Beatriz Lopes é esta menina de 19 anos aí embaixo. Tem 19 anos e um sonho: viver de fazer quadrinhos.
Ela é responsável pela curadoria do Zine XXX e escreveu este post sobre um projeto (que apoio totalmente) e sobre o espaço da mulher no mundo dos quadrinhos.
Ela é responsável pela curadoria do Zine XXX e escreveu este post sobre um projeto (que apoio totalmente) e sobre o espaço da mulher no mundo dos quadrinhos.
Eu consumo quadrinhos desde muito cedo e logo de cara percebi que era um mercado predominantemente masculino. As quadrinistas mulheres que eu tenho na minha estante eu posso contar nos dedos. Ano passado comecei a produzir quadrinhos e publiquei a revista Libre com alguns outros quadrinistas (majoritariamente homens). Já é bastante difícil publicar quadrinhos independentes aqui no Brasil, e também esse nicho independente é ocupado especialmente por homens.
Outra questão é o conteúdo das publicações: pelos espaços serem masculinos tanto no mainstream dos quadrinhos quanto no underground, as temáticas quando incluem personagens femininas são de teor machista, depreciativo ou super sexualizado.
E, além de existir geralmente uma grande resistência dos colegas homens quadrinistas para o reconhecimento de seus privilégios e o respeito com as colegas mulheres, no sentido de se recusarem por exemplo a considerar o grave desconforto que certas publicações geram em nós, também há o preconceito de consumir quadrinhos de autoras mulheres por acreditarem num estereótipo de temática "mulherzinha" (portanto necessariamente desqualificada em si, segundo suas mentalidades) e numa suposta falta de dedicação ou competência -- já diria o Maurício de Souza, direto de Frankfurt.
Só quadrinista homem na Feira de F. |
A ideia do projeto surgiu porque eu ia fazer um zine com uma amiga minha, mas em algum momento eu tive um surto megalomaníaco e resolvi que eu não queria fazer esse zine com uma amiga, mas com todas as quadrinistas mulheres do Brasil. Eu coloquei um post no facebook e umas semanas depois tinha um grupo com centenas de meninas de várias idades e lugares postando desenhos que eu nunca tinha visto (e talvez nunca fosse ver). Alguns desses desenhos saíram direto do caderno, e era lindo ver as meninas tão unidas, trocando experiências e se ajudando. Eu particularmente me sentia extremamente insegura no universo dos quadrinhos. Com aquelas meninas, confesso que me senti muito melhor.
Queremos ser as reais protagonistas dos quadrinhos de mulheres para mulheres e para todos, criar personagens fortes como nós, livres das expectativas sexuais e estereótipos que os autores homens costumam atribuir a suas personagens femininas. E a zine XXX vem nesse intuito de abrir espaço e provar principalmente para as minas de que é possível se autopublicar e reclamar pra si o protagonismo da produção de quadrinhos independentes.
A proposta do projeto ZINE XXX é basicamente aumentar a visibilidade e fomentar alguma confiança para aumentar a produção e consumo de quadrinhos femininos brasileiros. Para realizar este projeto, que consiste em cinco publicações, utilizamos a plataforma de financiamento coletivo do Catarse, e precisamos da contribuição de todas e todos que compartilhem desse desejo e ideal de tornar a área dos quadrinhos independentes mais igualitária e acolhedora para todas as identidades e corpos!
Vamulá, gente! Elas já arrecadaram metade dos 11 mil reais que precisam pra realizar o projeto. Contribua e ganhe um monte de brindes bacanas.
que legal! não aguento mais mulheres semi nuas,cheias de silicone nos quadrinhos!
ResponderExcluireu lia o mangá dragon ball e eu adorava porque tinha mulheres tão fortes quantos os homens.
adorei seu cabelo joãzinho!
Interessantissimo. Devo lembrar de conferir em casa este financiamento :D
ResponderExcluirOi! Linda ideia e ótimo post!
ResponderExcluirTambém sou quadrinista, amo isso há anos e sinto na pele as dificuldades!
Aqui, a webcomic que publico: http://bruxinhamo.wordpress.com/
O Laerte pra você não é mulher? HOMOFÓBICA!!!!!!! Desconsiderou a primeira e mais importante mulher quadrinista do Brasil.
ResponderExcluirLaerte não é mulher... é uma deusa toda poderosa da arte e humor!!! Salve Laertéia!
ExcluirTá, anon, sei que vc tá trollando e tal, mas: 1) não, Laerte não é mulher. Ele não se considera uma mulher trans. Justamente, ele não quer ser definido. 2) Quem desconsiderou o que? Alguém disse que não existiam quadrinistas brasileiras? Na mesa de quadrinhos da Feira do Livro em Frankfurt, só havia homens. Isso é fato. Laerte não estava lá. 3) Ainda que eu tivesse ignorado a identidade de Laerte, isso não me faria homofóbica (porque não tem nada a ver com orientação sexual), e sim transfóbica. Se vc vai insultar alguém, pelo menos insulte corretamente, senão faz vc parecer muito, muito estúpido.
ResponderExcluirBem bacana. Numa coincidência incrível, ontem recebi meu CIRANDA DA SOLIÇÃO, um quadrinho também financiado dentro do Catarse que eu contribuí e conseguiu chegar na cota mínima para ser publicado. Trata-se, assim como o Zine XXX de um autor/tema pouco presente nos quadrinho: LGBT.
ResponderExcluirO livro ficou muito bacana.
O legal do Catarse é que ajuda quem não tem chance nas editoras a conseguir publicar material de qualidade não apenas artística, mas de valor comercial também.
OFF TOPIC: Lola, vc viu o caso da Michele, a maior doadora de leite materno do Brasil? Que foi ridicularizada pelo Danilo Gentili na TV? Ela está sendo "atacada" na rua por pessoas que estão a chamando de "vaca do Gentili"...
ResponderExcluirTá na hora da gente subverter isso aí. Por que quando querem humilhar a mulher chamam de vaca? E pra elogiar homem chamam que tigrão? Eu prefiro uma vaca (meiga, provedora de vida, inocente) do que uma porr@ de um tigre quan vai me matar e vive sujo coberto d esangue e moscas. Vamos anarquizar com estes machistas patéticos!
ExcluirPor falar em quadrinhos, alguém sabe se eles vão publicar o "azul é a cor mais quente" aqui no brasil? já vi tradução para o inglês e espanhol... estou louca atrás do filme (La vie d'Adele)também, tá impossível achar em torrent! rsrsrs
ResponderExcluirque legal beatriz, parabéns pela iniciativa! feita minha colaboração, na torcida que o projeto tenha todo apoio que precisa :) parabéns lola por abrir esse espaço, certamente vai ajudar no apoio ao projeto.
ResponderExcluirViver de quadrinhos no Brasil é desafio para homens e mulheres, nesse aspecto, não vejo nenhum imperativo de gênero. Agora, o meio de quadrinhos no Brasil, nos EUA, na Europa, é majoritariamente - não completamente, nem naturalmente - masculino e machista. E, bem, aí temos um gargalo. Mulheres quadrinistas precisam ser muito competentes, corajosas, encontrarem seu nicho, para serem aceitas. Lamentável, é quando desqualificam o que é tido como "feminino" ou "mulherzinha" (*quem é que coloca esses rótulos, ein???*) para se afirmarem em nichos (*ditos*) masculinos. De qualquer forma, boa sorte. Eu realmente acredito que teremos, sim, muito mais quadrinistas mulheres nesta década e na próxima. Mas não sei se o mercado brasileiro é capaz de dar conta dessa demanda, independente de quem seja o quadrinista, se homem ou mulher.
ResponderExcluirMuito bacana a ideia. Não faço quadrinhos, mas tenho um fanzine com entrevistas e resenhas de Metal Extremo, que é um movimento em que geralmente as mulheres são vistas como objetos. Eu gosto de frisar no meu zine bandas femininas e mulheres que fazem a diferença no movimento, que ainda é muito machista. Se alguém se interessar, o meu zine se chama GUERREIRAS HEADBANGERS :)
ResponderExcluirNada a ver com o post de hoje, mas alguém já viu esse vídeo sobre trolls? http://m.youtube.com/watch?v=uz2jbCJXkpA
ResponderExcluirMe diverti! =D
Também sinto falta de quadrinhos que não sejam machistas.
ResponderExcluirOs mais bacanas que acho são online, porque, de papel mesmo, nas bancas e nas lojas, não acho nenhum.
Esse aqui, por exemplo, é muito bom:
http://qahera.tumblr.com/
Este Guest Post foi especial pra mim, tenho 19 anos e sou fã de quadrinhos desde criança, outro dia estava numa livraria e tentei alcançar uma Hq do Watchmen, que é uma das minhas favoritas e um cidadão pegou a hq que eu claramente estava tentando pegar e ainda me disse "Crepúsculo fica pra lá, menina" E saiu rindo.
ResponderExcluirDe qualquer jeito achei seu projeto fantástico Beatriz, Vai com tudo moça!
bem, eu tneho q dizer que o projeto se tornou algo mt maior do q eu imaginava. quando a bea me contou a proposta eu fiquei tipo "ok, vamos lá", mas, ao longo do tempo, eu fui percebendo q a parada REALMENTE tava ganhando vida (principalmente qnd eu vi q ja tinha umas 400 minas no grupo q nao paravam d me mandar atualizações no fb hahaha)
ResponderExcluir^_^ eu to mt animada, afinal, é minha primeira publicação - na vida.
eu estava nessa feira em Frankfurt, toda emocionada e ansiosa! e fiquei bem chateada com as respostas do tio Mauricio :/ eu comentei que o universo dos quadrinhos é muito masculino, e agradeci por ele ter criado uma personagem tão forte feminina. perguntei se ele recebia reconhecimento por isso, e se tinha sido de propósito. me assustou ele dizer que nunca nenhuma mulher tocou neses ponto (mas hein?)... e foi triste ele dizer que revista com mulher na capa vende mais, por isso a Mônica. eu murchei :/
ResponderExcluirele comentou que o meio dos quadrinhos é hostil pra uma mulher, que não pode virar a noite trabalhando, tem que tomar conta da casa e dos filhos, mas que as oportunidades estão lá, é só as mulheres aparecerem - sem se dar conta da contradição :/
mas tudo bem, tio Mauricio, eu ainda acho que a Mônica é uma influência muito legal : )
pq homem nao precisa cuidar de filho, ne Isa?
ResponderExcluirgente, ninguem na blogosfera feminista vai comentar sobre os beagles resgatados da royal???
E esse absurdo, minha gente!?!
ResponderExcluirhttp://br.mulher.yahoo.com/blogs/preliminares/mulher-para-mulher-loja-marisa-estupro-e-como-111839307.html
Um lugar onde tem várias quadrinistas mulheres é o Japão. Eu mesma já li várias histórias escritas por mulheres mangakás (autoras de mangás, os quadrinhos japoneses).
ResponderExcluirQuadrinistas brasileiras ou de outros lugares do ocidente, eu não conheço nenhuma.
A internet é um lugar bem vasto e existem ótimos quadrinhos feitos por mulheres: avasdemon.com (que arrecadou 200 mil no seu primeiro kickstarter), http://gingerhaze.com/nimona/, cloudfactorycomics.com. Além do fato de duas das maiores webcomics da atualidade por mais que sejam feitas por homens tem personagens mulheres com uma participação muito boa: gunnerkrigg.com (com as duas personagens principais garotas) e mspaintadventures.com (com um elenco igualitário e com fãs de maioria esmagadora feminina que produzem arte em homenagem a série, inclusive a autora de Ava's demmon). Também estamos em um bom momento na animação, o curta com mais de 4 milhões de visualizações no youtube, bee and puppycat, está arrecadando para fazer uma websérie http://www.kickstarter.com/projects/frederator/bee-and-puppycat-the-series (a autora é da equipe de animação de Adventure Time) e uma nova série feita por uma mulher(Também era da equipe de adventure time) vai estrear dia 4, Steven Universe. Esse post fala dos quadrinhos que não são estrelados por homens brancos héteros em uma escala maior ou igual a 1/3, http://albinwonderland.tumblr.com/post/58843804404/your-superheroes-are-not-all-straight-white-men-a.
ResponderExcluirNo japão existem gêneros voltados para o publico feminino, um que eu particularmente adoro é Chihayafuru. Que é a história de uma garota que quer ser a melhor do japão em um esporte de cartas. A adaptação para animação é muito boa, e existem vários tipos de garotas mostradas e cada uma com personalidade e força diferente.
ResponderExcluirO desenho de avatar a lenda de aang tinha ótimas personagens femininas, que eram consideradas inclusive, as mas fortes de sua categoria, e em um mundo medieval(se apropria de culturas asiáticas mas representa todos seus personagens como asiáticos, com diferenças corporais e de cor de pele, mas ninguém é loiro ou tem olhos claros) tem um exercito de elite composto somente por mulheres, as guerreiras kyoshi. O personagem principal é homem mas em varias encarnações passadas foi mulher e é inclusive na nova série que conta a história da sua sucessora. Os quadrinhos e a industria no geral não é tão boa para mulheres, mas as coisas estão melhorando, novas coisas estão aparecendo e a situação está um pouco melhor a cada dia.
ResponderExcluirTexto lindo!!!! Muito orgulho disso está acontecendo bem diante dos meus olhos! muito feliz pela possibilidade de participar! PUSSY POWER!!
ResponderExcluirMuito legal o projeto. Acho que realmente tem potencial para causar um impacto imensamente positivo na produção independente de quadrinhos. O que me incomoda um pouco é a forma como se ataca o Maurício de Souza, seja nessa resenha ou em algumas imagens de divulgação que vi por aí. Devo confessar que o trabalho dele não faz nem um pouco meu estilo, mas considero a declaração do cara completamente feminista (por favor, me corrijam se estou falando algum absurdo). A opinião dele é de que, justamente por questões de opressão patriarcal, muitas mulheres acabam fazendo jornada dupla, assumindo muito mais responsabilidade sobre as tarefas domiciliares do que os homens, o que dificulta que tenham tempo para se engajar em projetos paralelos, como a produção de quadrinhos. Isso, segundo ele, ajudaria a explicar porque existem menos mulheres no mercado de quadrinhos. Ele ainda termina classificando a "liberdade masculina" como "sem vergonha". Não sei se esse fator que ele citou é tão expressivo quanto o preconceito geral que mulheres sofrem na admissão em certos meios artísticos, mas não vejo qualquer sentido em dizer que a publicação de um zine de garotas "calaria a boca do Maurício de Souza". Até porque os quadrinhos dele fazem parte de um pequeno grupo no qual as personagens femininas tem personalidade forte, interagem entre si (aplicando um pouco do teste Bechdel em quadrinhos) e não são objetificadas de forma geral (como disse, não me identifico com o trabalho dele, então não acompanhei Turma da Mônica, nem nada do gênero, mas lembrando do que já vi por alto não consegui pensar em nenhum exemplo sequer de objetificação nas histórias dele). De toda forma, boa sorte no projeto. Contam com a minha contribuição.
ResponderExcluirFalando em quadrinhos e feminismo, por coincidenci vi esses dias no Tumblr uma postagem sobre um quadrinho muuuito interessante chamado Beauté.
ResponderExcluirÓ o que a autora escreveu sobre:
"It’s a highly stylized, exaggerated, mythical and fairy-tale version of the male-dominated, sexually hostile world girls wake up to, and I think watching Morue navigate it at great peril to herself and her loved ones is cathartic for the reader to follow. Modern parents may want to wait before buying these books for their children; there are some seriously dark, upsetting themes (rape, murder, suicide, torture) but Kerascoet raises questions about desire that certainly teenagers must grapple with, and I think encouraging a child to read these comics critically, with an eye for what’s there between the lines, could be a very empowering experience."
Link: http://dechanique.tumblr.com/post/62441417866/bluestocking-books-today-i-will-be-sharing-with
Achei muito legal, pena que é em francês, e não tem traduzido nem em inglês. :(
Ops, esqueci de acrescentar no comentário anterior. "Morue" é o nome da personagem principal e "Kerascoet" é o nome dx autor/a.
ResponderExcluirAcho a iniciativa ótima, eu gosto de quadrinhos mas se ao abrir vejo uma mulher com mega peitos em pose sexy já fecho e devolvo pra prateleira.
ResponderExcluirJá comprei muito fanzine, pena que de um modo geral acabam não tendo continuidade.
A declaração do Maurício de Sousa foi super machista, mas ele é idoso, de outra época. A maioria da família dele que trabalha na empresa Maurício de Sousa é de mulheres, inclusive a Mônica. Embora hoje em dia eu só leia às vezes seus gibis, já circulou pela internet uma historinha na qual a Magali mostra claramente que um comentário do Titi foi machista e o repreende por causa disso. Os roteiristas não são cegos a essa questão.
Para quem disse que não conhece quadrinistas brasileiras, européias e norte americanas, sugestões:
ResponderExcluir1. O Studio Seasons (http://www.studio.seasons.nom.br/) é composto somente por mulheres. Elas têm publicações no Brasil e no exterior. A roteirista principal da Turma da Mônica Jovem é uma mulher, Petra Leão. Só para citar quatro mulheres.
2.Alison Bechdel (*da tal Bechdel Rule*) é quadrinista de ponta nos EUA. Há trabalhos dela publicados no Brasil. E se alguém quiser ler sobre mulheres quadrinistas americanas, os livros da Trina Robbins (http://www.trinarobbins.com/Trina_Robbins/Welcome.html), que também é quadrinista, estão aí para isso. Tenho uma amiga fazendo dissertação de mestrado sobre feminismo e quadrinhos americanos nos anos 1940. Ela fez um trabalho sobre uma pioneira, a quadrinista negra Jackie Ornes (http://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/article/viewFile/649/670). Uma das coisas mais tristes que conseguiram fazer é apagar a memória das mulheres quadrinistas americanas, ativas desde o final do século XIX e alienadas da indústria principalmente no pós II Guerra.
3. Quadrinistas francesas, ainda que não sejam por nascimento, temos a iraniana Marjane Strapi, seu álbum Bordados é um prato cheio para análises feministas, muita gente só conhece Persepolis, e a marfinense Marguerite Abouet, roteirista do excelente Aya de Yopougon.
Claro, e eu mais do que ninguém aprecio isso, que o mercado japonês oferece às mulheres um espeço infinitamente maior, mas não existe esse vazio todo em outros países. Simplesmente, temos a visão distorcida e reiterada de que HQ é coisa de criança e/ou homem. Seja como consumidores ou produtores. E que, por exemplo, uma Gail Simone - que trabalha para a DC Comics - é uma ave solitária. Quadrinho de super herói não é sinônimo de quadrinho americano ou Ocidental...
(*Lola, isso está quase com cara de um dos posts que estou lhe devendo*)
Adorei seu comentário, excelente contribuições. Permitiria eu preproduzi-lo em meu blog? Neste caso, como gostaria que eu informase créditos e links? Beijo!
ExcluirLegal, contribuí! Espero que a iniciativa dê certo.
ResponderExcluirValéria,
ResponderExcluirNão conheço nada de quadrinhos (a não ser o mega ultra mainstream), mas tive a felicidade de conhecer a franco-iraniana Marjane Satrapi. Foi através do longa de animação dela que eu assisti quando morava em Paris, eu nem sei se esse filme chegou aqui. Por la, foi um sucesso enorme.
Alias, eu recomendo a quem se interessar, o filme se chama Persepolis e é um excelente manual para nos, ocidentais, aprendermos sobre a historia recente do Irã. Muito bem feito e como muito bom humor, ela conta a historia dela mesma e do impacto da ditadura iraniana na vida das pessoas. O que eu mais gostei, como alias acontece com Asghar Fahadi também (mas ai não é animação) é que a gente finalmente enxerga aquele povo (que é sofrido pra porra, diga-se de passagem) exatamente como nos enxergamos. São seres como nós. Jovens como nòs, familias, mães, pais... muito, muito humano.
Imagino que a leitura de Persepolis seja fabulosa.
http://vidasimperfeitashq.blogspot.com.br/ :)
ResponderExcluirFernanda, Persepolis chegou aqui. Estava credenciado pelo sucesso do quadrinho e, claro, o prêmio em Cannes.
ResponderExcluirWicked Woman
ResponderExcluirEu tenho interesse no zine sim e gostaria de saber como adquirir se puder deixe um contato, pois procurei na net e nada encontrei como endereço ou página.
Bacana ! Espero que o projeto dê certo...
ResponderExcluirEu trabalhei com quadrinhos nos anos 70 e 80, cheguei a ganhar muito bem , mas complementava com pintura de quadros a óleo e aquarelas.
Conheço duas desenhistas brasileiras que estão se dando muito bem na área dos quadrinhos, a Adriana Melo e a Júlia Pinto.
Uma coisa em relação à arte do desenho e o mercado editorial: Se você quer realmente viver de quadrinhos, ou seja, manter-se totalmente com a sua arte, vai ter que encarar o chamado "mercado". Infelizmente, a maioria das pessoas que trabalha com arte não sabe negociar, ou seja, VENDER A SUA ARTE. E quem se dá bem no mercado de arte é quem consegue encarar o trabalho artístico como um PRODUTO a ser vendido. É chato, eu mesmo odeio essa parte, mas se a gente não vende , não consegue pagar as contas no final do mês.
Se vocÊ mesma edita a sua revista ou fanzine, vai ter que arrumar maneiras de distribuir , locais onde possa vender . Venda via Internet muitas vezes sai caro...tem despesas de correio, por exemplo. O Maurício de Souza se deu bem porque criou um "produto" vendável, e licenciou os seus personagens para brinquedos, material escolar, etc.
Se não houver uma mentalidade realista , o sonho de viver de desenho vai dar lugar a um "hobby" que será feito apenas nas horas vagas, sem rendimento adequado...
Ao anônimo que se interessou pelo zine GUERREIRAS HEADBANGERS, favor entrar em contato por e-mail: kelly_wicked_woman@hotmail.com
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/10/em-pe-doadora-de-leite-materno-ganha-causa-contra-humorista-de-sp.html
ResponderExcluirOs cometários do pessoal sã terríveis. A mulher doa, ajuda outras pessoas, e o resultado é que ela quer aparecer então aguente as piadas.
Não creio.
Esse pessoal que fica acusando os outros de "querer aparecer" certamente tem algum complexo e iriam adorar ter uma biografia televisionada.
E a parte da falta de respeito, nem se comenta...
Gente,
ResponderExcluirO que é "zine"?
Fernanda
ResponderExcluirRespondendo a sua pergunta zine é uma abreviação de fanzine. São publicações que começaram em xerox em off set e voltadas para quadrinhos, música, meio alternativo, política, entre outros assuntos, quem produzia e ainda produz são pessoas com muita vontade de expressar suas idéias, mostrar seu trabalho, mas não tem recursos financeiros e esta é uma alternativa para quem quer fugir das editoras ou fazer um bom trabalho, mas sem aquela pressão. ou seja é uma imprensa de baixo custo.
muito legal o seu trabalho
ResponderExcluirUma coisa: Eu vi numa das images do artigo, um pentagrama com a legenda "Satanic domination" ou algo assim. O pentagrama não é satânico, é um símbolo da natureza pra Wiccan@s e pag@os.
ResponderExcluirO pentagrama invertido, esse sim é o considerado maléfico.
A ausência de mulheres em Frankfurt mostra nossa "invisibilidade".
ResponderExcluirGanhei 2 vezes o Prêmio Angelo Agostini como melhor roteirista de hq mas quando lanço alguma publicação e envio para a grande imprensa,
dificilmente recebo retorno ou divulgação.
Assim sendo, é fácil concluir que as mulheres brasileiras que fazem quadrinhos não são apenas ignoradas em eventos internacionais, aqui também vivemos certa obscuridade produzida pelo desinteresse, geralmente masculino, em apoiar e ler trabalhos feitos por mulheres.
A iniciativa de projetos como o citado na matéria merece destaque e êxito.
Parabéns pelos prêmios! Isso é muito legal!
ExcluirObrigada.
ExcluirVou responder na visão de um nerd/ geek.
ResponderExcluirAs portas sempre estiveram abertas para o público feminino, não há nada que impeça a participação de leitoras e quadrinistas mulheres nesse meio, mas por um outro lado existe um preconceito que não mencionada, o das próprias mulheres. Frequento esses tipos junto a minha própria namorada (ela tbm curte), o mundo não explodiu ou choveu sapo, ela simplesmente se interessou e começou a participar, simples e prático. Ninguém nesses eventos vai te hostilizar ou algo assim, mas em geral o público feminino (felizmente o quadro já mudou para melhor) olha essa cultura com um olhar de desprezo e rejeição, equivalente a um preconceito. O próprio post sobre a tira da cartunista Pryscila é um exemplo, era uma tira parodiando um filme sci-fi, mas derre pente virou o simbolo do preconceito. Entre outros, esse é um dos motivos de terem tão poucas mulheres.....
EI, tenho 43 anos e por toda vida amei e fiz HQs! Também eram bem menos homens a curtir HQs, e os que curtiam se sentiam atraídos pelas temáticas. Foi com as heroínas que as meninas começaram a ler HQs: Ororo, Fênix, Sônia (ainda que ela seja "castrada" na prática). Então já havia uma barreira p o interessa das meninas, pelo pouco volume de arte apelativa para elas. E as antigas HQs de romance (que eram consumidas às toneladas pelas nossas vovós) já não agradavam mais a geração Gloria Steinhein. Na verdade vc tem razão numa coisa: não há nada que possa impedir o rolo compressor que vem por aí: meninas quadrinistas aos montes!
ExcluirLola, estava concordando com seus escritos até você chegar na parte do Instituto Mises. COMO instituto, ele agrega textos de várias pessoas, desde o infame Helio Brandão até o Ron Paul, ex candidato nas prévias do Partido Republicano. Mas ao meu ver, você teceu críticas ao próprio Ludwig von Mises e, ao chamar ele de conservador, vejo que não conhece o trabalho dele. O que é uma pena. Sempre fico triste quando pessoas que considero ponderadas em seus argumentos desferem críticas sem ter a mínima ciência do que está falando. Como um dos expoentes do Libertarianismo, o von Mises tem um pensamento DIAMETRALMENTE OPOSTO aos conservadores, esses, que tolhem a liberdade individual. Não pense que só porque alguém, economicamente, é avesso a um Estado forte, que ele é REAÇA e socialmente CONSERVADOR.
ResponderExcluirEm conclusão, quero expressar que não concordo com muitos dos escritos do Mises, principalmente na área econômica, mas sei bem que devemos, se não for para concordar, respeitar grandes pensadores que contribuíram para a ciência como um todo, mesmo que para que façamos antítese.
Excelente iniciativa!
ResponderExcluirSobre a questão das mainstream comics ocidentais, elas andam bem menos machistas ultimamente. Gail Simone e Kelly Sue DeConnick são reconhecidas entre os maiores roteiristas do meio, mas menos os roteiristas homens andam tratando personagens femininas (e também de outras minorias, na verdade, mas principalmente das mulheres) com cada vez mais sensibilidade. Não leio DC, mas posso dizer que a Marvel tem se esforçado para aumentar a representatividade das minorias em sua linha editorial. Um ano atrás, eles tinham somente uma revista solo de personagem feminina; até março do ano que vem serão quatro, fora duas revistas dedicadas a superequipes inteiramente compostas por mulheres, e outra com duas personagens femininas para cada homem. Não somente isso, mas há um esforço generalizado para mostrar toda a força dessas personagens - enquanto heroínas e enquanto mulheres, além de terem feito um redesign das roupas de boa parte de suas personagens para ficarem menos subordinadas ao olhar masculino e mais realistas (no sentido de mais adequadas a serem usadas numa luta).
Por outro lado, o fandom (predominantemente masculino) permanece hostil às mulheres. Alguns reclamam da Marvel estar "se vendendo" ao "politicamente correto" (é, o velho discurso...), mas a maioria está aberta a essas mudanças e se considera progressista. São menos progressistas nos grandes fóruns de quadrinhos, onde você, leitora, tem que se esforçar em dobro para mostrar que é fã de verdade e aguentar a hostilidade machista até ser aceita e respeitada por eles. Fora todas as histórias de assédios sofridos principalmente por cosplayers em convenções. Mas ao menos temos um lugar seguro no Tumblr para a porção liberal (no sentido americano do termo) do fandom.
oi gente tenho 35 anos e posso dizer que não é nada fácil de viver de quadrinhos, ainda mais sendo uma mulher... também estou participando do XXX essa iniciativa fabulosa da Beatriz Lopes!!! enfim, tenho um blog de quadrinhos: http://crocomila.blogspot.com.br/ e uma série especial de quadrinhos feministas: http://crocomila.blogspot.com.br/search/label/feminismo, espero que gostem!
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