segunda-feira, 24 de setembro de 2012

SOBRE A VAGINA DE NAOMI WOLF

Deveria haver duas disciplinas nas escolas do ensino médio, Estudos de Gênero e Crítica da Mídia. Só isso já ajudaria a criar um mundo com menos preconceito e mais seres pensantes. E O Mito da Beleza: Como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres seria leitura obrigatória em ambas as matérias. É esse tantão que eu adoro Naomi Wolf e seu Mito.
Se você ainda não leu esta que é, pra mim, a maior obra feminista da terceira onda, bom, não sei o que você tá esperando. Eu só li Mito em 2007, e ele existe desde 1991. Teria me poupado muitas angústias se o tivesse lido antes. Por favor, leia. Tem em português, em pdf, de graça aqui, mas é um desses livros que vale a pena guardar na estante, pra poder consultar sempre.
Depois li Promiscuidades que, apesar de não ter a importância de Mito, ainda assim é muito interessante. Nele, Naomi conta como foi crescer na Califórnia nos anos 60 e 70. Ela tem seu estilo próprio, que é quase sempre partir de acontecimentos pessoais da sua vida para fazer análises mais aprofundadas.
É isso, aparentemente, que ela tenta fazer em seu mais recente livro, o recém-lançado Vagina: Uma Nova Biografia. Primeiro o livro virou notícia porque a Apple censurou uma das palavras do título (adivinha qual? Eu nem sabia que vagina era palavrão!). Ironicamente, a obra trata de como esta parte da anatomia ainda não é bem vista na sociedade, e aí a Apple vem pra ilustrar. Enfim. Assim que as críticas começaram a aparecer, no entanto, Vagina virou alvo de pichações quase unânimes. Este artigo (em inglês) traz um bom resumo (o título do post já é engraçadinho: "'Vagina' de Naomi Wolf recebe mais críticas públicas e elogios vagos que qualquer vagina que conhecemos"): não há nada de novo no livro, nenhuma vagina é um buraco místico, tem muitas referências tântricas, é simplesmente embaraçoso, e por aí vai. 
O livro já seria um sucesso mesmo sem toda essa polêmica. Tanto que as editoras brasileiras estão fazendo leilão pra traduzi-lo e lançá-lo aqui. Ontem, a Folha publicou um trecho. Logo o trecho que está rendendo mais piadinhas a Naomi! Nele, ela narra que um amigo de um amigo convidou uma turma, ela inclusa, para comer em sua casa. E lá serviu "bucetini", ou massa no formato de vagina. E linguiça de símbolo fálico e acompanhamento. E peixe, pra sugerir que este é o cheirinho característico das nossas partes pudentas. Naomi não gostou nada da brincadeira, que lhe rendeu seis meses de bloqueio criativo (writer's block, é assim que se traduz?). Eu posso achar seis meses de trauma por uma brincadeira idiota um exagero, mas a gente não vive falando que cada pessoa tem sua reação?
Ainda não li o livro. Pretendo lê-lo, se bem que a ideia da vagina como um órgão transcendental não me atrai muito, nem pro bem (visto como algo místico), nem pro mal (visto como puro mal, à la vagina dentata). Mas o que não me agrada nem um pouco é ver todo mundo pichando a Naomi, feministas inclusas. Já li gente escrevendo que a Naomi é "feminista", sabe, entre aspas, pseudofeminista, ex-feminista...
Eu gostaria de saber como uma das feministas mais conhecidas (e, até agora, mais respeitadas) do nosso tempo merece ser tratada como feminista entre aspas porque alguma feminista não concordou com alguma coisa que ela escreveu. Sinceramente? Todo mundo vai escrever ou falar, cedo ou tarde, algo com que você discorde veementemente. Acontece sempre. Deal with it. E nem por isso uma feminista deixa de ser feminista, ou um ativista LGBT deixa de ser um ativista LGBT, ou deus Chico deixa de ser Chico. O chato é ver feministas e outras pessoas de esquerda satirizando Naomi da mesma forma que conservadores que odeiam o feminismo estão satirizando a Naomi.
Eta turminha rápida em linchamentos coletivos, hein? Desculpe a comparação desproporcional, mas eu sei como é isso. Sou conhecida entre uma dúzia de pessoas, digamos assim, entre gente que conhece blogs com textos longos. Outro dia, semana retrasada, por aí, desenterraram um post meu de dois anos atrás em que eu (aquela que acredita na recuperação das pessoas) analiso as vantagens e desvantagens de votar no Netinho pra senador. É um texto reflexivo daquele contexto, daquelas eleições, em que precisávamos votar em dois senadores. Na época, o post foi bem recebido (leia os comentários se duvida), até porque um grupo de mulheres do PC do B (partido do Netinho) havia defendido o voto nele. Mas meu post foi trazido à tona por reaças que sempre me atacam, e hipsters, haters usuais, pessoas de esquerda, e até feministas vieram jogar pedra na "defensora de um agressor de mulheres". 
Quer dizer, vieram jogar pedra é um termo incorreto. Até agora, em quase cinco anos de blog, posso contar nos dedos das mãos quem veio me criticar diretamente. Os que me criticam (se é que fazer piadinhas ou escrever "hoje sonhei que mijava na cara da Lola", como disse não faz muito tempo um gay misógino no seu twitter, possa ser encarado como crítica) ou são anônimos que vêm ao blog xingar, mas não têm coragem de assinar, ou são pessoas que falam mal pelas costas, por exemplo, escrevendo meu nome sem citar a arroba (eu só fico sabendo quando me avisam, e só me avisam quando o negócio é virulento mesmo). E o pessoal lá, crente que tá abafando criticando!
Sei não. Cá pra nós, temo que feminista insultar feminista seja muito parecido com mulher chamar mulher de vagabunda: um dia, quando você menos espera, a ofensa será usada contra você. E, assim como não precisa fazer absolutamente nada além de ser mulher pra ser xingada de vadia, uma feminista não precisa fazer nada pra ser atacada por ser feminista. Portanto, recomendo mais respeito com Naomi. Vamos pelo menos ler Vagina antes de se juntar à massa? E, se o livro realmente for ultrajante, o que acontece? Devemos queimar nossos exemplares de Mito da Beleza numa fogueira? Naomi se transforma numa "feminista" que presta desserviço à causa e não nos representa? Porque, só pra lembrar, eu já ouvi todas essas asneiras sobre a minha insignificante pessoinha.

79 comentários:

Anônimo disse...

Na realidade, Lola, eu já achei (e continuo achando) que em vários momentos você presta um TREMENDO desserviço ao feminismo. E as mulheres em geral.
Sei que sua intenção deve ser boa (mas de boas intenções o inferno está cheio). Contudo,como você mesmo já admitiu replicando comentários aqui no blog, você é SUPER tendenciosa. E muita gente vê suas opniões como verdades absolutas.
Pode não ser o que você quer, mas vejo muita gente vomitando no facebook as coisas que você fala, sem o minimo de reflexão. O que não faz de você muito diferente dos pastores evangelicos que tanto criticamos.
Você é carismática, escreve bem. Mas é tendenciosa, tanto que devia corar de criticar a Veja.
Sei que esse é seu blog pessoal e mimimi eu falo minha opnião mesmo.
Mas se você quer tocar as pessoas e prestar um serviço, em vez de um desserviço, devia se despir um pouco dos seus achismos e preconceitos.
Fica a dica.

Selene disse...

Lindo post, Lola. Naomi Wolf é brilhante, Promiscuidades e O mito da beleza mudaram minha vida. Fiquei de queixo caído quando li feministas inteligentes colando aspas para se referir a Naomi e dizendo que só quer ler o novo livro para poder falar mal. As vezes quem mais admiramos dá umas derrapadas ou simplesmente coloca ideias com as quais não nos identificamos - isso não é motivo para pré julgar tudo o que a pessoa já fez, ainda mais baseando esse julgamento em trechos soltos de seus contextos.

lola aronovich disse...

Anônimo das 10:57, vc acaba de ilustrar o que escrevi. Críticas quase sempre só vem de anônimos. E o que vc diz do meu blog pode ser dito de 100% de textos que vc lê em qualquer lugar (tirando o "desserviço ao feminismo"). Vc não dá um exemplo, nada. Eu não me escondo atrás do anonimato pra dar minha opinião. Vc tem medo do quê, anônimo?

Valéria Fernandes disse...

Lola é tendenciosa? Sim, é. Todo mundo, mal ou bem, é um pouco. A diferença é reconhecer que você não representa a Verdade (*assim, com “V” maiúsculo*). De resto, qualquer pessoa com senso crítico sabe que quem escreve o faz de um lugar de fala determinado e sob condições de produção específicas. Feministas, assim como qualquer grupo, não são um bloco monolítico ou imutável. Acho interessante, vir com esse papo de “eu falo minha opnião mesmo”, sem assinar, sem se identificar. Só confirma o que a Lola apontou no texto.

E, Lola, ótimo post. A trollagem de abertura me deixou realmente indignada, ainda que eu saiba que retrucar anônimo não seja nem um pouco saudável e que você não precisa de defensor@s. E nem sempre concordo com a Lola, aliás, eu não aceitaria anônimos, nem trolls, deletaria sem dó nem piedade.

Lord Anderson disse...

Bem, não vi o livro, mas acho que se uma pessoa que até então escreveu livros otimos, de repente escreve um livro que não gostamos o mais correto seria simplesmente discutir esse livro. Discutir as ideias e rebate-las.

Sair xingando e desmerecendo a pessoa (e não sua obra) é realmente lamentavel.

Anônimo disse...

ah, sei lá, viu. eu li o mito, na época (há muuuuuuito tempo), eu pensei:"finalmente alguém que botou no papel o que eu sempre dizia sobre algumas coisas, mas ela é levada a sério". na época, foi bem importante pra eu validar minhas ideias e talvez, sim, muita mulher (ou gente em geral) pudesse crescer melhor tendo esse livro incluído em leituras básicas. não vejo o mito como uma bíblia. hj o vejo como bem básico, mas, por ser básico, não é ruim. é muito bom.

concordo que a pessoa naomi não deva ser crucificada caso realmente esse novo livro seja uma porcaria. quer dizer então que tudo que todos amaram agora vira lixo? tem que ver isso aí, já que eu entendo que a gente tem que amar/odiar as coisas escritas, não a pessoa nesse caso. mas as pessoas sempre tendem a gostar por tabela de quem faz as coisas. e aí a decepção de muita gente. acho mais adulto reconhecer que a naomi fez uma obra super importante e depois fez algo não tão legal (se realmente for o caso, pois não li e nem estou lá muito animada pelos reviews que ando lendo).

sobre a lola ser parcial... gente, quantas e quantas vezes que ela publica guest posts e diz não concordar com alguma coisa? sim, o blog é dela, mas se ela fosse altamente parcial, nem publicaria. não sou fã da lola, sou uma pessoa que gosta de vir aqui discutir e pensar e um dia devo conhecê-la, sim. mesmo que várias vezes eu não concorde com muita coisa. e até acredito que a lola mesma não queira que ninguém pule num buraco se ela disser que pular no buraco é bom. se alguém é fã cego, aí já não é com a lola.

Lord Anderson disse...

Anonimo

A diferença entre a Lola e os pastores evangelicos e a Veja é

1- ela não finge que é imparcial, ela declara o tempo todo que é a opinião dela, fruto da vivecencia dela

2- ela não apresenta as ideias que defende como verdade suprema

3- ela chama justamente a reflexão e ao debate, não a aceitação dogmatica.

4- ela pode errar e até publicar uma informação erra, mas ela não MENTE, nem se recusa a se retratar quando erra.

e por fim, vc podia apontar qual desserviço exatamente a Lola presta, e quais achismo e preconceitos atrapalham o texto, afinal se for pra criticar é bom sempre ser claro, fica a dica.

Teresa Silva RJ disse...

Ao mesmo tempo em que aconteceu essa história Apple X vagina, aconteceu essa na Academia Brasileira de Letras: o historiador Jorge Coli estava dando uma palestra intitulada “O sexo não é mais o que era”. Ele falou b..ta e ilustrou num telão o quadro A origem do mundo. A transmissão pela internet foi cortada pela casa. Reportagem do O Globo falando sobre essas histórias:

Por que retratar, exibir e falar sobre vagina ainda é tabu

http://oglobo.globo.com/cultura/por-que-retratar-exibir-falar-sobre-vagina-ainda-tabu-6170030

Anônimo disse...

teresa, "a origem do mundo" seeeempre deu problema. acho curioso, né. galera filha de chocadeira. só pode.

Sara disse...

Ai meus sais, onde é q ess@ anon 10.57hs gostaria ou acharia apropriado q a AUTORA desse blog fosse expressar suas opiniões pessoais, é inacreditavel a capacidade de criticar no VAZIO, que algumas pessoas tem, fico beje as vezes.
Voltando aos meus sentidos LOla, obrigada pelas dicas de leitura vou anotar e espero poder ler em breve.

Mirella disse...

anônimo das 10:57 podia conter sua verborragia em três palavras:

mimimi #chatiado falomermo.


Li alguns trechos d'O Mito da Beleza e achei muito interessante. Não foi um "life changing event" porque você veio antes da Naomi, Lola =P mas a essência de desconstruir esse padrão de beleza é a mesma, bem como mostrar a prisão que a "beleza" acaba se tornando.

De Vagina vi um trecho solto por aí. Não vou replicar nem opinar a respeito, mas se ele estiver de fato presente no livro no contexto que a frase dá a entender, dá para ver porque tem tanto buzz a respeito.
Mas concordo: se uma mulher que já contribuiu tanto para a desconstrução de mitos e com seus livros presta um belo serviço ao feminismo, não podemos condená-la por uma obra. Pode ser que não seja nada disso que estamos pensando. E se for, bom, foi uma derrapada. Ou vão ligar para a Conselho Regional Feminista para denunciá-la?

Luiz Prata disse...

Em tempo: depois da repercussão, a Apple desfez a censura estúpida que fez e devolveu a palavra "Vagina" ao título.

Li S. Nascimento disse...

"feminista insultar feminista seja muito parecido com mulher chamar mulher de vagabunda: um dia, quando você menos espera, a ofensa será usada contra você".

Concordo plenamente. Uma coisa é criticar, debater, julgar atos e ideias determinadas, com fundamento, com produtividade. Outra, bem diferente, é julgar e estereotipar pessoas.

Anônimo disse...

A J. K. Rowling vai lançar um novo livro, para adultos dessa vez. Se o livro for uma porcaria, então Harry Potter também deverá ser considerado necessariamente ruim de agora em diante?

E mais, se o novo livro não agradar, no que isso importa sobre a opinião que temos sobre A AUTORA? Não é um pouco irrelevante o julgamento que fazemos sobre ela em si? O que importaria não seria somente as suas idéias (e como elas são expressas nos livros?) De que adianta falarmos "ah, aposto que a J. K. Rowling egoísta!" ou "preconceituosa" (por exemplo) Sei lá, estou viajando muito demais? hahaha

Lori disse...

Gostei muito desse post, vinha me incomodando os textos de feministas se unindo ao linchamento da Naomi, por vezes achei ser minha adoração por ela q me impedia de enxergar tamanha gravidade nas supostas pisadas de bola q ela deu (pelo q eu li a tentativa de defender o Assange e a questão do livro ser cissexista), mas vc deu excelentes exemplos/justificativas (como a questão do Assange se relaciona ao Netinho naquele contexto e o caráter autobiográfico dos textos da Naomi tender a uma visão da vagina cis).
Essa perfeição que exigem de todo e qualquer discurso feminista parece uma mordaça q só serve pra nos fazer calar.

Paulo Henrique disse...

Off topic
Olha que lindo Lola esse quadrinho:
http://society6.com/NatalyaLobanova/part-1-AR8_Print

http://society6.com/NatalyaLobanova/part-2-83j_Print/

Achei tão bonito e libertador!

Anônimo disse...

A questão não é nem o fato da Lola ser parcial, tendenciosa.
Isso ela é indiscutivelmente, vez que ela mesma já admitiu isso. Não há nada de errado em defender/condenar abertamente uma atitude/opinião/pessoa, desde que não se queira passar a sensação de que não está fazendo isso, pois não seria ético. A Lola não age assim.


O problema aqui, na minha opinião, é outro. É o fato de a Lola defender/condenar uma atitude/opinião/pessoa algumas vezes, e em outras, diante da mesma situação, opinar de maneira oposta.

O caso do Netinho e do cineasta polanski são emblemáticos. Vou focar no Netinho, já que foi mencionado no post. Me lembro bem desse texto e eu não o recebi nada bem.

Netinho bateu na sua mulher. Ponto. Ele pode superar esse momento? sim. Pode nunca mais voltar a bater em mulher? sim. Mas daí a recomendar um voto nele só porque você acredita 'na recuperação das pessoas' (eu tbm creio), é insultar nossa inteligência. Eu e você e todos sabemos que sua recomendação não foi só por isso, porque acredita que ele possa mudar. Foi porque o Netinho fazia parte de um partido político da base aliada do partido defendido por você.

Se estivesse na oposição, você o condenaria veementemente. Fora que netinho né gente? bater em mulher não é seu único defeito. Ele não tem preparo para o cargo (a maioria não tem, ok). Se elegeu porque dava esmola num programa de TV (clientelismo condenável e lamentável). Sério, quem vota nele, fora os fãs? ngm que leva uma eleição a sério né?

Anônimo disse...

Lembro quando estudava em colégio adventista, mas minha professora de português apesar das suas crenças sabia apreciar arte, literatura, etc de todos os gêneros.

Em uma aula em específico la escreveu vagina bem grande na lousa. As meninAs pediram para ela apagar aquilo da lousa, que era feio.

Me diz, como você pode julgar feio algo que você tem? Um lugar de onde todos nós saimos!

Andressa disse...

Eu gostaria que o Anônimo das 10:57 me explicasse exatamente como e quando a Lola fez (ou faz) um desserviço para o feminismo. Não é irônico não, eu realmente não consigo enxergar o que seria o desserviço.

E outra: foda-se a imparcialidade, se ela gera pessoas que sempre ficam no meio do muro e não se posicionam nem lutam por nada. Posicionar-se é uma das melhores coisas que alguém pode fazer por si mesmo ou pela sociedade. Afirmar que a Lola é tendenciosa pra mim é uma baita cagação de regra no modo como ela deve fazer as coisas. Até porque (e eu ADORO dizer isso e ver a cara chocada das pessoas) o feminismo não é uma questão de opinião, ele é a única forma correta de ver as coisas. Ser feminista radical é lindo, e eu nunca vi alguém ser chamado de tendecioso quando afirmou ser, por exemplo, anti-escravagismo radical.



Bruxinha disse...

Estou lendo o Mito da Beleza e gostando de cada linha. Não sei pq estão crucificando a autora por esta nova obra...foge mt da linha dos anteriores?

Anônimo disse...

Cinco livros de Naomi Wolf foram publicados em português:

1. O Mito da Beleza
2. Fogo com Fogo
3. Promiscuidade: A Luta Secreta para ser Mulher
4. O que meu pai me ensinou
5. O Fim da América
Lola, a Amazon vai te enviar o livro assunto do post.

Ana Clara disse...

"Cá pra nós, temo que feminista insultar feminista seja muito parecido com mulher chamar mulher de vagabunda: um dia, quando você menos espera, a ofensa será usada contra você."

Lola s2

Carlos disse...

Estarei no "além" quando o islã engoli todas estas ideologias sem nexo, mais ou menos daqui a 100, 150 anos.

Liana hc disse...

Ainda não li o novo livro dela, mas andei acompanhando de leve a repercussão. Seja lá o que for que esteja escrito, espero que seja debatido sem surtos. Não precisamos concordar com tudo, afinal.

lola aronovich disse...

Mariana, vc não precisa se lembrar de um post escrito dois anos atrás. Vc pode relê-lo: ele está linkado no post. Eu não recomendei voto no Netinho. Eu listei vantagens e desvantagens de votar nele como o segundo voto pra senador em SP, sendo que o primeiro voto era pra Marta (se eu votasse em SP). E lógico que ele pertencer a um partido de esquerda (PC do B) e, inclusive, ser negro (num país com quantos negros no Senado? Um? Dois?) faz toda a diferença. Eu não recomendaria voto nele pra vereador porque há muitos outros candidatos e, de preferência, candidatAS (talvez até candidatas negras), que devem ser bem melhores que ele. Mas, pro Senado, os outros candidatos com chance de vitória eram todos podres. Inclusive, um deles acabou ganhando – Aloysio Nunes.
Outra coisa que eu discuti naquele meu post foi que Netinho e Dado Dollabella pareciam ser os únicos espancadores de mulheres no país. E que há muitos outros, entre eles politicos, do qual não se fala nada. Por exemplo, alguém me disse, mas não fui atrás, que Celso Russomano, favorito à prefeitura de SP, bateu a mulher dele. Mas não se fala nisso. Vc sabe muito bem que os reaças que adoram me atacar (estou falando do Gravataí e seu pitbull amestrado Flavio) vivem dizendo, por exemplo, que eu deveria falar da situação das mulheres no Irã, ao invés de falar das brasileiras, que vivem num paraíso feminista. Segundo eles, eu não falo do Irã porque sou fã do Ahm… nem sei escrever o nome do meu grande ídolo. A situação das mulheres na Arábia Saudita é beeem pior que no Irã, mas, misteriosamente, pela Arábia Saudita ser aliada do imperialismo americano, os reaças nunca falam, ou mandam as feministas falarem, da condição das mulheres por lá. Então esse é o tipo de gente que escreve um texto que não tem nada a ver comigo (foi uma briguinha pessoal entre Flavio e Urso, pelo jeito, com a piada do Flavio ter dito que se infiltrou na campanha do Netinho para poder revelar pra todo o país suas grandes descobertas – que marqueteiros mentem, e que politicos têm ghost writers. Hahahahauah, e ele ainda RECOMENDOU que mais jornalistas dessem esses furos de reportagem) e coloca meu nome lá no meio, só pra não perder o costume. O chato é que vc, que conhece tão bem o modus operandi deles, caia nessa.

G. disse...

Só eu que achei isso (link) nojento? --> http://xicosa.blogfolha.uol.com.br/2012/09/23/os-mais-incriveis-momentos-de-uma-mulher-ii/comment-page-1/#comments

Anônimo disse...

http://livrosfeministas.wordpress.com/

livros feministas traduzidos para o português, para acesso em pdf

Unknown disse...

Acompanhei a discussão sobre o livro em alguns blogs (a maioria linkados pela Feminista Cansada) e não sei o que pensar, já que não li o livro, mas não gostei dos trechos criticados.

Pode ser que os trechos estejam fora de contexto, ou que talvez tenha alguma explicação ao longo do livro, não sei. Acho complicado isso de ler só para xingar depois, pq quem procura pelo em ovo geralmente acha (vide os conspiranóicos de 2012).

Enfim, acho complicado também que qualquer errinho ou incoerência na linha de pensamento de uma feminista vira motivo para linchamento social. Ninguém consegue ser 100% coerente 24/7, e as feministas não fogem dessa regra, por óbvio.

Por mais que a gente concorde com alguém, vai chegar uma hora em que essa pessoa vai defender uma posição com a qual não concordamos. Ninguém aqui está livre de falar bobagens ou proferir preconceitos.

Nessas horas é preciso usar ponderação: se é uma pessoa que sempre manteve uma postura coerente, opiniões consistentes e posicionamento ideológico claro e objetivo; uma escorregada não serve para refutar todo o trabalho anterior.
Agora, se a pessoa já tem um histórico de escorregões e mudanças de opinião, do tipo que tá sempre falando uma bobagem e fazendo todo mundo passar vergonha alheia, a credibilidade dela fica prejudicada.
Esse não é o caso da Naomi, e esse discurso de "feminismo de verdade" é ridículo. Me lembra das briguinhas entre ser "true" ou "poser", muito comum entre tribos urbanas.

Janaina D. disse...

Lola, é a primeira vez que comento, mas já venho acompanhando seu blog a alguns meses.Cheguei aqui justamente após ler algumas "piadinhas" e "alfinetadas" contra vc por um perfil que sigo no twitter (aliá, amigo do tal gay misógino a quem vc se refere no texto). Resolvi ver por mim mesma quem era essa louca dessa Lola... Quer saber? Adorei! Não vou mais embora e tenho aprendido muito, tanto com seus textos como com vários comentários que leio aqui. Concordo com tudo? Não. Mas sempre me faz refletir.

Mirella disse...

G.

Não adianta, TETESTO Xico Sá. Tudo que ele diz sobre mulheres, com aquele ar de condescendência irritante, cheira a machista, para mim.

"VI) Quando ela finge o mais exagerado dos orgasmos -só para alimentar nosso orgulho macho."

O cabra INSISTE que mulher fingir orgasmo é normal, bonito, daora, sabe. O que esperar de alguém que prefere um orgasmo fake que serve para agradar o ego dele em vez um orgasmo genuíno?

Lucas disse...

Nunca li O Mito da Beleza, mas já ouvi vários comentários aqui e sei como a obra é fundamental para questionar o padrão de beleza.

Concordo também que não dá pra crucificar ninguém por um escorregão, ainda mais sem ler. Mas o povo adora escolher a nova vítima do sacrifício e fazer esses linchamentos públicos pra dar vazão a essa raiva contida, vide o caso da moça do Femen BR. (que eu não tô defendendo, mas pareceu muito furor por muito pouco.)

E no mais, adorei a pessoa que "fala a opinião mesmo" e assina como anônimo. Ê quinta série, viu...

Anônimo disse...

http://www1.folha.uol.com.br/folhateen/1158106-maiores-vitimas-de-abuso-sexual-adolescentes-tem-dificuldade-de-denunciar-agressores.shtml

Georgeane disse...

Oi Lola! Gostaria muito de ler algo seu sobre a polêmica da vez, a garota brasileira que está leiloando sua virgindade. R$300 mil o maior lance até agora, segundo a mesma.
Podem me chamar do que quiserem mas acho que "se coisificar" dessa forma é um horror sem tamanho, mas o que mais me choca: alguém realmente "comprar" a virgindade. Onde estou vivendo? Na era do Ciclo do Cacau de Gabriela? Leilão da garota no Bataclã?
Abraços lolísticos.

Laura C. disse...

As críticas que li falavam sobre o fato de o livro ser cissexista. O que eu não posso garantir, já que ainda não li. No entanto, também não acho que deveriam generalizar todas as críticas como inválidas e comparar com as críticas feitas por quem é contra o feminismo. Porque se for mesmo cissexista, pouco importa o quão bons os outros livros dela sejam. Não é porque ela representou bem o movimento até então, que não pode errar e, se errar, ser criticada.

Anônimo disse...

Achei o título do post de extremo mau gosto.

Anônimo disse...

A crítica vale, mas devemos sempre ter em mente que ninguém é livre de preconceitos de classe, gênero, etnia e outros.

Uma pessoa que queira ser realmente crítica precisa descer da torre de marfim aonde pretensamente não há preconceito e há somente santidade e bondade e entender-se como parte do debate.

Anônimo disse...

Laura C., você tem o link dessas críticas? É absurdo alguém criticar alguém simplesmente por ser cis. Dizer que alguém é cis não é xingamento ou crítica. Pelo menos não assim, isoladamente.

Camila disse...

Acabei de ler Mito na semana passada por indicação sua. Tenho vontade de presentear todas as mulheres da família com um exemplar, mas não se acha para comprar. Já encomendei meu Vagina sem ler nenhuma crítica e pretendo continuar assim até ler o livro.

Fernanda Accioly disse...

Lola, "descobri" seu blog hoje, acidentalmente. Maravilhoso acidente! Blogs como esse me dão oxigênio. Sou de Fortaleza também, mas moro em Brasília. É bom saber que na minha cidade eu "conheço", ao menos, uma feminista atuante e que, ainda por cima, é responsável pela formação intelectual de universitários. Rasgada a seda, só me resta lhe dar os parabéns! E continue escrevendo, Lola, continue!

-b. disse...

Boa noite, acabei de ler o post.

Acho complicado a transição rapida que se faz da critica de uma obra a critica de uma autor@ como um todo, invalidando toda a sua obra.

Mesmo que esse livro seja muito, muito ruim, isso não exclui o trabalho dela até então e deve-se dar algum crédito a alguém que tem a importância histórica que a Naomi Wolf e suas obras têm até então para o movimento feminista.

Quanto ao fato dele ser uma obra focada na mulher cis, acho muito complicado invalidarmos uma obra apenas por isso, uma vez que o estilo da autora sempre prezou por essa pessoalidade, e ela sendo uma mulher cis, isso seria inevitável. Mas, como disse uma vez Lor Anderson, eu sou um homem cis e longe de mim querer impor regras as mulheres (cis e trans) quanto à sua representatividade nesse tipo de obra.

Agora, e essa é uma análise muito perigosa dada o momento histórico, se essa obra não for representativa do movimento, ou mesmo apenas da ideologia feminista, naturalmente ela será excluída do canone comum, relegada ao papel de obra menor, como tantas obras de autores tão ou mais consagrad@s.

Abraços, Lola, e mantenha o bom trabalho!

aiaiai disse...

seguinte: só da mulher ter a coragem de escrever e publicar um livro chamado VAGINA já me faz adorar ela. Prontofalei!

Anônimo disse...

É impressão minha,ou está havendo uma "cisão" entre o trans e o cisfeminismo? confesso minha quse que total ignorância no assunto,se alguém quiser explicar,ficarei grata,mas,ultimamente,lendo outros blgos (tantos de trans,como cis)sempre noto uma rusga ou outra de parte à parte,como disse,pode ser só impressão(baseada no desconhecimento),mas,acho tão estranho isso,afinal,não é tudo a mesma coisa,lutando as mesmas batalhas...?


Quanto à Naomi,ainda não li nada dela,só trechos aqui e acolá,pretendo corrigir isso logo,logo,já fiz a listinha aqui e vou adquirir os livros dela,a estante virtual é meu pastor e nada me faltará =)


Cética

Anônimo disse...

Lola, as poucas críticas que li do livro vindas de feministas diziam que o livro era extremamente cissexista, sem mais. E não, tem muito comentário aí que diz que a culpam por SER cis, mas não é nada disso, e sim por assumir que toda mulher tem vagina, e que todo ser humano que possui uma vagina é necessariamente uma mulher. É uma crítica válida, ainda mais que já vi pessoas que se declaravam feministas (não é uma indireta pra ninguém, deixo claro) mas que só defendiam mulheres cis brancas, e que ignoravam as dificuldades que uma mulher não-branca ou não-cis ou os dois passa. Não dá pra ignorar críticas sobre o "white feminism", isso só piora as coisas.
Como não li, só vou deixar uma das críticas que li: http://tomefirst.tumblr.com/post/31731225780

E já deixo claro que não tenho nada contra a Naomi Wolf, até porque nunca li nada dela :'D Mas um pouco mais de auto-crítica e saber aceitar as críticas válidas faz bem e faz o movimento evoluir.

Anônimo disse...

Desculpe, mandei o link errado (é que são da mesma pessoa ^^')
http://mentais.wordpress.com/2012/09/18/meu-incomodo-com-a-vagina-de-naomi-wolf/

Laura C. disse...

Mas ninguém quer excluir o trabalho da Naomi, não tem nem como discordar que O Mito da Beleza é maravilhoso, mas nem por isso podemos ignorar os deslizes dela em 'Vagina'. E pra quem me pediu links das críticas que li, esse post tem vários links: http://tomefirst.tumblr.com/post/31799458761 (Não tenho certeza se o que falava de cissexismo está incluído nessa lista). E eu acho válido lerem, antes de dizer que estão só jogando pedras na pobre autora, sem motivo nenhum. Os motivos existem e, aparentemente, são muitos.

Anônimo disse...

Obrigada por ter postado um link pra esse livro \o/

Sofia

Carol disse...

O Mito da Beleza tem uma tese interessante, mas achei a linguagem do livro um pouco panfletária.

Talvez isso seja apenas uma característica de livros baseados em teoria crítica.

Mas sei lá, acho o excesso de "panfletismo" meio cansativo. Muito inflamado. Pouco acadêmico.

Opinião pessoalíssima.

Enfim, deixa a mulher falar de vagina.

Quanto ao Netinho de Paula, affff... Sem condições.

Anônimo disse...

"cissexismo"

Esta palavra não existe em dicionario algum, mas suponhamos que existisse, o que vocês e sua ideologia toda própria por assim dizer, acham que isto significa ?

Unknown disse...

Anon das 00:24

http://transfeminismo.com/2012/07/04/o-que-e-cissexismo/

Enjoe.

Anônimo disse...


Raziel von Sophia disse...
Anon das 00:24

http://transfeminismo.com/2012/07/04/o-que-e-cissexismo/

Enjoe.

25 de setembro de 2012 00:50

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tendi..mas era so falar que e um traveco kct rsrsrs

lola aronovich disse...

Vcs mascus não sabem ler mesmo, né? Cissexismo não é traveco. Aliás, chamar uma pessoa trans de traveco é cissexista. Cissexismo é como transfobia, é preconceito contra pessoas trans. As pessoas que sempre se identificam e são identificadas como homens ou mulheres são homens cis, mulheres cis. Já as pessoas que não se identificam ou não são identificadas com seu sexo são homens trans, mulheres trans. Chamar alguém de traveco é altamente preconceituoso. Mas acho que quem chama mulheres de b*cetas ou depósitos de p*rra não deve acreditar muito nesses lances de preconceito, né? Volta lá no site que a Raziel recomendou e tente aprender alguma coisa, vai.

Anônimo disse...

E eu vou la saber lola ?, cada dia vocês inventam um monte de nomes, eu sei que existe homem e mulher !

Anônimo disse...

Mudando um pouco de assunto,mas nem tanto,queria saber o que voce acha dessa onda de ressignificacoes que eu vejo estar tomanco conta do movimento feminista.Tipo,essa enfase na capacidade de "agencia" das mulheres,tipo,as prostitutas estao ali porque querem,salto alto pode ser emponderador,"vadia" pode ser reapropriado,etc. e um ataque generalizado ao feminismo radical ( cujos livros a maioria nao leu).Será que voce poderia fazer um post sobre isso?E também ( minha opiniao) o certo desprezo com que algumas feministas tratam as próprias teorias feministas? Por exemplo:muito se diz que nao é necessario conhecer teoria feminista pra se declarar feminista,e eu concordo,mas daí a dizer que nao é importante é um largo passo,e eu vejo o pessoal agindo como se nao fosse importante.E aí ficam propagando os últimos conceitos da moda sem saber de onde vem ou pensar sobre.ex: a questao da transexualidade.Existe uma discussao no movimento feminista sobre isso e eu nao vejo sinal dessa discussao entre as feministas brasileiras,simplesmente se postulou que o feminismo deve abracar as pessoas trans,mas ninguem tá discutindo o que é a transsexualidade ou suas implicacoes pro feminismo.Veja,nao to dizendo que a transsexualidade seja ruim,to dizendo que ninguém tá discutindo.e seria bom discutir,né,principalmente a questao de a transsexualidade ser ou nao) uma acomodacao aos papéis de genero.Muitos trans acreditam e propagam a idéia que existe um cérebro masculino e um feminino e mesmo feministas contrárias a essa idéia,pelo absurdo machismo,nao dizem nada.Acho que isso daria um bom post.

Anônimo disse...

Seguindo o bonde do anônimo acima, o das 8:52, seria no mínimo interessante - para não dizer enriquecedor, e porque não, necessário - que alguém fizesse um guest post sobre Transfeminismo. Dando uma introdução aos seus aspectos, bases "sociofilosóficas", psicológicas e desafios sociais.

Particularmente, vejo na Hailey Kaas e na Bia as pessoas mais qualificadas para tanto.

André disse...

Anônimo 17:40,
Não tem nada de mau gosto no título do livro, ao contrário, Vagina é de muito bom gosto.

Unknown disse...

Mascu não lê. Ler é coisa de afeminado. O negócio de homem viril e honrado é caçar, meter a pica, servir o exército e comer as vacas.
Claro, isso pros outros. Mascu oldschool da Real precisa de mamãe para cozinhar até miojo, é BV, se finge de bicha afetada para não servir o exército e só come saladinhas viris.

Anônimo disse...

Anônimo disse...
E eu vou la saber lola ?, cada dia vocês inventam um monte de nomes, eu sei que existe homem e mulher !
25 de setembro de 2012 01:54

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Também achei que fosse novo esse termo, mas não é.

Aparentemente, o termo relacionado “cisgênero” foi cunhado em 1995 por um homem transexual chamado Carl Buijs.

=)



Anônimo disse...

Em boa parte das críticas à Naomi está implícito que ela não consegue fazer a linguagem corresponder à realidade e que quem consegue fazer isso seriam 0s transfeministas. Mas quando vamos ler o que 0s trasnfeministas escrevem, fica tudo na mesma. Ou seja, nunca a linguagem vai ser a realidade, há um inevitável lapso entre as duas instâncias.

As alegações contra a Naomi, para mim, não passam de impostura. É gente querendo entrar no feminismo via polêmica, procurando os maiores nomes do campo para bater. Ou seja, os interesses em jogo são muitos. Vamos ficar de olho.

Anônimo disse...

André, meu problema é com o título do post, não com o título do livro, que é ótimo. A vagina não é da "Naomi". O trocadilho chega a ser machista. Se não fosse a Lola, eu ia brigar.

Aninha disse...

Sou atea, me considero feminista e sou contra a legalização do aborto. Não me acho menos feminista por não me alinhar com exatamente todas as frentes.

Todo artista tem obras maiores e menores, não importa sua genialidade. Vide exemplos como Mozart e Amoldovar.

Agora, Lola, fala mais desse caso do Russomano - estou com um medo enorme que ele ganhe a prefeitura de São Paulo. Parece um retrocesso sem tamanho no estado laico.

Renata disse...

Ao anônimo das 10:03.

Sem dúvida é gente querendo entrar no feminismo através de polêmica, porque que outra forma haveria, certo?

Não existe isso de a pessoa se considerar feminista desde não sei quando, ela só pode ter a carteirinha se tiver um nome, pra começo, razoavelmente conhecido, se fizer parte de coletivo x, se for amiga de feminista famosa y, se tiver textos publicados em veículos a, b, c. É assim que o feminismo funciona, né?

Ele não é feito de pessoas que têm opiniões vezes semelhantes, vezes diferentes, mas sempre um tanto fortes. Não é feito de pessoas que querem alertar quando veem alguém importante dizendo coisas perigosas. Não é feito de gente que quer lutar por igualdade, apesar dos que acham que é só para ter algum interesse atendido. Não é feito de pessoas que questionam tudo porque tudo deve ser questionado. Não é feito de pessoas que só querem melhorar algo no mundo. Não é feito de nada disso, muito menos de gente que questiona exatamente isso.

O feminismo é feito de gente famosa e gente que quer ser famosa. Claro. Não tinha percebido antes. Obrigada por abrir meus olhos.

Anônimo disse...

Renata, você construiu uma posição bem estranha na qual me colocou. Mas de toda maneira, as feministas no mundo acadêmico entram num mercado bem disputado, sim.

É preciso saber diferenciar uma feminista que tem 18 anos, faz parte do movimento anarquista x e critica a Naomi, de uma feminista que estuda em Harvard e escreve uma crítica à Naomi postulando os conceitos da outra feminista famosa etc. O núcleo feminista do PSTU discutindo cissexualidade é uma coisa, as feministas da Sorbonne propondo conceitos é outra coisa.

Você generaliza. É preciso conhecer os movimentos do campo e as lutas nele, que estão longe de ser somente discussões ou disputas por ideias. São muitas vezes lutas mescladas por interesses que precisam ser postos à vista de todos. Às vezes interesses legítimos, mas nem sempre.

Não quer dizer que são SOMENTE lutas baseadas em interesses, mas que é preciso levar esses interesses em conta. Sobretudo no feminismo produzido nas universidades.

Renata disse...

Não é bem isso que está em discussão, mas tudo bem.

Partindo de tudo levantado nessa discussão sobre o que a Naomi Wolf tem dito é que respondi ao teu comentário. Algo em comum todos os feminismos têm e acho válido aprender mais, conhecer mais pra poder questionar isso também. Ainda mais quando colocam na conversa que, neste caso, quem critica tem intenção de se aproveitar de determinado resultado dessas críticas.

Pode parecer estranho, mas às vezes as pessoas querem questionar, discutir, trocar opiniões, aprender. Às vezes as pessoas não ficam presas em tipos de feminismo, em títulos, em nomes. Às vezes as pessoas são feministas e isso basta pra motivá-las a lutar, da forma que for.

Mas se é melhor focar na reação às críticas e não nos pontos que elas levantam, é uma escolha também.

Anônimo disse...

Nossa, Raziel, vc discrimina os assexuados, sendo trans ou cis.

Elaine Cris disse...

Curioso você tocar nesse assunto. Recentemente estava conversando com meu quase namorado e acabei descobrindo como é difícil pra mim me referir à vagina em uma conversa informal.
Falar vagina em uma conversa informal, pra mim, soa formal demais, mas todas as outras palavras que são usadas pra se referir ao nosso órgão sexual ou soam como feitas para serem ofensivas ou soam infantis demais.
É estranho isso.

Giulia disse...

Não sabia que a Naomi tinha lançado um novo livro, mas alguém pode explicar pq ele é ruim? Não ficou muito claro

Giulia disse...

E meninas feministas por favor parem de atacar umas a outras com esse concursinho estúpido de "quem e mais feminista". A mesma merda tá acontecendo na página do facebook do Feminismo na Rede, e isso só nos enfraquece.

Unknown disse...

Anon das 18:36

Te referes aos mascus? Eles não são assexuados, apenas frustrados. Eles não pegam ninguém por se interessarem, mas porque tem diversas deficiências morais, emocionais e intelectuais.

Ainda mais, analisando o resto da frase e seu contexto, percebe-se uma certa... Hipocrisia neles.

Lisavietra disse...

Lola, eu vivo compartilhando seus textos no facebook, acompanhados sempre por frases de amor! rsrsrsrs Você é lucidez pura! Maravilhosa e pronto! beijo!

Ana disse...


Ah gente, sei que é hiper preguiçoso da minha parte, mas estou estudando pra um concurso loucamente, algumas dessas críticas à "vagina" que encontrei estão em inglês (mais preguiça ainda), e não consegui captar do que afinal, de tão condenável, a autora está falando, gerando todo esse sentimento de "traição" ao feminismo. explica melhor, Lola! rsrs

Anônimo disse...

Lola, vou dar uma olhada nesse "Mito da beleza", parece ser bem interessamte, já ouvi coisas boas a respeito. Mas queria salientar uma coisa que me intriga um pouco: o tal padrão euro-caucasiano e as mulheres que o criticam apesar de se encaixarem nele.
Diferente do que esses masculinistas falam, existem feministas realmente muito bonitas, até mesmo nesse blog, e como tais, criticam os padrões de beleza impostos tanto a homens quanto a mulheres. A pergunta é: essas garotas bonitas(dentro dos padrões de beleza) se relacionam frequentemente com homens feios(fora dos padrões de beleza)?

Anônimo disse...

Lola, eu ter lido esse post hoje foi ótimo. Veja bem, eu fui uma das pessoas que criticou o seu post sobre o Netinho. Na verdade, fiquei bastante indignada com ele e comentei a respeito no meu twitter. Não te xinguei nem nada, disse que achei péssimo que você tivesse o defendido e tudo o mais. Ok.

Agora, com esse post e com uma experiência que tive ontem, percebo algumas coisas: 1-não temos que concordar em tudo (isso eu sempre soube e defendi, mas agora acho importante ressaltar); 2- não tenho necessariamente que ir te encher o saco caso discorde de você, mas se é pra criticar, acho que seria mais justo da minha parte ser direta; 3- CACETE, por que algumas feministas querem transformar um movimento que busca liberdade em cagarregrismo?

Sabe, Lola, seu blog foi muito importante pra mim. Aqui aprendi muito sobre machismo, racismo e outros tipos de preconceito que a sociedade produz e que pode passar batido. Além disso, li histórias de pessoas com quem me identifiquei, e outras nem tanto, mas que me admiraram. Enfim, aprendi muito sobre o ser humano. E por isso eu sou grata a você. Discordo em muitos pontos e provavelmente assim continuará, mas isso é natural. Então, sei lá, queira me desculpar, já que você acha essa atitude de criticar sem citar a arroba é uma coisa ruim. Desculpa, mesmo. Mas nunca faltei ao respeito com a sua pessoa.

Então, queria, agora, acrescentar uma experiência pessoal, que explicará a primeira frase do comentário. Ontem eu acabei "comprando uma briga" na internet que me chateou bastante. Eu simplesmente fui atrás de uma informação, queria dialogar e fui super hostilizada por outras feministas. Isso porque discordava de uma coisa que pra elas era muito importante. Depois que comecei a dizer que elas estavam me desrespeitando, disseram que era vitimização da minha parte. Olha, eu sou sim uma pessoa sensível e não costumo levar desaforo, mas COMO EU ME CONTROLEI naquela discussão. Fiz questão de respeitar as pessoas ali presentes exatamente por achar que elas estão do meu lado. E eu disse isso, e pedi por respeito. Mas por não concordar em um ponto, elas disseram que tinham o direito de se exaltar porque "já não aguentam mais a mesma ladainha", e fui chamada de misógina, cissexual e tudo o mais. MISÓGINA, sabe. Que odeia mulher. Eu, uma feminista. Fiquei chocada, de verdade.
A discussão era sobre TER QUE chamar mulher cis de mulher cis e não só de mulher, sobre o uso de @ e x, entre outras coisas. E pode ter certeza de que, só pra frisar, eu fui calma e não pedi que ninguém concordasse comigo. Mas fui atacada pra caralho, só por não me convencer de que elas estavam certas.

Enfim, eu me pergunto se é esse o feminismo que queremos. Um feminismo que não respeita divergência de ideias. Que leva uma feminista a atacar outra e desrespeitar tudo o que ela ao fazer julgamentos a respeito da mesma.

Estou bastante chateada com toda essa situação e agora tenho uma certeza: de não me envolver com grupos militantes. Não é o que eu queria, mas é o que acontecerá. Terei que cultivar meus ideais sozinhos, porque passei a acreditar que não existe lugar pra mim nem onde eu deveria me sentir livre. Porque pessoas acham que discutir não é trocar ideias, e sim trocar farpas e convencer o outro do contrário, ou queimá-lo na fogueira se não conseguir.

Parabéns pelo post, pela coragem e força de vontade de manter o blog recebendo tantas críticas, e continue conscientizando também as pessoas de esquerda, pois nem todas estão dispostas a respeitar os outros, o que, pra mim, além de uma enorme contradição é absolutamente triste.

Anônimo disse...

apernas corrigindo que fui chamada de cissexista* (desculpa, é o cansaço)

Koppe disse...

Anônima 26 de setembro de 2012 22:10, não querendo responder pela Lola nem passar por cima da autoridade dela aqui... mas talvez não seja o ideal "não me envolver com grupos militantes" como se todos os grupos fossem iguais.

Tu deu azar de se deparar com um que agiu dessa forma lamentável, mas isso não significa que todos os grupos militantes vão agir assim. Deve ter por aí outros grupos que pensam assim mas que aceitam opiniões contrárias, e devem ter outros grupos de pessoas que pensam igual a ti. Lamento não ter informações para indicar tais grupos, mas não devem ser difíceis de achar, estamos na internet.

Digo isso por experiência própria, porque também já me decepcionei muitas vezes com grupos. E já participei de grupos que tinham algumas idéias que eu gostava e ao mesmo tempo outras que eu detestava. O importante é saber filtrar o que tem de útil nas opiniões de outras pessoas e grupos, e saber descartar o que não nos serve.

Byanka Arruda disse...

O mesmo aconteceu com o Feminismo na Rede. Feministas apontando o dedo e lutando para provar quem era mais feminista ali. Entristece, amolece a gente. Naomi é brilhante em "O mito da beleza", revolucionou a minha vida. Não li ainda "Vagina", mas tenho certeza que, mesmo que venha a discordar das ideias, jamais desmerecerei a luta anterior dela, nem a considerarei um centímetro menos feminista por isso. O mesmo eu penso das meninas do Feminismo na Rede. Uma pena realmente que a gente produza tão pouco e já se sinta tão dona da verdade. Lolinha, <3.

Marcus Valerio XR disse...

Lola...

Por que você simplesmente não bloqueia ou deleta os comentários anônimos?

O anonimato muitas vezes é apenas um mau hábito incentivado pela preguiça. Talvez, passar a ignorá-los contribuiria para reduzir sua ocorrência.

Na verdade sequer deveria existir essa opção estúpida de anônimo!

Que ao menos se dêem ao trabalho de inventar um pseudônimo.

Marcus Valerio XR
xr.pro.br

Carol Raulino disse...

Quero muito ler! Desde que descobri um pouco da psicologia do Reich fui parar diretamente no tantra e tava me perguntando em como faria para desbravar o tantra comigo mesma. Toda essa reação deve ser parte da couraça fruto da repressão sexual que todos nós sofremos.

Unknown disse...

Lola que tanto falou sobre feministas liberais esta ai com um post sobre Naomi Wolf justamente uma feminista liberal.
Vai entender!!!

Elaine disse...

Oi Lola,

estou lendo a "Vagina" da Naomi, e me interessei depois de um artigo da Eliane Brum no El País. Daí que procurei um pouco e encontrei o "Mito", mas este ainda não li, vou deixar para quando terminar a "vagina".

Bem, eu sou iniciante nos estudos feministas, e tenho umas ressalvas quanto ao livro da Naomi, mas entendo o ponto dela. Ela fala da relação entre a vagina e o cérebro, e para explicar isso recorre à neurociência [mas passando também por experiências pessoais]. Eu tenho dificuldade em concordar com argumentos que tomam a ciência como verdade absoluta e irrefutável, principalmente em se tratando de pessoas, que não escapamos das relações de gênero, história, classe etc. No mais, ela escreve muito bem, é uma escrita que flui. É isso, inté.