Moça: “Não é justo que eu tenha que estar aterrorizada quando vou correr depois das seis da tarde ou quando estou no ônibus ou quando saio pra comprar leite”.
Moça: “Isso é cultura de estupro. Quando você me diz que é minha responsabilidade não ser machucada, você tira de uma pessoa a responsabilidade de não estuprar”.
Moço: “Por que sequer estamos falando nisso? Eu não sou um estuprador” (Kate or Die!)
Moça: "Porque é exaustivo tentar acreditar num futuro em que não sou tratada como uma louca por acreditar em igualdade. Porque feministas ainda são consideradas 'histéricas', 'lésbicas', e 'precisando de uma boa transa'. Porque meninas têm poucos modelos decentes na cultura pop e crescem para odiar seus próprios corpos".
Moça: "Porque é exaustivo tentar acreditar num futuro em que não sou tratada como uma louca por acreditar em igualdade. Porque feministas ainda são consideradas 'histéricas', 'lésbicas', e 'precisando de uma boa transa'. Porque meninas têm poucos modelos decentes na cultura pop e crescem para odiar seus próprios corpos".
“Mulheres e homens não recebem uma educação igualitária porque fora da sala de aula as mulheres não são consideradas seres humanos soberanos, e sim presas. A capacidade de pensar independentemente, de se arriscar intelectualmente, de nos impormos mentalmente, é inseparável da nossa forma física de ser no mundo, dos nossos sentimentos de integridade pessoal.
"Se é perigoso que eu volte pra casa sozinha à noite depois de passar a tarde na biblioteca porque sou mulher e posso ser estuprada nesta volta, quão segura de mim, quão exuberante eu posso me sentir enquanto me sento e trabalho na biblioteca? Quanto da minha energia de trabalho é perdida pela informação subliminar que, como mulher, eu testo meu direito de existir toda vez que saio sozinha?"
Adrienne Rich, do
capítulo “On Talking Women Students Seriously,” de On
Lies, Secrets and Silence: Selected Prose 1966-1978.
Quando o estupro é aceitável?
Durante uma pesquisa com alunos do ensino médio, Jacqueline Goodchilds perguntou: "É correto um homem fisicamente forçar uma mulher a fazer sexo se..." (note que ela não usou a palavra estupro, e sim um sinônimo).
Condições:
... se ele gastou muito dinheiro com ela? (39% dos alunos responderam que sim, e 12% das alunas).
... se ele está tão excitado que acha que não consegue parar? (36% / 21%)
... se ela já transou com outros caras? (39% / 18%)
... se ela está drogada ou bêbada? (39% / 18%)
... se ela deixou que ele tocasse nela acima da cintura? (39% / 28%)
... se ela estava com vontade e aí mudou de ideia? (54% / 31%)
... se ela has led him on ("deu corda", induziu, enrolou)? (54% / 26%)
... se ela o excita sexualmente? (51% / 42%)
... se eles têm saído por bastante tempo? (43% / 32%)
Este estudo é de 1978, com 432 adolescentes de Los Angeles. Será que a situação mudou muito nesses últimos 35 anos?
Uma das fotos mais famosas do século 20, vendida durante décadas como a imagem de um lindo casal romântico comemorando o fim da Segunda Guerra, é na verdade uma história de abuso.
Diz o texto: "'Aquele homem era muito forte. Eu não o estava beijando. Ele estava me beijando'. Assim escreveu Greta Zimmer Friedman, recordando o dia em 1945 em que um marinheiro bêbado chamado George Mendonsa a atacou sexualmente em Times Square [NY]. Incidentes como esse acontecem o tempo todo, embora obviamente não muitos entrem na nossa consciência cultural como fotos icônicas (e amplamente interpretadas de forma errada)".
E aí, você ainda acredita que cultura de estupro é uma invenção de feministas neuróticas? E o estupro em si, é invenção de quem?
Durante uma pesquisa com alunos do ensino médio, Jacqueline Goodchilds perguntou: "É correto um homem fisicamente forçar uma mulher a fazer sexo se..." (note que ela não usou a palavra estupro, e sim um sinônimo).
Condições:
... se ele gastou muito dinheiro com ela? (39% dos alunos responderam que sim, e 12% das alunas).
... se ele está tão excitado que acha que não consegue parar? (36% / 21%)
... se ela já transou com outros caras? (39% / 18%)
... se ela está drogada ou bêbada? (39% / 18%)
... se ela deixou que ele tocasse nela acima da cintura? (39% / 28%)
... se ela estava com vontade e aí mudou de ideia? (54% / 31%)
... se ela has led him on ("deu corda", induziu, enrolou)? (54% / 26%)
... se ela o excita sexualmente? (51% / 42%)
... se eles têm saído por bastante tempo? (43% / 32%)
Este estudo é de 1978, com 432 adolescentes de Los Angeles. Será que a situação mudou muito nesses últimos 35 anos?
Uma das fotos mais famosas do século 20, vendida durante décadas como a imagem de um lindo casal romântico comemorando o fim da Segunda Guerra, é na verdade uma história de abuso.
Diz o texto: "'Aquele homem era muito forte. Eu não o estava beijando. Ele estava me beijando'. Assim escreveu Greta Zimmer Friedman, recordando o dia em 1945 em que um marinheiro bêbado chamado George Mendonsa a atacou sexualmente em Times Square [NY]. Incidentes como esse acontecem o tempo todo, embora obviamente não muitos entrem na nossa consciência cultural como fotos icônicas (e amplamente interpretadas de forma errada)".
E aí, você ainda acredita que cultura de estupro é uma invenção de feministas neuróticas? E o estupro em si, é invenção de quem?
Post curto, mas bem direto ao ponto. Ótimo começo de semana, Lola!
ResponderExcluirQuando estupro é aceitável?
ResponderExcluirParece uma pergunta absurda, mas muita gente "normal" (seja lá o que for isso) tem justificativas para tal crime. Essas mesmas pessoas não percebem como crime porque "foi por um motivo compreensível". E nem estamos falando de psicopatas ou malucos escondidos em moitas numa rua escura. É um fator cultural mesmo.
Sobre essa foto icônica do fim da Segunda Guerra: Chega a ser um trocadilho infame falar "fim da guerra" considerando o contexto do beijo que foi forçado e também o post anterior sobre o documentário A Guerra Invisível - que trata justamente sobre violência sexual no meio militar!) Ilustra muito bem a situação.
Eu sempre achei a foto estranha, pensei que o beijo foi consensual, mas achei que a foto tinha sido tirada num momento estranho porque ela parece nada mais que uma boneca sendo pressionada por ele, ela tá imóvel, o corpo dela tá torto numa posição esquisita, ela não corresponde a todo esse furor da parte dele. Então pensei que foi uma foto infeliz para ficar famosa já que passa uma ideia de total passividade da mulher e agressividade da parte do homem. Não gostei nem um pouco, mas muitas mulheres acham uma coisa mega fofa. Quando descobri o relato da mulher da foto, a Greta Zimmer, então ficou claro que minha intuição tava certa sobre essa foto.
Nós somos treinados a ver diversas modalidades de violência como aceitáveis em determinadas circunstâncias, precisamos nos "destreinar".
obs: quando penso em bocas se encontrando lembro da estátua O Beijo de Auguste Rodin - linda, erótica...
Pois é.
ResponderExcluirEstupro segue sendo o unico crime em que a vitima é questionada, ridicularizada e cuja preocupação é com o bem estar do agressor, quantas vezes ouvimos que ela (a vitimia), devia pensar melhor antes de "estragar" a vida dele? geralmente quando o agressor foge da imagem esteriotipada de um desconhecido que ataca numa rua deserta, e mesmo quando acontece esse esteriotipo, ai a culpa é dela por estar no lugar errado e na hora errada.
E a hipocria maior é que os mesmo que dizem que vem fazer mimimi dizendo que não se pode considerar todos os homens estupradores, tb vão jogar a culpa na vitima pq ela saiu com um rapaz, ou aceitou carona, ou ficou com medo de passar na rua, etc.
Não importa a situação, ou a idade, ou o local.
Sempre, sempre tem um escroto sem nenhuma empatia para minimizar e dizer que a culpa é da vitima.
É nojento e algumas pessoas são tão alienadas que nem reparam que é essa postura de que "sou contra o estupro, mas..." é um dos melhores exemplos da cultura do estupro.
Eu acho que o sucesso da foto tem muito a ver também com a qualidade da imagem, não foi uma foto tirada por qualquer um, é a foto de um fotógrafo que soube captar muito bem o espírito do momento: euforia. Aquelas pessoas estavam voltando pra casa, vindas da guerra, de longe. Estavam em êxtase.
ResponderExcluirO fotógrafo viu tudo isso nesse casal, que além de tudo era bonito, ela "posou" como uma garota deve posar na imaginação das pessoas: passiva, com os pezinhos para trás. Enfim: apesar disso, ainda é uma bela foto.
No mais: CHOCADA com a resposta destes adolescentes. Acho super válido repetir essa pesquisa hoje, serião.
PS: Lola, lembra que uma vez vc mencionou sobre uma pesquisa aqui, em que os voluntários aplicavam choques no outro voluntário, choques fictícios cada vez mais fortes? e a pesquisa era pra saber se existiriam, em caso de um novo regime nazista, carrascos suficientes, e a conclusão foi que sim? E essa pesquisa foi refeita recentemente, nos EUA, e a conclusão foi a mesma.
Acho que nessa sobre estupro naõ mudou mto também,.
"Porque é exaustivo tentar acreditar num futuro em que não sou tratada como uma louca por acreditar em igualdade. Porque feministas ainda são consideradas 'histéricas', 'LÉSBICAS', e 'precisando de uma boa transa'. Porque meninas têm poucos modelos decentes na cultura pop e crescem para odiar seus próprios corpos".
ResponderExcluirE por que ser feminista E lésbica seria um problema? Ainda existem feminista que se ofendem quando são chamadas de lésbicas, como se esse fosse o pior dos xingamentos?
Sophia (feminista e lésbica).
Eu fiquei BOBA com essas respostas, mesmo considerando o ano em que a pesquisa foi feita.
ResponderExcluirEm relação a uma delas: [b]"... se ela já transou com outros caras? (39% / 18%)"[/b]
Eu ainda tento entender essa lógica que muitos defendem. Qual o problema de uma mulher livre, solteira, independente fincanceira e sexualmente, ter vários parceiros? É engraçado que os homens podem ser assim. E é tão mais hipócrita pensar dessa forma. Porque vejamos: [b]Se um homem hétero pode fazer isso, ele precisa de uma parceira também hétero, e que aceite se relacionar por uma noite, sem se ver mais, e que esteja disposta a seguir caminhos diferentes. Correto?[/b] Então como que ele e outras pessoas, queiram que essa mesma mulher, não saia transando com qualquer um?
Não tem lógica, né gente! É questão de parar de se importar mais com o rabo dos outros e olhar mais pro nosso!
E quanto a estupro, que aqui no Brasil fosse como em outros paises. Roubou? Ranca a mão! Estuprou? Ranca o p*nis fora!!
O problema não é ser feminista, gorda e lésbica. O problema é achar que uma mulher é feminista porque odeia homens (por ser feia e rejeitada por eles) e um pau vai resolver todos seus problemas, fazendo abandonar essa ideia ultrapassada que mulher também é gente e merecedora de direitos, onde já se viu.
ResponderExcluirMuito bom o post...Hoje foi um dia excepcional em vários blogs,o Blog do Sakamoto também está com um texto muito interessante sobre machismo...e fecha com uma frase maravilhosa que resume tudo o que penso sobre esse assunto:
ResponderExcluir`É o que eu já disse aqui antes: todos nós, homens, somos sim inimigos até que sejamos educados para o contrário. E tendo em vista a formação que tivemos, é um longo caminho até alcançarmos um mínimo de decência para com o sexo oposto´.
http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/05/06/o-que-nos-une-como-brasileiros-nao-e-o-futebol-e-sim-o-machismo/
A única coisa que eu discordo sobre quando tratam da cultura do estupro, que é bem real, é a noção errada que só em caso de estupro a vítima é colocada no banco dos réus. Isso está longe de ser verdade. Se o seu carro é roubado, ninguém mandou colocar ele na rua, ninguém mandou não pagar seguro, ninguém mandou não deixar em um estacionamento. Se você bateu na traseira de alguém, obviamente que você está errado, não interessa se o infeliz à sua frente frenou do nada e você não teve tempo de reagir. Um dia você abriu o netbanking e descobriu que limparam sua conta? Problema seu que fica aí clicando em links suspeitos, não sabe usar anti-vírus do Windows, não tomou todas as precauções de segurança da informática, maldita inclusão digital, isso que dá tentar mudar a cor do seu Facebook. Caiu em um golpe? Caiu porque é burro, onde já se viu acreditar nessas velhas histórias, no mínimo você foi ganancioso e quis se dar bem, gente burra tem mais é que se f*der. Foi ao show, roubaram seu celular? Quem mandou colocar no bolso de trás da calça, por que não ficou com ele na mão, por que não cuidou melhor de seus bens, aliás todo mundo sabe a quantidade de larápios em shows, talvez você devesse ter ficado em casa. Aplicaram um boa noite Cinderela em você? Isso que dá não cuidar direito da sua bebida, você não poderia ter se afastado do copo um segundo sequer, aliás tem que olhar pra ele continuamente! É vítima de violência doméstica? Quem mandou casar com desequilibrado, no mínimo você adora tomar uns tapas, fica junto quem quer. Tá sofrendo bullying? No mínimo é um molengão filho da mamãe, comedor de mingau, aprende a dar uns tapas também moleque, vê se vira homem, foi criado pela avó?
ResponderExcluirVejam, usei exemplos do cotidiano, de coisas que as pessoas falam nas mais diversas situações, não é só em caso de estupro que isso acontece, mas é só no caso do estupro que eu ouço falar que quem causa o estupro é o estuprador. Quem causa o roubo é o ladrão, quem causa o golpe é o golpista, mas em muitos casos a vítima é condenada e recondenada e tem que ficar se explicando, não só quando se trata de violência sexual. Apenas quis fazer essa observação. Seria bacana se essa ideia errada de que "só no estupro a vítima é culpada" fosse revista pela sociedade.
Sophia, a autora usou a palavra - lésbica - entre aspas, assim como "histérica" e "precisando de uma boa transa". Ela repetiu essas expressões simplesmente para dar exemplos de falas preconceituosas, então essas seriam do ponto de vista de quem tenta agredir verbalmente, e não a visão da autora sobre o tema.
ResponderExcluirMuito bom o texto.
ResponderExcluirA cultura de estupro é muito grave, e seu maior triunfo é fazer o senso comum pensar que ela não existe.
E Sophia, não há problema algum em ser chamada de lésbica. Não é considerado "xingamento". O problema é a sociedade, que acha q qualquer mulher que fuja da norma, que questione QUALQUER coisa que os homens fazem/pensam, é porque "não gosta da coisa". Isso é um pensamento reducionista e ridículo, é tentar reforçar o pensamento dos machistas de que "uma boa pica resolve tudo", que a mulher que tem um caralho dourado pra chamar de seu é automaticamente submissa e aceitar "seu lugar".
Iara Sindrominha,
ResponderExcluirO Sakamoto também acha que ostentação é crime, que o culpado pelo assassinato daquele estudante de engenharia somos todos nós.
De quem é a culpa, eu não sei, só sei que vivemos numa cidade assim:
ResponderExcluirhttp://odia.ig.com.br/portal/rio/testemunha-relata-momentos-de-terror-durante-estupro-em-%C3%B4nibus-1.578928
Lola, essa foto da guerra realmente grita abuso.
ResponderExcluirMas como diz Pedro Bial, o amor é lindo!
Uma curiosidade que tenho é como voces interpretam o beijo do Adrien Brody na Halle Berry quando ele ganhou Oscar.
Muito triste.
ResponderExcluirlola
ResponderExcluirolha isso aqui...
http://vogue.globo.com/mundo-vogue/noticia/2013/05/comer-pra-que-fazer-jejum-esta-na-moda-saiba-mais-sobre-dieta-da-vez.html
Lola, totalmente dentro do assunto:
ResponderExcluirmaioria das vítimas de estupro tem menos de 14 anos, diz relatório
http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/rj-maioria-das-vitimas-de-estupro-tem-menos-de-14-anos-diz-relatorio,c09e74a4d8a7e310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html
Pesquisa sobre a violência contra mulheres em 2012 mostra que mais de 50% dos estupros ocorreram em ambiente familiar
Mas claro, como sempre os comentarios estão cheios de pessoas culpando as vitimas.
O problema não é ser chamada de lésbica, penso que é o mesmo sentido de usar "viado" com sentido pejorativo.
ResponderExcluirO problema é achar que o feminismo existe por falta de pênis, por sermos mal comidas, etc - implicando aí a homofobia de achar que lésbicas só o são porque não acharam "o homem certo ainda". E também porque quem usa o "lésbica" o está fazendo justamente como xingamento.
Bom, pelo menos eu entendi assim.
Infelizmente to sem tempo de comentar mais, mas o texto tá sucinto e excelente.
Off topic:
ResponderExcluirViram a carta que marcha das vadias de guarapuava publicou condenando uma vítima de agressão machista que fez a dunúncia publicamente? completamente ridículo, como é que a marcha das vadias pode tomar uma atitude dessas? esperar que a justiça machista condene o agressor para, aí sim, dar apoio a vítima.
A carta está aqui: http://passelivreguarapuava.wordpress.com/2013/05/06/carta-de-posicionamento-do-coletivo-marcha-das-vadias-e-movimento-passe-livre-de-guarapuava-pr-frente-a-denuncia-de-agressao-envolvendo-dois-membros-da-cena-punkharcoreveganstraightedge-de-curitiba/
É um absurdo, a galera da marcha das vadias dos outros lugares deviam fazer alguma coisa!
Anonimo das 14:38
ResponderExcluir"Se você bateu na traseira de alguém, obviamente que você está errado, não interessa se o infeliz à sua frente frenou do nada e você não teve tempo de reagir."
Na verdade tem motivo do motorista do carro de trás ser o culpado. Se um carro parar (mesmo que bruscamente) e o carro de trás bater, quer dizer que o de trás não estava a uma distancia segura do carro da frente.
Diante dos casos de estupro e tentativa de, que vieram a público, na semana passada nos coletivos do Rio de Janeiro, seu post deveria ser manchete de jornal, em letras fluorescentes, para ver se esse mundo aprende de uma vez.
ResponderExcluirMais explícito q essa pesquisa, impossível, é muita cara de pau de quem contexta q não existe a tal cultura do estupro.
ResponderExcluirLord Anderson, o estupro não é o único crime que se encaixa no perfil que vc descreveu. A violência doméstica contra a mulher também. Ragusa
ResponderExcluirOlha, às vezes eu mesma me pego imersa nessa cultura de estupro que é tão forte na gente, mesmo que lute contra ela.
ResponderExcluirLola, até pensei em escrever um email sobre uma situação que aconteceu com uma amiga.
Outro dia saí com duas amigas minhas, e elas me contaram como uma delas passou por uma situação super desconfortável com um cara, em que ela esteve desacordada, e que ele se expôs para ela. Quando elas me contaram, minha primeira reação, não foi culpar o cara por ser um filho da puta (fiz isso depois). O que eu falei foi: "Porra, fulana, você sabe que não é para deixar as amigas irem embora sozinhas com caras desconhecidos."
Basicamente, culpei minha outra amiga, por ter deixado ela ir no carro com esse cara. O que foi estúpido e sexista da minha parte, porque a culpa é do filho da puta. Porque minha amiga devia poder sair com quem ela quisesse, sem ter medo de ser estuprada. Porque minha outra amiga devia não ter que ficar vigiando.
Pedi desculpas as minhas amigas, depois. Mas tenho muita raiva, sabe? Que a gente vive num mundo que temos que ficar vigiando, cuidando das nossas amigas, tendo cuidado para elas não beberem demais, e saírem com um cara que acha que tem direito ao corpo delas. Por que e aí?
Interessante isso....
ResponderExcluirHomem se veste de mulher para saber como é o assédio sexual nas ruas do Cairo
http://br.noticias.yahoo.com/blogs/vi-na-internet/homem-se-veste-mulher-para-saber-como-%C3%A9-201516620.html
Fiquei assustada com a quantidade absurda de estupradores assumidos na caixa de comentários do Sakamoto. Só aquela caixa daria uma monografia sobre cultura do estupro.
ResponderExcluirIara Sindrominha
ResponderExcluirTambém adorei o post do Sakamoto e da Lola hoje.
Já notaram que nenhum estuprador é responsabilizado pelo estupro? Observem que, ou ele é induzido pela vítima ou é considerado um maníaco, um ser sem discernimento, um louco. É terrível você pensar (e é a mais pura e cruel verdade) que não importa hora, o local, se tem muita gente ou se está só se um homem - não necessariamente um maníaco sexual - queira me estuprar, ele fará isso. esse caso da moça no ônibus é a ilustração do meu terror diário.
ResponderExcluirMas porque esse tipo de crime continua crescendo tanto, se a maioria dos homens não é estuprador? Talvez seja porque nossa sociedade realmente não esteja interessada de verdade em acabar com essa violência. E por que não iria querer? Porque, mesmo os moços que sequer se imaginem abusando de alguém, pensem, lá no fundo, que esse terror seja um bom argumento para prender as "suas" mulheres em casa (mãe, irmã, filha, amiga etc etc etc...
Eu nunca vi uma campanha contra violência sexual onde o foco fosse os moços, talvez seja a hora de dizer: cara, se você presencia ou desconfia de algum assedio, interfira, evite um provável estupro.
Em tempo: a imagem do abusador do ônibus -
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/05/video-mostra-acao-de-estuprador-em-onibus-do-rio.html
Lola, que tal pautar também outros assuntos de interesse feminista
ResponderExcluirLola, nada a ver com esse post. Mas já viu a irresponsabilidade dessa matéria?
ResponderExcluirhttp://vogue.globo.com/mundo-vogue/noticia/2013/05/comer-pra-que-fazer-jejum-esta-na-moda-saiba-mais-sobre-dieta-da-vez.html
Só tem uma coisa que eu não aguento toda vez que leio aqui no blog(li de novo dessa vez!):"MEU estuprador"! Parem com esse "laço" de uma vez por todas!!!! Seria melhor:"O CARA QUE ME ESTUPROU",não?!!!!
ResponderExcluirLola,escreva um texto sobre essa onda de estupros no Rio,minha cidade! Lembrando que o governador Sérgio Cabral disse,quando aquela turista foi estuprada em uma van na Zona Sul,que crimes de violência contra a mulher não são comuns por aqui!
Abraços!
só uma coisa: Greta nunca se viu como vítima. Ela chegou a fazer amizade com o marinheiro bêbado e sua esposa, segundo minha ultima pesquisa rápida sobre o assunto.
ResponderExcluirNão acho que ela deva ser usada como exemplo de abuso porque ela não se viu assim (não desvalorizando a importância de combater a cultura de estupro, apenas esse caso)
É triste e assustador saber que muitas pessoas finjam que não existe uma cultura do estupro. Parece que as pessoas se esquecem que há um ser humano com emoções, angústias e sentimentos dentro de cada mulher. É uma obrigação de todos nós lutar contra essa mentalidade desumana e paleolítica de que ainda prevalece na sociedade. Temos que unir as forças, conscientizar as pessoas, mostrar esse tipo de coisa na mídia, escrever músicas sobre isso e enterrar de vez essa cultura que destrói o nosso lado humano. Não devemos nos calar jamais.
ResponderExcluirA cultura do estupro continuará até quando muitas pessoas pensarem em homens e mulheres como "tomadas" que se encaixam. Esquecendo que estamos falando de pessoas, com sentimentos.
ResponderExcluiroh! muito legal teu blog. :)
Foyo Silva,
ResponderExcluirPara essa questão da tomada eu costumo indicar o link: https://www.google.com.br/search?q=conectores+el%C3%A9tricos&rlz=1C1ASUT_pt-BRBR517BR517&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=5hWJUZr1LYbZ0QGCzoH4AQ&ved=0CAoQ_AUoAQ&biw=1092&bih=533
Sobre o que o Wellington falou, é muito verdade. Muita gente ainda trata mulheres como um "corpo", não como um "ser humano" - tanto que a questão da estética é realmente muito mais cobrada da mulher que do homem. Sou uma mulher inteligente, mas não foram poucos os homens que me trataram literalmente como se eu fosse uma imbecil - como se eu fosse acreditar nas palavras deles.
ResponderExcluirAinda hoje os homens fingem estar apaixonados ou fingem ser tudo que a mulher quer somente para ir para a cama com ela - como se propor sexo casual a uma mulher fosse ofensivo, ou como se "valesse mais" levar para a cama uma mulher que quer compromisso. Como se o ato de "enganar" a mulher é que fosse bonito, em vez de o ato de fazer sexo com ela. O sexo é meramente uma forma de se vangloriar. Não é tesão propriamente dito, é questão de poder, como no caso do estupro. Pq sexo casual consensual hj em dia não está mais tão dificil, e mesmo assim muitos se fazem de apaixonados, de bonzinhos, de namoradinhos casadoiros, quando tudo que querem é transar.
Por que não abrem o jogo? Por que acham q uma mulher vai acreditar qdo eles dizem que ela é a mais linda que eles já viram e que as adoram? Enganar as mulheres é engraçado?
Por isso o homem q mais me atrai hj em dia é o homem que menos elogia, que menos faz firula, que não se faz de bonzinho. O homem que inicia um relacionamento devagar, sem querer te apaixonar depressa (pra sentir que tem vc na mão dele), esse sim é mais verdadeiro. E olha, são poucos, infelizmente. São poucos os que não nos tratam como burras, como otárias que não vão cair na conversinha de "amor eterno" e elogios exagerados.
Estamos em 2013 mas continuamos com cabeça de colônia: olhamos para outros países e nos alienamos do nosso...
ResponderExcluirE quando olhamos, queremos importar a solução, os conceitos, as teorias, as ideias, tudo do exterior para um contexto completamente diferente, que é o nosso.
Queria tanto ser uma alienada E acreditar que estou fazendo algo de útil...
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2243958/British-woman-kidnapped-gang-raped-Dubai-charged-drinking-alcohol-licence.html
ResponderExcluirEm Dubai mulher é punida por ter sido estuprada.
Revoltante
Puxa anônimo 13:23 quanta verdade, a maioria dos homens com quem eu fui pra cama sempre se fizeram de apaixonados, como eu nao gosto de sexo casual era assim que eles conseguiam alguma coisa comigo, com o passar dos anos, eu fui ficando tão descrente de homens que me fechei num casulo. Fiquei sem sexo durante anos ate que outra vez veio um cara que me fez me apaixonar, foram semanas quase meses saindo comigo tentando me convencer aos poucos ate que se comportou como escroto quando transamos.
ResponderExcluirE depois disso eu virei celibatária. Já nunca mais vou transar. Decidido.
Na verdade também me assusta e MUITO também a cultura da culpabilidade das vítimas em geral. Aqui em Recife é muito comum a prática de assalto feita por rapazes em bicicletas. Onde trabalho tem muita mulher e praticamente TODAS já foram vítimas desses assaltos, o que me irrita é ouvir "mas menina! vc atendeu celular na rua, tava pedindo" ou "mas vc não sabe que homem na bicicleta é sinal de perigo, pq não fez algo". Chega a ser desumano.
ResponderExcluirseres humanos soberanos kkkkkkk não me faça rir vcs feministas inventam cada coisa o único ser soberano que existe e Deus
ResponderExcluirGabriela Barbosa, também não entendo isso de chamar o estuprador de "meu estuprador". Nunca consegui fazer isso. O cara que me estuprou é "o cara que me estuprou" e pronto.
ResponderExcluirNão tenho esse 'laço' com ele, não.
E nem me fale do que o Sérgio Cabral disse. Me deu uma raiva.
que decepção! a foto era tão bonita!... só espero que a Lola não descubra que "Le Baiser de l'hôtel de ville" é também o flagrante de um abuso.
ResponderExcluirFui estuprada quando tinha 12 anos. E o idiota colocou a culpa em mim. Sempre magrinha e pequena eu nem tinha seios e nem pensava em namorar,mas a culpa foi minha. Humilhada,violada até sangrar,roupas nem tive como me manter vestida. A minha culta foi ser mulher,fràgil e indefesa. O bandido tem a idade de ser meu pai. Qual foi minha culpa. E hoje me chamam de lésbica,tenho horror só em um homem me olhar. Ao invés de ensinarem as menlnas a se defenderem deveriam ensinar os homens ao não estuprar.
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