Juro que queria terminar o ano com um post levinho e inconsequente, mas não vai dar. O assunto do momento no mundo é a revolta na Índia, e vocês já devem ter ouvido falar do caso.
Vou resumir: no dia 16 de dezembro, em Nova Déli, uma estudante de medicina de 23 anos e seu amigo foram ao cinema, e pegaram um ônibus para voltar pra casa. Dentro do ônibus, durante uma hora, ela foi estuprada por seis homens. Usaram uma barra de ferro para espancá-la e penetrar seu corpo, causando rompimento de vários órgãos. Também bateram no amigo, e jogaram os dois, nus, pra fora do ônibus em movimento.
Durante duas semanas, internada em hospitais, a moça lutou por sua vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu neste final de semana. O clima de revolta começou em meados do mês, quando uma multidão de manifestantes foi às ruas exigir justiça e o fim da violência contra as mulheres. Na realidade, começou antes. Em julho, em outra cidade indiana, uma jovem foi cercada e hostilizada por 20 a 40 homens, que não a estupraram por pouco. A agressão foi filmada, e a inércia da polícia fez com que milhares de pessoas protestassem por toda a Índia.
Entre os países que configuram as maiores economias do mundo, os G-20, a Índia é considerada o pior lugar para as mulheres viverem (o Brasil ocupa a 11a colocação). Estatísticas apontam que, do total de 256 mil crimes violentos registrados na Índia em 2011, 228 mil foram contra mulheres. Esse tratamento de segunda classe dado ao sexo feminino transparece nos alarmantes números de infanticídios (“é uma menina” são as três palavras mais fatais do planeta, segundo um documentário) e nos casos de estupro, que só aumentam.
Ano passado foram mais de 24 mil casos registrados na Índia. Só 26% deles resultaram numa condenação. Como o estupro equivale a uma condenação moral da vítima (soa familiar?), indianas estupradas raramente conseguem casar, por exemplo. Assim, as denúncias de estupro são ínfimas. Só um em cada 50 casos de estupro é denunciado. Portanto, vamos multiplicar os 24 mil estupros na Índia no ano passado por 50. Dá 1,200,000 estupros por ano. E muitos desses estupros são coletivos.
A polícia indiana age como aquela de Nova York nos anos 1970, ou como a nossa antes das delegacias da mulher, ou como o candidato americano ao senado (que falou de “estupros legítimos”), ou como o policial canadense que fez a declaração que gerou a Marcha das Vadias (disse ele: “as mulheres devem evitar se vestir como vagabundas, para não se tornarem vítimas de ataques sexuais”). Certo. A polícia indiana reflete o senso comum, nada mais, nada menos. O problema é que uma parcela enorme da população depende desta mesma polícia para ter o mínimo de proteção.
Uma revista indiana gravou entrevistas com trinta investigadores em delegacias, e o que esses investigadores disseram é o mesmo que ouvimos todos os dias (os comentários publicados aqui em qualquer post sobre estupro não me deixam mentir): que a vítima mereceu, que ela provocou, que ela só quer ganhar dinheiro em cima da denúncia (“as vítimas reais de estupro, mulheres honestas, nunca teriam coragem de denunciar”, alegou um deles).
Outro caso chocante ocorrido semana passada foi o de uma indiana de 17 anos que se matou ingerindo veneno. Ela tentou denunciar o estupro coletivo que sofreu. E, em contrapartida, ouviu da polícia que deveria aceitar um acordo financeiro ou se casar com um dos estupradores. Depois do suicídio, os policiais responsáveis foram afastados. Vão afastar todos?
Diante de uma situação tão desoladora, faz todo sentido a iniciativa de Sampat Pal Devi, que fundou a Gulab Gang (gangue rosa-choque) em 2006. Hoje a gangue tem 20 mil participantes, incluindo homens, que andam com bastões para proteger mulheres de injustiças e abusos. A Gulab Gang, assim como os inúmeros protestos, ajudam a pressionar as autoridades.
O governo indiano está sentindo os protestos na pele. Foi só por causa desses protestos que seis acusados foram presos no caso do estupro coletivo no ônibus de Nova Déli. E o primeiro-ministro compareceu ao funeral. Agora o governo está prometendo medidas mais duras contra o estupro, e a divulgação de nomes de condenados por estupro. Esta é obviamente uma medida perigosa, já que pode causar linchamentos dos criminosos. Mas concordo com uma ativista indiana que diz que essa divulgação tiraria o foco da vítima (que sempre é culpada ou no mínimo suspeita em casos de estupro) e o direcionaria ao estuprador.
Vamos ver no que isso vai dar. A boa notícia disso tudo é que as indianas (e muitos indianos também) estão protestando a todo vapor. 2012, pelo jeito, será o ano em que uma grande parte da sociedade percebeu que não pode continuar assim. Pena que houve a necessidade de tantas mártires para se chegar a esta conclusão.
Se estupro de modo geral já tem muito mais a ver com violência do que com sexo, o que dizer de estupro coletivo, o chamado gang rape? Este é o tipo de estupro mais comum em guerras, e também entre gangues. Por que será? Será que homens em grupo sentem um desejo incontrolável de fazer sexo com as mulheres que aparecem em sua frente? Ou será que o estupro coletivo é um meio em que esse grupo de homens exerce sua masculinidade, provando ser másculo? É dessa forma que um homem prova prum grupo que ele não é a pior coisa que pode ser numa sociedade misógina –- em suma, que ele não é mulher. E nem gay. Ele atesta sua masculinidade liberando sua misoginia e estuprando uma mulher.
E, sim, fui informada do caso da jovem de 21 anos que no início do mês, em SP, se jogou do sétimo andar do seu prédio. Isso aconteceu uma semana depois de uma festa de final de ano no escritório de advocacia em que Viviane estagiava. Viviane chegou a dizer para a mãe que havia sido drogada e estuprada durante a festa. Só agora a polícia está investigando o caso. A firma de advocacia, uma das maiores do Brasil, lançou nota declarando que não se manifestará sobre o caso “em respeito à memória de Viviane”. Pra quem já acompanhou meio caso de estupro, essa nota parece dizer nas entrelinhas que a estagiária transou com um monte de caras numa festa porque quis. Daí o “respeito” em não falar sobre o caso (há reviravoltas no caso, e em março a polícia descartou estupro).
Hoje mesmo recebi um comentário no post sobre o estupro coletivo do grupo New Hit (tudo sic): “mesmo que esse laudo aponte a presenca de semem de um dos rapazes, como saber se nao foi um ato sexual consetido?. quer dizer agora toda mulher pode ir a delegacia e denunciar seus namorados e maridos por estupro para se vingarem de uma traicao ou rejeicao? que bagunça e essa?. Muitas vezes, nao todas, mas muitas, as proprias mulheres é que ficam flertando com o cara, se insinuando”.
Como podemos ver, estupro e a punição para estupros não são graves problemas só na Índia. E se esses problemas fossem fruto de uma determinada polícia, de um determinado governo, não seria difícil resolvê-los. Bastaria trocar a polícia e o governo. Mas trocar toda uma sociedade é bem mais complicado.
Mas pode ter certeza que vamos continuar lutando em 2013.
Parece que pras feministas o unico crime que deve ser combatido é o estupro ,meus votos para 2013 :
ResponderExcluirEm 2013 menos homicidios
Em 2013 menos assaltos
Em 2013 menos ódio
Em 2013 menos maridos picotados vivos
Em 2013 menos misoginia
Em 2013 menos misandria(feminismo)
Esqueceu da homofobia.
ExcluirMisandria não é sinonimo de feminismo, sr anônimo ignorante.
ExcluirEh sr machinho ignorante, desejo do fundo da minha alma que uma filha tua não passe por isto.. Ou uma mãe, uma irmã!
ExcluirNao fiquem dado papo para esse cidadao. Pessoas insiguinificantes fazem d td para aparecer.O importante é termos a conciencia q devemos nos unir para lutar contra a violencia q as mulheres estao sofrendo. A uniao faza a força..temos q colocar em pratica o sentido dessa frase..
ExcluirEstava discutindo alguns desses casos hoje pela manhã com o meu marido e como esquecemos de que a opressão de gênero atravessa as diversas culturas. Você não tocou nesse post, embora tenha escrito sobre isso antes, Lola. Mas devemos lembrar do estupro coletivo como presente e das duas moças mortas por reconhecerem o criminosos...
ResponderExcluirEnfim, pensando no caso dessa moça de São Paulo, lembrei de um dos livros da Heleieth Saffioti. Nele ela falava da dificuldade de se estudar o abuso sexual entre os ricos no Brasil. A moça era classe média alta, trabalhava em um dos maiores escritórios de advocacia do país, contou para a mãe e ela nada... Fico imaginando quem são seus colegas de trabalho, suas relações (*juízes? delegados federais? ministros?*) e mesmo da própria moça morta... Sem querer passas a mão, mas como escreveu a Saffioti, é mais "fácil" estudar os pobres, pois eles e elas têm pouco a perder. Entre os ricos os abusos muitas vezes são escondidos pelo bem das boas relações dentro do grupo... E uma moça morreu...
Feliz ano novo, com menos estupro!
ResponderExcluirAté agora estou chocada com tudo isso. Chorei demais com essas notícias. Ainda lacrimejo ao ler essas linhas. Não sei mais como aguentar toda essa violência no mundo. Espero mesmo que 2013 seja o ano da epifania mundial.
ResponderExcluirNo entanto, achei uma propagandazinha leve, mas com uma mensagem bem legal, olha só:
http://www.youtube.com/watch?v=b8vXfb80gF4
O que as pessoas "não querem" entender é que o que fez a estagiária cometer suicídio não foi só o estupro em si, mas saber que ela que seria julgada, que esses comentários que estão pipocando nos sites seriam bem piores, mais cruéis. O que não aceitam é que todos, direta ou indiretamente são cúmplices dos estupradores e a verdadeira causa das mortes dessas mulheres.
ResponderExcluirLeis mais rígidas que punam adequadamente os estupradores, leis que deixem bem claro que o criminoso é quem comete o crime, que o crime seja o estupro e não a queixa. Um conjunto de normas que evitem ou pelo menos diminuam consideravelmente os estupros, mas que essas normas sejam levadas aos potenciais estupradores e não apenas às possíveis vítimas. Enfim, que nunca mais uma vítima tenha que dividir a culpa com o estuprador e que a sociedade entenda que ela, e não a vítima, que promove o estupro vitimizando o agressor, justificando a violência ao julgar o comportamento das mulheres. É disso que precisamos.Não queremos que estupradores sejam mortos ou estuprados, só não queremos ser potenciais vítimas de um.
Pelo visto a nossa luta ainda vai ser muiiiiitoooo demoraaadaaaa. Mas cada segundo vale a pena.
ResponderExcluirE vai ser demorada porque, como disse você, não é uma questão de mudar de política e sim todos os valores de uma sociedade. Sinceramente, eu não gostaria de saber quanto tempo isso vai levar porque as vezes, vendo reportagens desse tipo aí, algo me faz remeter que ainda possuímos um pé enorme no anos 50; com toda aquela moralidade e machismo que ainda nos cerca de maneira tão naturalizada nos dias atuais.
Mas né, que 2013 seja mais um passo em termos de avanço no pensamento social que nos cerca em relação as nós mulheres; que tantas vezes somos privadas de ter ou exercer nosso desejo sexual, mais do que isso somos culpadas por isso.
é sério Lola, eu não espero que isso mude MUITO antes de eu morrer. Mas se eu puder deixar algum legado melhor pras minhas filhas, netas e próximas gerações de mulheres já me sinto melhor.
A pergunta é : quantas mulheres ainda morrerão e continuarão morrendo todos os dias até que isso mude?
Infelizmente eu chutaria que muitas. Triste realidade patriarcal.
Lola como faço pra falar diretamente com você? Já vi vários post que vc publica de pessoas que te enviaram seus desabafos, ou mesmo uma parte de suas histórias de vida... até os mascus conseguem esse contato direto que dá espaço a eles aqui em seu blog (claro q o espaço deles não é um espaço, digamos, que os deixe em uma boa posicão).
ResponderExcluirMas sim, se eu quiser, por exemplo, enviar um relato ou alguma coisa sobre o feminismo, sobre a nossa luta, ou até sobre mim mesma, como eu faço? é pro seu email?
Beijinhos
Lola, eu estou chorando. Sem brincadeira.
ResponderExcluirEnfim, um feliz 2013 para você. Obrigada por manter este blog no ar.
Rose
ResponderExcluirPelo que entendi para punir mais estupradores voce quer inverter o principio de inocencia até que se prove pelo de que se houver acusação de crime será culpado ate que se prove o contrario .
Ok ,mas ja pensou se alguem te acusar de tentativa de assassinato e voce seja considerada assassina e fique presa e/ou sofrendo sanções até provar sua inocencia ?
Como disse a comentarista, TODOS, direta ou indiretamente, são cúmplices dos estupradores e a verdadeira causa da morte dessas mulheres.
ResponderExcluirSou estuprada cada vez que alguém joga o ônus da prova sobre a vítima e tenta atenuar ou justificar o crime. Sou estuprada cada vez que alguém ensina sua filha a evitar o estupro, mas não ensina seu filho a não se tornar um estuprador. Sou estuprada cada vez que uma mulher deixa de denunciar a violência sofrida, embora entenda porque desistem da denúncia.
Trocar a sociedade inteira é difícil, mas urgente e necessário para que estes casos parem de acontecer. Lobotomia? Lavagem cerebral? Não sei o caminho... Mas não podemos jamais nos calar.
Sim, Núbia, vc (e quem quiser) pode mandar seu relato, sua experiência, sua opinião, sua exposição sobre um assunto que conhece bem, pro meu email: lolaescreva@gmail.com
ResponderExcluirCostumo publicar 2 ou 3 guest posts por semana (geralmente um na quarta-feira e um no sábado, e às vezes um no domingo). Ainda tenho UM MONTE de guest posts agendados aguardando publicação, então é bem provável que ele não seja publicado na hora (a menos que seja sobre um assunto mais do momento). Mas também não há uma ordem correta. Eu procuro variar o tema dos guest posts, pra que eles realmente se destaquem. E também porque recebo posts sobre os mais variados assuntos.
Também não são TODOS os textos que são publicados. Às vezes aparecem textos que dizem coisas muito óbvias, ou que não estão bem desenvolvidos. Eu mando um email pra pessoa pedindo pra ela desenvolver um parágrafo, ou explicar o que quis dizer naquele trecho. E às vezes o texto é longo demais. Por exemplo, recebi um email de uma mulher contra o aborto. Até achei interessante (gosto de publicar coisas que nunca foram publicadas no blog), mas o texto era quilométrico. Pedi a ela que cortasse vários pontos para que o texto coubesse no padrão dos posts (geralmente 1,5 página no Word ou Open Office em corpo 11), mas ela disse que não daria pra cortar nada, então não foi publicado. Raramente, eu divido um texto enorme em 3 guest posts, que levam meses para serem publicados (um pedaço por mês).
Em geral os guest posts surgem assim: 1) ou eu peço pra uma pessoa escrever um post sobre um determinado assunto (muitas vezes a pessoa me pede pra fazer um post sobre aquilo, mas não entendo nada do assunto ou não tenho tempo, então peço pra ela escrever); 2) alguém deixa um comentário perfeito num post, e eu o transformo em guest post, ou 3) eu recebo um email instigante e pergunto se posso transformá-lo em guest post. Este é o caso mais comum.
Abração a todxs!
Anônimo, Q.U.E.R.I.D.X, você sabe ler.
ResponderExcluirPrefiro ser uma pessoa otimista, mas as vezes não dá...
ResponderExcluirOntem eu estava em um aniversário,onde estavam presentes 5 desembargadores , alguns promotores de justiça,muitos juízes e advogados.E ouvi um conhecido contar às gargalhadas,como as mulheres de uma certa região no interior do estado relatavam as agressões sofridas.Fiquei muito revoltada com o que eu estava ouvindo; alguém notou meu descontentamento e veio me explicar: "só estão rindo pelo sotaque engraçado que essas pessoas usam naquela região".
Sinceramente, tenho medo de perder meu otimismo e desistir...
Beijos a todxs e um 2013 melhor para nós.
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2012/12/31/em-luto-por-vitima-de-estupro-india-cancela-celebracoes-de-ano-novo.htm
ResponderExcluirNotícia muito boa!Que bom que quando me desanimo vejo algo animador!
Ok Lola,thanks, vou sintetizar tdo que eu acho que pode ser publicado e mandar pro seu email.
ResponderExcluirbjos
Anônimo primeiro de todos: quando eu vir um cérebro fugindo por aí eu te aviso que deve ser seu.
ResponderExcluirLola, a polícia não começou a investigar a morte da Viviane só agora. Sei que antes da missa de sétimo dia a morte já estava sendo investigada e já se conhecia o estupro na festa de fim de ano do Machado Meyer.
ResponderExcluirEu acredito que só saiu essa notícia agora, entre Natal e ano novo, por pressão do escritório! Ninguém acompanha notícia agora, tá todo mundo viajando, curtindo as festas, longe de jornais.
Ademais a posição do escritório é nojenta! Esta dando abrigo a um estuprador!!
Totalmente nada a ver (mas sempre tem tudo a ver):
ResponderExcluirhttp://rochido.wordpress.com/2012/05/18/o-corpo-e-seu-mas-seu-marido-e-quem-decide/
Será que dá pra mudar essa lei em 2013?
Antes de mais nada, o estrupo representa um dos atos mais abjetos,mais censuráveis e condenáveis a liberdade sexual das mulheres,porque a ação delituosa invade o "santuario" de sua individualidade física e psicológica e que causa uma dor moral que carregará na memória por muito tempo,maculando a sua existência,e consistindo muitas vezes,na dificuldade ou impossibilidade de praticar o sexo e ter prazer com o ato sexual e com alguns casos, completa aversão à promixidade física,com qualquer outro homem,enfim é quase uma morta viva.Infelizmente a menina morreu,mais e aquelas que continuam viva que tipo de amparo elas podem ter.
ResponderExcluirO ser humano ainda tem muito que crescer em termos morais....
Mascu-covarde-que-quando-encontra-um-homem-mais-forte-que-você-fica-pianinho, eu desejo a você um ótimo 2013 sem mulher nenhuma.
ResponderExcluirFeliz Ano Novo, Lola e leitorxs!
O único tipo de crime em que quase sempre a vítima é mais julgada que o próprio agressor. Lamentável. E parece que a comoção só é geral se a vítima chega ao ponto de se suicidar, porque assim se convencem que estava mesmo falando a verdade.
ResponderExcluirSe o crime com essa estagiária tivesse vindo a público antes do seu suicídio, não duvido que ela ouviria coisas terríveis da opinião pública.
Que no próximo ano e em todos os outros mulheres passem a ser mais respeitadas, em sua vida social e profissional, em suas escolhas, em sua vida sexual, em seu direito de ir e vir, em sua necessidade de obter justiça e que não tenhamos que ouvir tantos absurdos.
Desejo que ano que vem, vc Lola, e todxs nós tenhamos força pra não nos calar e lutar contra as injustiças e que tenhamos muitas alegrias.
Abçs e uma ótima passagem de ano!
A misoginia/machismo no mundo nao vai melhorar tao cedo,mas boto fé q no Brasil ainda vou tá viva pra esse país se tornar pelo menos uma Suecia(acho q Islandia é ainda mais um pouco distante pra eu presenciar).
ResponderExcluirGente, ela foi estuprada num ônibus do transporte público? Não sei como é na Índia, mas não tinha motorista, cobrador, outros passageiros...?
ResponderExcluirAnon das 18:35
ResponderExcluirTer tinha, mas eles não deram uma foda, afinal, é só "mais uma" e "algo deve ter feito" e talvez até "não é problema meu, depois ela casa e pronto" ou algo do tipo.
vou na marcha das vadias até morrer, e esperar q esse ano seja menos pior pra nós mulheres Lola....
ResponderExcluirOlá Lola, sou a do guest post dos vizinhos mascuzinhos/coiós. I'm alive and kicking rsrs. Sugiro um filme http://www.imdb.com/title/tt0094608/ tudo a ver com o assunto deprimente deste post - e num certo sentido, bem a ver com o meu tb, já q sempre aparecem uns "ceresumanos" botando a culpa na vítima. Abração, tudo de exuberante pra ti e estou a postos pras próximas lutas!
ResponderExcluirEsse texto escrevi para um fórum de Supremacia Feminina, mas achei bonito e portanto compartilho aqui, então, tenham possíveis exageros apenas como licença poética...
ResponderExcluirReflexões de uma jovem alquimista....
Resolvo fazer meu não-tradicional Sobá de Fim de Ano. Um prato exótico e atípico em nossa culinária apesar de tradicional no Fim de Ano Japonês. Enquanto preparo tal prato sem nenhuma razão especial senão diversão, contemplo e seleciono um a um os variados óleos e temperos de minha coleção. Enquanto organizo minhas iguarias, paro por uns segundos - ou talvez minutos - para refletir sobre a Natureza em sua essência, e contemplo não apenas a grandiosidade da Natureza, mas também um irrefutável fato: A Natureza, em sua mais pura essência, é Matriarcal.
Os rios alimentam todos os seres, as flores decoram e perfumam, os frutos e grãos alimentam, o próprio ciclo da vida é constante evolução e aprendizado. Ora, não seria esses os principais aspectos da feminilidade? A mãe que alimenta, a musa que seduz, a mesma mãe que ama, educa e pune, a mesma musa que faz os seres transcenderem a própria natureza por seu bem estar com um simples propósito final: Gerar a Vida. Sempre sonhando com uma vida mais doce, mais bela, mais evoluída.
Muitos temem o Matriarcado. Afinal, como seria? Uma constante opressão feminina em que homens são inocentemente humilhados, mortos por razões banais e privados de direitos básicos inerentes ao ser vivo? Oras, existem povos - e subculturas - matriarcais pelo mundo, e ainda que matriarcais, os homens são respeitados em sua natureza e ainda que limitados em assuntos espirituais e delicados(em geral, conflitos), tem poder de voz. Pode-se argumentar que tais povos são "primitivos", mas... Em um patriarcado primitivo havia igualdade de direitos e respeito às diferenças? Claro que não! Haviam sim, estupros em massa, genocídios, rios de sangue de crianças. E hoje o que temos não é muito diferente, apenas chamamos nossas guerras de negócios especulativos e o sangue foi trocado por lágrimas, doenças e fome.
[continua...]
ResponderExcluirDe fato, o Matriarcado não é opressivo, o Matriarcado não precisa disso. Opressão, Dor, Futilidades, essas não são mais que aberrações patriarcais. Nós não precisamos matar para sermos respeitadas. Não precisamos oprimir, castigar e inferiorizar metade da população para sermos adoradas. A Essência do Matriarcado está justamente no Dom Feminino de harmonizar a natureza em sua volta, e não em demostrações de força. De fato, a própria antropologia demostra que o Matriarcado, seja o atual(de pequenos povos e subculturas), seja o histórico(de veneração à Natureza), havia plena igualdade de direitos entre todos os gêneros, sendo apenas os assuntos da Alta Espiritualidade e tomada de decisões delicadas(pequenas guerras), algo que dependia da Palavra da Mulher. Bem como a Mulher pode e deve intervir nas tolas disputas masculinas.
Aqueles homens que associam o Matriarcado à opressão apenas estão projetando sua própria natureza bélica no que pensam ser uma ameaça.
Observe uma domme que tenha sua masmorra com mil escravos: Todos estão lá por escolha, e são livres para deixá-la se assim desejarem. E mesmo que pequem contra sua Senhora, jamais irão sofrer nada além de uma punição justa e no fundo até mesmo prazerosa.
Agora observe qualquer homem um pouco mais afortunado da península árabe ou dos "istãos": Não é incomum as mulheres praticamente imploram às câmeras por ajuda. Deformações a base de fogo e ácido, bem como execuções lentas e "exemplares", são punições comuns.
Contemplando esse ano, vejo que apesar dos desafios e de pequenos regressos, o Matriarcado avançou, e se mostrou presente. Mesmo o ano está fechando com uma grande revolta violenta na Índia em relação a cultura de estupro naquele lugar, onde até pouco tempo era a coisa mais banal do mundo. Sociólogos já reconhecem que políticas de bem estar social em diversos países(principalmente os EUA), dependem do Voto Feminino, e provavelmente se não fosse por ele, ainda estaríamos com "assassinatos de limpeza de honra" e escravidões veladas em pleno ocidente.
Sim, a Deusa está pegando de volta o que é dela.
E a Deusa merece. Não apenas por o Mundo pertencer a Ela, mas também por toda sua generosidade maternal de nos prover milhares de ervas e alimentos medicinais.
Espero para 2013 que haja mais justiça, mais empatia, amor e compreensão. Tudo que eu espero para 2013, é que haja mais Matriarcado.
Conforme os incensos de chocolate - que acendi em honra a uma pessoa especial - vão se apagando e sendo rapidamente substituídos, e ainda aguardo ansiosamente a Lua Minguante se fazer bela no céu, meu sobá - com suas mil pimentas que representam as mais diversas facetas dos aromas picantes da Deusa - fica pronto.
Estão servidas, Meninas? ^__^
Feliz 2013 para todas!!!!
Puxa Lola, que coincidência. Hoje mesmo eu postei um texto sobre esse assunto (http://pattykirsche.blogspot.com/2012/12/cultura-de-estupro-brasil-nao-tao-longe.html). Crime absurdamente cruel, muito difícil entender que desejo de destruição de mulheres é esse. Que falta de empatia, que sadismo. E que a tortura e morte dessa inocente não seja em vão.
ResponderExcluirRaziel viajando legal XD.
ResponderExcluirMas é um bom assunto pra um novo post,sempre tive curiosidade para saber a opinião da Lolinha sobre matriarcado.Lola,vc pode me dar sua opinião?Num post ou mesmo aqui nos coments?Minha curiosidade é sincera,quero saber a opinião de uma feminista mais experiente que eu.
Buenas,não vejo por que seria perigoso divulgar nome e endereço de estupradores.Se não quiserem correr o risco de receberem o mesmo tratamento que dão às vítimas(assassinato), basta não cometerem estupros. Afinal os bandidos que são mortos em confronto com a polícia(como os três que explodiram a fábrica de joias na Serra gaúcha) não teriam morrido se não tivessem feito reféns e revidado com armas à Brigada. Veja bem,isto é bem diferente de encapuzados em motos saírem a esmo matando moradores de vilas populares, pretensamente fazendo justiça com as próprias mãos como ocorre em São Paulo!
ResponderExcluirO Estado Democrático de Direito é uma instituição muito recentíssima!! Até o princípio do séc. XIX todos os países europeus eram monarquias absolutistas, onde a palavra e a vontade do rei era a lei. Nos demais continentes o absolutismo ou as repúblicas oligárquicas agrárias existiram até bem pouquíssimos anos como bem comprovam as ditaduras militares.
Estupro e assassinato de mulheres em defesa da honra nunca foram considerados crimes até então bem como linchar e queimar negros nos Estados Unidos até os anos 50 e na África do Sul até os anos 80 do século passado.Da mesma forma homossexualismo sempre foi considerado uma perversão, doença ou imoralidade até os anos 70 com aval da OMS.
30 ou 40 anos para a história da humanidade equivale a milésimos de segundo em relação à duração da vida humana, seria querer demais que o mundo inteiro se transformasse tão radicalmente em pouquíssimos anos.
Primeiro:
ResponderExcluir"O clima de revolta começou em meados do mês, quando uma multidão de manifestantes foi às ruas exigir justiça e o fim da violência contra as mulheres."
Para logo em seguida:
"Mas concordo com uma ativista indiana que diz que essa divulgação tiraria o foco da vítima (que sempre é culpada ou no mínimo suspeita em casos de estupro)."
Ué, se a vítima sempre é considerada culpada, então porque a multidão se revoltou? O vulgo quer inverter as coisas, quer punir os inocentes e inocentar a culpada?
Isso só comprova a opinião que tenho sobre o assunto. A sociedade tende a atribuir a culpa a mulher em alguns casos, não em todos eles, como você pareceu querer ilustrar.
Mas, concordo com você que independentemente das roupas ou do comportamento da mulher, um estupro não se justifica de maneira nenhuma. Sendo sempre um absurdo.
Portanto, a marcha das vadias é legítima em suas reivindicações e protestos.
Felipe,
ResponderExcluirSão poucos e específicos os casos em que o estuprador é visto como culpado pela sociedade:
- Quando o estuprador é um ninja ocultado pela neblina que na madrugada nublada ataca a pobre mocinha.
- Quando o estuprador é um grupo de valentões que resolve ter uma diversão sádica.
Ou uma combinação linear entre esses dois. De resto, "a culpa é da vítima". =(
Essa desculpa de que "se a mulher se insinuou é bem feito ter sido violetada" deveria ser aplicada a homens. O tempo inteiro homens ficam de gracinha, passando cantada, se insinuando. Que tal se fossem violentados e a culpa fosse deles a cada vez que ficam de gracinha? Que lógica, hein.
ResponderExcluir"Estatísticas apontam que, do total de 256 mil crimes violentos registrados na Índia em 2011, 228 mil foram contra mulheres."
ResponderExcluirO que torna a Índia uma realidade bem diferente da nossa, ao menos nesse aspecto. Segundo o IBGE, o homem brasileiro tem 3,9 vezes mais chance de sofrer uma morte violenta que uma mulher. Ou seja, é simplesmente quatro vezes mais fácil sofrer um assassinato quando se é homem. É preciso ver os outros lados também.
Raziel,
ResponderExcluirAcredito que quem tenta justificar um estupro colocando a culpa no comportamento ou nas vestes da vítima é apenas uma parte da sociedade. Não quero dizer com isso que seja uma parte pequena, mas creio que não é, de forma alguma, maioria. E também isso varia de lugar para lugar. Em países islâmicos e tribais esse número é maior. Em países seculares e industriais, é muito menor.
Mas, sei lá, você crê mesmo que existe uma cultura do estupro no Brasil?
Tipo, acho que temos uma cultura da corrupção, temos uma cultura da pegaçao e do sexo sem compromisso, temos uma cultura da combinação entre álcool e direção, etc, mas cultura do estupro, eu acho que não é razoável afirmar.
Temos uma cultura da corrupção porque, a grande maioria do povo brasileiro, já foi, é ou será corrupto em vários momentos de suas vidas (observe que o termo “ser corrupto” não tem aqui qualquer conotação política); temos uma cultura da pegaçao e do sexo sem compromisso porque a grande maioria do povo brasileiro fez, faz ou fará sexo sem compromisso em vários momentos de suas vidas; temos uma cultura da combinação entre álcool e direção porque a grande maioria do povo brasileiro já dirigiu, dirige, ou ainda dirigirá sob o efeito do álcool em vários momentos de suas vidas.
Na minha cabeça, para que fosse legítimo dizermos que existe uma cultura do estupro por aqui, o estupro teria que se encaixar na mesma linha de raciocínio que os comportamentos anteriores. Mas você verá que não se encaixa.
“Temos uma cultura do estupro no Brasil porque a grande maioria do povo brasileiro já estuprou, estupra ou ainda estuprará outras pessoas em vários momentos de suas vidas”
Isso é falso.
Não importa se a mulher fica de gracinha, não importa se ela está pelada em via pública, não importa se a mulher matou a mãe do estuprador e ele quis se vingar. Em hipótese nenhuma, mas nenhuma mesmo, sem exceção, o estupro vai se justificar.
ResponderExcluirMesmo se a mulher abrir as pernas para o cara, e, quando o cara for lá transar, ela disser que desistiu, que não quer mais, o cara vai ter que respeitar, vai ter que ficar na vontade. Ele não tem o direito de usar da violência se ela desistiu, não quer mais. Mesmo que ela tenha feito só de zuaçao, de pirraça, o cara tem a obrigação de respeitar a decisão dela.
Nua em via pública, promíscua, vadia, provocadora, não importa, ela é cidadã e tem que ter a sua integridade física resguardada, é um direito dela.
Fernando,
ResponderExcluirEsse mesmo tipo de comentário que o seu foi feito aqui nesse blog várias vezes.
Vamos aos fatos: A maioria dos homens assassinados são assassinados por outros homens. O fato de que os homens estão entre as maiores vítimas de violência não anula o fato de que exista violência contra a mulher.
Felipe,
ResponderExcluirA cultura do estupro existe sim no Brasil. A Lola já citou alguns exemplos - o estupro das duas meninas por aquele grupo, o caso dos estupros como presente de aniversário, relatos de meninas que contaram para as mães os abusos que sofreram e, mesmo assim, ouviram o que ninguém deveria ouvir -, e eu já li uma quantidade enorme de comentários de pessoas que sofreram situações como as relatadas nos guest posts. Não acontece só na Índia, só em Bangladesh, só na África como um todo; acontece, também, aqui.
Aproveitando o post, passei o ano novo em Paris. Fui para a Torre ver os fogos e, na volta, obviamente, foi aquela confusão. Todos queriam chegar no metrô ao mesmo tempo, e como a avenida não estava fechada aina havia os carros como obstáculos. Eu estava com uma amiga, e nós duas perdemos a conta da quantidade de vezes que tivemos que dar cotoveladas nos homens ao nosso redor.
Bom, chegamos na estação. Pegamos o trem depois de uma hora. Ao sairmos para a conexão, só conseguimos pegar o quinto trem, porque todos os outros estavam lotados. Esse também, mas empurramos três caras bêbados e conseguimos entrar.
Três caras. Bêbados. Que começaram a dar em cima da gente.
E, quando eu digo 'em cima', eu digo tentar passar a mão. Eles tentaram, tentaram, tentaram, e nós duas estávamos dizendo a eles para parar e estávamos tentando sair de perto. Todo mundo ao nosso redor viu o que estava acontecendo, mas ninguém se moveu um músculo. Ok, estava lotado, masas adivinha só; quando eu reagi, quando eu lutei, quando o cara começou a me bater de volta, magicamente surgiu espaço ao meu redor. Aquelas pessoas que não tinham para onde ir para que eu ficasse segura encontraram um cantinho para se enfiar. E continuaram lá, enfiadas nesse cantinho - um deles pegou o celular para filmar, aliás -, enquanto um deles batia a minha cabeça naquele apoio de ferro e rasgava meu vestido.
Era um vagão lotado. Lotado. E, de todas as pessoas que estavam lá, só duas tentaram ajudar a gente. Duas, de mais de cem. 98 pessoas ficaram olhando, uma delas filmando. E eu não estava na Índia, no Congo, em qualquer lugar dessa natureza; eu estava na França, em um vagão lotado, de vestido rasgado e com 98 pessoas me olhando sem fazer nada.
Existe em tudo quanto é lugar.
Anônimo disse...
ResponderExcluirFernando,
Esse mesmo tipo de comentário que o seu foi feito aqui nesse blog várias vezes.
Vamos aos fatos: A maioria dos homens assassinados são assassinados por outros homens. O fato de que os homens estão entre as maiores vítimas de violência não anula o fato de que exista violência contra a mulher.
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Desculpe, mas não entendo o quê você quer dizer. Eu não culpei as mulheres por isso, nem neguei que exista violência contra a mulher. O que eu mostrei é que, diferentemente da Índia, em nosso país, homicidas visam mais homens do que mulheres. O sexo dos agressores não é muito relevante, pelo menos na minha opinião. Violência é violência.
Nathália,
ResponderExcluir"A cultura do estupro existe sim no Brasil. A Lola já citou alguns exemplos - o estupro das duas meninas por aquele grupo, o caso dos estupros como presente de aniversário, relatos de meninas que contaram para as mães os abusos que sofreram e, mesmo assim, ouviram o que ninguém deveria ouvir -, e eu já li uma quantidade enorme de comentários de pessoas que sofreram situações como as relatadas nos guest posts. Não acontece só na Índia, só em Bangladesh, só na África como um todo; acontece, também, aqui."
Isso não é suficiente para afirmarmos que uma nação inteira, com mais de 150 milhões de habitantes, está imersa em uma cultura do estupro.
Se, no Brasil, 6 a cada 10 mulheres já tivessem sido estupradas( e cada uma por um estuprador diferente), então seria pertinente afirmarmos que existe uma cultura do estupro no Brasil.
Anônima,
"Vamos aos fatos: A maioria dos homens assassinados são assassinados por outros homens. O fato de que os homens estão entre as maiores vítimas de violência não anula o fato de que exista violência contra a mulher."
Como uma feminista apaixonada pela igualdade como você provavelmente é, coloque na sua agenda um lembrete para que você não se esqueça de lutar pela segurança pública nacional, a fim de que os homens parem de morrer em quantidades maiores que as mulheres.
Felipe,
ResponderExcluirNão são só os fatos propriamente ditos, mas também a postura de uma parcela significativa da sociedade. Pegue, por exemplo, o caso do grupo da Bahia; houve uma passeata das fãs pedindo a libertação dos integrantes. Em quaisquer sites de notícias, nos comentários sobre o ocorrido, você vai encontrar as pessoas chamando as meninas de vadias, de vagabundas, e vai ler milhares de vezes que elas pediram pelo estupro por entrarem no ônibus. Os comentários de que elas mereceram por saírem com tão pouca idade para festas - e, se não me engano, elas tinham dezesseis/dezessete anos, a minha idade. E eu saio, assim como imagino que muitos dos que comentavam saíam -, por entrarem em um ônibus com eles, por fazerem isso e aquilo só não perdiam para os que disseram que elas, na verdade, não foram estupradas. Mesmo depois do laudo confirmando estupro, os comentaristas ainda diziam que elas queriam. E eu não sei você, mas eu ouvi isso também de pessoas próximas a mim também. E você não acha que tem alguma coisa de errado nisso? Alguma coisa de errado em eu estar em um vagão lotado e só dois caras me ajudarem?
Você pensa que a mulher pode abrir as pernas e desistir da ideia depois, e você está mais do que certo nisso. Mas eu não consigo apontar dez homens que pensam como você, e também não consigo apontar vinte mulheres - que eu conheça pessoalmente, pelo menos - que pensam como você.
Cultura do estupro não é só o ato final. Cultura é um conjunto, não é? Pois então. É a banalização do estupro, é não acreditar na vítima, é dizer o que a mulher tem que vestir, é homem achando que tem direito a ser metido a engraçado com mulher na rua, é aceitar como normal um comercial que mostra mulheres sendo abusadas e querer calar a boca de quem reclama.
ResponderExcluirEntão, sim, temos uma cultura do estupro.
Eu ouvi da boca de um parente próximo esses dias que se uma mulher entra na casa de um homem por livre e espontânea vontade esse homem pode fazer o que quiser com ela lá dentro, afinal, ele está na casa dele e ela entrou porque quis.
ResponderExcluirIsso é cultura de estupro.
Uma pessoa falar um absurdo desses e achar normal.
ps: esse parente meu pra piorar é mulher.
Cultura do estupro...
ResponderExcluirSério voces acham que os homens pensam que uma mulher que anda com roupa provocativa em ambientes inseguros merece ser estuprada e o agressor sair impune ?
NÃO !!!!!!!!!!
1 - Voce pode ser estuprada(ou morta ou sequestrada ou ...) se estiver de biquine ou vestida de freira ,mas se estiver de biquine a chance de sofrer violencia sexual aumenta....
2 - Isso não inocenta o perpetrador de forma alguma...
Pensa assim ,voce pode ser mordida por tubarao sem estar suja de sangue ,mas se estiver a chance disso acontecer aumenta.
Fernando disse...
ResponderExcluirDesculpe, mas não entendo o quê você quer dizer. Eu não culpei as mulheres por isso, nem neguei que exista violência contra a mulher. O que eu mostrei é que, diferentemente da Índia, em nosso país, homicidas visam mais homens do que mulheres. O sexo dos agressores não é muito relevante, pelo menos na minha opinião. Violência é violência.
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Vamos lá...
Uma boa parte dos assassinatos ocorre porque HOMENS brigam com outros HOMENS.
Muitos HOMENS são violentos. Ou seja, querem resolver tudo na PORRADA.
"Assassinos" não "escolhem" homens. Normalmente se mata em uma briga de bar. Ou seja, dois homens discutindo e aí um deles saca uma arma (ou vai pra casa buscar uma) e MATA o outro cara.
Não é "tô querendo matar um, vou matar um cara".
Aqui a gente cansa de falar que, ALÉM de vivermos em uma CULTURA DE ESTUPRO, vivemos também numa CULTURA DE VIOLÊNCIA.
Agora, será que você descobre O QUE CAUSA essa culutra de violência (e de estupro)?
MA-CHIS-MO.
É o machismo que prega que homem que é homem resolve as coisas na porrada. Seja com outros homens, seja com mulheres.
É o MACHISMO que IMPÕE que a mulher TEM QUE estar disponível para sexo.
É o machismo que diz que os homens são fortes, viris, garanhões.
As feministas querem O FIM da violência. O feminismo defende O FIM do alistamento militar obrigatório.
Quando a gente briga pelo fim da violência contra as mulheres, a gente quer o fim da violência contra os homens também.
Entendeu?
Feliz Ano Novo!
@vbfri, que engraçado! Quando dizem coisas como que "não dá para evitar um estupro em tal situação" porque "faz parte do instinto do homem", as feministas são as primeiras a (com razão) falarem que isso é um mito. Agora, quando se trata de retratar homens como criaturas quase irracionais que só sabem resolver tudo na porrada, como você fez, tá tudo OK, né?
ResponderExcluirLuiza,
ResponderExcluirCultura é idéia e prática. Para que algo seja considerado cultural, é imprescindível que esteja amplamente difundido na mentalidade das pessoas e, o que é ainda mais importante, deve ser exteriorizado por meio de ações. Se ficar apenas no campo das idéias e não houver prática, é só idéia ou ideologia.
Não existe cultura do estupro porque, primeiro, a idéia de aceitação do estupro não é, ao contrário do que você e a Nathália insistem em crer, a mentalidade da grande maioria do povo brasileiro, e, segundo, porque a prática do estupro não é amplamente seguida pela grande maioria do povo brasileiro.
Por exemplo, o futebol é cultura nacional. Ele está na mentalidade da grande maioria do povo brasileiro e, também, é praticado (ou já foi praticado) regularmente por boa parte do povo brasileiro. Isso é cultura.
Outro exemplo é o cristianismo. Ele é parte da cultura Ocidental porque está impregnado na mentalidade das pessoas e, também, ele é praticado pela grande maioria das pessoas (batismo, 1ª comunhão, confissão, oração, missa, bíblia, casamento, velório).
Se você me disser que a grande maioria do povo brasileiro é transigente com o estupro, você já errou aí. E se você disser que a grande maioria do povo brasileiro pratica o estupro, o seu erro fica maior ainda.
Se não há a combinação entre a disseminação do sentimento, ou da idéia, na maioria do povo, junto com a prática, cotidiana ou não, do sentimento ou da idéia, não há o que se falar em cultura.
Nathália,
ResponderExcluirComo eu disse para Luiza, só existe cultura com a combinação entre sentimento, ou idéia, e a exteriorização desse sentimento ou idéia, por parte da grande maioria do povo.
“mas também a postura de uma parcela significativa da sociedade.”
Admitindo a hipótese de que uma parcela considerável do povo brasileiro é leniente com o estupro, se esse mesmo povo não pratica o estupro com certa regularidade, ele fica bastante limitado ao campo das idéias, e se não há um acompanhamento proporcional entre idéia e pratica, não é cultura.
“Alguma coisa de errado em eu estar em um vagão lotado e só dois caras me ajudarem?”
Ninguém tinha a obrigação de te ajudar. Tinham, no máximo, obrigação de chamar a polícia. Mas isso não significa que porque ninguém te ajudou, as pessoas estavam aprovando a atitude dos criminosos. Na certa elas estavam com medo, pensaram que os caras podiam estar armados.
Se eu estiver transitando por um local e perceber que está rolando um assalto próximo a mim, eu também não irei até lá para ajudar a vítima, pois não irei por a minha vida em risco por causa de um desconhecido (a). Mas, isso não me torna um sujeito que apóia e defende a delinqüência. O máximo que eu faria seria, depois de ter me afastado, pegar o meu celular e avisar a polícia.
Você querendo ou não, ela existe. É estudada e divulgada. Sua opinião para o movimento é irrelevante. A Lola é gentil ao ceder o espaço do blog pessoal dela para opiniões como a sua.
ResponderExcluir@vbfri, então a culpa dos homicídios a mais que os homens sofrem não são dos assassinos, e sim das vítimas? Eles provocam muito os agressores? Onde será que eu li algo parecido com isso?
ResponderExcluirAi ai ai....
ResponderExcluirDaí o anônimo smartão acusa a @vbfri de dizer que os homens resolvem tudo na porrada porque são naturalmente irracionais. Hm....
Vamos reler?
"É o machismo que prega que homem que é homem resolve as coisas na porrada. (...)
É o machismo que diz que os homens são fortes, viris, garanhões.
As feministas querem O FIM da violência. O feminismo defende O FIM do alistamento militar obrigatório.
Quando a gente briga pelo fim da violência contra as mulheres, a gente quer o fim da violência contra os homens também."
Oh boyoy.
Daí vem o smartão 2 e diz:
"então a culpa dos homicídios a mais que os homens sofrem não são dos assassinos, e sim das vítimas? Eles provocam muito os agressores? Onde será que eu li algo parecido com isso?"
Vamos reler?
"Assassinos" não "escolhem" homens. Normalmente se mata em uma briga de bar. Ou seja, dois homens discutindo e aí um deles saca uma arma (ou vai pra casa buscar uma) e MATA o outro cara."
Realmente, quando se diz que o assassino saca uma arma e mata o outro por motivo fútil (briga de bar, no exemplo), ela REALMENTE disse que a culpa é da vítima. Mas que capacidade de interpretação de texto! Parabéns, rapaz!
"Agora, será que você descobre O QUE CAUSA essa culutra de violência (e de estupro)?
MA-CHIS-MO."
É, ta aí, com todas as letras, ela disse que o que causa a cultura de violência é a vítima. Muito bom, hein.
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Felipe, vamos lá. O que precisa acontecer para a cultura de estupro existir (pra você, no caso. Porque no mundo real ela existe, infelizmente)?
Um programa de uma grande emissora de TV retratar o abuso no transporte público como algo não só engraçado, como uma oportunidade de sexo? Bom, procure saber sobre o Zorra Total.
A mulher feia precisar agradecer pelo estupro? Tenho certeza de que você já ouviu falar em Rafael Bastos.
Estupro ser um clássico crime de guerra? Se não acredita, é só clicar aqui http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/07/todo-dia-e-dia-de-estupro.html
Duas adolescentes estupradas em um ônibus pelos ídolos? É um horror. E uma passeata para soltar os estupradores? É pior ainda. E as adolescentes serem ameaçadas enquanto os estupradores estão marcando um show comemorando o retorno? Não é cultura de estupro, imagine. http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/12/banda-new-hit-faz-primeiro-show-apos-prisao-por-estupro-na-bahia.html
http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/08/nao-saem-de-casa-diz-delegada-sobre-meninas-estupradas-na-bahia.html
Bom, vai ver isso não é o suficiente. Não caracteriza nada. Então vamos fazer como a Lola sugere aqui neste post: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2011/06/piadas-de-estupro-podem-ser-engracadas.html
"Uma cultura em que estupro é visto como algo tão natural e inevitável que, se você pesquisar “menina estuprada pelo pai” numa busca da internet, vai encontrar um monte de vídeos pornôs com essa trama."
Ah não, isto deve ser coisa da minha cabeça. É só mau gosto.
Quer dizer, se cultura de estupro existisse, então com certeza o estupro seria algo usado para vender, não?
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/07/30/propaganda-de-camisinha-que-incentiva-violencia-contra-mulher-causa-polemica-no-facebook.htm
http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200703021328_INV_30407288
http://promoview.com.br/mundo/78577-campanha-de-calvin-klein-e-banida-na-australia/
Não, não, você tem toda razão. Nada disso acima existe, e se existir é coincidência. É uma infelicidade. Um pesar. Mas não é cultura de estupro, não.
Isso porque eu nem falei da culpabilização da mulher vítima do estupro - ela saiu na rua, ela usou uma saia curta, ela dizia não mas queria, ela bebeu, ela isso, ela aquilo.
ResponderExcluirIsso porque nem falei do estupro de homens que, apesar de ocorrerem com frequência menor, recebem também menos atenção. Porque o homem é o garanhão, todo sexo é oportunidade, e estupro na prisão é algo a que se deve aplaudir ou de que se deve rir. Principalmente se for como correção a um estuprador. E tem que completar dizendo que na cadeia vai virar mulherzinha. Mas o que é isso, eu to imaginando coisas.
Ah, também não falei que, apesar do estigma clássico de estupro-num-beco-escuro, a maioria é praticada por conhecidos.
Também faltou dizer que as vítimas de estupro sentem, em sua maioria, CULPA após o ocorrido.
Mas é tudo coisa que estão colocando na minha cabeça.
Luiza disse...
ResponderExcluirVocê querendo ou não, ela existe. É estudada e divulgada. Sua opinião para o movimento é irrelevante. A Lola é gentil ao ceder o espaço do blog pessoal dela para opiniões como a sua.
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Acho que não há como negar tal argumento tão convincente...
Mirella,
ResponderExcluir“Um programa de uma grande emissora de TV retratar o abuso no transporte público como algo não só engraçado, como uma oportunidade de sexo? Bom, procure saber sobre o Zorra Total.”
No dia em que existirem 4 ou 5 programas de televisão, em todas as redes de TV aberta, propagando e incentivando, durante toda a sua exibição, o estupro, aí a gente conversa.
“A mulher feia precisar agradecer pelo estupro? Tenho certeza de que você já ouviu falar em Rafael Bastos”
No dia em que a grande maioria dos profissionais que realizam algum tipo de atividade jornalística fizer, regularmente, em seus blogs, colunas e jornais, piadinhas sobre o estupro, aí a gente conversa.
“Duas adolescentes estupradas em um ônibus pelos ídolos? É um horror. E uma passeata para soltar os estupradores? É pior ainda. E as adolescentes serem ameaçadas enquanto os estupradores estão marcando um show comemorando o retorno?”
Quando a grande maioria do povo brasileiro se comportar, ante a um caso de estupro, da mesma forma que os adeptos dessa banda se comportaram, então poderemos conversar.
"Uma cultura em que estupro é visto como algo tão natural e inevitável que, se você pesquisar “menina estuprada pelo pai” numa busca da internet, vai encontrar um monte de vídeos pornôs com essa trama."
Se eu pesquisar na internet “mulher fazendo sexo com cavalo”, vou encontrar um monte de vídeos pornôs com essa trama. Nem por isso vivemos em uma cultura na qual se incentiva que as mulheres transem com cavalos.
“Ah não, isto deve ser coisa da minha cabeça. É só mau gosto.”
Talvez seja só vitimismo crônico.
“Quer dizer, se cultura de estupro existisse, então com certeza o estupro seria algo usado para vender, não?”
Sem dúvida. 6 em cada 10 homens brasileiros sairiam nas ruas com algemas, fita adesiva para vedar a boca das futuras vítimas, capote de motoqueiro para evitar arranhões.
Mas, eles perceberiam que os instrumentos que eles compraram dificilmente seriam usados, pois, em um país no qual existe uma cultura do estupro, 90% das mulheres evitariam sair de suas casas, pois, 70% delas já teriam sofrido um estupro (e algumas delas mais de uma vez). Sem contar que não existiria um número maior de mulheres do que de homens, como é o caso do Brasil, pois boa parte das mulheres já teriam sido assassinadas pelos estupradores.
“Isso porque eu nem falei da culpabilização da mulher vítima do estupro - ela saiu na rua, ela usou uma saia curta, ela dizia não mas queria, ela bebeu, ela isso, ela aquilo.”
No dia em que essa for a opinião da grande maioria do povo brasileiro, a gente conversa.
“Não, não, você tem toda razão. Nada disso acima existe, e se existir é coincidência. É uma infelicidade. Um pesar. Mas não é cultura de estupro, não”
Ainda acho seja vitimismo crônico.
"Mas é tudo coisa que estão colocando na minha cabeça."
Concordamos aqui.
Luiza,
ResponderExcluirO que existe para você é o que você quer que exista.
O feminismo tem compromisso com a igualdade, né? Então ele tem compromisso com a democracia e com a liberdade de opinião.
A Lola está apenas sendo coerente em aceitar opiniões contrárias.
Se vocês tomassem conta do Estado, iriam implantar a censura e a perseguição a quem pensa diferente de vocês? Isso não é ter compromisso com a igualdade.
"Sua opinião para o movimento é irrelevante"
É evidente. Para um revolucionário, apenas as opiniões que sejam úteis para o movimento são relevantes, mesmo que elas sejam falsas.
HAHAAHH
ResponderExcluirFelipe Barreto, só agora li seu debate com a Cora no post sobre o fórum machista.
Cara, você é um grande troll. Parabéns (sem ironia).
Não importa o número de comentários das notícias das piadinhas de Rafael Bastos, Danilo Gentili (e são muitas), nem os milhões (literalmente) de seguidores que eles possuem nas redes sociais, nem o fato de que o Bastos foi eleito o cara mais influente do Twitter, nem os milhões que assistem ao programa da Globo, nem os diversos comentários aqui neste blog que culpabilizam a vítima. Você não quer ver, não tem problema. Pode achar vitimismo o quanto quiser. Eu diria que culpar o feminismo pelo alistamento militar obrigatório para homens é vitimismo. Ou que culpar o feminismo pela decisão de juízes (sim, homens, na maioria) em dar a guarda de filhos para as mães é vitimismo. Mas reduzir tudo a vitimismo é muito fácil. É quase um equivalente a dizer "o choro é livre", mas não estamos no futebol.
Uma curiosidade, de onde você tirou estas estatísticas? "6 em cada 10 homens isso, 60% daquilo, 70% aquele outro"? É que para mim ficou a impressão de que este é o número que você estabeleceu para que algo exista ou não, e isto é um pouco arbitrário. Mas tenho certeza de que não foi esta a sua intenção. Apenas gostaria de saber a fonte, pois creio que você possua um embasamento para as estatísticas e não está sendo leviano nem desconsiderando as diversas pessoas (mulheres e homens), que sofrem com o legado do patriarcado, ao atribuir um número aleatório que julga ser o correto para que uma cultura exista.
Dito isto, vou fornecer algumas estatísticas que eu acho interessantes.
A ONU diz isso aqui ó:
"Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida.
As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estupro e violência doméstica do que de câncer, acidentes de carro, guerra e malária, de acordo com dados do Banco Mundial. (...)
Violência sexual
Calcula-se que, em todo o mundo, uma em cada cinco mulheres se tornará uma vítima de estupro ou tentativa de estupro no decorrer da vida."
Bom, mas são SÓ 20% das mulheres. É muito pouco. 20% de 3,5bi de pessoas é quase nada.
Fonte: http://www.onu.org.br/unase/sobre/situacao/
Será que a falta de denúncia de violência é característica de uma cultura de estupro e violência?
Hm, http://mulher.terra.com.br/noticias/0,,OI3187771-EI16610,00-Mulheres+agredidas+sofrem+caladas+como+Catarina.html
"Segundo uma pesquisa sobre violência doméstica contra a mulher realizada pelo DataSenado em 2007, 60% das mulheres vítimas de agressão dentro de casa sofrem caladas(...)"
Aqui temos uma tabela interessante da violência na cidade de São Paulo (sei que é pouca gente, só alguns milhões de habitantes, não dá para considerar)
http://redalyc.uaemex.mx/pdf/842/84212201003.pdf
"Ciúme", "não aceitar o fim da relação" e "sem motivo importante" somam 60% das causas de violência sofrida por mulheres em queixas registradas na Delegacia da Mulher.
Bom, até poderia dizer que isso relata apenas os 40% de casos que são denunciados e que os números de vítimas são maiores, mas né, entramos numa outra seara.
Fico no aguardo de seus comentários, se quiser!
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E um bom 2013 a todos os comentaristas!
“Isso porque eu nem falei da culpabilização da mulher vítima do estupro - ela saiu na rua, ela usou uma saia curta, ela dizia não mas queria, ela bebeu, ela isso, ela aquilo.”
ResponderExcluirNo dia em que essa for a opinião da grande maioria do povo brasileiro, a gente conversa.
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Mas essa É a opinião da grande maioria do povo brasileiro, Felipe.
Homofobia é muito importante: é muito importante para o modo como a supremacia masculina funciona. Na minha opinião, as proibições contra a homossexualidade masculina existem para proteger o poder masculino. Faça isso com ela. Ou seja: enquanto os homens estuprarem, é muito importante que os homens sejam direcionados para estuprar mulheres. Enquanto o sexo for cheio de hostilidade e expressar tanto poder sobre a outra pessoa e desprezo por ela, é muito importante que os homens não sejam desclassificados, estigmatizados como fêmeas, usados de forma semelhante. O poder dos homens como uma classe depende de se manter os homens sexualmente invioláveis e as mulheres sexualmente usadas por homens. Homofobia contribui para manter esse poder de classe: ela também ajuda a mantê-los como indivíduos seguros uns dos outros, a salvo do estupro. Se você quer fazer algo sobre a homofobia, você vai ter que fazer alguma coisa sobre o fato de que os homens estupram, e que o sexo forçado não é incidental à sexualidade masculina, mas na prática é paradigmático.
ResponderExcluir— Andrea Dworkin
"Eu Quero Uma Trégua de Vinte e Quatro Horas Durante a Qual Não Haverá Estupro"
Transformando A Cultura do Estupro
Lola, assino embaixo de tudo o que disseste!! E o mais triste de tudo isso é ainda ouvir de MULHERES essa velha ladainha canalha e estúpida de que a mulher estuprada é que foi a causadora do crime, ou porque estava de roupa curta e justa ou porque só poderia estar se insinuando para merecer alguma coisa assim... Gente, juro: num grupo de umas seis mulheres, esse assunto foi pauta e eu fui a ÚNICA voz dissonante!!! Olha, é brabo. Enfim, que 2013 nos traga mais mentes abertas.
ResponderExcluirFelipe Barreto,
ResponderExcluirBem, vou te explicar com calma, espero não ter de aturar mimimis, então sejamos civilizados.
Existe sim, uma cultura de estupro. Um problema é que, quando se fala de "cultura de estupro", um "leigo" automaticamente assume que temos manifestações culturais explícitas que incentivam o estupro. De fato, não há manifestações explícitas incentivando, por outro lado, temos um complexo mecanismo social que cria uma cultura de estupro de manifestações implícitas: Ora culpando a mulher por "estar provocante", ora com termos que subjetivamente empurram questões de "ter sexo como direito masculino num relacionamento" e ora "não é beeem estupro se *insira qualquer coisa que é apenas uma "forçadinha"*.
Enfim, vou propor os seguintes exercícios mentais:
- Tu estás andando com seu celular na rua. Tal celular é um smartphone, talvez tu tenha comprado, ganhado de presente ou seja da empresa. O fato que tu estás com teu smartphone e pronto e sim, estás usando ele, talvez para assuntos de trabalho, ou a namorada ligou para dizer que te ama, etc.
Tu és assaltado e levam teu smartphone.
Chegando na delegacia, começam a falar coisas do tipo "Mas também, andando com um aparelho caro no meio do Centro", ou "Mas também, tem que mostrar que tem e provocar". E "Tem certeza que foi um roubo mesmo?".
E é claro, és encorajado a deixar isso para lá.
- Tu tens um smartphone. O empresta para um amigo. Talvez apenas para usar como computador ou scanner de espectro eletromagnético. Fim do mês, chega uma conta relativamente alta de telefonemas que ele fez. E todos dizem: "Ué, mas você não emprestou o telefone?"
- Tu tens um smartphone. Seu melhor amigo está sem dinheiro e endividado. Seu smartphone some. Passas duas horas procurando e nada.
Tempos depois descobres que o seu amigo pegou "emprestado" e vendeu. Quando reclamas, todos ficam do lado do seu melhor amigo, afinal: "Ele é tãaaao legal! Ele merece! Tu quem só dá seu smartphone para assaltantes"
- Tu liga a TV. E uma animada propaganda de cerveja mostra um rapaz todo descoladinho pegando o smartphone do amigo escondido de formas absurdas e cômicas para vender, comprar mais caixas de cerveja. Todos felizes no happy hour que não foi interrompido porque roubaram seu celular. No fundo tu gostou de ter seu smartphone de luxo roubado e vendido por cerveja.
Enfim, troca o smartphone por sexo.
Agora perceba que essa cultura é feita de pequenas sutilezas. Ninguém idôneo fala "estuprar é legal", bem como virtualmente ninguém fala que "roubar é legal". Mas os conceitos de roubo/estupro são simplesmente relativizados, amenizados e até mesmo justificados. A diferença que a hipótese mostrada fala de roubo, mas o que ocorre é relativo a estupro.
Eu gostaria de acabar com você, Lola, mas não preciso. Seu fígado vai fazer isso por mim.
ResponderExcluirFernando disse...
ResponderExcluir@vbfri, então a culpa dos homicídios a mais que os homens sofrem não são dos assassinos, e sim das vítimas? Eles provocam muito os agressores? Onde será que eu li algo parecido com isso?
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Você é troll?!?!?! PELAMOR, meu filho, DE ONDE VOCÊ TIROU ISSO??? TÁ MALUCO????
Caraca, meu! Interpretação de texto mandou lembranças!!!!
Vamos lá...
TODOS os assassinatos são causados pelos ASSASSINOS. Que, normalmente, são homens. Assim como estupradores.
Filho, a culpa do assassinato é do assassino, ÓBVIO! Assim como do estupro é do ESTUPRADOR.
O que eu falei (que talvez você não tenha percebido) é que MUITAS VEZES o assassinato OCORRE (veja bem, OCORRE, não é CAUSADO) depois de uma BRIGA.
NORMALMENTE o assassinato é causado num momento de fúria, por motivo besta (fútil).
Quem é culpado? O QUE MATA. É SÉRIO que eu preciso dizer isso?
A diferença é que NINGUÉM duvida do morto. Um montão de gente duvida de mulher estuprada (e, NORMALMENTE estupro ocorre DENTRO de casa).
A "culpa" dos assassinatos a mais que os homens sofrem é da SOCIEDADE MACHISTA que a gente vive. E que vocês, MASCUS, querem perpetuar. E que as feministas querem COMBATER.
Gente... sério. Curso de interpretação de texto, POR FAVOR!!!
O anônimo que me escreveu:
@vbfri, que engraçado! Quando dizem coisas como que "não dá para evitar um estupro em tal situação" porque "faz parte do instinto do homem", as feministas são as primeiras a (com razão) falarem que isso é um mito. Agora, quando se trata de retratar homens como criaturas quase irracionais que só sabem resolver tudo na porrada, como você fez, tá tudo OK, né?
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INSTINTO e CULTURA DE VIOLÊNCIA são coisas BEM diferentes.
Leia, por favor. Aprenda a interpretar texto.
Os homens são criados, em sua maioria, para agir violência. ESTUPRO e ASSASSINATO são REFLEXOS dessa educação. Isso se chama CULTURA DE VIOLÊNCIA/ESTUPRO. Quer que eu desenhe?
Homens são seres dotados de INTELIGÊNCIA... Só que muitos são ensinados a agir com violência.
Entendeu a diferença?
Vou explicar mais um pouquinho...
Olha só... Senta aqui... Presta atenção...
Isso NÃO É instinto. Isso é EDUCAÇÃO (ou falta dela).
Assim como UMA GRANDE PARTE das MULHERES são "educadas" para cuidar da casa, servir o marido, muitos homens são "educados" para agir com violência.
Isso se chama CULTURA.
Entendeu?
Feliz Ano Novo.
@Mirella,
ResponderExcluirOBRIGADA!!!! MIL VEZES OBRIGADA!!! <3
Mil beijos pra você!
Mirella,
ResponderExcluir“Não importa o número de comentários das notícias das piadinhas de Rafael Bastos, Danilo Gentili (e são muitas), nem os milhões (literalmente) de seguidores que eles possuem nas redes sociais”
Eu sigo o blog da Lola e nem por isso concordo ou apóio tudo que ela diz.
“Eu diria que culpar o feminismo pelo alistamento militar obrigatório para homens é vitimismo.”
Eu não disse isso. Favor ler com mais atenção os meus comentários antes de questioná-los.
“Mas reduzir tudo a vitimismo é muito fácil.”
Eu não reduzi tudo ao vitimismo. Em nenhum momento eu neguei que haja violência sexual contra a mulher ou que ela não é execrável. Vocês estão com muita razão em combater esse tipo de violência e eu apóio isso incondicionalmente. Mas não diga que existe uma cultura pró-estupro no Brasil. Isso é mentira. E a realidade nacional comprova que é mentira.
"Uma curiosidade, de onde você tirou estas estatísticas?"
Você mesma inventou esses números, dizendo que o brasileiro é adepto da cultura do estupro. Podemos dizer que algo é cultura se, como eu já expliquei algumas dezenas de vezes, for parte da consciência coletiva da grande maioria do povo (essa é a origem dos números) e for prática disseminada entre a grande maioria do povo. Como isso não se verifica no Brasil, não temos uma cultura do estupro.
Agora me responda você, baseada em quais provas você sugere que boa parte do povo brasileiro é transigente com o estupro e, ainda, pratica o estupro com regularidade?
Sobre os seus números, eles são análises feitas sobre a condição das mulheres no mundo. Estamos falando de Brasil. Volte para as terras tupiniquins.
“Será que a falta de denúncia de violência é característica de uma cultura de estupro e violência?”
Não necessariamente. Um país pode ter mil mulheres violadas por ano, em uma população de 50 milhões de mulheres. Se as mil mulheres não denunciarem o estupro, ainda assim não teríamos uma cultura do estupro nesse país hipotético.
Você apresentou alguns números sobre a violência contra a mulher. Estamos falando de violência sexual. Nem toda violência contra a mulher é sexual. Volte para o objeto da nossa discussão.
Priscila,
ResponderExcluir“Mas essa É a opinião da grande maioria do povo brasileiro, Felipe.”
Baseada em que você diz isso?
Não acredito de forma nenhuma que a grande maioria do povo brasileiro é transigente com o estupro. Até os criminosos “comuns” abominam o estupro.
Mesmo que a maioria do povo brasileiro apoiasse o estupro, se grande parte do povo não o praticar regularmente, ainda assim não teríamos uma cultura do estupro.
O Níger é um dos países mais pobres do mundo. Lá, boa parte da população é subnutrida. O fato deles desejarem se alimentar bem, não faz com que eles sejam adeptos da cultura da boa alimentação.
Idéia + prática + ampla disseminação = cultura
Eu estou começando a achar que, para vocês, até mesmo uma cantada grosseira é um estupro.
Raziel,
ResponderExcluir"Um problema é que, quando se fala de "cultura de estupro", um "leigo" automaticamente assume que temos manifestações culturais explícitas que incentivam o estupro."
Se não temos, então não é lícito afirmar que existe uma cultura do estupro no Brasil.
“Agora perceba que essa cultura é feita de pequenas sutilezas”
Nenhuma cultura nacional é feita de pequenas sutilezas.
Anônimo disse...
ResponderExcluir"Eu gostaria de acabar com você, Lola, mas não preciso. Seu fígado vai fazer isso por mim."
E tem gente que ainda diz que eu sou um trollador haha
Lola, você já percebeu como policiais usam a farda para assediar mulheres? As vezes, andando pela rua com amigas, uma viatura vai passando devagar por nós com vários policiais dentro, mas seus olhares não parecem preocupados com a segurança do bairro, pois olham para pernas, bundas e seios da gente. É difícil lidar ou reagir numa situação como esta, espero que as coisas mudem. Beijos. Cáritas.
ResponderExcluirFelipe,
ResponderExcluir"E a realidade nacional comprova que é mentira."
Bom, se comprova, não vai ser difícil você provar, né? Afinal, se comprova, é porque tem prova. Dica: dizer "a maioria não pensa assim" não é uma prova.
É o que eu disse: não importa os fatos que eu apresente(pesquisas científicas, notícias da imprensa, acontecimentos de mídias sociais), você resolveu dizer que isso não representa nada e bate o pé. Não trouxe um dado, um texto, NADA que corrobore a sua opinião. NADA. Então, fica complicado você dizer o que é a realidade quando você é incapaz de apresentar qualquer coisa além da sua opinião. E quando surge com um dado, sai pela tangente com o comentário abaixo:
"Você mesma inventou esses números"
HAHAHAHAHAHAHAHAHAAHH.
No comentário para mim:
"Sem dúvida. 6 em cada 10 homens brasileiros sairiam nas ruas com algemas, fita adesiva para vedar a boca das futuras vítimas, capote de motoqueiro para evitar arranhões.
Mas, eles perceberiam que os instrumentos que eles compraram dificilmente seriam usados, pois, em um país no qual existe uma cultura do estupro, 90% das mulheres evitariam sair de suas casas, pois, 70% delas já teriam sofrido um estupro (e algumas delas mais de uma vez)."
No comentário para a Nathália
"Se, no Brasil, 6 a cada 10 mulheres já tivessem sido estupradas( e cada uma por um estuprador diferente), então seria pertinente afirmarmos que existe uma cultura do estupro no Brasil."
EU, NÉ. AHAHAHAHAHAHHAHA. Parabéns, você é um troll como poucos.
Olha, foi a desculpa mais brilhante que eu já vi para alguém não reconhecer que usou dados do Instituto de Pesquisa As Vozes Me Disseram. Genial, rapaz. Por um instante eu acreditei mesmo que eu havia inventado, sério.
"Agora me responda você, baseada em quais provas você sugere que boa parte do povo brasileiro é transigente com o estupro e, ainda, pratica o estupro com regularidade?"
Eu disse que "o povo brasileiro pratica o estupro com regularidade"? Não, né. Então não vou provar algo que nunca disse, Sr. Inventor.
Traga UMA LINHA, minha, de alguma comentarista, de alguma feminista, que diga que cultura de estupro é dizer que o povo comete estupro com regularidade e eu encerro meu caso.
A transigência com o estupro já cansei de mostrar. Piada semanal com abuso em transporte coletivo, piada com estupro de mulher feia, vítima de estupro se escondendo enquanto estupradores tem o retorno patrocinado. Piada com estupro na cadeia. Estupro em comercial de roupa, camisinha, cerveja.
Tem também os diversos relatos de estupro de leitoras daqui
http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/search/label/estupro
E você pode ver como diversos homens nos comentários culpam a vítima. Infelizmente, na vida real muitas mulheres culpam as vítimas também. E, a pior parte para mim, as próprias vítimas se culpam.
Nós podemos falar de como portais de notícia divulgam os diversos tipos de crime. Veja aqui um ótimo post da Feminista Cansada:
http://feministacansada.tumblr.com/post/38869600405
"Sobre os seus números, eles são análises feitas sobre a condição das mulheres no mundo. Estamos falando de Brasil."
Que, como todos sabemos, não está no mundo. Oooops, my bad.
"Você apresentou alguns números sobre a violência contra a mulher. Estamos falando de violência sexual."
"Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida.
As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estupro(...)"
Opsss, my bad 2. Achei que estupro era violência sexual. Viajei!
E, obviamente, é natural que você pense que violência doméstica e violência sexual sejam coisas distintas e não relacionadas.
bom, cansei por hoje.
---
@vbfri
SUA LINDA.
@vbfri e Mirella, eu sou hétero mas quero dar um beijo nas bocas de vocês, posso?
ResponderExcluirArrasaram. O troll poderia ser bloqueado agora, né?
Em 2013 menos misandria(feminismo)
ResponderExcluir_________________
em 2013 menos ignorância e burrice
principalmente dos burros que falam sempre que feminista é misandrica
Felipe, vou te dar alguns exemplos recentes de como a nossa cultura é conivente com o estupro e às vezes até o estimula.
ResponderExcluirVocê se lembra de uma campanha publicitária da Axe que comparava a suposta quantidade de calorias gastas em diferentes práticas sexuais "com" e "sem" o consentimento da parceira? Dando a entender que "sem" era melhor, já que queimava mais calorias?
Lembra-se de outra, da Nova Schin, em que um cara ficava invisível e se aproveitava disso para puxar o biquíni de uma moça na praia?
Se não se lembra, certamente se lembra do tal do "guia para conseguir sexo anal" do Testosterona - se a parceira não topar, é só tacar-lhe um tijolo na cabeça para fazê-la desmaiar. Segundo eles, ainda, o sexo anal seria melhor "porque é mais humilhante para a mulher". Não lembra?
Pois é, todos esses são exemplos de como forçar uma mulher a fazer sexo (ou seja, estuprá-la) é considerado normal. Tem muito mais por aí.
É considerado aceitável que essas coisas apareçam na TV aberta, no horário nobre, ou num dos blogs mais acessados do país, parceiro da MTV.
Um comediante é considerado engraçado quando diz que mulher feia deveria agradecer o estupro.
É lugar-comum achar que, quando a mulher diz "não", ela não quer dizer realmente "não".
Dizer que não existe cultura de estupro, que é tudo vitimismo... se não for má-fé, é no mínimo ingenuidade.
Luiza
ResponderExcluirvemk sua linda
Mirella,
ResponderExcluirApesar de todo o barulho que você fez, você mesma, no fim das contas, reconheceu que não temos uma cultura pró-estupro no Brasil:
"Eu disse que "o povo brasileiro pratica o estupro com regularidade"? Não, né."
"Traga UMA LINHA, minha, de alguma comentarista, de alguma feminista, que diga que cultura de estupro é dizer que o povo comete estupro com regularidade e eu encerro meu caso."
Se não, então não se trata de uma realidade cultural.
Luiza
ResponderExcluirvemk sua linda [2]
---
Felipe,
ResponderExcluirVocê sabe o que é cultura de estupro? Pergunta honesta. Porque suas respostas indicam que não sabe. Você atribuiu um sentido inventado à cultura de estupro e fica negando a existência do que ninguém disse que existe. Depois cria suas próprias regras do que caracteriza uma cultura, porém sem nenhum embasamento além da sua opinião. Não consegue respaldar nada do fala, mas quer determinar o que ou não uma cultura de estupro.
Olha, parabéns. Você é oficialmente o troll de 2013 (e o terceiro dia do ano nem chegou na metade).
Poucas pessoas conseguem fazer isso com tão afinco, sério. Se contradizer post atrás de post. Você disse que apoia a Marcha das Vadias, que surgiu por um policial culpar a roupa da mulher pelo estupro que sofreria. Isto, Felipe, é cultura de estupro. Você credita validade a um movimento que luta contra esta cultura no mundo inteiro, mas vem post depois de post dizer que ela não existe. Prezado, ok, já entendi que argumentação não é seu forte. Mas chegou um ponto em que eu cansei de te explicar que se o abajur não está acendendo é porque você enfiou o plugue no focinho do porco, não na tomada. Mas, se você insiste em dizer que eletricidade não existe, paciência, né?
Abraços!
Tirei daqui:
ResponderExcluirhttps://www.evernote.com/shard/s109/sh/2c3569d8-45ab-4a85-9e06-64b1772c8593/15fc72e7275d43d11fcb5487cad69185
Abra as pernas, feche a boca e tente não morrer: como ser uma jovem mulher em São Paulo
por Felipe B
Você possui o escritório de advocacia mais influente do país. Seus jovens sócios, mulheres e homens com menos de 40 anos que se acham os donos de São Paulo e ostentam salários mensais acima de 100 mil reais, decidem brincar com a vida e autoestima de uma menina de 21 anos começando a carreira como estagiária na empresa.
O combinado é sacanear a menina, certos da impunidade. Domínio dos meandros legais que fazem os algozes terem a certeza da impunidade. O ônus da prova ficará todo com a vítima.
Você é informado sobre o crime (apesar de seus jovens sócios e demais advogados influentes não olharem essa questão através do mesmo prisma moral dos pobres mortais) e aciona o departamento de gerenciamento de crise para preparar uma ação de acobertamento, caso alguma denúncia seja feita. O primeiro passo é escrutinar a vida sexual da vítima e catalogar qualquer "desvio de conduta". Prepare um rol de testemunhas pagas a peso de ouro. Também prepare a compra do silêncio da vítima, ameaçando-a de ter a carreira encerrada em qualquer instituição de peso caso leve adiante a vontade de fazer justiça.
Enquanto isso os jovens sócios se regozijam do crime perfeito, da arte de terem sacaneado a novata. Provavelmente algumas das sócias, ex-estagiárias também estão rindo. Não é uma questão de gênero. É uma questão de poder.
Ao mesmo tempo que comemoram a impunidade, os jovens sócios ainda estão eufóricos por serem os responsáveis pelo escritório ter recebido o prêmio de Ëscritório do Ano no Brasil, pela consagrada publicação International Financial Law Review. Além de serem jovens e donos do mundo, agora o bônus será polpudo.
Mas a vítima não suporta a pressão. Decide pelo suicídio, em um dos bairros mais nobres da capital.
Merda no ventilador. Departamento de gestão de crise pesa a mão. Quem der prosseguimento na apuração pode perder alguns de seus maiores anunciantes. MSM fica calada. Alguns delegados também.
A vítima morreu três vezes: no ato da agressão, na impossibilidade de obter justiça e na destruição de sua imagem pública.
O escritório fará de tudo para manter a blindagem em seus jovens sócios criminosos e assassinos. Afinal, eles são a fonte de prosperidade do negócio, com sua agressividade e falta de ética. Estão ali para vencer. Para atropelarem os fracos que não aguentam os ritos de passagem para o mundo do poder sem limites, no qual uma jovem mulher não passa de mero brinquedo descartável.
Afinal, a temporada de contratação de novos estagiários já está aberta. E elas vão continuar correndo atrás do sonho.
Não é um livro de Scott Turow. Não teremos um herói para desvendar esse crime e fazer justiça. Vai tudo ser varrido para debaixo do tapete.
Não existe nada para ser visto aqui! Vão lamentar a morte da universitária na India. Vão, vão, seus pobres!
É São Paulo, 30 de dezembro de 2012.
Que merda.
Feliz 2013.
Esse tal de "felipe barreto" é só um troll fraco.
ResponderExcluirLola, por favor, né?
Parece que a opinião da maioria aqui é de que nossa cultura é conivente com estupro e o brasileiro é intransigente com estupro. Sempre vi estupro como um dos crimes mais abomiados por nossa sociedade (se nao o mais). Estupradores são espancados na cadeia, uma das unicas coisas que não são toleradas por outros presos, é estupro. Às vezes são linxados na rua, não que eu ache certo, mas é algo que acontece. Há um video no youtube em que um cara agride o estuprador que atacou a esposa dele, só se via comentarios dizendo que o estuprador mereceu ou deveria apanhar mais ou algo do tipo. Isso tudo é um sinal de que é comum sim as pessoas se revoltarem contra estupradores por aqui no BR, ou nao? Novamente, fazer justiça com as proprias mãos não é o correto, só estou citando isso pra mostrar porque EU ACHO que estupro/estupradores causam revolta em grande parte das pessoas no BR.
ResponderExcluirO que fizeram com a estagiária foi monstruosamente covarde. doparam para estupra-la, e o vagabundo ainda espalhou seu crime pela empresa inteira.
ResponderExcluirque a familia dela não desista de botar na cadeia esse estuprador!!!
Parece que a maioria aqui acha que a nossa cultura é conivente com estupro e o brasileiro é intransigente com estupro. Minha percepção sempre foi, e eu vou explicar porquê, a de que estupro é um crime bastante aboninado por nossa sociedade. Uma das unicas coisas que não são toleradas na cadeia por outros presos, é o estupro, estuprador é espancado na cadeia direto. Às vezes estupradores são linxados na rua, não que eu ache certo, só estou dizendo porque é algo que acontece. Há um video no youtube de um cara que agride o sujeito que estuprou a esposa dele, só se via comentario dizendo que o estuprador mereceu, deveria apanhar mais, ou coisas do tipo. Isso tudo é sinal de que grande parte das pessoas aqui no BR se revoltam sim com estupro/estupradores, ou nao?
ResponderExcluirMirella,
ResponderExcluirEu sei o conceito de cultura. Quem não sabe, geralmente, são as feministas. Chega a ser até engraçado isso pois um grupo que alardeia que todas as coisas na terra são criações culturais, na verdade não faz ideia do que é cultura.
Trago aqui para você o conceito de cultura por Edward Burnett Tylor, antropólogo que influenciou decisivamente a interpretação que a civilização atual tem sobre o que é cultura:
“aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
Veja que ele, como eu (é só ler os meus comentários anteriores), atribui, a uma realidade cultural, a indispensabilidade entre o conhecimento e as crenças + os costumes e os hábitos.
Você disse no seu comentário:
"Traga UMA LINHA, minha, de alguma comentarista, de alguma feminista, que diga que cultura de estupro é dizer que o povo comete estupro com regularidade e eu encerro meu caso."
Se não é prática e hábito amplamente disseminados entre a maioria do povo, não é cultura.
Portanto, não existe a cultura do estupro no Brasil.
“Você disse que apoia a Marcha das Vadias. Mas vem post depois de post dizer que ela não existe.”
O que não existe é uma cultura pró-estupro no Brasil. Isso não quer dizer que não exista, no Brasil, mulheres que sejam violentadas. Quer dizer que isso não configura uma realidade cultural.
Eu apóio a marcha das vadias porque acredito que o fato de uma mulher utilizar poucas roupas não a torna menos cidadã, do ponto de vista jurídico, que ninguém. Apóio porque pouco tecido no corpo não significa uma justificativa para que uma cidadã seja violentada.
Mas isso não quer dizer que eu concordo com o feminismo quando ele diz que vivemos, no Brasil, uma cultura do estupro.
"Parece que pras feministas o unico crime que deve ser combatido é o estupro ,meus votos para 2013 :
ResponderExcluirEm 2013 menos homicidios
Em 2013 menos assaltos
Em 2013 menos ódio
Em 2013 menos maridos picotados vivos
Em 2013 menos misoginia
Em 2013 menos misandria(feminismo)"
Ahh sim, são muitos os casos de mulheres que matam homem por "misandria" como o anonimo diz, muitos casos iguais ao do Matsunaga.
Felipe
ResponderExcluirAlgumas feministas também criticam o uso da palavra "cultura" para denominar a falta de empatia que as pessoas geralmente tem com vítimas de estupro.
De fato, não faz parte da nossa cultura, até porque a culpabilização de vítimas de estupro é algo que se vê em qualquer lugar do mundo, não está na cultura de um país.
Ok, retirando então o termo "cultura" para usar outros: como a culpabilização de vítimas, o falso moralismo, ou relativismo moral (que julga mais a vítima do que o agressor); a falta de empatia das pessoas com vítimas de estupro, a mentalidade machista, etc.
O que se vê como padrão é o pensamento de que, para mulheres, o sexo é sujo, o sexo "desonra". Se uma mulher que faz sexo, é vista como desonrada (a não ser que seja devidamente compromissada, senão é tachada de fácil e/ou vadia), temos já um problema.
Agora somemos isso ao fato de estupro ainda ser um tabu: muita gente acha que estupros são raros, que a maioria das mulheres mente sobre estupros, que as mulheres que são estupradas "merecem" ou "deram mole".
O resultado é a vítima ser vista como desonrada.
Em países como a Índia, tal desonra mancha a imagem das famílias de um modo mais óbvio, já no Brasil, a desonra ocorre de outro modo.
A mulher é tachada de vadia e mentirosa. Em alguns casos, como o da banda New Hit, podem ser perseguidas e ameaçadas. Ou se matar, como a estagiária. É raro a vítima não ser condenada moralmente por um estupro. Vá a qualquer portal de notícias sobre estupro e leia a seção de comentários: vai ter gente condenando os agressores sim (muitos inclusive querem que o agressor "vire mulherzinha" na cadeia), mas também tem muita gente condenando as condutas da vítimas, duvidando de sua denúncia, ou simplesmente chamando-as de vadias.
Aliás, essa ideia podre de fazer os presos virarem "mulherzinha" na prisão demonstra bem que, ser violado, ainda é muito mais desonroso para a vítima do que para o agressor. É esse pensamento que criticamos aqui, e que para muitos é chamado de cultura de estupro. É a mentalidade de que a vítima é a errada, a desonrada, a suja. E esse tipo de mentalidade é sim perigosa, pois graças a ela muitas vítimas se calam, pela vergonha, pelo medo do estigma.
:( Nesse mundo que vivemos só existem pessoas podres. Como uma pessoa pode machucar ou ferir seu próximo sem ter uma pingo de compaixão.
ResponderExcluirPara esses casos aprovo a a Pena de Mortes para esses tipos de pessoas sem escrúpulos e sem moral.
Muito objetivo e contundente. Amei a forma como se expressa!
ResponderExcluirVou só colar aqui novamente o que postei no texto de hoje.
ResponderExcluir"Uma página com 55k de likes em que o mote é ~estupre~ ainda tenho que ler que cultura do estupro não existe. É pacabá."
Já citei os seguintes lugares onde o estupro é usado como entretenimento:
- propagandas diversas (roupas, cervejas, camisinhas) em diversas mídias (impressa, on line, televisiva, social) em que o estupro é incentivado/motivo de riso
- programa da TV aberta em que o estupro é incentivado e motivo de riso
O que me choca é uma pessoa que alega saber o que é cultura acreditar que agências de publicidade gastam milhões em peças direcionadas a, aparentemente, ninguém.
Alguém precisa avisá-los! Estão gastando uma nota com algo que não reflete o pensamento da população! E, claro, as propagandas se criaram sozinhas. Porque ninguém pensa assim. Isso não existe.
Parabéns, não sabe o que é cultura nem publicidade, propaganda ou marketing, sr. Wikipedia.
Já citei aqui um texto que demonstra a diferença de tratamento entre diversos crimes versus estupro. Parece que os portais de notícia escrevem para ninguém.
Bom, alguém precisa avisá-la que eles não estão correspondendo com o que as pessoas pensam. Na verdade, vamos avisar que as manchetes que colocam "suposto" antes de "estupro" em todas as matérias devem ter sido geradas por um vírus no sistema, porque ninguém pensa assim! Criação espontânea de conteúdo que não reflete nada da realidade. Estamos vivendo em Matrix?
TV não influencia ninguém, redes sociais não influenciam ninguém, propagandas não influenciam ninguém... é, você entende muito de cultura, mesmo, Felipe. Mas é melhor citar Wikipedia do que dizer que eu inventei os números, né? hahaha. Agora eu me calo mesmo. Só queria confirmar de que você não fazia a menor ideia do que está falando.
Felipe, leia de novo a definição que você mesmo postou:
ResponderExcluir“aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”
Não há aí nada que diga que todas essas coisas devem caminhar na mesma direção ou "indispensavelmente" atreladas umas às outras.
Mas se a sua birra é com a palavra "cultura", não precisa usá-la. Isso não vai mudar a REALIDADE de que a sociedade é no mínimo conivente com o estupro, assim como é conivente com o racismo, por exemplo, por mais que a fachada seja um discurso bonitinho.
Carolina Paiva,
ResponderExcluir“Ok, retirando então o termo "cultura" para usar outros: como a culpabilização de vítimas, o falso moralismo, ou relativismo moral (que julga mais a vítima do que o agressor); a falta de empatia das pessoas com vítimas de estupro, a mentalidade machista, etc.”
Sim, reconheço que muitas pessoas julgam as vítimas de estupro por esses prismas. Mas isso não quer dizer que a grande maioria do povo brasileiro encara os fatos dessa maneira. Apenas uma parcela dele. Ainda sendo apenas uma parte, representa muitas pessoas, de fato, pois uma parcela de uma população composta por mais de 150 milhões de habitantes constitui um número expressivo. Mas não é maioria.
“O que se vê como padrão é o pensamento de que, para mulheres, o sexo é sujo, o sexo "desonra". Se uma mulher que faz sexo, é vista como desonrada (a não ser que seja devidamente compromissada, senão é tachada de fácil e/ou vadia), temos já um problema.”
Mas isso guarda relação com o julgamento moral que a sociedade dispensa para as mulheres que se comportam assim. Não tem relação necessária com a prática do estupro, pois se fosse assim, boa parte das mulheres que fazem sexo casual já teriam sido estupradas.
“Em alguns casos, como o da banda New Hit, podem ser perseguidas e ameaçadas”
Quem perseguiu as moças estupradas pelo grupinho pagodeiro de meia tigela foram pessoas ligadas ao próprio grupo, para intimidar a família e as moças, no sentido de não levarem o caso adiante, para não manchar a imagem do grupo. E, também, os próprios fans da banda, que constituem 0,0000000000001% do povo brasileiro.
“Aliás, essa ideia podre de fazer os presos virarem "mulherzinha" na prisão demonstra bem que, ser violado, ainda é muito mais desonroso para a vítima do que para o agressor.”
É evidente que sim. Mas isso não significa que o fato de o estupro ser muito desonroso para a mulher, isso faça com que haja uma cultura em favor do estupro no Brasil
“É esse pensamento que criticamos aqui, e que para muitos é chamado de cultura de estupro. É a mentalidade de que a vítima é a errada, a desonrada, a suja. E esse tipo de mentalidade é sim perigosa, pois graças a ela muitas vítimas se calam, pela vergonha, pelo medo do estigma.”
Agora você foi excelente. Realmente, esse tipo de mentalidade é muito prejudicial para as vítimas, exatamente pelos motivos que você citou. A luta de vocês para acabar com isso é admirável.
ResponderExcluirMirella,
Ok, Mirella. Respeito o teu ponto de vista e a ti.
Priscila,
ResponderExcluir“Não há aí nada que diga que todas essas coisas devem caminhar na mesma direção ou "indispensavelmente" atreladas umas às outras.”
Há, sim. O autor se refere aos hábitos como forma de exteriorização de uma cultura. Se não há a prática habitual da ação, do comportamento, não temos uma realidade cultural. Uma cultura que não é exteriorizada através de ações objetivas não é uma cultura.
Exemplo. Não podemos dizer que um país tem uma cultura democrática se não houver prática democrática. Se a cultura democrática existir apenas na cabeça das pessoas, não é cultura democrática, é apenas idéia democrática ou ideologia democrática.
Portanto, para haver cultura democrática, a democracia precisa existir no plano exterior. É necessário que ela seja praticada pela grande maioria do povo: voto direto, secreto, universal e periódico; igualdade de todos perante a lei; liberdade de associação e reunião; livre manifestação do pensamento; liberdade de culto religioso, e assim por diante.
No caso da estagiária, a investigação concluiu que não foi estupro:
ResponderExcluirhttp://oglobo.globo.com/pais/sp-policia-ja-descarta-estupro-no-caso-de-estudante-de-direito-7180802
não pude evitar um certo pesar durante as festas.
ResponderExcluiro natal já não tem nenhum significado simbólico para mim há um bom tempo. é uma festa familiar e ponto.
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todos esses casos foram chocantes. não consegui afastar da mente.
violência totalmente gratuita.
e o pior é que teve mais.
no interior de sp um moça de 18 anos também sofreu um estupro coletivo. ela estava em uma festa, consumiu drogas (não sei qual, provavelmente ecstasy, mas não havia muitas informações na notícia), sentiu-se mal, trocou beijos com um amigo (isso é que ele diz, mas provavelmente a estuprou ou tentou), saiu do carro dele seminua e desorientada. Ele viu quando um segurança da festa (isso mesmo, um segurança) a levou para o mato e foi seguido por outros homens que estavam de carro. Foi abandonada machucada e sem suas roupas, usando apenas uma camisa masculina.
comentários do tipo:
. nada justifica o estupro, MAS colheu o que plantou
. acho é pouco
. usuária de drogas, queria o que?
. se não tivesse usado drogas, não aconteceria
. se estivesse em casa com a família, não aconteceria
. essas meninas não tem vergonha na cara. depois os homens que são errados de arrastar pro mato (não dá pra ter certeza, mas parece que esse comentário é de uma MULHER!!!!)
. um cara disse que nada justifica o estupro e uma MULHER disse: JUSTIFICA SIM!
dá pra acreditar?
nojo infinito! de embrulhar o estômago!
agora eu pergunto:
quantos homens que usam drogas são estuprados?
uso de drogas justifica violência?
por que o “amigo” não a levou pra casa quando ela passou mal?
por que não telefonou pra alguém da família?
por que a abandonou desorientada?
por que não chamou a polícia?
por que o segurança não a encaminhou pro hospital ou pra polícia?
por que homens se aproveitam de mulheres desorientadas, bêbadas ou desacordadas?
por que violentar essa moça foi considerado uma ideia melhor do que ajudá-la ou ignorá-la?
por que homens estupram se existem várias mulheres que querem sexo casual e consensual?
por que julgam moralmente a mulher que sofreu a violência e não os homens que cometeram a violência que todos consideram, em tese, tão abominável? só porque a vítima não morreu?
por que não dizem que, se os idiotas dos estupradores não tivessem saído de casa não teriam estuprado ninguém?
por que mulheres não podem sair de casa, mas estupradores sim?
por que homens consideram agredir mulheres uma opção?
por que homens agridem mulheres GRATUITAMENTE, SEM NENHUM MOTIVO?
por que mulheres MERECEM a violência?
por quê?
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um leitor, André Lucato (foi ele que postou o link aqui), tentou ponderar, mas foi rechaçado. têm mais alguns poucos comentários condenando o estupro, mas tem gente RINDO da moça e querendo saber o nome completo dela e o seu facebook.
eu escrevi 10 comentários e NENHUM foi publicado.
todos os comentários horripilantes foram, sem problema.
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essa notícia, além dessas que você comentou no post, ajudou a azedar as festas de fim de ano.
fora aqueles casos dos quais não ficamos (e nem ficaremos) sabendo.
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como mudar isso se tem gente como o felipe, que acha que a violência contra a mulher no brasil ainda não é suficiente pra gente poder falar sobre isso?
qual será o nível necessário de violência contra a mulher pra que a gente possa iniciar campanhas condenando DE FATO o estupro e o estuprador?
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ah! o caso aconteceu em araraquara.
"No caso da estagiária, a investigação concluiu que não foi estupro:"
ResponderExcluirpor que isso não é surpreendente?
Acho mega pertinentes as questões que a Cora levantou, talvez para um próximo post.
ResponderExcluirDesculpa, mas esse argumento recorrente que tenta deslegitimar o problema da violência contra a mulher no Brasil ressaltando que são os homens as maiores vítimas de crimes violentos no país é muito pueril, pra não dizer outra coisa. A maioria das vítimas masculinas morre porque se envolve em atividades de risco tais quais uso de substâncias, envolvimento com crime, brigas, irresponsabilidade no trânsito, etc etc. Por outro lado, mulheres vítimas de crimes violentos morrem, em sua maioria, simplesmente porque nasceram mulheres. A não ser que andar na rua desacompanhada/o, usar roupas curtas, entrar em desacordo com a/o parceira/o, sair à noite para se divertir e se insinuar para pessoas do sexo oposto sejam considerados comportamentos de risco. Se para os homens não é o caso, por que haveria de ser então para as mulheres?
ResponderExcluirA revolta é pela Índia inteira. Mesmo longe de Delhi, há passeatas por todos os estados. É a primeira vez que vejo protestos assim por aqui e fico feliz que, até que enfim, parece que as pessoas querem dizer chega.
ResponderExcluirÉ muito difícil ser mulher aqui na Índia. É necessário se cobrir e a coisa com estupros é tão feia que todo trem tem um vagão exclusivo para mulheres, os ônibus tem lugares separados por gênero. Quando comecei a utilizar o transporte coletivo por aqui, achei um absurdo essa separação de gêneros mas vejo que as mulheres se sentem mais seguras entre mulheres. É terrível, não soluciona o problema já que o que há de se mudar é a atitude dos homens e não separá-los das mulheres como se fossem bichos bravos diante de uma futura vítima, mas a separação age como uma prevenção.
A indignação dos manifestantes também é contra o governo e a polícia. Ninguém falou com a massa de manifestantes que protestou no India Gate, pelo contrário, uma multidão pacífica foi recebida com gás lacrimogênio e água. As manifestantes foram chamadas de "oportunistas buscando quinze minutos de fama". As manifestações ganharam força quando os indianos viram que nem protestar podem e se espalham pelo país. Fala-se em greve, fala-se em paralisação. Fala-se em mudar as leis mas já há leis anti-estupro, o problema é como elas são aplicadas pela polícia corrupta, machista e pelo estigma social que é ter sido estuprada.
Espero que as coisas mudem por aqui e pelo mundo. Seguimos divulgando e lutando como podemos.
Cora,
ResponderExcluirA polícia não tinha nada, então não é surpreendente mesmo.
Cada um sabe da sua dor e imagino que a moça achasse ter um bom motivo pra ter se matado, mas, caso ela tenha sido estuprada, ao se matar sem fazer queixa, exames, ela mesma enterrou o caso.
Não conheço polícia, por mais séria que seja, que consiga o milagre de descobrir quem foi um estuprador sem prova alguma.
Felipe Barreto
ResponderExcluirO pensamento ser da maioria ou não, não interessa. O que interessa é que a culpabilização de vítimas de estupro existe, faz parte da ideologia machista e DEVE ser combatida.
Ou você prefere esperar para que essa mentalidade atinja a quase totalidade da população primeiro?
Eu sugiro que você pesquise a doutrina feminista sobre esse assunto e entenda porque essa é uma de nossas pautas.
É melhor do que minimizar um problema existente, como você vem fazendo aqui.
Talvez a expressão usada não seja a mais adequada, como algumas feministas já discutem, você saberia se tivesse pesquisado, mas o fato é que mulheres ainda são estigmatizadas por serem estupradas. Parte dessa mentalidade vem da ideia de que mulher se desonra com sexo, e a ignorância das pessoas que acham que estupro tem mais a ver com sexo do que com violência.
Querer fingir que esse não é um problema grave porque "não é a maioria da população que pensa assim" não é argumento.
Ah, e quebrar meu comentário para responder separadamente aos trechos fez com que você interpretasse mal a parte onde eu falei sobre o julgamento moral das mulheres que fazem sexo livremente. Leia novamente.
Felipe,
ResponderExcluira Mirella, eu e as outras demos vários exemplos de como a sociedade sustenta, de forma mais ou menos velada, todas as ideologias que estão por trás da prática de estupro. Se isso não é a mentalidade influenciando a ação, eu não sei mais o que é.
Repito, se você não quer chamar isso de "cultura", pode dar o nome que quiser. O que importa é não usar de má-fé, não se utilizar de uma divergência terminológica para negar a realidade. Explico:
- Existe uma cultura de estupro por causa de x, y e z.
- Ah, mas cultura não é isso, então não existe cultura de estupro. Logo, x, y e z não existem também.
Entende? A primeira parte da resposta é sua opinião (leiga), a segunda é má-fé intelectual. Pelo amor de Deus, não faça isso.
Não vou ficar repetindo todos os exemplos que já foram dados. Eu tenho vida fora da internet, tenho responsabilidades fora da internet, tenho prazos a cumprir fora da internet. Não me interessa se vou "ganhar" ou "perder" uma discussão numa caixa de comentários de um blog com alguém que nem conheço. Não se trata de uma discussão antropológica sobre o conceito de cultura; nenhum de nós dois tem cacife para tal. O que me interessa é que nossa cultura é conivente com o estupro, para dizer o mínimo, e tem gente morrendo AGORA por causa disso. Agora, se você insiste que isso tudo só existe na nossa cabeça, paciência. Também dizem por aí que homofobia é invenção dos gays, quando somos o país que mata mais LGBTs no mundo.
Olha a desgraça que precisa acontecer pra que esse infeliz se convença de que existe cultura de estupro:
ResponderExcluir"em um país no qual existe uma cultura do estupro, 90% das mulheres evitariam sair de suas casas, pois, 70% delas já teriam sofrido um estupro (e algumas delas mais de uma vez). Sem contar que não existiria um número maior de mulheres do que de homens, como é o caso do Brasil, pois boa parte das mulheres já teriam sido assassinadas pelos estupradores. "
NOJO INFINITO!!!!!!!!!!!
Desejo a vc SÓ o mesmo fim que acometeu o Ned Stark :)
Carolina Paiva,
ResponderExcluir“O pensamento ser da maioria ou não, não interessa.”
É óbvio que interessa. E muito. Você pegou o bonde andando. Saiba que o que está sendo discutido aqui não é se existe ou não violência sexual contra a mulher. É evidente que existe. O epicentro das controvérsias surgiu exatamente quando algumas leitoras disseram que a maioria do povo brasileiro apóia ou é leniente com o estupro. E, o que é ainda pior, que o povo brasileiro vivencia uma cultura pró-estupro.
Para você é muito fácil dizer “não interessa se a maioria do povo brasileiro é transigente ou apóia o estupro”, pois você exclui a si própria da contagem.
As outras leitoras do blog blasfemam, com todas as palavras, que a grande maioria do povo brasileiro é constituído por monstros, psicopatas, delinqüentes sádicos, e depois você vem me dizer, “a, isso não importa”. Poupe-me.
Elas acusam (sem provas, pra variar) que milhões de mulheres brasileiras, mães, avós, filhas etc, mulheres que vivem a sua vida de forma decente, muitas das quais seguidoras da religião cristã, são sádicas e psicopatas, e você vem me dizer que isso não importa.
Elas dizem que os homens brasileiros, a grande maioria deles, são lunáticos pervertidos, sádicos que deveriam viver enjaulados, generalizam todos como apoiadores de uma das práticas delituosas mais nefastas que a humanidade já conheceu, e você me diz que isso não importa.
Experimenta dizer para o povo brasileiro que ele não passa de um povinho execrável, que apóia o estupro de suas filhas, mães e esposas; que apóia que mulheres inocentes sejam violadas por crápulas da pior espécie, e daí, depois, tu diz para esse mesmo povo que tudo o que você disse antes não tem nenhuma importância.
É muito fácil para você, pelo fato de ser feminista, se excluir da contagem dos ofendidos, testemunhar as acusações mentirosas que foram feitas aqui, e depois dizer que aquilo não teve importância.
“É melhor do que minimizar um problema existente, como você vem fazendo aqui.”
Incorreto. Não estou minimizando nada. Eu estou criticando a idéia falaciosa de que existe uma cultura pró-estupro no Brasil.
“Talvez a expressão usada não seja a mais adequada”
Eu tenho absoluta certeza que não. E já provei isso.
“Querer fingir que esse não é um problema grave porque "não é a maioria da população que pensa assim" não é argumento.”
Incorreto. Favor copiar e colar a passagem, em meus comentários, onde eu afirmo que a violência sexual contra a mulher, no Brasil, não é algo grave porque a maioria do povo brasileiro não é permissivo com o estupro.
Com exceção das ressalvas feitas, estou de acordo com o restante do seu comentário.
PS: Li novamente o trecho que você pediu e não constatei nenhuma diferença daquilo que eu tinha interpretado da primeira vez.
Lola,
ResponderExcluirFalando nisso, já viu como o caso de um possível estupro está sendo ignorado pelos jornais brasileiros?
Provavelmente o fato de ter ocorrido em um dos maiores escritórios de advocacia de São Paulo tenha algo a ver com isso.
Mais uma prova de que estupro não está ligado a becos escuros. Lamentável como poucos veiculos estão noticiando o assunto.
http://ultimasdodianews.blogspot.com.br/2013/01/caso-viviane-carta-drogada-e-estuprada.html
http://noticias.r7.com/sao-paulo/suicidio-misterioso-entenda-o-caso-da-estagiaria-de-direito-que-supostamente-foi-vitima-de-estupro-07012013
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2013/01/08/guru-indiano-culpa-estudante-vitima-de-estupro-coletivo.htm
ResponderExcluirPra acabar com o fim de tarde...
"povo brasileiro é constituído por monstros, psicopatas, delinqüentes sádicos (...)"
ResponderExcluirsó mais uma evidência de que não entendeu até agora o que é cultura de estupro. Quem estupra não é o monstro desconhecido na calada da noite que evapora. É o pai, padrasto, irmão, tio, namorado, marido. Não são psicopatas, não, Felipe. Se você lesse sobre o tema, saberia. São pessoas educadas para achar que não tem nada demais nisso. Isto é cultura de estupro, e a cada post, Felipe, você só mostra que não entende nada nem de cultura, nem de estupro.
Alguns OUTROS links que comprovam o que eu disse.
http://www.cedeca.org.br/conteudo/noticia/arquivo/384BB619-A577-6B44-55158CB799D9AB10.pdf
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1036041-5605,00-PAI+E+PADRASTO+LIDERAM+CASOS+DE+ABUSO+SEXUAL+CONTRA+CRIANCAS+DIZ+ESTATISTIC.html
http://www.unifia.edu.br/projetorevista/edicoesanteriores/agosto09/artigos/educacao/discursohumoristico.pdf
E aqui alguns que já postei:
http://www.onu.org.br/unase/sobre/situacao/
http://feministacansada.tumblr.com/post/38869600405
O que o Felipe trouxe para o debate:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
Bom, caro leitor, faça as contas e chegue à sua própria conclusão.
Mirella,
ResponderExcluirNada do que você disse comprova que o estupro no Brasil é uma realidade cultural.
Talvez as estatísticas possam corroborar com a sua teoria mirabolante, se você as tiver, apresente-as. Mostre quantos estupros acontecem no Brasil, anualmente. Compare esse número com o número de habitantes no país. Então veremos o quanto essa cultura do estupro é fictícia.
"Quem estupra não é o monstro desconhecido na calada da noite que evapora. É o pai, padrasto, irmão, tio, namorado, marido."
Prove que a maioria dos pais, padrastos, irmãos, tios, maridos e namorados que vivem no Brasil, são estupradores ou apoiam gente dessa laia.
E você também precisa me mostrar mais indícios de transigência com o estupro, na sociedade brasileira. Um único quadro em um programa de humor, uma piada de um humorista, um ou dois comerciais de uma marca de cerveja, e as manifestações de um grupelho de fans de uma bandinha medíocre, não estão sendo muito produtivos para essa finalidade.
Mostre os vários segmentos, midiáticos e culturais, que expõem, de forma clara e exacerbada, que o estupro é algo bom, normal, desejável, salutar e aceitável.
Felipe,
ResponderExcluireu já postei as estatística. Inclusive coloquei novamente no meu comentário.
Até onde vai sua falta de interpretação de texto?
Ok, Mirella, vamos lá:
ResponderExcluirpdhttp://www.cedeca.org.br/conteudo/noticia/arquivo/384BB619-A577-6B44-55158CB799D9AB10.pdf
Esse pdf diz que o estupro acontece na vida real. Ok, de acordo.
Depois, ele define o que é violência, e os tipos de violência sexual que ocorrem. Ok, de acordo.
Depois, ele diz que o estupro acontece em todas as classes sociais, e não apenas entre os pobres, marginais e delinquentes. Diz também que as vítimas, da mesma forma, podem ser de qualquer classe social. Novamente, concordo com tudo isso.
Depois, ele fala como são escolhidas, pelas suas características físicas, de personalidade, e de oportunidade para a realização do ato, as crianças e adolescentes que serão as vítimas. Ok, de acordo.
O texto ainda diz que os praticantes do ato ignominioso podem ser, como você mesma disse, pais, tios, irmãos, padrastos, amigos, conhecidos, avós, etc, não tem de ser, necessariamente, um criminoso desconhecido. Também concordo.
Ele ainda discorre sobre as formas de agressão que são dirigidas as vitimas. Concordo.
Ele ainda diz, como você, a Carlina Paiva, e outras já aludiram, quais os principais motivos que fazem muitas das vítimas de estupro se calarem e não denunciarem a agressão. Concordo também.
Depois, ele discorre sobre as consequências, físicas, emocionais e psicológicas, que uma vítima de estupro pode ser acometida, por toda a vida. Concordo também.
Minha conclusão sobre esse pdf, Mirella:
Concordo com tudo o que ele disse.
Agora me explique, por gentileza, como essas informações podem comprovar que a grande maioria do povo brasileiro é leniente e permissivo com o estupro?
Aqui está o seu erro. Como eu disse noutro comentário, até agora, nada do que você disse comprova que o Brasil estimula, promove, ou é leniente com a prática do estupro contra as mulheres. Nada do que você trouxe, absolutamente nada, comprova que o estupro no Brasil é uma realidade cultural.
Agora, analisemos mais um de seus pdfs:
ResponderExcluirhttp://www.unifia.edu.br/projetorevista/edicoesanteriores/agosto09/artigos/educacao/discursohumoristico.pdf
Esse texto fala sobre os riscos de uma linguagem humorística fomentar na sociedade uma aceitação, ou uma habituação, a determinados juízos de valor, comportamentos, ou opiniões.
Porém, no Brasil, os humoristas, crônicos literários, jornalistas etc, que fazem piadas freqüentes com o estupro, são uma minoria ridícula e insignificante. E, mesmo que houvesse um número expressivo de humoristas e cidadãos fazendo piadas com o estupro, isso, por si só, não acarretaria uma realidade cultural nacional a favor dessa prática, pois cultura é conjunto, e só o humor e as piadas não são suficientes para evidenciar uma realidade cultural.
Os brasileiros sempre fizeram piadas com os portugueses. Mas, isso não significa que existe uma cultura de xenofobia no Brasil contra as pessoas de origem lusitana.
Portanto, esse seu pdf, também, não comprova que existe uma realidade cultural do estupro no Brasil.
http://www.onu.org.br/unase/sobre/situacao/
Esse dados se referem a situação da mulher EM TODO O MUNDO. Abarca a situação das mulheres, no que concerne a exposição e ao risco da violência, inclusive a sexual, levando em consideração ESTATÍSTICAS DO MUNDO INTEIRO. Países como Angola, Índia, Bósnia, os países miseráveis da áfrica subsaariana, países pobres da Ásia, etc.
Estamos falando de Brasil. Portanto, esse seu pdf é inútil para que possamos extrair alguma prova de que existe uma cultura do estupro no BRASIL.
Se você quiser levar essa discussão adiante e apresentar dados, números e estatísticas que comprovem que existe uma realidade cultural, no Brasil, no que concerne a prática e a aceitação do estupro, fique a vontade. Pois, até agora, nada do que você trouxe a tona comprova isso.
acompanhemos a linha de raciocínio do felipe
ResponderExcluirele disse:
1)
"Tipo, acho que temos uma cultura da corrupção, temos uma cultura da pegaçao e do sexo sem compromisso, temos uma cultura da combinação entre álcool e direção, etc, mas cultura do estupro, eu acho que não é razoável afirmar."
2)
"Temos uma cultura da corrupção porque, a grande maioria do povo brasileiro, já foi, é ou será corrupto em vários momentos de suas vidas (observe que o termo “ser corrupto” não tem aqui qualquer conotação política); temos uma cultura da pegaçao e do sexo sem compromisso porque a grande maioria do povo brasileiro fez, faz ou fará sexo sem compromisso em vários momentos de suas vidas; temos uma cultura da combinação entre álcool e direção porque a grande maioria do povo brasileiro já dirigiu, dirige, ou ainda dirigirá sob o efeito do álcool em vários momentos de suas vidas."
observe que para isso ele não precisa de dados estatísticos. por exemplo, quem disse q a maioria do povo é, foi ou será corrupto?
3)
"No dia em que existirem 4 ou 5 programas de televisão, em todas as redes de TV aberta, propagando e incentivando, durante toda a sua exibição, o estupro, aí a gente conversa."
eu não vejo muita tv, mas alguém poderia me indicar os programas em todas as redes abertas que propagam e incentivam durante toda a sua exibição, a corrupção?
pq não há.
no entanto, como a Mirella mostrou, existem propagandas de grife, programas de humor, sites, blogs que usam o estupro para vender/dar audiência.
isso sem contar os comentários em notícias de casos de estupro, cobertura jornalística, papo na hora do cafezinho no trabalho que culpabilizam a vítima.
mas, pro felipe não temos cultura do estupro.
mas temos cultura da corrupção.
mesmo que em TODAS as notícias sobre corrupção, TODOS os comentários CONDENEM o crime cometido, CONDENEM o corrupto.
em notícias sobre estupro e sobre violência doméstica contra a mulher, A MAIORIA dos comentários desconfia DA VÍTIMA, questiona o comportamento DA VÍTIMA e praticamente não se fala do estuprador ou do agressor! quando se fala, muitos se solidarizam com ele. poucos comentários são de solidariedade com a vítima!!
mas temos uma cultura da corrupção, já sobre a cultura do estupro... ele acha que não é razoável afirmar.
então, tá.