José Tarcísio Costa, doutorando em Física e Matemática Aplicada em Nice, já colaborou com ótimos guest posts aqui. Agora ele relata um caso que está dando o que falar na França:
Começo da história: no dia de 10 de setembro de 2012 em La-Selle-sur-le-Bied, uma cidadezinha com um pouco mais de mil habitantes no centro da França, uma mulher, Jacqueline Sauvage, de 62 anos, utiliza o fuzil da família pra matar o marido com três tiros. Quando ela é presa, ela explica que viveu 47 anos de violência conjugal. Ainda na delegacia, nesse mesmo dia, ela descobre um dos seus filhos tinha acabado de se suicidar por enforcamento. Mais tarde esse suicídio vai ser também atribuído à violência que toda família sofria nas mãos do marido abusivo. O casal tinha 4 filhos (3 mulheres e um homem).
Na época, depoimentos de vizinhos confirmaram que seu marido era um homem violento e intempestivo que criava tensão no bairro onde viviam. Um funcionário da pequena empresa do casal disse que ela era uma mulher submissa que ficava em silêncio cada vez que seu marido começava a subir o tom de voz.
O primeiro julgamento ocorreu em 14 de outubro de 2014 com um júri popular composto por 3 mulheres e 3 homens. Ela foi acusada de assassinato com premeditação. A conclusão do relatório psicológico estabeleceu que Jacqueline declarou não entender por que ela seria condenada quando seu marido agiu como um tirano por tantos anos. A defesa decidiu usar a lei de legítima defesa pra tentar a absolvição.
Durante o julgamento, o depoimento das filhas confirmou que todas elas sofriam abusos (inclusive sexuais) na casa e que nunca denunciaram por medo de represálias da parte do pai. A promotoria insistiu nesse ponto: a ausência de denúncias contra o marido.
Vale lembrar o contexto social e legal francês à época dos fatos: 200 mil mulheres eram vítimas de violências conjugais e só 10% dessas mulheres denunciaram os companheiros. Entre 2010 e 2014, o número de mulheres assassinadas pelos companheiros oscilava entre 118 e 146 por ano e o número de homens assassinados por suas companheiras, entre 23 e 28 por ano.
Vale lembrar o contexto social e legal francês à época dos fatos: 200 mil mulheres eram vítimas de violências conjugais e só 10% dessas mulheres denunciaram os companheiros. Entre 2010 e 2014, o número de mulheres assassinadas pelos companheiros oscilava entre 118 e 146 por ano e o número de homens assassinados por suas companheiras, entre 23 e 28 por ano.
Voltando ao processo, o argumento de legítima defesa era problemático porque, seguindo estritamente a lei francesa, a legítima defesa só se aplica a casos em que que a reação é imediata e proporcional ao ataque sofrido. Outro problema era a ausência de marcas de violência. Jacqueline explicou que o marido a golpeava no couro cabeludo e que, quando ela tinha hematomas, ficava 15 dias sem sair de casa. Uma antiga namorada do filho confirmou que quando isso acontecia ela ia ao supermercado fazer as compras no lugar da sogra.
Finalmente, depoimentos contraditórios de vizinhos e conhecidos complicaram a situação, visto que alguns diziam nunca ter presenciado traços violentos no marido, ao passo que outros diziam que esses traços eram evidentes.
No fim, depois de um processo de 3 dias, Jacqueline Sauvage foi condenada a 10 anos de prisão por assassinato sem premeditação (a premeditação foi descartada). Ela foi encarcerada diretamente após o veredito e entrou com recurso dois dias depois.
O julgamento do recurso começou no dia 1° de dezembro de 2015, e sua defesa foi feita por duas advogadas especialistas em violência conjugal. O júri popular foi composto por 5 mulheres e 4 homens (vale dizer que o júri sempre é formado por sorteio).
As três filhas de Jacqueline Sauvage |
No fim desse julgamento, a pena de 10 anos foi mantida, com um "período de segurança" (não conheço o termo jurídico preciso) de 5 anos. O que significa que Jacqueline Sauvage não poderia sair em liberdade condicional antes de 2018.
Após esse veredito, somente dois recursos são possíveis segundo a lei francesa: um que pode fazer variar a duração da pena, chamado "pourvoi en cassation", e o indulto presidencial que pode extingui-la ou eliminar o "período de segurança". Várias associações de defesa de vítimas de violências conjugais organizaram uma petição ("Jacqueline Sauvage: por um julgamento humano de uma mãe de família que sofreu 47 anos de violências conjugais"), que recolheu mais de 435 mil assinaturas.
No dia 8 de dezembro de 2015, um pedido de indulto presidencial foi enviado ao presidente François Hollande pelas 3 filhas de Jacqueline. Elas falaram do alívio que sentiram ao ver o pai morto, considerando todas as violências que sofreram durante toda a vida. O presidente recebeu a família no Eliseu (palácio presidencial) no dia 29 de janeiro de 2016. Hollande pediu, então, dois dias de reflexão e anunciou finalmente o indulto no dia 31 de janeiro com o comunicado oficial:
"Este indulto lhe permite apresentar imediatamente um pedido de liberdade condicional. O presidente da república quis, diante de uma situação humana excepcional, permitir, o mais rápido possível, o retorno da Sra. Sauvage à sua família, no respeito da autoridade judiciária."
Com o indulto, a pena foi reduzida a 2 anos e quatro meses e o "período de segurança" foi retirado, o que permitiu a Jacqueline entrar imediatamente com o pedido de liberdade condicional.
Ao mesmo tempo, devido a este caso, a deputada Valérie Byer anunciou que ela prepara um projeto de lei visando estender a noção de legítima defesa. O projeto seria inspirado na lei canadense conhecida como "sindrome da mulher espancada", que reconhece o estado de dominação do qual as mulheres agredidas são vítimas e o estresse pós traumático que as impede de denunciar.
Como sempre, nem todo mundo concordou com o resultado. A verdade é que todo o processo foi um pouco controverso e gerou diversas reações na França, especialmente de uma advogada (Florence Rault) que denuncia o tratamento midiático do caso com o objetivo de "promover um feminismo vitimista e afirmar a impossibilidade de existir uma violência vinda das mulheres".
"Sem justiça": palavras num muro antes do indulto |
Em tempo: em Nice, onde moro, recentemente aconteceu o seguinte: após estuprar sua "companheira", um homem decidiu torturá-la psicologicamente botando fogo no gato dela e o atirando pela janela. Isso gerou uma grande indignação na região... pelo gato, muito mais pelo gato que pela mulher. Enfim, o homem foi julgado segunda-feira e condenado por violência conjugal e ato de crueldade contra animais.
Mas se um homem mata a mulher por não aceitar o fim do relacionamento é um coitado, "amava demais", foi um "desatino momentâneo", e "a vadia deve ter feito alguma coisa pra provocar". Prisão? Imagine! Ele é um bom homem, só se descontrolou um pouco. Eu tenho um ódio dessa gente que defende machista assassino, e ainda mais raiva tenho de gente como essa advogada - uma mulher que provavelmente já sofreu algum tipo de violência doméstica e que sabe muito bem como todo o esquema funciona falando em "vitimismo feminista" e "justiça pros pobres zómis oprimidos" pra ganhar biscoito de mascu. Que ódio.
ResponderExcluirNesse caso, pelo menos, alguma justiça foi feita. As filhas estão livres, a mulher logo vai estar nas ruas sem o lixo humano que infernizava a vida dela e por mais que os defensores de monstros chorem, não há mais nada o que possam fazer. Quem dera no primeiro tapa todas as mulheres pegassem um fuzil e deixassem bem claro o que espera o marginal se fizerem de novo. O cagão nunca mais nem levantava a voz pra mulher.
Sem provas, não tem porque o júri absolver o réu! As pessoas não estavam lá no momento do ocorrido... única coisa que elas podem julgar são as evidências!
ResponderExcluirProvas testemunhais são aceitas nos tribunais.
ExcluirNojo, nojo infinito.
ResponderExcluirSó existe uma solução para isto, ficarmos longe de homens, muitas aqui se iludem com "aquele novinho legal" saibam que o monstro do post numa certa época da vida também foi um "novinho legal" para esta mulher. Homens são todos produtos da mesma matéria machista, mesma genética e não me venha citar um ou dois muito "legais isso ou aquilo" acham que longe de vocês eles nunca olharam para um menina na rua com cara de tarado? Acham que não estuprariam uma mulher inconsciente se tivessem chance e a certeza que nunca seriam pegos?
Emponderem-se e se protejam, mas de verdade , se afastem do inimigo, nada de sentimentos românticos para com o opressor.
Pena de você, que desconhece que homens e mulheres são igualmente capazes de ser seres maravilhosos, evoluídos, generosos, verdadeiras luzes na penumbra da humanidade.
ExcluirSou advogada, e por mais que entenda a situação da mulher e das filhas, do ponto de vista técnico-jurídico há alguns problemas aí. Essa noção de legítima defesa é bem parecida com a do Brasil, e estende-la indefinidamente por causa das agressões do marido é complicado. Pense se toda mulher q sofre violência doméstica devida matar o agressor e tenha essa proteção de "legítima defesa". Pode ser lindo na teoria, mas institucionalizaria um verdadeiro faroeste, uma terra sem lei em que o Estado já não vale nada. Se já está ruim da forma que está, tentem imaginar a lei valendo ainda menos do q vale hj em dia.
ResponderExcluirNão estou dizendo que nosso Estado seja realmente efetivo, nem que sou a favor da impunidade do agressor, mas as leis existem por um motivo, e só pq achamos q elas não funcionam como deveriam nos sentimos no direito de fazer justiça com as próprias mãos? O caso do post é específico, e sua base legal dificilmente se adequaria 100% a outros casos de violência doméstica .
Ler sobre a morte de um agressor tão cruel pode ser lindo e libertador, mas daí a achar que é uma solução vai muito longe. Enfim, é só minha opinião.
As leis não caem do céu. Nós as fazemos. A proposta não é liberar o justiçamento e sim alterar a lei.
ExcluirAnônimo das 13:31,
ResponderExcluirOu você é um mascu disfarçado ou uma radfem, e honestamente não sei o que é pior. Dizer que "Homens são todos produtos da mesma matéria machista, mesma genética e não me venha citar um ou dois muito 'legais isso ou aquilo'" é apelar pra um argumento biológico e patético. O feminismo não ganha nada com essa briguinha de "homens são todos inimigos". Vê se cresce.
Olá a todo(as)
ResponderExcluirE complicado analisar este caso, ate porque falta informações no post que permitam saber ao certo como tudo ocorreu. Eu penso que legitima defesa só se aplica quando a pessoa esta ou na eminencia ou já sofrendo uma agressão física, fora disso e violência e como tal deve ser punida pela lei. Eu não sei como a lei na frança lida com violência domestica, de qualquer forma neste caso absolver a mulher que matou alegando legitima defesa, talvez não fosse adequado, pois e como dar carta branca para que se comece fazer justiça pelas próprias mãos, e isso abre precedentes e muito perigosos.
Devem existir leis e uma estrutural de estado que sejam eficientes no combate da violência domestica e não domestica, mas permitir "justiça" feita com as próprias mãos, isso jamais pode ocorrer em uma sociedade moderna e civilizada.
Boa tarde
Quem manda esse marido ser agressivo, né? Ele estava pedindo por isso. Quem mandou ser agressor?A culpa é dele. Não da mulher.
ResponderExcluirColegas de movimento, eu acho que esse caso é complicado. Mas, na indecisão, o ideal seria soltar a mulher. Ela foi maltratada durante 47 anos. Isso aí ninguém ver, né?
ResponderExcluirNinguém nasce agressor, torna-se um. Assim como ninguém nasce assassina. Torna-se uma.
ResponderExcluirO Jonas é um dos poucos comentaristas que eu ainda me dou ao trabalho de ler o comentário. Muito bom.
ResponderExcluirAnon. 14:09
ResponderExcluirHAHAHA boa tentativa Jonas.
É, realmente forçou um pouquinho, anon das 14:09.
ResponderExcluirAté a Lola não acreditou no seu auto elogio Jonas
ResponderExcluirEngraçado que é válido matar um marido agressor, mas eu não posso matar um bandido de 17 anos que tenta me roubar de moto.
ResponderExcluirO turma vocês acham mesmo que eu iria ficar fazendo auto elogia o aqui? eu não preciso disso, eu vim aqui para emitir minha opinião, elogios ate agradeço, mas não preciso deles...
ResponderExcluirAnon 15:43
Se você reage na hora do crime, não tem problema você matar, pois fica como legitima defesa.
Não, Jonas. Além do imediatismo, deve haver proporcionalidade na reação.
ExcluirComo dito acima, leis existm para que a sociedade não vire um faroeste.
O rei do mansplaining fazendo auto-elogios??? Imagina...
ResponderExcluirGente vamos subir a hash #meuprimeirobo no Twitter e no Facebook, é muito importante dar visibilidade ao que acontece às mulheres que buscam ajuda da polícia
ResponderExcluirSEM VISIBILIDADE NADA VAI MUDAR NESTE PAÍS
revistagalileu.globo.com/blogs/buzz/noticia/2016/02/mulheres-compartilham-experiencias-ao-prestarem-queixa-com-hashtag-meu-primeiro-bo.html
Por mim, os testemunhos são suficientes para abrandar a pena desta senhora. É o caso de alguém que chegou ao fundo do poço a ponto de cometer assassinato. Como a moça que mandou matar o pai após anos de abuso sexual.
ResponderExcluirMas as comentaristas que alegam nojo de homem e que o agressor "estava pedindo" para morrer, só estão complicando mais a imagem de feministas que procuram livrar a sociedade da cultura de que as mulheres "pedem para sofrerem violência". O nível de vocês é praticamente o mesmo dos justiceiros.
Sinceramente, se tivesse pena de morte e decapitação de bandidos, estupradores e maridos violentos no nosso país eu estaria muito feliz.
ExcluirSe ela tivesse matado ele na primeira agressão talvez ela fosse melhor vista por essa cretina dessa Florence Rault e pelo magistrado Philippe Bilger. Ou talvez não, né?
ResponderExcluirGente, para.
ResponderExcluirEsse post tá ridículo, até quando vocês vão culpabilizar a vítima por ter morrido?
Repito: MORRIDO!!!!!
Por mais que ele seja agressor, mal caráter, isso não isenta alguém de responder por tê-lo matado. Se fosse um acontecimento pontual, em que ela reagiu no ímpeto para não morrer, seria possível montar uma tese para defendê-la. Agora, 43 anos??? Que tribunal aceitaria isso como legítima defesa? por que ela nunca fugiu com a filha nessas 4 décadas? por que ela não se prostituiu para alimentar a filha? por que não procurou um emprego bem longe desse canalha? por que não foi morar com algum parente? por que não foi para um abrigo de pessoas necessitadas, tão comum no primeiro mundo? por que ? por que? por que?
Ah, me desculpem.. legítima defesa não dá. Isso que vocês estão fazendo, de culpabilizar a vítima é nojento. Sério, para.
Já a vítima da agressão pode culpar à vontade?
ExcluirNão, não podemos culpar a vítima da agressão pela agressão que ela sofreu. Mas sim, podemos e é nosso dever culpar a vítima da agressão pelo assassinato cometido por ela!!!
ExcluirNesse monte de pergunta você culpa a vítima.
ExcluirSim. Qual a relação?
ExcluirAndré,desculpa,mas matar alguém que te agrediu por 43 anos,eh uma barbaridade sim,,digamos assim,quanto tempo a pessoa pode ser agredida e assassinar a outra?e tbm quais são as agressões repetidas que eu posso assassinar a outra sem ser legítima defesa,mas sim Pq não aguenta mais viver do lado de um agressor?me responde de vdd estou curioso pra saber(ps:não tinha UMA denúncia dele e ainda tinham pessoas que alegavam que ele não seria assim....
ExcluirAndré,desculpa,mas matar alguém que te agrediu por 43 anos,eh uma barbaridade sim,,digamos assim,quanto tempo a pessoa pode ser agredida e assassinar a outra?e tbm quais são as agressões repetidas que eu posso assassinar a outra sem ser legítima defesa,mas sim Pq não aguenta mais viver do lado de um agressor?me responde de vdd estou curioso pra saber(ps:não tinha UMA denúncia dele e ainda tinham pessoas que alegavam que ele não seria assim....
ExcluirO fato de algumas testemunhas não terem percebido o abuso não anula os testemunhos de quem viu. Tem gente distraída nesse mundo, eu só me dei conta de que o Renato Russo era gay depois que ele morreu.
ExcluirNão sei se é o caso de relaxar o conceito de legítima defesa, mas um caso desses deveria ter todos os atenuantes possíveis. Achei a pena de dez anos excessiva.
O principal é que a falta de denúncia não significa que ela estava pedindo. É surreal que uma feminista diga isso.
Independente do caso, um político ter o poder de interferir e alterar uma decisão judicial é uma aberração inaceitável. Como a legislação de um país "evoluído" como a França pode permitir isso? E a mulher deveria ter as suas condições de vida como atenuantes, nunca como causa de absolvição, afinal como a advogada disse no comentário anterior, aceitar que se faça justiça com as próprias mãos é implantar um faroeste sem lei na sociedade.
ResponderExcluirmal caráter = mau caráter *
ResponderExcluirAi, que lindo, né? Daqui a pouco, quando uma mulher resolver matar o marido pra ficar com o seguro de vida (ou coisa parecida), é só dizer que ela "sofria violência doméstica"...
ResponderExcluirPouco~250 anos.
ExcluirFantomas ela não apenas alegou violência como existiam testemunhas reais...todo mundo na casa foi abusado por aquele monstro inclusives os filhos. Estúpido...n consegue enxergar o básico, sua intenção é deslegitimar o caso.
ExcluirLOLA, melhor apagar os comentários dos mascus protetores de abusadores.
ResponderExcluirAcho melhor apagar os comentários desse pessoal que está defendendo justiça com as próprias mãos...
ExcluirO blog da Lola e ela faz o que quiser com ele. Aos Mascus que não gostaram , A porta é a serventia da casa.
ResponderExcluirA Lola é uma pessoa de personalidade forte. Esse tipo de pessoa geralmente não gosta de puxa saco... #ficadica.
ExcluirLola, olha o comentário mascu ai
ResponderExcluirAnon mascu das 19:47:
ResponderExcluirNão, não estou sendo puxa saco. Apenas quis deixar claro para o outro masCUZÃO ( se bem que eu acho que ele é você ) um conceito feminista, que é o meu corpo minhas regras. Da mesma forma, o blog é da LOLA e ela faz o que quiser com ele. #ficadica
Anon das 21:23, boa tentativa.
Excluir18:52 você não precisa se preocupar que a mulher foi punida sim. Apenas diminuíram a pena dela, o que foi justo pois ela só matou o marido por ele ser um agressor que passou 47 anos torturando a mulher e o filho e estuprando as filhas. Mas agora me diz: quando a mídia noticia um estupro ou o assassinato de uma mulher nas mãos do companheiro, você também vai pros blogs mandar que parem de culpar a vítima? Não tô te zoando, quero mesmo saber se você faz isso.
ResponderExcluirQuanto aos que se preocupam com a questão de justiça com as próprias mãos: o caso foi um indulto presidencial e o próprio presidente, na declaração, disse que se trata de uma "situação humana excepcional". Fazer justiça com as próprias mãos não vai se tornar legal por causa de um indulto presidencial pra uma situação excepcional. Relaxem seus cores e prestem atenção quando lerem o texto.
ResponderExcluirAnon das 22:32, sim eu vou aos blogs sim, falando para não culpabilizar a vítima, seja ela mulher, homem, cis, trans, ou quem quer que seja.
ResponderExcluirVai cassar minha carteirinha?
Pra mim, uma mulher que vai na favela de roupa curta não merece ser estuprada. Mas uma mulher (ou homem) que passa 47 anos indo na mesma favela, no mesmo horário, com a mesma roupa, sendo estuprada todo dia e ainda assim volta diariamente, ahhhh sim... aí ela tá procurando sim.
Por mais feminista que eu possa ser, não tem como aceitar que ela passou 47 anos se submetendo a isso pra um belo dia ter um "ataque de fúria" e matar o homem.
Você diz que é feminista e afirma que uma mulher que foi abusada está procurando? Fica bem difícil de acreditar.
Excluir"Fazer justiça com as próprias mãos não vai se tornar legal por causa de um indulto presidencial pra uma situação excepcional."
ResponderExcluirParece que você não leu, ou não entendeu o texto: " devido a este caso, a deputada Valérie Byer anunciou que ela prepara um projeto de lei visando estender a noção de legítima defesa."
Esse caso inspirou aquele do How to Get Away With Muder, primeira temporada? No episódio era o filho que matava o pai policial pra salvar a mãe, no final ele ia ser condenado mas fizeram uma manobra pra anular o juri e ele terminou cumprindo sentença juvenil, menos tempo.
ResponderExcluirUm pouco offtopic, já pararam pra pensar como a letra da música exagerado exalta a perseguição e violência doméstica? Vejam só esse texto:
ResponderExcluirwww.rascunhocomcafe.com/2016/01/analise-da-musica-exagerado.html
Não liga não André, ela se diz feminista, mas na verdade é apenas mais uma validadora imbecil.
ResponderExcluir" por que ela não se prostituiu para alimentar a filha? "
ResponderExcluirIsso só pode ser troll, desses que lê o primeiro paragrafo do post e vem comentar qualquer merda pra chamar atenção, porque se tivesse lido inteiro ia saber que eram 4 filhos e não uma filha. Meio burrinho de pensar que alguém cai nisso.
O pessoal aqui acreditou que o marido era violento só porque são contra os homens, afinal não tinha prova nenhuma - só a palavra das filhas e dos amigos que, evidentemente, iriam mentir pra salvar a pele da mãe/amiga. Um detalhe, nem todos os vizinhos corroboraram essa visão.
ResponderExcluir"depoimentos contraditórios de vizinhos e conhecidos complicaram a situação, visto que alguns diziam nunca ter presenciado traços violentos no marido, ao passo que outros diziam que esses traços eram evidentes."
Logo, vocês querendo ou não, ele não era violento até que se prove. E ela o matou sim, a sangue frio. Queria ver se fosse o contrário, um homem que matasse a esposa e depois alegasse que ela batia nele. Ia todo mundo acreditar e defender o pobre marido abusado?
Quem falou que todas as testemunhas eram amigas?
ExcluirA vontade de livrar a cara do homem é tão grande que a fala dos que não viram nada se sobrepõe à dos que viram. Inclusive dos filhos, que também sofreram abusos.
22:43 feminista? Sei. Ou é troll ou no mínimo mais uma "feminista" universitária de classe média alta que acha que a vida de todo mundo é igual ao teu mundinho. Perguntar porque a vítima não se prostituiu pra sustentar 4 filhos só demonstra uma falta de empatia CRUEL, sinal de quem vive em realidade paralela. Ignorar que relações abusivas frequentemente se constituem na base de ameaças e manipulação psicológica, só prova que tu precisa urgentemente ler mais e estudar bem mais sobre relações abusivas. É o MÍNIMO que toda feminista que defende empoderamento feminino deveria saber. Tá na cara que feminista tu não é, não passa de um troll querendo chamar atenção.
ResponderExcluir" Ela apanhou, levava umas chinelas e, simplesmente do nada, pregou fogo no marido. What the fuck......."
ResponderExcluirRealmente é bem assim que relações abusivas funcionam. Não tem ameaça de morte contra vc, contra familiares ou contra os filhos, não tem abuso psicológico e verbal, isolamento social, destruição da auto-estima e sentimentos de suicídio por parte da vítima, não tem nada disso. Só umas chineladas mesmo e o resto é mimimi de feminista.
Amigo tua "tese" de sadomasoquismo não resiste a uma pesquisa de 10 segundos no Google sobre relacionamentos abusivos.
ResponderExcluirO cara que quer saber porque o céu é azul mas ao invés de pesquisar os motivos fica inventando mil e uma histórias pra se convencer de que ele sempre tem razão.
Recolha-se a sua insignificância.
23:09, to vendo sua grande empatia por um homem que MORREU, que MORREU ASSASSINADO, que nunca mais terá qualquer chance de viver. Mas, né, ele é homem, então pode morrer, bem feito. E ela é uma coitadinha, ô dó...
ResponderExcluirEscuta, a maioria das feministas é mimizenta assim? Eu não sou.
A mulher sofreu durante anos desde a adolescência e ainda teve as filhas violentadas por este traste, então FODA-SE com teu moralismo barato, sua pseudo-feminista.
ExcluirAgora temos as "feministas cools" que são aquelas não-mimizentas e preocupadas com os omis. "E ela é uma coitadinha, ô dó...", imagina, só sofreu 47 anos nas mãos do cara, mas deve ser uma mimizenta mesmo, tipo o presidente da França.
ResponderExcluirSim, sou feminista cool, uma pena que você ache isso pejorativo. pois, para mim, é impossível mudar o mundo sem 50% das pessoas que habitam nele.
ResponderExcluirEu acho mimimi sim, pois ela tinha a opção de ficar 47 anos com o cara sendo amélia ou se empoderar e separar no início. Ela optou pela primeira opção. Por que vcs estão discutindo isso, sendo que o cara MORREU? alô-ou! o cara MORREU, meninas!!!! e ainda não querem ser chamadas de mimizentas?
É por isso que, a cada vez mais, pessoas deixam de ser feministas para serem humanistas.
(Viviane)
ExcluirSó para informação, anon de 23h47:
A mulher em questão tinha à época do crime 62 anos e foi casada por 47 anos. Ou seja, ela nasceu em 1952 e se casou em 1967, aos QUINZE anos. Você continua tendo a coragem de afirmar que uma adolescente, em meados do século XX, numa cidade do interior, teria escolha? Vá se catar!!!
Realmente, nunca ninguém sofreu por anos e um dia explodiu. Essa mulher foi a primeira a fazer isso na história da humanidade. Podiam fazer um filme com esse novo conceito e chamá-lo de "Um dia de fúria".
ResponderExcluir23:47, sim, o cara morreu. Pena que ele não pode ressuscitar. Pra ser assassinado de novo. Que o inferno exista só pra ele poder queimar lá, bem queimadinho.
ResponderExcluir00:35, é mesmo.. bom, pelo menos a mulher vai se foder pro resto da vida agora. Mas ela já aguentou 47 anos, vai conseguir aguentar mais uns anos graças aos medicamentos maravilhosos que temos hoje.
ResponderExcluirMascu escroto das 00:35
ExcluirA mulher não vai "se foder o resto da vida" não seu otário!!
Ela vai ser solta entre 1 a 2 anos.
Chora mais fracassado misógino e aproveita vai pro túmulo do agressor e abusador de filhas, e faz um boquete esperto nele kk.
00:46 pena que vc não estava lá pra dar esse ótimo conselho, agora o defunto já foi encomendado.
ResponderExcluir00:45, ela vai sair em liberdade logo. O exemplo dela é ótimo para outras mulheres. Ainda mais que ela ganhou esse indulto presidencial.
ResponderExcluirLOLA APAGA O COMENTARIO DO MASCU!!!!!!!
ResponderExcluirKkkkk, ela é um exemplo para as mulheres kkkkk passou 47 tendo uma vida de merda e depois ainda vai pra cadeia, isso sim é um ótimo exemplo para as mulheres kkkkk
ResponderExcluirÉ um ótimo exemplo porque matou o desgraçado. Foi presa mas será libertada logo logo. Tenho certeza que ela não se arrependeu de ter matado ele.
ResponderExcluirQue mais mulheres matem antes que morram.
Ah, mas nesse placar os homens tão ganhando de lavada, tem uns Que matam só pq a mina terminou com eles, e eles têm a vantagem de não ter que ficar passando 47 anos aguentando tudo isso sendo submisso.
ResponderExcluirAnon das 2:11, não estamos numa competição de violência.
ExcluirPois é, por isso ele nem deveria ter sido presa. Ela merecia uma medalha.
ResponderExcluirTomara que a tal deputada consiga mudar a lei e mulheres que matem maridos agressores sejam absolvidas com ainda mais facilidade. Dessa forma políticas feministas podem copiar a ideia e fazer o mesmo aqui.
HAHAHA "feminista" dizendo que mulher ESCOLHE continuar em relacionamento abusivo! Igual "psiquiatra" dizendo que a pessoa ESCOLHE ter depressão, piada né
ResponderExcluirMeu cu que tu é feminista, vai estudar antes de falar merda
E olha que sou feminista pro-inclusividade dos homens no movimento, mas tu não tá defendendo igualdade nenhuma, simplesmente tá falando merda sobre mulheres que vivem em relacionamentos abusivos pra "defender" um homem. Não é querer defender o certo e sim necessidade de querer ser diferente das outras mesmo.
ResponderExcluir1 - Diz que o homem estava errado em duas palavras pontuais ("agressor" e "mal caráter"), acha que ele é a única vítima da história e o resto dos comentários são críticas a mulher ou a outras feministas (ver próximo comentário)
2 - Se refere a outras feministas como mimizentas (todos sabem quem usa esse adjetivo pra se referir a feministas)
3 - Perguntou porque a mulher não foi se PROSTITUIR pra sustentar 4 filhos (sério, ela fez essa pergunta)
3 - Se refere a mulher de forma irônica como "coitadinha", minimizando o sofrimento dela (ver próximo item)
4 - Se refere aos 47 anos de sofrimento dela como "mimimi", afinal ela optou por aquilo (ver próximo item)
5 - Diz que vítimas de relacionamento abusivo OPTAM por continuar nele por livre e espontanea vontade
Parabéns pelo ótimo exemplo de como não ser feminista que tu tá apresentando.
Complicado isso aí hein. O povo q diz pra nunca culpabilizar a vítima defende a morte do agressor, inclusive dizendo que outras mulheres também deveriam matar seus companheiros abusivos. WTF?! Afinal, pra que lei? Mata logo e tudo se resolve.Afinal, se é homem pode morrer.
ResponderExcluir"Ah, mas homens matam mulheres por menos que isso." Sim, isso infelizmente acontece, e só por isso mulheres vão ter o direito de cometer o mesmo crime sair impunes? Se a Jaqueline Salvage tivesse matado o cara logo após uma das agressões (independente de quantos anos tivessem se passado) seria sim legítima defesa, mas dizer que a "explosão" depois de 47 anos foi legítima defesa não dá, pode ser atenuante, uma minorante, o que for, mas legítima defesa não.
E se essa noção de "legítima defesa facilitada" for implantada se estará criando dois tipos de cidadão: a mulher que não precisa seguir as regras da legítima defesa pra ser inocentada e todos os demais. E isso não vai complicar só pra homens não, afinal, uma mulher que mate um ladrão três anos depois do roubo ainda precisará provar os requisitos, e não poderá alegar essa "legítima defesa"
Sou feminista, negra e periférica, mas ver tanta gente CELEBRANDO a morte de uma pessoa e um assassinato (diznedo q outras deveriam fazer igual!) me desanima de verdade, porque me faz pensar em quanta gente na primeira oportunidade se tornaria pior que os machistas
Grande parte dessas comemorações são reações exacerbadas à comentários minimizando o abuso sofrido por ela. Você pinça alguns comentários mais radicais, tira do contexto e usa para desqualificar todo um movimento. Usa uma falácia para alertar para sobre o risco de uma sociedade femista, faltou só falar que estava mandando a real. Você apela para uma falsa simetria grotesca para prever feministas piores que os machistas. Suas colocações são muito estranhas.
ExcluirQue mula vc André,a maioria dos comentários está dizendo que tinha formas mto melhores de terminar essa situação e mto antes e as pessoas tão dizendo que ele tem que morrer mesmo e foi certinho ela ter matado,agora falar que as coisas deveriam terminar de outro jeito estão erradas?ninguém tah defendendo alguém que fez e abusou o quanto quis dessas pessoas(ou não neh,nem conseguiram provar,mataram o cara antes de falar algo pra policia,tipo uns 43 anos sem falar nada....)As SUAS colocações são mto estranhas.
ExcluirRagnar
ResponderExcluir"Volto a dizer. Por que mulheres persistem com homens violentos e agressivos? Talvez busca por proteção em "machões bad-ass"? Algo biológico? antropológico?"
Isso na verdade não tão difícil de entender a motivação delas, pesquisa no Google, por
Dependência emocional
E procure ler tudo o que poder sobre isso ai você vai entender o porque tem mulher que teima manter um relacionamento com home violenta, abusivo e que você imaginar de ruim.
Aqui Não e nos temos que pensar, você que precisa se informar melhor.
Engraçado... Na hora de justificar a violência que parte da mulher, vale tudo,né? Essa de dependência emocional é dose... Isso é coisa de gente fraca.
ExcluirPois é, Anônima das 7:15... Coerência é artigo escasso nos comentários desse blog. Basta dizer que as pessoas que estão aqui celebrando o assassinato de um homem, são as mesmas que acham que um cara que encoxa mulher no trem é "estuprador" e que cantada de rua deve ser criminalizada. Mas, ao mesmo tempo, são contra a pena de morte e acham que julgar um marmanjo de 17 anos que toca fogo numa pessoa por causa de 30 reais é "vingança"...
ResponderExcluirAnônima das 23:09
ResponderExcluir"só prova que tu precisa urgentemente ler mais e estudar bem mais sobre relações abusivas. É o MÍNIMO que toda feminista que defende empoderamento feminino deveria saber."
Não sei se eu te entendi direito, de qualquer modo. Para as mulheres o empoderamento serve justamente para acabar com relações abusivas, antes que evoluam para uma situação de violência mais grave, como foi no caso relatado no post.
O empoderamento feminino e uma espécie vacina contra relações abusivas.
07:44
ResponderExcluir"Na hora de justificar a violência que parte da mulher, vale tudo,né?"
Tá e dai? quando e mulher a vitima sobre marmanjo aqui para ficar passando a mão na cabeça do agressor, pelo menos estes idiotas inúteis estão tomando o próprio veneno agora.
"quando e mulher a vitima SOBRA marmanjo aqui para ficar passando a mão na cabeça do agressor,"
ResponderExcluirMaldito corretor.
07:44
ResponderExcluir"Na hora de justificar a violência que parte da mulher, vale tudo,né?"
Tá e dai? quando e mulher a vitima sobra marmanjo aqui passando a mão na cabeça do agressor, pelo menos estes idiotas inúteis, estão tomando o próprio veneno agora.
Agora ficou legal o texto. Pode deleta o das 08:15 e 08:17 Lola
André (das 8:33, q não parece ser o mesmo das 8:39),
ResponderExcluirNão sei se vc estava se referindo a mim ( anônima das 07:15), mas se for, não sei se o que disse é "estranho", mas é minha opinião. Os comentários celebrando o assassinato podem até ser os mais radicais, mas ainda assim representam o pensamento de muita gente. E não disse nada sobre "riscos de uma sociedade feminista", mas sim meu medo de que algumas pessoas decidam ser piores que seus opressores se assim tiverem uma chance.
Eu só não considero que essa ideia de "legítima defesa" como foi aplicada, com tanto intervalo de tempo, algo muito sensato do ponto de vista legal.
Tem como ler tudo que essa mulher e seus filhos passaram e não se emocionar?
ResponderExcluirFiquei me perguntando como funciona a legítima defesa hoje no Brasil, vou pesquisar o assunto. Mas é sempre bom conhecer uma história com um final bom.
A legítima defesa daqui funciona de forma semelhante à francesa, aparentemente. A vítima deve repelir uma agressão atual ou iminente. A conduta de Sauvage também seria crime aqui.
ResponderExcluir12:24, comentário de quem?
ResponderExcluirVou te corrigir:
ResponderExcluir- Homem mata a mulher por que acha que ela traiu, ou porque ela quis se separar mas ele não quis, ou porque ela engravidou e não quis abortar, porque quis simplesmente ele costumava bater na mulher mas nesse dia bebeu e a agressão foi um pouco longe demais
Feministas: neste caso o homem é culpado de feminicídio.
- Homem mata a mulher que por 47 anos ameaçava ele e familiares de morte, cometia abuso físico, psicológico e verbal, minava sua auto-estima e a dos filhos, abusava sexualmente das crianças e fez um dos filhos cometer suicídio
Feministas: nesse caso as circunstâncias ATENUAM a pena do assassinato, o homem não é inocente do assassinato mas também não deixa de ser uma vítima
- Mulher mata o homem que por 47 anos ameaçava ele e familiares de morte, cometia abuso físico, psicológico e verbal, minava sua auto-estima e a dos filhos, abusava sexualmente das crianças e fez um dos filhos cometer suicídio
Feministas: nesse caso as circunstâncias ATENUAM a pena do assassinato, a mulher não é inocente do assassinato mas também não deixa de ser uma vítima
Lei - Dura Lex Sed Lex:
ResponderExcluirLevando em conta a lei, a libertação desta mulher que matou o marido com espingarda é um erro e abre um precedente perigoso. A lei é uma baliza e quando se perde essa baliza vem a barbárie.
Justiça - nem sempre o que é justo é legal, ou o que é legal é justo:
Essa mulher tem toda razão em matar esse desgraçado que a afligiu, e aos filhos, durante tantos anos; o copo transbordou.
Anônimo 14:34
ResponderExcluirEu sei que voc esta se referindo a traição.
Item 1 - Ate é, mas isso não acontece em relação aberta, logo leva chifre e opção.
Item 2 - Ate é, mas isso não acontece em relação aberta, logo leva chifre e opção.
Traição não destrói família nenhuma.
Item 3 - Isso só acontece quando você se envolve com uma mulher irresponsável quando assunto sexo, escolha uma parceira que se cuide que ai não da problema.
Olha, eu acho que celebrar homicídios em um blog feminista é uma coisa um tanto ridícula. Enquanto vivermos em sociedades patriarcais, a violência terá gênero, e esse gênero será masculino. Então achar que matar o marido é uma solução generalizável é não entender as relações entre o patriarcado e o Estado, talvez imaginando que o Estado não tenha gênero e possa ser neutro nesse tipo de questão.
ResponderExcluirÉ uma pena que a discussão sempre descambe para esse lado, por que este post oferece um excelente ponto para reflexão: a modificação da legislação no que toca à legítima defesa. Segundo o texto,
“seguindo estritamente a lei francesa, a legítima defesa só se aplica a casos em que que a reação é imediata e proporcional ao ataque sofrido.”
Não conheço a lei francesa, mas eu diria que ou essa interpretação é demasiado restritiva, ou a lei é problemática. Se vivêssemos num mundo igualitário, em que todos os indivíduos tivessem a mesma força (força física, moral, política, econômica, etc) não haveria maiores problemas. Mas alguns de nós somos mais fortes do que os outros, e quando isso se aplica a uma relação continuada – como é o caso de um matrimônio – é possível que uma das partes viva sob uma espécie de ataque permanente, caso em que seria pedir demais que essa parte espere o desencadeamento de um episódio de violência aguda para só então reagir.
E se é assim, e se a lei francesa não lida bem com isso, então esta lei precisaria ser mudada (não acredito muito nisso, acho mais provável que seja uma questão jurisprudencial, mas como eu já disse, não conheço a lei francesa).
Agora, mudar a lei não significa instaurar um faroeste nem dar carta branca às mulheres para matar seus maridos (como sempre nas caixas de comentário da internet, parece que a gente vive num maniqueísmo absoluto: ou uma coisa é um crime que merece a pena de morte sob tortura, ou é um ato de heroísmo que requer medalhas e promoção no serviço). Se eu já não conheço a lei francesa, muito menos conheço o projeto de lei referido no post. Pode ser que seja uma excelente emenda que vai eliminar boa parte das injustiças cometidas em nome da Lei. Também pode ser uma bobagem bem-intencionada que vai causar mais mal do que bem nas mãos de juízes presos a uma mentalidade patriarcal. Sem ler as duas coisas, lei e projeto de lei, é discussão vazia, mero exercício de “achologia”.
Gente, eu sou o autor do post e só queria explicar uma coisa que parece que não ficou clara pra alguns aqui: a mulher foi condenada, nas duas instâncias do seu julgamento. Mesmo com as testemunhas e tudo.
ResponderExcluirA redução da pena não veio por "meios jurídicos" - quero dizer: recorrer da sentença, absolvição e etc. - mas por indulto presidencial (que está previsto na lei francesa).
E pra quem perguntou, o indulto presidencial na França é uma herança do Antigo Regime. Como o poder jurídico pertencia ao rei nessa época, ele tinha esse direito. O indulto foi abolido em 1789, durante a Revolução e foi reinstaurado pelo Consulado (quando Napoleão toma o poder). Desde essa época, o indulto pode ser total (liberação do condenado) ou parcial (redução da pena).
ResponderExcluirDesde então, ele tem gerado certas polêmicas porque representaria uma falha na separação do poderes. Em todo caso, o indulto tem que ser assinado pelo primeiro ministro, o que significa que a decisão não pertence "somente" ao chefe de Estado.
Na França, o indulto não elimina o crime, ou a culpa. Ele é diferente de uma anistia, a condenação continua nos antecedentes da pessoa agraciada com o indulto.
Em tempo, eu não sou advogado nem especialista em leis. O que cito da legislação francesa é o que li e/ou vi nas noticias. Pode ser que haja imprecisões nesse sentido.
ResponderExcluirJulia,
ResponderExcluirMas denunciar que é bom vcs não denunciam, né?
Deixam o cara lá pra fazer o mesmo com outras meninas.
Eu realmente nao conheço essas feministas que defendem pai ou irmão estuprador.
ResponderExcluirTem muita menina /mulher que nao denuncia abuso de parente porque a família faz de tudo pra acobertar o pobre homem e nao "estragar a vida dele". Eu percebo que você está mesmo tentando inocentar homens e colocar a culpa em mulheres/feministas. Seria o caso de você procurar outro blog pra comentar ou apenas ler os posts e parar de comentar merda.
Pura verdade. Fui tentar denunciar meu irmão por violência patrimonial e minha mãe disse que se chegasse polícia, ela diria que é mentira minha. Mas por fim acabei desistindo quando o policial debochou de mim, mesmo com prova em vídeo.
ExcluirSim, anônimo, até porque não posso errar, você se declara feminista e a partir daí vira um robô.
ResponderExcluirPode continuar a não dirigir mais a palavra a mim, até por que nem sei quem é a sua pessoa. (Anônimo, ué)
Não quis "me enrolar mais" por que minha posição sobre transativismo já foi citada várias vezes, não tem porque eu repetir, ainda mais nesse post.
Só renderia eu ter que comentar mais e mais.
No blog da Lola a gente vê de tudo mesmo, desde feminista defendendo muçulmano até feminista defendendo marido agressor. É tal do "feminismo não-mimizento", como uma das aderentes definiu. Será que defendem o Bolsonaro também?
ResponderExcluirMinha opinião é a seguinte, se você passa 1, 3, 5, 10, 30 ou 40 anos apanhando, você é conivente com a coisa. Uma hora o homem vai dormir e é nessa hora que se pega ele. Sei de um caso assim, o maridaço enchia a cara depois ia pra casa encher mulher e filhos de porrada, até que um dia eles se cansaram, cada um pegou uma coisa pesada com cabo (panelas, frigideiras, pedaço de pau etc), esperaram ele dormir e deram nele até cansar, a mulher falou que deu tanto no saco do amigão que ele até desmaiou. Sabem o que aconteceu depois disso? O super valentão FUGIU DA CIDADE, pois é, porque a valentia desses caras acaba no segundo em que eles são afrontados. Bom mesmo é não namorar, casar ou fazer filhos com pessoas assim mas como nem tudo dá pra prever, caso aconteça, espere ele dormir. Ainda mais bêbado. É fácil demais bater em bêbado. Tá na hora de mulher começar a reagir mais cedo, sem essa síndrome de "ai vou cuidar dele, vou mudar ele, ele vai entrar numa igreja e sarar".... vai não, miga.
ResponderExcluir(Viviane)
ResponderExcluirMesmo o comentário tendo sido no post errado, esse eu faço questão de responder:
Espero sinceramente que no seu documento esteja registrado o nome "Vicky". Viram por que eu não dirijo mais a palavra a essa pessoa? Já é a quarta ou quinta vez que ela me critica por um "anonimato" em que eu ponho meu nome, só porque eu não uso uma conta do Google para comentar - assim como a Jane Doe, a Sylvie e outras comentaristas frequentes deste blog. Acho que ela tem algum problema com parênteses...
Em tempo: só falei no post sobre o suicídio da trans porque esse tipo de postura me enoja. Ainda bem que lá, a Raven respondeu muito melhor do que eu faria.
Como meu comentário foi parar aqui se era para o post anterior? '-')
ResponderExcluirViviane, talvez eu não tenha lido seu nome antes, erro meu.
Espero que Jacqueline fique bem(liberta), que história!
Vicky, se vc deixou seu comentário na caixa errada, é só copiar o original e deixar no post certo. (eu já fiz isso algumas vezes)
ResponderExcluirObrigado, Lola.
ExcluirÉ uma triste situação. Miséria humana total.
ResponderExcluirMas não podemos medir um país desenvolvido europeu, um estado garantidor como o francês, cheio de políticas sociais, com nossa régua.
Fosse aqui, na África, Ásia ou Oriente Médio seria mais aceitável. Aqui muitas vezes a mulher não tem alternativa. Justo que se defenda e faça justiça com as próprias mãos.
Mas em um lugar como a França não dá para passar décadas sofrendo abuso sem fazer nada. Quando o país oferece as condições de resolver um problema como esse através de uma legislação justa, não denunciar o agressor é um desserviço às mulheres.
Ambos cometeram crimes e devem pagar. Como só um resta vivo, que pague. Com pena atenuada, mas não cancelada.
Duvido que a França seja essa maravilha toda. Além disso, os abusos começaram 50 anos atrás.
ExcluirComo é a lei brasileira:
ResponderExcluir"Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
[...]
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
A questão me parece ser a interpretação da palavra "iminente". Suponhamos uma situação tipo Natalia Kampusch. Uma interpretação restritiva da palavra "iminente" significa que a vítima tem direito a matar o agressor quando este a está estuprando (agressão atual), ou quando se aproxima com essa intenção (agressão iminente). Não quando o agressor (que já agrediu hoje e com certeza agredirá amanhã) está dormindo. Uma interpretação lata significa que a vítima, neste tipo de situação, está sempre na "iminência" de ser agredida (ou que, dada a situação de cárcere privado, está sendo permanentemente agredida).
Em termos de direito penal, sempre se prefere a interpretação restritiva, dentro dos princípios da presunção da inocência e da inexistência de crime sem lei. Isso, mais o patriarcalismo da classe dos magistrados, tenderá a criar casos como o de Jacqueline Sauvage.
Talvez a solução fosse explicitar isso na lei. Algo como:
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual, iminente, ou continuada, a direito seu ou de outrem.
Claro que a França não é "essa maravilha toda". Inclusive, as taxas de alcoolismo por lá são enormes, muito maiores que aqui, e violência doméstica, que inclui crianças também, está muito ligada ao alcoolismo.
ResponderExcluir"
ResponderExcluirAnônimo Anônimo disse...
Nojo, nojo infinito.
Só existe uma solução para isto, ficarmos longe de homens, muitas aqui se iludem com "aquele novinho legal" saibam que o monstro do post numa certa época da vida também foi um "novinho legal" para esta mulher. Homens são todos produtos da mesma matéria machista, mesma genética e não me venha citar um ou dois muito "legais isso ou aquilo" acham que longe de vocês eles nunca olharam para um menina na rua com cara de tarado? Acham que não estuprariam uma mulher inconsciente se tivessem chance e a certeza que nunca seriam pegos?
Emponderem-se e se protejam, mas de verdade , se afastem do inimigo, nada de sentimentos românticos para com o opressor.
"
Essa aí é a típica feminista. Homens, fiquem longe de criaturas desequilibradas mentalmente!
"Essa aí é a típica feminista. Homens, fiquem longe de criaturas desequilibradas mentalmente!"
ResponderExcluirOlha, eu convivo com muitas feministas. Tipo, diariamente. Tipo, muitas mesmo, a maioria das pessoas com quem eu converso todo dia. E posso te dizer, não, "essa aí" não é a típica feminista. Muito pelo contrário. É algo que praticamente só existe na internet (onde por coincidência qualquer um pode se dizer mulher e feminista sem que a gente veja a barba por fazer ou perceba a absoluta ausência de compromisso com qualquer causa ou movimento organizado).
Donadio, as feminista como ela existem sim mas fazem questão de ficar longe de você e qualquer homem.
ResponderExcluirCada um no seu canto. Elas não te incomodam contanto que você não as incomode.
Mania de achar que toda mulher tem que gostar de homem senão é maluca.
40 e poucos anos apanhando e não tomou nenhuma das milhares de medidas que poderia ter tomado antes de matar. Ela cometeu sim um criem e não há nenhuma desculpa.
ResponderExcluirSei lá, se separa e pede pensão, abandona a casa e leva os filhos, arranja uns amigos grandes pra assustar o covardão que bate nela, processa pedindo indenização, enfim, há muitas opções, algumas podem ser usadas na hora outras não são tão rápidas mas não chegam a levar 40 anos para dar efeito. Ou na Europa a justiça é tão ruim quanto no Brasil?
Eu simplesmente não acredito nessa da mulher ficar tipo que "PRESA" ao seu agressor, e não fazer absolutamente nada. Mel-dels! Tens mãos e pés, mova-se!
Quanto ao cara, deveria ter morrido antes, muito antes! Quase que o sujeito morre de morte natural!
BLH
André, a França não é uma maravilha. Nem sei se podemos dizer que existem países que se adequam ao adjetivo.
ResponderExcluirMas é um lugar onde as instituições são maduras e funcionam. O estado é razoavelmente laico e democrático.
Diferentemente do que poderia ocorrer na Índia, aqui ou no Oriente Médio, uma denúncia de agressão, principalmente de cunho sexual, seria de considerável relevância.
Tratar mulheres como inimputáveis, como pessoas incapazes de buscar sua defesa e direitos não é producente. Toda e qualquer denúncia deve ser feita. Não se pode depender do Estado para fiscalizar a vida de todo mundo.
Embora todos aqui estejam festejando essa distorção legal, pode-se enumerar diversos casos cotidianos de violência continuada que poderiam se encaixar nesse perigoso precedente. Filhos que agridem pais, Bullying contumaz, Irmãos que se odeiam.
Todo aquele que sofrer violência frequente estará livre para o justiçamento? Voltamos à lei de Talião?
Não parece bom. Lutamos séculos para que os Estados se estabelecessem e nossa sociedade fosse a maravilha que é hoje. Sim, maravilha perto da barbárie sob a qual já vivemos ao longo da história, com níveis de violência infinitamente maiores que hoje. Lógico que temos ainda um longo caminho de melhora, mas podemos olhar no mundo ao nosso redor que existem sociedades que conseguiram mitigar bastante a violência, seja de forma geral, seja contra especificamente a mulher.
E nenhuma delas apelou para o justiçamento com as próprias mãos.
Eu entendo perfeitamente a ausência de denúncias por parte delas.
ResponderExcluirCerto dia durante um discussão, apanhei do meu irmão mais velho. Minha mãe assistiu a agressão sem nada fazer e o apoiou em todos os momentos.
No dia seguinte eu disse que iria fazer um B.O e iria sair de casa. Mas ouvi as seguintes coisas dos meus pais: Se você fizer um B.O contra ele, faremos um contra você, dizendo absurdos sobre você (absurdos esses que nunca existiram); Se você ousar sair de casa e morar na mesma cidade que nós, tome muito cuidado pois a qualquer momento uma bala perdida pode atingir você.
Eu fiquei em choque, em pânico e já não sabia mais o que fazer, vivi nesse inferno por mais alguns meses até me mudar para SP.
Não fiz denúncia, nem B.O, nem nada, só vivi no medo mesmo.
"Donadio, as feminista como ela existem sim mas fazem questão de ficar longe de você e qualquer homem."
ResponderExcluirSei. Não trabalham, não saem de casa, não pegam ônibus, não vão ao cinema, não fazem compras. São as mulheres de Phnom Pehn no relato da Camilla Ribeiro.
"Cada um no seu canto. Elas não te incomodam contanto que você não as incomode."
Oh, a visão ultra-libertariana do feminismo facebook: cada um no seu canto, totalmente isolado do mundo, como se cada um produzisse sua própria comida. Ou talvez pensando que o supermercado é uma selva, onde a gente vai caçar. Raciocínio que eu já tinha visto da parte de "mascus", isto é, adolescentes de 30 anos de idade do sexo masculino, desocupados e misóginos. Talvez ainda seja o caso.
"Mania de achar que toda mulher tem que gostar de homem senão é maluca."
Sua capacidade de ler coisas que não foram escritas também é fenomenal. Você - e todo mundo - gosta de quem quiser. Vir aqui defender mascu que acha que "feminista típica" é uma caricatura de gente que se auto-define pelo ódio generalizado é outra coisa: ou burrice profunda, ou sinal de que no fundo concorda, e muito, com a ideologia misógina desse pessoal.
O texto estava muito bom até chegar no fim.
ResponderExcluirSério que esse rapaz precisa desmerecer o sofrimento de um animal indefeso que foi QUEIMADO VIVO pra fazer seu ponto de vista ser validado? Sério que alguém acha errado ter mais pena do animal que foi QUEIMADO VIVO do que da mulher que está viva (e, sim, tenho muita pena dela)?
Sério que está certo esse tipo de postura e o fim não podia ser retirado, como se achar pena de bicho queimado vivo fosse super absurdo?
O feminismo não precisa desse tipo de postura patética.