Quarta passada, a Argentina teve uma manifestação gigante para exigir o fim da violência contra as mulheres.
Um evento que ficou conhecido como Ni Una Menos (nem uma a menos), e que seria um sonho se fosse repetido no Brasil com a mesma intensidade.
A Luf, uma imigrante mulher e negra em Buenos Aires, me enviou este texto que ela escreveu pro seu blog. Super obrigada, Luf!
É bem verdade que existe na Argentina uma tradição de uma cultura política que se estende pelos mais diversos extratos econômicos da sociedade. Essa tradição é captada pelas câmeras dos turistas nas manifestações que acontecem diariamente na cidade de Buenos Aires. Como se aqui se protestasse por tudo o tempo todo.
Todos os dias, de manhã, escuto na radio quais ruas estão interrompidas por manifestações. Estas produzem uma mudança na paisagem, nos desvios sugeridos pelos locutores, ao mesmo tempo em que já são parte da paisagem, e para além do aspecto espacial, fazem parte de um curioso calendário que fraciona o tempo e o distribui entre as mais diversas demandas político-sociais.
Mas o que me parece interessante aqui não é tanto o resultado, a ocupação do espaço público do centro da cidade, sob os olhares de pedra das esculturas dos próceres nacionais e sim, como para chegar-se a esse resultado, nos distintos bairros, as ações políticas são planejadas nas agrupações políticas, com centros culturais e bibliotecas distribuídos pelos bairros da capital e do que eles chamam aqui de conurbano.
Mesmo num contexto como esse, muitos eram os céticos com a capacidade da demanda “Ni una menos” (Nem Uma a Menos) convocar uma multidão à praça dos Dois Congressos. Diferentemente das outras convocatórias, essa possuía ainda um ás na manga: a adesão massiva de celebridades que posaram para fotos com a hashtag, algumas realmente comprometidas, outras, apenas bem intencionadas e muitas em claro movimento de autopromoção oportunista.
As principais “commodities” Liniers e Leo Messi se manifestaram, seja através de uma tirinha, de um recadinho no twitter. E no último grupo, dos oportunistas, os casos mais paradigmáticos são o apresentador Tinelli –- espécie de reserva da decadência moral argentina (seria algo como um Faustão, um Gugu Liberato, aquele que elevou às ultimas consequências a baixaria televisiva e que, como seus congêneres brasileiros, não dispensa uma dançarina seminua e convenientemente muda no palco),
Manifestante pede perdão por tantos babacas (pelotudos) |
e o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, integrante do movimento dos políticos playboys latino-americanos, ao lado de Aécio Neves, Lacalle Pou e Henrique Capriles -– que não faz muito tempo disse numa radio que as mulheres curtiam tanto uma cantada (aqui, piropo), que curtiam até mesmo aquelas que vinham com uma grosseria (ele mesmo usou essa expressão), dando um exemplo bastante gráfico para um prefeito da maior cidade do país, envolvendo “rabo” (aqui, culo).
Uma espécie de faca de dois gumes, a adesão de pessoas como Tinneli ou Macri indicava que a demanda chegava aos rincões mais inesperados da cidade e até mesmo do país, e ao mesmo tempo, poderia esvaziar-se numa foto promocional diante da aberrante incoerência. E mesmo assim, o ceticismo pairava nas conversas que indagavam “será que vai dar muita gente?” O fato é que o feminismo não costuma gozar do que poderíamos chamar de popularidade, nem aqui, nem em boa parte do mundo.
Mas são essas coisas que não se podem explicar facilmente. Se a sociedade praticamente inteira aderiu e se declarou farta dos recorrentes casos de feminicídio, amplamente divulgados –- aqui novamente para o bem e para o mal, numa cobertura televisiva e gráfica que termina por fetichizar os corpos femininos lastimados -– por que não se mobilizou antes?
A resposta, que não me arrisco a dar, passa pela análise de uma conjectura, que não termina de explicar tudo, porque há sempre algo de orgânico, espontâneo, imprevisível e misterioso nesses encontros multitudinários. Uma conjectura, que pode ter sido disparada, como argumenta a narrativa oficial, pela indignação com os crimes cometidos contra adolescentes e também crianças, pela articulação de jornalistas e intelectuais, pela força e pressão dos movimentos feministas, mas também, como esse discurso está latente nos meios oficiais.
Aqui vale delongar-se um pouco sobre como esses meios oficiais se apresentam e reconhecer um ponto distintivo: enquanto Lula-Dilma simplesmente enterraram um projeto de TV pública no Brasil, o kirchnerismo construiu o seu, televisionando-o, ao formular uma proposta estético-narrativa extremamente atrativa às classes médias, mas não só, e para muito além da propaganda e do proselitismo.
A TV pública, que inclui ainda um canal de documentários (Encuentro) e um canal infantil (PakaPaka), incorpora desde o comediante mais querido do país, Peter Capusoto, até o guia perverso da ideologia de Slavoj Zizek, ao abecedário de Deleuze, a um programa apresentado por Alfred Hitchcock, à transmissão do futebol -– antes privilégio dos canais pagos -– aos ciclos de cine com o que há de mais raro seja no subgênero filme B, sejam nos clássicos das mais distantes coordenadas e épocas, ao polêmico 678, programa de debates (lembro que quando Beatriz Sarlo, uma das mais respeitadas intelectuais do país e assumidamente anti-kirchnerista foi convidada ao programa, foi como o último capítulo de uma novela de Gilberto Braga).
Zaffaroni, o juiz também muito querido e reconhecido aqui e fora do país também teve seus programas sobre o decálogo de Kieslowski, e outro sobre a questão penal e carcerária no país. Ricardo Piglia apresentou uma sequência de aulas magna sobre Borges. E no dia da mulher, um programa discutiu a violência machista, e nos outros dias, muitos outros refletem sobre as mulheres, o feminismo e a política.
Essa digressão toda é apenas pra situar desde que lugar a situação, goste-se ou não, encampou e expandiu a demanda. Os meios não públicos, mas com estreitas relações com a situação, não só deram destaque, como foram os autores da convocatória, como o caderno feminino e feminista –- é importante ressaltar -– Las 12, do jornal Pagina 12, que interpretou um importante papel no momento anterior e que certamente terão um papel chave na reverberação pós-mobilização. E os demais meios foram obrigados a seguir a pauta, uma vez que esta se tornou grande demais para ser ignorada.
Na manhã do dia 3 de junho, no programa de rádio Perros de la Calle, apresentado por uma estrelinha que fez carreira no CQC argentino e sua crew de mauricinhos debatia violência machista e outros temas relevantes do feminismo por umas duas horas, com protagonismo da única locutora feminina, Flor. Na radio indie hispster, a locutora mais conhecida, Tania, anunciava que estava a caminho da Praça para dali fazer a cobertura do evento.
Na televisão, só se falava disso; nas ruas, folhas de papel A4 colocadas nos postes com desenhos infantis convocavam a exigir nem uma a menos na praça, assim como os anúncios luminosos no metrô. E toda a informação sobre o assassinato de mulheres a cada trinta horas no país, sobre a consequência dessas mortes plasmadas na orfandade das crianças, sobre a apropriação oportunista da campanha por parte de algumas celebridades com o intuito de autopromoção circulando pelos meios, no boca a boca, pelo ar.
E para mim era como um exercício de narrativa de ficção científica: um dia as plantas liberaram uma substância que fez a população ser feminista, e no que se converte o mundo com a súbita contaminação dessa “doença” misteriosa chamada feminismo.
E no mundo ou nas praças (foram mais de cem pontos de encontro em todo o país), metonímia do mundo, uma multidão de mulheres altas, baixas, gordas, magras, cocotas, coroas, hippies, periféricas, mães, avós, filhas, grávidas, bebês, meninas, e seus parceiros maridos, amigos, irmãos, pais, avôs marchavam… A diversidade de classe social e de etnia foi que mais me impressionou.
A celebridade trans Flor de la V estava lá, os pré-candidatos à presidência da aliança kirchnerista estavam lá, também os deputados e deputadas da oposição. No asfalto vi meninos e meninas com não mais de 12 anos ostentando cartazes que diziam: nem putas, nem mães, apenas mulheres. E no palco, a cartunista Maitena, a atriz Erica Rivas (a noiva descontrolada dos Relatos Selvagens) e o ator Juan Minujín liam para a multidão feminista (assim definiu uma das organizadoras, Marta Dillón, um dia depois: “o que se viu foi uma praça feminista”) um manifesto… feminista.
Um manifesto que apontava a importância de se discutir o tema como um tema de direitos humanos, sobre a urgência de uma mudança cultural, e sobre o cumprimento da Lei de Proteção Integral das Mulheres, nº 26.485. Um manifesto que reclamou ainda uma cartografia da violência, um registro oficial de feminicídios. Um manifesto que encostou o Poder Judicial na parede.
E de repente tudo parecia muito natural… até o dia seguinte. Não sabia se ia acordar com a sensação de ter vivido um dia estranho de ficção científica, ou se tudo continuaria a fazer sentido. Na rádio, os mauricinhos falavam sobre violência de gênero. Na TV falava-se sobre como seguir, como manter presente as demandas do ato performativo na praça. Nas ruas, as velhas e nem tão boas cantadas.
E Buenos Aires linda, com um pouco de ressaca. Os dias que se seguiram foram cinzas e ficaram nublados por uma massa de umidade estranha pairando, um clima pesado e abafado, uma chuva que não vem e um inverno sempre à espreita. Mas tudo parece ganhar foco lentamente, e a imagem do horizonte parece mais definida e clara a cada instante.
Lola de deus..tem que por uns posts desses aqui as vezes,para dar um suspiro de alivio e alimentar nossas forças.
ResponderExcluirAutora do texto, só deixo o meu mto obrigada!
Yara
lá até os homens marcham pelas mulheres, eu só acho 2 defeitos argentinos se acham superiores e são racistas.
ResponderExcluirInteressante o protesto estre, agora olhando para o mundo real, no dia a dia da sociedade, este tipo de manifestação não muda nada.
ResponderExcluirEnquanto o machismo, misoginia e qualquer outra forma de preconceito contra as mulheres não for criminalizado como já o racismo hoje em dia, tudo não passa de boas intenções, discursos bonitos não mudam a realidade, mas isso junto com leis regidas fazem toda a diferem.
Quanto Argentina eu tenho pana dela, um pais que já foi tão bonito e progressista, totalmente arrasado pela esquerda populista. Mas inda tenho esperanças que oposição atual vença por lá, e resgate Argentina do fundo posso onde se encontra.
Lindo post. Parabéns às argentinas e aos argentinos que finalmente perceberam o quanto é importante lutar pelo fim da violência contra mulheres.
ResponderExcluirno Brasil ainda temos muito o que lutar mas já conquistamos direitos como delegacias da mulher e a Lei Maria da Penha. na argentina não há nada parecido com isso. Assassinos de mulheres nem são julgados e muitas vezes detém o direito de guarda dos filhos da esposa que assassinaram. Ou seja, muitas crianças precisam continuar vivendo com o homem que assassinou suas mães.
tb fiquei feliz em ver que o Chile e o México se uniram à Argentina nesse protesto.
quanto à questão da TV pública, acho que a autora está mal informada. primeiro que a TV Brasil está sim mais forte e bem organizada. Não tem audiência porque a população prefere crer no que a grande mídia propaga.
Além disso, o PT vem tentando desde antes de chegar à presidência aprovar leis de controle da mídia de forma a democratizar e acabar com o oligopólio das seis ou sete famílias que dominam nossa comunicação. Não foi possível ainda pois temos uma mídia muito mais encravada no poder de espalhar mentiras. Cada vez que se fala em regulamentação, eles gritam "é censura". O poder legislativo, nosso congresso, é dominado pela mídia que tem inclusive vários deputados e senadores.
Que post mais bonito! E que evento lindo deve ter sido esse! ♥
ResponderExcluirp/ anônimo 14:40
ResponderExcluirbrasileiro não é assim nem pior, né?
Lindo. Tudo lindo. S2
ResponderExcluirAnon, não acho que se sentir superior seja "defeito". Pta mim se sentir inferior é pior (como a gente adora fazer).
Eu já estava querendo conhecer Buenos Aires, agora então... <3
ResponderExcluirAi meu corassaaaaum! Muito amor! <3
Só de ir a Buenos Aires a gente percebe como a política é vista por eles de uma forma COMPLETAMENTE diferente da forma como o brasileiro a encara. Os grafites, os monumentos, está latente na cidade. Eu fiquei com muita inveja e sonhando que o Brasil tb possa viver a política como os portenhos.
ResponderExcluirEssa com os peitos de fora é desse protesto da Argentina também? Tô com preguiça de ler o texto inteiro agora. Susan Brownmiller (que escreveu ainda nos anos 70 o livro mais importante sobre estupro até hoje) é uma crítica desse feminismo "hipersexualizante" de slutwalk e outras movimentações da terceira onda em que mulheres protestam com seios de fora e gente como Beyonce tem o descaramento de se declarar feminista. De qualquer modo, apesar das falhas inevitáveis esse protesto da Argentina me parece mais sério que qualquer um que aconteceu no Brasil, onde a marcha mais parece uma parada gay protagonizada por travestis e homens. Pouca política e muito peito de fora. Se não parecer carnaval, não é Brasil, né.
ResponderExcluir"Se não parecer carnaval não é Brasil".
ResponderExcluirViu o que eu disse?
Raven, eu sou a primeira a criticar o povo com complexo de vira-lata. Não sou antipatriota, mas nem patriota. Sou apenas eu mesma, com minhas opiniões. Anarquista do jeito que eu sou, por mim nem existiriam nações.
ResponderExcluirNão entendo o que leva uma pessoa a abominar o local onde nasceu ao ponto de achar que não há coisas ruins em outros lugares como tb não entendo o que leva uma pessoa a ter orgulho de ter nascido em tal lugar. Xenofobia e racismo começa assim.
ResponderExcluirEu lia e me arrepiava aqui... É um tipo de texto, narrativa, que provoca catarse. Amo Buenos Aires e a forma apaixonada do povo argentino em lhe dar com política!
ResponderExcluirNossa eu queria tanto tanto tanto tanto tanto tanto tanto uma coisa dessas acontecendo no Brasil mas sem a necessidade de uma tragédia específica. Uma consciência coletiva despertada de "chega de tratar mulher como lixo".
ResponderExcluirTodo cerumano que mimimiza com Lei Maria da Penha e o atual agravamento e tipificação do femicídio é uma pessoa automaticamente suspeita para mim.
e gente como Beyonce tem o descaramento de se declarar feminista.
ResponderExcluirNa sua opinião, qual seria o critério absoluto para determinar se uma pessoa pode ou não dar uma declaração assim?
"Anarquista do jeito que eu sou, por mim nem existiriam nações."
ResponderExcluire como seria esse mundo perfeito?
"Não entendo o que leva uma pessoa a abominar o local onde nasceu"
"tbm não entendo o que leva uma pessoa a ter orgulho de ter nascido em tal lugar"
irônico, pra quem se orgulha de ser mulher só por ser mulher...
"Xenofobia e racismo começa assim."
oh, que amor. tudo que está fora da sua compreensão logo é racismo.
orgulho negro é racismo também, então?
pífio....
Ariel,
ResponderExcluirpoder dar a declaração qualquer um pode (tanto mulher quanto homem, afinal sou uma velha anarquista), mas pra mim se declarar é diferente de ser. Beyonce diz que é feminista, mas ela não é feminista nem aqui nem na China, não rindo de piadinhas de violência doméstica. Again: feminismo não é autoid, feminismo é postura! Mas pra vocês, Valesca Popozuda também é...
O título tá na moda, tanto mulheres quanto homens querem ser Feministas™ ! E cadê o progresso? Mesmo assim não há progresso, pois o Feminismo™ mainstream da terceira onda é neoliberal e misógino. O feminismo foi capitalizado.
A Argentina também tem Marcha das Vadias, anônimo. Deve ter Carnaval lá também, pela sua lógica.
ResponderExcluirA Radscum (e outras rads) ficam na porta fiscalizando quem é ou não mulher "de verdade". "Macho" elas não deixam entrar. Aí aproveitam e verificam também quem é feminista ou não. Não basta apresentar a carteirinha. Tem que ter postura!
ResponderExcluirVocê nos chama de "transfóbicas" e nos compara com mascus/reaças mesmo quando reconhecemos que trans são sim uma minoria marginalizada. O fato é que sua "radfobia" tá ficando meio óbvia, Lola. Fala que nossa sororidade é seletiva, mas não percebe que você mesma faz coisas que condena. Aliás, ou você é burra ou mal intencionada (FALEI!) Quer bancar a socialista, a Mao Zedong do feminismo, mas teu discurso é completamente influenciado pelo neoliberalismo. Marx dá cambalhotas onde quer que ele esteja quando você parece não entender quando explicamos que mulheres não são machistas e que gênero é uma hierarquia tanto quanto classe é uma hierarquia. Você não só é liberal como seu feminismo é totalmente individualista. Não é difícil perceber que pra você nenhum feminismo é bom se não for o teu! Você se mete em confusão com radicais, negras, até com trans você já teve problemas. Você precisa ter mais sororidade com quem não concorda com você. Se tu fostes mesmo tão foda quanto pensas que é, pq é que esses porcos aí gostam de você? Ontem teve até um "socialista" aí me dizendo que ele era "igualitarista", hahaha, claro que nem perdi tempo respondendo de novo.
ResponderExcluirfosses*
ResponderExcluirHum... Agpra que vc já chamou a dona do blog de burra, pode parar de infectar aqui, por favor?
ResponderExcluirJuro que tento entender os motivos dessas pessoas que não gostam da Lola, virem aqui e ainda comentar só pra "causar". Isso aí é tudo "eveja", beijos.
ResponderExcluirRadscum, seria no mínimo mais honesto se vcs não negassem a transfobia, que parece ter virado marca registrada do feminismo radical. Reaças e mascus que afirmam que mulheres trans são machos concordam com vcs. Eu evito ao máximo falar mal de feminismos, ainda mais de feministas. Quando não gosto ou discordo de alguma feminista, ignoro. Não saio por aí dizendo que ela não é feminista ou a chamando de burra ou mentirosa. Mas tem feminista que adora falar mal de outras feministas. É o seu caso, Radscum, que não tem sequer coragem de dar a cara, de assinar com o nome, mas tem o cinismo de dizer que outras feministas (leia-se: qualquer uma que não seja radfem) são arrogantes, individualistas, não têm sororidade... Não sou eu que fica confiscando carteirinha feminista, são vcs. Graças à deusa, ninguém precisa da aprovação de vcs (nem da minha, nem de mais ninguém) pra ser feminista. E é isso que deve doer, não é? Que o feminismo vai muito bem, obrigada, longe do clubinho seleto de vcs?
ResponderExcluirFeminista2000
ResponderExcluirLindo. Enquanto aqui no Brasil uma mulher bêbada entra no apartamento errado e além de virar piada na internet ainda há estupradores mostrando todo o desejo de abusar sexualmente da menina:
http://forum.outerspace.terra.com.br/index.php?threads/eu-bebo-sim-a-triste-hist%C3%B3ria-da-menina-que-ficou-b%C3%AAbada-e-dormiu-na-casa-de-um-desconhecido.423392/#post-12322737
Lamentável. E graças a Marx não houve nada de ruim com ela. Os moradores não a estupraram ao contrário que o pescadorparrudo(imagem de um macho alfa acéfalo que vê a mulher como propriedade enquanto ele endeusa e se masturba pensando em homens com o perfil atlético como o do Marcos Pasquim. - Me poupe mascuzinho)faria sem nem pensar duas vezes
Que lindo o manifesto. É muito bom ver as pessoas acordando, se movimentando por algo tão importante.
ResponderExcluirFeminista2000
ResponderExcluir"E graças a Marx não houve nada de ruim com ela."
Graças ao fato de ela ter entrado numa casa de família, onde aparentemente as pessoas se respeitam, caso fosse na de um desses caras, o estupro seria bastante provável, melhor ser uma piada na internete que ser mais uma vitima de violênciua. E não consta que o velho barbudo tivesse poderes sobrenaturais, para impedir isso.
Este Jonas Klein é uma piada, sinceramente, isto é uma imitação de um homem. Não dá para levar a sério. Do que adianta dar arma na mão dele ou de uma feminista, ambos vão acabar apanhando e perdendo a arma.
ResponderExcluirEnquanto Jonas Klein é um verdadeiro 'cavaleiro branco' na Internet, as mulheres estão fazendo sexo justamente com os homens misóginos e machistas.
Sinceramente, se Klein não for gay, ele está bem próximo de ser.
Infelizmente tem muito babaca hoje em dia.
ResponderExcluirAriel,
ResponderExcluirmas pra mim se declarar é diferente de ser. Beyonce diz que é feminista, mas ela não é feminista nem aqui nem na China, não rindo de piadinhas de violência doméstica.
É disso aqui que você está falando? Desculpe, to na caverna faz tempo:
http://www.afropunk.com/profiles/blogs/domestic-violence-what-s-so-funny-about-eat-the-cake-anna-mae
Se for, =/
Again: feminismo não é autoid, feminismo é postura! Mas pra vocês, Valesca Popozuda também é...
Como seria para você uma Valesca com postura verdadeiramente feminista? Ou o que é mais evidente nela, para você, que ela não pode ser uma feminista de verdade (a tal postura)?
Minha opinião de pessoa leiga: como mulher, esteve e está sujeita a todas as opressões do patriarcado, como pessoa, conseguiu tirar o melhor da situação, venceu, ganhou projeção usando recursos próprios investindo em si quando ninguém investia nela e me parece uma pessoa bem assenhorada da própria carreira. A valorização na prática da autodeterminação feminina me parece algo bastante feminista.
O feminismo foi capitalizado.
Era de se esperar mas não sei se invalida toda a luta.
A Radscum (e outras rads) ficam na porta fiscalizando quem é ou não mulher "de verdade". "Macho" elas não deixam entrar. Aí aproveitam e verificam também quem é feminista ou não. Não basta apresentar a carteirinha. Tem que ter postura!
Isso de "me mostra a carteirinha" e "eu sou mais feminista que você" infelizmente não é só coisa do feminismo radical.
Como não sou a pessoa exatamente mais versada do mundo, tenho dificuldade em entender o real motivo da "competição" entre as correntes.
Sério que tem gente que ainda vê a Valesca Popozuda como feminista? Jura??
ResponderExcluirAlguém que canta "tu é empregadinha, lava, passa e cozinha, mas a pica dele é minha?"
ou
" my pussy é o poder, por ela o homem faz tudo? ISSO É FEMINISTA? Usar o sexo pra arrancar dinheiro de homem é feminista?
Nunca pensei que fosse dizer isso, mas hoje concordo, em alguns pontos, com a radscum.
O-O
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