Saiu uma errata do Ipea. Na divulgação da pesquisa em 27/3, os gráficos com os resultados com as afirmações "Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar" e "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas" foram trocados.
Desta forma, a primeira afirmação teve 65% de entrevistados que concordam (nada machista, né?), e a segunda, que foi a que causou maior repercussão, "apenas" 26% de gente concordando.
Desta forma, a primeira afirmação teve 65% de entrevistados que concordam (nada machista, né?), e a segunda, que foi a que causou maior repercussão, "apenas" 26% de gente concordando.
Melhor nem mencionar que 26% é um bocado de gente. Tipo, uma em quatro pessoas.
E melhor nem falar que a outra afirmação referente a estupro, "Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros", não estava errada. De fato, 59% dos entrevistados concordaram, parcial ou totalmente, com a afirmação.
Apesar do diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea ter pedido exoneração, é inadmissível que um instituto sério e importante divulgue um estudo com erros desse quilate.
Ainda mais referentes a uma pesquisa que foi realizada em meados do ano passado. Não houve tempo hábil (nove meses?) para tabelar e revisar os resultados? Sem querer entrar em conspirações da direita (de que a pesquisa foi divulgada para monopolizar atenções e remover a pressão da Petrobrás ou da aprovação do marco civil -- até tu, Anonymous? --, é mesmo um tanto suspeito que um erro crasso desses não tenha sido percebido pelos pesquisadores.
Fora isso, como escrevi em outro post, havia vários questionamentos metodológicos que podiam afetar os resultados (por que tanta mulher entrevistada? Por que só 29% de entrevistados em "áreas metropolitanas"?).
Agora o que mais tem é machistóide que passa a vida dizendo que mulher com pouca roupa merece ser atacada comemorando o erro da divulgação da pesquisa. Porque, imagino, assim o problema dos estupros vai embora. Afinal, eles sempre disseram que estupro era paranoia feminista, e que isso non ecziste!
Ainda mais referentes a uma pesquisa que foi realizada em meados do ano passado. Não houve tempo hábil (nove meses?) para tabelar e revisar os resultados? Sem querer entrar em conspirações da direita (de que a pesquisa foi divulgada para monopolizar atenções e remover a pressão da Petrobrás ou da aprovação do marco civil -- até tu, Anonymous? --, é mesmo um tanto suspeito que um erro crasso desses não tenha sido percebido pelos pesquisadores.
Fora isso, como escrevi em outro post, havia vários questionamentos metodológicos que podiam afetar os resultados (por que tanta mulher entrevistada? Por que só 29% de entrevistados em "áreas metropolitanas"?).
Agora o que mais tem é machistóide que passa a vida dizendo que mulher com pouca roupa merece ser atacada comemorando o erro da divulgação da pesquisa. Porque, imagino, assim o problema dos estupros vai embora. Afinal, eles sempre disseram que estupro era paranoia feminista, e que isso non ecziste!
Sabe como eu fiquei sabendo do erro do Ipea? Foi graças a um comentário anônimo aqui no blog com a palavra "Chupa! Escreveu sua parede de texto pra nada". Outro reaça (que é estudante de jornalismo na UFC e já escreveu um post mentiroso sobre mim; depois de formado, pode tentar uma vaga na Veja) me enviou esta enigmática mensagem no Twitter:
Como eu disse nos outros dois paredes de texto posts que escrevi sobre a pesquisa, aquele número dos 65% foi uma ducha d'água fria pra quem combate a cultura de estupro, ainda que não totalmente surpreendente.
Afinal, eu mantenho um blog feminista há mais de seis anos. Você realmente acha que eu não ouço barbaridades como "mulher merece ser estuprada" todo dia? Fora as ameaças de morte, estupro, tortura e desmembramento feitas diretamente pra mim -- semanalmente, há mais de três anos?
Afinal, eu mantenho um blog feminista há mais de seis anos. Você realmente acha que eu não ouço barbaridades como "mulher merece ser estuprada" todo dia? Fora as ameaças de morte, estupro, tortura e desmembramento feitas diretamente pra mim -- semanalmente, há mais de três anos?
Já publiquei mais de 150 posts aqui no blog sobre estupro. A maior parte são guest posts, textos enviados por leitoras (e alguns poucos leitores) contando suas histórias de horror. É o tipo de relato que mais recebo, disparado, justamente porque estupros são tão comuns.
Em 2008, quando criei o blog, lancei uma frase que segue sendo repetida por muita gente -- toda mulher tem uma história de horror pra contar. Claro, não é bom generalizar: existem mulheres que nunca sequer correram risco de estupro; existem as que escaparam por pouco (meu caso); existem pessoas que não querem contar. Mas sem dúvida é uma frase com que a maioria das mulheres se identifica, já que estupro faz parte do nosso cotidiano. Homens nem desconfiam quanto. Homem só se preocupa com risco de estupro quando vai preso. No resto do tempo, conta piadas com essa temática tão divertida.
Em 2008, quando criei o blog, lancei uma frase que segue sendo repetida por muita gente -- toda mulher tem uma história de horror pra contar. Claro, não é bom generalizar: existem mulheres que nunca sequer correram risco de estupro; existem as que escaparam por pouco (meu caso); existem pessoas que não querem contar. Mas sem dúvida é uma frase com que a maioria das mulheres se identifica, já que estupro faz parte do nosso cotidiano. Homens nem desconfiam quanto. Homem só se preocupa com risco de estupro quando vai preso. No resto do tempo, conta piadas com essa temática tão divertida.
Então, são 150 posts sobre estupro já publicados aqui. Quer saber quantos desses 150 nunca receberam comentários do tipo "ela mereceu", "ela pediu", "é isso o que vagabundas merecem", "se ela não tivesse bebido", "ela está mentindo", "você [eu, Lola] inventou a história", "isso não foi estupro", "ela só fez sexo e se arrependeu", "devia ter sido estuprada" (no caso de vítimas que conseguiram escapar), "essa eu estuprava", "já estuprei e quero estuprar de novo", "não é estupro, é sexo surpresa" etc? Zero. Nunca aconteceu. Sério mesmo, tais comentários são clichê em posts sobre estupro.
Por isso, lamento muito não ter ficado tão chocada com os números do Ipea. É o que eu ouço e leio todo dia, ou pelo menos toda semana. Claro, não esperava tanto (59% culpam o comportamento da mulher pelo estupro do qual ela é vítima?! E você acha pouco?). Irônico mesmo foi ver reaças e mascus falando que nunca ouviram alguém dizer que uma mulher merece ser estuprada. Quer dizer, eu já li comentários, mensagens, textos, tweets desses mesmos caras dizendo exatamente isso. Não sei o que lhes falta mais -- memória, cara de pau, ou espelho.
E pra quem não tem memória, vale lembrar que a pesquisa do Ipea está lotada de resultados machistas (maioria entrevistada concorda com afirmações como o homem deve ser a cabeça da família, toda mulher sonha em casar, mulher sem filho não é realizada, existe mulher pra casar e mulher pra levar pra cama etc). Afirmações que, pra feminista, não são nenhuma novidade. Se eu ganhasse um real pra cada vez que alguém me dirigiu qualquer uma dessas frases nos últimos seis anos, olha, não sei se eu não estaria disputando a entrada na lista dos bilionários da Forbes (aquela em que podemos ver como 85 bilionários têm o equivalente a 46% da população mundial, but hey, eles mereceram!).
Outra coisa: sexta passada, por conta do resultado divulgado pelo Ipea, algumas feministas lançaram a campanha virtual #NãoMereçoSerEstuprada (quase sempre seguida de outra tag bem óbvia, #NinguémMerece). Foi um sucesso. A campanha foi assunto de inúmeras matérias da grande mídia, e é sempre bacana quando a internet pauta a mídia tradicional, e não só o contrário. Se a campanha teria sido lançada caso a pesquisa dissesse "26% concordam que mulher que anda com pouca roupa merece ser atacada"? Não sei. Talvez as organizadoras dessem mais destaque para os 59% que acham que as mulheres não sabem se comportar, e por isso os estupros acontecem?
Não dá pra saber. Mas vamos aos fatos: 1) a página da campanha foi hackeada por gente que se opôs a ela e eventualmente tirada do ar; 2) imagens das participantes da campanha foram mudadas para "Eu mereço ser estuprada"; 3) as organizadoras foram ameaçadas de estupro. Isso tudo também é paranoia feminista? Isso foi erro do Ipea?
Gostaria que as pessoas pulando de felicidade com o erro feio do Ipea, que estão felizes mesmo é por poder transferir esse erro pro governo e pras feministas, gastassem um pouco dessa energia toda para combater o estupro. O estupro existe, a percepção de que a culpa pelo estupro é da mulher existe (mesmo que menos de 1,8% dos estupros sejam cometidos por mulheres), o fato do estupro ser um crime totalmente subnotificado (menos de 10% dos casos são denunciados) persiste.
Essa repercução só me mostrou como o brasileiro não conhece os diferentes significados e nuances da língua portuguesa. Existe de fato uma novilíngua e nela o significado de "merecer" é diferente, não significa mais "atrair sobre si".. Não vejo chance de isso se reverter quando até nos estudos linguísticos mais sérios do país são rasos, os estudantes conhecem poucas abordagens e a produção intelectual é medíocre.. A maior contribuição desses grupos com o país acaba sendo mesmo a militância
ResponderExcluirEsses que estão comemorando esse suposto erro do Ipea é tudo estuprador.. E tenho dito.
ResponderExcluirDeixa ver se entendi: a galera ta comemorando que um quarto da população acredita que algumas (?) mulheres merecem ser estupradas e mais da metade dessa população culpa a mulher por ter sido estuprada, mas acha que misoginia é coisa da cabecinha das feministas? Essa galera que ~não é misógina~ afirma que estupro é coisa inventada por feministas e,para provar que não são estupradores, ameaçam de estupro as mulheres que exigem maior segurança?
ResponderExcluirA pesquisa (com ou sem erros) evidenciou o que nós mulheres vivenciamos todos os dias: somos ameaçadas por quem aparentemente não concorda com o estuprador, mas entende que se ficássemos caladas, ninguém seria acusado de estupro. Vi muita gente saindo do armário, discordando da pesquisa, mas entendendo o porquê das mulheres que protestaram serem ameaçadas, afinal, "elas estavam mostrando os peitos, o que esperavam?". Somos a sociedade do suposto estupro e das milhares de vítimas de violência sexual.
Excelente, Lola!
ResponderExcluirEu sinceramente não sei o que o erro do IPEA muda.
ResponderExcluirUma falha digna de ser estapeado com um peixe, mas. Gente. Os resultados cONTINUAM SENDO RIDICULAMENTE MACHISTAS.
65% das pessoas dizendo que se a mulher fica com o agressor "ela gosta de apanhar" NÃO É NADINHA MELHOR do que 65% dizendo que mulher com roupa curta merece um ataque.
Se ainda pelo menos tivesse anulado o potencial machista da frase do ataque - mas não, UMA EM QUATRO PESSOAS concorda!!!
Não sei pra vocês, mas pra mim continua a mesma coisa!
Se não bastasse tudo isso, ainda teve um puto backlash à campanha contra estupro, comprovando o que a pesquisa sugeria. E as pessoas AINDA teimam que o Brasil não é machista? Oi? Vocês tavam aqui essa semana?
E continuam sem poder dizer que o IPEA fez uma conspiração ou é tendencioso - É uma coisa ser INCOMPETENTE e divulgar* um resultado errado, é outra errar /de propósito/.
*como o donadio já falou em outro post, ~divulgar errado~ não é o mesmo que ~fazer a pesquisa errada~.
Meu marido que não é ligado nessas coisas e faz uns comentários machistas às vezes, disse que não se surpreendeu hoje com o número de 62%, achou que era possível.
ResponderExcluirAgora hilário é esse pessoal que fala coisas como as mencionadas (no sentido de que mulher merece ser estuprada) vir comemorar que a pesquisa mostrou um índice menor. Não entendi muito bem a celebração. Eles gostaram porque isso mostra que na verdade os homens não são todos esses toscos filhos da puta (sendo que eles, que estão comemorando, são, e sabem disso - contradição), ou o fato de que com a pesquisa perdendo a força eles podem fazer as atrocidades deles mais em paz?
Para mim, essa história está muito mal contada. Acredito que como esse pesquisa atraiu uma repercussão internacional ruim, inventaram essas história de terem cometido o erro. Para inglês ver, mas ainda não sei o que é pior.
ResponderExcluirMuita gente que estava apontando, de forma bem fundamentada, coisas esquisitas nessa pesquisa foi acusada de ser machista, babaca, etc. Acho que o único mea-culpa que cabe seria um pedido de desculpas por parte de quem xingou para essas pessoas.
ResponderExcluirDesculpa é o kct, André. Bota o link deles aqui que quem eu não xinguei antes eu xingo agora.
ExcluirSawl
ResponderExcluirPara o Mundo que quero descer!!!!!
Um tribunal formado por machistas canalhas "puniram" um estuprador covarde que invadiu uma casa(o que contradiz o que um imbecil do Facebook postou em sua linha de tempo sobre "não se é estuprada quando tá e, casa lavando a louça!! Imbecil!!) e violentou uma mulher mesmo sabendo que ela tinha três filhos. O marido da moça tentou matar o vagabundo, mas, um vizinho impediu e alegou que ele tinha que deixar com a "lei".
Depois dessa RIDÍCULA e IMORAL sentença sair, a mulher se matou!
Leiam e digam que se machismo influi ou não em tragédias, miséria e injustiças:
https://br.noticias.yahoo.com/mulher-se-suicida-estuprador-ser-condenado-pedir-perd%C3%A3o-101558354.html
Sawl - Always the rebel
O quê os reaças disseram "de forma bem fundamentada", André, que mereça um pedido de desculpas? Moura disse que a palavra "atacada" podia ser interpretada como "paquerada" ou "criticada". O cara do YouTube disse que roupas influenciam estupros, já que é mais fácil, segundo ele, tirar uma saia ou um vestido que uma calça jeans. Constantino veio com o surrado e idiota clichê de que não se deve andar de Rolex na favela. Todos eles e os demais reaças disseram que a pesquisa não foi machista. Me explique como essas idiotices que eles disseram foram "bem fundamentadas", e como o erro da pesquisa mudou qualquer coisa. A única coisa é que não era 65% que acha que mulher com pouca roupa merece ser atacada, é 26%. Em compensação, 65% acha que mulher que continua com marido que bate nela é porque gosta de apanhar. Realmente, NADA machista, os resultados da pesquisa.
ResponderExcluirPro assunto não morrer, acho que outro instituto devia pegar pra si a responsabilidade de reconduzir essa pesquisa. Pra fazer um panorama mais completo, podiam entrevistas pessoas mais variadas e numa quantidade mais equilibrada, com perguntas mais claras. Não temo que os resultados sejam menos alarmantes (acho muito improvável), acho mesmo que pode fortalecer o movimento ter dados mais concretos
ResponderExcluirAnonymous e a máscara de "V de vendetta" viraram símbolos da direita brasileira, né? ¬¬
ResponderExcluirNão há o que comemorar. 26% ainda é uma taxa absurda.
ResponderExcluirEu não disse que a pesquisa não aponta nível algum de machismo, eu disse que muita gente apontou inconsistência na pesquisa. Que não se resume no erro apontado.
ResponderExcluirÔ André, EU MESMA apontei "inconsistências na pesquisa", disse que a metodologia parecia falha... Uma leitora, a Aiaiai63, mandou meus questionamentos pro Ipea, inclusive. Só que eu e várias outras pessoas ainda não recebemos resposta. E não foi só isso que vc disse não. Vc disse que o pessoal estava apontando erros "de forma bem fundamentada", e foram chamados de babacas machistas. Eles não foram chamados de babacas machistas por apontarem erros, mas por... serem babacas machistas. Ou vc realmente acha que as besteiras que Mourinha, cara do YouTube, Constantino e turminha disseram não são coisas de babacas machistas?
ResponderExcluirA ampla divulgação da pesquisa do IPEA é, em minha concepção, uma conquista. Esse povinho está se corroendo de raiva com isso. Isso me faz feliz. Eu te amo Lola. Ragusa
ResponderExcluirAcho que inventaram essa história de erro, só por causa do choque que causou na imprensa internacional.
ResponderExcluirE os reaças deveriam se engasgar acidentalmente, enquanto comemoram, né? Esses nojentos não fariam falta ao mundo!
Edson, também acho que esse negocio é mutreta. Erro uma pinoia!
ExcluirTomara que engasguem e morram mesmo.
Não entendo, simplesmente não entendo.
ResponderExcluirVocês reclamaram do que 65% era um número muito alto agora que sabemos que o número real é 26% continuam reclamando porque "não muda nada".
Eu não sei como funciona o mundo de vocês, mas no meu existe uma diferença gigantesca entre 65% e 26%, essa diferença pode eleger presidentes, pode reprovar um aluno...
Se eu fosse mulher e feminista eu iria comemorar sim, pode continuar sendo um número alarmante, mas é MUITO menor que o último divulgado. Nenhuma conquista vem assim, de uma vez só, tem que ir construindo os objetivos.
fala galere, faz tempo que eu não venho aqui né? rs, queria dizer só uma coisa... muito estranho o Ipea descobrir que ''errou'' depois de mais de uma semana que divulgou o resultado.
ResponderExcluirEstava eu pensando, bom, a pesquisa teve uma MEGA repercussão mundial, esse ano é ano de ELEIÇÃO E COPA DO MUNDO, pega muito mal para o Brasil ser o país permissivo com estupro, vc acha que depois dessa uma mulher gringa vai vir aqui ver o jogo da copa? nunca!
Duvido e muito nessa nova versão do Ipea, a verdade verdadeira é que bateu aquele cagaço nos caras e eles vieram com essa conversinha mole.
de 65% cai pra 26% , ta estranho isso.
ResponderExcluirInteressante notar que antes o IPEA era acima de qualquer suspeita, um primor em técnicas de levantamento social e bla bla bla, de repente...
ResponderExcluirO que nós estamos constatando feministas/esquerdistas, e que pesquisa de opinião no brasil vale o mesmo que nota de 3 reais.
Não sei se você sabe Lola, mas a página do facebook "Anonymous Brasil" (Anonymous Br4sil) é uma página controlada por um pessoal completamente reaça, um deles se chama Fabrício inclusive. Várias outras páginas Anonymous já lançaram repúdio contra essa página Brasil, Anonymous Curitiba, Minas, Rio, FUEL, várias mesmo, todas elas apontando que a Br4sil não tem nada de Anonymous. Ainda especulam (não foi comprovado) que o cara usou um programa de likes bot para conseguir atingir a marca de um milhão de curtidores.
ResponderExcluirSó olhar essa Br4sil e comparar com as outras páginas Anonymous e você verá que ela não tem nada a ver. As outras se posicionam fortemente contra o machismo, contra capitalismo, contra partidarismo, contra a Ditadura Militar. Minhas favoritas são a Anonymous FUEL, Anonymous São Paulo, Diz que é Anonymous mas..., Anonymous Rio e PlanoAnonymousBR
Bem, queria apenas deixar claro que a ideia Anonymous mesmo ABOMINA machismo, e essa página escrota está sujando a ideia para todo mundo.
Concordo com o de cima justamente porque, como espero que seja o caso de todxs aqui, acho que se fossem 5% seria igualmente terrível. Mas se não faz diferença 65%, 25% ou 5% então podemos simplesmente abolir as pesquisas e cada um trabalha com aquilo que acha.
ResponderExcluirMe pergunto qual a dificuldade das pessoas de fazer um "ops, erramos" sem imediatamente dizer que continuam certas. Claro que continuam. Mas a campanha toda foi feita com base num dado errado, numa pesquisa que agora está, compreensivelmente, inteiramente sob suspeita. E que de quebra mina a credibilidade de todos os institutos de pesquisa do governo brasileiro. Se isso não faz diferença pros seus argumentos pode se juntar ao pastor e ao corinthiano ali do lado.
Caramba, reaça é a única palavra que vc conhece?
ResponderExcluir"Essa repercução só me mostrou como o brasileiro não conhece os diferentes significados e nuances da língua portuguesa. Existe de fato uma novilíngua e nela o significado de "merecer" é diferente, não significa mais "atrair sobre si".. Não vejo chance de isso se reverter quando até nos estudos linguísticos mais sérios do país são rasos, os estudantes conhecem poucas abordagens e a produção intelectual é medíocre.. A maior contribuição desses grupos com o país acaba sendo mesmo a militância"
ResponderExcluirOlha, o ignorante é você. "Merecer" nunca teve como significado principal "atrair sobre si"; é uma palavra etimologicamente relacionada a "mérito", e significa ter direito a, ter conquistado, etc.
Eu "mereço" uma promoção, não quando atraio uma promoção sobre mim, mas quando é justo que eu tenha uma promoção.
Se você não gosta disso, vá falar outra língua, por que em português é assim. Lamento.
Estava eu pensando, bom, a pesquisa teve uma MEGA repercussão mundial, esse ano é ano de ELEIÇÃO E COPA DO MUNDO, pega muito mal para o Brasil ser o país permissivo com estupro, vc acha que depois dessa uma mulher gringa vai vir aqui ver o jogo da copa? nunca!
ResponderExcluir--------
Muito pelo contrario , quem conhece nossa classe politica, sabe que isto e um prato cheio para populistas cairem em cima, prometendo politicas publicas para mulheres, punição para homens e bla bla bla, não esqueçam que mulheres representam quase 60% dos votos validos no Brasil, elas decidem eleições.
Justamente por isso a eficacia do bolsa família de forma eleitoreira, mais de 80% dos beneficiados pelo programa e mulher.
Anon 11:21, então eles tem que correr atrás do prejuízo pq estão fazendo muito pouco. Vou ficar satisfeita qd feminismo estiver na grade escolar, e quando 100% das beneficiadas do bolsa família forem mulheres. As casas no Minha casa minha vida já ficam a maioria no nome de mulheres, o que me deixa muito satisfeita. Estamos progredindo, um dia chegamos lá.
Excluir"Para mim, essa história está muito mal contada. Acredito que como esse pesquisa atraiu uma repercussão internacional ruim, inventaram essas história de terem cometido o erro. Para inglês ver, mas ainda não sei o que é pior."
ResponderExcluirOs microdados da pesquisa estão aqui, para que você possa conferir: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/140404_sips_base.xls
Muito bom Lola! Claro que os reaças usam o erro pra desqualificar a realidade, inclusive esquecem o ipea e nem estão para as explicações que o instituto deve prestar. E o chorume na pesquisa continua a mesmo, culpatização da vítima e parabéns ao agressor!
ResponderExcluirLola, este é um presente pra você e seu marido...
ResponderExcluirhttp://brunothebandit.com/d/19990719.html
Espero que vocês gostem.
Tem outro dado alarmante na pesquisa, 27% das pessoas acha que a mulher casada tem o dever de satisfazer o marido na cam mesmo sem estar com vontade. Isso é a legitimação do estupro marital, não tem outro nome.
ResponderExcluirTomara que tenha sido um erro mesmo. 26% de pessoas acharem que mulher com roupa mostrando o corpo merece ser estuprada ainda é absurdo, mas melhor que 65%. Mas eu ainda acho muito estranho isso... Quase 10 dias pra reconhecer um erro grosseiro desses?? O IPEA é (ou a gente achava que era) um órgão sério. Qual a probabilidade de isso acontecer? Sei não... Ano de Copa, a pesquisa teve repercussão internacional. Já pensou a gringalhada com medo de ser estuprada na Copa e isso prejudicar o evento?? Gente, os interesses de muita gente grande, envolvendo quantias bilionárias de dinheiro ficou comprometido com tudo isso. Sei lá, não duvido que não tenham havido pressões do Governo e de grandes investidores para alterarem o resultado.
ResponderExcluirJulia,
ResponderExcluirO BF vai pra mulher porque muitas vezes o pai sumiu, então essa porcentagem subir para 100% não é progresso.
Eu interpreto de outra maneira, André. O homem não ser considerado como cabeça da família é um progresso. A mulher ser responsável pelo dinheiro da família é um progresso. No minha casa minha vida a casa fica no nome da mulher mesmo que haja um homem na família. Isso é progresso.
ExcluirEicram disse...
ResponderExcluirIndependente do erro do IPEA, a simples divulgação do 'suposto resultado' trouxe a tona a discussão sobre o assunto e com ela muitas manifestações machistas. Se o IPEA errou na estatística, não errou quanto ao conteúdo. Há muito machismo sim!
A Cris Guerra divulgou no face (nao sei se é dela)a reunião de muitos prints que reverberaram da divulgação do resultado. E esses posts não são nada legais.
http://eunaomerecoserestupradadenuncia.tumblr.com/
65% pra 26% é uma diferença enorme? 65% seria praticamente a população toda, 26% é um dado comum num mundo comandado pelo patriarcado?
ResponderExcluirTomara que tenha sido um erro mesmo. 26% de pessoas acharem que mulher com roupa mostrando o corpo merece ser estuprada ainda é absurdo, mas melhor que 65%. Mas eu ainda acho muito estranho isso... Quase 10 dias pra reconhecer um erro grosseiro desses?? O IPEA é (ou a gente achava que era) um órgão sério. Qual a probabilidade de isso acontecer? Sei não... Ano de Copa, a pesquisa teve repercussão internacional. Já pensou a gringalhada com medo de ser estuprada na Copa e isso prejudicar o evento?? Gente, os interesses de muita gente grande, envolvendo quantias bilionárias de dinheiro ficou comprometido com tudo isso. Sei lá, não duvido que não tenham havido pressões do Governo e de grandes investidores para alterarem o resultado.
ResponderExcluir---------
Se fosse por isso a pesquisa não seria nem divulgada ou antes teria sido alterada.
"Aquele que quer garantir sua própria liberdade, deve preservar até a do inimigo."
ResponderExcluirPqp que preguiça de gente burra. No fundo não interessa se trocou os dados ou não. Deveria ser zerado em ambas as questões. Credo...
ResponderExcluirJulia,
ResponderExcluirIsso é sinal de atraso. No dia que homens e mulheres se responsabilizarem igualmente pelos filhos e pela casa, qualquer direito relativo à família poderá ser dividido igualmente.
Infelizmente na era da educação, existem pessoas ignorantes que não reconhecem os direitos das mulheres.
ResponderExcluirSão 56,7% e não 58% e esse número pra mim prova que foram 65% sim.
ResponderExcluir"Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros."
Foi a pergunta feita na sequência da sobre 'merecer' 56 condiz muito mais com 65 do que com 26
Que vão enganar suas mães!
Só não entendi quem são os tais reaças exultantes; indignar-se com o erro do Ipea não faz de ninguém "inimigo da causa"; são duas coisas independentes, e acho q o instituto de pesquisa mais prestigiado do país ter cometido um erro desses foi algo, sim, gravíssimo e que não pode passar batido. Mas a única pessoa que vi de fato se dizendo "feliz com a constatação do erro" foi a própria criadora do #eunãomereçoserestuprada, em entrevista à Folha.
ResponderExcluirParece que depois da nota informando que não se trata de 65%, não existe mais a cultura do estupro e sequer existe estupro.
ResponderExcluirEsqueceram da pesquisa anterior, Juventude, Comportamento e DST/Aids, realizada com o acompanhamento da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e do Departamento de Doenças Sexualmente Trasmissíveis e Aids (DST/Aids) e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, revelou que quatro a cada dez jovens, entre 18 e 29 anos, defendem de maneira total ou parcial o argumento que mulheres que se vestem de forma insinuante não tem o direito de reclamar caso sofram violência sexual.
Conforme havia sido combinado, Sexta-feira à noite rolou na Praça do Ferreira um ato, que você inclusive ajudou a divulgar, contra a reação violenta a manifestação virtual que vem ocorrendo na internet com o lema “Eu não mereço ser estuprada”.A imprensa foi enviada para cobrir o evento, duas TV’s e um jornal. Enquanto nos mobilizávamos na condução do evento o Ipea divulgou uma nota informando que houve um erro na pesquisa publicada e ratificava esse erro.
Bem, apesar do barulho que fizemos, apenas dois site, Rádio Tube e Agência Pulsar divulgaram as informações sobre o ato “Não merecemos ser estupradas” e um jornal divulgou uma frase informando sobre a ocorrência deste. ATÉ UMA PARTICIPAÇÃO QUE HAVIA GRAVADO PARA UM PROGRAMA DE TV TEVE QUE SER REVISTA POR CONTA DESSA ERRATA (e minha participação quase completamente cortada) OU SEJA, PORQUE O IPEA RATIFICOU O DADO REFERENTE AO ITEM “MULHERES QUE USAM ROUPAS QUE MOSTRAM O CORPO MERECEM SER ATACADAS” NOSSA EXPRESSÃO NÃO MERECEU DESTAQUE. Além da frustração por conta da sensação de que voltamos a invisibilidade me resta a sensação de galerinha machista vai cair em cima de nós que estamos na luta contra a desconstrução da cultura do estupro.
Aff, nunca vi isso. Um indicador que estava apocalíptico passa pra "apenas" ruim após correção, e a pesquisa passa a ser desconsiderada como se o resultado tivesse mudado. Continua grave. Na boa, é muita burrice mesmo. Porque o pessoal não entende de estatística e não quer entender. Eu não tenho paciência.
ResponderExcluir"Menos de 1,8% dos estupros sejam cometidos por mulheres". Esse número não é verdadeiro. Não posso falar com propriedade sobre o Brasil, já que os dados não existem, mas nos EUA esses números são resultado de uma definição de estupro que, na minha opinião, é errada. O estupro é definido como a vítima ser penetrada pelo agressor. Ou seja, um homem só é considerado vítima de estupro se ele foi penetrado (por um homem, ou por uma mulher usando um objeto ou parte do corpo). Se o homem é obrigado a penetrar uma mulher, é considerado outro tipo de abuso sexual, mas não estupro. Os mascus fazem uma matemática falsa e afirmam que considerando estupro ser obrigado a penetrar, 60% dos estupradores são mulheres. Mas é só matemática burra. Eu fiz os cálculos reais, e cheguei ao resultado de que 17% de todas as vítimas de estupro foram estupradas por mulheres. 63% das vítimas homens foram estuprados(sendo penetrados ou sendo obrigados a penetrar) por mulheres. O número de mulheres estupradas por outras mulheres foi considerado insignificante.
ResponderExcluirAqui a pesquisa que usei como base
http://www.cdc.gov/violenceprevention/pdf/nisvs_report2010-a.pdf
Correção: 67% dos homens vítimas de estupro (considerando sendo obrigados a penetrar) foram vitimizados por mulheres
ResponderExcluirE é o número de mulheres obrigadas a penetrar mulheres que é insignificante, o número de mulheres penetradas por outras mulheres é estatisticamente significativo, mas baixo.
Quem precisa do IPEA quando se tem o Jack (who?) pra nos dar estatísticas confiáveis..
ExcluirZzzzzz z z zz
A nota do Ipea sobre a falha, assinada pelos pesquisadores, faz, no entanto, uma ressalva importante: os demais resultados da pesquisa se mantêm. E eles mostram dados alarmantes como a concordância de 58,5% dos entrevistados com a ideia de que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”
ResponderExcluirhttp://noticias.r7.com/cidades/ipea-admite-erro-em-pesquisa-e-diz-que-70-discordam-que-mulher-tem-culpa-por-estupro-04042014
Achei um erro grave do IPEA divulgar um resultado de pesquisa tão importante e que foi tão polêmico, pois com isso só monstra as pessoas machistas,quem realmente são, e que no século 21 em que vivemos infelizmente ainda existam pessoas que pensam tão pequeno, e que desvalorizam tanto as mulheres como se esses machista não tivessem mãe ou irmã,deveriam pensar bem antes de falarem absurdos das mulheres, eu acho uma vergonha essa discriminação com relação as mulheres.
ResponderExcluirÉ lamentável quem um pais com uma taxa de alfabetização já reduzida existam tantas pessoas ignorantes ainda. Ninguem escolhe ser estuprada ou coloca minivestimentas para corre o risco de ser violada, machucada, adquirir uma doença sexualmente transmissivel ou até um gestação indesejada. Infelizmente doentes, monstros, animais aproveitam da fragilidade fisica do píblico feminino e praticam tal ato. Se ja não bastasse, pessoas inconsequentes expoe essa opiniaõ ridícula. Aposto que nunca sofreram ou quase sofreram este ato de violencia....
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