Noé, aos 550 anos de idade
Eu vi Noé ontem. O mais incrível é que seja do Darren Aronofsky, um diretor de filmes bem alternativos e sombrios (e excepcionais) como Réquiem para um Sonho (também com Jennifer Connelly), O Lutador e Cisne Negro. A última pessoa que eu pensaria pra fazer uma superprodução bíblica seria ele. Mas assim, o filme não é ruim. Ele prende a atenção. Até porque a lenda da arca de Noé em si é instigante.
Russell Crowe parece bem mais jovem que os 600 anos que Noé tinha na bíblia quando veio o dilúvio. E Jennifer não envelhece nunca (ela e Russell já fizeram um casal antes). Outro dia passou um filme na Sessão da Tarde que eu tive que ver (quatro horas numa clínica esperando pra fazer um exame), e lá estava a Jennifer jovem, quase igual a hoje.
Noé não era exatamente um adolescente quando seu pai foi assassinado. Ele já tinha 595 anos. Pra alguém que viveu quase mil, digamos que ele estava na meia idade, tipo eu. Todas as personagens femininas do filme mal aparecem na bíblia. A esposa de Noé não tem nem nome. Ila (Emma Watson), então, esposa de Sem -- pode esquecer. A história de Noé é contada sem detalhes no livro sagrado. Compreensível que um filme épico baseado nessa trama tenha que inventar algumas coisas (ahn, quase tudo).
Se eu fosse cristã (sou ateia, obrigada), acharia Noé o máximo. Taí um filme de Hollywood que fala do criador, de pecado, livre escolha, julgamento final.
Na guerra entre evolucionistas e criacionistas que tem nos EUA, Noé evidentemente serve como propaganda religiosa. Não vi blasfêmia nenhuma.
Mas, como sempre, teve cristão que não aprovou. Um criacionista indignado disse que se trata de um "filme não bíblico e pagão desde o começo". Outro fez um documentário de meia hora (eu vi!) sobre como a história de Noé é similar à do fim dos tempos (que, como todos sabemos, está próximo). Ah, vai, se você pode ver uma superprodução de mais de duas horas, você pode ver um documentário de meia horinha tentando te convencer a não ver a superprodução.
No doc, as entrevistas com pessoas na rua são muito interessantes. O fanático pergunta a um barbudão onde ele, o barbudão, irá depois de morrer, e ele responde: "O mais longe possível do seu deus". De resto, é aquele blablablá de "o fim está próximo", e de como o dilúvio e a arca de Noé aconteceram literalmente.
Sabe, como encaixar 6.5 milhões de espécies dentro de um barquinho? (mais ou menos como o desafio do Fusca). Bom, primeiro que não era um barquinho, era um barcão (maior que um campo de futebol).
Segundo que só foi necessário um casal de cada tipo, juram os criacionistas. Ou seja, Noé não teve que hospedar pares de dálmatas, pinschers, pastores alemães e outras 350 raças caninas. Só um cachorrinho e cadelinha genérico já dava conta de tudo. Portanto, a arca não precisou abrigar milhões de espécies, apenas centenas de milhares de animais. Aí você pode perguntar: como alojar centenas de milhares de animais num campo de futebol, sem que eles devorem uns aos outros? Isso a galera religiosa não responde.
Ah, antes de continuar: o melhor quadrinho sobre a evolução, o criacionismo, e a tentativa frustrada dos cristãos provarem que humanos e dinossauros conviveram numa boa é este, ao lado. Dois dinos observam a arca de Noé e um pergunta pro outro: "Putz, que droga! Era hoje?". E foi assim que os dinossauros foram varridos da face da Terra.
Outra coisa que a direita cristã não gostou de Noé é que ele tem uma agenda ambientalista. O patriarca e sua família são pintados como vegetarianos (ou veganos; não os vemos nem tomando leite).
Apenas os vilões da história -- todos os seres humanos que não fazem parte da família de Noé -- matam animais e comem carne.
E o consumo de carne está ligado à masculinidade. O principal malvadão da trama (interpretado por Ray Winstone, de Beowulf), descendente direto de Caim, afirma a Cam, filho de Noé, "Agora você é um homem", depois do rapaz engolir um pedaço de carne (lá se foi uma das espécies animais a povoar a Terra). Pelo jeito, é só depois do dilúvio que o ser humano se torna especista.
Ham, ou Cam, em português, foi um dos filhos de Noé, que o patriarca teve quando ainda era jovem, aos 500 anos de idade. Cam fez algo feio e não muito bem explicado no livro de Gênesis: ele viu seu velho pai nu, quando Noé estava caindo de bêbado, e ou não desviou o olhar ou o castrou ou fez sexo com a mãe ou até chegou a estuprar Noé, dependendo da interpretação.
Fato é que Noé não gostou e amaldiçoou Cam. Ou melhor, amaldiçoou Canãa, um dos filhos de Cam -- disse que ele e todos seus descendentes seriam serventes, ou "escravos dos escravos" de Sem e Jafé, primogênito e caçula de Noé. E ninguém entende por que Noé amaldiçoa Canãa, e não Cam (mas, sei lá, Noé tava bebaço).
Parece uma maldiçãozinha à toa, mas não é. Esse maldizer mal-explicado serviu de base religiosa para que os cristãos brancos dos EUA justificassem a escravidão dos negros durante séculos. Mas o que Cam tem a ver com os negros? É que os filhos de Cam, em especial Canãa, são vistos como quem populou toda a África. Logo, estaria na bíblia que os negros seriam escravos para todo o sempre.
Quem prestou atenção nos protestos contra Marco Feliciano no ano passado viu que ele estava sendo acusado de racista (e homofóbico, e machista), por uma das interpretações arcaicas que faz da bíblia. Justamente essa sobre a maldição de Noé a Cam.
Eu li e estudei superficialmente a bíblia no colégio católico, mas nunca tinha ouvido falar nessa maldição.
Só fiquei sabendo dela em anos recentes, ao lecionar sobre obras de escritoras negras dos EUA e constatar que praticamente todas mencionam "The curse of Ham". Aí tive que ir atrás, e é uma história fascinante, não só pra servir de desculpa dos brancos pra escravizar os negros, mas também pra afetar a autoestima dos negros.
Porque olha só que instrumento de dominação legal: grande parte dos afro-americanos é cristã. Na religião que eles seguem, deus é um velhinho branco barbudo, e Jesus é loiro de olhos azuis. Nada mau ensinar isso pra crianças negras desde a mais tenra infância. Alice Walker, Maya Angelou, Toni Morrison -- todas elas criticam essa narrativa racista da religião. Pra falar a verdade, só assisti Noé pra ver como o filme trataria a narrativa espinhosa da maldição de Cam.
E o jeito do filme tratar isso é... excluindo essa parte. [Spoiler] Em Noé, o patriarca não amaldiçoa Cam. Cam simplesmente vai embora, não se sabe pra onde, e nem como ele vai fazer para se alimentar ou se reproduzir por lá. Ok, seria bizarro um Noé bêbado amaldiçoar Canãa, que nem existe no filme. Cam não tem nem mulher, muito menos um pimpolho. Ainda assim, Cam é pintado na superprodução como o pior dos filhos: traiçoeiro, desobediente, teimoso.
Algumas pessoas criticam Noé por ele parecer ter sido feito no tempo dos Dez Mandamentos (o filme com Charlton Heston, de 1956), quando só haviam pessoas brancas nos épicos bíblicos de Hollywood. Acontece que hoje existe toda uma preocupação com representatividade, e sugerir que só gente branca foi salva é bem chato.
Noé tem uma sequência de três minutos contando a criação do universo em sete dias que vai se tornar um arrasa-quarteirão entre adeptos do homeschooling (e a maior parte das crianças americanas que são lecionadas em casa não frequentam à escola por questões religiosas -- imagina que horror ir pra essas escolinhas laicas que ensinam a evolução?!). Só essa sequência já vale o filme.
Pra terminar, minha crítica mais séria: Noé é muito vago no que se refere aos animais que entram na arca (como assim, não tem um casal de girafas nem de elefantes? Vocês estão destruindo a minha infância!), mas o patriarca insiste que todas as coisas que rastejam sobre a Terra devem ser salvas. Tá de brinks, hein, deus? Acabar com a humanidade tudo bem, mas exterminar as baratas, nem pensar?!
Que uma grande inundação aconteceu naquela região, isso aconteceu (embora não exatamente como relatado na Bíblia).
ResponderExcluir"O Dilúvio do Mar Negro é uma hipótese da História Natural, que propõe que o proto-Mar Negro havia sido um mar fechado e doce a ocupar o fundo de uma depressão; este mar doce teria sido inundado pelas águas salgadas da bacia do Mediterrâneo por volta do ano 5600 a.C., quando um acidente geológico provocou o rompimento de um istmo que unia a Trácia à Anatólia e, por consequência, a invasão do Mar Negro pelas águas da Bacia Mediterrânica e a submersão das suas depressões costeiras. Esta teoria foi manchete de jornais como o The New York Times em dezembro de 1996".
Obviamente houve uma grande inundação na região, e a descrição bíblica das "águas do abismo" é surpreendente:
"Cientistas das Universidades de Northwestern e do Novo México descobriram um reservatório de água perto do manto terrestre, que tem três vezes mais volume que todos os oceanos do planeta juntos. De acordo com os pesquisadores, a reserva (apelidada de Ringwoodite), fica dentro de uma camada de rocha azul a 660 km de profundidade".
Essas águas seriam suficientes para cobrir toda a extensão da Terra.
Para quem gosta de histórias dos povos antigos, basta pesquisar e ver que vários povos tem lendas similares a respeito de uma grande inundação. Fora relatos e lendas acerca de grandes cidades engolidas pelas águas, como Atlântida, e histórias sobre os gigantes, como na mitologia grega.
O que muitas pessoas ignoram, é que a Bíblia relata uma observações generalizadas de um observador finito (toda a terra habitada significa a terra que ele conhecia, isso se repete várias vezes durante a Bíblia). A prova disso, na própria Bíblia, é que quando os hebreus chegam a Canaã, encontram ali descendentes dos Nefelins (ora, se toda a vida a não ser Noé e seus companheiros náufragos tivesse sido destruída, não haveriam descendentes dos Nefelins, se toda a humanidade descende de Noé). O próprio Ogue de Basan é dito como descendente dos sobreviventes ao Dilúvio, mostrando que foi uma inundação local.
Na Bíblia as mulheres parecem ser bem mais sábias e espirituosas que os homens, mas como são tempos de guerra, violência, povos primitivos e ignorantes, onde a força predomina, elas se tornam personagens secundários, e seus nomes muitas vezes nem são citados.
ResponderExcluirDizem que nas sociedades mais antigas, o sistema era matriarcal, e as mulheres eram consideradas divinas, por terem a capacidade de dar à luz, eram veneradas e as líderes dos povos.
Mas com o crescimento dos povos, a necessidade da luta por alimentos e campos etc., a guerra se tornou inevitável (no choque entre as tribos por territórios de caça e campos), e os homens (que deviam ser como os cães guardas das tribos) se tornaram mais necessários e acabaram dominando e tomando o poder, e assim surgiram panteões patriarcais, de força e guerra, e esse mundo de violência em que vivemos, e que é retratado na Bíblia.
Nos nossos dias, nas sociedades civilizadas, vemos uma menor necessidade da força, e com isso as mulheres estão voltando a tomar o espaço.
voce é contra o homoschooling porque o homeschooling não contribui com o sistema controlado pelas elites globais.
ResponderExcluirQ coincidencia, Lola!! Tb vi esse filme ontem.
ResponderExcluirAcredito q de fato a inundação existiu, e até acredito q a historia de Noé tenha ocorrido, embora não acredite nesse blábláblá religioso. Mas como quem conta um conto aumenta um ponto, o cara deve ter feito um barquinho, colocado a familia, seu gado e bichos de estimação dentro dele e disso virou essa história mirabolante q gente fanática acha q é a mais pura verdade.
Mas claro q alguém vai falar: como ele sabia q a inundação iria ocorrer? Foi deus q avisou e blablabla.
O problema é q temos a mania de menosprezar, subestimar o povo antigo. Achamos q os caras eram completamente imbecis e não tinham conhecimento de nada. Acho q os povos antigos sabiam muito mais do q pensamos, tinham mais capacidade observar a natureza do q nós hj em dia. Prova disso são construções, algumas até a prova de terremotos, q até mesmo hj não temos condições de reproduzir. Então passaram-se milhares de anos, a gente perdeu o conhecimento e tudo virou milagre de deus. Assim fica mais facil de acreditar.
Era o sonho do diretor do filme fazer o longa Noé (mesmo Darren Aronofsky sendo ateu). Ele sempre quis trazer para as telonas o filme de Noé. Darren em entrevista: 'Não é exatamente uma história de super-heróis, mas é muito semelhante e, como venho sonhando em fazer um filme sobre esse personagem há muitos anos, antes mesmo de eu começar a fazer cinema, minha intenção era trazer um olhar diferente e original a esse conteúdo, e mostrá-lo ao mundo" (http://oglobo.globo.com/cultura/aronofsky-faz-de-noe-um-mad-max-biblico-12070901#ixzz3BQ1D3QSZ)
ResponderExcluirO estúdio teve pouca influência no filme.
Lola, ainda não assisti ao filme, portanto vou comentar superficialmente.
ResponderExcluirMas fiquei interessada em ver quando soube da posição do diretor de não utilizar animais de verdade nas filmagens e também por apresentarem um Noé vegetariano (li aqui: http://entretenimento.r7.com/blogs/fabio-chaves/2014/04/04/em-cartaz-nos-cinemas-e-cercado-de-polemica-noe-mostra-um-ativista-vegano-como-protagonista/).
Curioso saber que tem também a questão do consumo da carne x masculinidade neste filme - que faz todo sentido, mas não é o que se espera quando a gente pensa em um filme "bíblico".
Sobre o consumo de animais, há ainda a questão de status. Uma mesa com muita carne é considerada farta, enquanto arroz e feijão são sinônimo de pobreza.
E por esse lado, uma coisa que os novos ricos adoram: carnes exóticas. Porque antes era "o homem 'precisa' comer carne, fazemos isso há muitos anos". Mas 'precisa' mesmo comer também carne de avestruz, crocodilo, coelho, javali etc? Abrangendo cada vez mais a gama de exploração animal, em vez de fazer o caminho contrário. Tudo isso pra suprir nossas "necessidades".
Fugi um pouco do tema, mas o que me chamou atenção no filme foi essa parte dos animais hehe.
A maior parte das narrativas religiosas tem muito pontos em comum, como a criação do mundo perfeito, a Queda (quando a humanidade pratica algum ato que faz perder seu estado perfeito), a corrupção humana,o julgamento divino, a sobrevivencia dos poucos justos etc.
ResponderExcluirComo o anomimo das 11:41 pontuou, a possibilidade de uma grande inundação que tenha ocorrido em algum momento no passado distante naquele região é defendida por muitos cientistas.
Oq talvez explicaria a frequencia com a ideia do Diluvio aparece em diferentes mitologias. Nas lendas babilonicas, nas nordicas, na gregas, mesmo em partes da Africa, Asia e America há a historia basica de uma inundação sem igual causada por um ato divino, do qual só poucas pessoas escapam para repovoar a Terra.
E Lola, sei que vc faz mais cronicas do que criticas de cinema, mas senti falta de uma analise mais completa do filme em si e não só da reação do pessoal mais fundamentalista.
ResponderExcluirAdoro esse diretor, mas nesse filme ele errou feio. O filme é muito chato (e machista). Todo o plot das esposas e bebês é ultramachista e não faz sentido nenhum. Uma pena.
ResponderExcluirApenas os vilões da história -- todos os seres humanos que não fazem parte da família de Noé...........
ResponderExcluirParece engraçado. Verei. Huadhuah
Mentira. Não verei não.
E Lola, claaaaro que chessus era loirinho dos olhos azuis. Malditos cristãos apropriadores de mitologia alheia. Mitra manda um beijo na bunda.
Que crítica mais bacana, Lola.
ResponderExcluirAdorei!
Olá, Lola. Acabei de ler um trecho do livro "História das Religiões" do Mircea Eliade que fala sobre o mito de Noé, adorei a análise dele que articula o mito bíblico com a Epopeia de Gilgamesh. Interessante pensar que praticamente todo Antigo Testamento é escrito baseado em mitologias variadas e ainda mais "primitivas" e que pouco se tem de original na Bíblia. Loucura é pensar que o texto bíblico chegou até nós esvaziado, o sentido original, que remete à outras tradições, à outras religiões, ficou com os antepassados... (Adorei tua resenha do filme)
ResponderExcluirHoje amocei em um rodizio maravilhoso. Um corte de carne que segue a fibra, dificil hoje em dia encontrar bons churrasqueiros que saibam seguir esta regra basica. ganhou o cliente.
ResponderExcluirBíblia é muita ficcção pra mim, não consigo acreditar, me sinto uma palhaça. Fiz catequese, aqueles anos de estudo da bíblia, crisma, comunhão. Só me serviu para me desiludir com isso tudo.
ResponderExcluirSe aconteceu uma grande inundação no local, e se todos os povos tem lendas a respeito, é óbvio que serão semelhantes. Estranho seria se só o povo hebreu relatasse isso (algo tão grandioso e nenhum povo teria uma lenda semelhante a respeito?).
ResponderExcluirSem me aprofundar no assunto, e só para mostrar dentro da própria bíblia cristã que os hebreus (e inclusive Jesus) não eram "branquinhos de olhos azuis" (nem precisava né, só de ver o Sol dos infernos daquele deserto, por acaso não existe câncer de pele lá?):
Quem não se lembra de Moisés sendo criado como se fosse egípcio? Se comprovadamente os egípcios eram de pele escura, óbvio que Moisés também deveria ser, visto que as filhas de seu sogro o confundiram com um egípcio. Quando Jacó foi ser enterrado, partiu uma comitiva de hebreus e egípcios, e disseram que foi uma comitiva de pranto dos egípcios (não souberam distinguir entre hebreus e egípcios de pele escura), e por aí vai, como a descrição dos cabelos de Sansão (que tinham tranças naturais, típicas de cabelos crespos tipo dread) etc..
E realmente, o Império Romano pegou a história do Yeshua judeu (que já estava relatada no Tanach e tradições rabínicas muito antes do Jesus histórico e do próprio Mitra) e mesclaram com diversas histórias pagãs, e criaram um Imperador-Deus, que inclusive foi predito pelos profetas, chamado de "Rei da Babilônia", que faria as nações se curvarem diante dele e estenderia o poder de Roma.
Achei o filme uma superprodução sim, mas com uma história fraca. Sei lá, poderiam ser mais criativos na ficção, já que o filme não se detem a história bíblica, muito embora o trailer leve a crer que sim ( meio desonesto com quem esperava ver um filme bíblico). Bem que poderiam ter inventado uma história mais legal para as noras de Noé. Noé do filme parece um esquisofrenico, não entende nada dos sonhos que tem kkkk E o que foi o Matusalém com seu tratamento de fertilização através do toque na barriga da Ila?kkkkk Tubalcaim vilão comendo os bichinhos da arca e querendo roubar todas as mulheres da família de Noé ( prevejo mascu com avatar dele kkkk)Resumindo, o diretor quis inventar muito, me lembrou muito os livros do Dan Brown fazendo histórias polêmicas dentro de histórias consagradas pelo cristianismo. Não entendi o motivo de principalmente os evangélicos fazerem tanto escândalo, o filme não é nada blasfêmico.
ResponderExcluir"Dizem que nas sociedades mais antigas, o sistema era matriarcal, e as mulheres eram consideradas divinas, por terem a capacidade de dar à luz, eram veneradas e as líderes dos povos."
ResponderExcluirResposta: Na China ainda existe regiões matriarcais agrícolas. Se você quiser ir morar lá e renunciar o patriarcado tecnológico e da internet é só comprar a passagem.
Danilo, eu já vi várias reportagens sobre essas sociedades lá na China, e são um paraíso mesmo, sem violência, sem crimes, sem fome.
ResponderExcluirPena que eu descobri isso tarde demais, agora já sou casado e tenho filhos e uma vida estruturada aqui. E além disso sei que em breve o governo chinês vai acabar com essa paz.
Mas não se preocupe, em breve nossas próprias mulheres vão deixar esse mundo bem melhor.
:)
ExcluirDanilo, eu já vi várias reportagens sobre essas sociedades lá na China, e são um paraíso mesmo, sem violência, sem
ResponderExcluir"Pena que eu descobri isso tarde demais, agora já sou casado e tenho filhos e uma vida estruturada aqui. E além disso sei que em breve o governo chinês vai acabar com essa paz.
Mas não se preocupe, em breve nossas próprias mulheres vão deixar esse mundo bem melhor."
Resposta: Realmente pode ser uma maravilha para a mulher. Mas quero ver qual é a feminista que têm a vontade de morar nessas regiões chinesas matriarcais agrícolas.
Resposta: Questões religiosas são sempre muito chatas. Não dou a mínima para teses de religiões e Deuses (Deus). Acredito mais nas Ciências Físicas e Física. Embora estes ramos também não são a porta-voz da verdade.
ResponderExcluirDanilo, creio que uma feminista não iria querer viver lá, porque elas buscam igualdade (e não trocar uma sociedade patriarcal por uma sociedade matriarcal).
ResponderExcluirE Danilo, nenhum homem entrevistado demonstrou alguma insatisfação e a menor vontade de sair daquele lugar. E o próprio repórter não conseguiu achar uma sequer crítica negativa a respeito da Sociedade Mosuo. E são vários estudos, que mostram que a mulher no poder com certeza não oprime o homem tanto quanto este o faz em suas sociedades patriarcais.
ResponderExcluirJá tava com saudade das suas críticas de cinema...
ResponderExcluirFalando em homeschooling lembrei da nova versão de Carrie, a estranha. Em algum momento do filme é comentado que Carrie era educada em casa até pouco tempo e só foi pra escola porque a mãe foi obrigada por lei. A mãe religiosa é interpretada por Julianne Moore, mas nem ela, nem os efeitos especiais conseguem salvar o filme.
Sério Laurinha? Sou fã alucinada do Stephen King e vi todos os Carrie. Menos esse. Seria de se esperar que Moore e Moretz tornassem o filme sensacional.
ResponderExcluirEi, Lola! Você diz que é compreensível que o Darren tenha "inventado" muita coisa, já que o texto bíblico é vago, mas a ideia dele nunca foi fazer algo fiel à Bíblia. Pelo contrário, desde o começo ele pretendia fazer algo diferente, meio como uma história de super-herói com um pé na mitologia cristã. Tanto que eles lançaram primeiro a HQ chamada Noé, que trabalha o enredo do filme. É interessante, para quem gosta de HQ eu recomendo.
ResponderExcluirIsso tem bastante no universo dos quadrinhos, publicações que usam uma história da bíblia ou da cresça cristã mas a extrapolam, dão uma roupagem completamente diferente. Por exemplo, em Hellblazer a história do Anjo Gabriel é bem diferente. Ele não é o Anjo da Anunciação, que deu à Maria a notícia de que ela deveria esperar o filho de deus. Na verdade, ele estupra Maria e a engravida. Preacher, outra HQ, trata a crença da linhagem de Jesus (descendentes diretos do "filho de deus") de uma forma beeem distorcida. Tanto em Preacher quanto em Hellblazer deus abandonou o Céu e 'tá por aí, correndo da responsabilidade. Outra que eu adoro, Lucifer Morningstar, tem o Lucifer como personagem principal - ele larga o comando do Inferno e vem para a Terra abrir um bar, para começo de conversa! Como deu para perceber eu sou fã desse tipo de comic, né? Elas são todas muito "hereges", mesmo.
Da forma que eu vejo, Noé não foi feito para ser uma superprodução Bíblica, como A Paixão de Cristo do Mel Gibson. E me surpreende um pouco que as pessoas estejam indo ao cinema na expectativa de ver algo fiel à história cristã (a avó de uma amiga ficou horrorizada). Acho que é porque a HQ não ficou muito famosa aqui no Brasil.
Ah, uma curiosidade: A Fonte da Vida, que é do Darren, também foi lançada em forma de HQ primeiro, antes de virar filme. É da Vertigo, o mesmo selo de Hellblazer, Preacher e Lucifer Morningstar.
Li essa crítica aqui, de um criacionista "acusando" o filme de ser gnóstico demais. É divertida: http://www.criacionismo.com.br/2014/04/noe-e-um-show-de-cabala-e-gnosticismo.html
ResponderExcluirAchei essa leitura um tanto falastrona. Há pessoas complexas que lêem a Bíblia e interpretam a lenda de Noé. Não são somente otários.
ResponderExcluirAo invés de dialogar com grandes leitores, a crônica se rebaixa à uma interlocução estéril, caricata.
O significado pelo qual as lendas bíblicas não terem muita descrição é uma questão elementar de leitura da Bíblica (aliás, não só da Bíblia, mas de qualquer leitura... você, como professora universitária, deveria saber disso).
Por favor! Se queria entender mais sobre a Bíblia, por que não buscou interlocutores de nível, como Auerbach, Frye, Ricouer? Ou ainda, por que não buscou as interpretações feministas da Bíblica, entre elas Renita Weems, Delores Williams, Jacqueline Grant, Clarice Martin, Katie Canon, Cheryl Gilkes, Kelly Brown e outras? Ao invés de divulgar o feminismo, aproveitou para divulgar ainda mais preconceitos e baixaria.
Vejam Belle!
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=EkEPkStW96s
simplesmente, vejam...
Vicer 900 anos, numa epoca sem TV, Play3, internet...devia ser um c#
ResponderExcluirKkk. Muito boa sua crítica ao filme, Lola. Agora já sei que acertei ao decidir não assisti-lo. Rsrs. Bjs
ResponderExcluirPoxa lola dessa vez ficou mal vc dizer que.todo cristao acredita cegamente n biblia e no criacionismo e em Jesus como um cara dw olhos azuis. Tenho um amigo padre que era pesquisador de biologia e me disse ima vez: "Nao va me sair por ai dizendp que Cristo tinha olhos azuis" Meus amigos.catolicos tbm nap acham nada disso. Falando assim parece que somos um bando de alienados.
ResponderExcluirPs: desculpem os erros. Teclado pessimo
Off topic:
ResponderExcluirOlha que coisa interessante, escrevam "piada de" no google!
As opções que aparecem, em ordem, são:
Piada de loira
Piada de preto
Piada de português
Piada de gordo
Que nojo disso.
danilo, descobri que o ódio é um sentimento frio, enquanto a raiva é passageira, o ódio pode durar decadas. o ódio é naturalmente frio e quando alguem que voce odeia morre voce comemora. por isso que torço todo dia pro cara que tenho treta morrer, fico vendo na tv se alguem morreu e me decepciono quando vejo que nõa foi ele que morreu. isso sim é ter ódio.
ResponderExcluirraiva é quando o cara fica putinho, a pressão sobe e depois ele fica calmo denovo, ódio é quando voce pensa assim ''não quero mais saber dessa pessoa na minha vida'', e se a pessoa cruezar no seu caminho e tentar algo contra voce, voce é capaz de acabar com a vida da pessoa, eu pelo menos sou capaz de encher o cara de facadas mesmo. isso é ódio.
então eu revi meu conceito de ódio. ódio é frieza pura.
O significado pelo qual as lendas bíblicas não terem muita descrição é uma questão elementar de leitura da Bíblica.
ResponderExcluirQual questão seria essa?
Harry Potter é mais descritivo que a bíblia.. E mais divertido tb.
Obrigada pelas dicas Camila. Vou dar uma procurada. :D
Vou ver esse filme, sem muitas expectativas, mas apenas por ser uma visão do artista de um período sobre qual tenho muita curiosidade.
ResponderExcluirLi a bíblia várias vezes, e tem passagens que me despertaram essa curiosidade, mas estranhamente os cristãos que usam tanto a bíblia, não fazem menção desses fatos.
Esse período pré-diluviano deve ter sido incrível, pelo pouco que se sabe.
Complementando com descobertas arqueológicas dá pra imaginação correr solta, poderiam fazer um belíssimo filme baseado nesses fatos.
Certa vez quando fazia um curso de HQ, (história em quadrinhos) há muito tempo, até desenhei uma história falando dessa época e misturando elementos de várias mitologias de vários povos.
Mas mesmo antes de eu acabar esse trabalho fui roubada, acreditem ou não pelo meu professor, que nunca mais deu as caras lá no curso.
Não sei se ele publicou a história pq não acompanho muito esse tipo de publicação.
Mas seria um filme assim que gostaria de ver um dia, que pegassem esses fatos mais instigantes da bíblia e fizessem uma correlação com as demais mitologias, daria um filme e tanto.
O filme mais machista dos últimos anos e isso não é comentado até senti que há elogios no texto. Ah... Feministas. Sem elas o mundo não tem graça. Seria tão monótono.
ResponderExcluirComi fazer um filme bíblico que não seja machista?! Conte-nos...
ExcluirSara, concordo com você. Você já leu o livro apócrifo de Enoque? Fala justamente disso, dessa época antidiluviana, quando os Nefelins governavam a Terra, e ensinaram segredos dos Céus para a humanidade (algo como fez Prometeus), magia, tecnologia, criaram raças híbridas, deformaram a criação divina etc.. era mais ou menos como contado nas mitologias de vários povos, gigantes, filhos de deuses (na verdade anjos - Nefelins), criaturas híbridas etc. Dizem que na verdade a deformação de toda a Criação foi o motivo do Dilúvio, acabar com o Reinado dos Nefelins. Isso tem até mais sentido do que destruir a humanidade porque ela é má, pois ela continuou má depois disso. Nas Cartas de Pedro e Judas essa época era chamada de Mundo Antigo, e dizem que essas criaturas (Nefelins) foram lançadas em um lugar de escuridão para aguardar o julgamento (me lembra muito dos Titãs gregos).
ResponderExcluirImagino várias cidades lendárias tipo Atlântida, da Era Hiboriana de Conan, ou da Terra Média de Tolkien.
É muito interessante que todos os povos tenham mitologias semelhantes. Realmente daria um filme ou uma série de quadrinhos bem legais.
ResponderExcluirSara
Esse periodo pre-diluvio é muito interessante para quem curte mitologia, inclusive se vc pensar nos Nephelin, os supostos filhos de anjos com humanas, e fazer paralelo com os semi-deuses de outras mitologias.
Que interessante o Eduardo e o Anderson fazerem quase o mesmo comentário. :D o assunto deve ser legal mesmo...
ResponderExcluir"danilo, descobri que o ódio é um sentimento frio, enquanto a raiva é passageira, o ódio pode durar decadas. o ódio é naturalmente frio e quando alguem que voce odeia morre voce comemora. por isso que torço todo dia pro cara que tenho treta morrer, fico vendo na tv se alguem morreu e me decepciono quando vejo que nõa foi ele que morreu. isso sim é ter ódio."
ResponderExcluirResposta: Não to nem aí pra quem morre. É só -1. De qualquer jeito também irei morrer. A morte não é ruim pra comemorar a morte do seu inimigo. Punição é tortura e não morte.
É sim Raven
ResponderExcluirembora o Eduardo tenha dado mais detalhes ao citar o Livro de Enoque rs.
Lola, uma curiosidade, apenas: apesar de ser espírita, ganhei quando criança um livro bíblico infantil usado por testemunhas de jeová. Jesus e João Batista pareciam judeus e não arianos, os egípcios eram escuros, embora Moisés e muitos outros fossem brancos. A ilustração final tinha uma criança loura, uma oriental e uma negra lendo as histórias. Naquela época eu desconhecia racismo e tantas outras coisas, mas me lembro de ter gostado de ver um livro que não era 100% branco.
ResponderExcluirSou cristã e odiei o filme e a maioria dos cristãos tb.Nada a ver com a biblia achei mt sem noção iguais aos filmes do Resident Evil.
ResponderExcluirEduardo Nobre e lord Anderson, foi exatamente sobre esse paralelo entre os nefilins, os anjos, deuses e semideuses que eu escrevi, são muitas coincidências entre as diversas mitologias para se ignorar que de algum ponto de verdade elas surgiram, eu creio que todas as mitologias das diversas culturas são lembranças distorcidas pelo tempo de fatos reais que um dia aconteceram mas pela ignorância do homem em não conseguir explica-los acabaram se tornando lendas.
ResponderExcluirOi Lola.
ResponderExcluirNão assisti Noé, mas me interessei muito por essa questão da maldição. Sou jornalista e na época das declarações do Marco Feliciano fui atrás de representantes religiosos pra escrever uma matéria sobre. Um deles foi o frei Isidoro Mazzarollo, professor da PUC e estudioso de textos bíblicos. Olha só o que ele me falou:
"Consta no Gênesis uma “maldição”, mas esta recairia sobre o povo Cainita (descendentes de Caim) e não sobre os Camitas (descendentes de Cam, filho de Noé). Os descendentes de Cam seriam os africanos, e sobre eles, portanto não pesaria nenhuma maldição. Já os cainitas são os descendentes de Caim, que, segundo o Gênesis, matou seu irmão Abel motivado por inveja, quando Deus aceitou a oferenda de seu irmão e recusou a sua. Por ferir o princípio mais importante do Gênesis, que é preservar a vida, recaiu sobre Caim a maldição. Esse povo amaldiçoado nada tem a ver com raça ou cultura, mas com comportamento. Ou seja, as maldições divinas recaem sobre aqueles que têm, assim como Caim, um comportamento assassino”.
Será que ele se enganou? hahaha..
beijos
Poxa Sara, porque você não desenha novamente? Se desejar um contato, eu tenho um amigo que trabalha com arte, design, quadrinhos etc. aqui no RJ para te indicar.
ResponderExcluirE Gabi, a maldição de Noé foi sobre a descendência de Canaã sim, mas isso nada tem a ver com os africanos (Marco Feliciano faltou aulas de história e geografia bíblicas).
Cam foi o antepassado daqueles que construíram grandes cidades e impérios, incluindo a Babilônia, Assíria, Nínive e Egito. Pute (apenas um dos descendentes de Canaã), provavelmente, foi o pai dos povos negros (mas Canaã também foi pai de povos como Babilônia, Egito, Assíria etc.). De Canaã vem aquelas nações que em geral são conhecidas como os cananeus:
Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete, e aos jebuseus, aos amorreus, aos girgaseus, aos heveus, aos arqueus, aos sineus, aos arvadeus, aos zemareus, e os hamateus; e depois se espalharam as famílias dos cananeus. (Gn. 10:15-18, cf. Dt. 20:17)
Seu território foi aquele próximo a Israel:
E o limite dos cananeus foi desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza, indo para Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa. (Gn. 10:19).
Os cananeus segundo a Bíblia, tiveram sua terra (Canaã, atual Israel) invadida e dominada pelos hebreus, cumprindo a profecia de Noé.
É necessário muito malabarismo pra associar isso com os africanos, o Feliciano deveria mudar de profissão e ir trabalhar em um circo.
Errata: Pute não era filho de Canaã, mas de Cam, esse sim que foi antepassado de babilônios, egípcios e assírios etc..
ResponderExcluirOs descendentes de Canaã,colonizaram a costa oriental do Mediterrâneo, em que é agora chamado Israel e Líbano (e não a África).
Obrigada pelo oferecimento Eduardo Nobre, gostava muito de HQ, mas eram outros tempos e hje tenho bem pouco tempo pra dedicar a isso, nem trabalho mais com arte, mas continuo apaixonada por esses temas, e procuro saber sobre tudo que esteja ligado a esse assunto.
ResponderExcluirIa responder pra Gabi, mas sua resposta já esta bem completa.
Amo histórias bíblicas, são fascinantes. Uma enorme pena que toda vez q sai uma produção do gênero no cinema, há uma avalanche de manifestações extremistas q estragam todo o clima. De um lado os ateus raivosos e suas sacadas de capitão óbvio; do outro os crentes bitolados que JURAM possuir os direitos autorais do livro sagrado assinados pelo próprio criador com firma reconhecida no cartório do céu. O fato de levarem isso tão a sério denuncia q a gente tá num ponto crítico de cagação de regra e perpetuação da intolerância. Fora q há pessoas q parecem não entender o básico: um filme é uma obra de ficção. Pode querer dizer e refletir mtas coisas relevantes, mas não vamos esquecer de uma coisinha chamada liberdade de criação e licença poética pra viajar na maionese, né? Essa é a graça.
ResponderExcluirEsse post me lembrou de um ótimo vídeo de Isabella Rossellini, que fala de espécies hermafroditas, outras que mudam de sexo e aquelas que só tem fêmeas, que se reproduzem por partenogênese: Seduce Me- Noah's Ark.
ResponderExcluirSara, como jogador de RPG essa associação é algo que sempre gostei e ja usei muito rs.
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