais do que qualquer outro, mas TODO "pró vida" é hipócrita. Sem exceção.
"e se uma pai não quisesse o aborto mas a mãe quisesse abortar? como fica?"
ResponderExcluirBom, se meu ex namorado não quisesse abortar ele ficaria com a guarda integral da criança, eu abriria mão de todo e qualquer direito sobre essa criança e se ele quisesse poderia entrar com um processo pra exigir pensão alimentícia (o que provavelmente conseguiria). Mas não foi o que aconteceu. ^^
Essa questão da vontade do pai sempre me suscitou dúvidas.
ResponderExcluirNo último post sobre o tema comentei um projeto de lei sueco que dava ao pai o direito de renunciar a paternidade (direitos e deveres) até o terceiro mÊs de gestação, comunicando a mãe (que tinha o mesmo prazo para realizar o aborto, que já é legalizado.
Acho coerente isso e vocês?
Mas e se a mãe não quiser e o pai quiser e se comprometer a assumir a paternidade sozinho? sei que é um cenário improvável, mas a lei tem que prever ou tentar prever todas as situações possíveis.
Alícia
13:20 faz sim sentido, do ponto de vista da realidade, processar um homem pelo aborto; afinal, vocês contribuem com 50% pra formar o embrião. E além disso vocês abandonam mulheres grávidas, pressionam, chantageiam e ameaçam pra que elas façam aborto quando não querem, alguns causam aborto contra a vontade da mulher, e mais do que tudo, são vocês que se recusam a usar camisinha em todas as transas. Vocês tem sim muita culpa no cartório, mas como os homens faziam as leis, trataram de tirar logo o cu mal lavado deles da reta e hoje vagabundos hipócritas como vocês se aproveitam pra fugir da responsabilidade. "Pró vidas" mereciam ser todos castrados.
ResponderExcluirAlícia, o aborto é legalizado nos três primeiros meses, quando o embrião (não feto, embrião) não tem sistema nervoso. Não tem dor envolvida.
eu sou aquela pessoa que jamais faria um aborto, mas nao vou opinar na vida alheia ( a nao ser que eu tivesse que votar).
ResponderExcluirMas eu estou escrevendo porque acho uns argumentos muito sem noçao de ambos os lados.
Recentemente estava discutindo esse tema com um grupo de mulheres, e muitas que sempre foram contra ao aborto, começaram a citar o caso da microcefalia e diziam que nesse caso, concordavam. Primeiro, pra quem cita isso toda hora....da pra identificar a microcefalia até as 12 semanas de vida ?
Mas o absurdo nao parou por aí.
Algumas delas começaram a falar (com a concordancia das demais), que um dos problemas é que quando o filho é especial, o homem foge e sobre tudo pra mãe ( e citaram casos de vizinhas, da prima da amiga, da cunhada da irmã da colega de trabalho, etc).
Daí eu pergunto...a pessoa PLANEJA o filho (só estou me referindo aos casos de gravidezes planejadas e que a pessoa quer "mudar de ideia"), PLANEJA o filho com o pai X. Se o filho tiver algum problema de saúde mais grave, ela nao quer mais porque ela que o PAI X vai abandona-la (o que implica que ele seria um mau-carater). Mas se o filho nao tiver problema nenhum, tudo bem continuar com o PAI X, mesmo sabendo (ou supondo, sei lá), que ele abandonaria em caso de dificuldades.
É dificil pra mim acreditar que tem gente que age assim, com esse pensamento "eu tenho quase certeza que fulano é mau carater e me abandonaria em caso de dificuldades, mas enquanto eu nao passar por essas dificuldades, eu continuo com ele."
Prezada Anônima 'educadona' das 13h13,
ResponderExcluirFico feliz que você tenha todo esse conhecimento sobre direito (pelo palavreado, deve ser essa sua área de formação) e medicina. Obrigada pela sugestão para que eu busque maior conhecimento nessas áreas. De fato, apesar de eu ter avançado pouco, busco aprender sempre. Me interessos por esse e outros temas, apesar de fugirem bastante da minha área de formação.
Sobre o conteúdo da sua contextação, volto a dizer... eu discordo que "a vida e a saúde das mulheres são direitos que se sobrepõem ao direito do feto até as 12 semanas de gravidez" pelos seguintes motivos:
É uma falácia dizer que a vida da mulher está em risco, uma vez que existe a opção de não abortar. Sem aborto, sem risco. Numa situação de doença, por exemplo, que se tem que escolher entre salvar a vida da mulher ou do neném, poderíamos dizer corretamente que "a vida e a saúde das mulheres são direitos que se sobrepõem ao direito do feto até as 12 semanas de gravidez".
Diante de uma gravidez indesejada, há duas opções: levar a gravidez adiante ou abortar.
Quais as consequências negativas de levar uma gravidez indesejada adiante?
- enfrentar todas as mudanças corporais e hormonais do período da gravidez.
- enfrentar o julgamento da sociedade machista e misândrica por ter engravidado na situazão x,y,z e mais todo o trabalho e custo de cuidar de um filho.
- enfrentar o julgamento da sociedade machista e misândrica mais a burocracia de entregar um filho pra adoção mas as consequências psicológicas de culpa que ela possa ter.
Bom, ponderando as consequências negativas para a mulher de levar a gravidez adiante (esses são os verdadeiros riscos aos quais ela está sujeita) versus a morte do feto na 12ª semana de gravidez. EUZINHA, na minha opinião, que eu tenho o direito de dar, e que eu acho que é pra isso que nós estamos aqui nessa caixa de comentários, chego a conclusão que a vida do feto deve vir primeiro, pelos motivos que eu falei antes: pra MIIIIIIIM, o direito a vida é o mais importante, já que dá origem a praticamente todos os outros direitos (os mortos têm alguns direitos também, mas não vem ao caso).
Óbvio que eu tenho mais motivos para ter esse pensamento sobre a primazia do direito a vida (são embasados em alguns conceitos filosóficos), mas abordar isso aqui ficaria ainda mais longo e provavelmente nem seria levado em consideração. Você, provalvemente, continuaria me chamando de 'merdinha'.
Enfim... é isso aí. Viva a democracia e o direito de as pessoas expressarem suas opiniões e elas serem debatidas. é isso que eu espero que ocorra na análise da questão do aborto.
"Alícia, o aborto é legalizado nos três primeiros meses, quando o embrião (não feto, embrião) não tem sistema nervoso. Não tem dor envolvida".
ResponderExcluirEntão titia, se não tem dor envolvida ok esse prazo. Porém há controvérsia médica sobre isso. Já li, por exemplo, que a formação do sistema nervoso primitivo se dá na sexta semana, e o embrião já sente dor.
Acho que se fosse possível determinar esse prazo com certeza, seria o prazo digamos assim, moralmente aceitável para a realização do aborto. No terceiro mes o bebê.. já até escutamos o coração dele, como n sente dor?
Alícia
Sério que você não acham contraditório a penalização do crime? Se o dedo mindinho do bebê estiver dentro da barriga é crime de lesão corporal contra a mulher, mas se o corpo estiver todo fora da barriga, é assassinato?
ResponderExcluirNo caso de assassinato, o cara pegaria uns 20 anos de pena (nos EUA), mas para lesão corporal, a pena não passaria de uns 5 anos.
Alicia, o coração de um bebê com anencefalia bate mas ele não tem cérebro e não sente dor. A cultura fala muito do coração relacionado a sentimentos, vida e tal, mas na verdade o coração é meramente uma bomba de sangue; o que nos torna humanos é o nosso cérebro. Até os três primeiros meses o que se forma é o tubo neural, um tipo de alicerce do sistema nervoso. É a partir do tubo neural que as estruturas do sistema nervoso vão se formar e se desenvolver, mas essa estrutura não funciona como um sistema nervoso normal, então o embrião não sente dor.
ResponderExcluir14:41 ainda não desistiu dessa papagaida? Então faz o seguinte, fofura: não tenha filhos nunca ou tenha mil filhos deficientes e crie todos. Você é livre pra isso. Mas ninguém é obrigado a ter um filho deficiente apenas porque você acha que todos deveríamos pensar como você e ter filhos mesmo sem condições de cuidar, então por favor não dê palpite na vida de quem quiser abortar porque não tem capacidade de criar um filho deficiente.
Alícia,
ResponderExcluirSe quiser, procure no youtube a filmagem do ultrasom de um aborto (particularmente, eu acho meio chocante). Me parece que foi com esse vídeo que um dos maiores defensores da legalização do aborto nos EUA mudou de ideia e passou o resto da vida tentando reverter a legalização que ele ajudou a conquistar. Se não me engano, o feto do vídeo tem umas 12 semanas... a gente não tem como saber com certeza se ele está sentindo dor, mas pela reação do feto (em imagem de ultrasom), me parece que ele está lutando contra a sucção da máquina. é bizarro.
O feto não faz parte do corpo da mulher, e um ser novo em desenvolvimento com DNA próprio.
ResponderExcluir"Aaaiim mais não tem autonomia depende da mulher blah blah blah"
Um bebê recém nascido não tem autonomia alguma depende da mãe para tudo, nem por isto ela tem o direito de joga-lo no lixo muito menos mata-lo. E se usarem o "argumento" de "só e vida e individuo social depois de nascer' vou chama-las de extremistas ignorantes. Eu vi no ultrassom o coração do meu filho batendo dentro de mim com 1 mês e meio de gestação, então parem, apenas parem...
Foda-se o embrião, a mulher tem autonomia sobre seu corpo e o que cresce nelo por direito.
ResponderExcluirSeus preciosos embriões que vão crescer em outro lugar se quiserem, NÃO SOMOS ENCUBADORAS DE MACHO.
ResponderExcluir"E já começou o choro e mimimi de comparar aborto à "infanticídio"/"assassinato" (aposto q são a favor de pena de morte tb)
Coerência e inteligência pra quê, né?"
CONCORDO.
Mas vejam que esse mimimi ridículo é vale para ambos os lados. Olha esse exemplo:
" deixa eu fazer uma pergunta que vocês "pró vida" nunca responderam: que porra é essa de que suicídio pode, polícia matar negros e pobres pode, marido matar a mulher porque foi traído ou não aceitou o fim do relacionamento pode, mulher morrer por aborto malfeito e omissão de socorro pode, humilhar, maltratar, espancar e até estuprar criança pode, mas aborto não pode? Que porra é essa?"
Eu olho o aborto com muita ponderação mas não sou a favor de nada disso.
Alícia
14:33
ResponderExcluirEu respondi o anon q perguntou se omen tem direito de meter o bedelho na decisão da mulher sobre o aborto, e é claro q NÃO, vc não percebeu? Pra q tanta raiva?
15:04
Dor não é relevante pra quando se discute aborto, a mulher quando aborta tb sente dor, isso é o de menos
15:00
Não entendi onde vc quer chegar, mas: "a vida e a saúde das mulheres são direitos que se sobrepõem ao direito do feto até as 12 semanas de gravidez", é uma verdade.
Inclusive é aplicado quando é necessário sacrificar um dos gêmeos xifópagos, eu sei q é doloroso, mas se tratando de direito natural, há vidas q valem mais q outras sim
Meu argumento para a legalização do aborto é muito simples: as mulheres ricas e de classe média já têm essa opção. Elas podem
ResponderExcluirviajar para um país que seja permitido e se submeterem a um procedeminto seguro.
Aborto só é criminalizado para as mulheres pobres. É uma questão de isonomia e saúde pública.
Legalizar é uma questão de isonomia e saúde pública, e meu argumento é muito simples: mulheres ricas e de classe média já têm essa opção. Elas podem viajar para qualquer país onde seja permitido e se submeter a um procedeminto seguro.
ResponderExcluirAborto só é criminalizado para as mulheres pobres; apenas elas não possuem o direito de escolha.
(Favor desconsiderar os outros comentários repetidos, Lola! Obrigada).
Angel Rivas xes já dizia: O mundo é das mulheres boas.
ResponderExcluirAlicia, nunca foi uma questão de ser ou não a favor. Eu particularmente nunca me submeteria a um aborto, com certeza é um procedimento muito traumático. Mas, observe, parte das mulheres já têm o direito dessa escolha. As que possuem uma boa condição financeira, se assim quisessem, poderiam viajar ao Uruguai e se submeter a um procedimento seguro, por exemplo.
ResponderExcluirApenas mulheres pobres não têm. A luta é pela escolha.
Uau, eu já ia perguntar por que ninguém responde os comentários diretamente em vez de citar as pessoas, já que vejo a opção "Responder" no meu celular -- embora as respostas nunca carreguem. Depois entrei no computador e a opção nem existe!
ResponderExcluir"[...] e se uma pai não quisesse o aborto mas a mãe quisesse abortar?"
Isso é comum, mas geralmente o homem quer que a mulher crie ou que ela cuide da criança pela maior parte do tempo. Casos em que só o homem cuida seriam muitos raros e ainda seria de se desconfiar. Vendo a outra postagem da Lola sobre o cara que passou 2 meses com a moça e depois fez todo o tipo de coisa que ela não esperava, é de se esperar que um homem negue o aborto fingindo que cuidará para depois mandar a mãe pastar. Digo mais, mesmo se o pai fosse realmente cuidar da criança, o feto age como um parasita dentro da mulher, absorvendo seus nutrientes e gerando diversos efeitos colaterais, então ela não teria obrigação de aceitar. O fato de ser possível gerar um ser vivo dentro de uma fêmea humana não quer dizer que ela deva aceitar isso.
"[...] já que o feto pertece a ele também?"
Eu diria que "pertencer" é relativo. Pessoalmente, vejo o homem como um mero doador de células que continham seu DNA. Quem sofre com as consequências do feto é a grávida, então creio que a escolha seja dela.
ResponderExcluir"Meu argumento para a legalização do aborto é muito simples: as mulheres ricas e de classe média já têm essa opção. (...) Aborto só é criminalizado para as mulheres pobres. É uma questão de isonomia"
Sou a favor do aborto em qualquer circunstância, mas esse argumento envolvendo isonomia é um completo absurdo. Pregar a descriminalização de determinada conduta apenas porque certo grupo permanece impune ao cometê-la, significa, em um país como o Brasil, a defesa da abolição de praticamente todos os crimes, já que, aqui, a impunidade é generalizada.
Anon 16:36
ExcluirO direito penal, para funcionar, deve ser subsidiário. Isso significa dizer que apenas condutas que atentem aos bens jurídicos mais importantes seriam criminalizadas, enquanto as demais seriam tratadas por outros ramos do direito (civil, administrativo, etc).
O Brasil é um dos países com mais leis criminais, e com um sistemas penais mais fracos do mundo! O motivo? Simples. O direito penal, aqui, é banalizado.
Tudo é criminalizado no Brasil. Não há justiça que dê serviço a tantas condutas, nem presídios que cuidem de tantos criminosos.
E, sim, essa seria uma ótima oportunidade de descriminalizar algo que, sob a ótica global, já não possui valor de crime. E deixar o direito penal voltar a cuidar do que é seu dever.
@15:40
ResponderExcluirPor mais que eu seja a favor da legalização, esse é um péssimo argumento. Primeiro por que legalizar o aborto não significa que ele va ser feito de graca pelo SUS, uma coisa é legalizar e outra é o sistema de saúde dar de graca, assim como não é todo remédio liberado pela Anvisa que o SUS da de graca.
Então mesmo legalizado você vai ter que pagar pra abortar, aliás em todos os países em que o aborto é legalizado você tem q pagar a cirurgia, exceto em casos especiais.
Por essa sua lógica o governo tem que pagar um helicóptero pra todos mundo ir trabalhar. Por que só os ricos podem andar de helicóptero?
(Viviane)
ExcluirAnon de 16h38 (e a 16h36 tb):
Vc tocou num ponto crucial. Por mais que se esteja, ou se acredite estar, com razão, há que se saber argumentar. Um argumento ruim pode por uma causa a perder.
"Outro dia vi uma pesquisa que mostrava que 100% das crianças que foram abortadas, morreram no procedimento... Preocupante esses dados, né??"
ResponderExcluirZero de zero não é 100%, é uma indeterminação.
Crianças não podem ser "abortadas", só embriões e fetos.
E agora episódio de Law and Order" vira fonte do direito. A loucura já não estava completa, não? Agora obra de ficção tem de ser tomada em consideração na hora de fazer/interpretar a lei?
ResponderExcluirBora todo mundo "psicografar" textos de fetos agradecendo por terem sido abortados e assim poupados de uma vida infeliz. Quem sabe a gente pode usar no julgamento, ou, melhor ainda, na sessão do Congresso que vai decidir o assunto.
Mundo, mundo, se eu me chamasse Eustáquio não seria nem rima nem solução.
(Viviane)
ExcluirDonadio, e a loucura aumenta ainda mais se pensarmos que, no Brasil, uma "carta psicografada por uma vítima de homicídio" já foi aceita como prova judicial...
Diferença? 3 meses - tá vivo. 9 meses - tá vivo. Diferença enorme mesmo...
ResponderExcluirSer contra matar inocentes é coisa de psicopata mesmo ...
"Alícia, o aborto é legalizado nos três primeiros meses, quando o embrião (não feto, embrião) não tem sistema nervoso. Não tem dor envolvida."
ResponderExcluirDe que país estamos falando?
No Brasil não é legal, ponto. Nos Estados Unidos é legal até o fim da gravidez. Esse limite de três meses é simplesmente uma função do aumento da dificuldade e do risco da operação a partir desse ponto; não tem nada a ver com dor, cérebro funcionando, assassinato, ou seja lá o que for. Feto continua a ser feto, e a não ter personalidade, até o momento em que nasce com vida. Tanto no direito brasileiro quanto no norte-americano (federal; os estados lá têm leis próprias, frequentemente absurdas e inconstitucionais).
@16:38, segundo a minha lógica, o governo deve garantir saúde a todos os cidadãos. E, sim, uma vez legalizado, o serviço deveria ser oferecido o serviço pelo SUS. Do contrário não faria nenhuma diferença. Os que podem pagar pelo serviço privado, são as mesmas pessoas que já possuem acesso ao procedimento abortivo seguro. É questão de isonomia, sim. E o argumento é totalmente válido.
ResponderExcluirQuanto à sua indagação, que vai servir para esclarecer o meu argumento, a resposta obviamente é não. A constituição não impõe ao estado o dever de garantir "o melhor meio de transporte possível". De jeito nenhum. O que é dever do estado, embora ele não cumpra, é garantir que todos os cidadãos possuam acesso a meios de transporte dignos e eficientes. E aqui entra a questão menos gastos e maior produtividade do serviço.
Helicóptero foi um péssimo argumento.
Alícia, você não se opõe à legalização nem está por aí fazendo campanha pra que as mulheres não tenham direito de abortar. Essa pergunta não é pra esses hipócritas que se opõem à legalização, mas seriam os primeiros a exigir que a mulher fizesse ou forçaria uma mulher ao aborto se a chapa esquentasse pro lado deles. Também questiono o fato de que eles se indignam todos quando se trata de aborto, mas quando um jovem negro e pobre é assassinado pela polícia, uma mulher morre por aborto malfeito, uma criança é agredida, humilhada, estuprada a reação deles é um "Ah, mereceu"; não dedicam nem metade da sua indignação a um caso desses mas não conseguem dormir em paz se não impedirem uma "vadia" de escapar à punição por ter feito sexo - porque é isso que a gravidez e a maternidade são pra esses sujeitos; castigo pra "piranha" que se atreveu a transar. Aliás, num post passado você fez um comentário com essa mesma lógica "Não quer engravidar fecha as pernas, vagabunda".
ResponderExcluirDonadio, meu caro, se estivéssemos num país minimamente civilizado não seriam necessários argumentos, a mulher poderia abortar e pronto. Mas isso é o Brasil.
''Eu diria que "pertencer" é relativo. Pessoalmente, vejo o homem como um mero doador de células que continham seu DNA. Quem sofre com as consequências do feto é a grávida, então creio que a escolha seja dela.''
ResponderExcluirconcordo. o filho pertence exclusivamente a mulher. por isso é injusto homem ter que pagar pensão
15:29 coração batendo não é sinônimo de vida. Coração de feto anencéfalo bate, coração de paciente com morte cerebral bate, mas eles NÃO estão vivos. Seu filho com um mês de gestação não tinha cérebro, não pensava, não sentia, não tinha sequer consciência que existia, CORAÇÃO É SÓ UMA BOMBA DE SANGUE, mais nada. Esse valor emocional que a sociedade ocidental dá ao coração é totalmente fora da realidade, é ilusão, esse valor pertence ao cérebro. É o cérebro que nos torna humanos, não a porra do coração.
ResponderExcluirAlém disso, a sua experiência não é padrão pra ninguém. Ninguém é obrigado a fazer o que você faz, crer no que você crê, pensar o que você pensa e muito menos a sentir o que você sente. Ou eu posso invadir a sua casa, levar seu filho embora e arrancar seu útero à força porque eu acho que nenhum "pró vida" deve ter o direito de procriar? Pare, apenas pare. Esse papo egocêntrico e arrogante de "Meu jeito de pensar é o único certo suas vadias assassinas" é asqueroso, ridículo e inútil. Coisa de criancinha de cinco anos. Cresça.
O que a direita diz que é "fanfic de esquerda":
ResponderExcluir- a quantidade de estupros cometidos por dia no Brasil
- a quantidade de pedófilos assediando crianças e adolescentes
- o número de mulheres que morrem fazendo aborto inseguro e clandestino
O que realmante é "fanfic de esquerda":
- feministo desconstruído
- privilégio "cis"
- pornô feminista
Achei bizarro o cara comparar aborto com o ep da serie em que o cara mata o bb de quase 9 meses, sem falar que o procedimento na serie foi sem o consentimento da mulher. O aborto é até 12 semanas o que é no máximo 3 meses. Comparação absurda.
ResponderExcluirEsses mascus são chatos e são ignorantes demais. Então os países desenvolvidos agora só tem psicopatas, que interessante. Os EUA quem diria, os país dos psicopatas para os mascus.
ResponderExcluirSem querer floodar o blog, mas deixa eu botar algumas erratas aqui:
ResponderExcluir- Nos países onde é legal, o aborto é legalizado nos três primeiros meses, quando o embrião (não feto, embrião) não tem sistema nervoso. Não tem dor envolvida.
- Essa pergunta é pra esses hipócritas que se opõem à legalização, mas seriam os primeiros a exigir que a mulher fizesse ou forçaria uma mulher ao aborto se a chapa esquentasse pro lado deles.
17:05 querer punir mulheres com a morte porque elas fizeram sexo é coisa de psicopata. E isso é o que vocês "pró vida" querem.
ResponderExcluirLola, só queria dizer que gosto muito do seu blog e que você era uma criança linda *-*
ResponderExcluirBeijos ;*
@18:20
ResponderExcluirEu poderia ter sido prolixa e usado 30 linhas para explicar meu argumento, mas eu preferi sintetizar. Aliás, não são apenas meus argumentos, mas os únicos com embasamento pra descriminalizar o aborto no nosso ordenamento.
Quer um argumento ruim? Dizer que "não há lesividade". Que o feto é uma "mera extensão do corpo da mulher" e não se pode punir o que "não transcende à esfera do agente".
Ridículo. Não fazemos filhos sozinhas. O embrião nunca será parte do corpo do nosso corpo, é autônomo e, portanto, há sim lesividade. A questão é que a lesividade à saúde da mulher, ao se submeter a procedimentos subumanos, prevalece sobre a integridade do feto. É questão de ponderacao de princípios.
O aborto deve ser feito em decisão conjunta, longe do direito penal. O que não pode é o Estado tomar para si o poder de decisão e impor a todos um ultimato. E, insisto, esse poder de decisão já é garantido a uma parcela das mulheres. Luto pelo direito de todas.
Alícia, não tenho dúvidas sobre a hipótese de o pai não querer o aborto mas a mãe querer: ela quem arca com o ônus da gestação, o não vai ser sempre dela. A única hipótese que não consigo ter opinião formada, mas tendo a achar a decisão sueca justa é se a mãe quiser prosseguir a gestação, mas o pai quiser o aborto.
ResponderExcluirSobre direito à vida dos fetos de 12 semanas. Eles não tem senciência. "Ah, mas podem vir a ter", mas no momento do aborto eles não tem. O que implica que eles não tem desejo de viver; quem atribui a eles um suposto desejo de vida somos nós. Então sim, o direito de uma mulher não querer prosseguir com a gestação deveria ser maior que o "direito" de um feto sem sistema nervoso, que não sente dor, não tem desejo de viver e que nunca vai se arrepender de não ter nascido.
Justamente pelo feto ser "outra pessoa" que eu entendo que o aborto deve ser legalizado.
ResponderExcluirGravidez é uma doação, de tempo e de saúde. Nenhuma mulher pode ser obrigada a doar seu corpo pra outra pessoa.
Um exemplo muito simples aqui seria, em caso de acidente, alguém ser obrigado a doar sangue ou um pedaço do fígado.
Sangue e fígado se renovam, se tirar um pouco não faz falta na maioria das vezes, e nem por isso somos obrigados a doar.
Não somos obrigados a doar os órgãos nem depois da morte!
Então, no meu entendimento, não se pode obrigar as mulheres a doarem seus úteros.
Se o embrião é autônomo, tira ele do corpo da mulher e espera ele sobreviver e se desenvolver sozinho então.
ResponderExcluirPode também pegar o amado embrião a "sagrada vida que não pode ser perdida" e enfiar no rabo dos mascus ou de outros "pró-vidas" pra ver se ele vive e cresce lá dentro.
Se importam tanto com a vida de um embrião... mas só até nascer né? Depois que nasceu que morra, é de inteira responsabilidade da mãe, que se foda junto com a mulher cuja vida não vale nada pra esses parasitas.
Nenhum amontoado de células tem eticamente direito à vida às custas de alguém.
O aborto deve ser feito sempre que uma MULHER estiver GRÁVIDA e ELA decidir pelo aborto por NÃO querer dar continuidade àquela GRAVIDEZ. Simplesmente isso.
ResponderExcluirMeus parabéns pra galera que ficou discutindo sobre aborto aqui. Ninguém mudou de opinião, só reforçaram o que cada um já achava. Perda de tempo total, inveja dessa vida com tempo livre :'(
ResponderExcluirAcho que o que mais aterroriza as pessoas sobre o aborto é o fato de as mulheres terem algum tipo de poder sobre suas vidas.
ResponderExcluirA maternidade é a arma mais poderosa, eficaz e antiga da humanidade para manter as mulheres subjugadas e "mansas". É LÓGICO que todos aqueles que se beneficiam da maternidade compulsória e sacralizada vão usar qualquer meio que lhes convir para impedir avanços dos direitos reprodutivos femininos.
E pelo amor do deus Rá, eu não li todos os comentários, mas quando alguém me vem com "ainnnn mas o coraçãozinhuuuu batiiiii" me revira o estômago.
O coração bate por que os canais lento de sódio (os chamados "funny channels") das células musculares esqueléticas especializados do nodo sino atrial criam um pré potencial que quando atinge o limiar de excitação de -30 mV permitem a abertura dos canais de cálcio. A concentração intracelular de cálcio aumenta, a célula despolariza... blábláblá... acho que já provei meu ponto. Pessoalmente eu acho que é um dos sistemas fisiológicos mais fascinantes, principalmente por que NÃO PRECISA do sistema nervoso central para funcionar, apesar de exercer influência sobre o órgão (só pra constar, os intestinos funcionam de maneira semelhante. Vamos proibir o aborto por que as tripas contraem???).
É por isso que se o cérebro perde a função, o coração continua batendo, MAS O INDIVÍDUO ESTÁ MORTO. O que faz o coração parar é a falta de ATP e oxigênio, que pessoas MORTAS ou EMBRIÕES não estão aptas a absorver sozinhas.
Não parece tão romântico agora, ahn? Sorry, por estourar sua bolha cor de rosa...
Meu conselho para aqueles que usam romantismo e sentimentalismo piegas para argumentar contra o aborto: Parem de assistir novela da globo e se preocupem mais com as crianças QUE JÁ ESTÃO AQUI e precisam de proteção. Um alguém hipotético que nem mesmo existe de fato nao precisa de tanta comoção...
Jane Doe
"- Nos países onde é legal, o aborto é legalizado nos três primeiros meses, quando o embrião (não feto, embrião) não tem sistema nervoso. Não tem dor envolvida."
ResponderExcluirtitia, nos Estados Unidos o aborto é legal até o fim da gravidez.
"O aborto deve ser feito sempre que uma mulher estiver grávida e ela decidir pelo aborto por não querer dar continuidade àquela gravidez. Simplesmente isso."
ResponderExcluirx2.
Concessões podem ser feitas (devem, se for o único jeito de melhorar a situação atual), mas são apenas isso, concessões. O correto é isso que a anônima postou, qualquer outra coisa nega os direitos humanos fundamentais das mulheres.
Migas um lembrete, sexo gera bebês. E pra tudo existe causa e efeito, se responsabilizem pelos seus atos.
ResponderExcluirEntão, pró-vidas, o que faremos com os embriões em laboratório? Vão implantar à força em todas as mulheres?
ResponderExcluirE já que eles estão "vivos", vamos contabilizar a idade deles como? Depois que nasce? Mas péra, eles estão "vivos". Quer dizer que o moleque pode nascer com uns 3 anos de idade né?
O fato é que as mulheres sempre travaram lutas ferozes contra a gravidez indesejada. Porque os homens têm oprimido constantemente as mulheres engravidando-as contra a vontade delas através de estupros legais e ilegais e negando o acesso ao aborto seguro e ao controle de natalidade. Isso sem mencionar que o patriarcado também tenta impor a maternidade bombardeando as mulheres com a propaganda de que esse é seu destino inevitável.
ResponderExcluirNa verdade, os machos se identificam profundamente com tecido fetal indesejável, por eles perceberem como sua própria condição aquela de um sanguessuga que se alimenta de energia feminina, um parasita que não sobrevive sem o suporte vital das mulheres. Drenando energia feminina, eles se sentem fetais. Visto que esse estado fetal perpétuo é fatal para o Eu da eterna mãe (Hospedeira), os machos temem que as mulheres reconheçam essa condição real, o que os tornaria infinitamente indesejados.
ResponderExcluirAcho que as mulheres que querem fazer aborto deveriam fazê-lo, sim. Mas assim que terminasse o procedimento poderiam imediatamente levá-las ao Presídio mais próximo para cumprirem sua pena de 30 anos de reclusão, já que são autoras declaradas de crime hediondo. Vcs querem os direitos: OK! mas cumpram com seus deveres. Neste caso, abortem e cumpram vossas penas caladas.
ResponderExcluirPodemos e devemos distinguir entre uma dependência material parcial e contingente criada por uma certa economia de dinheiro e estrutura de classe, e a quase ubíqua dependência espiritual, emocional e material dos homens face às mulheres.
ResponderExcluirPresentemente, os homens providenciam, umas vezes sim outras vezes não, uma parcela do apoio material das mulheres, em circunstâncias aparentemente feitas para tornar difícil às mulheres o providenciar por si próprias. Mas as mulheres providenciam e geralmente têm providenciado aos homens a energia e o espírito necessários à vida; os homens são apoiados psiquicamente pelas mulheres. E isto é algo que os homens, ao que parece, não podem fazer por si próprios, nem parcialmente.
O parasitismo dos homens face às mulheres é demonstrado pelo pânico, raiva e histeria gerados em tantos deles só de pensarem que vão ser abandonados pelas mulheres.
Se é verdade que um aspecto fundamental das relações entre os sexos é o parasitismo masculino, tal poderá ajudar a explicar por que é que certas questões são particularmente excitantes para os supremacistas patriarcais. Por exemplo, dadas as óbvias vantagens do aborto facilitado para o controle populacional e diminuição dos custos da segurança social, e para assegurar o acesso sexual dos homens às mulheres, é um pouco surpreendente que os supremacistas se lhe oponham tão inabalavelmente. Mas vejamos...
O feto vive parasiticamente. É um animal distinto que vive da vida (o sangue) de outra criatura animal. É incapaz de sobreviver por si próprio, de nutrição independente; é incapaz mesmo de simbiose. Se é verdade que os homens vivem parasiticamente das mulheres, parece razoável supor que muitos deles e daquelas que lhes são leais são de alguma forma sensíveis ao paralelo entre a sua situação e a do feto. Poderiam facilmente identificar-se com o feto. A mulher que se sente livre para ver o feto como um parasita poder-se-á sentir livre para ver o homem como parasita. A vontade da mulher em cortar a linha-de-vida a um parasita sugere uma vontade de cortar a linha-de-vida a outro parasita. A mulher que é capaz (legal, psicológica e fisicamente) de rejeitar um dos parasitas decisivamente, no seu próprio interesse, independentemente, é capaz de rejeitar, com a mesma decisão e independência, o fardo semelhante do outro parasita. Aos olhos do outro parasita, a imagem do aborto inteiramente decidido pela mulher, sem sequer uma submissão ritual ao poder masculino do veto, é a imagem especular da morte.
Há outros motivos que levam os supremacistas patriarcais a sentirem-se perturbados pelo aborto segundo a decisão da mulher, sendo um dos principais que tal se tornaria um modo significativo de controle das mulheres sobre a reprodução, e pelo menos visto de certos ângulos, parece que o progresso do patriarcado é o progresso em direção ao controle masculino da reprodução, começando com a propriedade de mulheres e continuando através da invenção da obstetrícia e a tecnologia de gestação extra-uterina. Desistir desse controle seria desistir do patriarcado. A histeria em torno do aborto explica-se em termos de um pressentimento muito imediato e pessoal de rejeição do útero-mulher.
Marilyn Frye, Algumas Reflexões Sobre Separatismo e Poder.
É uma palhaçada o golpe que estão fazendo com a Dilma!!!!
ResponderExcluirMe digam, QUE CRIME ELA COMETEU?? Para ser tirada da presidência??
Ahhhh, já sei!!! O crime hediondo que ela cometeu foi ter nascido mulher!!!!! A primeira presidenta!!!!
Tá serto!!!!
Incrível esses comentários medievais. Não é a toa MESMO que os países mais desenvolvidos são os mais liberais em relação ao aborto, e os mais miseráveis são os mais restritos. Brasil ama imitar os Estados Unidos em tudo, menos no que interessa, aí essas BOSTAS de deputados religiosos (corja) querem imitar El Salvador. E o povão ama esses deputados, o povão LOTA as igreja$ evangélica$ que só sugam seu dinheiro, tenho nojo disso, dão um dinheiro suado pra essas merdas de pastores sustentarem mansão com piscina, esposa dondoca e amante pistoleira e dizerem que são a favor da "família". Esses merdas bradam contra o aborto, mas quando uma das amantes engravida, mandam discretamente ela para "se livrar" para um "médico amigo da família". O Brasil tá essa merda e grande parte é de bancada religiosa. "ain tem que respeitar a cultura deles" aham o cacete!
ResponderExcluirFim do desabafo.
Mascus são ignorantes e sentem orgulho de sua ignorância. Não há desenvolvimento pessoal nenhum nesses sujeitinhos, apenas decadência em todos os sentidos. Por isso ninguém os suporta. Benditas as 'tops' que chutam esses sujeitinhos.
ResponderExcluirNão sabia dessa, donadio. Ainda assim, imagino que a maioria das mulheres prefere fazer o aborto até os 3 meses até por questões de segurança.
ResponderExcluir09:23 e vocês homens vão junto, afinal são responsáveis por 50% do embrião e, consequentemente, pelos abortos. E vocês vão com adicional de 10 anos, afinal só precisam usar camisinha pra evitar um aborto e nem isso fazem, caracterizando um motivo torpe. Ah, outra coisa: se sua ignorância jurídica é tamanha que não sabe que mesmo nessa nossa constituição primitiva e conservadora aborto não é crime de homicídio, você devia se matar logo. Nem sei se constaria como suicídio, já que você não tem cérebro mesmo...
"E o povão ama esses deputados, o povão LOTA as igreja$ evangélica$ que só sugam seu dinheiro, tenho nojo disso"
ResponderExcluirO dinheiro e seu?
Você já viu evangélico morando na rua? Eu vejo um monte de viciado em drogas que na juventude era metido a progressista mas evangélico não.
Grande parte do publico que lota essas cultos-show de palhaçada são pessoas pobres, não a ponto de morarem na rua, e sim de morar em casas simples e passar dificuldades. E ainda dão dinheiro pra sustentar pastor vagabundo e esposa mais golpista ainda.
ResponderExcluira) Querida Lola após o impeachment o Brasil não vai adotar medidas progressistas vc viu a comissão que vai cuidar das politicas para mulheres implementada pelo Cunha ? Não duvido que todas as mulheres brasileiras sejam obrigadas a usar burcas e virarmos recatadas do lar
ResponderExcluir13:50 Quando não pagam impostos, utilizando uma estrutura com o MEU dinheiro, a gente se importa sim.
ResponderExcluirNão vi evangélico morando em rua, mas o que já vi de evangélico deixando de pagar um plano de saúde ou escola do filho para dar ao pastor, isso não tá no gibi. Mas cada um dá seu dinheiro para quem quiser né mesmo? Passo a me importar com isso quando é com meu dinheiro que elas se beneficiam.
Anon 15:41,
ResponderExcluiras mulheres brasileiras já usam um tipo de "burca", que esconde sua própria face, sua identidade e individualidade, mas a versão ocidental da mesma: cabelos longos com chapinha, sobrancelhas "feitas" ou "desenhadas" e maquiagem.
"Se homem engravidasse, pílula seria doce e aborto seria livre".
ResponderExcluirOnde está o pai?
https://scontent-mia1-1.xx.fbcdn.net/v/t1.0-9/12991030_1720634261518806_3983360660761420186_n.jpg?oh=420cf390f123439ab9652403c6f661c3&oe=57A866C3
"Se homem engravidasse..."
ResponderExcluirnós seríamos as mulheres da história.
Lola e talvez Samantha, já que ativou a moderação poderia não aceitar esses comentários de "homem parasita" e mimimi? Porque fica parecendo que feminista endossa esse papinho, sendo que isso é sandice de uma meia dúzia e mascu se fazendo de feminista pra dar print na página deles.
ResponderExcluirPode chorar mais, troll. A verdade não é sandice e será dita sim. Ninguém se importa com print de mascus desprezíveis ou com o a opinião de merda deles, só você. Melhore.
ResponderExcluir"Verdade".
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