Recebi esta mensagem da Carol na sexta, no mesmo dia em que recebi (e respondi) dois emails arrasadores, de estupro, que me fizeram chorar. A Carol me fez sorrir. Obrigada! Respondo às dúvidas dela em itálico.
Oi Lola, me chamo Carol e faz um tempinho já que acompanho seu blog, e apesar de concordar com praticamente tudo que você e outras pessoas falam aqui sobre feminismo e o tratamento dado à mulher na sociedade em que vivemos, às vezes isso parece distante.
Parece distante porque antes eu nunca havia parado para pensar em grande parte do que você diz aqui, e é difícil aceitar e perceber que a maioria das coisas e situações que antes me pareciam naturais, agora, passam a ter outro significado, inclusive algumas atitudes que eu tinha comigo e com os outros, inclusive mulheres, reproduzindo o comportamento que esperam que tenhamos.
Eu era a típica pessoa que via feministas como um grupo de gente doida que odeia homens, por exemplo. Até que um dia, nem lembro quanto tempo faz, me deparei com comentários seus [num blog ridículo que vive me xingando, porque os autores acreditam que existe uma ditadura dos grupos historicamente oprimidos que cerceia a liberdade dos pobres homens brancos, as verdadeiras vítimas do mundo atual], comentários que foram repudiados. Por curiosidade decidi visitar seu blog e... foi como se a minha visão fosse clara pela primeira vez.
Lembro que um texto que me fez pensar muito foi um guest post de uma leitora chamada Julia, em que durante uma conversa sobre sapatos, há a seguinte frase:
“Olha... ouvindo vocês, estou chegando à conclusão de que o problema não é com nossos pés, mas com os sapatos femininos, que são feitos para machucar! E, o surpreendente não é que as empresas façam sapatos que machuquem, mas que a gente automaticamente assuma que o defeito é em nosso pé, não no sapato!" [É verdade, né? E isso acontece com tantos produtos feitos pra gente!]
Lendo o seu blog eu tive praticamente uma epifania: quantas vezes eu não repeti esse tipo de frase como se fosse uma verdade absoluta? Quantas vezes eu não me culpei por um comportamento que seria considerado comum a um homem, apenas porque me ensinaram assim? Quantas vezes eu não usei a palavra gorda, viado, gay para ofender alguém, quando na verdade ser gorda ou ter uma orientação sexual diferente não é algo ofensivo? Quantas vezes eu não me considerei inadequada por seguir um padrão que é imposto a mim e a muitas outras meninas? Quantas vezes tive ódio de mim e do meu corpo e cabelo por não obedecerem a esses padrões, como se a culpa fosse minha?
Tenho 18 anos, sou negra (uma pergunta: quando alguém me diz que em vez de negra eu sou mulata, por não ter a pele tão escura, é um preconceito também? [Sim, acho que é. Negar a negritude -- o velho "mas você nem é tão escura!", como se cor fosse defeito -- é um tipo de racismo. Além do mais, muitos ativistas negros evitam a palavra mulata porque ela vem de mula, e foi usada pejorativamente durante séculos de escravidão para se referir a filhos mestiços de escravas com os senhores brancos]), não sou magra e meu cabelo é longo e crespo. E eu sempre achei que meu cabelo fosse o problema e outros achavam também, por isso eu o alisei, mas uma hora desisti de manter o alisamento. Deu preguiça, e ele também é caro.
Mas o ponto mais forte para a desistência foi entender que meu cabelo não é um PROBLEMA. Esse entendimento, Lola, veio graças a você! [Agradeça a todas as leitoras lindas que enviaram guest posts sobre o assunto]. E é dificil resistir ao alisamento, pois não é fácil passar a vida toda ouvindo e aprendendo que seu cabelo é feio, que seu cabelo parece sujo e relaxado, fazendo de você suja e relaxada também.
Quando eu decidi largar o alisamento eu trabalhava numa loja varejista, uma dessas grandes, e geralmente ouvia de algumas pessoas que trabalhavam comigo:
- Nossa, amiga, vai arrumar o seu cabelo!
E eu não entendia como meu cabelo poderia estar desarrumado, uma vez que geralmente ando como ele preso (é muito cabelo!) e nunca estava “desarrumado”, até ouvir:
- O que aconteceu com a sua chapinha?!
Ou seja, meu cabelo não era considerado bagunçado por não estar arrumadinho, mas por não ser liso! E essa frase veio de uma amiga minha.
Esse episódio apenas me fez entender e levar mais a sério o que você fala aqui, pois era o mesmo comportamento que você denunciava em alguns textos. [É o que eu penso: às vezes a ficha demora a cair, mas o que é discutido aqui planta uma sementinha, e um dia alguma outra frase ou comportamento faz a pessoa se lembrar do que leu].
Assim como essa imagem que eu vi hoje no jornal Metro, com o título de “As belas e a fera do tênis”, onde estão reunidos Maria Sharapova, Roger Federer, Victoria Azarenka e Caroline Wozniacki. Adivinha quem é a fera? (tirei a foto com meu celular, perdoe a qualidade da imagem). [Imagina, obrigada por mandar a imagem!]
Assim que eu vi e entendi quão ridículo soava o título, pois ele dá a ideia de que apenas o Federer é a fera do tênis e as tenistas são representadas por “belas”, um elogio a sua beleza e não um reconhecimento às atletas que elas são, entendi que algo realmente havia mudado em mim. [Ahhh! Que lindo quando a gente percebe isso!]
E eu não entendia como meu cabelo poderia estar desarrumado, uma vez que geralmente ando como ele preso (é muito cabelo!) e nunca estava “desarrumado”, até ouvir:
- O que aconteceu com a sua chapinha?!
Ou seja, meu cabelo não era considerado bagunçado por não estar arrumadinho, mas por não ser liso! E essa frase veio de uma amiga minha.
Esse episódio apenas me fez entender e levar mais a sério o que você fala aqui, pois era o mesmo comportamento que você denunciava em alguns textos. [É o que eu penso: às vezes a ficha demora a cair, mas o que é discutido aqui planta uma sementinha, e um dia alguma outra frase ou comportamento faz a pessoa se lembrar do que leu].
Assim como essa imagem que eu vi hoje no jornal Metro, com o título de “As belas e a fera do tênis”, onde estão reunidos Maria Sharapova, Roger Federer, Victoria Azarenka e Caroline Wozniacki. Adivinha quem é a fera? (tirei a foto com meu celular, perdoe a qualidade da imagem). [Imagina, obrigada por mandar a imagem!]
Assim que eu vi e entendi quão ridículo soava o título, pois ele dá a ideia de que apenas o Federer é a fera do tênis e as tenistas são representadas por “belas”, um elogio a sua beleza e não um reconhecimento às atletas que elas são, entendi que algo realmente havia mudado em mim. [Ahhh! Que lindo quando a gente percebe isso!]
E é assim que tem sido Lolinha, de acontecimento em acontecimento, epifania em epifania, tenho aderido ao feminismo e me libertado de muitas (o)pressões que eu aceitava e até mesmo acreditava serem benéficas, vejam só. Afinal, apesar de nunca ter achado que as opções de vida de uma mulher deveriam se resumir a casar e ter filhos, achava o máximo quando um homem falava: "mas eu até ajudo em casa!”.
Hoje em dia não acredito mais que feministas são loucas, nem elas, nem eu, que tenho me tornado uma delas e pretendo continuar a ser, mesmo sendo evangélica. É impossível ser os dois? Acredito que não. Lola, esse foi um tema que nunca vi discutido aqui no seu blog e eu gostaria de ver.
Você acha, Lola, impossível? Ter essa religião e ser feminista? [Bom, eu só fui religiosa e feminista durante um breve período da minha vida, e pra mim foi muito díficil conciliar a fé católica, puramente patriarcal, com o feminismo. Mas as Católicas pelo Direito de Decidir provam que é possível ser feminista, até ativista feminista, e ser religiosa ao mesmo tempo. Aqui no blog há várixs leitorxs evangélicxs, como a Valéria e o Lord Anderson].
Um dia fiquei revoltadissima, pois o pastor de minha igreja pediu que eu não usasse saias acima do joelho enquanto estava na porta da igreja recepcionando as pessoas, pois alguns homens da igreja poderiam me olhar de forma maliciosa. Quando eu respondi dizendo que ele não poderia decidir sobre o tamanho da minha saia e que se algum irmão olhasse pra mim de forma maliciosa ele sim precisaria ser chamado para uma conversa e não eu, já que vamos à igreja para orar e compartilhar uma vivência com Cristo e não para olhar as pernas dos outros, o pastor (acredite!) entendeu meu ponto de vista, pediu desculpas e disse que eu estava certa. Então, tive uma conversa com ele sobre isso e outros tratamentos dados às mulheres na igreja.
E sabe, Lola, algumas coisas na minha igreja têm mudado depois disso... Portanto, mesmo as igrejas sendo instituições patriarcais (aquela história de Deus é pai e assim por diante), será impossível ser feminista fazendo parte delas? Tenho muitas justificativas pra dizer que é possível, mas não tenho com quem trocá-las, então, de que valem? [Se você acha que é possível ser feminista e religiosa, então é, ué! E você tem muito mais chance de conseguir mudar a mentalidade da sua igreja do que eu, que não faço parte dela. A sua conversa com o pastor já foi um ótimo sinal].
Enfim, não sei se meu texto fez muito sentido, mas precisava dizer essas coisas, e obrigada Lola, obrigada por me ajudar a pensar e agir diferente, de uma forma melhor! [Obrigada você, querida, e todxs essxs leitorxs incríveis que me honram com sua presença. Eu é que agradeço!]
Hoje em dia não acredito mais que feministas são loucas, nem elas, nem eu, que tenho me tornado uma delas e pretendo continuar a ser, mesmo sendo evangélica. É impossível ser os dois? Acredito que não. Lola, esse foi um tema que nunca vi discutido aqui no seu blog e eu gostaria de ver.
Você acha, Lola, impossível? Ter essa religião e ser feminista? [Bom, eu só fui religiosa e feminista durante um breve período da minha vida, e pra mim foi muito díficil conciliar a fé católica, puramente patriarcal, com o feminismo. Mas as Católicas pelo Direito de Decidir provam que é possível ser feminista, até ativista feminista, e ser religiosa ao mesmo tempo. Aqui no blog há várixs leitorxs evangélicxs, como a Valéria e o Lord Anderson].
Um dia fiquei revoltadissima, pois o pastor de minha igreja pediu que eu não usasse saias acima do joelho enquanto estava na porta da igreja recepcionando as pessoas, pois alguns homens da igreja poderiam me olhar de forma maliciosa. Quando eu respondi dizendo que ele não poderia decidir sobre o tamanho da minha saia e que se algum irmão olhasse pra mim de forma maliciosa ele sim precisaria ser chamado para uma conversa e não eu, já que vamos à igreja para orar e compartilhar uma vivência com Cristo e não para olhar as pernas dos outros, o pastor (acredite!) entendeu meu ponto de vista, pediu desculpas e disse que eu estava certa. Então, tive uma conversa com ele sobre isso e outros tratamentos dados às mulheres na igreja.
E sabe, Lola, algumas coisas na minha igreja têm mudado depois disso... Portanto, mesmo as igrejas sendo instituições patriarcais (aquela história de Deus é pai e assim por diante), será impossível ser feminista fazendo parte delas? Tenho muitas justificativas pra dizer que é possível, mas não tenho com quem trocá-las, então, de que valem? [Se você acha que é possível ser feminista e religiosa, então é, ué! E você tem muito mais chance de conseguir mudar a mentalidade da sua igreja do que eu, que não faço parte dela. A sua conversa com o pastor já foi um ótimo sinal].
Enfim, não sei se meu texto fez muito sentido, mas precisava dizer essas coisas, e obrigada Lola, obrigada por me ajudar a pensar e agir diferente, de uma forma melhor! [Obrigada você, querida, e todxs essxs leitorxs incríveis que me honram com sua presença. Eu é que agradeço!]
Adorei o post, como sempre. Lola, sou leitora assídua do seu blog, embora raramente deixe um comentário. Me identifiquei especialmente com esse post, pois também sou uma feminista cristã e gostaria de ver esse assunto mais debatido. Sempre fiz parte de grupos de esquerda na universidade, mas sempre tive medo de manifestar minha fé e ser rejeitada. Nessas horas, penso: onde está a liberdade religiosa? Recentemente, em uma reunião do coletivo do qual faço parte, eu disse a uma amiga cuja mãe passava por problemas de saúde que rezaria por ela. Na hora, muitas pessoas acharam que era brincadeira e no fim da reunião um dos dirigentes veio me perguntar "que história foi aquela de rezar". Acabei expondo minha religião, e ele então pediu que eu não a demonstrasse em público porque poderia ferir a imagem do coletivo. Me senti, sim, vítima de preconceito religioso. Não sei se continuarei fazendo parte desse coletivo.
ResponderExcluirSabe, Lola, acho que posso ser feminista, de esquerda e católica sim. Sei e admito que por vezes recorrentes na História a Igreja errou, oprimiu, torturou e eu condeno isso. Mas para mim, Lola, tudo isso veio do homem, e não de Deus. Para mim, o que Deus quer de nós, e o que Jesus e tantos outros nos ensinaram é amar o próximo, fazer o bem, se doar pelos outros, ser justo(a), etc. Condeno também o materialismo que muitas vezes é associado à minha religião com relação às riquezas dos Papas e dos templos em geral (e condeno também o fato de estas riquezas existirem e a forma como foram geradas): mas para mim isso também vem do homem, não da crença (senão teríamos uma contradição: Jesus e São Francisco de Assis, por exemplo, ensinando a vender tudo e dar aos pobres enquanto os líderes religiosos ficam ricos? como assim?). Vem da forma com que o ser humano interpreta e usa a religião a seu favor.
É um ciclo que se repete na História: quando a religião católica surgiu, foi no subsolo de Roma, subvertendo o Império Romano. Era uma crença do povo, em favor do povo e para o povo. Com o tempo o sistema foi se apropriando da religião e usando-a para controlar a população. Como ocorre até hoje. Como ocorreu, por exemplo, com o Comunismo, cujos líderes mataram, cercearam e torturaram uma porção de gente (coisas que vão contra aquilo que eles pregavam).
Por essas coisas gostaria de sugerir um post falando sobre isso. Muita gente tem sim preconceito com religiosos (de qualquer religião), e cai nas críticas mais senso-comum possíveis. Acho que vale, sim, criticar, mas é importante separar a religião e a crença daquilo que o ser humano faz usando-a como respaldo...
Oi Lola, é por isso que os mascus te odeiam tanto, seu potencial de contagiar as pessoas é muito maior, inclusive pode contagiar os próprios mascus, como já ocorreu. As ideias corretas podem custar a serem aplicadas mas elas são quem prevalecem na história. Não comento muito mas esse blog tem sido minha leitura diária pra que eu lembre o quanto fui machista ao longo da vida e possa fazer exatamente o oposto hoje em dia. Pois é difícil se livrar de hábitos antigos, mas nosso cérebro também é como um músculo, é só exercitá-lo. Toda a força para vocês mulheres.
ResponderExcluirTem post que nos fazer querer sempre seguir em frente com nossa luta e nossa indignação contra a sociedade machista.
ResponderExcluirPara a moça que escreveu ele,querida vc é linda do seu jeito,com seu cabelo,com sua roupa e sua escolha,não deixe que a sociedade te transforme,amar nossos corpos é o prieiro passo para a mudança que queremos no mndo
eu sou de uma familia super religosa,já comentei aqui,meu pai é islamico sufista,que é uma linha mistica do islâ,mas,ele é uma pessoaextremamente mente aberta,meus amigos homosexuais~sempre foram bem vindos e ele fica chocado om qualquer injustiça machista que o islâ 9infelizmente muitos)cometam,minha mãe é de etnia cigana e sim,é uma Praticante de bruxaria,religião que tb sigo,está certo que é uma religião matriarcal,que acredita em uma Deusa e vloriza os aspectos sagrados do feminino,mas,acredito qu vc possa ter uma religião patriarcal e ser feminista,como a propria lola,citou,tenho um monte de amigas no``catolicos pelo direito de decidir`´e elas são super resolvidas com suas crenças e livre pensamento,2 são freiras ,por sinal,então acredite não é a religião que gera intolerancia,é o pensamento daqueles que a pregam!
Caraca. Eu sinto muita coisa parecida com a autora do email. Inclusive hoje mesmo pensava sobre conciliar o feminismo e a minha fé que é semelhante a da autora do enmail também, exceto pelo fato que acabei não suportando mais freequentar igrejas me considero cristão.
ResponderExcluirEu cheguei a cassoar de uma amiga que me falou sobre esse blog mas depois de umas leituras e observação o tapa na cara é inevitável, e acontece em toda parte, toda o tempo. é inacreditável a quantidade e intenidade de preconceito e reforço de estereotipo que se vê. pelo menos por aqui onde vivo.
Enfim, não pude deixar de comentar já que me identiiquei tanto.
Força ae.
Eu tbm m identifiquei bastante. Alias, acredito que hoje hà uma falta de conhecimento e boa vontade desde dos religiosos com grupos de esquerda e - em especial - dos grupos de esquerda com aqueles que professam uma fé. Na minha opiniao, isso é pessimo. Sou protestante, frequento uma igreja batista e acho hiper interessante propor leituras feministas pra intterpretar a biblia.
ExcluirInteressante ainda, ver como a fé, como firme fundamento pode ser usada como meio de superaçao do machismo, de uma forma bastante eficiente, usando a propria biblia. A respota do pastor da menina do guest postt eh a resposta esperada por alguem q le a biblia e ve q Deus em momentgo nenhum culpa as mulheres pelos pecados alheios. O legal eh que nòs podemos juntas, dentro das nossas igrejas, como aliadas da nossa fé ir alem e combater o machsmo - o q pra mim, além d nojento, tbm é pecado e um desvio do ideal de Deus.
So acho triste q o movimento de esquerda e mtos movimentos sociais impoem um ceticismo aos seus membros. Ou os encarem de forma subintelectual por causa disso. Acho absurdo e ja sofri com isso tbm. Agora, lutar por um direito e perder a liberdade religiosa eh um contrassenso desnecessario.
Estou disponivel pra debates! Amaria ter um forum de discussoes de feministas protestantes, por exemplo! Alguem conhece um?
Quanto mais feministas melhor. Que hajam feministas em todos os lugares, incluindo igrejas, questionando padrões, criticando comportamentos sexistas, ajudando a mudar as coisas.
ResponderExcluirLola, nada a ver com o post, mas olha só que texto legal que esse rapaz escreveu:
http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012/12/09/piranhas-gritaram-os-jovens-de-bmw-prata-na-noite-de-sao-paulo/
Abçs e bom domingão.
Por falar na questão da religião, nunca cheguei a me aprofundar mas existe também a tal "Igreja para Todos", que prega justamente a inclusão de todas as pessoas, e não vê como pecado a homossexualidade por exemplo
ResponderExcluirhttp://www.igrejaparatodos.org/
Mas acho que dá sim para ter fé e ser ativista/feminista
O exemplo da autora do post é muito bom, pois ela começou a agir dentro da própria comunidade religiosa que frequenta, mas quando isso não é possível uma boa saída é procurar lugares mais mente aberta e menos dogmáticos, onde vc pode exercitar sua fé como forma de libertação e não de alienação mental. Afinal, acredito eu que ter fé em Deus implique também em lutar por um mundo melhor
Jairo, é vc? Esse "Força ae é tão seu!
ResponderExcluirVanessa Andretto
Adorei que você teve coragem de falar para o pastor, e melhor ainda, que ele te ouviu! Parabéns pela atitude, é preciso fibra pra encarar as instituições de frente.
ResponderExcluirPrecisamos de mais evangélicas feministas, só assim o Brasil pode melhorar em muitos aspectos!
A comunidade evangélica é muito fechada, só acontecerão mudanças lá dentro quando os próprios membros começarem a questionar.
Parabéns de novo, guria!
E na foto dos tenistas, em meio as belas não aparece a Serena Williams, que é negra e não é muito magra! E foi ela que jogou com o Federer no Masp!
ResponderExcluirUma pergunta que não tem nada a ver com o post: nos meses de férias, a frequência e a quantidade de comentários sempre diminui?
Minhas senhoras e senhores, venho vos pedi um conselho.
ResponderExcluirVejo que a uns anos vem ocorrido muito o desenvolvimento de empoderamento das minorias, em especial as mulheres, o que eu acho muito bom.
Por outro lado, segundo minha própria experiência pessoal, me pergunto se não há a possibilidade de um "overempoderamento. Posso estar enganado, portanto, me limitarei a postar algumas experiências que eu tive.
Eu sempre fui muito tímido, e aos quinze anos, ao me apaixonar por uma colega, mandava cartinhas com poesias que eu escrevia. Um dia começaram a haver boatos de que eu estaria perseguindo ela e teria obsessão por ela. Então, para evitar problemas, procurei saber onde ela morava e procurei a mãe dela para explicar que não era nada disso, eu só gostava dela, mas era extremamente tímido, mas também não estava obcecado e nem nada.
Resultado: Fui expulso da escola por estar "perseguindo as meninas". Claro, logo depois fui inocentado no meio do processo jurídico, mas todo o desenrrolar não foi muito saudável.
No ensino médio eu às vezes tinha umas "paixonites", mas me limitava a olhar para as garotas e saber o nome delas. Mas raramente falava com elas. Sei que ao menos duas ou três vezes fui chamado á prestar esclarecimento pois por alguma razão as meninas estarem com medo de mim.
Na faculdade adicionei umas duas meninas no falecido orkut, e nas duas recebi chamadas da Diretoria por assédio. O detalhe é que com nenhuma delas eu conversei direito, foram sempre sobre assuntos de pesquisa acadêmica.
Entendo que tudo isso é um "mal necessário", uma vez que estupro e machismo são problemas crescentes, mas me pergunto se não está havendo um "overempoderamento" por causa disso, nunca fiz nada errado, mas acabei por ser prejudicado.
Essa sexta recebi a notícia de meu neurologista de que provavelmente mesmo após meus 15 anos de cebrilin, isto é, Paroxetina, um Antidepressivo, não só teria a dose aumentada, como também provavelmente usarei por toda a vida, uma vez que meu problema seria solidão e eu "não tenho família".
Deixo bem claro aqui que não busco nenhum "conselho amoroso", já beiro meus trinta anos, trabalho dez horas por dia em uma empresa estatal da vida e às vezes mais quatro horas no laboratório de uma universidade federal. Tenho quase trinta anos e já passei da idade de "relacionamentos".
E também em nada culpo "a sociedade", minha falecida mãe me criou sozinha e hoje ganho mais de dez mil reais por mês. Não passo necessidades.
Apenas gostaria de entender o que houve comigo. Estava pensando e pensei na questão do "overempoderamento" e gostaria de entender melhor.
A igreja é uma instituição estúpida e patriarcal, nós devemos destruí-la e não aceitá-la, muito menos divulgá-la como faz a autora desse relato.
ResponderExcluirA igreja é 100% responsável por essa mentalidade machista que o brasileiro tem. Ao longo dos anos, ela foi responsável por estupros e morte de mulheres. Se nós não temos o direito de abortar é culpa da igreja. Eu poderia citar milhares de motivo aqui para nós não nos misturarmos a igreja, mas não vou mais falar sobre isso porque me dá enjoo.
A fe das pessoas pode ou nao estar ligada a uma instituiçao. Alias, tem mta coisa diferente dentro do q vc chama de "igreja", inclusive, templos de religioes mto diferentes e - algumas - sofrem tanta perseguiçao qto certas minorias, como eh o caso de religioes africanas. Achei seu comentario bastante cliche - que eh um dos motivos que a esquerda ainda nao atingiu reliiosos. Preconceito e derespeito de todos os lados.
ExcluirÉ isso, Lola! Seu trabalho ajuda a mudar o mundo, continue! Sempre tive atitudes consideradas feministas, mas antes d me tornar sua leitora eu ñ sabia q era feminista, só me sentia inadequada. Agradeço por sua disposição em ajudar na tão necessária mudança.
ResponderExcluirParabéns p vc, Carol, nunca se esqueça q vc é linda do jeito q é, com seus cabelos crespos maravilhosos! Sobre ser evangélica e feminista: esse universo evangélico precisa d uma revolução; falam tanto em compaixão, mas são os primeiros a reproduzir discursos d ódio e preconceito. Evangélica e feminista? mulheres como vc podem fazer acontecer!
O Federer é um belo e as meninas são umas feras. Estão todos dando uma banana pro machismo e pro feminismo. Estão ganhando rios de dinheiro, fama, contratos, amados, e nós aqui no mimimi.
ResponderExcluirTb posso nem sempre concordar com vc, mas tenho tanto a te agradecer, Lola! ♥
ResponderExcluirObrigada por tudo, viu?
my god essas feministas são signatarias da lei Jim crow : Se tiver uma gota de sangue negro é negro não existe mulato claro/medio/escuro ou porcentagem...
ResponderExcluirWell no sistema de cotas é assim ,alias é por isso que o numero de brancos vai reduzir nos proxismo sensos.
Acho que é possível sim conciliar religião com feminismo. A Carol é exemplo disso! Obviamente há que se ter reciprocidade, mas imagino que na vida de pessoas que realmente querem pregar valores bons, como amor ao próximo, respeito e caridade o feminismo só virá a acrescentar.
ResponderExcluirNão é pelo fato da religião ser uma instituição patriarcal que isso não pode mudar - principalmente pelo próprio instinto de sobrevivência, né? Terão de se adaptar e, quanto mais seguidores se modernizarem, as religiões terão de seguir também.
Arrasou no guest post, Carol!
--
"Tatiana Oliveira"
Se fizer questão de ser lida/ouvida, use uma foto que é sua ou não use foto nenhuma.
Enquanto se passar por outra pessoa, será difícil conseguir credibilidade.
Essa Tatiana Oliveira é de verdade? o.O Não seria melhor tentar mudar os pensamentos dentro da igreja e não destruí-la?
ResponderExcluirOi, Vanessa. Belezura? Sou eu mesmo. hEHEHEHE
ResponderExcluir"Quanto mais feministas melhor. Que hajam feministas em todos os lugares, incluindo igrejas, questionando padrões, criticando comportamentos sexistas, ajudando a mudar as coisas."[2]
ResponderExcluirLaurinha M Modernex
É exatamente assim q penso, temos q aglutinar ao maximo todas as mulheres de todas as vertentes, porque ha inumeras ideias , conceitos e objetivos comuns a todas nós.
E unidas fica muito mais facil conquistar esses objetivos comuns, portanto no q diz respeito a mim, recebo de braços abertos as mulheres que tem sua fé particular, mesmo q eu não partilhe de suas crenças.
@Anônimo 16:52
ResponderExcluirOlha... as vezes nós mandamos sinais que não enxergamos e isso faz com que criemos pra outras pessoas uma imagem que não condiz com o que gostaríamos de passar. Já pensou em procurar terapia, com psicólogo (pq no psiquiatra parece que você já vai, né?) como uma forma de te ajudar a resolver isso? Digo tanto trabalhar a timidez quanto ter uma ajuda a se enxergar de fora e talz... As vezes ajuda. =)
E apesar de eu entender pq muitas vezes religião e movimentos sociais não se misturam, já que a religião tende a se encontrar nas vertentes mais conservadoras da sociedade, e os movimentos sociais nas mais liberais, eu acho interessante que haja a ponte... As religiões em si não fazem mal nenhum a ninguém, o problema é o seu uso como ferramenta política.
Também tenho muito a agradecer :) . Eu simplesmente não me dava conta do tanto de preconceito que carregava, nem do quanto era uma criatura tapada. Tenho até um pouco de vergonha de coisas que já disse em fóruns do orkut e outros blogs, mas é aquela coisa, só dá pra mudar daqui pra frente. Beijo grande!!
ResponderExcluirLola, escreva, por favor, sobre a entrevista que Guilherme de Pádua deu à Record sobre o assassinato de Daniella Perez, cometido 20 anos atrás por ele e sua então esposa, Paula Thomas.
ResponderExcluirlolaa, preciso urgentemente de um livro feminista, que uma criança de 11 anos possa ler.. gostaria de saber se o seu livro alem de criticas de filmes tem conteúdo feminista, ou se vc vai lançar algum livro feminista depois, por favor :)
ResponderExcluirShow de bola a atitude da Carol, show de bola a atitude do pastor. As igrejas estão precisando evoluir, e não é de hoje!
ResponderExcluirPara o anônimo 16:52: Olha, eu já fui tímido, já fui adolescente, já mandei cartinha pra menina. Muita gente já fez isso. Mas ninguém é expulso de escola, nem é acusado de assédio. Pra ter acontecido tudo isso aí que você diz que aconteceu contigo, alguma coisa a mais você fez!
ResponderExcluirAgora, por que você não conta pra gente a parte da sua história que você não nos contou, hein? Ou melhor, nem conte não. Conte pro seu psiquiatra.
Um post falando sobre plantar sementinhas por aí e um amigão meu dos tempos de orkut(!) aparece.
ResponderExcluirMuito bom saber que ele, que foi bem resistente no começo (Isso é exagero, Vanessa) tá aqui até hoje.
São respostas como a da Carol para o pastor que me fazem acreditar que a gente pode viver num mundo bacana pra todo mundo.
Para conciliar religião e feminismo é preciso ser crítico, antes de tudo. Alguém aqui vai matar um filho desobediente pq a bíblia falou no antigo testamento que tem que ser assim? Ou vai deixar de cortar o cabelo ou fazer a barba pq tá escrito lá? Matar carneiro e oferecer a deus? Pois é, se nada disso faz mais sentido hoje, pq deixar que um sistema que só faz mal a todo mundo continue com voz predominante num lugar tão poderoso como uma igreja?
E, Jairo, que o mundo não acabe antes de eu te estalar os ossos num abraço.
ResponderExcluirEu sempre repudiei as igrejas, todas. Até recentemente. Hoje eu discordo totalmente da Tatiana. Acho que as igrejas, da forma como nos conhecemos, são fruto do patriarcado, elas são igualmente vítimas do machismo, elas são fruto da interpretação e tradução opurtuna e machista de textos. É possível sim conciliar a fé (mesmo a fé cristã) com as demandas igualitárias do feminismo. Eu sou ateia e namoro um cristão, filho dum pastor evangélico e tenho tido possibilidade de observar e debater com muita gente muito inteligente e muito religiosa. Acho que nos ateus somos extremamente arrogantes no nosso julgamento.
ResponderExcluirMe identifiquei em partes com a autota do guest post, eu também me tornei feminista por causa da Lola, eu também assumi realmente meu cabelo por causa da Lola (eu nunca alisei na verdade, e quando passei a frequentar o blog já tinha desistido da ideia, mas planejava alguma química para abaixar o volume, desisti disso depois de passar a frequentar o blog)-acho engraçado que normalmente as pessoas desistem do alisamento porque se cansam, ou algo assim, a Lola faz pessoas tomarem uma decisão política sobre isso, faz muita gente se dar conta que estava se rendendo a preconceitos que não deveria ter, ao padrão destrutivo de beleza-, só não me identifiquei com a questão da fé, mas vejo acontecer coisas do gênero com outras pessoas, principalmente duas amigas espíritas, mas o espiritismo costuma ser menos...impositivo?não sei ao certo, mas é mais fácil de alia-lo a feminismo e ativismo em movimentos estudantil, mas já vi minhas amigas serem vítimas de preconceito intelectual devido a religião delas, e vi coisas do gênero, mas piores, com pessoas católicas ou evangélicas, acho um absurdo, e eu mesma luto contra essa tendência, eu até me identifico com espiritismo, mas tenho muita resistência, religião em geral não faz o menor sentido para mim (acho que em muitos casos não é para ter sentido mesmo...cobrar sentido lógico quando se fala em sagrado, em milagre, é idiotice da minha parte-mas tem os casos em que dá para cobrar sentido, como certas incoerências de discurso ou historicidade), e como é muito comum pessoas muito religiosas terem a mente fechada, eu tenho preconceito, talvez por isso mesmo, mas eu sei que jamais devo professar isso para um religioso(como ofensa, já como conversa, como autocrítica, acho que ainda vai), e que tá errado sabe, porque meu agnosticismo seria mais inteligente que a fé de alguém? Tem muita gente inteligente de mais, 30 vezes mais do que eu, que é muito religioso, pessoas tolerantes e extremamente religiosas (eu to tentando ser coerente aqui, para não parecer, ou ser, intelectualmente arrogante, acho que meu ponto nessa questão de falar de inteligência, é falar de reflexão, quando falo de pessoas muito inteligentes que são religiosas, falo de pessoas que refletiram sobre sua fé, reconheceram problemas no dogma que seguem, mas seguem com ele, com criticidade, porque tem fé, e com fé nem tudo precisa ser lógico- nem estanque- e sei que não se precisa ser extremamente inteligente e ter tido uma grande reflexão racional sobre a religião em que acredita para seguir com ela de maneira tolerante, quando falo de pessoas bastante inteligentes aqui, é para minar a arrogância intelectual contra religiosos, já que tem gente muito foda (mesmo na área de humanas, mesmo na filosofia, nas searas da reflexão) que é evangélico, por exemplo).
ResponderExcluirTou com a Laura Costa.
ResponderExcluirEu tb sou feminista cristã-católica e me sinto desrespeitada inclusive em posts de blogs feministas (não aqui, curto isso da Lola respeitar as diversidades) e acho que ela foi perfeita na sua colocação. Eu tb tento levar o máximo que posso do feminismo para dentro da igreja (mesmo sabendo que ela é patriarcal e dificilmente mudará de ideia mesmo sabendo que a maioria dos seus fieis são do sexo feminino)e consigo conciliar as duas coisas sim. É meio contraditório de explicar, as pessoas pensam que isso não é possível, mas estamos aí. :)
Lola, sou leitora nova (hahaha, nem tão nova assim - oh, piadinha infame) e queria te parabenizar pelo blog!
ResponderExcluirNÃO SOU uma feminista, na verdade GOSTO do papel de mulherzinha, mãe e esposa que fica em casa cuidando da cria (a sociedade não me impôs, eu simplesmente gosto disso e sei disso pq ja adotamos a divisão igualitaria das tarefas, pq já fiz parte do mercado de trabalho, já fui a chefia de uma equipe de 25 homens... Mas gosto mesmo é de cuidar da minha casa, da minha filha).
Também sou contra o aborto, pelos MEUS motivos, e não vim aqui pra esse blábláblá... Cadum, cadum!
Vim deixar um comentário porque tú tens algo que admiro infinitamente nos seres: inteligência! Adoro ler coisas inteligentes, adoro gente que pensa! Gente livre de preconceitos, que fala o que pensa, sim, mas usa seu próprio encéfalo para tal, e não o da massa!
Posso até não concordar com alguma coisa, mas acho maravilhoso que exerças teu direito de expressar-te!
Ver serem contadas aqui as histórias de violência contra a mulher, os abusos de toda natureza, é ótimo! É nossa voz, algo que não se devia calar.
Breve (?) história em um comentário que já tá gigante: minha mãe foi estuprada aos 10 anos, em 1970, pelo marido da irmã. O que minha avó fez? Mandou que se calasse, pois se meu avó ficasse sabendo o mataria. E ele não merecia morrer? Ela achou que ele tinha esse direito?! Prefiro nem pensar no que eu faria com um desgraçado desses, se fosse minha filha!
"fui expulso/processado/preso sem fazer nada, só pq adicionei meninas no orkut". eu acho tão engraçados os relatos anônimos que os mascus deixam aqui. pq é tudo tão delirante que não passa a veracidade que eles pretendem dar, eles erram a mão e fica caricato demais haha
ResponderExcluirsobre o post: apesar do cristianismo ser misogino, ha igrejas mais liberais. gostei mto da atitude da autora e da reaçao do pastor dela, seria bom se todos fossem assim. nos estados unidos eu sei q ha igrejas com pastoras mulheres (q podem ser machistas, infelizmente) oq ja é um avanço para desconstruir a ideia de submissao/inferioridade feminina.
ResponderExcluir----
Off topic!
http://f5.folha.uol.com.br/televisao/1198463-mulheres-aparecem-menos-do-que-homens-na-tv-mostra-estudo-americano.shtml
Uma pesquisa para quem diz que patriarcado e "missrepresentation" são coisas que colocam na nossa cabeça.
Anônimo que postou pedindo um conselho: Eu acho que a sua história demonstra uma série de acontecimentos acidentais, um atrás do outro, às vezes, você pode ficar encarando a pessoa e elas terem a ideia errada, de que você poderia ser um stalker e tudo mais, e eu acho que a sua timidez agrava isso. Creio que seu neurologista está certo, você é muito sozinho, mas na realidade tem medo da rejeição, não é? Porque é quase impossível em 30 anos, como você diz ter, não ter percebido qual seu problema é em se relacionar com as pessoas (nem no sentido romântico falando). Só te garanto uma coisa: Tem 6 bilhões de pessoas no mundo, se você procurar vai arranjar amigxs, se procurar vai arranjar namoradx. Bom ainda que você tem um salário que te permite viajar. Se joga na vida.
ResponderExcluirPara saber o poder das mulheres é só analisar a historia e ver quanto trabalho, através da religião, governos e mídia os machistas tiveram ( ainda tem) para nos oprimir. Quando a maioria das mulheres enxergarem o quanto eles são pequenos será o fim deles.
ResponderExcluirDescobrir o feminismo não é fácil e depois você não consegue mais voltar atrás, você não consegue aceitar mais que eles controlem seu corpo e principalmente sua mente e tudo o que você passa a desejar é que outras mulheres sintam essa mesma liberdade.
Quanto a religião, bom cristianismo é uma cópia barata e distorcida do paganismo, é um religião fraca então eu acho que não teria nenhum grande esforço de transforma-la em uma coisa melhor, embora eu sinceramente, acho que não vale a pena. A escolha é sua.
ResponderExcluirLola, é a sua capacidade de aglutinar e questionar que me traz aqui quase todos os dias. Quando não venho, leio tudo depois. Uma ateia publicar esse tema denota a amplitude do seu ser. Uma maravilha, como sempre. As nossas reconstruções levam bastante tempo, mas com muito exercício mental, a gente vai expandindo.
ResponderExcluirOi gente,
ResponderExcluirSou evangélica também e leitora assídua e admiradora do blog da Lola :)
Meus dois centavos: acredito que é possível sim conciliar fé e feminismo; se não 100%, ao menos em grande parte.
Alguns dos países mais abertos ao feminismo e direitos humanos têm tradição protestante.
O próprio Jesus, inclusive, foi um grande revolucionário em relação aos paradigmas machistas da época.
A justificativa do pastor pode ter sido infeliz, mas as roupas usuais em igrejas costumam ser mais sóbrias. Homens não usam shorts e mulheres usam saias abaixo do joelho.
ResponderExcluirEu nunca fui evangélico, mas já fui católico. E igreja não é um selfservice na qual se escolhe as regras que nos convém. Como pode alguém se dizer católico (não digo cristão), frequentar a missa, mas defender o aborto?
Vinicius Mendes,
ResponderExcluirAcho que o anonimo é fake. Ser processado por causa de cartinhas de amor adolescentes? Ser chamado na diretoria de uma faculdade por causa de mensagens sobre assuntos academicos no orkut?
Oi, Carol!
ResponderExcluirParabéns pela post, levantou reflexões muito pertinentes.
Entendo perfeitamente quando você diz que teve revelações com o blog de Lola, pois o mesmo aconteceu comigo. É curioso como passamos grande parte da vida reproduzindo com a maior naturalidade conceitos e comportamentos que nos foram ensinados, mas só depois de muito tempo percebemos como são opressores, né?
O seu depoimento sobre como as pessoas e você mesma percebiam o seu cabelo é um ponto-chave, que demonstra que, por trás da retórica falaciosa de democracia racial, existe, sim, uma segregação étnico-racial no Brasil.
O resultado da exposição desde a infância a padrões de beleza específicos e muito limitados que deixam de fora grande parte da população brasileira só ilustra que o problema não são as pessoas que não se encaixam nesses padrões, e sim os padrões em si. Por que uma menina de dez anos, por exemplo, tem que ser ensinada a detestar seu cabelo crespo ou a cor da sua pele escura? É necessário que mais pessoas como você digam não a isso porque só assim conseguiremos mudar algo.
Quanto à religião, eu sempre questiono a diferença entre "fé" e "religião". "Religião" é uma organização institucionalizada composta um grupo de pessoas que compartilha determina fé, com hierarquia e normas próprias. Ou seja, é uma organização, algo palpável. É a Igreja Católica, são as Igrejas luteranas, calvinistas, neopentecostais, etc. Por outro lado, "fé" é a atitude pessoal de acreditar em determinada coisa, pessoa ou entidade, que pode ou não estar vinculada a uma religião. É só sua, não precisa seguir regras ou hierarquia de ninguém.
Pessoalmente, acho difícil fazer parte de uma dessas grandes religiões e ser feminista, já que os seus livros sagrados, seus dogmas e suas regras institucionalizadas são, essencialmente, patriarcais, machistas e misóginas. Quando a Bíblia repetidamente declara, no Novo Testamento, que "Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor" (Efésios 5:22), "porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo" (Efésios 5:23) ou que "Vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor" (Colossenses 3:18), isso demonstra, ao menos para mim, que, havendo conflito de interesses, as vontades e os desejos masculinos deverão sempre prevalecer. Por quê?
Conheço pessoas que têm sua própria fé, acreditam em vários ensinamentos da Bíblia, mas deliberadamente repudiam as partes que consideram abusivas (como a da submissão feminina) e preferem não se associar a religiões que têm um histórico e um presente de misoginia, homofobia, racismo, etc.
Concordo com essas pessoas. Acredito que ser feminista e se associar a essas religiões é como lutar contra homofobia e se associar a instituições homofóbicas ou como ser judeu e se associar a organizações antissemitas. Não que todos os fiéis sejam misóginos – não são. Contudo, ao se associarem a essas organizações, dão-lhes poder para que continuem a perpetuar esses conceitos.
Muita coisa que a Carol escreveu serviria para mim também! Este blog me ajudou muito a mudar meu conceito de feminismo e entender como nós precisamos ser feministas, aprendo muito aqui e tenho mudado bastante. Até fiz um post ontem no meu blog sobre o documentário que vc indicou Lola, o Miss representation, pq esse filme mudou minha vida. Desde que assisti tenho refletido muito e ficado supresa com a quantidade de ideologia machista que eu consumia achando que era só piada, que não tem nada demais - o documentário que vc participa também me fez pensar bastante. É assustador saber que até um tempo atrás eu ignorava tantas questões fundamentais e mais assustador ainda notar quantas pessoas ainda ignoram. Seu blog é utilidade pública, obrigada pela dedicação, seu trabalho aqui é importantíssimo.
ResponderExcluirUm beijo
Garota do post: você é uma linda!
ResponderExcluirMais um preconceito na chamada/foto sobre o Federer: Além das 3 loiras, a negra Serena Willians (provavelmente a melhor jogadora do circuito atual) também estava no Brasil para essa série de exibições, mas não aparece na foto né?
ResponderExcluirSerena é negra e não tem corpo de modelo, como as outras três loiras européias.
Sabe, Lola, acho que seria bom se você colocasse um post, ou guest-post já que você é ateia, sobre conciliar religião e feminismo, seria interresante pois acredito que há até um bom número de feministas e religiosas, que talvez tenham dúvidas em alguns momentos.Esse post poderia ser um esclarecimento, como muitos outros, ou todos, desse blog.
ResponderExcluirAhhhh finalmente achei uma feminista cristã, pensei que eu fosse uma pária nessa sociedade hahahahaha
ResponderExcluirComo a Laura Costa já bem colocou, eu não acredito que a culpa seja da doutrina ou ideia em si. O problema é que sempre - e sou categórica, uso o SEMPRE mesmo - as pessoas dão um jeito de usar a ideia a seu favor, como ferramenta política, como instrumento de dominação e etc. Se alguem pegar o que Jesus Cristo falou, e observar os comportamentos das igrejas evangélicas hoje em dia (de todo o mundo), vai notar visivelmente contradições imensas sobre o que é pregado e o que elas, as igrejas, fazem. É incrível.
E discordo completamente da tal Tatiana ali. Sem repressão religiosa por favor. Repetindo, qualquer ideia, qualquer uma, pode e será usada pelas pessoas, de forma totalmente deturpada. De forma a favorecer uns em detrimento de outros (em termos materiais e de direitos políticos e sociais).
Engraçado o comentário da saia, lembro de uma vez que fui a meu encontro de crisma num dia de calor com uma saia jeans um pouco acima do joelho e uma regata e fui acusada de ser causa de "alguns irmãos pecarem". Eu estar usando uma roupa fresca no calor seria causa de pecado dos homens que me olhassem com luxúria...o pecado não seria deles e sim meu, que me exibi...não havia visto isso como machismo na época...agora percebi que é.
ResponderExcluirLindo, lindo, lindo. Um dia te perguntei se poderia ser feminista e contra o aborto. Tua resposta foi sim, apesar de esta não ser tua opinião. Isso me deixou muito feliz. Sou feminista, espírita kardecista e estou muito feliz em termos aqui várias correntes religiosas em torno de um tema comum: respeito.
ResponderExcluirEu também quero muito te agradecer, Lola! Por esse espaço que você nos disponibiliza para nos livrarmos dos nossos preconceitos, para tirarmos dúvidas sobre o que nos aflige, para debatermos...
ResponderExcluirSó tem uma coisa que há tempos eu queria que você fizesse: uma conta no facebook pra vincular com o seu twitter; para nós, que não temos twitter, podermos estar atualizados com seus comentários, saber sobre o que vc fala etc =( Queria muito muito muito muito muito isso!
André,
ResponderExcluirBom, então se for assim, quem segue a Bíblia não pode misturar tecidos, sementes, pode tomar veneno de cobra que não morrerá, não pode pisar na sombra de uma mulher menstruada (ou, se for uma mulher menstruada, não pode cozinhar). Pode ter escravos, vender a filha, matar gente apedrejada, etc etc ....
Acho que a parte mais importante de seguir uma religião é saber contextualizá-la. Muitos dos absurdos bíblicos foram deixados para trás e isso não torna uma pessoa menos cristã, católica ou o que for.
Mirella,
ResponderExcluirSão Tomas de Aquino já falava que tem muita merda na bíblia, não exatamente com estas palavras. Mas em termos de ICAR o que vale é a posição do Vaticano. Todo mundo é livre para ser cristão da forma que achar melhor, mas para fazer parte verdadeiramente da ICAR tem que acatar o entendimento do Vaticano, senão será tão católica quanto eu.
carol, você é uma linda! adorei o guest post :)
ResponderExcluirFeminista e religiosa? Claro que é possível! Você mesma deu o exemplo, plantando a sementinha na sua comunidade! :)
ResponderExcluirAliás, para as feministas religiosas em geral: por que não levarmos essa visão para a religião? Porque lutar para mudar todo o resto e não lutar para mudar a visão religiosa é fazer o serviço incompleto...
Acredito que ser feminista e se associar a essas religiões é como lutar contra homofobia e se associar a instituições homofóbicas ou como ser judeu e se associar a organizações antissemitas. Não que todos os fiéis sejam misóginos – não são. Contudo, ao se associarem a essas organizações, dão-lhes poder para que continuem a perpetuar esses conceitos.[2]
ResponderExcluirPra mim é a mesma coisa. Quer ter sua "fé", beleza. Mas as religiões (cristãs, pelo menos) são machistas e misóginas.
Cara Carol e Cara Lola.
ResponderExcluirEsta é apenas a segunda vez q comento aqui, entretanto sou leitora assídua do blog. Gosto de ler com calma e sem pressa, pra "digerir" e pensar em tudo q li. Hj, por exemplo, o mostrei a uma querida amiga de trabalho q sofreu muito em um relacionamento tóxico q já acabou, mas deixou cicatrizes. Acabei aqui depois de sofrer uma traiçao extremamente dolorosa, dói até hj... Bom, vmaos lá".
Eu achei lindo o 'link' q vc fez, Carol, com a sua fé e o feminismo. Eu não tenho religião. Mas penso q a religiosidade das pessoas pode despertar coisas boas nelas. Acho q valeria muito a pena vc levar isso adiante na sua comunidade, e peço a Lola um post só sobre isso. Me instiga, justamente por não ter religião eu temo cair na falácia de negar a religiosidade e as reinvidaicações feministas, como se fossem coisas postas. Mas as reivindicações feministas são q no fundo humanistas. Lindo post. fiquei feliz em ler. Abraço meninas!
Sou leitora antiga, mas de pouco comentar. Me identifiquei demais com a Carol do post e não só pelo mesmo nome (rs). Sou filha de negra e branco, nasci branca e com cabelo super cacheado. Desde os 13 sofria com químicas e alisamento, pois nunca gostei do meu cabelo. Na realidade, eu nem lembrava mais como ele era naturalmente.. Esse ano, aos 24 anos de idade, resolvi cortar bem curtinho e deixá-lo crescer naturalmente. Incrível como me encontrei e me reconheci, sou completamente apaixonada por meus cachinhos, fazem parte da minha identidade. E apesar de vivermos em uma sociedade onde a ditadura da beleza impõe cabelos lisos, nas poucas vezes que fiz chapinha, levei "bronca" por esconder meus cachos lindos.
ResponderExcluirNão é só pelo nome e cabelos que me identifiquei com a Carol, também sempre me questionei por essa questão religiosa. Eu fui criada no catolicismo, sempre questionadora, deixava os catequistas doidos com "perguntas inconvenientes" e questionamentos indevidos. Hoje já não me considero católica, depois de criar verdadeira consciencia religiosa, acabei me identificando muito mais com o espiritismo, que acredito ser mais livre de preconceitos..
Me descobri feminista através do Cem Homens, quando a Nadia começou a falar do assunto, que me fez chegar até o seu.
Apesar de sentir que eu era diferente e meus pensamentos eram bem contraditórios ao que a sociedade impunha, eu sempre me senti inadequada e por muito tempo tentei mudar para me enquadrar em padrões que ainda vigoram. Foi depois que descobri o feminismo que me libertei, que desconstruí muitos preconceitos que ainda existiam e pude enxergar o mundo de uma forma muito mais clara.
Olá!
ResponderExcluirMe chamo Rayana, sou psicóloga e mestranda em Teologia pela PUC RS e, graças aos meus estudos, percebo que dá, sim, para ser de uma religião tradicionalmente "patriarcal" sendo feminista, tentando ajudar a romper com certos preconceitos e padrões patriarcais presentes. No mestrado descobri que existe teologia feminista (não só católica mas também protestante, e até muçulmana!) e existe também Teologia Queer!Não digo que é fácil pois isso não é meeeeesmo, muitas autoras e autores são perseguidos pela igreja, dá vontade de desistir e chutar o balde, pular fora do barco, o que é sempre o mais fácil, mas se eu que estou lá dentro e sou feminista sair, quem é que vai se engajar nas lutas que eu estava travando? Não posso pensar, "descobri o feminismo, me libertei, agora vou dar o fora!" Penso nas muitas e muitas que assim como eu poderão ser prejudicadas por uma falsa concepção da religião e não tem ferramentas críticas (feminismo) para lidar com certas posturas machistas que vemos dentro da igreja, acarretando em enorme sofrimento pra elas. Sei que é um trabalho a longo prazo mas tem que ser feito! É como diz uma amiga minha do mestrado, estamos plantando algo para daqui a uns 100 anos!Mas se não plantarmos, demorará mais ainda!E, na minha opinião, um dos focos irradiadores do machismo (não digo que seja o único) é o machismo que muitas vezes vem junto disfarçado de doutrina sem que nós da igreja nos demos conta. Porque nós não nos damos mesmo! Até que sejamos atingidos por ele!Por isso, pra mim, esse é um campo de atuação fundamental para o feminismo!
Também o feminismo (e especialmente este blog) me fizeram ficar mais valente :) Tanto que um dia ao dobrar uma esquina (eu com fone de ouvido) percebi que um cara vinha e a mãe dele vinha na direção da minha coxa (ou era um reflexo errado meu?), na dúvida, dei-lhe um empurrão no braço e fui andando e olhando pra trás fazendo uma cara feia ameaçadora e ele me olhando com cara de "tá louca?", claro que estou, mas por um mundo menos machista.
ResponderExcluir