Eu não sei quantas vezes já comecei a escrever esse relato, nem quantas vezes já apaguei e, muito menos, quantas histórias iguais a minha aconteceram no tempo em que permaneci calada. Por muito tempo mantive essa história aprisionada, restrita a poucas pessoas. Externei-a só a aqueles que não me julgariam e somente o fiz passados anos do ocorrido.
Hoje, dado às devidas proporções, à figura pública e à visibilidade do meu agressor, sei que não deveria ter ficado quieta. Mas me omiti e, hoje, busco não ser mais uma. Busco que não existam mais meninas assediadas por ele. Luto para que os cargos políticos não se sujem por lixos a que chamamos de seres humanos.
Hoje, dado às devidas proporções, à figura pública e à visibilidade do meu agressor, sei que não deveria ter ficado quieta. Mas me omiti e, hoje, busco não ser mais uma. Busco que não existam mais meninas assediadas por ele. Luto para que os cargos políticos não se sujem por lixos a que chamamos de seres humanos.
Como disse, meu agressor é uma figura pública. Por isso não citarei nomes, não vou fazer referências às cidades em que os fatos ocorreram, nem a aquela que ele atualmente reside e ocupa um cargo político.
Não me vejam mal: não tenho medo do que possa vir a acontecer com ele, mas do que pode acontecer a mim. Zelo pela minha vida, pela vida daqueles que amo e pela minha integridade física -- embora a psicológica, depois de anos inquieta, esteja atormentada. Todas as vezes que contei, chorei.
Não me vejam mal: não tenho medo do que possa vir a acontecer com ele, mas do que pode acontecer a mim. Zelo pela minha vida, pela vida daqueles que amo e pela minha integridade física -- embora a psicológica, depois de anos inquieta, esteja atormentada. Todas as vezes que contei, chorei.
Era verão de 2008, eu tinha 15 anos e desfrutava das minhas férias escolares em algum lugar do litoral brasileiro. Saía do primeiro ano do Ensino Médio e ia para o segundo. Um lado meu ainda era tão menina e o outro era tão mulher. O lado tão mulher era o corpo, que não revelava minha pouca idade. O lado tão menina ainda idealizava os relacionamentos e pensava que os homens eram (quase) todos bons.
A adolescência eternizava cada uma daquelas noites quentes em memórias que eu não queria esquecer, nem deixar de viver. Foi numa dessas noites quentes de janeiro que o conheci. Realmente não me recordo da real situação em que nos aproximamos, do que conversamos, ou, ainda, o que levou a me encantar e a ficar com ele. Lembro que ficamos. Lembro o que se sucedeu a isso e do que aqui vou contar. Por um bom tempo apaguei o fato de ter sido assediada. Anulei o acontecimento e segui a vida. Contudo, volta e meia a lembrança voltava. Voltava refletida nos meus relacionamentos amorosos, voltava refletida em pensamentos enquanto transava, voltava no ódio pelo meu corpo.
Meu agressor atualmente é vereador. E não só vereador: é também vice-presidente da câmara municipal e parente do governador do seu estado. Vai ser pai, é advogado formado. Conhece as leis presentes na constituição e sabe que abusar de uma menor de idade é crime, é pedofilia. Sabe, sabia e não só sabe como, após abusar de mim, pediu pra que eu não contasse pra ninguém, não fizesse nada. Não pediu isso porque tinha pesar pelo acontecido, pelos seus atos. Pediu porque “não queria perder sua carteira da OAB”, porque o escândalo envolvendo seu nome mancharia a trajetória política da família. Pediu porque frente à ausência de provas, eu seria uma “vadia” buscando prejudicar a imagem de um “cidadão de bem”.
Mas voltando à noite da agressão: do que ainda habita minha memória, com certo esforço, eu conto.
Após algumas vezes que já tínhamos ficado em festas, depois de muitas propostas de ser levada pro seu carro e de constantes ofertas de bebida, entrei no carro dele, trocamos alguns amassos. Alguns dias depois, novamente nos encontramos e ficamos. Uma companhia agradável, um homem bonito e simpático. Contudo, no meio da noite, ele me disse que precisava ir ao banheiro. Como a fila era muito grande, decidiu ir atrás de uma casa fechada (repito: era verão, estávamos em alguma praia desse Brasil), e eu o acompanhei.
Quando dei por mim havia um homem com as calças baixas e o pênis ereto me pressionando contra a parede, me beijando o pescoço, me babando, me sujando. E, enquanto com uma mão buscava um preservativo na carteira, com a outra ele buscava uma forma de baixar minha calcinha e tirar minha saia. Eu, atônita, sem nunca antes ter transado com alguém, muito menos ter sido abordada dessa maneira, pedi pra que parasse. As palavras dele eram de que eu queria, de que eu era safada e estava super a fim.
A minha vontade era de fugir, de rebobinar o tempo e não tê-lo acompanhado. Senti que a culpa era minha. Por sorte, consegui me desvencilhar dos braços dele enquanto eu dizia “não”, até que cheguei a um lugar mais iluminado e movimentado, e já intimidado pela circulação de pessoas, ele parou.
No dia seguinte pediu pra que isso ficasse entre nós. Falou sobre pedofilia, sobre ter seu cadastro como advogado cassado, sobre suas boas intenções. E eu acreditei. Falou ainda sobre esperar eu ser mais velha e mais experiente. E hoje eu sinto nojo dessas palavras.
Não nos falamos mais desde então, mas eu acredito que ele saiba meu nome e, por isso, tenho receio de me expor. Em algum lugar existe uma foto minha com ele. Meu nojo é tanto que não fui capaz de procurá-la nos meus arquivos. Há uns três anos, o identifiquei numa foto em campanha política junto com seu tio, que era candidato a governador. Há alguns meses, curiosa por saber por onde andaria o fdp, fiz uma pesquisa no Google. Assim descobri sua posição política atual, seus aliados, seus braços direitos, seu perfil no Facebook.
Fui interpretar o que ele me fez como um estupro tempos depois. Na época a legislação não previa qualquer caso de abuso sexual como um estupro em si, somente aqueles casos em que havia penetração. E eu, boba, não levei a denúncia adiante. Sei que poderia denunciá-lo agora, mas, como disse, tenho medo.
Sinto raiva pela pessoa pública que ele se tornou. Pelo desserviço que deve fazer à sociedade. Pelo sociopata que é. Pela dor e sofrimento que guardei calada. Pela possibilidade de existirem outras vítimas.
Das poucas pessoas que sabem dessa história, muitas se espantam com o fato de eu ter saído não traumatizada disso tudo. Não fiz terapia, não tomei remédios. Desenvolvi uma não aceitação do meu corpo, assim como problemas de relacionamento, principalmente no que envolve sexo, e luto todos os dias pra vencer minhas barreiras e me olhar no espelho me sentindo linda. Precisei de muito amor próprio que, não sei como, encontrei forças para ter.
Há três pessoas que são essenciais pra coragem de vir me expor hoje. Contei essa história a um amigo que já ouviu muitos casos de agressão e violência; ele me disse que é impossível sair ilesa de algo assim. E, sim, concordo, é impossível. Se isso me afetou menos do que afeta a outras meninas é porque desde o primeiro segundo comecei, inconscientemente, a lutar para enfrentá-lo. Sempre com as armas que pude. E eu, antes tão frágil, me vi forte. Me vi como uma leoa.
Vir aqui contar tudo já é muito mais do que um dia eu pensei que conseguiria. Gostaria de pegar o material de campanha desse cara imundo e carimbar “estuprador”, contar a minha história, os meus dramas, a minha existência pra todos os seus eleitores.
Hoje tenho 20 anos, curso Letras em uma universidade federal. Poderia ser manicure, professora, advogada, cozinheira. Poderia ser você.
Eu sou mais uma história triste de violência, machismo e abuso sexual, mas sou tudo isso que ninguém pode tirar de mim.
Lola, uma senhora acabou de me dizer o seguinte: Conheço várias mulheres que na adolescência eram feministas e na vida adulta viraram evangélicas, mas não conheço nenhuma que na adolescência era evangélica e na vida adulta virou feminista.
ResponderExcluirEu fiquei sem resposta, preciso de argumentos. O que dizer?
O Instituto de Pesquisa As Vozes Me Disseram não é confiável.
ExcluirTem certeza que era mulher e não uma dinossaura? Diga a ela o seguinte: não me interessa as mulheres que deixaram de ser isso ou aquilo. Mas eu tenho convicção de quem sou e que estou do lado certo. Nada impede a mulher ser evangélica e ser feminista, não existe regras. Mas se a senhora é uma das que virou evangélica irei lhe respeitar até se vir a ser uma prostituta então me respeite e não me faça o desagrado de expor idéias tão tolas.
ExcluirSer uma vítima é algo muito confuso, são tantos pensamentos que nos cercam que as vezes td fica ambíguo.
ResponderExcluirFico feliz pela A, que tem pessoas que a entendem, e que do jeito dela lida com isso.
Só gostaria que ela tirasse essa culpa de si, conhecendo a justiça e a política brasileira duvido muito que algo de fato afetasse esse vereador, poderia lhe dar um pouco de dor de cabeça, mas prejudicar de verdade tenho minhas duvidas.
E Anon das 15:58 diga-lhe que ultimamente é fácil retroceder.
E tem que ver se eram feministas de fato, muita gnt se acha militante, mas na verdade é preconceituoso enrustido
Anônimo das 15:58
ResponderExcluirEu era evangélica na adolescência e hj sou feminista. Além disso sou ativista pelo Estado laico e combato o fundamentalismo religioso com unhas e dentes. Manda essa senhora vir conversar comigo.
www.osatanaz.wordpress.com
Lola poderia escrever novela das 8.
ResponderExcluirComo eu venho dizendo, o estuprador/abusador pode ser qualquer um. Do mais reles bebum ao mais ilibado representante do povo.
ResponderExcluirAnon das 15:58,
ResponderExcluirEu conheço evangélicos que viraram ativistas de gênero (no caso, ativistas gays), e pelo menos duas mulheres que eram muito religiosas - cristãs - e viraram feministas.
Também temos o grupo das Católicas Pelo Direito de Decidir, que são religiosas E feministas.
Eu não sei, gente.
ResponderExcluirEu fico acreditando que mais da metade dos homens é um "sociopata" agressor caso você dê a oportunidade.
Eu já escapei por pouco de ser estuprada por um grande amigo. Também já fui agredida por pessoas que deveriam cuidar de mim. Eu inclusive já perdoei agressão porque eu sabia que "não era uma má pessoa", "só" era um homem, e eu fiz a cagada de confiar nele. A culpa era minha.
Pra mim, o homem sem coração, dominador, sem empatia alguma, é o homem "default". Existem homens respeitosos, dignos, maduros, cheios de empatia e amor ao próximo - mas eles são verdadeiros tesouros, que devem ser guardados, defendidos e amados. Eles não são "normais". Eles são uma mutação, algo que "deu errado" na formação social. Pessoas que escaparam pelas frestas das grades do patriarcado.
TL;DR: garota de 15 anos é agarrada na praia por um fdp q é político, dá um chega pra lá nele e o cidadão dá "carteirada" nela. Penetração forçada não consumada, a vítima conseguiu escapar ilesa. The end.
ResponderExcluirRir? Feminista virando evangélica? Feminismo agora é tipo... religião?
ResponderExcluirAnonimo, eu e minha irma fomos evangélicas na adolescencia e nos tornamos feministas na vida adulta, como nós existem muitas, agora o inverso, na real, nunca conheci.
ResponderExcluirpedofilia é até 14 anos
ResponderExcluirResposta ao anônimo acima. Peça pra essa senhora rever as amizades dela. Ela tem andado muito mal acompanhada.
ResponderExcluirOi Lola. Li o relato da menina acima e me vi quase retratada, apesar de que no meu caso não tive como escapar e tive minha primeira relação sexual em estado de choque, sem conseguir esboçar qualquer reação e sem entender o que estava acontecendo. Acho que o choque durou uns seis meses. Tempo suficiente pra que eu me culpasse o suficiente e sequer cogitasse denunciar meu agressor. Enfim, a culpa é o pior sentimento, e é ela que nos faz calarmos. Depois te conto melhor sobre isso. Abraços.
ResponderExcluirQue mundo ostra esse que opõe religião a feminismo. Evangélicas necessariamente são não-feministas? Isso que essa senhora falou é uma viagem na maionese, baseada em um pré-concepção específica e bem limitada do que é feminismo e do que é ser evangélico.
ResponderExcluirEssa senhora também nunca deve ter conhecido homossexuais católicos, pergunte a ela. Depois explique-lhe que não é por ela ignorar o mundo a sua volta que ele não existe.
(Pra a pessoa do primeiro comentário: diz pra essa senhora se informar mais, pois muitas feministas saíram da igreja justamente ao se darem conta da furada machista e patriarcal que é igreja católica/ evangélica ou algo do tipo. Falo por amigas e principalmente por mim mesma)
ResponderExcluir"Conheço várias mulheres que na adolescência eram feministas e na vida adulta viraram evangélicas, mas não conheço nenhuma que na adolescência era evangélica e na vida adulta virou feminista.
ResponderExcluirEu fiquei sem resposta, preciso de argumentos. O que dizer?"
fala que conhece
assim serão duas pessoas mentindo, em vez de uma só
Sei que vão me "apedrejar" aqui e nem vou me esconder por trás de um comentário anônimo. Vejo muitos gest posts relatando casos de abuso que, do meu ponto de vista, simplesmente não consigo entender o motivo de tanto drama. Como nesse caso, por exemplo... Não sei quem é o sujeito de quem a garota está falando e não estou falando isso para defendê- lo por causa de sua posição e status, mas a meu ver ele é simplesmente um babaca que tentou se dar bem em cima de uma adolescente, da suposta ingenuidade da garota. Eu já tive 15 anos e sei bem como é, a gente se deslumbra mesmo quando um cara mais velho, bonito e com certa condição social se mostra interessado, acontece que muitos desses caras tiram proveito desse deslumbramento pra se dar bem em cima das "novinhas". O problema é que nos deixamos levar pelo deslumbramento e não enxergamos o quanto o cara é babaca. Não acredito que esse cara era um príncipe encantado e, do nada, deu sinais de sua babaquice e tentou estuprá- la, acho que ele deve ter dado muitos sinais de babaquice antes disso. Mais uma coisa que não entendi: por que ela foi acompanhá- lo atrás da casa se ele falou que ia lá para urinar? é no mínimo estranho...
ResponderExcluirPodem dizer que sou uma mulher que compactua com a cultura do estupro, mas eu não concordo que vítimas são seres inquestionáveis. Não estou eximindo os agressores de culpa, mas algumas histórias que leio por aqui me soam muito mal contadas...
Izabela, estas histórias soam assim como um conto erótico? Também axo que tem gente usando o blog da Lola pra divulgar suas 'obras literárias' sórdidas.
ResponderExcluirSerá que a Lola sabe de quem a guest-poster está falando pelo menos?
Figuei horrorizada com o relato, pobre moça. Pior que pelas características que ela deu, pode até ser minha cidade, mas como esse Brasil é tão grande pode não ser. Se for minha cidade queria abraçar a moça (sou dessas pessoas que gosta de abraçar quem não tá bem), caso não seja sinta-se abraçada e espero que você tenha paz, pois esquecer esse fato deve ser bem dificil. ( escrevo como anonima,pois pode até ser a mesma cidade)
ResponderExcluirBastou um google pra eu descobrir quem é o pilantra. Dica pra autora do post: da próxima vez que quiser falar de alguém sem identificar quem é, dê menos dicas, porque essa foi muito fácil.
ResponderExcluirsó tá falando isso porque quer aterrorizar a moça
ExcluirNão acho que todo homem seja sociopata, acho que eles nunca recebem de fato uma educação sexual esclarecedora, ainda existem abusos que não são considerados abusos, como eles vão realmente entender sobre limites?!
ResponderExcluirObvio que eles tem uma consciencia do que fazem, mas eles tem uma sociedade que compactua com eles, uma sociedade que acha que se a mulher se colocou naquela situação de risco era pq ela queria.
Falo isso pq já fui abusada quando estava bêbada, dai vem gnt falando sobre eu saber dos meus limites, eu era nova, estava entre amigos que eu convivia tds os dias e durante alguns anos, fui irresponsável? sim, mas não acho que merecia ser estuprada por confiar em alguem que não deveria.
A maior parte dos estupros acontece disso, de pessoas confiáveis, e quando que meninas novas vão ter discernimento para perceber as falhas de comportamento de alguém? É querer um julgamento que ainda não foi desenvolvido por muitos
Tb consegui descobrir quem é.
ResponderExcluirEsse mundo da política todos sabemos que é bem artificial e tosco. Mas esse cara é o que tem de pior nesse ambiente. Jovem, pai de família, exemplar de moral e bons costumes e.. um monstro.
Acho muito perigoso qnd comentários tentam deslegitimar a vítima em detrimento de uma figura que tem todos os privilégios e posa de bom moço. É claro que isso não existe.
Na minha cidade, há 50km de SP, tb tinha um vice-prefeito que concorreu a prefeito (Felizmente não ganhou) e q tinha bem esse perfil. E muita gente sabia q ele vivia em uma praça de travestis e prostitutas utilizando os serviços e no outro dia saía dizendo o quanto a família era importante etc. etc... ou seja, hipocrisia é certo, ainda mais em partidos centro-direita.
Concordo com Isabela F,tem alguns casos bem estranhos e bastante forçados para a coisa parecer pior do que foi,sempre aparece uma mulher dizendo que TODO MUNDO VIU o abuso e não fez nada??! Bem estranho,é como se fossem o centro das atenções e todo mundo as olha o tempo todo,só assim para afirmarem isso.
ResponderExcluirUma foi abusada no ônibus,foi ao motorista chorando pedindo para trocar de lugar sem dar explicação nenhuma e ela diz que olhou nos olhos dele e só com isso sabia que ele sacou tudo e se lixou???!
Só se ele lesse pensamentos,uma pessoa pode estar chorando por milhares de motivos,ele pode ter sacado ou não,não dá pra saber.
Outra enche a cara,não lembra de nada e já conclui que foi abusada porque sentia ardência na região íntima,era a primeira vez dela e muitas sentem isso na primeira vez (eu também)então n quer dizer nada.
E sem investigar nada,perguntar ao cara o que tinha acontecido,taxa ele de estuprador e pronto.
Já que ela não lembra,nem passou pela cabeça dela que podia ter transado por vontade própria?
Anonima do primeiro comentario, responda a essa senhora que feminismo X evangelicos não é bianario,tipo, ou é um o ué outro. eh tipo gostar de rock e não tomar cerveja. Uma coisa não exclui a outra.
ResponderExcluirMas se ela continuar nessa viagem, explique: cara senhora, talvez por que você viva em meio evangelico conheça casos assim. mas eu que vivo no meio feminista, conheçm muito mais gente que seguiu o caminho "oposto".
Alias, eu era religiosa ferrenha até meus 13 anos. E eis me aqui, ateia e feminista até o ultimo fio de cabelo.
E pergunte para essa senhora fofa-de-meu-deus o que ela acha que é o feminismo, porque acho que tem grandes chances dela estar redondamente equivocada.
Lia38
Nossa Lola, te amo, amo teu blog mas os últimos posts estão meio sem sal, né?
ResponderExcluirUm que é um conto de navalha na carne, outro que fala chega de fiu fiu ( um cara me chamou de gostosa).. bom, e dai?
Outro que fala que quando tinha 15 anos um cara se esfregou nela...
Não culpo a vitima nem por um segundo, e sei que essas situações saão infelizmente presentes na vida de toda mulher. Mas exatamente por se tão corriqueiro, tem que ser relatos mais fortes ou muitissimos bem escritos, ou polemicos, sei la.
Porque se cada vez que um cara nos chamar de gostosa na rua a gente escrever aqui no blog, vai virar uma chatisse so.
Kittsu, eu também descobri em poucos segundos. Apenas uma pessoa tem todas as características descritas no texto. Pode ser que a Lola queira editar o texto.
ResponderExcluirLola,e tenho uma enorme curiosidade sobre você.Quando era adolescente,sua mãe passava a mão na sua cabeça todas as vezes em que fazia alguma cagada?
ResponderExcluirDesculpa aí,mas você muitas vezes presta um verdadeiro deserviço a muitas garotas.Olha esse relato por exemplo.O cara foi um canalha?Claro,mas o que aconteceu poderia ter sido evitado se a garota não fosse tão bobinha.E ela tinha 15 anos na época,não era uma criancinha de colo inocente.O cara vai urinar atrás de um cômodo,ela foi fazer o que atrás dele?Ia balançar o pinto depois que ele terminasse?Qual o problema de dizer que ela teve sua parcela de culpa no ocorrido?Ela teve.Assumir responsabilidades faz parte do amadurecimento do ser humano.Far parte do processo de superação de muitos traumas,de crescimento espiritual.Pare de tratar suas seguidoras como coitadinhas.
Ah,pode me chamar de troll,mascu,pode tentar me desacreditar diante de todas.Pro seu azar,eu sou mulher.
Eu sou um exemplo de evangélica na adolescência e feminista na fase adulta da vida :)
ResponderExcluirhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_munic%C3%ADpios_do_Brasil
ResponderExcluirSério? em TODOS esses municípios, só há UMA pessoa com essas caracteristicas? tu pesquisou todos? sério? sei...
E saiba que ficar repetindo postagens como anônimo não faz parecer que são várias pessoas, tanto quanto você acha.
Izabela F, eu tive a mesma sensação que vc quando li o relato.
ResponderExcluirSó não sei se:
a)estamos tão habituadas à cultura de estupro que encaramos isso como normal
b)nós, aos 15 anos, éramos muito mais espertas que a autora do guest post, e tiraríamos essa situação de letra
c)se ela pintou com cores fortes o que houve, para nos impressionar com a história
Sério, não sei mesmo.
A princípio, me pareceu uma situação corriqueira de um casal jovem se pegando, onde a garota simplesmente diz não e não consuma a transa e pronto. Nem sei se a idade seria um problema, porque não sabemos quantos anos ele tinha na época... pode ser que ele tivesse uns 18 e ela 15, vai saber...
Porém, como ela relata tanto desconforto diante da situação, respeito a dor dela. E espero que tudo isso seja superado.
Pessoal invalidando o relato porque não houve penetração forçada. Pessoal achando estranho que "todo mundo viu e ninguém fez nada". Sério, quantas vezes aconteceu de todo mundo ver um abuso E FAZER ALGUMA COISA? Sem falar que pelo que entendi ninguém viu mais do que o cara correndo atrás dela, o resto foi atrás da casa. Pessoal invalidando o relato porque a menina foi atrás do cara. O que ela queria? Aparentemente não queria transar com ele. Gente, desculpa, eu entendo o cara -achar- que ela queria, mas não entendo o cara ter certeza e agarrar a moça. Quando alguém "achar" que é possível que eu esteja interessada em sexo, espero que busque ter certeza antes de me agarrar e forçar a fazer.
ResponderExcluirO melhor amigo do meu ex-namorado era meu amigo. Nós três tentamos transar um dia e não deu certo porque ele "não conseguia porque eu era namorada do melhor amigo dele". Amizade continuou normal. Um ano depois, no carnaval, saímos pra jantar e o cara ficou deprimido. Ele tinha vindo na minha casa no dia anterior com um grupo de amigos e a nova namorada, a quem me apresentou todo contente, e que era uma pessoa bem agradável. Nesse dia seguinte, quando jantávamos, estávamos falando de sexo. O jantar tinha acabado, estávamos sem grana, eu o chamei para então vermos um filme na minha casa. Chegamos lá e ele disse que queria fazer sexo. E eu disse que não estava a fim, mas se ele quisesse ver o filme, podíamos continuar lá. Daqui a pouco o homem me agarra e beija à força. Tive que expulsar da minha casa.
Contei pro meu namorado e ainda ouvi coisas como "mas por que você falou de sexo?" e "mas por que você continuou com ele em casa?" Vou explicar: eu não acho correto assumir que homens são animais sem controle que não conseguem não forçar uma mulher a fazer sexo. Tenho amigos homens e sempre achei natural confiar neles, sempre achei que entenderiam que não é não. Eu entendo o cara ter vontade e perguntar. Eu não entendo o cara ouvir não e achar que ouviu sim porque não levou um tapa e foi expulso, porque há um ano atrás eu quis transar com ele, porque eu confiei nele pra ficar sozinho comigo na minha casa, porque estávamos falando de sexo em algum momento do dia, porque o cara acha que "ver um filme" é eufemismo pra transar, mesmo eu explicando que não era, não.
Não fui fisicamente agredida e depois de me forçar a beijá-lo, o cara percebeu que eu fiquei realmente furiosa , pediu desculpas, e não resistiu a ir embora. Na hora eu aceitei as desculpas. Mas nunca mais falei com ele, e a figura não me perdoa por ter destruído a preciosa amizade dele com o meu ex. Contei essa história pra todo mundo. TODO MUNDO. A maioria das pessoas acha que foi chato, mas entende o cara. Porque eu provoquei seus instintos animais. E ele nem me estuprou.
A lição aprendida é não ficar sozinha em casa com homem nenhum com quem eu não queira fazer sexo (só meu companheiro, atualmente). Sofri um acidente e estou fazendo fisioterapia domiciliar, e SEMPRE tem alguém comigo quando meu fisioterapeuta vem. Afinal, o que eu posso querer, recebendo um homem para tocar meu corpo? Tipo, além de me curar e sentir menos dores? Eu não tenho razão alguma para achar que ele vai confundir as bolas, mas mulher "esperta" entende que homens são animais, certo? Então é isso aí.
Esses comentários que invalidam o post só mostram o quanto cultura de estupro é algo real e vivo.
vcs são ninjas, tá difícil descobrir quem é a figura
ResponderExcluirÉ óbvio que o cara abusou da menina - de seu corpo, de sua confiança. Mas, ao ler o relato, eu fiquei com a sensação de que o sentimento de ódio dela com relação a ele não diz respeito apenas ao abuso físico que ela sofreu. Desculpe, A, mas eu achei que parte desse ódio é que ele não cumpriu a promessa de lhe procurar quando você estivesse "mais velha" e que você ficou frustrada, se sentindo enganada: "[ele falou] sobre suas boas intenções. E eu acreditei. Falou ainda sobre esperar eu ser mais velha e mais experiente. E hoje eu sinto nojo dessas palavras".
ResponderExcluirOu seja, mais uma menina/mulher sofrendo as consequências das mentiras que a sociedade patriarcal costuma lhes contar. Por isso eu acho que uma das facetas mais importantes da luta feminista é desconstruir o mito do amor romântico, que faz com que mulheres acreditem nas promessas dos cafajestes, mesmo depois de muitas evidências de mau-caratismo.
Por isso eu acho que uma das facetas mais importantes da luta feminista é desconstruir o mito do amor romântico, que faz com que mulheres acreditem nas promessas dos cafajestes, mesmo depois de muitas evidências de mau-caratismo.
ResponderExcluira culpa n é do romantismo,é de quem acredita no primeiro que aparece sem conhecer direito.
Não dá pra ter certeza de nada com esses dados...Não adianta querer bancar o esperto anônimo do google. Dá até pra ter uma desconfiança de quem seja mas ter certeza não. Até porque existem muitos municípios no Brasil né???
ResponderExcluirParabéns pra vocês com essa habilidade com o google. Invejo vocês. Quero saber a manha, esse ninjitsu aí.
ResponderExcluirOutra coisa, porque estão preocupados se é fácil de descobrir? Ela disse o nome dele? Então foda-se.
Por mim ela dizia o nome e sobrenome. Por mim ela denunciava. Acho o cúmulo vítima com esse tipo de preocupação. Quem tem que ficar pianinho é ele.
Anon 05:53 que diz que o blog está uma chatice só.
Chatice é você se acostumar com machismo desse jeito, né?
Anon pouco empática que disse que menina de 15 não é inocente.. O relato dela prova que ela era inocente.
Ela não é "coitadinha".
Ela foi vítima de estupro. Vítima.
Essa palavra feia que vítimas não podem mais usar mas que será usada até que vocês que se incomodam criem uma palavra diferente com o mesmo significado.
"a culpa n é do romantismo,é de quem acredita no primeiro que aparece sem conhecer direito."
ResponderExcluirE quem desconfia é o o que mesmo? Neurótica, feminista misândrica, não é isso?
Esse texto e os comentários servem bem para ilustrar esse pensamento.
http://kateharding.net/2009/10/08/guest-blogger-starling-schrodinger%E2%80%99s-rapist-or-a-guy%E2%80%99s-guide-to-approaching-strange-women-without-being-maced/#comment-113896
http://kateharding.net/2009/10/08/guest-blogger-starling-schrodinger%E2%80%99s-rapist-or-a-guy%E2%80%99s-guide-to-approaching-strange-women-without-being-maced/#comment-113950
http://kateharding.net/2009/10/08/guest-blogger-starling-schrodinger%E2%80%99s-rapist-or-a-guy%E2%80%99s-guide-to-approaching-strange-women-without-being-maced/#comment-113802
Acho que o tal vereador tratou de tirar as associações a seu nome das pesquisas do google.
ResponderExcluirOs comentários tentando invalidar o relato na moça são nojentos.
ResponderExcluirPo**a gente, empatia pra quê, né?
Pior que deve ser uma pessoa só escrevendo de novo e de novo.. Aff.
Sem contar que essa gente é ninja pra descobrir quem é o cidadão.
--
Cara A., tudo que eu posso dizer é:
Você é muito forte! Fico contente em saber que você tem pessoas em quem confiar e que podem te ajudar, pois ficar sozinha numa situação dessas pode ser enlouquecedor.
E quem desconfia é o o que mesmo? Neurótica, feminista misândrica, não é isso?
ResponderExcluirquando foi que eu disse isso? ah é,vcs adoram inventar e distorcer o que os outros falam.
Essa menina é tão inocente quanto aquela que mandava fotos pornográficas para um estranho rsrsrsrs
ResponderExcluirQuanta inocência ficar se agarrando com quem mal conhece,indo em becos na maior inocência com um estranho.
Com essa idade deviam estar preocupadas com estudo,não em ficar se esfregando com o primeiro que aparece.
E ainda querem pagar de santas? Faz me rir!
A noção do que é ser inocente já está deturpada faz também,antigamente era a mulher ou o homem inexperiente ,que nem pensava em namoro com míseros 15 anos,hoje em dia é isso aí que se vê nesses posts.
Quanto comentário escroto!!!
ResponderExcluir"Vítimas não são inquestionáveis"... Incrível como as pessoas acham infinitamente mais fácil acreditar na inocência do estuprador do que na da vítima. Não interessa se ela acompanhou ele: disse não, ele continuou, é estupro. Fim. Não tem o que questionar.
Gente, não é questionar a vítima.
ResponderExcluirMas agora se temos que falar para todo mundo " tadinha,coitada.. que sofredora", então tá. Estamos só reenforçando sermos o sexo frágil.
E não dúvido da vítima. Eu , assim como qualquer mulher já passei por isso. Tinha 16 anos, dando uns amassos com um cara na praia e quando vejo ele tava de pau duro, pelado. ODEIIIIIIII, dei chilique, chorei, corri, fiquei com vergonha.
Mas sabe o que? Não fico achando que sou a pior das pessoas, que ele estragou minha vida... é cada drama. PArece memso que o drama dela foi ter acreditado nas palavras bonitas dele. Acho que é necessário saber o que consideramos estupro, e o que consideramos termos sido enganadas pelo amor de um cafajeste.
Só chamar a menina de coitada o tempo todo, não dá
Kittsu, eu postei como anon às 05:48 e foi meu único comentário nesse post.
ResponderExcluirO artigo que você postou lista todos os municípios mas ela não menciona simplesmente um vereador. Há várias características listadas. Vereador, presidente de câmara, parente do governador do mesmo estado, com esposa grávida recentemente e advogado, só tem um mesmo.
Ok, vamos considerar que é anormal pra cacete que a politica de cada estado normalmente ser dominada apenas por algumas poucas famílias, especialmente nos estados menos populosos. Mas quão anormal é que os politicos tenham familias e filhos (e que suas parceiras estejam grávidas)? ...E com qual grau de parentesco: irmãos, pai e filho, primos, cunhados, sogro e genro, primos mais distantes...?
ResponderExcluirVocê pesquisou o grau de parentesco de CADA UM DOS presidentes dessas camaras de vereadores com relação aos seus respectivos governadores, e quais tinham uma esposa grávida? qual a formação de cada um?
Ainda duvido. rsrs
Ô anÔnimojá passou pela sua cabeça que a Lola ou mesmo a autora do post pode ter modificado algum dado para que as pessoas não o identificassem???Por exemplo: mudado a profissão ou algum outro dado...
ResponderExcluirÔ Kittsu, vc viajou quando achou que é uma mesma pessoa postando como anônimo todas as vezes.
ResponderExcluirEu sou o anônimo que postou no dia 4 de maio de 2014 às 21:34. Quem postou depois como anônimo eu não sei, só sei que não fui eu rsrsrsrs...
Mas acho que a moça vacilou mesmo dando tantas informações. Parece que ela queria mesmo é que alguém descobrisse e denunciasse o cara. Afinal, se ela não quisesse mesmo que o sujeito fosse identificado, era só dizer que ele é vereador e ponto. Existem milhares de vereadores no Brasil.
Ele abusou dela. É fato. Mas será que ninguém ficou em dúvida se ela se sentiu enganada por ele e ficou com ciúme porque ele vai ser pai? Será que ela não ficou com raiva porque os seus planos de ficar com ele (o abusador!) futuramente foram frustrados?
ResponderExcluirMeninas e mulheres, vamos parar de alimentar o mito do amor romântico! Esse tipo de crença destrói nossa autoestima e faz com que a gente faça cálculos de vida completamente equivocados.
"Vítimas não são inquestionáveis"
ResponderExcluirestá certo,afinal,existem falsas denúncias,já aconteceu isso na minha família.
n vou entrar em detalhes mas meu primo foi acusado pela enteada de estupro,depois ela confessou que era tudo mentira simplesmente pq n gostava dele!??
o mundo e muitas pessoas são podres,eu não duvido de nada e nem vou acreditando nos outros de primeira.
"Ficou com ciúme que ele vai ser pai"???? Que coisa mais estúpida de se pensar.
ResponderExcluirAconteceu uma coisa parecida comigo quando eu tinha 14 anos, a família do rapaz era bem importante em Sorocaba e região. Estávamos em uma chácara em Araçoiaba da Serra, numa festa, eu ali só no meu refrigerante e ele veio e me deu toda atenção do mundo, mais velho né fiquei me achando toda-toda... aí uma hora resolvi ir ao banheiro (sempre o banheiro né gente?) e ele foi me acompanhar. Os primeiros beijos eu dei porque quis, mas aí ele foi se empolgando e poxa, eu tinha 14 anos, fiquei assustada com aquilo mas ele insistiu de um jeito super bruto, me agarrando mesmo, puxando meu cabelo, esfregando o pinto duro e falando altas merdas mas consegui me livrar dele e passei o resto do tempo com outras pessoas. Nem fiz esse drama todo não, quando li o relato achei que era mais um caso escabroso e não vi tudo isso. Fora que o rapaz ficou se cagando de medo depois e achei o máximo. Fiquei super orgulhosa de mim de ter escapado de uma coisa que realmente poderia ser péssima, assim que é bom. Já tem uns 5 anos essa história e até hoje ele foge de mim rsrsrsrsrsrsrs é um cagão mesmo. Foi bom ter passado por isso novinha porque no fim isso acabou me dando coragem pra vida, no sentido de que eu era uma pessoa capaz mas sei que cada pessoa reage de um jeito.
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