A professora de francês e tradutora Fernanda, que morou sete anos em Paris e voltou faz pouco tempo pro Brasil, me enviou um email dizendo:
"A elite branca francesa usa o assédio de rua para escorraçar imigrantes, estrangeiros, árabes... Uma atriz francesa, Noémie de Lattre, tem uma crônica regular numa rádio. Um dia ela decidiu falar sobre 'os idiotas da rua', que, claro, na crônica dela, são retratados de forma jocosa como os jovens da periferia (ela cita o modo de se vestir, faz uma paródia do sotaque deles e ainda deixa claro que eles não ouvem a rádio -- que tem um publico igualmente elitista). Ou seja: pra ela, assédio só existe da parte de pobre, sem estudo, imigrante, com sotaque. O galã francês educado e perfumado não tem nada a ver com isso (só que não)."
Fernanda leu, gostou e traduziu este artigo de uma graduada em sociologia, Alix, que acha que a maneira que algumas feministas francesas combatem o assédio de rua é classista e racista.
Denunciar o assédio que as mulheres sofrem no espaço público é importantíssimo. Mas também é importante não ser elitista. "Cantadas" de pedreiro são tão ruins quanto às que vêm do executivo de terno e gravata no seu carrão.
Certas mulheres que lutam contra o que foi nomeado “assédio de rua” são minhas amigas, conhecidas mais ou menos próximas. Eu conheço o seu percurso, as suas razões. Penso particularmente no Coletivo Pare com o Assédio de Rua, cuja difusão midiática se fez de forma impecável.
As intervenções sobre esse tema não são todas da mesma natureza.
Da mesma forma que se caricaturou os fãs do [comediante, ator e ativista político francês] Dieudonné (como a crônica nauseabunda de Nicolas Bedos no estúdio de Laurent Ruquier em janeiro) como sendo jovens de periferia estúpidos, sem cultura, sem X anos de estudo superior e de preferência magrebinos [de Magreb, região do norte da África], alguns denunciam o assédio de rua mostrando em primeira linha exatamente a mesma caricatura.
A recente crônica de Noémie de Lattre, na France Inter, no programa “Todos passaremos por lá” do dia 23 de junho, e intitulada “Os Idiotas das Ruas”, é um modelo deste tipo.
O pedaço de rosbife
Noémie de Lattre não está feliz. Ela está cansada de, permanentemente, levar milhares de cantadas na rua e ter a impressão de ser mais um pedaço de rosbife que um ser pensante dotado de polegares com a habilidade de pinça que lhe permite se distinguir do macaco -– por mais respeitável que ele seja. Que seja. Eu também estou.
Noémie de Lattre, como tantas outras, não gosta, portanto, que façam comentários o tempo todo sobre sua aparência física, e que falem com ela na rua sem parar.
Porém, como tantas outras, ela faz, de um lado -– sem dúvida inconscientemente -– o jogo de um desprezo de classe e de um racismo terrível do qual se conhece hoje a extensão na França; de outro lado, ela contribui à perenidade do machismo e do sexismo desta parte da população, a saber os ricos, os educados, aqueles que têm X anos de estudo superior e que por uma ação conjunta do Santo Graal e de não sei mais quantas sessões de hipnose, teriam escapado a este comportamento bestial e porco que a ultraja. Feminismo burguês.
Estupros coletivos versus "tournantes" (a palavra tournante apareceu na imprensa francesa em dezembro de 2000 para descrever os estupros coletivos nas periferias pobres).
Não seria possível, entretanto, lutar contra a cultura do estupro, contra a sociedade patriarcal sob todos os seus ângulos, sem responsabilizar também e justamente a elite, aquela que dirige, faz leis, comenta nossos fatos e gestos, sem acusá-la também de suas violências, de seu comportamento abjeto.
Porque não, sinto muito, nós não denunciamos a violência dos ricos da mesma forma que denunciamos a violência dos “pobres”; nós não denunciamos a violência dos franco-franceses (“franceses puros”) da mesma forma que denunciamos aquela dos outros ou ao menos aquela dos que se descrevem como sendo “outros”.
Fala-se de estupros coletivos quando se fala de pessoas brancas, da policia ou de políticos, versão refinada das “tournantes” sórdidas perpetradas pelos outros, aqueles de além dos contornos da cidade, os estrangeiros, os pobres, aqueles que não falam na rádio France Inter.
Ela imita um sotaque de periferia
Não se julga da mesma forma o estupro de Mona, moradora de Seine Saint-Denis (periferia de Paris) e padeira, e o estupro de Penélope, moradora de Saint-Germain-des-Près (bairro nobre da capital francesa) e jornalista: a primeira vai, por exemplo, voltar várias vezes à delegacia para enfim descobrir que depois daqueles golpes e feridas, ela deveria na verdade ter sido conduzida à instância médica policial, enquanto que a segunda terá os meios financeiros e culturais de não se dar ao luxo de não sei quantas idas e vindas tão perniciosas.
O tratamento midiático que se faz atualmente do assédio de rua perpetua este tipo de distinção. Ele contribui para reforçar a ideia segundo a qual o assédio de rua, o sexismo de massa, seriam atributos exclusivos das classes populares e dos estrangeiros.
É exatamente este tipo de estereótipo mentiroso que Noémie de Lattre propaga -– e ela está longe de ser a única -– quando ela imita um sotaque de periferia, quando ela descreve um jovem rapaz com o boné virado pra trás (estereótipo do “mano” de periferia), quando ela estampa seu desprezo por esses homens sob o pretexto da sua falta de educação, sob o pretexto que ela vale mais que eles, não porque ela não se permite passar este tipo de cantada que eles se permitem, mas porque ela é mais educada, e enfim quando ela afirma que os ouvintes de France Inter não se comportariam desta forma.
Nossos irmãos, pais, mães e irmãs
Não, o assédio de rua, e além dele, os problemas de sexismo, de machismo, de violências domésticas, de estupros e outras atrocidades, de submissão das mulheres aos homens, não são privilégio das classes populares.
Ele não é privilégio daqueles que não falam francês, para retomar a ridícula grosseria do [filósofo] Alain Finkielkraut com relação ao sotaque das periferias.
Existe um certo racismo, um certo desprezo de classe nesta denúncia unívoca do assédio de rua que se refere à figura do jovem de periferia, seja implícita ou explicitamente.
O sexismo, o assédio, as violências, as humilhações, o rebaixamento das mulheres é um fenômeno de sociedade global e é tanto perpetuado por um rico acionário da empresa de construção Vinci rebaixando uma mulher à sua aparência física, quanto por um professor universitário que se permite seduzir suas alunas para levá-las pra cama ou um outro, com comentários sexistas; ou ainda pelos nossos irmãos, nossos pais, mas também nossas mães e irmãs.
Roupa e léxico do paquerador
É curioso: alguns dos meus amigos ficam chocados quando eu lhes conto ter sido abordada por um grupo de homens na base do “você é linda, você não quer tomar uma comigo?”, “gostosa”, “você chupa?”; muito menos chocados, porém, quando um homem rico, educado, bem vestido me diz, à guisa de “bom dia”, que ele me acha linda, e à guisa de “até mais” que “foi mesmo um prazer te contemplar”. O conteúdo é, entretanto, o mesmo, só muda a aparência física (vestimentas) e o léxico dos homens.
O sexismo é ambiente. Nós vivemos em uma sociedade patriarcal onde os cargos mais altos são ainda detidos por homens, onde as mulheres (e as outras minorias com elas) são a alteridade perpétua.
Concentrar-se sobre as classes populares, focalizando-se nas expressões mais chocantes e vulgares do assédio; pretender, por um jogo de expressões e de mímicas sutis, que o assédio de rua, cuja denúncia está hoje na moda, só poderia ser identificado às classes populares, é fazer o jogo destes homens que mantém as rédeas de nossa sociedade por meios bem mais poderosos que os outros.
A crônica de Noémie de Lattre, que nos serviu de ponto de partida, é apenas um exemplo perturbador entre uma multidão de outros nas esferas feministas francesas, focalizadas sobre os privilégios e os modos de vida de uma elite que se esquece da diversidade e de suas próprias taras. Estes mecanismos fazem o jogo do desprezo de classe e do racismo. E isso não é aceitável.
Oi, Lola.
ResponderExcluirHoje mesmo eu li esse artigo: http://newsone.com/3033217/youoksis-feminista-jones-street-harassment-notjusthello/, que fala sobre assédio a mulheres em Nova York, feito também pelos engravatados de Wall Street. Mas o foco do artigo é o assédio feito a mulheres negras, e como a iniciativa #YouOKSis (algo como, você está bem, irmã?) está tentando ajudar a esclarecer a questão e conscientizar as pessoas a esse respeito.
Infelizmente estou sem tempo para fazer a tradução, mas quem sabe algum/a colega comentarista não pode dar uma ajudazinha.
Abs
O pior é além de olhar falar coisas nojentas e ainda por culpa na vestimenta das moças, o homem que é um ser que se diz tão racional, age com emocional.
ResponderExcluirHomens assim antigamente me tiravam do sério hoje me dão sono, e depois ainda querem falar de respeito.
ResponderExcluirO pior é ver mulher com esse tipinho de discurso.
Olá galera gostaria de saber se vcs sabem se a feminista simone de beauvoir era realmente uma pedofila e fazia rituais com meninas, pq eu gosto muito dela e caso seja verdade ficarei muito triste. Se alguém tiver alguma informação responda meu comentário.
ResponderExcluirEu já fui cantada por um entregador de água, que disse "você não anda, você desfila", já fui cantada por pedreiro que me chamou de "linda", o clássico.
ResponderExcluirEu também já fui cantada num vôo internacional, por um senhor claramente bem mais rico que eu, que na verdade estava tentando "me arranjar" pro filho dele, que era um molecote de uns 15 anos. Ele ficou falando das viagens da família e das coisas que ele tinha, do trabalho de empresário bem sucedido, e ficava "vai, filhão, pede o telefone dela". Ridículo.
As duas situações foram desagradáveis, em níveis distintos, mas eu digo que o negócio do entitlement de gênero combinado com o entitlement de classe formam uma combinação explosiva. Os ricos tentam te comprar, e quando não conseguem, ficam muito putos pela sua suposta arrogância de recusar. Existe isso em menor escala em outras classes sociais, né, o negócio do macho gente boa que acha que tem o direito de abusar da guria só porque pagou o jantar (seja no Fasano, seja no X-Podrão da esquina)... Mas o rico tá acostumado a ser o dono de tudo, aí ele se sente dono até da rua e das pessoas.
[Ah sim, um amigo meu, homem, já passou por isso com uma mulher. Uma senhora de idade já deu em cima dele com o argumento de que a filha dela era rica e ela tinha bastante dinheiro pra dar pra ele caso ele fizesse companhia pra ela. Ele se sentiu desconfortável, ele tava no local de trabalho dele, mas a senhora não insistiu, então não considero que era abusivo. É diferente. É complicado. Sem falar que é raridade, imagino.]
E pior ainda no Brasil que o preconceito é maior, já que temos que ser mulheres sensuais mas ainda temos que ouvir que mulher brasileira lá fora é vista como prost, nem os homens daqui se respeitam e nem as mulheres conseguem ser respeitadas. Se por acaso essa mulher for brasileira e negra piora.
ResponderExcluirLola gostaria que vc lesse essa reportagem bacana que fala da sexualização da mulher na mídia e do homem não, se perguntando pq é ridículo com eles e com elas não! sobre fotos de homens sensualizando.
ResponderExcluirhttp://naoaguentoquando.com.br/noticias/se-e-ridiculo-com-eles-por-que-e-aceitavel-com-a-gente/
Pior que Tem gente que não sabe separar cantada de assédio.
ResponderExcluirPor isso que eu digo, Só não virei sapata pq não acho nenhuma mulher que seja e ainda mais uma bonita que é dificil na minha cidade. Se tivesse eu tentaria pq se relacionar com esses machistas não dá.
ResponderExcluirIsso me lembrou de um texto (que eu traduzi pra você) onde mulheres do movimento "Osez le féminisme" falavam daquele documentário "Femme de rue" feito em Bruxelas. Numa parte do texto elas dizem:
ResponderExcluir"Não tentemos também reduzir a polêmica, achando que o machismo só existe na rua, em determinadas classes sociais ou em determinada cultura. Não podemos cair na armadilha de uma oposição entre luta anti-sexista e luta anti-racista. Estas duas lutas estão intrinsecamente ligadas e denunciam os mesmos mecanismos de discriminação e dominação. O sexismo não é um fenómeno cultural ou de uma geração, ele é universal, isto é, ele está presente em todas as culturas e a todas as classes sociais. "
Cabe lembrar, que uma outra motivação, além do documentário, pra escrever esse texto foram os assovios recebidos por Cécile Dufflot na Assembleia Francesa - ou seja produzidos por franceses "pure souche", como alguns gostam de se definir por aqui. Nesse mesmo texto elas dizem:
"A presença de mulheres no espaço público em geral continua a incomodar. O exemplo dos deputados assoviando para Cécile Dufflot na assembleia nacional porque ela estava usando um vestido está aí para nos lembrar que não existe nem cartografia nem "sociografia" da misógina. Reflexo arcaico de um época em que mulheres estavam "presas" em suas casas e à esfera privada, as observações sexistas quotidianas, na rua, no trabalho ou na Assembleia Nacional, pela sua natureza e quantidade, longe de serem piadas engraçadinhas sem consequência, contribuem para manter e legitimar a exclusão de mulheres do espaço público. "
Pelo jeito Noémie de Lattre se esqueceu (ou fingiu que se esqueceu) disso ao fazer seus comentários.
Fazem isso pra provar que são machos mas só convencem os amiguinhos idiotas. kkkkkkk
ResponderExcluirHAHAHAHAHAHA tem uns trolls ótemos aqui hoje!
ResponderExcluirBeauvoir fazendo rituais? Não virou lésbica porque não tem mulher bonita na cidade?
Galera! Que é isso?! Levem esses gênios pra escrever novela!
Fala das eleições, Lola, por favor!
ResponderExcluirQue o assédio de rua ocorre com pessoas de todas as classes sociais é óbvio, né? A questão é: qual a incidência entre engravatados e entre "manos" de periferia?
ResponderExcluirPost bem equivocado, e só serviu para esvaziar as denuncias de assedio nas ruas, agora pq o cara é imigrante ou de classe social menos favorecida tem passe livre pra encher o saco, sem chance...
ResponderExcluirE mais grande maioria de imigrantes na Europa vem mesmo de países de educação mais machistas, agora devemos respeitar essa cultura machista???
Por favor, se alguém tem contato da Lola, avise ela https://www.facebook.com/pages/Filosofia-Feminista/318049651701553?fref=photo
ResponderExcluiressa página nojenta esta usando a foto dela.
Cão do mato, no fim do mês passado fui a uma festa junina do Tribunal de Justiça da minha cidade. Só tinha engravatadinho, servidores que ganham super bem e teoricamente tiveram acesso a educação de ótima qualidade, portanto seriam pessoas polidas.
ResponderExcluirEm dado momento meu namorido foi pra um lado e eu fui pra outro. cacete, parecia que eu estava até pelada pela forma com que olhavam, teve até gente (mais de um cara) que desviaram a rota que estavam caminhando pra tentar trombar em mim (!!!). Os caras se juntavam em grupinhos e ficavam ogrando. E acho que não foram nem 15 minutos andando sozinha... e roupa não era desculpa, que eu nem gosto de usar roupa ousada. cara, na rodoviária isso não acontece. E não foi nem 15 minutos sozinha.
Pior que Tem gente que não sabe separar cantada de assédio.
ResponderExcluir-
Isso tem cara de ser papo de mascu pra justificar assedio que na mente deles seria uma inocente cantada.
Obrigada, Selena, várias pessoas já me avisaram por email. E já tem uma segunda página com o mesmo nome usando outra foto minha... Peço para que vcs denunciem essas páginas, por favor. Mascu não tem nada pra fazer mesmo.
ResponderExcluirSó para informar, a página "Filosofia Feminista" é organizada pelo 55ch para trollagem.
ResponderExcluirConcordo com a Sara.
ResponderExcluirA autora do texto vai ter que rebolar, como diria a Lola, pra provar que a sociedade "tradicional" francesa é tão machista quanto às dos países do norte da África.
E os caras do 55 chan (e de todos os outros chans) não têm o mesmo pensamento mascu e reaça dos mascus e reaças? Tipo, channers não chamam mulheres de "depósitos"?
ResponderExcluirBom, ao assistir o video acho impossivel não sentir nojo da atriz e da forma como ela se refere aos homens que a assediam na rua. O video esta em francês, para quem pode compreender é bem esclarecedor.
ResponderExcluirO que a Alix quis dizer o tempo todo, e é uma mentalidade muito consolidada na França SIM, é que a Noémie simplesmente propaga a ideia que SO quem comete o assédio são esses homens de periferia, pobres, pretos, pardos, imigrantes, com sotaque. Isso facilita muito a vida dos "engravatados", porque é como se o machismo não tivesse nada a ver com eles.
Sara, eu vivi na França 7 anos e posso dizer que você esta profundamente equivocada. Conheci marroquinos, tunisianos, argelinos, ganenses, camaronenses, homens do Borkina Faso, enfim, de varios lugares, e, pelo menos comigo, foram sempre muito respeitosos.
Ja tomei muita cantada de homens imigrantes (ou filhos de) também na rua. Mas ja fui chamada por um chef famoso pra ir pra cama com ele sem eu ter dado o menor sinal de interesse.
O que a autora aponta é so isso, e confesso que é preciso compreender a sociedade francesa de uma forma mais profunda para apreender a denuncia que ela faz. Na noite parisiense eu fui MUITO assediada, sobretudo porque eles vêem a minha cara diferente e imaginam que a coisa vai ser muito mais facil, e não era nenhum imigrante não. Era francês puro mesmo (horror dessa expressão). Mas esses, ah, esses, nunca serão condenados. Esses podem. Estão bem vestidos, perfumados, ganham bem, tem um vocabulario rebuscado... esses podem tudo.
Por que será?
Lola tb tem uns toscos em fóruns de tecnologia que se referem assim as mulheres. Alias se vc acessar o offtopic ou a area de assuntos variados da maioria dos foruns de informatica e jogos eletronicos vai se deparar com gente dessa laia. É de embrulhar o estomago.
ResponderExcluirSem dúvida! O problema é que eles tentam disfarçar o ódio dizendo que querem apenas "gerar lulz". Acho que é importante denunciar, claro, mas tentar interagir com eles o menos possível (muita gente vai lá debater), por que é o que eles querem.
ResponderExcluirAlém disso, eles ficam fulos quando se expõe que são eles por trás, então faço questão de mencionar, haha.
Kittsu, respeito a sua opinião, mas acho que a sua comparação não foi muito feliz...Estamos falando de assédio na RUA, quando geralmente as pessoas estão cuidando dos afazeres do dia a dia, indo trabalhar, buscar os filhos na escola, etc...Você relatou um caso que ocorreu numa FESTA, local de "azaração" por excelência. Experimente ir a um baile funk na periferia prá você ver como a coisa é...
ResponderExcluirEssas mulheres que reclamam do assédio de homens sem destaque, daqui a algumas décadas, nem esses homens a assediarão.
ResponderExcluirO homem tem que entender que, para despertar o interesse de alguma mulher, ou ele é fisicamente interessante (boa aparência facial, e no mínimo um pouco mais alto do que ela) ou ele tem que ser "útil" (presenteadores, pagadores de conta, casar com ela quando ela começar a ficar velha, para dar status de casada para ela, etc...).
Já teve um guest post no seu blog de uma menina que morava na Alemanha e se sentia mais ameaçada por imigrantes. http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2012/06/guest-post-machismo-islamico-contra-uma.html
ResponderExcluirEstou morando em Bruxelas e olha... aqui é um inferno quanto a isso. Já presenciei várias cantadas escabrosas na rua e umas duas vezes isso aconteceu comigo. Me sinto até mal dizendo isso, mas TODAS as situações que presenciei e essas duas que aconteceram comigo foram protagonizadas por imigrantes (ou filhos de imigrantes) árabes. A pior que eu vi foi um grupo de adolescentes como os descritos pela atriz do vídeo gritando obscenidades só porque a mulher usava roupas mais apertadas e salto alto.
ResponderExcluirÉ complicado não ter raiva. Ainda mais porque no Brasil era toda hora e com gente de todo tipo. Só que aqui, pelo menos na minha experiência, sempre é esse grupo que, sim, tem uma educação bem mais patriarcal em casa e valores bem mais machistas que o resto dos que vivem aqui. Não são todos eles que fazem isso, mas todos os que eu vi fazendo eram desse grupo. Mas não, não caio na ilusão de que os 100% belgas ou 100% europeus ou 100% ocidentais com bom emprego e educação também não assediem mulheres. É claro que assediam, mas o "modus operandi" e o local são outros, pelo menos aqui não vejo acontecer na rua ou transporte público. E, sim, eles contam com a leniência da sociedade, normalmente são tratados como desvios individuais, tarados anormais, etc, enquanto no caso dos imigrantes, o comportamento é atribuído ao fato de serem imigrantes, é "etnicizado" e generalizado. É claro que fico puta quando vejo ou sofro as cantadas de rua aqui, mas temos que combater todo tipo de assédio e não apenas um que é mais cometido por um certo grupo (de novo, é o q eu vejo na minha experiência).
Depois de muitas olhadas indiscretas para o meu decote descobri que existe ESTUPRO VISUAL aquele em que o imbecil violenta a gente só em olhar. Me ofende e me invade homens que me olham só porque passei dos 33 aos que me chamam de gostosa. O Estupro visual acompanha cada uma de nós quando vestimos uma saia curta, uma calça justa ou o sutian marca a blusa.E é estupro coletivo, vários olham e cobiçam. Aí vem os panacas reclamarem que falamos demais em estupro. É o que acontece todo dia. Quando deixarem de nos invadir vamos parar de falar, de gritar: NÃO NOS COBICE, NÃO INVADA MEU DECOTE, MINHA SAIA.
ResponderExcluir"E os caras do 55 chan (e de todos os outros chans) não têm o mesmo pensamento mascu e reaça dos mascus e reaças? Tipo, channers não chamam mulheres de "depósitos"? "
ResponderExcluirNão, Lola. Qualquer um pode antrar lá e ser qualquer coisa, você sabe disso. Dizer "os caras do 55 chan" faz tanto sentido como dizer "os caras do Blogger" ou "os caras do facebook".
Pior quando você coloca "e de todos os outros chans". "Chan" é tão somente uma plataforma. A base de usuários faz aquilo ser qualquer coisa. A moderação molda ou não o conteúdo. Há chans feitos exclusivamente para mulheres, inclusive.
Cada um entra lá e faz o que bem entende. Você, que menciona tanto Anonymous, deveria saber disso.
Sim, tem razão, os brancos franceses de classe média são tão machistas quanto os pobres muçulmanos. Claro que são.
ResponderExcluirQuero que vejam o quão machista a Europa vai se tornar daqui a uns cinquenta anos em razão dessa mentalidade esquerdista e populista.
Boa sorte para esse bando de branquinhas "marxistas" na terra de Maomé.
É um debate complicado. Às vezes é difícil fazer uma crítica abrangente sem acabar "fazendo xixi fora do penico".
ResponderExcluirMoro na Europa há 5 anos. Há sim um assédio mais frequente de certos grupos de imigrantes. Especificamente, de origem árabe ou turca. É sim um assédio mais frequente e mais agressiva. É triste mas é complicado negar que isso se deve a uma herança cultural.
O que se deve lembrar é que isso se deve, em enorme parte, às barreiras que eles encontram na integração, ao racismo que sofrem diariamente. Para os mais joves e já nascidos na Europa, esse tipo de comportamento, tido pelos locais como "incivilizado", é algo que utilizam para tentar ostentar uma identidade, transformar a rejeição em orgulho.
Fingir que o assédio vem igualmente de todas as camadas da sociedade, não vai ajudar às mulheres. "Racializar" o tema só vai piorar. No entanto, é impossível simplesmente ignorar a origem cultural disso.
Eu, particularmente, acho que é necessário e urgente tocar nessa questão cultural e, no processo, fazer notar que o comportamento pró-gueto dos locais alimenta isso.
Os imigrantes não têm grana, nem contato com mulher alguma, como os mascus classe média do Brasil. Numa situação dessas, o desespero aparece, as pessoas ficam sem raciocinar.
ResponderExcluirInfelizmente é ruim algumas mulheres reclamarem das cantadas de pedreiro e desejarem ser cantadas pelo dono da construtora....
Uma minoria tem consciência feminista, muitas querem andar quase peladas em troca de atenção e afagos no ego.
Concordo total com a Sara! Desculpa, não vou ficar passando a mão na cabeça de assediador só pq é pobre! Cantada de homem rico que quer "comprar"a mulher é nojento, acha que é dono do mundo, mas cantada de "classe baixa" é ultranojento e não vou perdoar só pq é "de pobre". Muita gente na esquerda passa a mão neste casos com o argumento "tadinhos, são pobres, por isso são assim". Bom, na boa, o que está em jogo é MINHA SEGURANÇA E LIBERDADE NA RUA!
ResponderExcluirUma coisa que vejo na esquerda (e sou de esquerda, então falo de cadeira) é tipo...não sei como explicar...parece que a coisa que fica mais em segundo plano é o feminismo. Se houver um "choque" entre classismo e feminismo, o feminismo sempre vai perder, nestes setores que falei.
homens que me olham só porque passei dos 33
ResponderExcluirCada coisa que a gente lê.
Resposta: Na cabeça de muitas mulheres, a safadeza masculina é a única coisa que valoriza a mulher.
ResponderExcluirA mulher ocidental quer que o homem fique exaltando a gostosura dela o tempo inteiro, mas ela só quer retribuir este assédio, quando isso for compatível com o orgulho dela.
As mulheres amam as fantasias de que elas são as mulheres mais gostosa do planeta Terra. Elas amam o assédio masculino, desde de que o machismo não passe do ponto.
Obs: Respondendo a Love Gotic que mencionou o termo - O Estupro visual - Isso é vitimismo num grão de areia, que porra é essa de estupro Visual? Homens serão misóginos só pelo fato de olha?
O assédio masculino ou as cantas de pedreiro é superficial e efêmero.
Eu estou no Norte da Itália, que é considerado um país machista. Ainda não fui ao sul para comprovar - dizem que lá as abordagens são agressivas - mas aqui onde eu estou eu posso dizer que o assédio na rua vem geralmente dos imigrantes sim. Não se trata de preconceito, é uma constatação a partir da experiência. Fiz vários amigos italianos e eles são super gentis e em nenhum momento me assediaram ou me trataram como um pedaço de carne. Já os homens imigrantes do Oriente Médio e África… um dia estava com a minha bicicletinha procurando a casa de uma amiga, era noite e num determinado momento percebi que eu estava sendo seguida por três caras negros que também estavam de bicicleta. Eles se aproximavam e falavam coisas que eu não entendia, então eu acelerava a pedalada para me afastar e eles vinham atrás, ficavam me rodeando, foi assustador, especialmente porque eu estava numa rua vazia. Vi um pessoal parado em frente à um bar e fui para lá, eles ficaram parados um pouco distante esperando eu sair. Como eu fiquei um bom tempo parada no bar eles saíram. Pensei que estava tudo bem e continuei o meu caminho quando percebi que eles não tinham ido embora, continuaram a me seguir por um bom tempo. Era óbvio que eu estava assustada e nem um pouco feliz com aquilo, eu não poderia me defender muito contra os três canalhas… numa hora finalmente cheguei perto da casa da minha amiga, que é uma área mais movimentada, e eles foram embora. Essa é só uma das histórias que eu tenho, nem vou contar a de outras mulheres que me falaram coisas assustadoras.
ResponderExcluirAnonimo das 6h13, vc fez o comentario que eu queria fazer. Moro na França faz 8 anos, e quase sempre que levei cantada na rua foi de imigrante.
ResponderExcluirFranacês/europeu pode até dar uma olhada, mas gritar " ehhh la em casa" sinceramente, não lembro de ter visto. Falar que a proporção é a mesma é tampar o sol com a peneira.
E nós feministas não somos as primeiras que falar que a cantada é cultural? POis isso é verdade. E culturalmente magrebinos são maisa machistas que frances. Negar isso como, gente? Como é fato que globalmente brasileiro é mais machista que noruegues. Simplesmente fatos.
E Fernanda que morou em Paris Não quer soar ofensiva, soh quero entender memso: vc està falando que na sua experiencia, franceses são mais machistas que turcos e marroquinos? De verdade MESMO???? Não é possivel que moremos na mesma França. Claro que frances da em cima, mas como o foco aqui é cantada de rua... você disse que tem um rosto exototico, talvez seja isso? POrque eu no meio da poplução francesa, passo batido.
E também acho que de tanto passar a mão na cabeça, nesse estilo " tadinhos, não podemos falar que vem dos estrangeiros, porque europeus também são machistas" não ajuda. 100% Sara!! Post que "autoriza" os imigrantes cantarem as mulhers, por que, né? Frances também passa cantada.
Links
ResponderExcluircantada - corte,convite para atividade amorosa ou sexual.
assedio - imposição através de força ou hierarquia.
Cantada ruim não é assedio.
"Uma coisa que vejo na esquerda (e sou de esquerda, então falo de cadeira) é tipo...não sei como explicar...parece que a coisa que fica mais em segundo plano é o feminismo. Se houver um "choque" entre classismo e feminismo, o feminismo sempre vai perder, nestes setores que falei."
ResponderExcluirQue coisa mais doida é essa, moça?
É logico que a prioridade da esquerda é o combate ao classicismo! Ia ser meio bizarro se não fosse!
O feminismo só vai funcionar de fato (quando for pra todas as mulheres) quando as diferenças de classe gritantes, o racismo e a homofobia não forem mais norma na nossa sociedade.
Eu gostaria de saber como um homem deve chegar numa mulher pela qual ele tem interesse sem que isso seja considerado assédio. Paulo.
ResponderExcluirTalvez sem cantadas invasivas ou que envolvam associações com sexo e expressões como "gostosa", oou então simplesmente se aproximando e iniciando uma conversa, ao invés de cantar a garota. Ambas as opções podem funcionar, mas, dependendo da personalidade da garoota,sugiro que use a segunda. É mais educada e respeitosa.
ExcluirE, ah, evite cantar ou fazer elogios diretos à beleza da garota durante a conversa.
Claudio disse...
ResponderExcluirEssas mulheres que reclamam do assédio de homens sem destaque, daqui a algumas décadas, nem esses homens a assediarão.
O homem tem que entender que, para despertar o interesse de alguma mulher, ou ele é fisicamente interessante (boa aparência facial, e no mínimo um pouco mais alto do que ela) ou ele tem que ser "útil" (presenteadores, pagadores de conta, casar com ela quando ela começar a ficar velha, para dar status de casada para ela, etc...).
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Claudio, vc consegue ser muito imbecil.
Um amigo meu foi morar na Inglaterra e ele tinha muito preconceito com os imigrantes, principalmente os turcos. Parece que um dia a mãe dele foi visitar ele, e os dois foram comprar um gorro. O vendedor, imigrante, viu a mãe dele tentando ajustar o gorro, e se meteu no meio, dizendo "Deixa o rapaz em paz, você já é velha" - ele usou o termo "Old rag". Claro que foi super chato e a mãe dele ficou magoada por esse julgamento babaca que veio de graça.
ResponderExcluirMas, ao mesmo tempo, minha impressão é que os imigrantes só eram mais extrovertidos. Eu não sei como são os europeus na vida privada, mas nada impede eles de serem machistas e babacas dentro de casa, ou mesmo de forma mais "discreta". Eu não acredito que eles sejam perfeitos. Existe violência em qualquer lugar. Não é porque o inglês é todo cheio de "sorry, sorry, excuse me, sorry" que isso significa que ele não vai ser um vilão em outras situações. Só ver que lá existe a necessidade de hot lines para violência doméstica, táxi pilotado por mulheres pra evitar que as moças sejam abusadas depois da balada...
Ah sim! Eu viajei pra lá no ano novo, e encontrei um rapaz inglês que estava com um amigo, ambos bem bêbados já, procurando umas meninas francesas que eles tinham visto na rua. Eles queriam encontrar elas e convencê-las a festejar com eles. Pelo que eu entendi, eles não tinham conversado, o cara só tinha achado elas bonitas e visto de longe. A questão é... A rua estava deserta, e bem escura! Eu não tive medo porque estava acompanhada, mas poxa... Espero que aquela dupla de francesas não tenha se sentido mal.
O que falei da simone vi em um site machista , mas não sou machista sou feminista, só queria saber se era hoax inventado ou se tinha algum fundamento,
ResponderExcluirEu acho que os homens tem que ter atitude mas não podem ser sem vergonha, e já vi falar dos turcos que as mulheres não podem olhar nos olhos deles senão eles já se aproximam. O que é muito ruim pois senão fossem tão machistas acho que teria mais mulheres interessadas neles eles são muito charmosos.
Anon das 9:19
ResponderExcluirOlha, às vezes a gente tá no meio e reproduz as falas sem pensar.
Eu namoro um cara, super sensível e inteligente, que, por acaso, a anos atrás era visitante dos chans brasileiros. Ele disse pra mim que não gostava mais do ambiente e não via mais graça, achava todo mundo imaturo, os papos de lá eram tóxicos, e etc.
Eu passei o ensino médio inteirinho no /b/ do 4chan (embora eu nunca postasse, porque o /b/ pode ser BEM desagradável às vezes, e aquele tal de anonimato é uma balela sem tamanho - eles presumem que qualquer coisa que revele algum aspecto da sua identidade é violar o anonimato, e isso inclui falar que você é mulher. Falar que você é mulher presume que você é uma attention whore prontamente. mas aí, pelo lance do "homem branco hetero como default", todo mundo presume que você é do perfilzinho hegemônico.) então eu não liguei. Todo mundo tem dessas. Enfim.
Não faz muito tempo, um amigo nosso largou a namorada. Meu namorado era amigo dos dois. Do cara e da garota. Ele conhecia os dois bem e eles tinham uma ótima relação. Mas enfim, o nosso amigo tava puto com o fim do relacionamento, porque ele dependia emocionamente da menina, e foi traumático pra ele e blah blah. Meu namorado queria apoiar o cara. O que ele fez? Mandou pra ele (NOTA: ambos eram channers na mesma época. NOTA2: Eu não stalkeei eles, eu simplesmente cheguei perto do PC e ele estava escrevendo abertamente.) uma mensagem que dizia "Não fica assim, cara. Você sabe: Depósitos depositarão."
Eu fiquei muito brava, claro. Ele argumentou que foi sem pensar, que foi da boca pra fora. Eu dei uma palestra pro coitado, mas eu meio que entendo ("entendo" é diferente de "aprovo"). Eu lembro sobre como tinham várias coisas do 4chan que eram hiper ofensivas, racistas, podres, e eu ignorava. Alguns amigos mais privilegiados, que nunca pensaram sobre a própria condição, até reproduziam as piadas, mesmo sem concordar muito - sei lá, ter vários amigos negros e reproduzir as piadinhas racistas por mero hivemind e falta de reflexão, por exemplo.
Estar num ambiente tóxico sem ter uma base de pensamento causa uma reprodução inconsciente SIM.
Estou conversando com um turco no facebook, e vou começar a perguntar essas coisas de religião e machismo pra saber a verdade.
ResponderExcluirCão do Mato, conhece aquele conceito de FESTA JUNINA, ao ar livre, para confraternizar no trabalho (e próximo a ele), onde inclusive as pessoas levam suas respectivas famílias? Era esse tipo de festa. E se essa atitude agressiva e intimidadora é o que tu chama de "azaração", saiba que é desagradável. Sabe quem me chamou pra dançar de forma super educada e meiguinha? Um mendigo. Não qualquer um dos engravatados ricos, que se resumiam a ograr. A algum tempo atrás fui em uma festa na piscina em outro país. De noite, bebida a rodo, todo mundo de sunga e bikini, clima de boate, eu estava sozinha (a única do grupo que não foi se pegar com ninguém, rs), de umas 500 pessoas acho que umas 400 eram homens e adivinha? ZERO de incômodo. Claro que houveram tentativas educadas (as vezes hilárias) de aproximação, que foram fáceis de recusar e ninguém ficou magoado por isso. Consegui até ficar conversando com um gringo, a festa acabou, nos despedimos e pronto. Sabe, não é difícil ser educado. Alguma pessoas apenas acham que precisam ser babacas pra mostrar serviço.
ResponderExcluirCara... tem algumas coisas que me irritam no feminismo. E o coitadismo é a principal delas!!!
ResponderExcluirNa minha opinião dizer "ai...coitadinho é pobre/estrangeiro/negro/refugiado/whatever." é tentar justificar e até mesmo amenizar o assédio físico e moral contra as mulheres.
Fazendo isso acham que estão protegendo as minorias mas só reafirmam a ideia de que esses grupos são incapazes de conviver civilizadamente.
Machismo é machismo! Ponto final... não interessa de quem ou de onde vem...
Jane Doe
Eu até posso estar errada mas acho que quem criticou essa crônica não entendeu. Não conhecia a atriz mas por causa desse texto e por curiosidade assisti o vídeo. Também vi mais alguns dos que apareciam listados como sugestão. E é aí que a para mim a crítica deixou de ser válida. Em quase todo,s Noémie faz piadas em dois tempos. Desenvolve uma primeira, mais caricatural e fácil de se envolver, e acaba com uma crítica mais séria e menos explícita. São váaaarios exemplos disso é só dar uma olhada no tipo de humor dela. (Se for o caso posso citar casos concretos.) E nesse caso é exatamente o que acontece. Ela começa com a história super estereotipada do xaveco (e sim, é verdade que pelos trejeitos e descrições fica claro que o personagem é árabe, de periferia..., enfim, no brasil poderia ser um pedreiro) e acaba interpelando seu ouvinte que obviamente não faz esse tipo de coisa (cuidado, contém ironia) mas que também não interfere.
ResponderExcluirDigo isso porque achei bem irresponsável a acusação de racismo (principalmente nesse caso, onde por causa da língua, muitas pessoas que leram o texto não vão ver o vídeo) quando a atriz critica justamente isso.
Simples: não me refiro a cantadas de rua e sim àquelas no ambiente de trabalho. Sou engenheira civil e trabalho no setor há 30 anos. Nunca fui cantada por um operário e já perdi as contas de cantadas que recebi de engenheiros e arquitetos. Detalhe: quanto mais alta a hierarquia, mais "natural" a cantada. Ou seja, exatamente o contrário. A elite canta, os operários dançam.
ResponderExcluir#ficaadica.
normalidaderealidade, sou o anon das 09:19. Eu concordo com tudo que você colocou. Não acho que aquilo que você escreveu corrobora com a afirmação da Lola nem contradiz aquilo que eu expus.
ResponderExcluirEm Paris, fiquei em uma região que tinha poucos - pouquíssimos - imigrantes e não houve um dia sequer que saindo sozinha não fosse assediada. Também foi um parisiense que ficou muito puto quando ele veio puxar papo e me chamar pra casa dele e eu preferi ficar muito linda lendo meu livrinho nos Champs de Mars. Meu próprio namorado, mestrado de Direito na Sorbonne e tal, tentou me fazer trocar um vestido que tinha um decote mínimo pra "depois não ficar reclamando que era muito abordada na rua". Então, assim... Essa coisa de França super liberal e evoluída x países retrógrados não é tão verdade. Principalmente se você tem cara de estrangeira, como eu. Achei super pertinente o artigo. Fiquei bastante incomodada com isso por lá. Um cara te parar do nada na rua pra dizer que você o fez ganhar o dia não é menos assédio do que o que te chama de gostosa. Mas as pessoas a quem contei sobre meu desconforto me acharam mal humorada e disseram que adorariam ouvir isso com sotaque francês. Bom, eu não queria, só queria comprar o pão.
ResponderExcluir"Olá galera gostaria de saber se vcs sabem se a feminista simone de beauvoir era realmente uma pedofila e fazia rituais com meninas, pq eu gosto muito dela e caso seja verdade ficarei muito triste. Se alguém tiver alguma informação responda meu comentário."
ResponderExcluirClaro! Ela era uma marxista cultural islamo-satânica que praticava sessões de canibalismo sádico-lésbico com meninas de três anos de idade e fetos recém abortados, enquanto dirigia na contra-mão e fumava LSD.
Quanto ao bicho-papão, boatos sobre a sua inexistência serão brevemente refutados também.
"Você relatou um caso que ocorreu numa FESTA, local de "azaração" por excelência."
ResponderExcluirEla relatou um caso numa festa no Tribunal de Justiça. Festa em Tribunal de Justiça é coisa pra lá de formal, não é lugar de azaração coisa nenhuma.
"Estupro visual"
ResponderExcluirPronto, trivializou legal.
"O homem tem que entender que, para despertar o interesse de alguma mulher, ou ele é fisicamente interessante (boa aparência facial, e no mínimo um pouco mais alto do que ela) ou ele tem que ser "útil" (presenteadores, pagadores de conta, casar com ela quando ela começar a ficar velha, para dar status de casada para ela, etc...)."
ResponderExcluirNão sei quantas mulheres você já viu na vida, mas você está completamente enganado. Ser bonito ou rico dificilmente atrapalha, claro, mas se um homem quer despertar o interesse de uma mulher, ele tem que ter uma conversa interessante. Bonito ou feio, rico ou pobre, abriu a boca para dizer merda, vai ficar na mão.
"Eu gostaria de saber como um homem deve chegar numa mulher pela qual ele tem interesse sem que isso seja considerado assédio."
ResponderExcluirAlguns excelentes começos:
"Ôi, tudo bom?"
"Você já leu 'A Menina que Roubava Livros'?"
"O que você acha do governo do Cabral?"
"Gosta de pizza? ou de comida japonesa?"
"Está fazendo frio hoje, não?"
"Já viu 'Azul é a cor mais quente"?
"Não sei por que a prefeitura não obriga as empresas de ônibus a oferecerem um serviço melhor."
Sério, parece que alguns de vocês imaginam as mulheres como seres extra-terrestres, que precisam ser abordados de alguma maneira mística ou quântica para se tornarem acessíveis...
Gostaria que esse texto tratasse mais do feminismo burguês, que ao meu ver se refere a situações como, por exemplo, as esquerdistas da universidade que ficam horas teorizando e usando frases de ordem como "o corpo é meu, faço dele o que quiser" e sequer notam as funcionárias terceirizadas que limpam o chão que elas pisam, o banheiro que elas usam, arrumam e limpam a sala que elas usam para "discutir a sociedade". Mulheres essas que nunca são donas do próprio corpo, que ou está por mais de 12 horas diárias disponível para servir ao empregador, com um salário miserável e nas outras horas ditas "livres" serve para lavar, limpar e deixar tudo em ordem em seu próprio lar para que, no dia seguinte, pela madrugada, ela esteja novamente, asseada, de roupas limpas e minimamente alimentada (sendo que na véspera foi ela quem cozinhou para si mesma e providenciou as próprias roupas limpas, etc, etc) para servir ao empregador por mais 12 horas (ou mais), em troca de um salário de fome. De quem é i corpo dessas mulheres, feministas burguesas?
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