Eu ainda não tive tempo, mas só o trailer já é assustador. No maior e mais poderoso exército da história da humanidade (há 1,5 milhão de soldados ativos nas forças armadas dos EUA), meio milhão de mulheres já foram abusadas sexualmente. Porém, apenas 8% desses casos vão a julgamento, e só 2% resultam em condenações. Ou seja, é vantajoso entrar no exército pra estuprar. E vários estupradores em série fazem isso.
Eu não tenho o menor carinho pelo exército (de qualquer lugar, e muito menos por aquele da nação mais forte do mundo). Mas é chocante saber que estupros são cometidos impunemente. Faz pensar em quem um exército que não consegue proteger seus próprios membros pode proteger. Faz pensar se todos esses casos também não são uma forma de expulsar mulheres das forças armadas.
A Fernanda fala mais do filme.
O documentário A Guerra Invisível, um dos indicados ao Oscar de melhor documentário este ano e vencedor do prêmio de público em Sundance, traz depoimentos de mulheres estupradas em serviço nas forças armadas americanas. De acordo com os dados do filme, uma mulher no exército tem mais chance de ser estuprada por um colega de trabalho do que de ser morta por fogo inimigo.
São mulheres que encontram a sua voz no documentário e que narram de cara lavada as atrocidades que sofreram. Corajosas, dão voz a um problema que, como o próprio documentário mostra, é invisível. São depoimentos crus, fortes e carregados de realidade. Uma delas conta sua guerra particular para receber o auxílio médico de que precisa para tratar seu maxilar deslocado durante o estupro. Como não há processo, o seguro social não aceita seus pedidos. Como consequência, ela vive há anos em dieta pastosa e com dor.
Outra mulher conta como é difícil se convencer de que ainda é virgem após o estupro. Há casos em unidades de elite, no exército, na marinha e na aeronáutica, em diversos locais e hierarquias. Trata-se de uma guerra, e não uma batalha. O filme aborda também o caso de homens violentados em serviço.
Outra mulher conta como é difícil se convencer de que ainda é virgem após o estupro. Há casos em unidades de elite, no exército, na marinha e na aeronáutica, em diversos locais e hierarquias. Trata-se de uma guerra, e não uma batalha. O filme aborda também o caso de homens violentados em serviço.
Em determinado momento do documentário, é mostrada a busca de um grupo de mulheres que sofreram abuso para entrar com um processo junto ao Congresso (é necessário entender um pouco mais do complicado sistema jurídico americano, o que me falta) para que os crimes sexuais sejam julgados na instância civil. Casos criminais ocorridos dentro do exército são julgados em instância militar, ou seja, muitas vezes o próprio estuprador é responsável pela investigação da denúncia.
Além disso, a lei americana diz que o Estado e o exército não podem ser processados por danos colaterais causados enquanto em serviço (o exemplo do próprio filme para explicar é "se um médico amputa a perna errada de um soldado ferido em serviço, não pode haver processo"). O objetivo do grupo de mulheres era subverter esse status quo para os crimes sexuais, para que eles fossem tratados como são pela sociedade civil. Ao fim do processo, os estupros foram considerados danos colaterais de se estar no exército e não puderam ser revisados externamente.
O que essa resolução diz é “Se você quer entrar no exército, saiba que corre o risco de ser estuprada e nós, sociedade, não podemos fazer nada quanto a isso, já que é uma questão do exército”. Isso acompanha o pensamento implícito das campanhas de prevenção contra estupro do exército americano: não ande sozinha por aí, aprenda a não ser estuprada. Não há qualquer evidência de que o exército se preocupe em ensinar os homens a não estuprar; pelo contrário, o filme mostra dados que indicam que o número de homens que entram no exército com processo prévio por crimes sexuais é enorme.
Deixo de lado, assim como o filme o faz, as ressalvas ao exército americano (ou a todos os exércitos, pois ganhamos mais com o “faça amor, não faça guerra”) e à política bélica americana, mas é possível direcionar o nosso olhar para a história dessas mulheres que entraram no exército em busca de realização profissional e pessoal e foram violentadas pelo mesmo simples e descompensado fato de sempre: são mulheres e estão lá.
Não podemos imaginar que os dados ou fatos do filme são uma novidade: trata-se de um microcosmo potencializado do problema que observamos na sociedade como um todo. Se no filme os casos de estupro são investigados e julgados pelos próprios estupradores ou amigos deles, na sociedade civil a cultura do estupro trata do estupro nas mesmas condições, de forma mais velada e indireta.
Proporcionalmente, os casos de estupro não denunciados por medo ou vergonha no exército e fora dele são semelhantes. As represálias e ofensas que as entrevistadas contam são as mesmas que muitas vezes já lemos aqui mesmo no blog da Lola. As meninas aqui fora também são ensinadas a não andar sozinhas, a escolher bem suas roupas, a não beber demais para não serem estupradas. O sentimento de culpa, a impunidade, a revolta são os mesmos.
Proporcionalmente, os casos de estupro não denunciados por medo ou vergonha no exército e fora dele são semelhantes. As represálias e ofensas que as entrevistadas contam são as mesmas que muitas vezes já lemos aqui mesmo no blog da Lola. As meninas aqui fora também são ensinadas a não andar sozinhas, a escolher bem suas roupas, a não beber demais para não serem estupradas. O sentimento de culpa, a impunidade, a revolta são os mesmos.
O grande mérito do documentário e o porquê de todxs nós devemos assisti-lo é que há voz. Essas mulheres estupradas no exército (ou pelo exército?) tiveram a coragem de falar e merecem ser ouvidas. Ao final do filme, há um breve texto contando como, após a exibição do documentário a autoridades governamentais e do exército, houve uma tentativa de mudança nas políticas em relação ao estupro.
Nada é garantido, mas é um começo. Mais do que isso, talvez a voz dessas mulheres inspire outras a contar também as suas histórias. Não se calar, denunciar sempre, é importante para subvertermos a lógica do estupro.
Nada é garantido, mas é um começo. Mais do que isso, talvez a voz dessas mulheres inspire outras a contar também as suas histórias. Não se calar, denunciar sempre, é importante para subvertermos a lógica do estupro.
Lolinha, sou uma pessoa que tem estômago forte. Vejo qualquer tipo de filme e é difícil me impressionar com qqr coisa que seja.
ResponderExcluirEssa semana outra coisa que li também me deu arrepios na espinha: o caso das living dolls, na Deep Web.
O que me deixa chocada é: fiquei chocada com TEXTOS, logo eu, que assisto qualquer tipo de porcaria.
E olha, já vi muita. Mas esse documentário não vou assistir não.
Nunca sofri nenhum tipo de abuso sexual. Mas como mulher, também me sinto violada, humilhada, como se fôssemos um pedaço de carne jogado ali, "pra estuprar mesmo".
Violência não leva a nada, mas dá vontade de meter uma máscara de Guy Fawkes e explodir tudo.
Que tristeza, que dor. Serião.
http://nytsyn.br.msn.com/colunistas/sucesso-econ%C3%B4mico-de-cidade-afeg%C3%A3-se-estende-ao-com%C3%A9rcio-sexual-1#page=1
ResponderExcluirNo link, essa matéria: Sucesso econômico de cidade afegã se estende ao comércio sexual
Sugiro a leitura...
Como o Exército Brasileiro trata do tema: Soldado estuprado em Santa Maria é transformado em réu e aguarda decisão da Justiça Militar.
ResponderExcluirEu vi esse relatório em outubro do ano passado. Foram viculados em uma matéria do jornal Huffington Post. E são dados do proprio Departamento de Defesa norte-americano.
ResponderExcluirA inferência mais alarmante do relatório segundo o Huffinton Post é essa:
"Isso significa que o risco de uma militar norte-americana ser estuprada no período de um ano dentro das Forças Armadas é 180 vezes maior do que o de ser morta em combate no período de onze anos no Iraque ou no Afeganistão"
Fabio escreveu:
ResponderExcluir"Segundo essa baboseira ai, o exercito estadunidense, tem 1 milhão e 500 mil soldados, um terço disto e mulher, e foi estuprada, ahã, faz muito sentido."
O efetivo de mulheres no exercito norte-americano é de 207 mil.
No texto desse post se fala que " meio milhão de mulheres já foram abusadas sexualmente nas forças armadas dos EUA". Não se fala que todas essas mulheres estão fazendo parte do efetivo militar atual.
Então essa sua interpretação de "1/3" é um equivoco seu.
Exercito e forças armadas é coisa do passado, da epoça da inquisiçao e o barbarismo. A espanha, por exemplo, anunciou recentemente a dissoluçao das suas forças armadas mostrando ser um pais desenvolvido, laico e humano. Muitos outros paises vao seguir essa tendencia. A dilma por exemplo é a pessoa ideal pra dissolver as nossas forças que nao servem pra nada.
ResponderExcluirFabio, o taleban nao é um exercito. é um partido fundamentalista religioso. nao deve, inclusive ser combatido com força mas sim com justiça, igualdade e humanismo laico.
ResponderExcluirMarcelo disse...
ResponderExcluirExercito e forças armadas é coisa do passado, da epoça da inquisiçao e o barbarismo. A espanha, por exemplo, anunciou recentemente a dissoluçao das suas forças armadas mostrando ser um pais desenvolvido, laico e humano. Muitos outros paises vao seguir essa tendencia. A dilma por exemplo é a pessoa ideal pra dissolver as nossas forças que nao servem pra nada.
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Essa noticia sobre a Espanha e fake, foi desmentida ano passado, pelo própio primeiro ministro espanhol.
E sim, vamos dissolver nossas forças armadas, principalmente agora que descobrimos uma imensidão de petroleo, dai botamos um bando de comunistas come e dorme para vigiar nossas fronteiras, e dissuadir ataques a nossas riquezas naturais, vc seria voluntário xará ?
Desmentida? qua qua qua, voce usa a desinformaçao pra confundir aqui nesse blog, seu nazista. eu acabei de voltar da espanha aqui pra holanda, meu querido. Alem do mais o brasil, com essas forças que diz q tem e com nada, é a mesma coisa. nao ha qualquer motivo logico, politico ou estrategico hoje ou nos proximos seculos pra haver essa discrepancia que é forças armadas no brasil. voce acredita em papai noel, coelhinho da pascoa.
ResponderExcluir"A melhor propaganda anti comunista, e deixar um comunista falar"
ResponderExcluirRealmente o discurso comunista é tão deslocado da realidade, até porque todos os Estados que tentaram implantar o comunismo fizeram isso com o uso da força e derramando muito sangue. Tem comunista que acredita que Cuba não vive uma ditadura e defendem o regime Castrista. No mundo de hj só países capitalistas são democráticos, capitalismo liberdade e democracia andam juntos.
Se a Dilma é a pessoa certa para acabar com o exército brasileiro esta na hora de acordarmos e elegermos outro presidente.
Marcelo relamente eu fiquei curioso. Baseado em que vc acusou o Fabio de ser nazista?
ResponderExcluir"No maior e mais poderoso exército da história da humanidade"
ResponderExcluirNão, o exército chinês já ultrapassou o americano. Just sayin'
Não precisa ser comunista pra ser come e dorme. É só dar uma passada em qualquer tiro de guerra ou quartel militar pra ver o trabalhão que eles tem pra coçar o dia inteiro. To cagando pra esse povo. Quando fui me alistar quase ri na cara do capitão, uma figurinha tão estúpida e arrogante que, se soubesse o quanto ele é dispensável, murcharia aquele peito rapidinho.
ResponderExcluirDeveriam achar um rio pro exercito transpor aqui em SP tb, pq aqui eles continuam coçando. O tucanato deveria ter contratado esse pessoal pra construir as novas linhas de metrô, talvez elas não desabariam mais na cabeça de ninguém.
ResponderExcluirDeve ser por isso que meu pai ficou com os cabelos em pé qnd fiz a prova pra engenheira da marinha...
ResponderExcluirAssisto um seriado que chama "the good wife". Acho que de vez em qnd eles sem inspiram em casos reais. Outro dia teve um episódio sobre uma militar que processava uma tentativa de estupro.
Ela não tinha conseguido processar dentro da corte marcial e estava tentando processar na civil. No fim ela não consegue, mas como o cara chegou a ser inquirido pelo tribunal, no fim ela diz: eu cheguei mais perto de vâ-lo processado quanto eu jamais imaginei.
Recentemente também falou sobre uma adolescente estuprada por colegas enquanto estava desacordada.
Não que seja um enfoque feminista, é um pouco mais neutro. Mas lembrei agora.
"Não, o exército chinês já ultrapassou o americano. Just sayin'"
ResponderExcluirNão, o exército americano ainda é o mais poderoso. Just sayin'.
ResponderExcluirtalvez as forças armadas norte-americanas sejam mesmo as mais poderosas, pois quase td é permitido a elas.
além de possuírem armas nucleares e poderosos e modernos equipamentos, um efetivo imenso e muito, mas muito dinheiro mesmo (calcula-se q cada americano gaste mais de mil dólares por ano na manutenção das forças armadas! talvez apenas os israelenses gastem tanto, quem sabe até mais, com isso), eles ainda contam com a anuência mundial para suas ações.
as forças armadas chinesas superam as norte-americanas em número de soldados, mas não em poder.
Nojo.
ResponderExcluirTenho uma colega cadete.
Era o sonho dela entrar pras forças armadas...
Foi estuprada "em serviço" por um "colega".
Quase desistiu da profissão, mas, resolveu se manter firme.
Disse que por muito tempo os "colegas" riam dela e a esculachavam mencionando o o estupro.
Embrulha meu estôgamo.
Ah sim, vocês viram essa notícia?
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,mulher-e-estuprada-dentro-de-micro-onibus-na-avenida-brasil-no-rio,1028457,0.htm
PQP. É violência que não acaba mais.
ResponderExcluirtentarei assistir o documentário.
o estupro tb devia acontecer antes do ingresso das mulheres nas forças armadas. creio q deve ter aumentado muito o numero de ocorrências a partir do ingresso de mulheres e q está havendo maior visibilidade, até pelo fato de homens terem tb muitos impedimentos internos e sociais para denunciarem uma agressão sexual.
a situação de mulheres em ambientes ditos masculinos é complicada. os homens consideram uma invasão indevida e acreditam q o estupro seja ao mesmo tempo alerta e punição. algo do tipo “vcs não deveriam estar aqui, agora, aguentem.”
não sou capaz de compreender (compreender mesmo) a lógica do estupro. não posso aceitar q mulheres não estejam seguras nem mesmo com seus pares. uma mulher deve temer tds os homens? deve desconfiar e se proteger de tds os homens? numa situação de conflito, não pode baixar a guarda nem mesmo junto de seus pares? uma mulher não pode relaxar na presença de homens?
.
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caramba, Caos!!
riam dela?
o q q esses homens têm na cabeça?
q nojo!!
Acho que o exercito mais poderoso não importa nem interessa aqui. De mesma forma, a importância da existência ou não de um também não é um fator importante aqui.
ResponderExcluirPodemos debater o tópico? Como podemos mudar esta realidade?
@Cora
ResponderExcluirNão sei se o ingresso da mulher nas forças armadas aumentou ou não a ocorrência de estupros, mas é certo que o problema deixou de ser invisível, pois a violência contra a mulher vem sendo combatida por militâncias sérias e dedicadas.
Colateralmente, estas mesmas militâncias trouxeram a luz o problema do estupro que já existia ali. Fico feliz por isso.
Lola, não libera os trolls não x_x
ResponderExcluirLembrei daquele filme The General's Daughter.
ResponderExcluirEstou vendo o documentário e fiz um post sobre, com link pra cá: http://escrevendopraviver.blogspot.com.br/2013/05/sobre-guerras-para-mulheres.html
ResponderExcluirMe puno frequentemente por vir tão pouco aqui. Mas, cada vez que venho, aprendo mais. E você é digna desses ensinamentos, Lola. Você e todxs que lêem e contribuem com esse espaço.
ResponderExcluirEu tinha uma vaga noção de como os homens se comportam diante das mulheres no exército. Procurarei esse documentário para ter uma noção maior. É deprimente, desumano. Não somos objetos. Queremos trabalhar, exercer funções normais - e não esperar pela violência todos os dias e nos mais variados ambientes. não pode ser assim.
Abraços.
Caríssima e queridísima Lola,
ResponderExcluirAntes de mais nada deixe-me declarar meu profundo respeito e admiração pela senhora e seu trabalho, amo este blog e o grupo feminista do qual faço parte hoje (que partiu daqui).
Eu sou militar, e devo externar meu profundo desgosto ao ler tudo isso. Eu não fecho os olhos para o preconceito (super existente em minha profissão), e devo dizer que cada relato me dói na alma. Pois sou SUPER militar, amo o que eu faço, amo a minha farda, minha corporação o meu país.
Aqui, graças, podemos comemorar grandes vitórias a cada mulher que entra em nossas fileiras, em cada curso difícil onde elas são mais presentes (como o de mergulhadxr e tripulante de aeronave – os mais puxados).
Os poucos abusos dos quais tenho conhecimento aqui são sim expostos às claras. Não tratados de maneira tão rígida e transparente como gostaríamos (ah, a justiça militar e seus métodos...), mas acho que minha realidade é muito diferente destas senhoras do exército americano. Ouvimos piadinhas aqui e ali, um ou outro olhar de desprezo... Mas nunca ouvi falar em casos extremos. Os mais graves resultaram em Inquérito...
Ainda quero viver para ver mais mulheres chegando aos altos comandos e aos cargos de generalato (a primeira assumiu ano passado, a Contra-Almirante Dalva, da Marinha do Brasil). E estou estudando pra ascender na carreira, não me vejo fazendo outra coisa, meu sangue hoje é retinto nas cores da minha farda (minha segunda pele!).
Fico feliz de ver coisas assim tomando forma, iniciativas e vozes femininas ecoando pela sociedade em busca da igualdade de direitos. Quero acompanhar estes casos e a evolução deles, muito obrigada pela escolha do tema.
Um fortíssimo abraço querida!
Eu me sinto humilhada como mulher. 500 mil mulheres! Como esses filhas da puta não fazem nada? COMO?
ResponderExcluirMeu sonho é ser militar, então estou eu lá fazendo meu serviço e sou estrupada e tenho que ver o FDP e não poder fazer nada?
Essas mulheres são muito corajosas afinal, toda mulher quer na verdade um macho dentro dela não?
Hum quando eu leio esse tipo de post eu tento a pensar mais como a Booboo que alias como esta dentro do meio é a pessoa mais indicada para expor fatos e a sua opiniao.
ResponderExcluirQue existem estupradores, homens (e mulheres) violentos em todos os ambientes, sim, isso é inegável. Se além do mais o ambiente é predominantemente e historicamente masculino as mulheres vão sofrer mais rejeição? Possivelmente por muitos, embora também com certeza tenho certeza de que outros mais resolvidos nao vão se sentir tão ameaçados. Uma vez mais acho que depende muito da educação, da criação de uma pessoa.
Estupro é crime e acredito firmemente que, como disse Booboo se este ocorre é punido e mais no ambiente militar. Agora evitar piadinhas machistas ou olhares de reprovação, bom isso é mais sutil e sempre será mais difícil de desmascarar. So que vamos ser justas. Quando um homem entra num terreno predominantemente feminino também sofre esses preconceitos. Se um homem quer ser professor primário muitas sao as mães e mulheres que temerão por seus filhos, achando estranho que um homem queira ser professor primário, pensarão que é pedófilo. Isso nao é machismo tb?
Eu já sei que vai vir uma avalanche de insultos pra cima de mim, eu nao quero tirar a gravidade de estupros e "brincadeiras" violentas que ocorrem nesse meio. Eu nao sei, nao sou militar, o mais próximo que tenho de militar na minha familia foi o meu avo que lutou nas 2 guerras mundiais e era todo um exemplo de homem, marido para a minha avo, pai e avô. Um homem integro.
Eu só acho que as vezes algumas leitoras acabam aterrorizadas por todos os homens com esse tipo de relato e acabamos lendo coisas como o do primeiro comentário (nada pessoal, Lívia, so achei super exagerado vc dizer "como mulher me sinto estuprada, jogada como um pedaço de carne"
Eu como mulher NAO me sinto estuprada nem jogada como pedaço de carne pros lobos. Eu me sinto uma pessoa humana. Se alguns animais dentro da sociedade sao cruéis isso é um problema deles, eles que estao errados. Mas nao posso deixar que meia dúzia de cachorros me façam sentir tão fragilizada
O verei urgente. Maravilhoso, espantoso, assustador.
ResponderExcluirTerrível isso, a sensação de impunidade com certeza é um incentivo para que esses crimes continuem acontecendo. Pra quê alguém vai parar de estuprar se sabe que as chances estão a seu favor?
ResponderExcluirTornar pública essa luta por justiça é importante pois informa, bota pressão e ajuda a formar uma rede de apoio para as vítimas que normalmente estão isoladas.
É importante também ouvir relatos de pessoas de dentro da vida militar, ver outras realidades, outras possibilidades, experiências que tem funcionado, o que precisa melhorar etc. Essa troca só enriquece o diálogo e evita de deixar aquele estigma de que todo lugar é idêntico.
Liana e Teresa, foi pensando em não estigmatizar que dei meu depoimento. Quem sabe um dia eu arrisque um guest post né! ^^(e Teresa, pedras da onde? Argumentos super válidos, e mesmo que eu discorde de algum não é pra tanto não, pelo menos de minha parte. Sou filha e neta de militar, meu vôzico também esteve na 2ª Guerra que nem o seu. :D)
ResponderExcluirNão dá pra jogar areia na carreira militar de todas as mulheres e dizer que é uma profissão que vai te dar o risco potencial de estupro por si só (pelo menos aqui no Brasil, conheço milicas de vários estados e o preconceito é tema sim, mas quando se trata de estupro não é assim). Mas também não dá pra descartar o risco, como em diversas profissões. Sempre lembro daquela moça do escritório de advocacia em SP, super chique, que foi estuprada pelo colega de trabalho, seu ‘douto’ colega...
A post nem se propõe a isso, eu sei, é uma realidade dos EUA e lá sim os números apontam par um risco potencial. E poxa, que horror! Ainda bem que alguém as escuta, que a exposição dos fatos está modificando as políticas a respeito!
Não dá pra fraquejar, achar que nenhuma mulher pode ser motorista de caminhão, mecânica, juíza, empresária, ou o que ela quiser. Infelizmente sou a única feminista-milica do grupo que participo, mas no trabalho estou sempre motivando as outras com palavras e gestos de união e superação, e bom humor pois se não fosse militar eu seria comediante, e ta dando super certo. Meus colegas homens falam, carinhosamente, que as mulheres do meu quartel ou que andam comigo são todas “amotinadas”. :D
Abração! ^^
Texto interessantíssimo, incita-nos a ver o filme.
ResponderExcluirEor flar em violência , olha só mais esta.
ResponderExcluirhttp://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/05/05/relatos-para-quem-acha-que-mulheres-na-balada-sao-como-carne-no-acougue/
" Fico matutando que é só mesmo através da violência física ou psicológica de uma sociedade como a nossa que esses idiotas conseguem levar sua carga genética adiante."
Talves seja esse o objetivo de tanta violência e estupros.
Boo Boo Maria Gabriela
ResponderExcluirDesejo muita sorte a vc, e q consiga atingir todos os seus objetivos, fiquei muito feliz ao saber da noticia sobre a Coronel Claudia q comanda a PM de BH ,e da Contra Almirante Dalva.
Espero q vc seja tão bem sucedida como elas.
Livia,
ResponderExcluirque história é essa das living dolls?
Mariana e Livia infelizmente eu acho q sei do q vcs estão falando, tb vi q na Deep Web esse assunto e fiquei alguns dias passando mal tb, é inacreditavel até onde pode chegar a maldade humana, ainda mais qdo é contra a mulher, no caso meninas.
ResponderExcluirO assunto era "Lolita slave toys", não aconselho a ninguem a ver, da até medo q isso seja verdade, espero sinceramente q seja só fruto de mentes muito doentias e sadicas.
Tem um filme que tangencia o assunto: "A filha do general". É meio antiguinho, com o John Travolta.
ResponderExcluirPena que o que é mostrado no documentário está a anos luz de ser ficção.
Só pra tranquilizar as amigas que vão à Deep Web e acreditam em tudo, isso de "Lolitas Sex Dolls" é um hoax MUITO, MAS MUITO ANTIGO MESMO, no nivel de quererem vender a Amazônia para os gringos e dos gatos engarrafados. Bjos.
ResponderExcluirOi, Lola
ResponderExcluirVi esse documentário alguns meses atrás, senti uma dor física absurda e chorei por elas até acabar o meu fôlego.
No documentário quem assistir verá que a questão tá muito longe do sexo, são várias as meninas que ficam com sequelas físicas graves (desde a mandíbula até a coluna vertebral), que é uma estrutura montada completamente para que elas sejam obrigadas a aceitar a violência para pertencerem ao grupo. Por isso o tal risco profissional, ser militar é aceitar as regras do grupo mesmo as mais violentas e absurdas. O documentário - para mim - remeteu muito mais ao filme do Kubrick "Nascido para Matar" de 1987.
E nesse sentido mais sociológico parece lógico imaginar que não temos uma justiça independente para tratar casos de abuso em qualquer exército do mundo - no Brasil, com certeza não temos. Essa lógica de aceitar a violência, promover a violência e incentivar a violência em uma lógica heteronormativa e machista não são exclusividade dos EUA.
E dentro desses pensamentos, eu me lembrei de um colega do colegial que vivia na Vila Militar da minha cidade e me contava dos abusos cometidos pelos maridos contra suas esposas e da reação social a isso ali dentro. A violência doméstica era generalizada e muito pesada, eram homens fortes, treinados, e dispostos a machucar.
A mãe dele não suportou morar naquele lugar onde todas as mulheres que ela conheciam sofriam violência.
Claro que são situações diferentes, mas não pude deixar de relacionar.
espero seu texto sobre o doc! :)
Estou tentando assistir esse documentário, mas não encontro legenda em nenhum lugar...Alguém já achou?
ResponderExcluirNão sou do exercito mas lutel com se fosse menina ainda eu lutava bravamente perdi mas n me culpo porque lutei . A guerra fol tremeod em meio a vários estupros tive: unha arranda, mão golpeada a faca 7 pontos, punho quebrado, dedos deslocados,pé torcido,tornozelo também sö parou quando quebrei dois osso da bacia, um mês internada,cadeira de rodas,cirurgia. A idade ? 16 n èpocate ninguèm po mim.
ResponderExcluirAlguém sabe onde eu encontro o documentário com legendas em português? Quero muito assistir, mas sou uma desgraça no inglês :/
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