Um dos muitos artigos reaças escritos sobre a pesquisa do Ipea foi o de um blogueiro da Veja.
É, eu sei: o que se esperar de uma revista que já publicou um artigo dizendo que casamento tem que ser entre homem e mulher, não entre homem e cabra?
É, eu sei: o que se esperar de uma revista que já publicou um artigo dizendo que casamento tem que ser entre homem e mulher, não entre homem e cabra?
O artigo da vez dizia que o estupro não é culpa da mulher seminua, mas (o mas costuma ser um problemão pros reaças) quem manda ir de Rolex à favela?
Depois não adianta reclamar de ter sido assaltado! Pois é, não basta ser misógino -- tem que incluir uma pitada de elitismo classista no comentário.
Depois não adianta reclamar de ter sido assaltado! Pois é, não basta ser misógino -- tem que incluir uma pitada de elitismo classista no comentário.
No meio de uma discussão acalorada no FB, Caroles, uma leitora frequente aqui do blog, viu este post em inglês e decidiu traduzi-lo e mandá-lo pra cá. Sinceramente, comparar o corpo das mulheres a coisas materiais (relógios, carros, casas) é algo que só gente bem estúpida costuma fazer.
“Eu dizer para uma mulher que não é seguro ela ficar bêbada porque ela pode ser estuprada é o mesmo que eu dizer a alguém que ele não deve caminhar por certo bairro à noite, pois há perigo de assalto”.
Eu escuto esse argumento o. tempo. todo.
E superficialmente é, sim, até faz algum sentido. Mas vamos pensar em assaltos e estupros e em como eles são compreendidos pelas pessoas e em como lidamos com eles na nossa sociedade. Acho que você perceberá algumas diferenças bem grandes:
1) Mulheres sóbrias são estupradas o tempo todo. Por isso, a recomendação previamente mencionada não é muito útil. Pessoas normalmente não são assaltadas quando andam somente por “bairros seguros” e em plena luz do dia. Por isso, a recomendação previamente mencionada é muito útil.
2) É muito mais comum do que se pensa que mulheres sejam estupradas por homens que elas conhecem: ficantes, maridos, parentes, conhecidos. Pessoas normalmente não são assaltadas por seus maridos, namorados, amigos próximos, parentes, colegas de trabalho, ou outros conhecidos.
3) Quando pessoas são assaltadas, o que eles estavam vestindo, ou eles estarem bêbados (ou até o lugar onde eles estavam) nunca é usado para invalidar o crime. Um assalto é um assalto, independente de quão idiota a vítima estava sendo. Mulheres estupradas? Não é bem assim.
E agora nós chegamos à diferença essencial entre estupros e assaltos: o que está sendo roubado. Nós, social e politicamente, damos mais valor ao que uma mulher tem dentro da sua bolsa ($) do que ao corpo dela. Então quando as coisas de uma mulher são roubadas, quando o dinheiro dela é levado, é bem óbvio para todo mundo que ela não queria que isso acontecesse. Independente do que ela disse, independente do que ela fez, independente do que ela estava vestindo, independente do que ela estava bebendo, todo mundo reconhece que uma mulher assaltada foi vítima de um crime.
Sim, talvez ela não devesse estar andando por um “bairro perigoso” sozinha à noite. Sim, talvez essa tenha sido uma decisão ruim. Mas todo mundo compreende que, independente das circunstâncias, ninguém tem o direito de pegar o dinheiro de outra pessoa sem permissão. Isso é roubo.
Nós, como sociedade política e social, entendemos esse conceito. Além disso, porque nós reconhecemos universalmente o valor e a importância do dinheiro, entendemos a dor de tê-lo roubado. Consequentemente, temos um sistema legal projetado para lidar com assaltos.
Nós, como sociedade política e social, entendemos esse conceito. Além disso, porque nós reconhecemos universalmente o valor e a importância do dinheiro, entendemos a dor de tê-lo roubado. Consequentemente, temos um sistema legal projetado para lidar com assaltos.
Não se pode dizer o mesmo sobre estupros. Nós não compreendemos, como um todo, que ninguém tem o direito de fazer sexo com alguém sem permissão, não interessa qual a circunstância. Nós não entendemos, como sociedade, que isso é estupro (mesmo que estupro seja exatamente isso). Nós não reconhecemos, universalmente, o valor e a importância do corpo das mulheres, e por isso nós, como sociedade, não entendemos a dor de tê-lo violado.
Nós não temos um sistema legal projetado para lidar com estupros. Nós, coletivamente, não entendemos o que é um estupro de forma evoluída o bastante para aconselharmos “não fique bêbada demais” sem que isso se torne culpabilização das vítimas. O que uma mulher diz, faz, veste, ou bebe é usado para invalidar estupros o tempo todo. O mesmo não pode ser dito sobre assaltos. Nós compreendemos que assaltos são crimes.
A analogia assalto/estupro é errada. Por favor, pare de usá-la.
As esquerdas afirmam categoricamente que se eu for assaltado, a culpa e minha.
ResponderExcluirMeu crime, acordar cedo para trabalhar. e comprar as coisas que gosto.
Aonde raios vc leu isso?
ExcluirBem bacana este texto. Eu percebo que crimes contra propriedade são encarados de forma muito mais séria que crimes contra um indivíduo. Basta a gente ver como ameaça, injúria, apologia de crime, discriminação, entre outros crimes são tratados. Não se entende alguém que fala que vai cometer um ato de violência como perigoso. Porque "só está falando".
ResponderExcluirNa questão do estupro, a gente tem um componente muito delicado. As pessoas não entendem que sexo pode ser usado pra agredir. Ainda é entendido que o estuprador sente "necessidade" sexual, e não de agredir. E como a palavra de uma mulher ainda tem menos valor que a de um homem, o consentimento acaba sendo desvalorizado. Essa fantasia de que mulheres são vingativas e traiçoeiras acaba sendo utilizada como forma de manter estupros acontecendo impunemente, pq isso interessa pra sociedade em que vivemos. Mulheres são controladas pela possibilidade de estupro, e o mundo gosta disso.
O "mundo gosta disso", Patty? "mundo" é muito vago, temos que dar nome aos bois.
ExcluirDa veja eu não duvido mais nada!
ResponderExcluirAssaltos são problemas de violência, estupros são problemas de gênero, não é somente violência. E quem defende é porque tem coragem de fazer! Ou já fez...
Entendo o que você disse sobre comparar estupro com assalto. Mas gostaria de colocar um outro ponto de vista sobre a questão de "andar de rolex na favela". Se a gente se preocupa tanto com coisas materiais, a ponto de evitarmos andar por aí ostentando relógios de marca, correntes de ouro, até ficar contando dinheiro em público, por que não faríamos muito mais que isso quando está em jogo nosso proprio corpo, correndo risco de sermos assaltados, sequestrados, estuprados e mortos?
ResponderExcluirComo homem, tento fazer de tudo para evitar correr esses riscos. E se eu fosse mulher, faria tudo isso e muito mais.
H.P, meu querido, o que vocês homens não tem noção é que nós, mulheres, já fazemos "isso e muito mais". Você não é o primeiro a nos aconselhar. Nós ouvimos isso desde meninas. A nossa liberdade já é bastante cerceada. De umas mais do que outras, mas nenhuma mulher tem a mesma liberdade que um homem tem. Então, por favor, parem de dar esse "conselho" pois soa como culpabilizaçao da vítima mesmo. Algo como "se foi agredida/estuprada/abusada é porque não fez isso isso ou aquilo, portanto a culpa é sua".
ExcluirNo mais você está comparando o corpo feminino a um objeto, o que a Lola acabou de dizer pra não fazer. É ofensivo, é desagradável, é misógino. Parem com essa merda.
Obrigada.
Aqui tem um monte de gente que vai querer me bater depois de ler o meu comentário. Vão me chamar de misógina, reaça, machista. Mas eu não sou nada disso, muito pelo contrário.
ExcluirEnfim.
Estupro é, mais do que um ato geralmente movido pelo desejo sexual, uma relação de poder. Alguém te estupra porque ele acha que lode, na circunstância, te estuprar. Ou seja, o estuprador tem também o desejo pelo poder. Horrível, muito horrivel ver que os seres humanos são assim.
E sabe, eu acho tudo isso uma merda. Uma merda eu não poder usar roupa curta que já automaticamente viro um convite para estupro, uma merda ficar com medo de passar nos tais "bairros perigosos", uma merda ter essa porcaria de sociedadd medindo as minhas ações para me culpar de algo que eu não fiz.
E sabe, eu queria muito que todas nós fossemos plenamente livres. Mas o mundo ainda não é assim. Na verdade, espero, essa geração de agora começará a mudar essa situação. Essa geração já é ensinada que estuprar é errado. Espero que quando cresçam, perpetuem esses valores que lhes estão sendo ensinados.
Ok, agora é a parte que vão entender tudo errado e me dar um tiro.
O mundo ainda não está bastante evoluido nesse sentido. É uma merda uma garota beber e ser abusada. Mas, se EU, Vitória, sei que infelizmente essa é a realidade, EU, Vitória não irei ficar muito bêbada ao ponto de entrat em um coma alcoólico numa festa não particular. Primeiro porque EU, Vitória, não acho legal beber até cair e, segundo, porque imfelizmente eu, sem consciência, estarei muito vulnerável.Vocês conseguiram me entender, pessoal? Em nenhum momento disse que "nossa, bebeu, mereceu ser estuprada". Não. Isso é uma merda e uma afronta aos nossos direitos de ir e vir, porque antes de sermos mulheres, somos seres humanos. E acho que várias mulheres não usam roupa curta e não andam nos "bairros perigosos" por causa disso. Não porque elas são machistas, mas porque elas têm medo. E, que nem diz Syrio Forel em Game of Thrones: Fear cuts deeper than swords (o medo corta mais fundo que espadas). Esse é o jeito delas de tentar evitar algo que pode acontecer de qualquer jeito, pois como eu disse, o estuprador tem desejo pelo poder.
É isso. Desculpa se eu ofendi alguém. Só não bou aceitar gente falando que eu sou misógina etc por esse comentário. Afinal, não estou ferindo nenhum dos princípios do Feminismo, estou apenas dando a minha opinião acerca do assunto.
Ah, parabéns pelo blog, Lola!
Vie
Vitoria, todas nós temos medo. Mas não se deve fazer esse tipo de pergunta pra uma vítima, isso é culpabilizaçao, entende? Toda mulher já ouviu esses conselhos e nenhuma mulher quer que nada disso aconteça a ela. Outro dia li um relato num blog que gosto muito de uma garota que aproveitou q os pais tinham viajado e deu uma festa em casa. Ela chamou os amigos dela pra festa. Bebeu muito, encheu a cara porque quis, ela tem esse direito. Estava dentro da casa dela com pessoas conhecidas. Pois ela ouviu um desses amigos dizendo "é hoje que pego fulana". A fulana era ela, no caso. Ele não viu que ela ouviu. Mas ele viu que ela tava muito mal de bêbada.. Nesse caso ela deveria ser culpada por estar bêbada na casa dela, com os amigos dela? Uma mulher não pode relaxar dentro da própria casa? O cara não sabia que o que ele pretendia fazer era estupro...
ExcluirClaro que não! Óbvio que isso não é desculpa. Óbvio que é uma merda ela não poder relaxar na sua própria casa. Óbvio que ela tem direito de fazer o que quiser, nada é motivo para ser estuprada. A culpa do estupro é do estuprador e ponto final. Só disse uma coisa que eu aplico para mim mesma e que de maneira nenhuma quero obrigar alguém a fazê-lo, entende? Algo que eu não acho legal para mim, mas que nem por isso quero que as pessoas se comportem como eu. Cada um com o seu jeito :)
ExcluirE nossa, realmente horrível ver que até gente que consideramos amigos pode fazet algo assim com a gente... isso só prova que o estuprador está mais perto de nós do que imaginamos.
Ah e desculpa os 1849747397 erros de digitação, estou escrevendo pelo celular...
Vitória
Esses dias tive uma discussão sobre o assunto e começaram a comparar estupro com assalto, infelizmente não conseguia achar um argumento consistente[normalmente eu consigo fazer isso via internet, uma vez que posso ler o texto da pessoa e atacar seu argumento parte por parte, ao contrario de uma conversação...], e agora essa postagem ajudou bastante embasar meus argumentos dessa comparação.
ResponderExcluirAlias, tem alguma postagem de algum@ psicolog@ falando sobre o assunto? Apesar de ter lido quase o blog todo, não lembro de há uma analise do tipo, uma vez que o argumento usado é exatamente de "psicopatas que estupram".
Engrassado que quando uma empreza não coloca cameras de segurança dai quando assaltam a primeira coisa que falam que é "ah mas vc's não se proterão disso"
ResponderExcluirLola, pare de tentar desfigurar as coisas a VEJa presta um grande serviçoa sociedade, temos que ter sempre alguem questionador com coragem para falar a verdade.
H>P, amigão, toda mulher, desde que nasce, é ensinada a se cuidar. Quando criança, não ficar perto dos meninos, não ficar sozinha com o titio, vovô, padrasto, até pai. Não falar nem responder estranhos, não dar abertura para ser abordada, não andar sozinha, não usar roupa que possa insinuar algo. Não sorrir demais, estar sempre espreitando todos os lugares para ver se não há alguém estranho. Não confiar em ninguém. Conseguiu entender? Toda mulher sabe, é orientada a se cuidar e evitar toda sorte de risco. Porém, mulher também precisa trabalhar, estudar, sair de casa, e muitas vezes não são abastadas, isto é, não tem boa condição financeira para ter um carro, para morar num lugar com excelente proteção. São obrigadas a andar a pé, de ônibus, enfrentar jornada dupla de trabalho e estudo. Se for paraevitar correr risco, mulher alguma pode sair de casa, ou se sair, tem que ter a supervisão de homem. E quando você tem que mudar de cidade para estudar e trabalhar, vai ficar solicitando a cada vez que sair de casa a presença do "segurança"? Percebe que a mulher não tem e não é autorizada a ter autonomia alguma, sob risco de ser acusada de "ter se colocado naquela situação" caso ocorra algo ruim? Certeza que sua sugestão continuar sendo essa de "evitar situação de risco"? Eu fui atacada às 10 da manhã de um domingo, por um fdp que saiu de detrás dos carros, me agarrou. Por sorte consegui me desvenciliar. Gritei por ajuda, surgiram caeças curiosas dos estabelecimentos da rua e os comentários eram: "bonitinha assim, difícil resistir", risinhos, mediram-me da cabeça aos pé, ouvi um monte de bobagens. Quando liguei pra polícia, e souberam que não fui estuprada, falaram que eu deveria evitar sair sozinha. Que eles não iriam ver porque foi só "molecagem" de algum cara. Desculpe, mas seres humanos precisam ir ao mercado, à feira, faculdade, trabalho. Precisamos pagar contas, estudar, ajudar financeiramente nossos pais. Não podemos ficar em casa escondidas. Tem uma frase excelente: "Se são os homens que estupram, quem deveria ficar em casa são eles".
ResponderExcluirH.P.
ResponderExcluirO fato é que para que mulheres consigam fazer "tudo o que estiver a seu alcance" para não serem estupradas elas teriam que retroceder, sair do protagonismo social, pois é mais ou menos isso que o estupro tenta nos dizer, que a rua, a vida não é nosso lugar, que se estamos nos "expondo" então que aguentemos as "consequências".
E mesmo assim isso não garante nada, mulheres são "estupráveis" em muitas situações.
O texto do Constantino é tão desprezível que nem precisa de comentário, fala por si. Quando ele fala que pedreiro é estuprador é o ápice da merda. Um bosta de marca maior, só escreve merda. Um lixo.
ResponderExcluirAs pessoas falam que as mulheres deviam fazer tudo o que fosse possível...
ResponderExcluirAgora eu pergunto a menina que foi violentada brutalmente por 3 na van no RJ estava com o namorado. Ela não tava andando sozinha era dia e estava tentando ir pra casa. Como que fica essa situação???
HP (Henry podre?)
ResponderExcluirquando vc coloca seu rolex na caixinha, pra dar um passeio naquele bairro "perigoso" e não ser assaltado, o seu rolex não vai sentir que a liberdade dele de ir e vir foi lhe tirada.
Agora quando vc fala pra um SER HUMANO, não sair de casa para não ser violentado, dai a história é completamente diferente.
Ass: Marmota
Isso porque a maior parte dos estupros acontece dentro de casa, então se for seguir a lógica de não ir à rua para não ser estuprada, como fazer então? Não ficar em companhia masculina, nem familiar, nunca?
ResponderExcluirArnold, vc é muito "engrassadinho" menino!
ResponderExcluireu gosto do blog, sempre venho aqui. mas acho que as vezes poderiamos ser mais positivas tambem, e focar TAMBÉM nas conquistas das mulheres.
ResponderExcluirnao estou dizendo pra nao se discutir o estupro, machismo, misoginia, etc, mas as vezes é dada muita enfase a coisas negativas.
uma das formas de empoderamento é mostrar o lado positivo de ser mulher, as conquistas de cada dia.
eliete.
Não consigo entender como é possível alguém não diferenciar buceta de relógio, celular... Esse povo tá precisando transar mais.
ResponderExcluirH.P. o que mais mulheres poderiam fazer?Não andar de vestido, saia ou shorts no calor?Isso é privação de liberdade e, num país como o Brasil, é tortura msm!
ResponderExcluirNão sair a noite sozinha?Eu faço faculdade a noite, moro sozinha, numa cidade que conheço umas 3 pessoas só..Vou fz o q, não estudar?
Poderiam chamar menos atenção, não rindo alto, não saindo, não tendo vida social, é isso q vc está querendo dizer?Tirando que, caso vc naum saiba, mulheres de burca são estupradas, feias, bonitas, gordas, magras, basta ser mulher..Não andar por aí ostentando suas coisas para diminuir os risco de ser assaltado é uma coisa, deixar de viver para diminuir o risco de ser estuprada, é outra beeem diferente. Tirando que, como vc sabe (ou deveria saber) a maior % de casos d estupro é dentro d casa, de forma q essa medidas de "se cuidar" não impactariam na quantidade de estupros.
H.P.,
ResponderExcluirporque homens andam sem camisa na praia, na rua, na balada etc e não são estuprados por isso. Homens não são abusados por usarem regata no metrô. Ninguém tira foto da pele masculina à mostra e divulgam no facebook e por whatsapp. Ninguém filma debaixo do shorts de algum homem que sobe uma escada. Homens que usam shorts não são safadinhos.
E o rolex eu posso guardar num cofre, já a MINHA BUCETA NÃO CONSIGO.
e pro rolex você pode fazer seguro, as pessoas irão ficar chateadas pela sua perda.
já se você for uma mulher que sofreu um abuso... bom, parafraseando você: não tomou todos os cuidados que poderia.
felizmente, as pessoas que vão pra minha cama sabem diferenciar relógio e mulher e também não leem blog da Veja (o que pode ser algo mutualmente excludente).
Todo mundo respondendo ao H.P. Espero que ele tenha entendido. Pior é quando explicamos e não conseguem entender porque o privilégio não deixa..
ResponderExcluirLola, ficou sabendo do caso de TOrres -RS em que uma gestante foi obrigada a fazer uma cesaria contra a vontade ontem? MP foi acionado pela obstetra e policiais foram na casa da mulher com mandato e ambulância para levá-la ao hospital! A alegação da juíza era o estatuto do nacisturno! No blog da cientista que virou mãe tem mais detalhes! Ta bombando na net!
ResponderExcluirJulia, realmente o privilègio não deixa. Sabe a pesquisa sobre a mulher merecer ser estuprada? Agora a nova onda masculina é falar que é pra ajudar a Dilma a ganhar. Ou tentar dizer que é violência, e nossa sociedade tem violência, não é machismo. Estão em negação completa, sempre tentando arranjar desculpa para o indesculpável. Eu realmente estou bem desesperançosa sobre os rumos que as coisas vem tomando, embora as pessoas digam que é positivo, porque é melhor que 100% responder sobre a pesquisa afirmativamente. E que essa pesquisa veio fazer as pessoas pensarem. Eu só vi gente negando, dizendo que tem coisa mais importante a se preocupar, colocando a culpa na vítima... é cansativo.
ResponderExcluirAnon 15:37, acaba ficando até engraçado as desculpas que eles inventam. Coisa que pra gente é tão óbvia e eles não sabem nem que existe. Gente que nega a existência de machismo me dá preguiça. O artigo do Moura na Veja (do Constantino nem vou ler que eu não estou aqui pra isso) me fez até dá umas risadinhas. É o que me resta.
ExcluirOs que inventam desculpas estão num estágio melhor do que os que dizem "é assim porque é assim e nunca vai mudar". Tem que ver o lado positivo das coisas.
A produção e a comercialização de revistas e vídeos de sexo explícito incentivam os hediondos crimes de pedofilia e estupro,portanto enquanto as empresas pornográficas não forem extintas,mais mulheres serão estupradas e assassinadas.Sabiam que os estupradores estão praticando os mesmos atos (é isso o que acontece ao assistir um filme pornô) realizados nos filmes pornográficos?
ResponderExcluirparem de usar essa analogia!
ResponderExcluir--
vamos ver a maioria dos estupros são cometidos em crianças e adolescentes, a maioria dos estupros são cometidos por conhecidos da vítima, como a gente faz? julga o comportamento da criança pra ver se ela tava fazendo de tudo pra evitar o abuso? mantém as crianças longe do contato com qualquer ser humano?
fio faz décadas/séculos que tentamos através da vítima terminar com o crime de estupro, não dá certo.
Entendi nada o que o anon das 11:15 disse.
ResponderExcluirOs mascus afirmam categoricamente que se eu for estuprada, a culpa é minha.
Meu crime, não ter um macho do lado. E andar como eu bem entender.
Quantos anos esse Arnold tem hein? É incrível como machistas perdem tempo em blogs feministas tentando fazer as pessoas mudarem de ideia. Quem tá distorcendo tudo aqui é você.
É um ótimo post! Eu odeio muito quando as bestas da sociedade comparam um objeto roubado com o valor do corpo de uma mulher. O relógio caro a pessoa pode comprar de novo, mesmo em anos de trabalho. E a dor de ter tido o corpo invadido, sem permissão?
Ignorante é quem diz que com o passar dos anos, a mulher esquece que foi estuprada.
Ela pode voltar a ter uma vida normal e ser muito feliz, mas esquecer? Nunca.
HP, vou desenhar simplesinho pra vc. O ROLEX EU POSSO DEIXAR EM CASA, MINHA BUCETA NAO. Entendeu, docinho?
ResponderExcluirFeministas, entendam de uma vez por favor;
ResponderExcluirda mesma forma que em um estupro, a culpa e sempre do estuprador.
Em um assalto, a culpa e sempre do assaltante também.
Ninguém esta comparando a gravidade dos crimes, mas sim a inversão de valores de culpar sempre a vitima.
Eu decidi traduzir o texto justamente por isso que a Boss disse, pras pessoas terem argumentos quando faltar. Vi essa analogia ser usada inúmeras vezes por milhões de pessoas desde que saiu essa pesquisa do IPEA, então achei uma boa aumentar o acesso ao texto passando pro português. Que bom que gostaram :)
ResponderExcluirEliete, se há coisas positivas foi justamente pela insistência em falar sobre o que estava errado exaustivamente. E é isso mesmo meu bem, o mundo é muito ruim p nós mulheres ainda, sei que saber disso dói, mas é mil vezes melhor do que inventar um mundo cor de rosa e ser ignorante. Deixa p revistas como a Vejinha que não cansam de repetir como a mulher dominou o mundo, igual aquela música da Beyoncé, que é bem idiota diga-se de passagem.
ResponderExcluirO que eu fico chocada é que nós ainda estamos na fase do be-a-bá. Não, nós não podemos ser estupradas! O óbvio tem que ser discutido..ainda! Tantas causas para o feminismo, como a equiparação salarial, a divisão de tarefas em casa, a maneira como a mulher é tratada ma mídia etc etc. E nós ainda temos que dizer o ÒBVIO. Sim, eu tenho o direito de sair e voltar para minha casa sem ser estuprada. (Isso quando o estupro não acontece em casa!) Estamos lutando ainda pelo direito a existência. è muito chocante.
ResponderExcluirLola, você sabe se há algum projeto na Câmara que contemple os crimes de ódio ou o feminicídio? Acho que a saída tem que ser por aí, porque a Lei Maria da Penha não resolve nada na prática.
Giovamma
Olha, é claro que merecemos respeito. Mas,enquanto o respeito não vem, vamos evitar andar sozinhas a noite; ficar embriagadas em festas. Sou contra pagar para ver.
ResponderExcluirAnde com roupas decentes também, não ria alto, não sente de pernas abertas, não converse com estranhos, não brinque com meninos, não use esmalte vermelho, não use saia curta nem calças justas, não saia sozinha. Faça tudo isso e espere de braços cruzados tudo mudar!
ExcluirFicam dizendo que se as mulheres soubessem se comportar, não haveria estupros; se os gays soubessem se comportar, não seriam atacados; se os negros soubessem se comportar, não teríamos racismo, e por aí afora. Em todos esses casos, "saber se comportar" significa colocar-se no seu devido lugar, não questionar as normas, não reclamar de coisa alguma. A lógica dessa gente é simples (e cruel): aqueles que não se submetem, não se calam, não cumprem à risca o seu papel merecem um bom corretivo, tanto pra aprender a lição quanto pra servir de exemplo aos outros. Querem que permaneçamos à beira do tanque, fechados nos armários, amordaçados, conformados em viver à margem. Querem nos paralisar pelo medo e pela culpa.
ResponderExcluirnão é bem assim, não! a ideologia esquerdista me culpa sim por ganhar muito dinheiro! se eu sou assaltada é porque estou ostentando e o coitado do ladrão precisa me roubar pra ter aquelas coisas que eu comprei através do meu trabalho!
ResponderExcluir"Lola, pare de tentar desfigurar as coisas a VEJa presta um grande serviçoa sociedade, temos que ter sempre alguem questionador com coragem para falar a verdade."
ResponderExcluirUm biólogo fazendo planta de prédio é o que a Veja faz. A revista não é cientifica, não deveria ser levada a sério.
Guia para os coxinhas entenderem sobre estupro:
ResponderExcluirhttp://i.imgur.com/LJPtb12.gif
nem passa pela cabeça de vcs que a policia tem que investigar para ver se a denúncia de estupro é verdadeira?
ResponderExcluirpq o número de falsas denuncias é bem maior do que esse misero 1% ,que vcs adoram falar.
lola...gostaria que vc fizese uma matéria, falando sobre homens que se dizem feministas, pois eu não acredito nisso, pra mim td homem é machista, acho que homem feminista sempre tem segundas intenções, interesses, queria que vc fizesse uma materia falando qual que é a desses caras que se dizem feministas, vc faz??? bjss
ResponderExcluirQue vida triste deve ser em achar isso. :~
ExcluirMeu marido nunca disse que era feminista, mas é através das suas atitudes e pensamentos, nunca precisou se rotular. Não são todos iguais.
Para HP:
ResponderExcluirEu tenho uma novidade para você, e pasme: muçulmanas (sim, aquelas mulheres de burca, cobertas até os pés) são estupradas! Bebês são estuprados. Freiras são estupradas. Homens são estuprados. Como assim esses seres não se cuidam para evitar o estupro? Esses pais precisam aprender a vestir melhor seus bebês, as perninhas ficam muito de fora...
zZZzZZZzzZZZ........
“O que uma mulher diz, faz, veste, ou bebe é usado para invalidar estupros o tempo todo.”
ResponderExcluirVerdade. Estava pesquisando sobre o assunto esses dias, e eis que:
“...nos delitos de estupro, o mais grave problema enfrentado para se apurar e punir o agente é a formação de prova robusta, apta a gerar convicção no julgador. Para sanar esta questão, deve o magistrado avaliar o passado comportamental de ambos, buscando confiabilidade na palavra daquele que mais lhe passar veracidade e honestidade...”
(http://nova-criminologia.jusbrasil.com.br/noticias/2408491/a-palavra-da-vitima-nos-crimes-de-estupro)
No caso de um estupro, a condenação depende do peso que a palavra da mulher tem. Não há uma perda material que possa ser facilmente constatada, como num roubo.
É por isso que devemos combater com tanto afinco idéias que associam comportamento sexual, por exemplo, a honestidade. Uma mulher que tem muitos parceiros, usa roupa curta, bebe, vai a festas, etc, pode perfeitamente ser estuprada. E sua palavra deve ter valor, porque é isso que irá garantir justiça.
Só que, enquanto alimentarmos a mentalidade de que certas condutas ~desqualificam~ a mulher, isso não vai acontecer. Enquanto passarmos pra frente a idéia de que existe “mulher direita”, estamos só dando proteção pros criminosos. Enquanto classificarmos as mulheres como “putas”, “vadias”, “piriguetes”, “vulgares” etc etc, estamos diminuindo as chances de que elas consigam justiça caso algo lhes aconteça. Porque quando essas vítimas denunciarem, sua palavra “não passará honestidade” em função desse julgamento besta.
O que eu vejo por aí é que as pessoas vivem num mundinho paralelo onde elas podem dizer o que bem entenderem sobre o comportamento das mulheres e ainda assim serem ~neutras~ sobre violência sexual. Elas não entendem que esses julgamentos morais atrapalham muito as coisas e só facilitam a vida dos criminosos. Elas não entendem que esses comentários têm implicações enormes.
As pessoas se acham ~muito boas~ porque sabem que “estupro é um crime terrível”, mas ao mesmo tempo não abrem mão de dizer “Olha lá aquela fulana com aquela saia curta, que vadia” quando têm a oportunidade.
As pessoas se confortam, dizem a si mesmas que seriam incapazes de serem cruéis com uma vítima de estupro, dizem a si mesmas que não são machistas, dizem a si mesmas que chamar uma mulher de ~vulgar~ é só opinião ou bom senso. E aí ouvimos coisas como "Estupro é terrível, claro, mas você vai ter que concordar comigo que não se deve usar certas roupas!". Etc, etc, etc.
Dica: dizer “não saia sozinha à noite”, “não faça caminho x”, “não beba demais”, “não use roupa y” não ajuda em nada se você ao mesmo tempo reforça a idéia de que o caráter de uma mulher se mede pelo tamanho da saia. Você NÃO está ajudando. Pode repetir "eu não sou machista!" o quanto quiser. NÃO está ajudando.
Solução? Não ser mulher, pronto.
ResponderExcluir@Marina
ResponderExcluir“Não sair a noite sozinha?Eu faço faculdade a noite, moro sozinha, numa cidade que conheço umas 3 pessoas só..Vou fz o q, não estudar?”
Foi o que eu fiz semestre passado...
Fazia Escola Técnica de manhã e trabalhava à tarde. Fazia faculdade também, obviamente tinha que ser à noite. À noite, havia 2 cadeiras disponíveis. Uma das 6 às 8, uma das 8 às 10.
Não fiz a cadeira das 8 às 10 porque “era arriscado demais”. A faculdade fica do outro lado da cidade, e o campus é enorme, com muitas áreas desertas, mal iluminadas, mato pra caramba. Meu namorado não estuda comigo, nenhum amigo meu estava estudando no mesmo horário, e seria perigoso estar sozinha no campus àquela hora da noite. Seria perigoso pegar o ônibus que ia direto pro meu bairro, porque ele me obrigava a fazer o percurso até em casa a pé por ruas desertas e mal iluminadas. Seria perigoso pegar o ônibus que me deixava em frente à minha casa, porque pra pegar esse onibus eu tinha que pegar um outro e sabe-se lá quanto tempo ia ficar sozinha esperando os ônibus nas paradas.
Moral da história, deixei de estudar, deixei de avançar, estou com uma cadeira atrasada... Porque é perigoso demais ser mulher. Tenho um amigo que está no sexto semestre do curso dele e não fez uma única maldita cadeira durante o dia até agora. Eu nunca poderia ter feito o mesmo...
Então, povo do “protejam-se”? Satisfeitos?
@15:37
“Agora a nova onda masculina é falar que é pra ajudar a Dilma a ganhar.”
Sim. E o que mais me ‘maravilha’ é que o povo diz isso mesmo sabendo que 66% dos entrevistados era mulher (isso é basicamente tudo o que eles sabem da pesquisa, e gostam de gritar isso aos quatro ventos como se fosse a revelação de uma grande conspiração).
Queria entender como esse povo acha que uma pesquisa que mostra que as mulheres são ridiculamente machistas ajuda uma mulher a se eleger. Não é um tantinho ilógico, não?
@Helen Pinho
“...julga o comportamento da criança pra ver se ela tava fazendo de tudo pra evitar o abuso?”
Tenho um link pra você, amiga: http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/04/escritorio-da-onu-critica-decisao-do-stj-sobre-estupro-de-criancas.html
Essa é pra ler e se jogar de um prédio.
@Sonado Alaikor
“Um biólogo fazendo planta de prédio é o que a Veja faz.”
Morri!
@19:40
"o número de falsas denuncias é bem maior do que esse misero 1% ,que vcs adoram falar."
Referências, ou cale-se.
Ana, fiz minha faculdade toda pela manhã mas uma vez precisei ir a universidade à noite e fiquei apavorada. Tudo escuro e deserto.. Teve até um acontecimento bizarro que eu achei que tinha alguém andando atrás de mim e comecei a correr e me estabaquei no chão. Sabe que horas era? 18h. E não, o meu medo não era ser assaltada. Agora há cursos a noite lá, não sei como as alunas estão fazendo..
ExcluirPara completar a famosa bem que ela poderia ter evitado.....Mas como não evitou ,que vá em frente ,pois você foi feita para satisfazer os homens!!O teu querer é irrelevante ,pois foste criada para isto mesmo... Não provoque pois sou homem, na hora do sexo viro bicho , não importa se tu queres ou não!!!
ResponderExcluirPenso eu ser este o real motivo para este crime ser visto para muitos como um não crime. Seria o tal sexo surpresa ...Muitas mulheres fazem isto ... Quantas não transaram com os parceiros sem a minima vontade para satisfazer os machos. Há ate revistas conceituadas falando como satisfazer seu homem!!!! Sinto ao ler estas besteiras , que nesta sociedade que vivemos , a sexualidade feminina pouco importa e só existe em detrimento da sexualidade masculina.
Deve ser este o motivo!!!
A pessoa que concorda que uma mulher foi estuprada ou é "estuprável" por conta de sua conduta e roupas que veste é conivente com o estupro, está defendendo estupradores e é aliada de estupradores. Simples assim.
ResponderExcluirMusicista Feminista
ResponderExcluirEstupro não é uma questão de gênero.
Eu concordo que há uma "pandemia" de estupradores e muita ignorância acerca do que é estupro, mas isso é o que é: Violência e ignorância.
Sim, existem os estupradores da rua escura e existem os estupradores que são próximos, familiares...
Isso pode ser um problema de violência, de ignorância (acerca do que é estupro de fato) e de total falta de consideração com as outras pessoas, mas isto NÃO É UM PROBLEMA DE GÊNERO, ninguém é estuprador pelo simples fato de ser homem, eu sou homem, sei o que é um estupro (sei mesmo, faz um tempo que leio esse blog já) e nunca estupraria alguém.
Somos 49% da população, se ser um estuprador fosse inerente ao gênero masculino não teria uma única mulher que não tivesse sido estuprada nesse país.
Infelizmente a maioria passou por pelo menos assédio grave no mínimo. Comigo foi o irmão de uma amiga enquanto eu dormia, tinha 16 anos e não foi a primeira vez que eu passei por algo assim, nem a última.
ExcluirNão acho que os homens sejam todos iguais ou todos estupradores, mas a maioria precisa reavaliar boa parte das suas atitudes, infelizmente, seja naquela ~cantada inocente~ na rua ou com aquela amiga que bebeu demais. Sorte de quem pode conviver com homens conscientes e bem educados.
"Ficam dizendo que se as mulheres soubessem se comportar, não haveria estupros; se os gays soubessem se comportar, não seriam atacados; se os negros soubessem se comportar, não teríamos racismo, e por aí afora. Em todos esses casos, "saber se comportar" significa colocar-se no seu devido lugar, não questionar as normas, não reclamar de coisa alguma. A lógica dessa gente é simples (e cruel): aqueles que não se submetem, não se calam, não cumprem à risca o seu papel merecem um bom corretivo, tanto pra aprender a lição quanto pra servir de exemplo aos outros. Querem que permaneçamos à beira do tanque, fechados nos armários, amordaçados, conformados em viver à margem. Querem nos paralisar pelo medo e pela culpa."
ResponderExcluirPrecisamente. Essa tua comparação com as demais discriminações é bem feliz. E mais: só mostra o quanto o sexismo, enquanto discriminação, é menorizado. "Ah, não se pode comparar machismo com racismo... O último é muito mais grave e tem marcas até hoje". Sei...
Polly
Ai, gente. Quando esse Brasil vai começar a ir pra frente?
ResponderExcluirAté quando vai rolar essa ladainha de associar roupa com estupro?
ResponderExcluircaro anon das 22:10.
ResponderExcluirPare de se ver como o centro do mundo. Não é que todos os homens sejam estupradores, é que a imensa maioria dos estupradores são homens.
Assim como a maioria dos presidiários são homens, mas nem todo homem é um presidiário. Entendeu?
O estupro é um problema de gênero pelas implicações sociais dele, não pq o sujeito tem um piupiu entre as pernas..
interpretação de texto passa longe...
Tudo estupido. Se você deixa o seu rolex em casa, as pessoas não vao assaltar o seu rolex, porque elas não saem que vc tem um rolex. A buceta, todo mundo sabe que ta la.
ResponderExcluirfazendo a mesma analogia cretina: seria como você ir de rolex na fevela e colocar um cadeado enorme no pulso. Tipo: todo mundo sabe que o relogio està la, mas será que colocar o cadeado resolve? Claro que não, oras bolas.
vao se catar... parece que mais a gente argumenta, mas cretino aparece.
Links
Lola, estou cansada de ler tanta merda nas caixas de comentários por aí. Estou triste mesmo. Tem pessoas que se formaram no mesmo curso que eu (psicologia)e defendem coisas medonhas, como o regime militar. Ondas conservadoras na Europa. Que será do futuro? Será que a Dilma vai se reeleger? Não tem alternativa melhor. Estou quase em depressão.
ResponderExcluirA Patricia, de Maceió, me enviou este email agora:
ResponderExcluirBom dia, Lola!
Estou escrevendo no trabalho e a Internet aqui não permite postar comentários, por isso segue por e-mail mesmo. Não sei se vc já recebeu ou se é perseguição comigo, mas quando tinha face e ainda por e-mail recebo trocentas msg de “conselhos policiais” PARA MULHERES não serem assaltadas. Nós mulheres não sabemos andar. Somos retardadas que andam desengonçadamente sobre saltos a lá Gisele Bunchen na passarela, com fones nos ouvidos ou sorrindo ao celular ou teclando com alguém. Já recebi TANTO esse tipo de e-mail (sou muito querida, minha tradução é essa) que por várias vezes me pego contando, no ônibus, quantas mulheres e quantos homens estão com fone de ouvindo e geralmente as mulheres estão lendo ou conversando e há mais caras com fones de ouvidos. Donde concluo que as mulheres também estão pedindo para ser assaltadas.
Certo dia eu ia saindo da fisioterapia e um idoso, caminhava ao meu lado e disse: “Tá vendo? Depois não quer ser assaltada?” Caramba, tenho tendinite e estava ainda cheia de dores, ia pegar ônibus para onde trabalho que é numa cidade vizinha onde moro, depois ia p/ a facul e o aposentadão lá de boa só caminhando e cuidando da minha vida. Se eu não estivesse num dia tão ruim, não teria sido tão ríspida, mas espero que ele tenha repensado sua falta de respeito depois da minha: “Tou vendo, sim! Isso aqui é uma sacola de marmita. Isso aqui uma pasta de livros. Isso uma bolsa com vale transporte e escova de dentes porque eu trabalho, estudo, tou cheia de dores e vou passar o dia digitando, não sou aposentada e fico patrulhando a vida do povo no sol não. Aliás falta muito pra isso. Quando eu tiver a sua idade e puder ir a pé pra a clínica e voltar pra casa e encontrar o almoço pronto e a roupa passada – porque eu tenha certeza que o senhor não faz nada em casa – juro que não saio nem com a chave de casa. É cada uma!”
E é isso, fia, somos culpadas por sermos assaltadas também, viu?
E eis que termina o BBB e a Angela, a menina abusada em rede nacional pelo Marcelo, vai na Ana Maria Braga e é confrontada com as imagens das cenas de abuso e diz: "Foi SÓ ISSO??!?"
ResponderExcluirQue vergonha para as mulheres o simples fato de existirem mulheres como essa Angela.
Triste que isso ainda precisa ser explicado... :(
ResponderExcluirEu acho super ok não se colocar em situações de risco, tipo encher a cara e depois nem saber como foi parar em casa. Eu também faço isso, diga-se, até porque já passei por situações no passado que teriam dado uma merda gigantesca se eu não estivesse acompanhada de amigos reeeeeealmente amigos e não aproveitadores. Ficar dependendo da caridade alheia é foda. E em uma das muitas vezes que não bebi, tenho certeza absolutíssima que escapei de um boa noite cinderela, tentaram colocar algo no meu suco ou pareceu que era, confrontei o cara e ele praticamente fugiu do lugar. Na dúvida, sou a favor de peitar mesmo. Quem não deve, não teme - e o potencial estuprador temeu bastante a minha atitude.
ResponderExcluirPORÉM temos que considerar as muitas variáveis de sempre quando esse assunto é abordado.
A primeira delas é que o estupro na rua deserta só não é um mito estatístico porque de fato, acontece, mas passa largo da maioria dos casos. Geralmente a mulher sabe quem é o agressor e não raro convive com ele.
A segunda entra no que já falei, da hipótese de você estar feliz e contente bebendo sua H2OH e alguém batizar seu drink em um segundo de distração. Se é pra sair de casa armada até os dentes e não relaxar um minuto sequer, melhor nem sair né? E será que a mensagem não é justamente essa? Que mulher devia é ficar em casa? E voltemos ao ítem primeiro, do abusador conhecido.
Reparem que não tem como ganhar nessa linha de raciocínio. Mulher não tem a mesma liberdade de ir e vir na sociedade que um homem tem, isso é um fato que mal vejo sendo abordado, mesmo em círculos feministas - que dirá fora deles, então.
Enquanto isso, segue-se culpando a vítima e validando o patriarcado, para desespero de qualquer pessoa civilizada - homem ou mulher.
Pena que ao que tudo indica, não existe tanta gente civilizada assim no Brasil.
@Julia
ResponderExcluirEsse campus onde eu estudo já tem registro de várias tentativas de estupro, porque tem MUITO mato na volta - sério tem áreas MUITO ISOLADAS - e aí os caras se aproveitam. Obrigar uma aluna a ir contigo pro meio do mato é a coisa mais fácil do mundo, basta ter uma faca qualquer. E uma vez lá no meio, pode gritar o quanto quiser, ninguém te ouve, muito menos te enxerga. É mata fechada mesmo. De dia já seria impossível te ouvirem, de noite muito mais. Eu morro de medo.
Nunca vou me esquecer que quando fui fazer pré-cálculo o primeiro conselho que ganhei de um veterano foi "não interessa o motivo não ande sozinha no campus".
E mesmo assim esses dias uma colega minha quis argumentar que o lugar não era perigoso. "Mas amiga, se o cara te ameaça e te leva pro meio da mata, já era!" e ela, "Aff, o que as pessoas vão estar fazendo perto do mato??".
Tipo, 'nossa mas se te arrastarem pro mato você que deu bobeira de estar andando por onde não precisa'.
Sinceramente, viu...
E, voltando ao assunto do post: totalmente sem fundamento comparar um abuso sexual com um assalto.
ResponderExcluirPo eu concordo com a Lola. só não gostei no começo onde ela disse que comparar o corpo da mulher à um objeto é coisa de gente estúpida. acho que esse papo de objetificação é muito raso, pois no contexto em que vivemos, os objetos são muitas vezes tratados como pessoas. e além disso, o corpo é sim um objeto, tanto o meu, quanto o seu, quanto o da lola. meu corpo, minha propriedade privada, minhas regras. qual o problema em se afirmar isso? porquê temos que ficar endeusando tanto as pessoas (mulheres, homens), dizendo que elas não devem ser tratadas como mero objeto? pra mim as pessoas são objetos com consciência, vontade, desejos e direitos. Até que ponto a amizade não cumpre uma função? Até que ponto o amor não cumpre uma função? Até que ponto um filho não cumpre uma função? Me parece hipócrita e idealista essa idéia de querer desobjetificar as pessoas, considerando-nas algo transcedental e acima de todas as outras coisas. Quando você chama um amigo pra sair, até onde você não está usando-o para se divertir? Alguns podem dizer que existe algo além, mas eu diria que na minha relação com certos objetos, também existe algo além.
ResponderExcluirMe lembro uma vez que fui furtada e na hora de fazer o boletim de ocorrência eu estava tão chateada que falava pro policial, que eu tinha sido uma idiota por estar com a carteira no bolso de trás da mochila.
ResponderExcluirEntao eu nunca vou me esquecer que o policial, muito gentil so me falava que de jeito nenhum, nao era a minha culpa, a culpa é do assaltando nao da vitima, nunca.
E no caso do estupro me surpreende que a maioria das pessoas nao pensam assim e sim que a culpa é da vitima.
Para quem acha que mulher quietinha dentro de casa, precavida, evitando situações de risco está à salvo do estupro, aqui vai este post: http://www.feministacansada.com/post/81216256763
ResponderExcluirTrata-se de uma extensa lista de notícias de mulheres, meninas e crianças estupradas dentro de casa, por primos, tios, vizinhos, ladrão...
Nao existe estupro, existe sexo surpresa. Vamos ver se vc vai fazer um post dizendo que o Ipea 'errou' na divulgacao da pesquisa...
ResponderExcluirOlha quem voltou, o animal do Fabio Guapo. Porque não basta ser reaça e dizer que licença maternidade é uma perversidade com as mulheres, tem que ser um estuprador também.
ExcluirFabio, o que é mais perverso com mulheres? Licença maternidade ou estupro? Quero entender como a mente reaça funciona.
Uma socialista dizendo que é roubo pegar o dinheiro dos outros sem permissão? Pode isso, Arnaldo?
ResponderExcluir