Só a hipocrisia pra explicar porque aborto é um tema tão tabu. Motivos pra interromper uma gravidez sempre existiram, o que explica porque abortos sempre existiram. E sempre vão existir, independente da minha opinião sobre o assunto. Isso porque a decisão de ter ou não um bebê não é minha, e nem deve ser do Estado, e muito menos da igreja. Deve ser de quem está grávida.
Hoje é Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto. Esta data é importante porque continuamos sendo dos países mais atrasados do mundo em matéria de direitos reprodutivos.
Na terça, o Uruguai mostrou que é mais inteligente que a gente e aprovou o aborto (ainda precisa passar no Senado). Um deputado da oposição ao governo de esquerda de Pepe Mujica se recusou a votar com seu partido, que exigia que o aborto continuasse proibido. Justificou ele: “Há dois tipos de sociedades que condenam o aborto: as que têm um poder religioso tão forte a ponto de submeter as liberdades ao dogma, como as muçulmanas, ou as democráticas porém hipócritas, como a nossa”. A nossa também.
Infelizmente o Brasil, que também deveria ter um governo de esquerda, aliou-se à bancada religiosa. Em fevereiro, peritos da ONU colocaram o governo contra a parede. Citaram a cifra assombrosa de 200 mil mulheres mortas por ano por abortos clandestinos, e perguntaram: o que vocês vão fazer? Vocês vão continuar se aproveitando da divisão da sociedade sobre esse assunto para não fazer absolutamente nada? O governo só balbuciou que essas decisões não cabem ao executivo.
Em abril, o Supremo Tribunal Federal aprovou que grávidas de fetos anencéfalos podem abortar sem ter que recorrer à Justiça. Parece mentira, mas nossas leis retrógradas forçavam a gestante a levar em seu ventre até o final da gravidez um feto que nasceria morto, ou morreria minutos depois. E parece mentira também que até para derrubar uma crueldade dessas apareceram montes de fanáticos para crucificar as mulheres, clamando que um bebê sem cérebro têm direito a nascer, e que milagres acontecem, e que se dane a mãe porque, no mundo da religião, a mulher tem duas opções: ser manjedoura ou ser caixão.
Hoje é Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto. Esta data é importante porque continuamos sendo dos países mais atrasados do mundo em matéria de direitos reprodutivos.
Na terça, o Uruguai mostrou que é mais inteligente que a gente e aprovou o aborto (ainda precisa passar no Senado). Um deputado da oposição ao governo de esquerda de Pepe Mujica se recusou a votar com seu partido, que exigia que o aborto continuasse proibido. Justificou ele: “Há dois tipos de sociedades que condenam o aborto: as que têm um poder religioso tão forte a ponto de submeter as liberdades ao dogma, como as muçulmanas, ou as democráticas porém hipócritas, como a nossa”. A nossa também.
Infelizmente o Brasil, que também deveria ter um governo de esquerda, aliou-se à bancada religiosa. Em fevereiro, peritos da ONU colocaram o governo contra a parede. Citaram a cifra assombrosa de 200 mil mulheres mortas por ano por abortos clandestinos, e perguntaram: o que vocês vão fazer? Vocês vão continuar se aproveitando da divisão da sociedade sobre esse assunto para não fazer absolutamente nada? O governo só balbuciou que essas decisões não cabem ao executivo.
Em abril, o Supremo Tribunal Federal aprovou que grávidas de fetos anencéfalos podem abortar sem ter que recorrer à Justiça. Parece mentira, mas nossas leis retrógradas forçavam a gestante a levar em seu ventre até o final da gravidez um feto que nasceria morto, ou morreria minutos depois. E parece mentira também que até para derrubar uma crueldade dessas apareceram montes de fanáticos para crucificar as mulheres, clamando que um bebê sem cérebro têm direito a nascer, e que milagres acontecem, e que se dane a mãe porque, no mundo da religião, a mulher tem duas opções: ser manjedoura ou ser caixão.
Em junho, na Rio+20, um retrocesso, mais uma vez causado por líderes religiosos: o termo direitos reprodutivos ficou fora do relatório final da ONU como meta de saúde pública.
Agora o Brasil discute a reforma do Código Penal, já que o texto ficou estacionado em 1940. A inovação, proposta pela Comissão do Senado, é que uma mulher possa fazer aborto até a 12a semana de gravidez. Só que tem um detalhe: ela precisaria de um laudo médico ou psicológico comprovando que não pode arcar com a maternidade. Seria um avanço em comparação às leis arcaicas que temos hoje, mas, ainda assim, está muito longe do ideal -- a mulher continuaria sob a tutela do Estado. O corpo seguiria não sendo dela.
Não tem jeito. Toda discussão sobre a legalização do aborto descamba em duas vertentes: ora a religiosa, ora a mesma velha regra de controlar o corpo da mulher. Um corpo que, numa sociedade patriarcal e misógina, está sempre sob suspeita. Um corpo que é visto apenas como receptáculo de um ser muito mais importante que a mulher, que é o feto (ainda mais se for menino). Por isso que acho complicado ser feminista e ser contra a legalização do aborto. Ser feminista e ser pessoalmente contra o aborto (ou seja, se você engravidar, não vai abortar)? Beleza, entendo totalmente. Mas estender a sua vontade para bilhões de mulheres, ainda mais sabendo que um milhão de abortos clandestinos são realizados no Brasil todo ano, e que milhares de mulheres morrem em decorrência desses abortos malfeitos? E é uma atitude elitista, porque raramente são as mulheres ricas e de classe média que morrem em abortos clandestinos.
Quem crê que a gestação começa na concepção condena até a pílula do dia seguinte. Afinal, ela é abortiva, mesmo que esteja “assassinando” um grãozinho de pó imperceptível. Para outras pessoas, cientistas inclusive, só há vida com o desenvolvimento do cérebro, o que demora semanas pra acontecer. Não dá pra menosprezar a importância do cérebro nessa história (até porque é ele também que comanda o sentimento de dor). É só ver que, no caso de um adulto, quando há morte cerebral considera-se que a pessoa está morta, mesmo que ainda possa ser mantida “viva” através de aparelhos.
Portanto, o pessoal contra aborto trabalha sempre com expectativa de vida. E essa é uma coisa que pouca gente comenta, mas essa expectativa é bastante tênue. Quem nunca ouviu falar de uma mulher que teve um aborto espontâneo? Eu conheço um monte. O caso mais triste foi de uma colega (numa escola em que eu trabalhava) que estava fazendo tratamento pra engravidar havia anos. Quando finalmente deu certo, ela e o marido contaram pra todo mundo. Só que pouco depois ela perdeu o bebê. Ela ficou arrasada, até porque os “Parabéns!” e “Pra quando é?” e “Como vai se chamar?” continuavam vindo. Cada vez que isso acontecia, ela chorava. Muito.
O que pouca gente comenta é que 25% das gestações resultam em aborto espontâneo no primeiro trimestre. Ou seja, é a coisa mais comum que existe. Tanto que, em inglês, existe uma palavra para abortos naturais (miscarriage) e outra para abortos provocados (abortion). É tão comum que muitas gestantes evitam contar que estão grávidas pra parentes e amigxs. Elas só contam após o primeiro trimestre, após o “bebê vingar”. Mas aborto natural é um assunto tão tabu que uma leitora que tinha acabado de sofrer um aborto espontâneo, em abril, deixou seu depoimento, relatando não ter encontrado quase nada na internet sobre um tema que é tão frequente.
Por que gastamos tanta saliva pra condenar o aborto induzido, ao mesmo tempo que fingimos não ver que uma em cada quatro gestações termina em aborto espontâneo? Será porque a ideia de interromper uma gravidez passa a ser bem menos terrível quando sabemos que isso acontece naturalmente, querendo ou não? Afinal, estamos falando em legalizar o aborto para que ele seja realizado mais ou menos no mesmo período em que ocorre o aborto espontâneo (no primeiro trimestre). E, por mais triste que seja ter um aborto espontâneo, quando isso ocorre não se fala em funeral, não se tem um nome pro feto. Ele não era um bebê, muito menos uma criança. Ele era uma expectativa de vida. Que não se concretizou.
Outra questão interessante é aquela do “se você não queria um bebê, por que não se cuidou?” –- que é sempre dirigido apenas à mulher. Bom, eu defendo que as pessoas usem sempre camisinha, que “se cuidem”. Mas você já parou pra pensar como é comum engravidar sem querer? Eu já li uma estatística que dizia que metade dos casos de gravidez era não planejada. Aí me corrigiram e falaram que o porcentual estava mais pra 80%. Em outras palavras, a esmagadora maioria das gravidezes são sem planejar. Atenção: não planejado não é necessariamente indesejado. A pessoa pode não ter planejado, e ainda assim vir a gostar da ideia e, a partir daí, desejar a gravidez.
Esta é uma vantagem que os casais gays têm sobre os casais hétero, e ninguém fala nisso, né? Casais gays não ficam grávidos acidentalmente. Eles têm mais tempo de pensar, de planejar o futuro. Pais que planejam a gravidez não são necessariamente melhores que os que não planejam, mas convenhamos: é bom poder ter controle da situação. E nós héteros não temos. Duvida? Pergunte pra sua mãe ou pai se você foi fruto de uma gravidez planejada. Porque as chances são que você (e eu) não fomos.
Onde eu quero chegar com isso? Só quero mostrar que engravidar sem planejar não é irresponsabilidade de jovens inexperientes de 16 anos. Não é aquela pessoa que pensou que transar uma vez sem se preocupar com anticoncepcionais não daria problema. Estamos todos no mesmo barco. Gravidezes acidentais acontecem. Pelo jeito, somos uma espécie que se reproduz meio sem querer. E vamos continuar nos reproduzindo, mesmo que muitas mulheres decidam que aquele não é o momento apropriado pra ter um filhx.
Agora o Brasil discute a reforma do Código Penal, já que o texto ficou estacionado em 1940. A inovação, proposta pela Comissão do Senado, é que uma mulher possa fazer aborto até a 12a semana de gravidez. Só que tem um detalhe: ela precisaria de um laudo médico ou psicológico comprovando que não pode arcar com a maternidade. Seria um avanço em comparação às leis arcaicas que temos hoje, mas, ainda assim, está muito longe do ideal -- a mulher continuaria sob a tutela do Estado. O corpo seguiria não sendo dela.
Não tem jeito. Toda discussão sobre a legalização do aborto descamba em duas vertentes: ora a religiosa, ora a mesma velha regra de controlar o corpo da mulher. Um corpo que, numa sociedade patriarcal e misógina, está sempre sob suspeita. Um corpo que é visto apenas como receptáculo de um ser muito mais importante que a mulher, que é o feto (ainda mais se for menino). Por isso que acho complicado ser feminista e ser contra a legalização do aborto. Ser feminista e ser pessoalmente contra o aborto (ou seja, se você engravidar, não vai abortar)? Beleza, entendo totalmente. Mas estender a sua vontade para bilhões de mulheres, ainda mais sabendo que um milhão de abortos clandestinos são realizados no Brasil todo ano, e que milhares de mulheres morrem em decorrência desses abortos malfeitos? E é uma atitude elitista, porque raramente são as mulheres ricas e de classe média que morrem em abortos clandestinos.
Quem crê que a gestação começa na concepção condena até a pílula do dia seguinte. Afinal, ela é abortiva, mesmo que esteja “assassinando” um grãozinho de pó imperceptível. Para outras pessoas, cientistas inclusive, só há vida com o desenvolvimento do cérebro, o que demora semanas pra acontecer. Não dá pra menosprezar a importância do cérebro nessa história (até porque é ele também que comanda o sentimento de dor). É só ver que, no caso de um adulto, quando há morte cerebral considera-se que a pessoa está morta, mesmo que ainda possa ser mantida “viva” através de aparelhos.
Portanto, o pessoal contra aborto trabalha sempre com expectativa de vida. E essa é uma coisa que pouca gente comenta, mas essa expectativa é bastante tênue. Quem nunca ouviu falar de uma mulher que teve um aborto espontâneo? Eu conheço um monte. O caso mais triste foi de uma colega (numa escola em que eu trabalhava) que estava fazendo tratamento pra engravidar havia anos. Quando finalmente deu certo, ela e o marido contaram pra todo mundo. Só que pouco depois ela perdeu o bebê. Ela ficou arrasada, até porque os “Parabéns!” e “Pra quando é?” e “Como vai se chamar?” continuavam vindo. Cada vez que isso acontecia, ela chorava. Muito.
O que pouca gente comenta é que 25% das gestações resultam em aborto espontâneo no primeiro trimestre. Ou seja, é a coisa mais comum que existe. Tanto que, em inglês, existe uma palavra para abortos naturais (miscarriage) e outra para abortos provocados (abortion). É tão comum que muitas gestantes evitam contar que estão grávidas pra parentes e amigxs. Elas só contam após o primeiro trimestre, após o “bebê vingar”. Mas aborto natural é um assunto tão tabu que uma leitora que tinha acabado de sofrer um aborto espontâneo, em abril, deixou seu depoimento, relatando não ter encontrado quase nada na internet sobre um tema que é tão frequente.
Por que gastamos tanta saliva pra condenar o aborto induzido, ao mesmo tempo que fingimos não ver que uma em cada quatro gestações termina em aborto espontâneo? Será porque a ideia de interromper uma gravidez passa a ser bem menos terrível quando sabemos que isso acontece naturalmente, querendo ou não? Afinal, estamos falando em legalizar o aborto para que ele seja realizado mais ou menos no mesmo período em que ocorre o aborto espontâneo (no primeiro trimestre). E, por mais triste que seja ter um aborto espontâneo, quando isso ocorre não se fala em funeral, não se tem um nome pro feto. Ele não era um bebê, muito menos uma criança. Ele era uma expectativa de vida. Que não se concretizou.
Outra questão interessante é aquela do “se você não queria um bebê, por que não se cuidou?” –- que é sempre dirigido apenas à mulher. Bom, eu defendo que as pessoas usem sempre camisinha, que “se cuidem”. Mas você já parou pra pensar como é comum engravidar sem querer? Eu já li uma estatística que dizia que metade dos casos de gravidez era não planejada. Aí me corrigiram e falaram que o porcentual estava mais pra 80%. Em outras palavras, a esmagadora maioria das gravidezes são sem planejar. Atenção: não planejado não é necessariamente indesejado. A pessoa pode não ter planejado, e ainda assim vir a gostar da ideia e, a partir daí, desejar a gravidez.
Onde eu quero chegar com isso? Só quero mostrar que engravidar sem planejar não é irresponsabilidade de jovens inexperientes de 16 anos. Não é aquela pessoa que pensou que transar uma vez sem se preocupar com anticoncepcionais não daria problema. Estamos todos no mesmo barco. Gravidezes acidentais acontecem. Pelo jeito, somos uma espécie que se reproduz meio sem querer. E vamos continuar nos reproduzindo, mesmo que muitas mulheres decidam que aquele não é o momento apropriado pra ter um filhx.
Mas é aí que parece estar o problema: na autonomia da mulher sobre seu corpo. Uma sociedade patriarcal abomina abrir mão desse controle. Então fica a pergunta aos que insistem tão veementemente que nosso corpo não nos pertence: vocês são pró-vida ou apenas pró-feto ou pró-nascimento? Porque essas mesmas pessoas que são contra o aborto também são as que desprezam mães solteiras, as que não querem que o governo invista em creches, as que não aceitam nenhum modelo de renda mínima, as que são contra as cotas nas universidades públicas, e as que são a favor da pena de morte e da violência policial. Então realmente fica parecendo que o conceito de pró-vida de vocês acaba alguns segundos depois do nascimento. E a vida é um pouquinho mais longa que isso.
Vamos deixar de hipocrisia. O aborto já é realizado em massa no Brasil. Com a descriminalização, ele deixaria de pertencer à esfera policial e passaria a ser parte da esfera da saúde. Com a legalização, as vidas de muitas mulheres seriam salvas e, provavelmente, o número de abortos cairia (foi isso que aconteceu nos países que legalizaram o aborto). Em outras palavras, já passou da hora dos pró-vida-até-o-parto-depois-salve-se-quem-puder aceitarem discutir seriamente o aborto. Se a preocupação de vocês é com a vida, vocês estão fazendo isso errado.
Hoje temos duas lindas trilhas sonoras pra protestar pelo Dia Latino-Americano da Legalização do Aborto: “Ventre Livre de Fato”, das Católicas pelo Direito de Decidir, com letra de Luana Hansen e Elisa Gargiulo (vou incluir aqui a foto que ela tirou comigo na última vez que estive em SP. Eu nem sabia que ela era a famosa Elisa!). E “Diga Sim às Nossas Vidas”, do SOS Corpo, grupo feminista de Recife.
Vamos deixar de hipocrisia. O aborto já é realizado em massa no Brasil. Com a descriminalização, ele deixaria de pertencer à esfera policial e passaria a ser parte da esfera da saúde. Com a legalização, as vidas de muitas mulheres seriam salvas e, provavelmente, o número de abortos cairia (foi isso que aconteceu nos países que legalizaram o aborto). Em outras palavras, já passou da hora dos pró-vida-até-o-parto-depois-salve-se-quem-puder aceitarem discutir seriamente o aborto. Se a preocupação de vocês é com a vida, vocês estão fazendo isso errado.
Hoje temos duas lindas trilhas sonoras pra protestar pelo Dia Latino-Americano da Legalização do Aborto: “Ventre Livre de Fato”, das Católicas pelo Direito de Decidir, com letra de Luana Hansen e Elisa Gargiulo (vou incluir aqui a foto que ela tirou comigo na última vez que estive em SP. Eu nem sabia que ela era a famosa Elisa!). E “Diga Sim às Nossas Vidas”, do SOS Corpo, grupo feminista de Recife.
Hoje, daqui a pouquinho, às 14 horas, vou participar deste seminário sobre a legalização do aborto. Será na UFC, campus Benfica, Centro de Humanidades III, Depto. de Ciências Sociais, Auditório Luiz de Gonzaga. Apareça!
341 comentários:
«Mais antigas ‹Antigas 201 – 341 de 341Os "provida até o parto"chamam a mulher q pratica o aborto de "assassina", e que nome dar aos que privam as mulheres do direito ao aborto, e que acabam morrendo aos milhares pelo nosso pais em consequencia de abortos feitos de maneira clandestina e sem condições nenhuma de salubridade.???
Me desculpem mas estes SIM são os verdadeiros assassinos.
"11º - 'Ahhhh, mas tenho direito ao prazer, não deixarei de senti-lo por isso, bla bla bla...', bem, a tecnologia e a masturbação já resolveram isso pra você. (...)" Ebaaa o Tiago me deixa eu me masturbar, agora sim!
"12º - 'Nãooo, eu não vou deixar de me envolver com o outro ser humano só por isso, e me satisfazer de modos "alternativos"'. Então espere os dias certos ou use a criatividade oras (...)" Eu usaria a criatividade, mas a religião diz que eu não posso fazer essas coisas senão vou me danar eternamente no inferno. Tudo bem que vou me danar eternamente no inferno se eu misturar tecidos, trabalhar no sábado, cortar cabelo, plantar sementes diferentes juntas e outras coisas super condenáveis, então tô tentando reduzir minha lista na danação eterna.
"13º - (...) Bem, para as pobres 7º tópico(...)" Até lá, deixa as pobres morrerem. Azar, perdeu playboy! E para as sábias (????) toma que o filho é teu. Porque filho é castigo!
"14º - Religioso" siga a religião que você quiser. Meu Estado é laico e te mandou um beijo.
"15º - Essa necessidade de legalizar o aborto é um grande reflexo de uma sociedade que caminha para a busca constante e desenfreada do prazer(...)" HAHAH ai gente. Sabia você que por muito tempo, há séculos, o aborto era permitido? E que só foi proibido pela queda de braços para guerra e trabalho? Não? Procura o comentário da aiaiai que ela postou um link a respeito. Depois você vem me falar sobre a futilidade do amanhã e coisa e tal.
"16º - "Ahh, mas a mulher tem que ter o direito de abortar porque o pai não ajuda a criar". Bem, primeiro que já ta grávida, ou seja, em algum momento ficou afim de dar (...)"
Ou seja, mulher sexualmente ativa tem de ser punida com filho. Assim, eu imaginava que filhos eram para serem queridos, amados e desejados, mesmo quando não planejados. Mas não. Os pró-vida, sempre tão preocupados com a vida (aham, não é com a moral não, né) que o filho vira castigo, uma coisa ruim, uma consequência. Realmente, to sentindo todo este amor à vida que vocês tem. E o pai, não precisa ser punido, não? Ahh não, aí o pai não tem participação. O pai só pode opinar se for para obrigar a mulher a continuar com a gestação. Mulheres, estas víboras. Talvez se a Eva passasse menos tempo conversando com cobras, né.
É, você me convenceu, champs. Quer dizer, quase.
Leandro disse...
"Só sei que já existir um cérebro funcionando e um coração batendo já indica que formação de uma vida humana. Sendo assim, até 1,5 mês (que é algo como 7 semanas) já ocorreram estes desenvolvimento e o aborto poderia ser 100% liberado. Depois disso, é homicídio, afinal acabou com uma VIDA HUMANA."
Quanta desonestidade argumentativa...
Em primeiro lugar, o coração funcionando NÃO é um critério para definir se a pessoa está viva; O cérebro é.
Em segundo lugar, no período de tempo que você indicou o cérebro apenas começa a se estruturar e desenvolver (o tubo neural se forma a partir daí), mas isso NÃO significa que ele esteja em atividade. Ele só começará a apresentar um esboço de auto-consciência e pré-consciência (juntamente com a senciência) a partir da 24º semana de gestação (as ligações nervosas entre a periferia e o córtex só estarão completas após esse período).
E, a propósito, grande parte dos animais também possui coração e cérebro (mamíferos, por exemplo). A existência desses órgãos não configura, nem nunca configurou, vida humana.
tiaguinho
posso te chamar assim?
não sei se você é um rapaz super bem intencionado, que apenas tem opiniões divergentes da minha, ou se é um espírito de porco, com tempo de sobra, capaz de escrever post gigantes só pra irritar as pessoas. não quero ser injusta, mas devo confessar que alguns argumentos que você expôs, me inclina mais para a segunda opinião, de que o objetivo é irritar. em alguns momentos, identifico o claro desconhecimento sobre o assunto, em outros, existe um conhecimento que é deturpado pra embasar seu argumentos torpes, então vamos lá:
1º - Natureza: Só a mulher pode ser mãe, somente. Se quer culpar, culpa a entidade divina de sua crença ou seus genes, por ter nascido uma, pois (in)felizmente você tem essa obrigação para com a raça humana.
vou te indicar dois textos. o primeiro é o texto de um sociólogo francês chamado pierre bourdieu que diz o seguinte: a dominação masculina utiliza a biologia da forma que melhor lhe convém, ou seja da forma que melhor convém para assegurar a dominação masculina. o que isso quer dizer? que antes as mulheres não pariam, mas com o patriarcado eles obrigaram a mulher a parir? não! RISOS. quer dizer que a dominação masculina utilizou essa propriedade que a mulher tem de parir para justificar que ela deva ser responsável pela criança, confinada no ambiente doméstico, enquanto ele, fica no espaço público, por exemplo. daí vem outro texto muito famoso nos estudos de gênero, que vou te recomendar aqui sem te cobrar nada (de nada, imagina!), que fala sobre a associação entre mulher e natureza e homem e cultura, mas uma vez obviamente como um argumento para confinar as mulheres ao espaço domestico, mas não só isso. e não, meu querido, eu só tenho a agradecer a biologia, adoro ser mulher e adoro cada um dos meus genes. o que eu não gosto é desse seu argumento distorcido.
quero que você diga isso: "2º - Não tem como separar totalmente na razão, a maternidade, pois ela em si já é movida a sentimentos, desde os mais primitivos e instintivos aos mais pessoais, então, tome cuidado em relação aos argumentos relativos a isso"
pra essa mulher: http://noticias.r7.com/internacional/noticias/na-russia-mae-mata-os-dois-filhos-por-estar-de-saco-cheio-deles-20120626.html
a propósito, eu digitei "mãe mata filhos" no buscador do google e apareceu mais de 9 MILHÕES de resultados. (CONTINUA)
agora que tal brincar de coesão e coerência?
No que isso... "Como ilustração, cito o exemplo típico do estupro, em que a mulher que estava usando roupas consideradas vulgares, e/ou em situações propícias a um estupro, receber carga da culpa por ter sido violentada."..... se difere disso: "Bem, primeiro que já ta grávida, ou seja, em algum momento ficou afim de dar, e não se segurou e entrou nessa (ahhh mas o cara tinha que olhar também e tals. É, MAS É VOCÊ quem fez questão de estar com um cara irresponsável que não te ajuda a se cuidar" ??????
primeiro que você fala em lugares propícios ao estupro, que lugares seriam esses? a própria casa onde a menina mora com um tio que estupra ela? sei não, mas isso de lugares propícios aos estupro me cheira a culpar a vítima por estar zanzando por ditos lugares, mas o genial é: a mulher escolhe o cara que não vai ajudar a criar a criança em caso de gravidez, ou seja, se fudeu, quer escolher os canalhas ao invés de escolher os caras honrados, o que é um argumento muito conhecido por nós feministas por ser o carro chefe de um grupinho que assume odiar mulheres, chamados masculinistas...
depois a utilização da palavra lascar, "os homens tb tem que se lascar nessa (a gravidez)" resume todo o seu argumento. gravidez = punição.
pra fechar, o meu favorito:
3º - Qualquer que seja o nome dado à vida que reside dentro do útero da mulher, não deixa de ser vida. Não é questão de crença religiosa ou não, HÁ VIDA ALI.(...) Bem, se você não defende o direito a vida, então sim, você tem todo o direito de defender o aborto em
qualquer circunstância.
e isso: e também acredito que
deveria se estender [aborto] a QUALQUER problema de saúde que o feto possa apresentar (como síndrome de Down por ex.), porque sim, acredito que uma vida que por obrigação deve ser vigiada a todo tempo, e em dia nenhum terá independência para viver por conta própria, se detectada na gravidez, sou a favor do aborto.
...que não vou me dar nem o tralho de comentar.
ABRAÇO
Lola, não sei se vc vai se interessar no vídeo porque é jurídico e sei que pra quem não é da área isso é terrível... http://www.youtube.com/watch?v=bnM5QQgw6yE&feature=autoplay&list=SP1E80D456E9D8CB2B&playnext=1
mas bem no finalzinho, a professora comenta que em 1830 o aborto não era considerado crime (para a gestante que consentia. Adoro seu blog.
Disseram que existem católicos a favor do aborto. Isso nao é verdade. É tao falso quanto afirmar que existem comunistas a favor da propriedade privada dos meios de produçao.
Se você é a favor do aborto, nao é católico. Se você é a favor da propriedade privada dos meios de produçao, nao é comunista.
A concepçao é encarada, pelos católicos verdadeiros, como uma dádiva de Deus. Abortar seria repudiar um presente divino. Logo, nao há a mínima possibilidade de um católico fiel defender o aborto.
Quem defende o aborto é ateu, ou praticante de uma outra religiao estranha. Católico, jamais.
O curioso é que vocês sao contraditórias. Defendem os direitos das mulheres, mas apóiam o assassínio sistemático de vidas humanas uterinas. Ou seja, muitas mulheres que, supostamente vocês iriam querer ver crescerem,serem felizes, usufruir de direitos, amar, em uma palavra, viver, vocês negam o direito de existir. Uma contradiçao, a meu ver, insolúvel.
Eu acredito que o aborto é um caminho perigosíssimo em direçao a banalizaçao da vida humana. Com tantos métodos anticonceptivos que existem, o aborto torna-se algo injustificável. O argumento que muitas feministas usam para justificar essa prática, o de que a mulher "deve ter liberdade para fazer o que bem entender com o seu corpo" é ridículo. Seria como encarar um vida humana como uma parte do seu cabelo, os seus seios, a sua bunda, etc.
A vida que a mulher carrega na barriga nao pertence a ela. O fato dela abrigar essa vida e alimentá-la, nao lhe dá a prerrogativa de extingui-la, pois, se assim fosse, os pais poderiam matar os seus filhos a qualquer hora, pois eles os alimentam e abrigam. A vida, quer uterina ou nao, nao pertence ao gênero A ou B, nao pertence ao Estado, nao pertence nem a Deus. A vida pertence a si mesma, e quem interromper um processo vital de desenvolvimento humano,seja ele uterino ou nao, é, aos olhos de pessoas sensatas, um assassino.
Agora eu entendo porque muitos blogs as chamam de "feminazis". Um rótulo pertinente, pois vocês defendem o genocídio, como os nazistas.
"O argumento que muitas feministas usam para justificar essa prática, o de que a mulher "deve ter liberdade para fazer o que bem entender com o seu corpo" é ridículo."
diz o homem que tem controle sobre seu próprio corpo.
Tenha a religião que você quiser, é um direito seu. Eu querer leis que não se baseiem nela é um direito meu.
Vá encomendar as almas dos abortos espontâneos, então, enquanto espera o Estado emitir atestado de óbito.
seu Bismarck o seu deus é o maior abortista q existe, é só fazer o calculo da porcentagem de gestações perdidas expontâneamente em um numero fixo.
Deixe de ser demagogo, assassinos são vcs q negam o direito da mulher sobre seu próprio corpo expondo um numero monstruoso de mulheres a morte.
Aos desesseis anos tive uma amiga da mesma idade, filha de portugueses muito tradicionais e rigidos, ela engravidou de um namorado tb adolescente como ela.
Posso lembrar do desespero dela ao me contar sobre sua gravidez e o pavor que ela tinha de contar aos seus pais o q estava acontecendo.
Ela não trabalhava nem o namorado, não tinham como pagar uma clinica , e não queriam aquela gravidez de maneira alguma.
Como eu era a amiga mais chegada a ela, e ja trabalhava, lembro q dei meu salario para q ela fizesse o aborto, apesar de eu ter a mesma idade q ela, fiquei pensando em como seria a vida dela se aquela gravidez não fosse interrompida, nos estudos q teriam q terminar, na discriminação q ela iria sofrer, e sobretudo qual seria a atitude dos pais dela, q embora fossem boas pessoas eram ignorantes e não podia prever q tipo de castigo dariam a ela.
Pensei tb na criança que viria ao mundo tão indesejada e em um momento tão ruim para minha amiga.
Nunca me arrependi de te-la ajudado, achei como ela que essa foi a ÚNICA solução.
Os pais dela nunca souberam todo o drama q ela passou, quando fui visita-la, ela disse a eles q estava com uma gripe muito forte e com cólicas menstruais, choramos abraçadas por um longo tempo.
Fico pensando em quantas moçinhas ainda não passam por isso todos os dias, mas não tem ninguem pra ajuda-las.
Mas então a partir de quando temos uma vida na barriga da mulher?
O Sr. Bismarck não é católico. Pois se fosse, saberia que a religião católica é contra a qualquer método contraceptivo!!
Procure na internet NOVOS 7 PECADOS CAPITAIS. Digo e repito, bando de hipócritas. Se dizem religiosos e não conhecem a própria doutrina.
Assumam-se machista controladores, que veem as mulheres como simples incubadoras.
Digam que não estão preocupados com vidas e sim com tabus incutidos em suas mentes desdes crianças e que não conseguem raciocinar e se livrar de muitos deles. Aborto é crime, assassinato de criancinhas; homossexualismo é pecado, salvem os héteros!!!
"Ou seja, não se pode alegar irresponsabilidade ou descuido em grande parte dos casos."
Até porque essa é uma alegação extremamente machista.
Eu não fiz nem um nem dois, fiz três abortos e nos 3 eu tava usando contraceptivos (na ultima vez engravidei com DIU hormonal) então quando esse povinho vem com papo de "não se cuidou" e não sei mais o que eu tenho e geralmente mando a pessoa se jogar da ponte, porque né?
E não me arrependo de nada, remorso zero, não chorei uma lágrima sequer e em todas as vezes eu senti foi um alívio imenso (2 abortos ocorreram em uma clínica particular muito boa e famosa e não vi nada acontecendo, mas foi rapidinho coisa de 20 minutos, o terceiro o médico só tirou o diu, provocando assim o aborto e eliminei tudo naturalmente e só precisei tomar antibióticos uns dias e alguma coisa para as cólicas).
Estudei, viajei o mundo, casei, tenho um emprego que não é emprego, é um SONHO, tenho carro, casa, casa na praia, bastante dimdim na conta, tudo do bom e do melhor conquistado com o meu sucesso pessoal e tenho certeza que isso se deve grandemente ao fato de não ter tido filho com 16, 18 e 22 anos. E continuo não querendo filhos e evitando, se acontecer de novo agora com 38 anos eu aborto de novo sem o menor problema já que laqueadura não fazem em mulher sem filhos, desgraçadamente.
Que o aborto seja legalizado logo para que mais mulheres possam realizar seus sonhos com tranquilidade sem o apressamento de uma gravidez indesejada e totalmente fora de hora.
"diz o homem que tem controle sobre seu próprio corpo.
Tenha a religião que você quiser, é um direito seu. Eu querer leis que não se baseiem nela é um direito meu."
Eu nao critico a luta de vocês para conquistar total direito pelo controle do próprio corpo. Acho justo. Para falar a verdade, eu compreendo e sou solidário com algumas de suas reivindicaçoes. Nao com todas. O aborto é uma delas. Batemos de frente, violentamente, quando se trata dessa questao.
Vocês podem dar a bunda para quem quiser, podem tatuar uma cobra na suas vaginas, podem raspar os cabelos, colocar piercings, podem sair por aí com os peitos de fora, e podem deixar os pelos das axilas crescerem. Nao vejo problema em reinvindicar essas coisas. Quem quiser se comportar assim, problema seu.
Mas, nao cometam a irresponsabilidade e leviandade de encarar um vida humana como um desdobramento do seu corpo. Vocês nao têm o direito de reivindicar o poder de exterminar uma vida que nao lhes pertence.
Você diz que eu falo isso porque sou "um homem que tem controle sobre o próprio corpo", me acusando de ser parcial e tendencioso em minhas opinioes. Como eu já mostrei, abortar nao é ter direito sobre o próprio corpo, é um salvo-conduto para exterminar vidas que, independentemente de estarem em estágio incipiente de desenvolvimento ou nao, independentemente de sentir dor com o processo de extermínio ou nao, seria um ser humano caso o seu processo de desenvolvimento vital nao fosse arbitrariamente estancado.
Você me acusa de ser parcial, mas quem sao parciais e tendenciosas sao vocês. Se, por um acaso, pudesse ser perguntado a vocês, nos tempos em que eram um feto em estágio bem incipiente de desenvolvimento vital, se vocês eram a favor de que mulheres exterminassem as suas vidas, tivessem o poder de nao permitir que vocês se transformassem no que sao hoje, queria ver quem iria defender o aborto.
"Já perceberam que todos que sao a favor do aborto, já nasceram?"
Vi certa feita em um blog.
Como dizia a minha vó: "pimenta no c dos outros, é refresco".
"seu Bismarck o seu deus é o maior abortista q existe, é só fazer o calculo da porcentagem de gestações perdidas expontâneamente em um numero fixo.
Deixe de ser demagogo, assassinos são vcs q negam o direito da mulher sobre seu próprio corpo expondo um numero monstruoso de mulheres a morte"
O meu Deus? E qual é o meu Deus? Nao lembro de ter exposto a minha religiao até agora.
Novamente a leviandade de encarar uma vida humana uterina como desdobramento do corpo. O que eu disse para a Mirella, serve para você também.
Se as mulheres morrem em clínicas candestinas, é culpa delas mesmas. Um erro nao justifica um outro. A mulher, e o homem também, podem facilmente prevenir uma gradidez indesejável sem que se torne necessário recorrer a prática abortiva. Mas você está certa quando diz que o Estado também têm culpa, nao por proibir o aborto, mas por nao fiscalizar e fechar muitas dessas clínicas clandestinas.
Se Deus é o maior abortista que existe, isso eu nao sei, fica por sua conta. Mas, eu nao estou tratando de religiao com vocês. Se eu estivesse embasado em argumentos de cunho religioso, automaticamente eu já estaria errado, pois, como uma de vocês citou, e com muita razao, vocês podem seguir a religiao que quiserem, ou mesmo nenhuma delas, isso é um direito constitucional que vocês possuem.
O meu argumento se baseia na vida humana. E, da mesma forma que o Estado deve assegurar o direito constitucional que vocês têm de nao seguir a religiao A ou B, vocês também devem respeitar um dos principais alicerces que sustentam o nosso ordenamento jurídico: o direito a vida. O direito a vida é tao constitucional, e laico, quanto o direito de vocês de repudiarem cristo ou maomé.
Portanto, nao é a religiao que impede vocês de abortarem, é o Estado laico, esse mesmo que vocês tanto defendem, que protege a vida, quer seja uterina ou nao.
"O Sr. Bismarck não é católico. Pois se fosse, saberia que a religião católica é contra a qualquer método contraceptivo!!
Procure na internet NOVOS 7 PECADOS CAPITAIS. Digo e repito, bando de hipócritas. Se dizem religiosos e não conhecem a própria doutrina.
Assumam-se machista controladores, que veem as mulheres como simples incubadoras.
Digam que não estão preocupados com vidas e sim com tabus incutidos em suas mentes desdes crianças e que não conseguem raciocinar e se livrar de muitos deles. Aborto é crime, assassinato de criancinhas; homossexualismo é pecado, salvem os héteros!!!"
Nao sou católico. Favor copiar e colar a passagem, em meus comentários, que digo que sou católico.
Eu vejo as mulheres como simples incubadoras? Engano seu. Talvez os masculinistas as vejam como simples incubadoras. Nao apenas como incubadoras, mas como faxineiras, lavadeiras, cozinheiras etc.
Eu vejo a mulher como uma cidada, que deve usufruir de direitos e deveres, como qualquer cidadao, independentemente de mijar de pé ou sentado.
Votem, trabalhem, estudem, controlem seus corpos. Mas nao reivindiquem o poder supremo de decidir quem deve ou nao viver. Isso nao lhes pertence.
Quando foi que eu disse que homossexualismo é pecado? Nao ponha palavras na minha boca. Se o catolicismo acha isso, o meu Estado laico e defensor dos direitos individuais e da igualdade civil, nao acha.
ô "Bismarck"
se feto sem sistema nervoso formado é tão vida como alguém que já nasceu, por que quando há aborto espontâneo não vejo toda esta comoção? Deveria ser homicídio culposo, né? Com atestado de óbito e tudo. Isto ninguém me respondeu ainda.
Me responde também o porquê de padres não encomendarem a alma de abortos espontâneos. Fico no aguardo.
alô (angela) bismarck
esse papinho de mimimi "praticante de outra religião estranha" é PATÉTICO. e a senhorita ainda não explicou porque é impossível que um católico seja a favor do aborto, se, os católicos usam contraceptivos apesar da vossa santidade o papa alemão dizer que é coisa do cramunhão. não foge do assunto não, ô espertinha. banalização da vida humana? só se a senhorita for da mesma nacionalidade que o referido papa,onde isso deixou de ser modo nos anos 40, porque aqui debaixo do do equador, a vida tá banalizada faz 500 anos, portanto, não seja por isso: são dezenas de estados que possuem esquadrões da morte. e matam somente filhinho que foi rejeitado pela mamãe, mas que a galerinha preocupada com a banalização da vida insistiu para que nascesse e agora finge que não tem nada a ver com a história. a GRANDE diferença é que essa juventude morre com o cérebro vivinho da silva em sua plenitude, enquanto no outro caso, seja de aborto espontâneo (cadê o atestado de óbito?me chama pro funeral) ou provocado, não existe nada que possa se comparar a um cérebro formado. e ó, eu antes achava engraçado essa história do mimimi só é favor do aborto quem já nasceu, mas agora já perdeu a graça. mandei um coleguinha seu que veio com esse papo, fazer plebiscito com os fetos pra saber o que eles acham de aborto em caso de estupro, anencefalia, e em todos os casos em que a mãe não quer seguir com a gravidez, respeitando o período de 12 semanas. disse pra ele que quando ele estiver de posse dos resultados, que compartilhe aqui com a gente, sugiro que você entre para essa mesma força tarefa, vamos lá, contamos com vocês...
no mais, faça-me o favor de não delirar que tem o direito de me dizer ou dizer às mulheres o que elas podem ou devem fazer. se ponha no seu lugarzinho...
abracinho.
Quanto rancor, Roxy. Calma, nós nao somos inimigos. Você nao irá muito longe com suas ofensas pessoais.
Você falou tanta bobagem, fez analogias tao absurdas e sem sentido, e foi tao agressiva e ofensiva, que vou te pedir licença para continuar debatendo com a Mirella.
Quando você "aumentar o nível" da sua verborragia, começarei a te levar a sério.
ô "Bismarck"
"se feto sem sistema nervoso formado é tão vida como alguém que já nasceu, por que quando há aborto espontâneo não vejo toda esta comoção? Deveria ser homicídio culposo, né? Com atestado de óbito e tudo. Isto ninguém me respondeu ainda.
Me responde também o porquê de padres não encomendarem a alma de abortos espontâneos. Fico no aguardo."
Eu tenho uma resposta para essa sua pergunta, que você deve considerar insolúvel. Mas, nao vou manifestá-la agora, pois eu também fiz uma pergunta e, até agora, ninguém me respondeu.
Vou aproveitar e redigir mais algumas, e espero ansiosamente que elas encontrem respostas satisfatórias.
1. Se você pudesse ser consultada, nos tempos em que era feto, ou um organismo ainda mais incipiente que um feto, se você seria a favor ou nao de ter a sua vida interrompida arbitrariamente pelos caprichos de uma mulher, impendindo com isso que você crescesse, percebesse a vida, conhecesse a felicidade, a tristeza, o prazer, a dor, desenvolvesse senso crítico e poder reivindicatório para se tornar uma feminista etc, você concordaria com o seu próprio aborto?
2. Já que o feto, ou o organismo ainda mais incipiente que o feto, é parte do corpo da mulher, porque ela nao nasce com ele, como nasce com seus dedos, coraçao, pulmoes, nariz, vasos sanguíneos etc?
3. Já que o feto é parte do corpo da mulher, porque ela precisa, alguns anos depois de ter nascido, após ter desenvolvido a sua capacidade reprodutiva, nos tempos da puberdade, de uma prática sexual, com um homem, para que essa parte do corpo dela passe a existir?
4. Já que o feto é parte do corpo da mulher, porque, em certo tempo de desenvolvimento, ele passa a ter funçoes orgânicas próprias, passa a sentir dor por ele mesmo, calor por ele mesmo, e, após um tempo, o próprio corpo da mulher provoca contraçoes para expulsá-lo de dentro de si mesmo?
mimimi falou o especialista em catolicismo que não sabe responder porque católicos usam contraceptivos quando a igreja proíbe e se mostra tão preocupado com os fetos que tem enorme preguiça de perguntar pra eles se eles querem nascer. eu particularmente acho que deveriam perguntar pras fetas mulheres se elas querem nascer num país latino ou na suécia (daí que se a resposta fosse suécia, as mães - não falo dos pais porque né, eles não tem nada a ver com isso - deveriam se mudar pra lá nos 9 meses de gestação).
muito boa a sua estratégia viu companheiro (só que não). aqui nesse blog mesmo ela já foi denunciada milhares de vezes não tenho razão, não sei argumentar, ui me fizeram uma pergunta difícil apelo pro "mimimi, você não irá muito longe com ofensas pessoais".
e só porque eu sou muito gentil apesar de você testar a minha paciência, te mando um beijo.
sobre mal entendido de referir a você no feminino:
você faz um claro julgamento de valor (positivo) da religião católica (ainda que mentiroso) e um julgamento de valor das outras religiões (negativo) expresso pela palavra "estranha", levando todo mundo aqui a supor que você é católico, para logo afirmar que em nenhum momento disse com todas as letras que é católico.
seguindo esse mesmo raciocínio, como em nenhum momento vc diz "eu sou homem", fiquei confusa com respeito ao seu gênero.
no mais, tenha o cuidado de não afirmar que o argumento de alguém é absurdo, quando o seu argumento se baseia na (preciso encontra outra palavra porque absurdo já não define) hipótese de se poder peguntar aos fetos se eles querem ou não nascer, quando temos mortes concretas de mulheres adultas, com cérebro formado, muitas delas com título de eleitor, muitas delas contribuintes dos impostos.
mais uma vez, um abraço afetuoso.
1. você vai continuar insistindo nisso? pergunta pra alguém que teve morte cerebral se nas próximas férias ela quer passar as férias em bali ou em nova iorque. ué, tem gente que prefere praia paradise e tem gente que prefere metrópole, nao é algo assim tão óbvio, você há de convir. volte uns comentários atrás e veja que uma comentarista já respondeu a essa pergunta e surpresa! ela disse que preferiria ter sido abortada. quanto a mim, eu já acho muito difícil que eu pense da mesma forma que um amontoado de células. e não é porque eu prefiro metrópole e ela pode preferir praia (tem a ver, acho que as células associam a praia com o liquido amniótico), mas porque é um amontoado de células sem cérebro!
2. ei, eu não nasci com um só pelo pubiano, no entanto tenho quase certeza que agora que possuo um montão deles, eles fazem parte do meu corpo, e não do seu.
3. isso é verdade. tão verdade que a mulher precisa do homem pra ficar grávida (e da puberdade), mesmo quando ela não deseja uma relação sexual e é forçada a ter uma, o que algumas pessoas chamam de estupro, digo algumas porque uma galera tem dificuldade em pronunciar essa palavra.
4. você mesmo já respondeu... "porque, EM CERTO TEMPO DE DESENVOLVIMENTO, ele passa a ter funções orgânicas próprias, passa a sentir dor por ele mesmo, calor por ele mesmo, e, após um tempo, o próprio corpo da mulher provoca contraçoes para expulsá-lo de dentro de si mesmo"
a pergunta que você fez anteriormente foi se eu seria favorável ao meu próprio aborto?
Bom, claro que sim. Minha mãe não queria. Minha mãe sofre até hoje com isto. Principalmente por que quem queria ter filhos era meu pai, que disse que na eventual separação ficaria comigo. E não ficou. Fugiu com a amante e deixou dívidas e família para trás. E minha mãe se viu às voltas para criar uma criança que ela não quis, com dívidas que ela não fez. Se eu não tivesse nascido, ela poderia ter se separado sem todo este ônus, sem nunca mais precisar ter contato com meu progenitor, que nunca esteve presente na minha vida, nunca foi parte de nada meu porque não quis. Sabe, eu não acho a minha existência essencial para o planeta e sei que se não tivesse nascido não faria diferença alguma. Seria outra pessoa fazendo meu trabalho, se formando na faculdade, namorando meu namorado. Não que você vá acreditar no que eu falo, mas aí a culpa não é minha e é toda a verdade. E não é por "capricho de mulher" que minha mãe me abortaria. Você fala isto porque nunca vai saber a cobrança que existe em torno da mulher ter "instinto maternal". Você fala isto porque nunca vai sentir seu corpo mudando drasticamente por 9 meses para que você se prepare para sua vida mudar para sempre. Não venha chamar o sentimento da minha mãe de capricho de mulher, porque você nunca será capaz de compreender algo assim.
"Votem, trabalhem, estudem, controlem seus corpos. Mas nao reivindiquem o poder supremo de decidir quem deve ou nao viver. Isso nao lhes pertence."
Como o Sr. mesmo disse, o Estado é laico. Então tenho o total direito de não crer na existência de um ser supremo. Sendo assim, o poder de decidir o que faço com meu corpo é MEU SIM!!!
Para quem não sabe, toda menina já nasce com todos os seus óvulos dentro de seus ovários. A puberdade é quando os mesmos começam a maturar e a mulher se torna apta à reprodução. Todo mês um é expulso e aguarda fecundação, caso essa não ocorra, ele é ELIMINADO pelo corpo assassino da mulher. Desta forma, os óvulos fazem parte de meu corpo, fecundados ou não, faço com eles o que achar que é direito.
Digam aos homens para pararem de matar os espermatozoides, estes sim que só nascem depois da puberdade e pelo raciocínio não fazem parte do corpo masculino, são serem vivos autônomos assassinados!!!
Nunca quis ser mãe e continuo não querendo. Não sou criança, tenho 43 anos de idade. Nunca precisei abortar, mas se engravidasse talvez fizesse.
Conheço 6 mulheres que fizeram e nenhuma delas anda chorando pelos cantos, pois não queriam ser mães naquele momento.
Sou fruto de uma gravidez acidental, minha mãe sempre me amou profundamente e eu à ela, mas sei que se não tivesse nascido a vida dela seria muito mais fácil quando ela se separou e MEU PAI SUMIU.
Esse mimimi de que só é favor do aborto quem nasce, perguntem para um feto se ele quer ser abortado, é argumento mais sem sentido que eu já ouvi. Cortem um dedo e perguntem se ele quer voltar para o corpo. Quando ele responder me digam a resposta.
Bismarck sempre achei q homem q bate punheta devia ser preso, afinal parou p pensar em quanta semente da vida desperdiçada por um capricho......
"ô "Bismarck"
se feto sem sistema nervoso formado é tão vida como alguém que já nasceu, por que quando há aborto espontâneo não vejo toda esta comoção? Deveria ser homicídio culposo, né? Com atestado de óbito e tudo. Isto ninguém me respondeu ainda.
Me responde também o porquê de padres não encomendarem a alma de abortos espontâneos. Fico no aguardo"
As leis que regem a proteçao da vida do feto, ou do organismo mais incipiente que o feto, nao podem ser as mesmas que regem a vida das pessoas já nascidas. Por um motivo bastante óbvio.
Apesar de ser vida também, igual aos já nascidos, a vida uterina possui a peculiaridade de se desenvolver dentro de um outro ser humano, de uma mulher.
Nada no plano jurídico é absoluto, tudo é relativo. Nem todas as ações deliberadas que provoquem a cessação de uma vida uterina são consideradas criminosas, pois, como vocês bem sabem, muito melhor que eu, estupro e risco de vida justificam o aborto.
Da mesma forma, nem todas as condutas irresponsáveis e negligentes que concorram para cessar a existência de uma vida podem ser consideradas culposas. É o caso do aborto involuntário.
Mas, convém lembrar que apenas uma ínfima parte dos abortos espontâneos, ou involuntários, são ocasionados por negligência ou imprudência da mulher. A esmagadora maioria ocorre por motivos hormonais, genéticos etc.
Se esse quadro um dia se inverter, ou seja, se os abortos involuntários por negligência feminina passarem a ser mais numerosos, a jurisprudência pode, a qualquer momento, passar a considerar a negligência feminina como dolosa, sendo, portanto, punível de qualquer forma, com ou sem a intenção deliberada de praticar o ato. Essa medida se justificaria tendo em vista o interesse das milhares de vidas humanas sistematicamente cessadas pela irresponsabilidade e negligência das mulheres.
Em relaçao ao aborto espontâneo nao causar tanta comoçao, é evidente que o motivo é o fato de a mulher, quando esse tipo de aborto nao é ocasionado por motivos naturais e, portanto, exógenos a ingerência humana, nao querer produzir aquele resultado, ou seja, nao querer, deliberadamente, exterminar um processo de desenvolvimento vital humano.
Da mesma forma que um homem que pega um ônibus e avança com ele em direçao a um parque infantil, para esmagar dezenas de crianças, causa muito mais comoçao que um caminhoneiro que, depois de trabalhar por longas horas sem dormir, pega o seu caminhao para fazer mais um frete, dorme no volante, e mata várias crianças também, a mulher que aborta por negligência é menos repudiada do que a que aborta por vontade expressa.
"Me responde também o porquê de padres não encomendarem a alma de abortos espontâneos. Fico no aguardo"
Sugiro que você procure um padre para lhe responder isso.
"Bismarck sempre achei q homem q bate punheta devia ser preso, afinal parou p pensar em quanta semente da vida desperdiçada por um capricho......"
Espermatozóide = célula do corpo
Óvulo = Célula do corpo
Espermatozóide + óvulo = vida
Sem fecundaçao, nao há vida, portanto, façam o que quiserem com os gametas antes da fecundaçao, nao me importo.
Você diz que os homens desperdiçam espermatozóides com a punheta, mas eu preciso te lembrar que uma ejaculaçao dentro de uma mulher, mediante ato sexual, e com expactativas de ocasionar uma gravidez, também há um enorme desperdício de espermatozóides, pois, dentre os zilhoes deles, apenas uns poucos mantém a chance de fecundar o óvulo. A esmagadora maioria deles morre por causa do baixo pH vaginal.
De um jeito ou de outro, sempre se terá um enorme desperdício de espermatozóides.
As perguntas que fiz anteriormente, sobre o feto ser parte do corpo da mae, nao foram satisfatoriamente respondidas. Nao foram porque, como eu sempre soube, uma vida humana que se desenvolve no útero de uma mulher nao é parte de seu corpo. Alimenta-se dela, se abriga e se protege nela. Mas é outra vida, diversa da da mae.
Portanto esse argumento nao se justifica:
"Sendo assim, o poder de decidir o que faço com meu corpo é MEU SIM!!!
Para quem não sabe, toda menina já nasce com todos os seus óvulos dentro de seus ovários. A puberdade é quando os mesmos começam a maturar e a mulher se torna apta à reprodução. Todo mês um é expulso e aguarda fecundação, caso essa não ocorra, ele é ELIMINADO pelo corpo assassino da mulher. Desta forma, os óvulos fazem parte de meu corpo, fecundados ou não, faço com eles o que achar que é direito."
O feto nao é parte do seu corpo. E os seus óvulos nao sao, por eles mesmos, vida humana.
Sobre perguntar a um feto se ele concordaria em ter o seu desenvolvimento vital interrompido por sua mae, é completamente descabida em seus meios, é evidente. Mas nao o é em seus propósitos.
Igualmente, nao pude obter respostas confiáveis, pois elas nao sao possíveis. E quem disser que concordaria com o seu próprio aborto, sinta-se a vontade para saltar da janela, cortar os pulsos, ou atirar na própria cabeça. Afinal de contas, você nao se importa muito com a sua própria vida, nao é mesmo?
A decisão por continuar ou não a gravidez foi da minha mãe. No meu caso, ela planejou e desejou, por isso nasci. Veja bem, ela não desejou o MEU nascimento. Ela desejou um filhx naquele momento. Este “eu” que vos escreve é o resultado de todas as experiências pelas quais passei. Se este mesmo conjunto de células (que sou eu) tivesse passado por outras experiências, provavelmente eu seria outro eu e poderia, por exemplo, estar aqui neste debate defendendo posições contrárias as que defendo hoje.
Se minha mãe tivesse engravidado num momento não propício e tivesse optado pela interrupção do meu desenvolvimento, eu não teria nascido. E isso não teria alterado o mundo. Provavelmente ela teria tido filhos mais tarde e outras pessoas, que não puderam nascer, pois ela já havia tido um filho e não desejou ter mais, estaria aqui debatendo com vocês.
De qualquer forma, toda pessoa é, individualmente, dispensável. Se minha mãe tivesse optado pelo aborto, outra pessoa teria feito as coisas que fiz, se relacionado com as pessoas com as quais me relacionei. Eu não faria falta nenhuma a ninguém, pois só faz falta quem existiu. Se eu não nasci, ninguém sentiria minha falta e eu não sentiria falta de ninguém e nem do mundo. Não haveria nenhuma lamentação, pois não teria havido nenhuma pessoa.
Este “argumento” não faz o menor sentido numa discussão séria sobre o direito à ivg. Nem mesmo em seus propósitos.
Porque é isso que está sendo discutido: o direito à ivg. Ninguém defende que todas as mulheres interrompam a gravidez. Defendemos que aquela mulher ou aquele casal que não pode ou não quer levar adiante uma gravidez que não foi planejada, possa interrompê-la.
Aborto sempre foi e sempre será exceção. Se fôssemos o primeiro país no mundo a discutir isso, poderíamos ter dúvidas do que aconteceria, mas já está mais do que demonstrado que a sociedade não acaba (pelo contrário!) quando é garantido, à mulher, o direito à ivg.
Outro absurdo é falar-se em genocídio. Não devemos banalizar este termo, que significa exterminar DELIBERADAMENTE uma comunidade, um grupo étnico ou religioso, um povo. A decisão pela ivg é estritamente pessoal, não há imposição nem obrigatoriedade. Não existe a menor possibilidade de se referir ao direito à ivg como genocídio. As pessoas que lançam este “argumento” estão sendo propositadamente desonestas.
Outra coisa que parece nunca ficar clara para pessoal que pretende debater este assunto: a luta pelo direito à ivg não exclui a contracepção e o planejamento familiar. Pelo contrário. Todas as pessoas engajadas seriamente nesta luta trabalham muito pelo esclarecimento e autonomia das pessoas em relação à reprodução. Acontece que, em posts e campanhas pela ivg, falamos de ivg. Esclarecemos sobre ivg. Debatemos sobre ivg. Se as pessoas se dispusessem a acompanhar os debates e os trabalhos desses grupos, perceberiam isso facilmente.
Não há reivindicação nenhuma de poder supremo para decidir sobre quem deve viver ou não. Isto é outro absurdo. Há apenas e tão somente a reivindicação pelo direito à ivg no primeiro trimestre da gravidez, período no qual é comum o abortamento espontâneo. E esta decisão é estritamente pessoal e diz respeito apenas à mulher ou ao casal (quando ele existe).
ps. bismarck foi grosseiro e agressivo em várias passagens de seus comentários. ele não está argumentando, apenas julgando e condenando e recorrendo ao mantra "mulheres egoístas e irresponsáveis", como vários outros sobre este assunto. Assim, não tem porque se queixar da agressividade dos outros.
Acontece que toda a celeuma sobre interrupção da gravidez existe, pois consideramos a vida humana especial, diferente de todas as demais formas de vida existentes no planeta. O fato de sermos dotados de pensamento abstrato fez surgir no ser humano esse mito (um tanto ególatra e megalomaníaco) de que somos especiais (inventamos divindades à nossa imagem e semelhança!!).
E mais, valorizamos (e idealizamos) esta vida incipiente, não completamente formada, mas, após o nascimento, somos capazes de distinções entre vidas de forma impressionante. Não hesitamos em desejar matar ou justificar a morte de nossos "inimigos". Fazemos e apoiamos guerras, deixamos milhões de pessoas morrerem de fome (de fome!!) no mundo todos os dias, somos capazes das maiores vilezas em relação a outro ser humano, apesar de defendermos tão apaixonadamente esse ser incompleto, esse ser em formação enquanto ele está no útero materno (e só enquanto ele está no útero materno).
Não consigo entender isso muito bem. Por que somos tão cruéis com pessoas nascidas se, ao mesmo tempo, defendemos de forma tão agressiva um ser em formação de até 12 semanas?
É preciso reconhecer que nem todo nascimento é uma benção. Muita gente nasce, sofre horrores (e, muitas vezes, faz sofrer) e morre. Somente a religião dá sentido a isso, porque sentido mesmo, não há. E sim, os filhos são prolongamentos dos pais (na verdade, prolongamento de todos os ancestrais). E sim, o embrião (e, posteriormente, o feto) é também parte do corpo da mulher. É uma outra vida e, ao mesmo tempo, também é parte do corpo da mulher. Abriga-se nele, alimenta-se através dele, porque só pode se formar através dele (inclusive a ivg não é permitida após a 24ª semana, quando os fetos já são capazes de sobrevivência extra-uterina, mesmo que partos prematuros tão jovens sejam raros).
É impossível pensar no embrião e no feto separadamente do organismo que o contém. Para fazermos isso, teríamos que desumanizar completamente a mulher e reduzi-la, literalmente, apenas ao organismo que contém o embrião/feto. E não é possível que façamos isso.
O vir à luz, o nascer para o mundo marca a existência plena e independente (fisicamente) do novo indivíduo. (e isso independe da precocidade do parto. nasceu, passa a ser sujeito de direitos.) O fato de sermos mamíferos placentários não pode ser usado como motivo para desumanizarmos a mulher.
Então, o organismo que deve ter precedência é sim aquele completamente formado, aquele que já existe, aquele dotado de uma história de vida, de desejos, de sentimentos. Veja que não estou dizendo que o organismo em formação não importa, mas apenas que a precedência deve ser da mulher. Não há porque pensarmos diferente disso.
Por isso, acredito que não faça sentido nenhum usar como argumento “todos que defendem o direito à escolha já nasceram”. É claro!! Apenas quem nasceu e, portanto é um organismo completamente formado (biologicamente falando) e com as faculdades mentais desenvolvidas pode pensar e elaborar ideias abstratas, ter desejos e necessidades e, portanto analisar situações e opinar sobre algo.
Da mesma forma que não é perguntado pro embrião/feto se ele deseja ser abortado, também não é perguntado se ele deseja nascer, ou se desejou ser concebido. A concepção é sempre unilateral: são os pais os protagonistas. Nada é perguntado ao embrião/feto, pois o organismo não existe e será “montado” a partir da concepção. Ele passará a existir efetivamente (existir para o mundo) a partir do nascimento. E será capaz de análises abstratas só um tempo depois, à medida que o sistema nervoso termina seu amadurecimento, o que ocorre apenas depois do nascimento.
Eu acredito ser muito mais adequado interromper o desenvolvimento de um indivíduo do que não ser capaz de dar-lhe a atenção necessária. Se a gravidez não foi planejada e, após analisar-se a situação, a mulher ou o casal conclui que não é o melhor momento para se colocar nova pessoa no mundo, que se interrompa o desenvolvimento. Em outro momento, mais propício, uma outra gravidez pode acontecer.
Não há motivo plausível (a não ser a religião) para se forçar o nascimento de alguém, para obrigar uma pessoa ou um casal a ter um filho contra a sua vontade. E, neste caso, se a pessoa segue os dogmas de sua religião, que não recorra à ivg, que não use métodos contraceptivos. São orientações da religião, que devem ser seguidas por aquele que professa essa fé.
Para todas as demais pessoas, os métodos contraceptivos e a ivg estarão disponíveis.
(Ocorre que muitos religiosos usam métodos contraceptivos e recorrem à ivg. São as contradições do ser humano.)
Não acho que as religiões devam repensar suas orientações sobre ivg. Que continuem condenando e orientando seus fiéis a não recorrerem a ela. Mas, acredito que deveriam repensar sobre os métodos contraceptivos, especialmente em relação à camisinha.
Lembrando: ivg é e sempre será exceção. É assim aqui e é assim nos países em que ela é permitida. É muito mais fácil e simples evitar uma gravidez do que interrompê-la. Homens e mulheres devem sempre se preocupar com isso. Eu defendo o uso, sempre, de dois métodos, sendo um deles de barreira (camisinha masculina ou feminina). A mulher se preocupa muito com isso, mas a pílula, método hormonal que é, sempre pode falhar (esquecimentos, interações medicamentosas e variações hormonais do organismo). Assim, a barreira é um reforço importante e que ainda protege contra dsts. Homens podem e devem preocupar-se, tanto quanto a mulher, com a prevenção de uma gravidez não planejada, em relacionamentos casuais ou não.
Texto fodástico sobre aborto!! O melhor que eu já li. Parabéns Lola. E obrigada. Quando comecei a ler seu blog no início deste ano, eu era totalmente contra a legalização do aborto. Você e suas comentaristas conseguiram me fazer rever minhas opiniões.
Abortamentos sempre aconteceram. Não é uma característica de nossa época nem de nosso país.
Acontece dentro da lei em muitos países de idh altíssimo, sem que as respectivas sociedades tenham degenerado.
Acontece no brasil, sem que seja a causa de nossos problemas sociais e de nossa alta concentração de renda e desigualdade social. Pelo contrário. É, antes, uma consequência.
Quer dizer, interromper o desenvolvimento de um indivíduo não transforma caráter de ninguém, não torna as pessoas melhores ou piores. Como decisão pessoal que é, não interfere no que ocorre na sociedade. Convivemos com muitas mulheres que já abortaram e que são excelentes mães e profissionais.
Dar a possibilidade de interromper-se a formação de um novo indivíduo dentro de regras acordadas pela sociedade não prejudicará ninguém, apenas tratará com mais humanidade e dignidade aquelas pessoas que se viram grávidas sem que tenham condições, no momento, de levarem adiante tal projeto. Apenas proporcionaremos a essas pessoas a oportunidade de terem um filho num momento mais adequado.
Como país majoritariamente católico, que condena inclusive a contracepção, estou certa de que muitas mulheres e casais que optaram pela ivg não o teriam feito se as condições de vida fossem melhores. Se o suporte para a criação dos filhos fosse melhor. No brasil, a decisão pela ivg é sempre difícil, já que ilegal. As humilhações serão muitas, inclusive por que até mesmo gestantes, especialmente pobres (mas não só) são maltratadas e mal atendidas nos serviços de saúde (públicos ou privados). “Valorizamos” tanto o embrião/feto, que tratamos muito mal as mulheres que darão à luz esses fetos, mulheres que estão em trabalho de parto desses fetos tão defendidos, idealizados e valorizados.
“Valorizamos” tanto o embrião/feto que reclamamos do oferecimento de creches públicas, preterimos mulheres no mercado de trabalho pela capacidade de engravidar (liberais justificam menores salários com esse argumento), demitimos mães que voltam da licença maternidade (já que não podemos fazê-lo antes), demitimos grávidas sempre que encontramos uma brecha, recusamos ou dificultamos as saídas de mães e pais do trabalho para participarem de reuniões escolares ou levarem o filho ao médico, não oferecemos creches nas empresas, não valorizamos as profissões relacionadas aos cuidados das crianças, não chamamos crianças abandonadas e em situação de rua de vítimas, mas sim de delinquentes, trombadinhas, marginais, bandidos.
E esse argumento de valorização e idealização do embrião/feto pode levar à condenação de ivg em qualquer situação, obrigando mulheres a gestarem frutos de estupro ou fetos inviáveis, p. ex., já que são todos vidas humanas. E acredito ser inconcebível pra todos aqui, que uma mulher seja obrigada a isso contra sua vontade (da mesma forma, ela não é obrigada à ivg).
Estamos falando aqui de um feto até 12 semanas, no início ainda de sua formação, muito longe ainda de ser uma pessoa de fato, pois ainda incompleta. Estamos falando de um período no qual ocorrem abortamentos espontâneos, quer dizer, estamos alinhados com processos naturais. Estamos falando aqui de interromper uma gravidez que a mulher ou o casal não quer/não deseja.
Não é genocídio, não é assassinato, não é infanticídio, não é obrigatório. Não há ainda um ser humano completamente formado, não houve nascimento.
Como já foi dito outras vezes, a maior parte das gestações não são planejadas, o que não significa que não sejam desejadas. Mulheres continuarão tendo filhos e criando-os sozinhas, casais continuarão tendo filhos... a vida seguirá como segue hoje, com todos os arranjos possíveis sobre maternidade/paternidade. Só que com a possibilidade da ivg. Com a possibilidade de estatísticas, de campanhas de esclarecimento, programas de orientação. Enquanto o aborto estiver no submundo, absurdos acontecerão sem nenhum controle, sem nenhuma possibilidade de ação e de mudança.
"Igualmente, nao pude obter respostas confiáveis, pois elas nao sao possíveis. E quem disser que concordaria com o seu próprio aborto, sinta-se a vontade para saltar da janela, cortar os pulsos, ou atirar na própria cabeça. Afinal de contas, você nao se importa muito com a sua própria vida, nao é mesmo?"
AHHH então é isso, mais um provida somente no útero. Depois de nascido, que se dane. Entendi.
"Sobre perguntar a um feto se ele concordaria em ter o seu desenvolvimento vital interrompido por sua mae, é completamente descabida em seus meios, é evidente. Mas nao o é em seus propósitos."
Quais seriam esses propósitos? Colocar peso na consciência dessas matadoras de pobres alminhas indefesa? Sinto muito muito, não funciona.
Como o Sr. mesmo disse, o Estado é laico, posso não acreditar em ser supremo, alma, castigo divino... E mesmo que acreditasse, seria meu direito escolher me resolver com tal supremo quando fosse o momento, não preciso de gente tentando salvar a MINHA alma inexistente.
Cora,
eu quero te dar um abraço []
adorei tudo que escreveu.
e Bismarck, se "As leis que regem a proteção da vida do feto, ou do organismo mais incipiente que o feto, não podem ser as mesmas que regem a vida das pessoas já nascidas." aborto não pode ser homicídio. sugiro que você gaste sua energia em prol das crianças que já nasceram e estão passando fome agorinha. bêj.
monte de gente perguntando aí:
"Se você fosse o feto a ser abortado ia ser a favor?"
Ignorando o absurdo da pergunta, essa atitude mostra q essas pessoas valorizam por demais a própria vida. "Ah, eu é que não ia querer ser abortado".
Vou responder de uma vez por todas;
Eu queria ser abortada. Se a minha mãe tivesse dúvida sobre a vontade dela de ter um filho, eu gostaria que ela tivesse me abortado. Se ela não estivesse em condições de passar por 9 meses de espera, com mudanças importantes no organismo dela, eu gostaria que ela tivesse me abortado. Se ela achasse que ia ser difícil criar esse filho, por motivos emocionais, profissionais, financeiros, eu também gostaria que ela tivesse me abortado. E, acima de tudo, se ela (a mulher que eu mais amo nesse mundo), tivesse essa necessidade de me abortar, eu gostaria muito que ela o fizesse nas melhores condições possíveis, com acolhimento e compreensão de médicos, familiares, amigos. É que eu amo a minha mãe e não gostaria que ela tivesse passado por momentos difíceis.
A minha vida só passou a me pertencer lá pelos 10 anos. Antes disso eu precisava dessa mulher que escolheu me ter para praticamente tudo. Ainda hoje, quase aos 50 anos, eu ainda dependo dela para um monte de coisas. E ela ainda sente-se responsável por mim. Então, que bom que ela realmente quis que eu nascesse, porque estar ligado assim à uma vida humana sem ter vontade, deve ser o maior sofrimento do mundo.
nossa cora
que alívio. ufa!
o debate é assim mesmo, creio que muitas de nós nos unimos pra argumentar da forma mais educada possível com os pró-vida. seja aqui nesse mesmo post, seja em outros contextos, mas chega uma hora em que se perde a paciência, diante dos absurdos, do ultraje que a gente tem que escutar como se fosse apenas uma opinião divergente. é muito complicado quando alguém não leva esse debate à sério, simplesmente porque ele ou seu coletivo não são os maiores afetados, daí que é bastante simples se colocar como juiz (e já disse o deleuze inspirado pelo bob dylan, antes ser um varredor que um juiz porque hoje a historia do pensamento se confunde com a historia de um tribunal). quanto ao ridículo de se reduzir a questão a "nos meios é impossível, mas o propósito pode nos levar a considerar a suposta opinião do feto" eu fiquei imensamente feliz com as respostas das mulheres aqui. que pra mim não é nenhuma surpresa, é só o óbvio ululante que nós filhas (e imagino que muitos filhos também) não gostaríamos de ser responsáveis por provocar dor ou sofrimento às nossas amadas e guerreiras mamães.
pois é mirella, o bismarck se contradiz o tempo todo. num momento ele que se esforçou tanto pra dizer que o feto é um ser completamente separado da mãe,mas foi obrigado a admitir que SÓ A PARTIR DE CERTO PONTO DE DESENVOLVIMENTO que é capaz de sentir dor, calor, etc., porque ele sabe muito bem que se afirmasse o contrário, teria sua opinião invalidada pois teria sido taxado de louco. depois observa que uma vida humana de um cidadão nascido não é regida pelas mesmas regras ou leis que o feto ou embrião, de forma que deveria ser obvio que genocídio é um conceito bastante equivocado quando aplicado ao aborto. mas pra ele, felizmente só pra ele aqui e não pra mais gente, isso nao era bastante obvio desde o princípio.
Cora, li todo o seu texto, de cabo a rabo. Depois que notei muitas informações bem fundamentadas e a sua boa eloqüência, reli uma vez mais. Bem, vamos lá.
Você diz que a sua vida não é indispensável para o mundo, e talvez não seja mesmo. A minha, concerteza não é. Você diz que o seu "eu" só pôde se desenvolver, perceber o mundo, formar opiniões, adquirir consciência etc, depois de ter nascido e se desenvolvido. Também não vou me opor a essa sua afirmação. E, disse também, que caso um organismo vital humano uterino incipiente seja arbitrariamente exterminado, não haverá sofrimento por parte deste organismo e muito menos das pessoas que vivem aqui fora. Também concordo.
O seu erro, no meu ponto de vista bastante crasso, consiste em "uniformizar" todas as vidas humanas. Você parece achar que, caso um organismo vital humano incipiente, derivado geneticamente de pais quaisquer, seja exterminado em sua tenra formação, futuramente, um outro organismo, fruto de um novo engajamento desses mesmos pais no sentido de promover uma nova gravidez, poderá ocupar o "espaço" deixado pelo anterior, ou mesmo poderá ser o que o anterior não pôde. Vamos discordar bastante aqui.
Se um organismo incipiente humano uterino for exterminado, aquele conjunto genético que ele carregava, que faria dele um homem ou uma mulher com essas ou com aquelas características físicas, e até com certas características de personalidade, jamais existirá novamente. Aquela era a sua única chance, e foi-lhe tolhida.
Por mais que os pais dele promovam uma nova gravidez, submetam esse outro filho aos mesmos tratamentos, aos mesmos cuidados, a um mesmo ambiente familiar, a uma mesma formação etc, esse novo filho será um indivíduo diverso daquele primeiro exterminado. Como eu disse, ele tinha apenas aquela chance. Outro indivíduo como ele jamais existirá. Ele seria único. Sim, ele seria dispensável para a sociedade, teria os inúmeros desejos que a sociedade têm, seria mais um consumidor, faria sexo, ouviria música, acessaria a internet etc etc etc, faria tudo o que todos fazem e, provavelmente, nao seria uma vida muito "ilustre"
para a humanidade, mas, ainda assim, seria único. Igual a ele nunca existiu, nao existe, e jamais existirá.
Esse argumento de que uma vida humana uterina incipiente, quando exterminada, nao necessariamente ocasionaria uma "perda" para a sociedade, nao é de todo aceitável.
Se o embrião que formou, sei lá, O Gandhi, tivesse sido abortado, mesmo que os pais dele tivessem outros 500 filhos, e submetessem eles aos mesmos tratamentos e formação que o embrião "Gandhi" teria sido submetido, nenhum deles, com absoluta certeza, teria sido igual ao Gandhi(nada contra ou a favor do Gandhi, por favor. Só um exemplo aleatório).
Da mesma forma, se o embrião do Hitler tivesse sido exterminado por Klara e por Alois, mesmo que eles tivessem centenas de outros filhos depois, mesmo que os submetessem aos mesmos tratamentos, cuidados, formação, ambiente familiar, disciplina etc que teriam submetido o feto Hitler, nenhum deles teria se tornado o ditador austríaco.
O problema não consiste em, com o extermínio das vidas uterinas, incipientes ou não, aludir a ausência de sofrimento por parte do feto incipiente. Sim, você está correta quando afirma que um feto incipiente não poderia jamais lamentar o seu próprio aborto. Ele ainda não tem grandes percepções da vida, ainda não sentiu grandes prazeres, ainda não amou, ainda não cultivou amizades, ainda não teve a oportunidade de estudar, se formar, trabalhar, etc. Mas, não se trata do que ele “fez” ou sente, trata-se do que ele poderá sentir, poderá fazer, poderá viver, poderá desenvolver, poderá cultivar, poderá sofrer, poderá amar, enfim, trata-se de não tolher daquela criatura única, que jamais terá a oportunidade de viver novamente, e que jamais terá um outro igual a ele no mundo, o direito a existência.
Você diz que não defende uma prática generalizada do aborto. Fala que apenas um reduzido número de mulheres o praticará etc. Mas sugiro que você leve em consideração que a humanidade não vai se extinguir daqui a 10 anos. Considere que, mesmo que apenas uma ínfima parcela das mulheres em idade reprodutiva e sexualmente ativas recorram ao extermínio voluntário e arbitrário das vidas uterinas, ainda assim, no longo prazo, em dados absolutos, teríamos uma prática intensa desses extermínios.
Se levarmos em consideração a realidade existente em países como, por exemplo, o Brasil, no qual deficiências na conscientização do uso de anticoncepcionais; uma extensão bem mais limitada, da sua população, aos métodos mais caros e sofisticados de prevenção da gravidez, em relação a países mais ricos e desenvolvidos; e uma população de mais de 150 milhões de pessoas, muitas delas pobres, com histórico de desagregação familiar, convivendo com muita violência, drogas etc, carentes em instrução, em educação de qualidade, e em conscientização social, o aborto seria uma prática muito intensa. Não pense que o que ocorre na Noruega, país que não possui um décimo da população do Brasil, e no qual o índice de desenvolvimento humano alcança patamares surpreendentes, e no qual as meninas e jovens raramente engravidam na adolescência, não por causa do aborto, mas sim pelo uso de anticoncepcionais e por uma conscientização de ter filhos apenas depois dos 30, formada, doutorada e financeiramente independente, ocorreria no Brasil.
Sobre a prática do extermínio de vidas uterinas poder ser ou não classificada como genocídio, o seu argumento me convenceu que não. Portanto, a partir de hoje, não vou mais rotular nenhuma defensora do aborto de genocida.
Eu não poderei acusá-la de defender o genocídio, mas, poderei acusá-la de ser indiferente à vida humana. Poderei acusá-la de ser extremamente egoísta neste particular, pois, apensar de você dizer que a minha pergunta sobre a concordância do feto de autorizar que ele mesmo fosse exterminado é absurda em seus propósitos, ela só me prova algo que eu sempre soube: vocês imputam para outras vidas humanas uma situação que não imputariam a si mesmas. Vocês não titubeiam em exterminar uma vida humana uterina, enquanto mantêm as suas próprias vidas intactas. O princípio básico da ética assevera: “não desejes para outrem aquilo que não gostarias que fosse feito com você mesmo “.
Você diz que “Não há reivindicação nenhuma de poder supremo para decidir sobre quem deve viver ou não”, mas, na prática, é exatamente isso que seria concedido as mulheres. Posso até vislumbrar como muitas mulheres agiriam, se aproveitando das prerrogativas desse poder para decidir quem vive e quem não vive:
“Não há problema algum se eu engravidar do Joycleisson, o encanador fortao e com pegada que vem aqui em casa consertar o meu banheiro. Ele é pobre, ignorante, definitivamente não serve para ser o pai dos meus filhos. Mas, vou trepar com ele a vontade e sem camisinha, e, se por um acaso eu engravidar, simplesmente uso o meu poder de Deusa suprema para determinar que aquela vida, aquele indivíduo único, aquele organismo insólito, não vai viver. Ele já começou o seu processo de desenvolvimento vital. Mas eu vou interrompê-lo. Vou cessá-lo. Eu não quero que ele viva, pois não quero ser mãe do filho do Joycleisson”.
“Ahh, mas eu também posso transar a vontade com o Rodrigo, filho de um mega empresário, herdeiro de uma fortuna, lindo, estudou nos EUA. Vou trepar loucamente com ele, caso eu engravide, como se trata do filho do Rodrigo, eu vou utilizar o meu poder de Deusa suprema para permitir que esse organismo viva. Ele deve viver porque eu quero que viva. Ele teve o seu processo de desenvolvimento vital iniciado e eu não vou interrompê-lo, pois não é do meu interesse fazê-lo. A vida humana que criei com o Rodrigo, essa sim tem o direito de viver. E tenho dito.”
É isso que vocês defendem. Claro, uma enxurrada de argumentos em favor do bom-senso, da racionalidade, das boas intenções das mulheres deverão ser ditos por vocês. Mas, devo lembrá-las que apenas uma parte dos seres humanos possuem bom-senso, boas intenções, moderação, racionalidade, senso de justiça, espírito conciliador etc.
O que vocês desejam é uma “aristocracia seletiva” na concessão do direito a vida. É muito bonitinho o argumento que você utilizam, de que a decisão seria tomada por consenso do casal. Faz-me rir. Até parece que, caso a mulher decida exterminar o feto, ela vai dar muita importância ao que o homem vá achar ou dizer. Claro, se ela estiver utilizando a gravidez para tentar segurar o cara, como zilhoes sempre fizeram e continuam fazendo, aí sim ela pode considerar o fato de pensar no que ele acha, se ele quer etc. Mas, se o filho for de um namorado não muito amado, não muito respeitado, e sobre quem a mulher não nutre muitas expectativas de relacionamento a longo prazo, ela vai estar pouco se fudendo pro que ele acha ou deixa de achar, não vai querer saber se o sujeito já se encantou com a idéia de ser pai ou coisa parecida, ela, unilateralmente e arbitrariamente, utilizaria o seu poder supremo de decidir se aquela vida que ela carrega iria ou não continuar existindo.
“ ps. bismarck foi grosseiro e agressivo em várias passagens de seus comentários. ele não está argumentando, apenas julgando e condenando e recorrendo ao mantra "mulheres egoístas e irresponsáveis", como vários outros sobre este assunto. Assim, não tem porque se queixar da agressividade dos outros.”
Aqui você se equivocou bastante. Não me recordo de ter sido grosseiro ou agressivo nos meus comentários. Posso ter sido irresponsável quando associei as feministas a um tipo específico de genocidas. Mas, você me mostrou que eu estava equivocado(ninguém é infalível), e eu me retratei.
Nem eu e nem você podemos ser agressivos um com o outro. Pois, se agirmos assim, não poderemos estabelecer um canal de comunicação salutar.
Sobre eu ter aludido acerca da irresponsabilidade da mulher, você teria sido mais honesta se não apresentasse as minhas palavras descontextualizadas. Eu estava respondendo a uma pergunta que uma outra pessoa, a Mirella, tinha feito sobre culpa(jurídica) em casos de aborto involuntário. Favor reler o comentário.
“Acontece que toda a celeuma sobre interrupção da gravidez existe, pois consideramos a vida humana especial, diferente de todas as demais formas de vida existentes no planeta. O fato de sermos dotados de pensamento abstrato fez surgir no ser humano esse mito (um tanto ególatra e megalomaníaco) de que somos especiais (inventamos divindades à nossa imagem e semelhança!!).
E mais, valorizamos (e idealizamos) esta vida incipiente, não completamente formada, mas, após o nascimento, somos capazes de distinções entre vidas de forma impressionante. Não hesitamos em desejar matar ou justificar a morte de nossos "inimigos". Fazemos e apoiamos guerras, deixamos milhões de pessoas morrerem de fome (de fome!!) no mundo todos os dias, somos capazes das maiores vilezas em relação a outro ser humano, apesar de defendermos tão apaixonadamente esse ser incompleto, esse ser em formação enquanto ele está no útero materno (e só enquanto ele está no útero materno).”
Fale por si mesma.
Se você deseja matar os seus inimigos, ótimo, eu também desejo exterminar os meus. Como desejaria saltar em cima de uma gostosona que eu avisto em via pública. Mas, apesar de desejar, eu não mato os meus inimigos e não estupro a gostosona. Existe uma diferença oceânica entre querer e fazer. Entre desejar o resultado, e concorrer para o seu desencadeamento.
Se você faz e apóia guerras, eu nunca fiz e jamais apoiei uma. Pelo menos não esse tipo de guerra a qual você se refere.
Mas, existem guerras e guerras. Eu não apoiaria uma intervenção militar brasileira na Bolívia, com o intuito criminoso de explorar as riquezas petrolíferas daquele povo miserável. Mas, eu seria o primeiro a apoiar, e a lutar, diferente de vocês, que ficariam em casa chorando e rezando(esqueci que vocês são atéias. Só chorando mesmo.), uma guerra defensiva, na qual o meu país fosse injustamente atacado por um povo estrangeiro com o único propósito de explorar a Amazônia ou os recursos do pré-sal. Portanto, nem todos os que fazem guerras são indiferentes com a vida humana. As guerras defensivas são um exemplo.
O seu argumento sobre o fato de permitirmos que “milhões de pessoas morrerem de fome (de fome!!) no mundo todos os dias”, é ridículo(assim como eu não sou infalível, você também não é). Eu nunca matei ninguém de fome, não fale asneiras. Eu não tenho nenhuma obrigação de alimentar seres humanos que passam fome. A caridade é uma opção, vocês, como atéias, deviam saber disso. Eu trabalho para comer, pago cargas altíssimas de impostos e não prejudico outros seres humanos. É só isso que a sociedade e o Estado podem exigir de mim. Ninguém pode me obrigar a alimentar seres humanos famintos, pois eu não fui o responsável pela miséria deles. Aqueles que concorreram para desencadear a miséria dos famintos, que sejam punidos por isso.
Uma analogia ridícula e sem sentido. Pois, diferentemente do extermínio deliberado das vidas uterinas, eu não sou diretamente culpado pela fome no mundo, não sou diretamente culpado pela morte de milhões em guerras cujas quais não apoiei ou lutei, e muito menos matei os meus inimigos. Mas quem pratica o extermínio deliberado de uma vida uterina concorre diretamente para a produção daquele resultado, é culpada diretamente pela extinção daquela vida única, invulgar e insólita.
Seu estoque de asneiras, nessa parte do seu texto, foi vasto:
“Não consigo entender isso muito bem. Por que somos tão cruéis com pessoas nascidas se, ao mesmo tempo, defendemos de forma tão agressiva um ser em formação de até 12 semanas?”
Novamente, fale por você. Se você é “tão cruel” com pessoas nascidas, então julgo que deveria estar na cadeia. Eu não sou cruel com ninguém, vivo a minha vida e não provoco a morte ou a miséria alheia.
“É preciso reconhecer que nem todo nascimento é uma benção. Muita gente nasce, sofre horrores (e, muitas vezes, faz sofrer) e morre. Somente a religião dá sentido a isso, porque sentido mesmo, não há.”
Para você, qualquer nascimento além do seu não é uma benção. Muito compreensível. E previsível.
Você segue insistindo que o feto é parte da mulher, mas essa é uma questão que eu me dou o direito de me fechar completamente em minhas convicções. Não vou mais me prolongar neste assunto, pois a minha opinião já está formada e não há nada que você possa fazer para me convencer que o feto é só um dedo do pé que “se perdeu” durante o processo de formação da mulher. Continuemos debatendo, mas não apresente esse argumento, pois serei intransigente em rejeitá-lo, de tal forma que não será possível nos estendermos sobre ele.
O Bismark, tu não viu o meu comentário não? Eu to dizendo com todas as letras e várias vezes que eu preferiria ser abortada a fazer minha mãe suportar um filho não desejado.
Nossa, Bismarck, você é bem humilde, né?
Com tanta acusação que você faz contra as pessoas, tá bom, hein?
Agora, se tanto lhe preocupa estas vidas que são ceifadas no ventre da mamãe e bibibi, acusando-nos de não nos matar (?), por que você não aproveita todo este amor pelas criancinhas e adota algumas?
Vai trabalhar num orfanato e gastar seu tempo fazendo algo de útil em vez de gastar tempo acusando e batendo o pé porque a gente não se mata.
O que tem de burocracia para adoção e criança crescendo na rua, comendo lixo (quando muito) e viciada em drogas mostra o que sempre suspeitei: você, Bismarck, e os pró-vida não se importam com a vida que de fato aconteceu, apenas em regular o que ocorre dentro do útero. Você gasta tanto dedo digitando para condenar a descriminalização do aborto e nem por um momento reconheceu a dificuldade das crianças que nascem, viram pessoas e tem uma vida sem amor, sem família nem dignidade. Sabe, estas crianças não são possibilidades de vida. Elas já existem. E já estão agora, neste momento, nas ruas ou em orfanatos.
E adoraria saber de onde vem esta certeza que um aborto de Hitler impossibilitaria o surgimento do mesmo numa próxima gravidez. Pô, então tinham mais é que ter abortado, né?
Quase me convenceu, só que não.
When is it too late to have an abortion?
Generally speaking, an abortion is legal in the United States through the second trimester, or 24 weeks LMP. However, each state has its own regulations for when, where, and under what circumstances an abortion can be performed in the second and third trimester. In some situations, usually involving severe fetal defects or abnormalities, third trimester abortions may be performed, but these are extremely rare.
It is advised that the patient have an abortion as soon as possible, because the procedure becomes more complicated as the pregnancy continues and the cost of the abortion usually increases with each week of the pregnancy.
http://abortionusa.com/common.aspx#2
A maioria dos comentários aqui ainda defende a ideia do aborto nas primeiras semanas, ou quando existe de fato dor,
ou nas questões do "é ou não é" ainda um ser humano entre outras coisas.
Bem, como visto acima este texto em inglês retirado de um site dos Estados Unidos que indica clinicas legais de aborto, lá isso não é mais um problema. Na verdade, por este texto pouco importa se é ou não um ser humano, sente dor ou não ou em que mês da gestação encontra-se o bebê. E sim apenas o custo da operação se irá ficar ou não maior ou menor tal custo. Exatamente como os principais bancos que cobram juros diários estas clinicas também sobem o preço a cada semana. (the cost of the abortion usually increases with each week of the pregnancy). Pelo visto ainda não resolve o problema das pessoas pobres, pois no EUA ou paga ou não faz. Por lá o sistema de saúde pública é lastimável.
Com certeza após a aprovação do aborto no Brasil nas "primeiras semanas", outras mulheres ainda continuarão procurando clinicas de abortos após estes períodos. E com certeza são estas pobres mulheres que hoje mais perdem a vida, pois o risco é muito maior depois que o bebê está maior.
Então o próximo passo, e que estaremos discutindo aqui em um futuro próximo, nem será mais do "é ou não é humano" e sim a liberação do aborto após as 24 semanas ou 6 meses. (Lembrando que dezenas de prematuros nascem com 7 meses)
E o pior de tudo é que sempre poderá ser por qualquer motivo.
Digamos que um casal de 7 meses de gravidez entra em uma grande crise financeira, perdendo emprego, imóveis etc. Faltando apenas dois meses para o bebê nascer eles decidem pela morte do bebê no útero da mãe. Bem isto é legal em vários Estados no EUA. Acho que ninguém aqui teria a audácia de dizer que um nascituro de 7 meses ou 8 meses não é um ser humano, seja qual for sua ideologia, filosofia ou conhecimento cientifico. Ou teria?
E nisto vemos a LEGALIZAÇÃO DA MORTE de um ser humano, TOTALMENTE LEGAL.
Isto mostra bem a perversidade de uma sociedade hedonista que rejeita e elimina cruelmente aqueles que são diferentes ou considera inferiores, reduzindo-os a sub-humano, rejeitando tratados de embriologia, que a vida é um continuum que vai do zigoto (célula-ovo) ao velho, sem solução de continuidade. Claro que existem vozes discordantes disso.
Pois bem, existe um holocausto silencioso acontecendo.
Hoje muitos médicos que "aconselham" pais e mães confusos e desorientados a abortar entidades que não podem levantar a voz contra seu assassinato, pois são portadores de Síndrome de Down. Os seus próprios filhos.
Existe atualmente testes de pré-natal que como resultado é se a criança tem Síndrome de Down ou não. (Este teste é caro como tudo hoje no capitalismo e não é todas as famílias que tem acesso). E o que vem acontecendo depois que descobre que a criança tem Síndrome de Down? É abortada.
Friamente e cruelmente. Caso o aborto seja legalizado a mãe poderá alegar que não tem condições e abortar também o bebê, ou até dizer ao médico que não quer um filho com Síndrome de Down.
Pois bem este é um caso que vem aumentando o número de casos de abortos ilegais no Brasil.
E qual é o motivo real ou ideal dos pais matarem um bebê em um dos lugares que deveriam ser os mais seguros do mundo. O útero de uma mãe mulher?
Qual o motivo para matar um bebê? Quando vale a pena matar um bebê no útero?
Segundo amostras nos países que o aborto é autorizado segue lista:
74% Having a baby would dramatically change my life
(Poderá mudar a vida de um homem e uma mulher por nove meses. Concordo. Depois disso existe um projeto muito interessante com o nome Projeto Mãe Legal em recife já é bem aceito. http://www.cnj.jus.br/noticias/materias-especiais/15567:projeto-mae-legal-evita-abandono-de-recem-nascidos-em-pernambuco )
73% Can’t afford a baby now
O bebê não é um produto e não pode ser tratado como tal. Não podemos colocar nossas apontar econômicas para eliminar uma vida. O correto é lutar por mais direitos desta vida
48% Don’t want to be a single mother or having relationship problems
Pensamento machista e patriarcal. Solução? mate o bebê? O pensamento retrogrado deveria ser combatido ao qual desmerece grávidas solteiras. Abortar nesta taxa alta, 48%, é esconder o problema embaixo do tapete e continuar a promover o machismo e envergonhar futuras mães solteiras. Deveria ser criado um programa de apoio aos noves meses de gestação e até o melhoramento no sistema de adoção
38% Have completed my childbearing
os mesmos dizeres de cima
32% Not ready for a(nother) child
Por que uma familia não estaria pronta para outro fillho? Problemas econômicos novamente? problemas sentimentais ou emocionais? Será que estes dois fatos são suficientes para abortar uma vida?
25% Don’t want people to know I had sex or got pregnant
grande absurdo, temos que lutar pelos direitos das mulheres e não isso ser uma causa da morte de bebês inocentes, igual o motivo de cima, este pensamento é culpa do patriacardo que deve ser combatido, mas mata-se o bebê e o pensamento de "eu fiz sexo e sou suja" permanece.
22% Don’t feel mature enough to raise a(nother) child
Até onde vai a maturidade de uma pessoa? Mais uma vez a sociedade e o Estado deveriam proteger os pais os nove meses até a adoção.
14% Husband or partner wants me to have an abortion
Por que ele não quer? não tem dinheiro (tudo hoje é sobre dinheiro), espaço físico, ou é simplesmente egoísta e não quer ver a mulher feia (sim tem homens que acham uma mulher gravida feia), e quer continuar usando-a somente para sexo, sem responsabilidades? Vejos mais machismo nesta frase de 14%
13% Possible problems affecting the health of the fetus
finalmente entramos na área de saúde
12% Concerns about my health
12%? Pelo que dizem parece ser bem mais não?
6% Parents want me to have an abortion
Eu ainda queria saber aonde e quando surgiu o pensamento que um bebê causa tantos problemas. E mesmo que for um grande incomodo por nove meses depois disso a mulher e o homem tem uma vida normal.
1% Was a victim of rape
Aqui é um ponto que muitos concordam. Eu não, mas não irei falar sobre isso agora.
less than 0.5% Became pregnant as a result of incest
O mesmo de cima
http://www.guttmacher.org/pubs/journals/3711005.pdf
Dá para perceber que os motivos do aborto, grande maioria são motivos pessoais, econômicos e decorrentes de alguns pensamentos machistas.
Quando elevar-se uma mulher grávida para um patamar mais digno muitas não terão vergonha desta situação.
A ignorância absoluta existe mas é tão pequena que é irrelevante para ser aplicada em uma sociedade neste caso. Independente da classe social, sempre somos conscientes que se temos uma vida sexual ativa, mesmo com usos de anticoncepcionais teremos o "risco" de engravidar. E sermos preparados psicologicamente para isso e tomar a decisão correta.
Não estou lembrando agora, mas acredito que foi Nietzsche (fique claro que não sou fã de seus livros) que disse que se não fosse nossas necessidades fisiológicas pensaríamos a todo momento que somos deuses. Seguindo esta linha de pensamento e sendo deuses poderíamos fazer o que quiséssemos, até matar nossos bebês não desejados.
Eu adoro bisteca, carne de porco, toucinho, refrigerantes, churrascos, etc e não gosto de fazer atividades físicas, nem ao menos caminhar.
Mas sei que se continuar nesta vida sem controle aos 50 anos ou um antes estarei obeso e poderei ter um infarto.
Resumindo, somos racionais até certo ponto? Sim ou não? Quando estupradores usam a vergonhosa frase que não conseguiram resistir a seus impulsos animais(sic) são corretamente condenados. Quando homens e mulheres engravidam e querem abortar e usam a mesma frase o que pensamos?
"É.... foi impulso trágico que constitui nossa vida e não podemos resistir. Quero ter sexo, a sociedade fala que sexo é bom é vida, quero muito sexo mas não quero risco nenhum de ter um bebê." Bem até para isso existem métodos.
Como se a grande maioria das pessoas fossem ingênuas e em todo momento, no ato sexual, não soubessem dos riscos e de possíveis gravidez. E isto não é algo em torno de classes sociais.
A vida não é justa. Eu sinto fome, sede. Um dia morrerei.
Seria bom que não fosse assim.
Faz parte da vida este desejo por sexo, e em muitos casos engravidamos. E muitas novas vidas chegam.
Um filho não é nosso, não o criamos para nós, o criamos para o mundo, ele é um ser único.
E muitas vezes nem precisamos de fato o criar, apenas gerar.
Ainda bem que é assim.
Todos sabem disso.
Mas sempre queremos uma desculpa para abortar.
fábio, mil desculpas, mas não tenho a menor vontade de ler e menos ainda de comentar o que você escreveu, é tanto equívoco que eu só tenho vontade de comentar isso aqui:
"Pois bem, existe um holocausto silencioso acontecendo."
fiquei imaginando isso saindo da boca do cid moreira com aquela voz impostada que ele tinha ao falar "Mister M." HAHAHA, não consigo parar de rir. ou de chorar, porque assim, uma defesa do ser humano tão apaixonada dessa se converte em indiferença em MILÉSIMOS de segundos, quando você encontra um mendigo na rua né?
daí faz que nem o bismarck, acusa as mulheres, esses seres irracionais, de serem indiferentes à vida ao mesmo tempo em que afirma com o maior orgulho (e cara de pau) que tá cagando e andando pra quem passa fome. é uma AULA de coerência! "Eu não tenho nenhuma obrigação de alimentar seres humanos que passam fome". e eu não tenho nenhuma obrigação de parir ninguém pra manter intacta a sua lógica completamente distorcida e torpe.
Mirella,
Sinta-se abraçada. Não tenho comentado muito, mas procuro acompanhar os debates e seus comentários são ótimos. Adorei os do post passado.
Roxy Carmichael,
Nem sei por que tô com tanta paciência com ele, acho que é por conta da semana, que tá bacana pra caramba. Eu tento falar de forma mais educada sobre esses temas mais polêmicos (especialmente ivg), por conta das pessoas que frequentam, mas não costumam comentar. Acredito que ajude a esclarecer, oferecer outro ponto de vista. Mas a impertinência faz parte e é igualmente necessária.
Concordo com você. É o fim a falta de empatia e a não percepção do problema.
bismarck,
antes de mais nada, acho importante frisar que não pretendo te convencer de coisa alguma. Muito menos de que o feto “é só um dedo do pé”, absurdo completo que não faz o menor sentido. Eu jamais diria uma estultice dessas. Nem mesmo para ser absurda. Estou debatendo este tema, apenas. Estou expondo meu ponto de vista de forma educada, sem ataques ou grosserias. Gostaria que você, pelo menos, tentasse fazer o mesmo.
Aliás, dos meus comentários, o único que estava mais diretamente relacionado a você era o primeiro, sobre “se minha mãe tivesse me abortado”. De resto, comentei argumentos recorrentes em debates sobre ivg, e pretendi uma resposta mais geral e por isso sequer enderecei meus comentário a você. A única menção direta à sua pessoa foi em um post scriptum em que disse que você está sendo grosseiro e agressivo. E você confirmou isso.
Você me agrediu e atacou pessoalmente de muitas formas em suas respostas, e estou certa de que não agredi você nenhuma vez. Comentei argumentos. Não disse absolutamente nada sobre sua pessoa. Já você usou e abusou do ad hominem.
Ex.:
“Para você, qualquer nascimento além do seu não é uma benção. Muito compreensível. E previsível.” Dispenso sua ironia. Ela foi desnecessária.
Aliás, os posts das 14:33, 14:36 e 14:37 estão repletos de ataques e grosserias.
Em nenhum momento de minha fala exaltei meu nascimento ou desdenhei o nascimento de outros. Disse apenas, que nem sempre a vida de uma pessoa é uma maravilha (usei bênção com este sentido). Uma pessoa que nasce num campo de refugiados congoleses e morre de desnutrição na infância teve uma existência curta e muito sofrida. Essa existência apenas ganha sentido através da religião, que prega o sofrimento como meio de alcançar a salvação. Eu vejo a religião como uma forma de manter as pessoas conformadas diante de injustiças, esperando recompensas pós-morte. Para a vida pensada num sentido mais biológico, esse sofrimento simplesmente não tem sentido nenhum. É injusto que uma pessoa sofra tanto quando temos meios, como seres humanos (agora sei que preciso explicar), de modificar isso. E só.
Aliás, você pensa que tudo o que falei diz respeito a você ou a mim, e não é o caso. Quando digo “somos cruéis”, “defendemos”, “consideramos”, “não hesitamos em desejar matar”, “fazemos e apoiamos guerras”... não estava me referindo a você e a mim, mas à humanidade de forma geral. Pensei que este sentido estivesse claro no contexto de minha fala. Estava pensando nas ações humanas ao longo de nossa trajetória no planeta.
Confesso que achei estranho você ter tomado essas falas todas como pessoais. Denota certa egolatria.
E pior, não só tomou essas falas como dirigidas à sua pessoa, como saiu me atacando!! E mais feio ainda, se vangloriando!! Cara, pegou mal isso.
Eu, ao contrário de você, não preciso rebaixar ninguém pra me sentir bem.
Não desejo matar ninguém, nem estuprar (estranho você nutrir esse tipo de fantasia), não apoio guerras, não faço guerras e nem acho que você seja pessoalmente responsável pela fome no mundo!! Muito menos, que seja pessoalmente responsável pela sua solução. Você viajou feio nessa!!
Dica: legal perceber que o mundo não gira em torno do seu umbigo, tá?
Ia falar de moinhos de vento, mas acho melhor deixar o cavaleiro da triste figura fora dessa.
Não uniformizei vida humana nenhuma. E não acho que ninguém vai (nem mesmo que deva) substituir ninguém.
Como substituir qualquer pessoa não nascida se não fazemos a menor ideia de que pessoa seria essa? Se não sabemos o que teria existido e muito menos como teria vivido?
E também não disse que a outra pessoa que faria as coisas que fiz teria que ser filha de meus pais. Outra pessoa qualquer, filho de qualquer outro casal, poderia ter feito as coisas que fiz: cursar os cursos que cursei, se relacionar com as pessoas com as quais me relacionei. Não estou dizendo que faria a mesma coisa, mas nada deixaria de ter funcionado no mundo. É isso.
Mesmo as grandes invenções e as grandes teorias filosóficas, provavelmente surgiriam da mesma forma, com alguma variação no tempo. As idéias circulam pela sociedade e são construções coletivas, apesar de uma pessoa (ou grupo) levar o crédito por sintetizá-la ou organizá-la ou publicá-la primeiro. Um pouco de história da ciência demonstra isso muito bem.
Disse apenas que as pessoas não são insubstituíveis. E não são mesmo. Obviamente cada arranjo é único, no entanto esses arranjos não têm necessariamente que nascer. Isso não faz sentido nenhum.
Nunca saberemos, por exemplo, quem poderia ter nascido e o que teria feito o filho que meus pais teriam se não tivessem transado no dia em que me conceberam, mas sim no dia seguinte, p. ex. As possibilidades são imensas, sempre.
Mas acho demasiado opressivo que uma mulher ou um casal tenha que pensar em tanta coisa, e tantas possibilidades, quando o cotidiano se impõe.
Se gandhi ou hitler, pra ficar nos seus exemplos, tivessem sido abortados, muito provavelmente outras pessoas teriam cumprido o papel que desempenharam: a independência da índia e o holocausto. A história é também uma construção coletiva. Como eu disse, as idéias circulam pela sociedade, o momento se apresenta e os líderes surgem.
É impossível saber se haveria perda ou ganho se algum dos milhões de abortos não tivesse acontecido. Da mesma forma nunca saberemos se teria sido bom ou ruim se determinada pessoa não tivesse nascido. Nascimento ou não nascimento tem resultados impossíveis de se preverem.
Cabe mesmo esse tipo de especulação nesse debate? Caímos num limbo de possibilidades, não? Acredito que isso não faça sentido para uma mulher ou um casal que se vê diante de uma gravidez não planejada e indesejada. Como eu disse, a realidade urge, as condições existem ou não, impossível pensar no mundo todo a cada decisão que tomamos.
E a decisão deve sim ser dos pais. São eles que decidem SIM o nascimento ou não de seus filhos. Você pretende retirar deles essa prerrogativa? A decisão de ter filhos deve ser pessoal.
Não existe extermínio. Você insiste nisso. Qual a diferença entre genocídio e extermínio? As palavras são sinônimas. Não há extermínio de vidas uterinas. As mulheres não formam um grupo que decidem interromper as gestações. Há a interrupção de uma gravidez, de uma mulher individualmente. As decisões, repito, são pessoais.
A realidade do brasil não é a da noruega, de fato. E estamos (os brasileiros, alertando pra evitar confusão, heim!) fazendo todo o esforço para que jamais seja. Nos países mais desenvolvidos, os homens enxergam as mulheres como seres humanos capazes de tomar decisões. Aqui no brasil, homens como você enxergam a mulher como um ser incapaz, irresponsável, insano. Por isso essa celeuma toda.
Você não poderá me acusar de nada, pois você não tem ideia de como é minha vida e do que faço. Eu não acusei você de coisa alguma além de ser um tanto grosseiro. E nem foi uma acusação, foi uma constatação.
Não sou, nunca fui e provavelmente nunca serei indiferente à vida humana. Não sou egoísta. Se fosse, estaria pouco me importando com esse debate, pois sei como prevenir uma gravidez, sempre me relacionei (e me relaciono) com homens que me respeitam e que gostam de mim e que, portanto, se preocupam com a prevenção da gravidez tanto quanto eu. Nesse sentido, não tenho porque estar aqui debatendo esse assunto. Se o faço, é justamente em nome das mulheres e dos casais que não podem, não tem condições de fazê-lo.
Não há necessidade nenhuma de você me agredir dessa maneira.
Eu defendo todas as pessoas nascidas. Como eu disse, acho muito mais adequado interromper o desenvolvimento de um embrião/feto de até 12 semanas do que obrigar seu nascimento quando não há condições psicológicas, afetivas, financeiras... de acolhê-lo após o seu nascimento. Sou contra o abandono de bebês ou crianças. Sei o que o abandono moral faz com uma criança. Sei como crianças desorientadas se perdem, e não importa muito o poder aquisitivo da família. Conheço crianças perdidas/desorientadas/carentes de afeto e atenção cujos pais tem muito dinheiro.
Eu não desejo pra outrem aquilo que não gostaria que fosse feito comigo. Não gostaria de ser abandonada. Não gostaria de viver perdida. Não gostaria de me ver como peso para os meus pais. Não desejo isso pra ninguém. Desejo que as pessoas sejam responsáveis, que se protejam de doenças e de gestações não planejadas, que se protejam de abusos. E que não tenham filhos indesejados.
Não estou exterminando vida uterina nenhuma. Estou defendendo que o direito à ivg seja prevista em lei. Só isso.
Você nos chamou de feminazis, um insulto completamente desnecessário num debate sério.
(e foi você quem começou. Se quisesse de fato debater, não teria terminado seu comentário com um insulto. As reações foram, obviamente, agressivas também. Como você, ninguém aqui tem sangue de barata.)
Você disse “vocês podem dar a bunda, tatuar suas vaginas, sair com os peitos de fora...”, “pimenta no cu dos outros...”, “mijar de pé ou sentada...” grosserias completamente desnecessárias num debate sério.
Nos chamou de levianas, irresponsáveis. E redigiu todos os seus comentários em tom de acusação e nunca de diálogo. Até sua resposta para os meus comentários (que não contêm uma única agressão ou palavra ofensiva ou julgamento) são acusadores.
Disse que tenho estoque de asneiras.
Foi você que chegou jogando pedra. Se você considera isso adequado pra um debate... não reclame das reações aos seus insultos.
(eu estou com uma paciência infinita hoje, por isso ainda mantenho a classe com você, apesar do tom arrogante e acusatório de todos os seus textos)
O seu comentário das 14:33 é particularmente repulsivo. E misógino.
Você, basicamente, disse que todas as mulheres são loucas insanas que se odeiam.
Você já falou com uma mulher que precisou recorrer ao aborto? Você sabe em que situações a maior parte das ivgs ocorrem no brasil? Você tem ideia de como esse procedimento é também uma violência contra a mulher?
Eu acho que não.
Se soubesse, não teria cometido um texto tão absurdamente ofensivo, repulsivo e insensível.
Você fala como se tudo não passasse de uma brincadeira. E demonstra todo o seu desprezo pelas mulheres.
Eu não conheço uma mulher sequer (e conheço várias, em função do meu trabalho) que pense e aja dessa maneira. Você conhece alguma?
Acho que nem tem muito o que comentar. Sua opinião ficou muito clara. E o seu desconhecimento a respeito de mulheres ficou também muito evidente.
Talvez caiba um lembrete. Imagine que exista alguma mulher no mundo que se odeie a esse ponto. Você acha que devemos impedir que milhões de outras tenham o direito de interromper uma gravidez que não possam levar adiante, porque tem alguma insana que se odeia?
E o pior, você teve a cara-de-pau de dizer que é isso que defendemos aqui!!!!!
Isso foi absolutamente ofensivo. Foi desonesto.
Você assinou o seu atestado de mascu misógino fora da realidade com esse texto.
E um pouco de estatística sobre aborto no brasil:
81% têm filhos; 88% têm religião, 64% são casadas; 84% têm mais de 25 anos; 54% ganham até 2 salários mínimos; 65% são católicas.
Nenhum dos países que permitem a ivg entrou em colapso. Pelo contrário.
E sobre como cada casal que se vê diante de uma gravidez não planejada vai agir, não temos nada a ver com isso. O legislador não tem nada a ver com isso. São questões da vida privada, particulares de cada casal. Não podemos legislar baseado em exceções. Por que, né, por onde anda esse tanto de homem louco pra criar os filhos sozinhos?
Mas, tá, admitamos que vivemos numa época em que os homens estão doidos pra serem pais e que engravidem justamente mulheres que não querem ser mães (acho que os caras não estão escolhendo bem, além de precisarem usar camisinha, né?). Por que negaríamos (nós, a sociedade brasileira, ok? e não eu e você!!) um direito à totalidade da população por conta desses caras que escolhem tão mal as mães de seus filhos?
De repente, não é melhor mesmo que ele não tenha filhos com essa mulher que não quer ser mãe, o que daria a possibilidade dele conhecer uma mulher que goste dele e que queira formar uma família?
Por que tanta questão em obrigar uma mulher que não quer ser mãe a ser mãe? Isso não complicaria a vida de todo mundo, especialmente do filhx tão amado e defendido enquanto feto?
Eu não entendo isso.
Cora, vc devia ser canonizada.
Admiro sua paciência,...eu nao tenho!! Rsrsrs;))
Meu beijo de admiração pra vc
...
Gente, vocês tão discutindo com esse pessoal pró-vida que fala umas coisas sem pé nem cabeça? Haja paciência...
Quanto ao aborto, a minha opinião é a mesma. Sim, tem que ser descriminalizado, pá e tal. Mas a atenção que se dá para o problema de base (educação sexual) é mínima, para não dizer nenhuma, e isso é uma merda. Porque, né, bem menos gente quer questionar a sexualidade. É uma questão política. Não acho que todas as pessoas que são a favor da descriminalização se esforçariam para que educação sexual decente se tornasse mainstream.
Uma coisa é ser a favor. Outra coisa é batalhar ativamente por isso.
Pode ser ignorância minha, mas eu sinto MUITA falta de uma pesquisa mais profunda sobre educação sexual no feminismo no Brasil. No feminismo americano, o povo questionava o aborto, os papéis de gênero e também avançava no estudo sobre sexualidade. Eu não conheço nenhuma feminista brasileira que estude (estou falando em ESTUDAR, desenvolver métodos de pesquisa e pedagogias) a sexualidade, como a Betty Dodson, a Sheri Winston, a Annie Sprinkle, a Carole Vance, a Tristan Taormino, a Gayle Rubin, e uma cacetada de outras. E muitas delas fazem pesquisa independente, sem apoio do governo ou instituições do cacete a quatro.
Mas voltando ao assunto, descriminalizar é fundamental sim.
Maria Valéria,
beijo pra você também.
pô Yuri,
não posso nem me divertir?
acho importantíssimo debater sobre a sexualidade no brasil. sinto falta disso também. já disse isso antes, não acho que o brasileiro lide bem com a sexualidade. vivemos um mito, uma farsa, embalada pela exposição sem tréguas da nudez feminina.
Cora
delírios de bismarck episódio 5.098.638
"no brasil (e no mundo) pessoas de classe social completamente distintas não só se cruzam na rua, como também tem relações sexuais."
isso é impossível? óbvio que não. mas é bem difícil? SIM! porque se o nosso nobre (só que não) interlocutor fizesse um curso sociologia for dummies, ou sociologia em 90 minutos, saberia que as cidades, esses espaços "super democráticos", hoje são espaços ainda mais segregados do que aqueles espaços onde a segregação era de fato instituída. basta ver os condomínios construídos em espaços públicos, mas que são protegidos por segurança privada. basta ver que um feirante não entra no restaurante frequentado pelo empresário, não pq tem uma placa na porta dizendo que nesse estabelecimento, não é permitida a entrada de feirantes, mas 1º: pq o feirante mora a uns 30 Km de tal restaurante, precisaria gastar uma grana que ele não tem só pra chegar lá, 2º ele sabe muito bem, não só pelos preços extorsivos do menu que ele não pertence àquele lugar. no brasil, não vejo patricinhas andando de ônibus, e nem vejo manicures frequentando clubs da classe alta de são paulo (onde é bem provável que se conheça alguém rico), que vai um salário mínimo só pra respirar lá dentro. portanto no seu exemplo das 14:33, eu não entendi o seguinte:
a deusa em questão é pobre? você acha mesmo que um empresário rico vai cruzar com essa mulher e ter relações sexuais com ela? você ignora que o desejo tem muito de construção social. no sentido de que é bem improvável por exemplo, que um empresário rico e metrossexual se interesse por uma mulher sem dentes por exemplo, maltrapilha e não depilada. ou nem preciso exagerar: que se interesse por uma mulher negra que fez um alisamento barato em casa pra tentar ficar com o cabelo que é vendido pela publicidade como o cabelo bom, que use roupas compradas em lojas baratas, que se diferem das caras não só pelo preço, mas pela qualidade do tecido, do desenho, do corte.
a deusa em questão é rica?você acha mesmo que todos os valores de classe introjetado e capital cultural herdado por ela, faz com que seja coerente que ela sinta tesão pelo trabalhador?insisto, impossível?óbvio que não. mas é a exceção e não a regra. mas tem que se fazer um esforço muito grande pra ignorar muitas variáveis pra pensar que pessoas ricas sentem tesão por pessoas pobres.
como sei que a leitura e a compreensão de texto não é uma habilidade muito destacada sua, deixo aqui registrado que eu não concordo com a segregação social dos espaços urbanos. se eu leio sobre isso é justamente porque me interesso por esse assunto, porque quero saber se tem alguém pensando nisso porque me assusta o crescente nível de intolerância, desrespeito em função do conservadorismo retrogrado que a nossa sociedade infelizmente tá passando.
delírios do bismarck episódio 5.098.639
"ah, eu vou transar com ele sem camisinha"
me desculpa mais aí fica patente não só o seu desconhecimento sobre as mulheres, mas principalmente como voce tenta argumentar como as mulheres pensam, a partir de como você, homem, pensa. porque todos sabemos que pro HOMEM pode ser bem diferente uma relação sexual com uso e sem uso da camisinha. pra mulher, essa diferença é bem mais sutil e em muitos casos, inexistente. daí que você, com seu pensamento de homem, imagina que uma mulher que tivesse relações sexuais com um homem de classe social inferior fosse fazer questão de que ele não usasse camisinha, da mesma forma, que um jogador de futebol que faz sexo com uma maria chuteira, nao usa o preservativo. isso porque ele é HOMEM, e os homens alegam que é muito diferente (e não, sutilmente diferente) a relação com e sem camisinha. porque eu não sei em que mundo você vive, mas no mundo em que eu vivo, usar preservativo ainda é uma exigência das mulheres, o que é obvio, já que numa cultura machista como a nossa, o ônus de uma gravidez fica com a mulher.
(continua)
delírios do bismack episódio
5.098.640
sabemos que estudar não é o seu forte, se fosse você não estaria aqui só falando besteira, poderia perfeitamente estar aqui, mas usaria seu conhecimento adquirido nos estudos pra defender as suas opiniões, mas a questão é que você é só um maluco que tá num processo muito avançado de negação da realidade. então antes de sair falando qualquer merda, lembre-se disso: 81% têm filhos; 88% têm religião, 64% são casadas; 84% têm mais de 25 anos; 54% ganham até 2 salários mínimos; 65% são católicas
pra terminar ficou claríssimo como cristal nesse comentário que o seu problema não é ter uma opinião diferente, é simplesmente ressentimento, delírio paranoico e falta de empatia. ressentimento porque você assume esse discurso de que as mulheres são todas interesseiras e você, como não tem acesso a essas mulheres, por não ser rico, porque se fosse você seguramente não estaria preocupado com isso, já que empatia, vc encheu a boca pra dizer que não tem... vê a proibição do aborto como uma forma de punir todas as mulheres, pela injustiça que você acredita que é cometida contra a sua pessoa e seus pares - os mascus fracassados e delirantes paranicos - por serem completamente não só ignorados como rechaçados no tal mercado do amor, pela patente falta de sanidade mesmo.e isso não sou eu que to dizendo, é você que diz que todos os argumentos muito racionais e expostos com clareza e gentileza impar pela cora não são suficientes para encobrir a grande e única verdade (acreditar tão cegamente em conspiração é sintoma de paranoia) de que as mulheres desejam uma "aristocracia seletiva"
beijinho pra você, deixo você com seu ressentimento e paranoia e vou ali encontrar meu gatinho, ter conversas deliciosas e outras cositas más...
da proxima vez utilize um exemplo que ao menos tente disfarçar que sua única fonte de conhecimento sobre a sociedade são os filmes pornôs, porque se você fosse só um pouquinho inteligente, entenderia como esse exemplo do encanador fortão deixa isso bem óbvio.
Roxy Carmichael, boa tarde!
Claro que você não é obrigada a ler e principalmente concordar com meu texto.
Mas já que não quis ler (mesmo tendo chegado quase a metade dele)deixo duas questões:
(não sua opinião pessoal, mas da unidade feminista brasileira, se é que existe isso no Brasil)
1 - Como vi um debate acalorado sobre o feto constituir ou não um ser humano no inicio da gestação
Qual a posição das feministas do Brasil quanto ao aborto no segundo e terceiro trimestres da gestação?
Existe essa reivindicação pelo grupo feminista do Brasil? Irão esperar a legalização do aborto nas
primeiras semanas para depois também reivindicar isso? Ou as feministas brasileiras
são contrárias a ideia do aborto após as 24 semanas por exemplo?
2 - Fazendo uma leitura sobre um famoso texto do século XIX:
A burguesia despojou de sua auréola sagrada todas as atividades até então veneráveis,
contempladas com piedoso recato.
Ela transformou o médico, o jurista, o clérigo, o poeta, o homem das ciências,
em trabalhadores assalariados, pagos por ela.
A burguesia arrancou às relações familiares o seu comovente véu sentimental
e as reduziu a pura relação monetária.
Voltando aos principais motivos que atualmente levam as pessoas a cometer um aborto
74% Having a baby would dramatically change my life
e 73% Can’t afford a baby now
Estariamos vivendo um tempo onde estamos reduzindo a gravidez e o bebê a uma relação monetária?
Conforme mostra estatisticamente este texto: http://www.guttmacher.org/pubs/journals/3711005.pdf
Onde a maior causa de abortos são por via de regra problemas financeiros?
No EUA muitos homens comprovamenteutilizam do medo de ter mais gastos tendo que cuidar
de um filho e de uma mulher e a obrigama ir abortar.
E caso ela não quisesse abortar e segue com a gravidez e exige atenção e dinheiro dele, Ele diz:
"Mas você teve a opção de abortar, agora o problema é seu %$@#@#$&(sic)" seguido de alguns palavrões.
Homens obrigando mulheres a abortar, por ser algo judicialmente legal, é cada vez mais comum nos EUA.
E, depois de mais de 30 anos com o aborto liberado em vários Estados, ainda temos mortes de mães por abortos,
ou clinicas não preparadas para tal procedimento. E principalmente, que a maioria dos abortos são feitos
por mulheres negras e pobres. E ainda, são as meninas que são abortadas em sua maioria?
A diferença dos EUA para o Brasil é que lá os pró-aborto são governo e aqui são oposição. E os pró-vida ainda no Brasil
são governo e os pró-aborto são oposição.
A Roxy Carmichael eu não sei porque você disse que eu não gosto de mendingos ou pobres
(você nem me conhece e me acusa apenas por ser contra o aborto?). Não lhe entendi.
E por favor não me coloque junto de opiniões de outros argumentadores(bismarck) como se eu tivesse a mesma opinião.
querido
a sua argumentação poderia ser invalidada de diferentes formas, mas escolhi essa:
"E muitas vezes nem precisamos de fato o (o filho) criar, apenas gerar. Ainda bem que é assim."
a qual sequer vou comentar porque fala por si mesma.
*****
até onde eu sei, nos estados unidos o homem que for descoberto obrigando uma mulher a abortar contra a vontade dela, como por exemplo ministrando medicação abortiva sem o consentimento dela é punido com a lei. me desculpa, mas quando temos vidas em jogo (caso das mulheres que morrem) eu não costumo comentar argumentos tão rasos, hipotéticos e absurdos como esse "Homens obrigando mulheres a abortar, por ser algo JUDICIALMENTE LEGAL, é cada vez mais comum nos EUA." o aborto ser legal não tem nada a ver com o homem obrigar a mulher a abortar e ser amparado pela lei.
que tal colocar aqui por exemplo a pesquisa que revelou esse dado, de um fonte confiável: "E ainda, são as meninas que são abortadas em sua maioria?"
mas quanto à sua primeira pergunta: as feministas concordam bastante quando o assunto é o período máximo para a interrupção da gravidez.
não te conheço mesmo, é um fato. e não posso dizer que gostaria de conhecê-lo, me desculpe, pois estaria mentindo. outro fato: as pessoas que são contra o aborto são as mesmas pessoas que estão associadas aos setores mais conservadores da sociedade e isso é claríssimo já que essas pessoas não são vistas distribuindo comida, roupas, ou dedicando a mínima atenção às pessoas já nascidas, pobres ou mendigos.
“Bem, como visto acima este texto em inglês retirado de um site dos Estados Unidos que indica clinicas legais de aborto, lá isso não é mais um problema. Na verdade, por este texto pouco importa se é ou não um ser humano, sente dor ou não ou em que mês da gestação encontra-se o bebê. E sim apenas o custo da operação se irá ficar ou não maior ou menor tal custo.”
Esta interpretação não cabe, fabio.
O trecho que vc colou está na seção perguntas frequentes. A resposta é bastante objetiva e sem firulas e não tem a carga sentimentalóide que vc pretende atribuir a ela.
A ivg é permitida até a 24ª semana e a pergunta é sobre até quando uma ivg poderia ser realizada. A resposta é apenas objetiva. E, dentro deste período, os custos e os riscos aumentam com o tempo da gravidez.
Sobre o terceiro trimestre, a resposta deixa claro que é permitido apenas em situações muito especiais, sendo muito raro.
Nada a ver com o tom que vc “viu” na resposta.
“Digamos que um casal de 7 meses de gravidez entra em uma grande crise financeira, perdendo emprego, imóveis etc. Faltando apenas dois meses para o bebê nascer eles decidem pela morte do bebê no útero da mãe. Bem isto é legal em vários Estados no EUA.”
Isso não é legal nos eua. Aliás, não é legal em nenhum país que permite a ivg.
Como vc pretende debater nesses termos, fabio?
Quando vc quiser ser levado a sério, vc avisa tá?
Pô Cora, desculpa aê. Não quis estragar sua diversão. Acho que bateu um pouco de inveja porque eu ando sem tempo pra trollar esse povo aqui no blog. Eu sei como é divertido discutir com eles. Devíamos fazer um drinking game e tomar uma dose para cada incoerencia interna de um post deles.
Divirta-se!
Aiaiai:
“O Bismark, tu não viu o meu comentário não? Eu to dizendo com todas as letras e várias vezes que eu preferiria ser abortada a fazer minha mãe suportar um filho não desejado.”
Quando houver uma horda de suicídios coletivos, praticados por feministas defensoras dos direitos das mulheres de exterminarem vidas uterinas, e que gostariam de ter tido, elas próprias, suas vidas exterminadas nos tempos de sua gestação uterina, passarei a acreditar em vossas palavras.
Até lá, continuarei acreditando que vocês desejam, e não apenas desejam, mas praticam(e é o “praticar”, e não o “desejar”, que difere os criminosos dos outros indivíduos) atentados contra outras vidas humanas que não desejariam que fossem cometidos contra as suas próprias vidas.
E dizer que vocês já vivem no mundo exterior, já se acostumaram a vida externa, já fizeram isso ou aquilo, e que por isso não exterminam a si mesmas, não é um argumento válido, pois as vidas que vocês querem exterminar também viveriam no mundo exterior, também se acostumariam em viver, em fazer isso e aquilo. A diferença é que vocês interrompem, definitivamente, a possibilidade dessas vidas adquirirem essas experiências e percepções.
E também não venham argumentar algo do tipo: “Você se preocupa com as vidas, mas está pedindo para feministas se matarem e blábláblá”, pois o suicídio é uma escolha pessoal. Ele é legítimo, porque quem é o possuidor de sua vida pode desejar fazer o que bem entender com a mesma. Se você for morta por um assassino, pode ter certeza que eu serei o primeiro a desejar a prisão dele e uma punição severa para o mesmo. Mas se você matar a si mesma, escolha sua, problema seu. Façam o que quiser com suas vidas, mas não atentem contra as vidas alheias.
O suicídio sim é uma escolha pessoal. O extermínio de vidas uterinas não é, de forma alguma, uma escolha pessoal das mulheres, ou dos casais. Existem outros interessados, mas eles, infelizmente, não podem se defender contra os atos de extermínio praticados por certas criaturas.
Vou criar o slogan:
“Atenção feminista que gostaria de ter sido abortada, peça para alguém me enviar a foto do seu cadáver e se mate”
Já vou deixar o meu email: Felipe.l.b@hotmail.com
Parem de falar bobagens e admitam de uma vez:
“Eu defendo o extermínio de outras vidas, mas não defenderia o extermínio da minha”
Seria muito mais honesto.
Mirella:
“Agora, se tanto lhe preocupa estas vidas que são ceifadas no ventre da mamãe e bibibi, acusando-nos de não nos matar (?), por que você não aproveita todo este amor pelas criancinhas e adota algumas?
Vai trabalhar num orfanato e gastar seu tempo fazendo algo de útil em vez de gastar tempo acusando e batendo o pé porque a gente não se mata.”
Como eu já disse, não tenho nenhum compromisso ou obrigação com quem passa fome, frio, sede, foi à falência, encontrou a mulher com o amante, ou, por uma infelicidade ainda maior, tornou-se corinthiano.
As minhas obrigações como cidadão são: Não atentar contra as vidas alheias, através de ações objetivas e que concorram diretamente para o extermínio delas(aborto, por exemplo); pagar impostos para ajudar o Estado a arcar com suas inúmeras responsabilidades, das quais, algumas delas, eu extraio benefícios diretos(policiamento, por exemplo); e respeitar as outras leis as quais eu esteja diretamente submetido.
Você quer que eu ajude as pessoas pobres e desamparadas? Pois, para a sua informação, eu já faço isso. Eu ajudo na construção de hospitais públicos que não freqüento. Ajudo na construção de escolas onde não estudo. Ponho comida na mesa de quem tem fome(vide o bolsa família), e, ainda, ajudo na construção de creches públicas para que as mulheres que tiveram filhos, e que não podem pagar babá, possam trabalhar fora de casa.
No mais, minha querida, é cada um por si.
Percebe a diferença entre mim e ti? A minha natureza pouco altruísta não desencadeia a miséria ou o extermínio de ninguém. Pois eu não pratico ações perniciosas contra outros seres humanos. Diferente de você, que extermina vidas uterinas, caso julgue necessário.
Eu vivo e deixo viver. Eu respeito à vida, a liberdade de opinião, a liberdade de locomoção, a religião, a igualdade civil, a integridade física, a propriedade privada, e todos os demais direitos individuais e coletivos dos povos. Você não respeita nada disso plenamente, pois não respeita plenamente o direto a vida, e, como é óbvio, o direto a vida é condição sine qua non para o usufruto dos demais. Se você não respeita plenamente o direto a vida, não respeita plenamente os outros, pois eles são inconcebíveis sem o gozo do direito a existência.
“O que tem de burocracia para adoção e criança crescendo na rua, comendo lixo (quando muito) e viciada em drogas mostra o que sempre suspeitei: você, Bismarck, e os pró-vida não se importam com a vida que de fato aconteceu, apenas em regular o que ocorre dentro do útero. Você gasta tanto dedo digitando para condenar a descriminalização do aborto e nem por um momento reconheceu a dificuldade das crianças que nascem, viram pessoas e tem uma vida sem amor, sem família nem dignidade. Sabe, estas crianças não são possibilidades de vida. Elas já existem. E já estão agora, neste momento, nas ruas ou em orfanatos.”
É evidente que vocês vão bater na tecla de que estão preocupadas com criancinhas abandonadas e famintas, com famílias desestruturadas criando filhos indesejados, com orfanatos repletos de bebês e blablabla. Muito previsível. Vocês tentam fazer, aqui, o mesmo que todas as ideologias fazem para angariar o apoio das massas: evocam uma suposta justiça, universal, um grande propósito, altruísta e benévolo, para legitimar as suas intenções. Muito previsível. Eu já vi esse filme centenas de vezes na História. Eu e todo o mundo. Estratégia barata, não convence os mais esclarecidos.
Querida, tá preocupada com as criancinhas abandonadas e famintas, frutos de relacionamentos frívolos, frutos da irresponsabilidade de homens e mulheres em gerar vidas humanas que não podiam criar, educar e formar? Então canalize todas as suas energias em prol da conscientização, masculina e feminina, da importância do uso dos anticoncepcionais. Não promova um erro na expectativa de que ele corrija um outro erro antecedente.
Apenas pelo capricho de não usar preservativo, de não tomar pílulas, de não usar DIU, de não fazer laqueadura etc, vocês acham correto descartar vidas humanas, da mesma forma que descartariam uma lata de coca-cola vazia. Para vocês, é muito mais desconfortável ter que usar uma camisinha no ato sexual(que não apenas impede a gravidez, mas, principalmente, impede DSTs), do que ter que, após a constatação de uma gravidez, exterminar uma vida indesejável(para vocês, claro).
“Ahh não! Eu não quero usar esse plástico, vai me impossibilitar de ter orgasmos múltiplos. Vamos trepar no seco. Se eu engravidar, extermino essa pobre vida indefesa num piscar de olhos e continuo vivendo a MINHA vida, trepando, “protestando”com os peitos de fora nas ruas, debatendo na Internet, me formando, trabalhando e etc, como se nada tivesse acontecido(e, de acordo com a minha mente doentia, não aconteceu mesmo HAHAHAHA) A vida que eu abortei? Já era. Agora é só dejeto de hospital. UAHUAHUAH”
Vocês me lembram Trotsky. Ele disse, em um de seus escritos, que o problema da humanidade era que ela dava demasiado valor para as vidas humanas, individualmente falando. E que o regime socialista deveria, depois de alçar o poder, corrigir essa “aberração”. Bem, ao menos não posso acusá-lo de ser incoerente, pois, esse mesmo regime socialista supracitado, varreu da face da terra milhões e milhões de vidas humanas inocentes, em todos os lugares onde alcançou o poder. E, curiosamente, Trotsky era ateu.
“você, Bismarck, e os pró-vida não se importam com a vida que de fato aconteceu, apenas em regular o que ocorre dentro do útero.”
Acha mesmo que eu to preocupado com o teu útero? Pois então engula uma dinamite, pulverize-o, e, depois, constate, lá do céu, se eu derramei uma lágrima por você ou por ele. Ou, você também pode ser menos radical que isso. Retire o seu útero(ele não tem muita utilidade para as feministas mesmo. A não ser, é claro, para servir de matadouro de inocentes), e testemunhe se eu fiquei preocupado com ele. Não to nem aí para o seu útero, ou para o seu intestino grosso. Apenas não extermine uma vida que não é sua.
“E adoraria saber de onde vem esta certeza que um aborto de Hitler impossibilitaria o surgimento do mesmo numa próxima gravidez. Pô, então tinham mais é que ter abortado, né?”
Você foi esperta, jogou uma casca de banana bem no local onde eu estava passando, crente de que eu iria escorregar nela e me esburrachar no chão. Mas não foi dessa vez
Acha que eu vou dizer que o aborto do Hitler não teria sido uma boa idéia? Não vou dizer isso. Pois você vai utilizar esse meu deslize para encerrar os meus argumentos em uma contradição insolúvel:
“Ele critica que as mulheres exterminem vidas, mas defendeu a existência de um homem que ceifou milhões de vidas”
Não foi dessa vez, Mi.
Roxy:
“daí faz que nem o bismarck, acusa as mulheres, esses seres irracionais, de serem indiferentes à vida ao mesmo tempo em que afirma com o maior orgulho (e cara de pau) que tá cagando e andando pra quem passa fome. é uma AULA de coerência! "Eu não tenho nenhuma obrigação de alimentar seres humanos que passam fome". e eu não tenho nenhuma obrigação de parir ninguém pra manter intacta a sua lógica completamente distorcida e torpe.”
Existem pessoas que são excelentes fisionomistas, outras, nem tanto. Existem pessoas que mentem excelentemente bem, outras, nem tanto. Existem pessoas que conseguem colocar a língua na ponta do nariz, outras já não conseguem. E existem pessoas que são excelentes ironistas, outras, são bastante medíocres. É o seu caso.
Você sempre tenta ser irônica, em todos os seus comentários. Sempre vem com uma conversinha cínica e cretina, tentando fazer graça, mas você não tem o dom da coisa.
Você tentou achar uma contradição em meus comentários, mas vislumbrou apenas ilusões criadas por você mesma.
Eu já falei, mas vou repetir, quem sabe, dessa vez, você compreende(se tiver boa vontade para tal, claro):
Eu não extermino vidas. Não pratico ações deliberadas e objetivas que concorram para determinados resultados criminosos(por exemplo, aborto). A minha omissão não é criminosa. A ação que você defende, sim.
Só uma criatura estúpida, ou mal intencionada, insiste em identificar uma contradição que não existe.
Contradição é você defender os direitos das mulheres, mas, negar a muitas delas, o direito mais elementar que um ser vivo pode usufruir: o direito a vida.
Isso mesmo. Defenda os direitos das mulheres de um lado, e continue apoiando e defendendo o extermínio sistemático de mulheres do outro.
Isso sim é uma bela contradição.
E não venha choramingar, como a sua colega Mirela fez, que é melhor exterminar vidas do que vê-las em orfanatos, catando lixo pelas ruas, e buááááá.
Quem te garante que uma vida indesejável não pode ser feliz? De onde você extrai essa certeza? Existem milhares de pessoas, e se formos abarcar o mundo inteiro, são milhões, que foram fruto de um relacionamento frívolo de carnaval, de uma bebedeira seguida de sexo, ou mesmo de uma traição conjugal, que se tornaram pessoas felicíssimas e satisfeitíssimas com as suas vidas.
Quem te garante que um garoto ou uma garota que tenha vivido em um orfanato, que tenha nascido de pais pobres e imaturos, e que, em virtude disso e de outras coisas, sofreu privações diversas, não pode vencer na vida? Conheço histórias de órfãos e de filhos de pais irresponsáveis, e que não tinham planejado, e muito menos desejado, o seu nascimento, que se tornaram multimilionários, escritores, filósofos, cientistas, dentre outras coisas.
Se nós formos enveredar por esse lado, o de poupar uma vida indesejável(indesejável para os pais, ou para a mãe, mas, para ele mesmo, a sua vida é bastante desejável), então deveríamos corroborar com a eugenia nazista e com os extermínios que os nazistas promoviam contra os “indesejados” – aleijados, deficientes mentais, esquizofrênicos etc,
A justificativa que os nazistas usavam para exterminar esses pobres diabos é a mesma que vocês usam para exterminar vidas uterinas que, supostamente(já provei que não necessariamente), passarão toda a sua existência humana sofrendo por não terem sido planejados ou desejados por seus pais, ou pelo fato de seus pais serem muito pobres etc.
Os nazistas pensavam: “vamos poupar essa criatura do seu sofrimento mundano(eles não costumavam perguntar se o pobre diabo de fato achava a sua vida um fardo, evidentemente) exterminando-a. Assim, poupamos o sofrimento dela, e ainda dos filhos que ela eventualmente possa vir a ter, pois os seus defeitos genéticos podem ser transferidos para muitas gerações posteriores a ela”
Então, que exterminemos os deficientes mentais, os portadores da síndrome de down, os que nascem com defeitos físicos graves e incuráveis, os que nascem com doenças crônicas graves etc. Que realizemos uma “limpeza” geral, ou um extermínio geral, contra esses seres humanos que, supostamente, terão uma vida sofrida, sem sentido e “indesejável”.
Não se trata de querer poupar uma vida “indesejável” de um suposto sofrimento que ela possa vir a sofrer. Vocês não têm o direito nem de poupar o sofrimento alheio, caso, para que isso ocorra, exijam a vida dela como moeda de troca. Vocês não tem o direito de inviabilizar o desenvolvimento vital de ser humano nenhum. Ele vai sofrer? Claro que vai, o sofrimento faz parte da vida, até da vida dos “desejáveis”, assim como os prazeres e alegrias também fazem parte da vida, inclusive da vida dos “indesejáveis”.
Permitam que eles vivam, sofram, chorem, lutem, cresçam, aprendam, trabalhem, vençam. Ninguém está fadado à infelicidade perpétua só porque não teve o seu nascimento planejado e desejado, ou porque é filho de uma garota favelada de 14 anos de idade. Uma criatura nessas condições também pode vencer e ser feliz, coisa que muitos “desejáveis” jamais conseguirão.
Cora, você possui uma capacidade argumentativa bem notável. Você é muito superior a mim, neste particular. Em meus 24 anos de existência, jamais encontrei uma mulher com tamanha desenvoltura para apresentar idéias, organizá-las, torná-las coesas e expô-las mediante um vocabulário rico e claro. Sem contar que você aparenta ser bastante racional, qualidade muito mais comum de ser percebida nos homens. Parabéns. Eu jamais te esquecerei.
Eu não vou te pedir desculpas por não me comportar, neste debate, como um fino cavalheiro britânico em um torneio de pólo eqüestre. Eu não sou um intelectual, ou um sujeito fino. Eu falo meio rasgado mesmo, mas nem sempre com intenção de ofender.
Aliás, mudei de idéia. Vou te pedir desculpas sim, pois você é a única aqui com quem se pode ter uma interação produtiva e esclarecedora. Peço desculpas se fui grosseiro com você, não foi a minha intenção. Mas, não pedirei desculpas pelas minhas opiniões sobre o extermínio de seres vivos uterinos. E também não pedirei desculpas pelos argumentos apresentados, pois não tive intenção de ofender. Posso estar sendo muito incisivo, desnecessariamente, com a forma, mas, devo ser, necessariamente, incisivo com o conteúdo. E isso não vai mudar.
Mesmo que você não tenha se dirigido diretamente a mim nas suas afirmações sobre fome, miséria e sei lá o que, você cometeu o erro, compreensível, porém condenável, da generalização. A generalização, esse mesmo equívoco que vocês tanto utilizam em seus arsenais para atacar homens que falam mal das mulheres. Você diz que a “humanidade” desencadeia a fome e a guerra no mundo. Existem milhões de pessoas que nunca fizeram mal, diretamente falando, a uma mosca. Portanto, o mais correto seria você dizer que uma parte da humanidade, faz, ou fez, isso ou aquilo.
Você me chamou de estuprador em potencial, de egoísta, e disse que “eu me sinto bem em rebaixar as pessoas”. Só errou na última.
Você acha estranho o meu desejo de partir para cima de uma gostosona para beijá-la, acariciá-la e etc? Você sente desejo sexual ainda? O curioso é que, eu já ouvi de muitas mulheres, que elas já sentiram vontade de saltar em cima de um gatão qualquer que elas viram na rua.
Eu já te disse isso, maaas, lá vamos nós uma vez mais: sentir, é uma coisa. Fazer, é outra. Ninguém pode ser culpado pelo que sente, mas apenas pelo que faz.
Por isso que eu nunca estuprei ninguém. Mas já tive vontade de fazer. Como já tive vontade de xingar um idiota qualquer e não fiz, de matar um cretino qualquer e não matei etc etc etc.
Eu sou egoísta. Porque sou humano. Porque sou humano não, porque sou vivo. Toda criatura viva é egoísta. Mas, eu controlo o meu egoísmo e não permito que ele prejudique diretamente a ninguém(não no sentido religioso, no sentido jurídico).
Esse é o preço a se pagar por viver em sociedade. Controlar os seus instintos, egoísmos etc, em prol da coletividade.
Mas, vamos discordar sobre eu sentir prazer em rebaixar pessoas. Muito menos pessoas que não conheço e que não me fizeram mal algum. Entretanto, isso não me impede de falar certas coisas, não para rebaixar, mas para constatar um fato que, vez ou outra, precisa vir à tona por motivos diversos.
“E também não disse que a outra pessoa que faria as coisas que fiz teria que ser filha de meus pais. Outra pessoa qualquer, filho de qualquer outro casal, poderia ter feito as coisas que fiz: cursar os cursos que cursei, se relacionar com as pessoas com as quais me relacionei. Não estou dizendo que faria a mesma coisa, mas nada deixaria de ter funcionado no mundo. É isso”
Com esse tipo de pensamento sobre a vida humana você se aproxima de determinadas ideologias totalitárias, como a fascista e a comunista. Se um meliante qualquer aparecer de surpresa no local onde você está agora, e estourar os seus miolos com um tiro de fuzil, outra pessoa qualquer, filho de qualquer outro casal além de seus pais, poderia fazer as coisas que você fez: cursar os cursos que você cursou, se relacionar com as pessoas com as quais você se relacionou. Nada deixaria de funcionar no mundo por causa disso. Então, o seu assassinato não seria lá grande coisa, não é mesmo? Nem seria necessário prender o assassino, pois sempre alguém vai aparecer para fazer o que você fazia, cursar o que você cursou etc, e o mundo vai continuar funcionando. Bela lógica a sua.
Essa era a linha de raciocínio do fascismo(italiano, alemão, espanhol, japonês etc) e do comunismo. O indivíduo, tomado isoladamente, não existia. Ele existia apenas como parte de um todo, a massa. Logo, muitos direitos individuais eram violados embasados nesse pressuposto, de não se preocupar muito com o destino e com a sorte de um indivíduo qualquer, afinal de contas, ele é só um grão de areia no deserto, é só uma mini-engrenagem de um enorme sistema, que continuará funcionando com ou sem ele. Analisando as coisas por esse lado, fica fácil compreender porque comunismo e feminismo se entendem tão bem. É uma pena que uma pessoa tão esclarecida como você compactue com esse tipo de interpretação da vida humana.
“Mesmo as grandes invenções e as grandes teorias filosóficas, provavelmente surgiriam da mesma forma, com alguma variação no tempo. As idéias circulam pela sociedade e são construções coletivas, apesar de uma pessoa (ou grupo) levar o crédito por sintetizá-la ou organizá-la ou publicá-la primeiro. Um pouco de história da ciência demonstra isso muito bem.”
Não creio que seja sempre assim. Para falar a verdade, na maioria das vezes, não é. Grandes invenções, grandes descobertas, e grandes sistemas filosóficos geralmente derivam do esforço individual e sistemático de algum indivíduo isolado, que, como disse Newton, tendo se apoiado nos ombros de outras pessoas antes dele, conseguiu sustentação e amparo científico para criar algo útil e sublime.
Mas esse “se apoiar nos ombros de gigantes” que trabalharam e descobriram outras coisas antes dele não significa “se apoiar nos ombros da sociedade e das construções coletivas”, significa se apoiar nos ombros de outros indivíduos isolados, exceções, pessoas privadas, com uma capacidade de entendimento e criação maior que a do povo comum, e, valendo-se dos frutos do trabalho desses poucos homens isolados, criar algo sublime e augusto.
Historicamente falando, a grande massa se manteve à parte das grandes conquistas da ciência e da filosofia. Não houve “construção social”, pois uma sociedade analfabeta, como, por exemplo, a França ou a Inglaterra do séc XVI, não pôde promover grandes progressos científicos e filosóficos. Historicamente falando, foram os indivíduos, isoladamente, os mais abastados, os educados com os melhores tutores e nas melhores escolas, os mais capazes intelectualmente, os que conseguiam financiamentos para as suas pesquisas e idéias(financiamentos geralmente derivados da coroa)etc, que desenvolveram e universalizaram o saber. A grande massa, a sociedade, manteve-se beeem a parte desse processo. Conceber as grandes descobertas científicas e os grandes sistemas filosóficos(incluindo as religiões, cristianismo, islamismo etc) como fruto do trabalho da massa, da coletividade, é só uma idéia equivocada do esquerdismo fanático.
“Mas acho demasiado opressivo que uma mulher ou um casal tenha que pensar em tanta coisa, e tantas possibilidades, quando o cotidiano se impõe.”
Mas exterminar uma vida, arbitrariamente, que não tem nada a ver com os problemas “do cotidiano que se impõe”, aí você não enxerga mal algum.
“Se gandhi ou hitler, pra ficar nos seus exemplos, tivessem sido abortados, muito provavelmente outras pessoas teriam cumprido o papel que desempenharam: a independência da índia e o holocausto. A história é também uma construção coletiva. Como eu disse, as idéias circulam pela sociedade, o momento se apresenta e os líderes surgem.”
Também não vou concordar. Tudo o que eu disse sobre o progresso da ciência e da filosofia, que pouca, ou quase nenhuma, relação teve com as massas, serve para a história também. Em história talvez eu consiga ser mais desenvolto que você, pois é uma área que conheço um pouquinho bem. A massa, geralmente precisa ser provocada para realizar grandes mudanças. É tipo aquela lei da inércia, em física. A massa não se move por si mesma. Ela é volúvel, não sabe se organizar, é facilmente ludibriável, perde o foco com muita facilidade, e não é naturalmente inclinada ao esforço sistemático e contínuo.
Geralmente, para que grandes transformações históricas aconteçam, é necessário que grandes líderes políticos, incluindo os líderes religiosos, que também são líderes políticos, apareçam. Sem eles, as massas raramente desencadearam grandes transformações históricas por si mesmas.
E não é a sociedade que cria as condições para que os líderes conduzam as mudanças. É justamente o contrário, os líderes criam as condições para que as massas realizem as transformações.
“Aqui no brasil, homens como você enxergam a mulher como um ser incapaz, irresponsável, insano. Por isso essa celeuma toda.”
O que temos aqui? Uma acusação de misoginia, certo?
“Não há necessidade nenhuma de você me agredir dessa maneira.”
Nossa, você fez uma tempestade num copo dagua com tantas acusações de ofensas e grosserias dirigidas por mim a você. Não faça tanto drama assim. Não quero te ofender pessoalmente em nenhum momento, não tenho intenção de fazer isso, já disse. Mas eu não excluo a possibilidade de desagradar você com as minhas opiniões, aí eu já não posso fazer nada, pois preciso falar o que eu acho sobre tudo o que envolve esse nosso debate.
“Eu defendo todas as pessoas nascidas. Como eu disse, acho muito mais adequado interromper o desenvolvimento de um embrião/feto de até 12 semanas do que obrigar seu nascimento quando não há condições psicológicas, afetivas, financeiras... de acolhê-lo após o seu nascimento. Sou contra o abandono de bebês ou crianças. Sei o que o abandono moral faz com uma criança. Sei como crianças desorientadas se perdem, e não importa muito o poder aquisitivo da família. Conheço crianças perdidas/desorientadas/carentes de afeto e atenção cujos pais tem muito dinheiro”
Eu já anulei esse argumento quando respondi para a Mirella e para a Roxy, favor ler as respostas.
“Não estou exterminando vida uterina nenhuma. Estou defendendo que o direito à ivg seja prevista em lei. Só isso.”
É que parece que por um momento você esqueceu que para que um aborto aconteça, alguém precisa morrer.
“Você nos chamou de feminazis, um insulto completamente desnecessário num debate sério.”
Muito desnecessário. Você me mostrou, como eu já tinha dito, que eu estava muito equivocado em acusá-las de genocidas. Mas assassinas de vidas uterinas, isso vocês são.
“Você disse “vocês podem dar a bunda, tatuar suas vaginas, sair com os peitos de fora...”, “pimenta no cu dos outros...”, “mijar de pé ou sentada...” grosserias completamente desnecessárias num debate sério.”
Até agora estou procurando entender o que há de ofensivo em bunda, vagina, peitos e cú. Eu tenho tudo, menos a vagina.
“Nos chamou de levianas, irresponsáveis. E redigiu todos os seus comentários em tom de acusação e nunca de diálogo. Até sua resposta para os meus comentários (que não contêm uma única agressão ou palavra ofensiva ou julgamento) são acusadores.”
Eu posso ter acusado, mas em nenhum momento me fechei para o diálogo, exceto na questão do “dedo do pé” perdido. E sobre vocês serem irresponsáveis e levianas, são sim. Pois quem trata vidas humanas como preservativos usados, é difícil que consiga uma definição mais lisonjeira.
“Disse que tenho estoque de asneiras.”
Você fala do meu ego, mas devia controlar um pouco o seu. Ninguém é infalível, nem mesmo você, que é tão sapiente.
“O seu comentário das 14:33 é particularmente repulsivo. E misógino.”
Viu que eu estava correto quando supus, lá em cima, que você me chamou de misógino? Eu tenho amado cada vez mais as mulheres. A sua acusação é mentirosa, fruto de um rancor passageiro seu com os meus comentários. Respire, espere o rancor passar, e continuemos.
Cora, peço que você leia tudo o que eu escrevi para a mirella e para a roxy, quase tudo que eu disse para ela serve para opinar em relação às coisas que você disse. Eu só não comento diretamente para você para evitar que eu me torne repetitivo, desnecessariamente. Por favor, leia os comentários e, caso ache necessário contestar ou acrescentar algo, eu te ouvirei atentamente, uma vez mais.
Roxy, você expôs alguns comentários e estatísticas que não apresentei. Eu não disse essas coisas. Favor ser mais atenciosa em suas citações.
Sobre eu falar isso ou aquilo das mulheres porque elas, supostamente, não transam comigo, você comete o mesmo erro infantil daqueles que acreditam que uma mulher só se torna feminista porque é feia e ninguém quer sair com ela
Eu só vou continuar respondendo você apenas para que a Cora, e as outras pessoas que queiram esclarecer o assunto de uma forma mais inteligente – algo que você não consegue fazer – possam extrair alguns subsídios para a continuidade das conversações.
Você disse que chamei as mulheres de interesseiras. Mas eu não fiz isso. Eu simplesmente exemplifiquei uma situação hipotética que aconteceria, zilhoes de vezes, em países nos quais o aborto fosse permitido. Ainda mais se for um país com sérios problemas de ordem moral, como é o nosso Brasil.
Você duvida das minhas afirmações, que muitas mulheres abortariam as vidas frutos de relacionamentos com homens pobres e, ao contrário, permitiriam a vida dos frutos dos relacionamentos com homens com excelente condição financeira, desencadeando com isso uma espécie de “aristocracia do nascimento” ?
Então me mostra alguns casos de mulheres que tenham abortado, voluntariamente, um filho de um homem rico. Me mostra. Eu nunca soube de nenhum. Mas, se você quiser exemplos de mulheres abortando filhos de homens pobres, aí eu trago centenas de milhares para você.
Nada contra os homens ricos, pelo contrário. Até porque, em alguns anos pretendo ser um deles. O problema está em escolher, arbitrariamente, embasada em motivos interesseiros, em caprichos etc, o extermínio de uma vida que poderia ter sido facilmente prevenida, sem a necessidade de se recorrer à cessação abrupta do seu desenvolvimento vital já iniciado.
Bismarck disse... "No mais, minha querida, é cada um por si."
Ou seja, veio aqui só pra fazer flood e trolar. Esse negócio de pró-vida é pura hipocrisia mesmo.
Roxy e Cora:
Esse tipo de discussão fica parecendo a fabula do lobo e do cordeirinho do De La Fontaine: " se vc nao esta certa por causa de A, esta errada por causa de B, se nao; e uma idiota por causa de C,"se precisar vão ate o fim do alfabeto e de trás pra frente,pra provarem que são donos de verdade e vcs são idiotas,
Sinceramente, nao sei como vcs tem paciência pra gastar seu latim !!! Eu nao tenho essa paciência de perder tempo esgotando argumentos com quem age assim!!!!Eu argumento uma vez so, quem quiser entender, muito bem, quem nao quiser...rsrsrs!!!
Vou canonizar vcs duas !! Rsrsr
Bjs
Bom, esse é um tema extenso,que não vale apena ser discutido em um simples comentário, deixo abaixo uma releitura do comentário da Kate, expressando meu ponto de vista:
Comentário original:
"O que muitas pessoas não entendem é que se uma mulher quer fazer o aborto, ela VAI fazer. Seja pagando uma pequena fortuna numa clínica ou usando um cabide velho. É pura hipocrisia alegar que a criminalização do aborto vai ajudar a reduzir o número de mulheres que abortam."
Como eu entendo:
O que muitas pessoas não entendem é que se uma pessoa quer cometer um homicídio, ela VAI fazer. Seja pagando uma pequena fortuna para alguém fazê-lo ou usando a faca da cozinha. É pura hipocrisia alegar que a criminalização do homicídio vai ajudar a reduzir o número de assassinatos.
maria valéria,
o que o bismarck não tá entendendo, é que não se trata de tentar convencê-lo. ele já demonstrou com todas as letras que é doente (não precisava sequer da minha intervenção, eu só fiz isso não pra tentar deixar claro pras outras pessoas, e sim, pra ele mesmo, eu sei uma tarefa assim quixotesca, mas eu vejo algo de romântico nisso, de me dedicar a causas impossíveis).
se trata de, como a cora colocou, esclarecer certos pontos, desconstruir certos mitos para as pessoas que leem e estão dispostas a pensar da forma mais razoável possível, dada a gravidade do assunto, algo infelizmente difícil para alguém que está em estágio avançado de negação agravado por paranoia.
estado de negação insistir nessa historia de que mulheres abortam filhos de homens pobres, num país em que as mulheres já sao maioria nas universidades e estão no mercado de trabalho há muitos anos. casar com homem rico como única forma de ascensão social já não faz parte da nossa realidade há muitos anos.
negação por se recusar a debater a partir das estatísticas que mostram que mais da metade das mulheres que abortam já são casadas.
paranoico por achar que aconteceria a tal aristocracia seletiva ( bismarck, ainda bem que vc mudou de termo, pq eu ri muito desse e fiquei me perguntando, que aristocracia nao é seletiva?) o que fala muito mais sobre o estado mental dele, que sobre as mulheres. ou seja, esse rapaz odeia as mulheres, tem uma auto-estima baixíssima e no fim das contas, não me provoca indignação, me dá pena.
então coitado, ele fala fala, mas fica dando voltas nisso:
por um lado - "Você disse que chamei as mulheres de interesseiras. Mas eu não fiz isso"
no paragrafo seguinte, a contradição: "Então me mostra alguns casos de mulheres que tenham abortado, voluntariamente, um filho de um homem rico. Me mostra. Eu nunca soube de nenhum. Mas, se você quiser exemplos de mulheres abortando filhos de homens pobres, aí eu trago centenas de milhares para você."
o que pode convencer os mascus que são 0000000000000,1% da população. mas qualquer pessoa que tenha uma mãe, muito comum que elas vivam em condições bastante complicadas, sem o apoio do pai, trabalham, não devem nada a ninguém, são guerreiras, heroínas e verdadeiras fortalezas. qualquer pessoa que ja se apaixonou por uma mulher e foi correspondido, qualquer pessoa que tem irmãs, amigas super companheiras enxerga que o bismarck é só um doente.
se fosse uma conversa assim oral, eu até entenderia esse tipo de erro primário, já que não se tem tempo pra pensar, e se improvisa da forma mais precária possível, principalmente se você não tem o MENOR conhecimento de causa. mas assim escrito? poderia ter sido evitado. e ele nem se dá conta. e jura que eu estou cuidando das minhas rugas de preocupação por ele dizer que não argumento de forma inteligente.
bom fim de semana pra todo mundo. até pra vc bismarck!
ah sim bismarck, sério, não vou chamar você de doente mais não, só de analfabeto mesmo. porque assim, óbvio que você não apresentou estatísticas. todos aqui ja entendemos que o senhor não pretende se basear em nenhuma pesquisa ou estudo, apenas no seu ressentimento e ódio pela metade de população. as estatísticas que eu apresentei foram, em realidade estatísticas que a cora apresentou que são retiradas de um estudo bem conhecido, que obviamente o senhor jamais ouviu falar, HAHAHAHA. prometo que dá próxima vez vou escrever meu comentário, seguido de um comentário para compreender o meu comentário. eI yuri, tô dentro do drinking game!
pra finalizar, que você diga que eu não tenho dom pra qualquer coisa soa quase tão delicioso (porque você me dizer isso me deixa bem mais aliviada, então soa melhor) quanto escutar de um sam shepard, de um godard, de um deleuze, de um louis garrel, de um romain duris, de um clint eastwood, ou do meu namorado intelectual gostoso (que é melhor que todos esses juntos) que eu sou uma mulher bacana.
beijo bismarck e bom fim de semana!
vai tomar um banho de piscina, tomar um mojito, caminhar no parque e ter conversas com seu melhor amigo ( o amigo imaginário que é o único que você tem)
Ai Bismarck, se eu me matar grávida então para você não tem problema? Já sei, eu pego meu útero, coloco num aparelho tipo Matrix para gerar a vida humada e me mato! Pronto HAHAHA sua misoginia é tão óbvia.
olha teu nível de ignorância
"Para vocês, é muito mais desconfortável ter que usar uma camisinha no ato sexual(que não apenas impede a gravidez, mas, principalmente, impede DSTs), do que ter que, após a constatação de uma gravidez, exterminar uma vida indesejável(para vocês, claro)."
HAAHAHAHAHAHAHA
Claro, todo homem EXIGE usar camisinha. Não é o homem que pede para fazer SEM preservativo porque "é mais gostoso". Não. Não é ele que diz que na hora de gozar vai tirar. Nããão. Sou eu. HAHAHA. Só no mesmo mundo em que os homens imploram para criar filhos em vez de abortá-los e juram que irão criar a criança.
Gente, como é o tempo na Masculândia? Faz sol aí?
Ademais, você reparou que tenho um nome, correto? Então não use QUERIDA, porque de você quero distância.
"frutos da irresponsabilidade" esqueci que não tem aula de português na UNIMASCU. Vamos lá ao índices de quem faz aborto?
"81% têm filhos; 88% têm religião, 64% são casadas; 84% têm mais de 25 anos; 54% ganham até 2 salários mínimos; 65% são católicas."
Até onde eu sei, também ajudo a construir hospitais, creche e tals. Por que eu pago impostos.
"vai me impossibilitar de ter orgasmos múltiplos" curiosamente, não estou surpresa que não tenha aula de sexualidade na UNIMASCU. E você tem TANTA intimidade com as mulheres que não sabe que 1/3 nunca teve orgasmo com penetração, que dirá orgasmo múltiplo decorrente do não uso da camisinha. Duvida? Pergunta pro Drauzio Varella http://drauziovarella.com.br/sexualidade/orgasmo-feminino
Bom, de sexualidade já deu para ver que você não entende, pois não sabe que sensibilidade pelo uso da camisinha tem relação com o prazer peniano e não vaginal. E não faz IDÉIA do que causa um orgasmo numa mulher, nem que orgasmo múltiplo é exceção (também, com tantos homens iguais a você que não entendem nada de sexualidade e julgam as mulheres que sabem, não me surpreende).
Agora vamos à parte que também não é lecionada na UNIMASCU: Sociologia. A pessoa insiste que nós, frequentadoras do blog, é que somos as irresponsáveis que não usamos métodos anticoncepcionais de qualquer forma, barreira ou hormonal. Nós, que assinamos petição contra a exigência de receita para pílulas anticoncepcionais e pílulas do dia seguinte, que comemoramos os avanços no desenvolvimento de pílulas anticoncepcionais masculinas, que informamos sobre os preservativos que não são de látex (para quem tem alergia). Tudo culpa nossa!
Bom é o Bismarck que disse que não se importa com as vidas que já existem e que, aparentemente, constrói hospitais e creches. Não é muito coerente, mas é tipo coerência.
Bom é o Bismarck, tão pró-vida S2 que não consegue explicar porque em países onde o aborto é legalizado o número se reduz, diferente dos países onde é criminalizado
http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2009/10/091013_aborto_pu_np.shtml
http://www.prg.unicamp.br/aulas/index.php/o-aborto-a-saude-da-mulher
Esse homem tão melhor que eu também não consegue explicar o fato de que as maiores "abortistas" são mulheres negras e pobres que não tem acesso a este blog, a médicos, a métodos contraceptivos, a informação... Mas que as culpadas somos nós!
Os próvida em geral, tão defensores de tanta coisa boa, não sei como não me convenceram de que criminalizar é tão bom! Morrem mais mulheres (em decorrência da clandestinidade), morrem mais fetos (comparando com países em que é legalizado), não se obtém educação sexual(é só ver a ignorância de Bismarck e cia). É tipo o paraíso.
bismarck
"Você duvida das minhas afirmações, que muitas mulheres abortariam as vidas frutos de relacionamentos com homens pobres e, ao contrário, permitiriam a vida dos frutos dos relacionamentos com homens com excelente condição financeira, desencadeando com isso uma espécie de “aristocracia do nascimento” ? "
DUVIDO.
"Então me mostra alguns casos de mulheres que tenham abortado, voluntariamente, um filho de um homem rico. Me mostra. Eu nunca soube de nenhum. Mas, se você quiser exemplos de mulheres abortando filhos de homens pobres, aí eu trago centenas de milhares para você."
eu não preciso mostrar absolutamente nada porque esse argumento é completamente misógino, que insisto, diz mais sobre o seu preocupante estado mental que sobre as mulheres ou a realidade, e além disso ele foi levantado por você. já que qualquer pessoa sã entende que no mundo real:
1) ausência de preservativo não vai potencializar orgasmos multiplos em nenhuma mulher para que ela exija que o homem não use.
2)o procedimento inadequado da interrupção da gravidez é tão mais complicado e doloroso do que fazer uso dos contraceptivos, que mulheres morrem por isso. e mesmo quando o procedimento é feito adequadamente é uma intervenção violenta e muitas vezes traumática no corpo e na psiquê das mulheres. pensar que mulheres preferem transar sem camisinha e depois abortar é um pensamento que só pode sair da cabeça de um homem, e não de qualquer homem, mas um homem doente que odeia mulheres.
3)pensar que mulheres tem relações sexuais com encanadores que tão prestando serviço da casa delas é algo que só acontece nos filmes pornôs. e não tem nada a ver com o cara ser encanador, porque também não conheço mulheres que sentem um impulso incontrolável de transar com o caixa do banco quando estão lá pra pagar uma conta.
4)pare de ignorar as estatísticas de que a maior parte das mulheres que aborta é casada, ou, se quiser insistir nesse equívoco, te peço para que traga um estudo de fonte bastante confiável de que mulheres casadas não engravidam dos maridos e sim de amantes pobres ou ricos e daí a partir da renda deles, pensa se vai ou não seguir com a gravidez.
5)o brasil não é um país com problema moral, quem tem esse problema é você.
as mulheres, diferente dos mascus, tem vida. algumas querem viajar e conhecer o mundo, outras querem fazer um doutorado, outras querem se dedicar aos esportes e ganhar uma medalha nas olimpíadas, querem abrir a sua própria empresa, querem ir pro médico sem fronteiras ajudar as pessoas, ou seja, elas possuem uma infinidade dos mais diversos desejos e de planos que querem concretizar. as mulheres não querem abdicar da própria vida, dos próprios desejos, dos planos, para terem filhos com homens ricos. poderia ser comum em épocas passadas, não porque fosse uma escolha, mas era a unica possibilidade oferecida às mulheres. se estivessem tão satisfeitas com a situação, o feminismo não teria existido, as mulheres não lutariam pelo sufrágio e ninguém teria se dedicado a desenvolver a pílula contraceptiva (fato que mudou e pra sempre e de forma definitiva a vida das mulheres e a relação delas com a própria sexualidade, com os homens, com o mundo)
uma gravidez transforma o corpo das mulheres e nos primeiros meses e até nos primeiros anos requer da mulher dedicação exclusiva, ela tem que abrir mão de muita coisa para se dedicar ao filho, seja ele concebido de forma planejada ou acidental (mas não por isso, indesejada),são muitos fatores para ignorar e afirmar que elas decidem seguir com uma gravidez da forma leviana e cretina que você expôs.
mirella imagina só a cena:
um rapaz de nome felipe conhece uma moça de nome maria, os dois vão para um lugar reservado para transar. ele tira a roupa dele, ela tira a roupa dela, e ele diz: hoje você vai ter tantos orgasmos que você não vai nem conseguir contar! ela fica super animada, daí ele pula as preliminares, algo compreensível para alguém que não faz a menor ideia onde se localiza o clitoris, penetra ela por 10 segundos e tem uma ejaculação precoce, algo compreensível para alguém que fica ansioso porque nunca fez sexo, e olha pra ela e diz: não te falei?
ela olha pra ele completamente atônita e só consegue dizer: oi?
ao que ele afirma: sexo sem camisinha, orgasmos múltiplos...
ela olha pra ele sem entender nada...
ele diz: mulheres tem orgasmos multiplos sem preservativo!
ela não sabe se ri, se chora, se fica com pena, se fica com raiva e decide ir embora em falar nada, deixando o jovem felipe sem a menor ideia de como satisfazer uma mulher...
*********
cena nº2
uma mulher de 36 anos, casada, dois filhos, está em casa sozinha quando recebe o encanador a quem recorreu para reparar o encanamento da casa. ele está lá no banheiro com sua maleta e suas ferramentas, quando olha pra porta e a mulher que o contratou está de cinta liga e grita: quero transar com você agora! e sem camisinha! porque "Eu não quero usar esse plástico, vai me impossibilitar de ter orgasmos múltiplos. Vamos trepar no seco."
acho que já soube de algo assim...onde foi mesmo? ai gente, não consigo me lembrar, onde foi...ah claro, num video de 5 minutos porntube...
Roxy, eu assino embaixo de todos os seus comentários acerca da visão sobre o assunto( aborto) , pois também sou a favor da legalização, pelos mesmos motivos que você.
Também considero a preocupação genuína e compartilho disso.
So nao tenho a paciência que vc tem!!! Hahahah:))
Beijao e ótimo findi!!!
Yuri,
bora lá! a Roxy já topou!
*
Maria Valéria,
subscrevo totalmente o comentário da Roxy pra você.
*
Roxy,
não sei se ele tem salvação (eu espero que sim, afinal, relacionamentos saudáveis são tão recompensadores), mas pode ajudar outras pessoas. eu sei que ajuda (já vi acontecer, num outro blog que frequentava) e a Lola já mostrou que acontece.
sem contar que é mesmo importante desconstruir mitos absurdos sobre esse assunto. acho que uma hora a ficha cai, afinal, o mundo real costuma ser mais amistoso que a internet. ele vai se relacionar com gente normal e perceber o quanto está equivocado.
teus comentários são ótimos. você vai direto na veia, sem firulas e sem rodeio, por isso ele esperneia tanto. a Mirella também.
as estatísticas eu retirei de um link que a Allice deixou:
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=3404
eu fiquei com preguiça de procurar da outra vez pra fazer a referência, mas taí o endereço.
com a descriminalização, saberíamos muito mais sobre o assunto, sobre essas mulheres e famílias, sobre as motivações. as oportunidades de atuação pra diminuir o sofrimento dessas pessoas e diminuir o número de ocorrências seriam muito maiores. só consigo ver ganhos com a descriminalização.
a cegueira desse pessoal me deixa chocada.
um bom final de semana pra vc. e não desista.
um abraço a todos.
bismarck,
gosto de debater esse assunto, mas detesto o tom (sempre de julgamento moral) que você imprime aos seus argumentos. se você chega insultando, não pode reclamar por ser insultado. se você não gosta de ser insultado, por que insulta?
como é aquela história de não fazer a outrem o que não quero que façam comigo?
se você acha, de verdade, que o debate deve acontecer em termos mais racionais, por que tanta agressividade em seus argumentos? por que tanto julgamento moral?
por que você não interrompe o ciclo de agressões que você desencadeou ao chegar agredindo as mulheres?
mas não, você é cada vez mais violento e absurdo em suas agressões.
você se superou dessa vez. os comentários 10:04, 10:05, 10:06 (neste, absolutamente repulsivo, você demonstrou de forma cabal todo seu desconhecimento do feminino), 10:07 e 10:08 não podem ser colocados na conta da racionalidade, mas da insanidade completa.
são as mulheres, de forma geral, que arcam com toda a responsabilidade e todo o ônus da contracepção. são os homens, de forma geral, que recusam a camisinha. mas você inverte desonestamente isso, novamente colocando todas as mulheres que já recorreram ao aborto no mesmo barco da irresponsabilidade e da auto-destruição, mesmo sabendo que a maioria delas é casada ou tem um relacionamento estável, portanto muito distante dessa louca que se odeia a ponto de desprezar sua saúde física e psíquica (eu nunca vi uma mulher como a que você descreve. a caricatura é tão absurda e distante da realidade que não serve nem para despertar reflexão).
você não conhece as mulheres, bismarck. a cada texto seu isso fica mais claro. acho que você nunca conversou de verdade com uma mulher. você nunca ouviu uma mulher. acho que você nunca gostou de uma mulher.
(e não estou dizendo que você não pratique sexo, ok? estou dizendo que você não SE RELACIONA com mulheres. você, quando muito, as usa. e como disse a roxy ou a mirella, não lembro agora, você vê a mulher com a distorção apresentada em filme pornô mainstream)
você despreza tanto as mulheres, que imagina que elas se desprezam a si com a mesma intensidade do seu desprezo por elas (por nós).
você continua estereotipando as mulheres. agride e espera que nos calemos, amedrontadas, diante do poder e da força do homem.
isso não vai acontecer.
você me acusa de generalizar quando falo da humanidade. é, de fato, uma generalização, mas menos perniciosa do que as suas em relação às mulheres. porque falo de padrões que incluem todas as épocas, todos os povos, todas as pessoas, sem distinção alguma.
(eu não disse que a humanidade desencadeia a fome, disse que tolera, que justifica)
mesmo que eu, pessoalmente, jamais tenha dado um tapa em ninguém (e nunca o fiz, de fato), reconheço que a humanidade pratica violência e que faço parte dessa humanidade. e reconheço que, eventualmente, posso colaborar com essa violência por omissão, p. ex., ou quando reforço padrões violentos justificando a agressão.
mesmo que eu me policie para reconhecer meus preconceitos e evitar pré-julgamentos, reconheço que a humanidade se utiliza de preconceitos para pré-julgar.
(você faz isso o tempo todo, aliás.)
e esses pré-julgamentos atingem mais perniciosamente uma parcela da população do que outra. só pra você entender o que quero dizer: sempre que uma mulher comete um erro (de qualquer natureza, desde calcular errado uma integral, passando por mudar de faixa sem acionar a seta ou fracassar num projeto profissional, enfim, qualquer coisa), escutamos o indefectível “só podia ser mulher” e suas variantes.
quando um homem comete os mesmos erros, eles são devidos apenas àquele homem, ao que cometeu o erro, e não é atribuído a todo o gênero.
assim, todas as generalizações que você faz reforça esse discurso de que todas as mulheres são iguais e que seus defeitos não são características pessoais, mas características de gênero. e as qualidades são desvios.
repare que para o gênero masculino acontece o inverso. suas qualidades são características de gênero e, portanto, intrínsecas ao homem. e os defeitos são desvios.
você ilustra bem isso quando diz que sou racional (qualidade obviamente masculina). um desvio sem dúvida. donde conclui-se que as demais mulheres que discordam de você de forma mais impertinente são irracionais. mas não você, né? apenas elas.
você, mesmo vomitando impropérios está sendo racional, afinal é homem, e a racionalidade é uma característica do seu gênero.
onde você guardou sua racionalidade, bismarck? estamos precisando dela aqui.
nós só estamos falando em termos mais polidos porque EU escolhi não usar com você os métodos que você usa comigo e com as demais debatedoras daqui. você pode e deve ser contundente, incisivo. também sou. mas poucas vezes agrido pessoalmente alguém. critico posturas sim, fiz isso com você em muitos momentos, mas não agredi você e nem os homens. essa é a diferença entre nós.
não precisamos pedir desculpas por nossa opinião, mas devemos cuidar da forma como as apresentamos. respeito é fundamental. e argumentos sem sentido devem ser deixados de fora de qualquer debate sério.
ninguém aqui extermina vidas. você sabe disso e, no entanto, insiste nesses termos.
o direito à ivg não resolve nenhum problema social. aliás, não é essa sua função. e não pode ser usado para esse fim. isso sim seria um espécie de genocídio: achar que um segmento da população devesse recorrer mais a ela do que outro.
o direito à ivg é um direito individual, as razões para interromper uma gravidez são pessoais e depende apenas de cada mulher ou casal. o direito à ivg existir não implica obrigatoriedade e nem mesmo faz desaparecer a responsabilidade pela contracepção. esse direito dá à mulher ou ao casal que não pode ou não quer continuar com a gravidez, a possibilidade de interrompê-la de forma segura e digna.
alguns países permitem o aborto desde os anos 30 e não me parece que se tornaram sociedades degeneradas, em que as mulheres transam loucamente sem nenhuma prevenção e têm filhos apenas de milionários, que também transam loucamente sem nenhuma prevenção, engravidando mulheres com as quais eles, na verdade, nem querem ter filhos.
isso é tão absurdo!!!
o aborto já existe, já á praticado e nossa sociedade não está degenerada. por que isso aconteceria justamente após reconhecermos o fato e, a partir daí, pudermos justamente falar abertamente sobre isso, debater, refletir, orientar e até diminuir sua ocorrência?
por que nossa sociedade ficaria pior por tratarmos melhor a mulher que precisa recorrer a um aborto?
o julgamento e a condenação são todos da mulher. mas o homem que se beneficia do aborto ou que decide junto com a esposa/companheira pela ivg ou que muitas vezes força a namorada, para esses não há pecha nenhuma. não há julgamento moral, não há condenação, não há xingamento, não há execração pública, não há chamado à reflexão, à responsabilidade, nada.
o planejamento familiar, a responsabilidade pela contracepção, o cuidado com os filhos são de ambos, sempre.
a ivg é exceção. deve estar prevista em lei porque falhas acontecem. e porque nem sempre podemos, diante do imprevisto, levar à termo uma gestação.
a sua posição levaria à proibição da ivg por qualquer motivo, inclusive estupro, risco de vida da mãe e mal-formações incompatíveis com a vida. você está disposto a defender que a mulher seja obrigada a levar adiante uma gravidez decorrente de estupro?
e perceba que, em todos esses casos, se for vontade da mulher continuar com a gravidez, ela não é obrigada à interrupção.
a ivg é um direito. e só.
você está disposto a defender que uma garota de 10, 11, 12 anos que sofreu abuso e engravidou tenha que levar adiante a gravidez?
por que é esta a sua posição, bismarck. todas essas situações estão no pacote que você defende.
sobre seu comment das 10:04
o que todas as pessoas, eu inclusive, dissemos aqui sobre nossas mães e a possibilidade de nosso aborto é o seguinte:
nossas mães poderiam ter abortado nossas gestações SE QUISESSEM, se não pudessem levar adiante nossa gestação naquele momento.
é esse o ponto que você não compreende em nossa argumentação.
e dizemos isso porque acreditamos que a mulher ou o casal deve poder, sim, decidir sobre manter ou não uma gravidez que não foi planejada.
o normal, inclusive, é que mantenha. a maior parte das gestações não são planejadas, mas são aceitas e desejadas e tudo corre normalmente.
o caso é que não podemos voltar no tempo. como eu disse, minha mãe desejou meu nascimento (não o MEU, mas ela desejava um filhx. o que sou é fruto dos meus genes mais as experiências vividas até o momento). Então, se entrássemos numa máquina do tempo e voltássemos ao dia em que ela confirmou a gravidez, muito provavelmente tudo ocorreria da mesma forma.
mas, se ela tivesse engravidado num momento inoportuno (não importam, pra nosso debate, as razões, que são tantas quantas são as pessoas no mundo) e tivesse optado pela interrupção dessa gestação, qual o problema? eu não ter nascido? mas essa possibilidade, eu não ter nascido, só existe justamente por eu ter nascido. compreende? se ela tivesse me abortado, eu não saberia e ela não saberia sobre mim e o mundo tampouco saberia.
a decisão seria pessoal (individual ou do casal) e não mudaria o mundo. não haveria injustiça. nem cerceamento da minha liberdade ou dos meus direitos, simplesmente porque eu não existia. eu estava ainda em processo de “montagem”, vamos dizer assim. apesar de ser humano, não era uma pessoa ainda, pois não completamente formada, pois não nascida. é o “vir à luz” que faz surgir uma pessoa para o mundo. é a separação física entre mãe e filho que marca o nascimento, o surgimento de um novo individuo para o mundo. aliás, acho belíssima a expressão “dar à luz”.
não sei se estou conseguindo me fazer entender.
não há ninguém aqui que defenda a morte de pessoas. não há paralelo possível entre interromper a formação de um indivíduo até a 12ª semana de gestação e o assassinato de qualquer individuo nascido, não importa como esse individuo seja e que idade tenha, se 1 dia ou 100 anos.
a partir do nascimento existe uma pessoa que é sujeito de direitos e que deve ter a vida protegida e amparada, inclusive pela sociedade se os pais não puderem fazê-lo por qualquer motivo.
(na verdade, esta proteção existe a partir do momento em que o feto seja capaz de sobrevivência extra-uterina, em geral a partir da 24ª semana. há relato (eu conheço um só, mas deve existir mais), de feto de 21 semanas que conseguiu sobreviver. mas é muito raro. por isso o limite para a ivg até a 12ª semana. há uma folga considerável, percebe? o limite do primeiro trimestre também leva em consideração que até este período, abortamentos espontâneos são comuns)
você me acha cruel e me acusa de exterminar vidas, mas pretendo preservar vidas. vidas estabelecidas, dotadas de histórias, desejos, sentimentos, medos, dúvidas, contextos, aflições, necessidades... vidas que serão responsáveis pelo surgimento de novas vidas se desejarem.
“você me chamou de estuprador em potencial, de egoísta, e disse que “eu me sinto bem em rebaixar as pessoas”. só errou na última.”
é você que tá falando!!
não chamei você de estuprador em potencial. foi você que disse que tinha vontade de estuprar gostosas. e agora você admite que é um estuprador em potencial... você está confundindo estuprar com ter vontade de transar com alguém e fantasiar o ato.
estupro não é sexo, é violência. é forçar o sexo contra a vontade do outro. você está dizendo que fantasia forçar mulheres a fazerem sexo com você.
eu tenho fantasias sexuais com desconhecidos, com atores. já me masturbei muito fantasiando com o adrian grenier... aiai... putz, pra que lembrar dele agora... bom, daqui a pouco eu volto...
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como eu estava dizendo, quando eu vejo um cara que me atrai eu, muitas vezes, mas nem sempre (às vezes só acho bonito, mesmo), fantasio transar com ele sim, mas na minha fantasia ele tem tanto tesão por mim quanto eu por ele.
(o grenier tá sempre louco pra transar comigo, hehe).
a violência, inclusive a verbal, até mesmo a simbólica, me broxa completamente.
não estou culpando você por sentir vontade de estuprar (espero que não o faça nunca), embora eu acredite (eu sou um tanto ingênua) que você esteja confundindo estupro com sexo.
(você não deseja mesmo forçar o sexo, né? tipo, não te broxa pensar que a mulher está sofrendo? é mesmo uma fantasia masculina fazer a mulher sofrer durante o sexo?)
(ó, a roxy tá certa, você tá vendo pornô demais. essa história de olhar pro cara na rua e já se imaginar na cama com ele também é recorrente em filmes pornôs, especialmente desses que tem “enredo”. tem problema ver pornô, não. o negócio é não achar que as coisas são daquele jeito. pornô, especialmente o pornô mainstream, é misoginia pura. repare que mulher nunca recebe sexo oral, só faz. e a penetração é sempre violenta. não há carícia, não há preliminares, não há olho no olho. o sexo é reduzido à penetração. e isso, só, definitivamente, não é sexo.)
*
concordo, somos egoístas. eu usei o termo egolatria, mas caberia melhor megalomania.
entender o que eu disse naquele contexto como se fosse pessoal foi estranho pacas.
no entanto, mesmo egoístas, podemos ter empatia. e isso você não sente pelas mulheres. você rebaixa as mulheres o tempo todo, mas acha tudo tão natural, que nem se dá conta.
*
se qualquer pessoa fosse assassinada, o mundo mudaria sim, bismarck. o mundo muda quando pessoas são assassinadas, pois essa pessoa tem um papel nesse mundo, tem família, filhos, amigos, projetos... tudo isso muda em função da morte, por assassinato ou não (mas estamos falando do primeiro). o mundo de todas as pessoas envolvidas com aquela que foi assassinada muda.
é muito diferente de interromper o desenvolvimento de um feto de até 12 semanas. você não vê nenhuma diferença nisso?
é claro que o mundo continua. se todos os seres humanos desaparecerem como mágica, o mundo continua. se todos os seres vivos desaparecerem como mágica, o mundo continua.
a defesa do direito à ivg não é a mesma coisa que despersonalizar as pessoas tornando todos massa de manobra de poucos. não é violar direitos, mas ampliar direitos individuais, já que gravidez é um evento demasiado pessoal, íntimo, para que toda a sociedade interfira dizendo o que a mulher ou o casal deve fazer.
é claro que o conhecimento sempre foi elitista. as ideias circulavam, mas os círculos eram restritos (e é assim ainda, apesar dos círculos serem mais amplos hoje).
vou ilustrar o que eu quis dizer com o exemplo clássico, o mais documentado e conhecido: a teoria da evolução de darwin. ideias a respeito da modificação das espécies estavam circulando no meio cientifico há muitos anos, desde o séc. xviii. o avô de darwin defendia ideias a esse respeito, quer dizer, havia debate sobre isso. outras áreas de conhecimento, como a geologia, também tinham ideias em circulação que mostravam a modificação do planeta. as descobertas cada vez mais frequentes de fósseis, a exploração das novas terras descobertas séculos atrás, os conhecimentos em botânica e zoologia... tudo culminou com a publicação de uma teoria sobre o surgimento das espécies através da descendência com modificação. quem teve a primazia e entrou para a história foi darwin. wallace (outro naturalista) estava na cola dele, com ideias muito semelhantes, mas darwin apresentou um argumento melhor elaborado. (wallace sofreu vários acidentes e revezes, mas teria chegado a uma teoria semelhante). se ambos não existissem, provavelmente outros naturalistas teriam chegado à mesma teoria.
o cientista, o pensador nunca estão isolados. eles trabalham sobre as ideias de outros. os tais ombros de gigantes. se newton não tivesse desenvolvido o cálculo, provavelmente outro teria feito, pouco mais tarde talvez.
a ciência é uma construção coletiva nesse sentido, bismarck, justamente no sentido da metáfora de newton dos ombros de gigantes, e não como se as pessoas se reunissem para pensar juntos a solução de um problema. aliás, esse método, sentar um tanto de gente pra resolver algo, é a pior maneira de se resolver qualquer coisa. é preciso introspecção, reflexão para que as ideias fluam, mas sempre sobre um arcabouço de teorias, experiências, enfim, conhecimentos produzidos e que circulam pela sociedade, mesmo que apenas nos círculos acadêmicos.
“conceber as grandes descobertas científicas e os grandes sistemas filosóficos (incluindo as religiões, cristianismo, islamismo etc) como fruto do trabalho da massa, da coletividade, é só uma idéia equivocada do esquerdismo fanático.”
eu ri.
vc viaja mesmo. bem mais do que eu. não falei nada de trabalho da massa.
coitada da massa.
sobre gandhi e hitler, vale o mesmo que disse sobre a ciência.
as tensões políticas (diferentes para cada situação dos nossos exemplos, ok?) tinham características que culminaram no movimento pela independência da índia e a eugenia. se não fossem gandhi e hitler os maiores líderes, seriam outros os líderes. os dois movimentos não aconteceram por causa dessas pessoas, mas elas surgiram como líderes disputando espaço com outras pessoas. se não fossem esses dois especificamente, seriam outros dois quaisquer.
“e não é a sociedade que cria as condições para que os líderes conduzam as mudanças. é justamente o contrário, os líderes criam as condições para que as massas realizem as transformações.”
os líderes surgem num contexto. e só então, conduzem as massas. ex-presidente lula é um bom exemplo. ele surgiu como líder num contexto de luta sindical. e só depois conduziu as massas.
Bem, então você irá vir me dizer que nos outros países não é assim.
E para mim Roxy, seria até cômico ouvir de uma feminista que não existe esse problema patriarcal
em outros países, inclusive o Brasil. Pode não ser tão alto o índice como na índia ou china, mas existe e está cada vez pior.
Vejamos como está no Canadá:
The reaction comes after a hidden-camera investigation by CBC’s I-Unit
that showed a number of “entertainment” ultrasound businesses were willing
to reveal the sex of a fetus in the early stages of pregnancy when an abortion is more available.
http://www.cbc.ca/news/canada/story/2012/06/13/ultrasounds-entertainment-ban.html
Leia também este estudo sobre o assunto:
http://www.cmaj.ca/content/early/2012/04/16/cmaj.120165.full.pdf
MONTREAL • An editorial in a major Canadian medical journal Monday
urges doctors to conceal the gender of a fetus from all pregnant women
until 30 weeks to prevent sex-selective abortion by Asian immigrants.
http://news.nationalpost.com/2012/01/16/canada-is-haven-for-parents-seeking-sex-selective-abortions-medical-journal/
Ou aqui outras informações:
http://www.lifenews.com/2012/04/20/canadian-women-use-sex-selection-abortions-at-alarming-rate/]
E aqui uma visão geral que seria interessante você ler o texto inteiro no link
Roxy, não apenas o que coloquei abaixo:
For what kind of feminist would it be who could contemplate the use of abortion
to eliminate ever-greater numbers of girls, and not cry out in horror?
http://www.boston.com/bostonglobe/editorial_opinion/oped/articles/2008/04/06/choosing_to_eliminate_unwanted_daughters/
E finalmente Roxy, acesse este site abaixo e assista ao vídeo e leia também outras informações deste site.
Peço por favor para todos que estiverem lendo isso fazerem o mesmo.
http://protectourgirls.com/
Sei que você gosta do amarelo Roxy e não gosta de conhecer as pessoas que gostam do vermelho.
Sei também que não deve demorar tanto para o aborto entrar novamente em questão no Brasil e até ser aprovado (mesmo eu torcendo e agindo para que não).
Com isso Roxy acho bom você começar a querer conhecer outras pessoas (que não gostem apenas do amarelo)
para ajudar a não acontecer no Brasil vários males que a descriminação do aborto trará. (Sendo que o próprio já é um mal infinito que a sociedade vem tolerando em vários países)
E também saiba que eu e outros que gostamos do vermelho não iremos todos morrer quando isso acontecer.
E nem todos os novos não nascidos e que gostem do vermelho serão todos abortados, mesmo que não queira conhecê-los.(Talvez você quisesse isso)
Estaremos aqui ainda no Brasil "enchendo o saco" tal como acontece no EUA e outros países.
Não acredito que jogaremos bomba em clinicas de abortos no Brasil. Espero de verdade que isto não venha a acontecer.
Ah, mas encheremos o saco, isso você pode ter certeza.
Sabe Roxy, além de gostar do vermelho uma de minhas descendências é da Espanha.
E fiquei muito triste quando aprovaram em março de 2010 uma nova lei do aborto, onde não foram suficientemente claro,
sobre a interrupção da gravidez de fetos com alguma deficiência física.
(Muito importante vocë ler este artigo Roxy: http://www.convenciondiscapacidad.es/Noticias/Informe%20Agustina%20Palacios%20def.pdf
Sorte que lá na Espanha, deve ter muitos parentes meus e que também gostam do vermelho.
De quebra Alberto Ruiz Gallardon ganhou as eleições e irá mudar a Lei de Aborto lá na Espanha.
Claro que seus "amigxs" que gostam de amarelo por lá não ficaram nem um pouco contentes e já fizeram manifestações.
Mesmo com a Lei que descrimina deficientes físicos. (Conforme texto cientifico acima que pedi para ler).
Veja no link abaixo o manifesto deles, comparando Gallardon como uma volta do Franco(sic). Realmente se eles lessem o texto acima poderiam mudar um pouco de idéia.
Mas talvez sejam como vocë Roxy, não gostem de conhecer assuntos do vermelho pois prejulgam serem um retrocesso.
E sem conhecer cometem estes absurdos atuais na Espanha.
http://news.yahoo.com/hundreds-protest-toughening-spains-abortion-law-153215224.html
Devem ser como você Roxy, não querem conhecer, ouvir ou chegar perto de quem gosta do vermelho.
Só querem saber de direitos, direitos e direitos..... escolha, escolha, escolha....
Não querem nem saber dos eventuais problemas que acontecem quando uma péssima lei aborto é aprovada.
Ainda mais uma lei covarde como esta da Espanha.
Seria incrível ouvir de você que discorda deste texto abaixo como seus amigos da Espanha Roxy:
“It seems to me to be ethically inconceivable we have lived so long with this legislation,
and I think that the same level of protection that is given to an unborn child
without any type of handicap or deformity should
be given to those that are verified as lacking some of the abilities
that other unborn children have,” added Ruiz-Gallardón.
http://www.lifesitenews.com/news/spanish-government-plans-to-end-abortions-of-handicapped-babies-says-justic
Então vocë ou outro leitor deve pensar. Mas isto é só na Espanha.
Com certeza não assistiram paraolimpíadas e o discurso final de James Parker
coordenador da XIV edição dos Jogos Paraolímpicos de Verão
...desafiar os líderes e políticos para mudar as
"leis anacrônicas e discriminatórias sobre o aborto", que hoje estão em vigor na Inglaterra.
Parker acrescenta que, embora a vila esteja repleta de cadeiras de rodas, muletas, corpos de todas as formas e
tamanhos, há "uma paixão vibrante e tangível pela vida".
Parker também afirma que, durante as conversas com os atletas, ficou surpreso ao descobrir que muitos não se davam conta de que, se tivessem sido concebidos na Inglaterra de hoje, provavelmente teriam sido abortados.
"Se a Inglaterra quer um lugar de destaque no quadro de medalhas das próximas edições dos Jogos Paraolímpicos, terá que considerar seriamente a possibilidade de mudar as suas leis, para parar de discriminar o que agora é rotulado como ‘qualidade de vida inaceitável’. Jogos Paraolímpicos à parte, qualquer sociedade que queira ser próspera precisa dar mais valor à igualdade entre deficientes e não deficientes", reforça.
Assistiu alguma coisa da última paraolimpíadas Roxy? Gostou?
Parece que alguns de seus amigxs não gostam muito.
Bem apenas mais duas coisas:
Roxy diz até onde eu sei, nos estados unidos o homem que for descoberto obrigando uma mulher a abortar contra a vontade dela, como por exemplo ministrando medicação abortiva sem o consentimento dela é punido com a lei. me desculpa, mas quando temos vidas em jogo (caso das mulheres que morrem) eu não costumo comentar argumentos tão rasos, hipotéticos e absurdos como esse "Homens obrigando mulheres a abortar, por ser algo JUDICIALMENTE LEGAL, é cada vez mais comum nos EUA." o aborto ser legal não tem nada a ver com o homem obrigar a mulher a abortar e ser amparado pela lei.
Roxy vocë entendeu tudo errado. É claro que ministrar medicação forçada, seja ela abortiva, para dor de cabeça ou quaqluer outra coisa, é crime. Isto é óbvio.
Imagine a seguinte situação de pobreza(infelizmente):
Um homem irá ganhar 1000 reais no próximo ano.
Sua mulher fica grávida e quer ter o bebê mas tem dúvidas.
O homem vive em um local onde o aborto é legalizado e seus custos não passarão de 200 reais.
Ele aconselha a mulher que deve abortar.
Ela fica na duvida, mas como é sua decisão ela decide ter o bebê.
O homem fica nervoso o que faz ela ter depressão pós parto.
Ela precisa de dinheiro para cuidar do bebê mas não arruma emprego.
O homem gasta 800 reais em menos tempo que esperava
e esbraveja: A culpa é toda sua mulher. Vocë teve a opção de abortar e não abortou.
Eu nem deveria ter obrigação de lhe ajudar, já que não queria o aborto.
Triste né? Isso acontece nos EUA, principalmente bairros negros e pobres. Alguns homens estão achando no direito de não ter mais o dever de ajudar as mulheres porque eles queriam o aborto e ela não.
Rxy diz: mas quanto à sua primeira pergunta: as feministas concordam bastante quando o assunto é o período máximo para a interrupção da gravidez.
período máximo para o ivg? o que significa isso? 9 meses? depois das 24 semanas? 12 semanas? seja mais clara Roxy.
Ah mais uma coisa:
Cora diz: Isso não é legal nos eua. Aliás, não é legal em nenhum país que permite a ivg.
Parece que não fez a lição de casa Cora ao afirma isso.
Ou as feministas do Brasil estão muito desinformadas pelo que vem acontecendo lá fora.
Prometo que semana que vem irei escrever sobre isso e levarei a sério tá?
Saudações a todos.
sim, eu acusei vc de ser misógino. teus escritos me levaram a isso e te disse inclusive quais eram os textos. te chamo de misógino novamente lá pra cima e, de novo, te mostro quais dos teus escritos me levaram a essa constatação.
fica pra reflexão.
não fiz tempestade nenhuma. gostaria que você percebesse em que momentos exagerou lamentavelmente em suas agressões, resvalando (tô sendo legal) na misoginia.
são justamente as suas opiniões sobre as mulheres, e a forma como você as apresentou que me levaram a te reconhecer como misógino.
você não precisa me desagradar. e tampouco me agradar.
você ser contrário ao aborto não me desagrada. seus argumentos para ser contrário é que me desagradam.
você não anulou o meu argumento sobre eu considerar mais adequado a ivg do que a imposição do nascimento, pois eu falo do ponto de vista pessoal (da mulher ou casal) e não social.
a ivg ocorre quando a mulher ou casal não deseja aquela gravidez naquele momento. por que forçar o nascimento nesta circunstância?
eu repito: nem toda gestação não planejada será interrompida. não é assim em nenhum país que permite a ivg. nem mesmo naqueles que permitem desde os anos 30. somente quem realmente não deseja a gravidez é que recorrere a ela.
*
qualé, bismarck? não seja desonesto. você sabe perfeitamente o que é contexto. você não falou simplesmente em bunda, peito e vagina. a forma e o que você quis dizer com isso é que foi ofensivo, e não as palavras per se.
eu estou levando, contra todo o bom senso (já que você baixou o nível diversas vezes), esta conversa a sério. como eu disse, eu gosto de debater, especialmente sobre este assunto, mas eu espero um pouco mais de honestidade do meu interlocutor.
*
“cora, peço que você leia tudo o que eu escrevi para a mirella e para a roxy”
eu li. e achei detestável. comentei lá pra cima.
e agora sou eu que peço que você leia os últimos comentários da roxy. e que reflita.
ué, fábio,
vc estranha que haja misoginia no mundo? a Lola fala disso o tempo todo aqui. debatemos sobre isso direto.
a misoginia existe há milênios, pelo menos 6.000 anos de tradição misógina documentada.
e isso que o movimento masculinista diz que a sociedade é bucetista e protege as mulheres, dando-lhes privilégios.
muitos homens e também (lamentavelmente) muitas mulheres fomentam essa discriminação.
se isso te incomoda, junte-se a nós em seu combate no brasil.
meninas são preferencialmente abortadas, mulheres são agredidas, estupradas, discriminadas no mercado de trabalho em função justamente da capacidade de engravidar. existe um movimento de homens que se dedicam a agredir moralmente as mulheres, defendendo, inclusive, a agressão sexual. estupradores são defendidos (veja a página daquela banda horrorosa e a forma como homens e (lamentavelmente) mulheres se referem às vítimas).
a primeira reportagem que você postou também dá a dica. os canadenses se chocam, mas percebem que há só uma saída, a educação, o debate, o reconhecimento das mulheres como cidadãs.
com o aumento da imigração, costumes de outros povos são levados para lá. como nos eua.
o link sobre os eua diz que o problema é particularmente grave na china e na índia, mas ocorre em outros países da ásia e, com a imigração, se dissemina pelo mundo (a pesquisa analisou e encontrou proporções não naturais entre meninos e meninas entre crianças de pais chineses, coreanos e indianos. quer dizer, a marca da cultura é muito forte e, mesmo em outro país, a seleção sexual continua ocorrendo).
O problema não é, obviamente, do direito ao aborto e nem da ultra-sonografia, mas sim da misoginia, que todos dizem que não existe e não passa de um delírio feminista.
Ou você acha que o problema do aborto seletivo é o direito ao aborto? quer dizer, se o eua proibir o aborto, a seleção continuará acontecendo, agora sem controle, sem estatística, sem possibilidade de atuação, de educação, de orientação.
Ou quem sabe o problema são os equipamentos cada vez mais modernos de ultra-sonografia? E também cada vez mais portáteis e acessíveis? Hoje, você pode solicitar uma ultra-sonografia 3d em domicilio, com direito a festa familiar e transmissão ao vivo no face.
“Alguns homens estão achando no direito de não ter mais o dever de ajudar as mulheres porque eles queriam o aborto e ela não.”
Você está espantado com isso, fabio? Isso acontece desde sempre também. Com aborto legal ou não, o homem que se vê diante de uma gravidez não planejada, SEMPRE pressiona a mulher para o aborto, inclusive providenciando medicamentos ou clínicas clandestinas. Reclama do uso de preservativos, mas pressiona pelo aborto. E DÁ NO PÉ se a mulher resolve ter o bebê. E se a mulher sucumbe à pressão, ou se simplesmente estava decidida e aborta, ele acaba DANDO NO PÉ também, porque não quer lidar com nada que seja complicado e que envolva alguém que não seja ele mesmo. apoiar? inda mais uma mulher? pra quê, né?
A verdade é que nós mulheres, com algumas exceções honrosas de homens que não tem medo de envolver-se de verdade com uma mulher, estamos SOZINHAS. Sempre sozinhas. Quando aparece um homem, com as poucas exceções já mencionadas, é pra julgar e condenar.
Abortamentos de fetos no terceiro trimestre por qualquer motivo, como vc sugeriu, não é legal mesmo, fabio, nem nos eua, nem em nenhum país. Acontecem? Provavelmente sim (deve acontecer inclusive no brasil), mas não são permitidos por lei. A legislação não ampara.
Você descobriu a misoginia há pouco tempo, fabio? Se sim, bacana ter percebido algo que é muito evidente. Você quer ajudar a combatê-la? Se sim, não são as feministas que você deve atacar. O inimigo da mulher não é o feminismo, mas o machismo, que fomenta a discriminação de gênero e possibilita o discurso que alimenta a violência contra a mulher, violência essa, que ele, o machismo, nega que exista.
Que bom que você vai levar esse assunto a sério. Quem sabe assim, passamos a debater sem tanta ironia e sarcasmo, né?
minha mensagem não apareceu complate, deve ter sido algum problema em minha internet ou no blogger.
peço licança para postar novamente.
Olá Roxy Carmichael, boa noite!!
Uma pena que não queira me conhecer.
Mas vendo, especialmente o seu pensamento pessoal sobre o aborto, até lhe entendo.
Eu gostaria de lhe conhecer Roxy. Adoro sempre conhecer pessoas novas. Mesmo que elas não estejam
de acordo com alguns pensamentos ou ideologias que eu tenha. Não é porque eu goste do vermelho
e você exclusivamente do amarelo que inviabilizaria de querer lhe conhecer.
Aprecio a diversidade de pessoas Roxy. Suas opiniões, suas individualidades, suas crenças e seus desejos.
E entendo que com isso muitas vezes terei que conviver com a negação, com a indiferença, entre outras coisas
que é comum nas humanidade.
Você não Roxy. Você gosta do amarelo e só quer conhecer pessoas que também gostem do amarelo.
Pois gostar do vermelho é um horror.
Nem do verde, muito menos do cinza. Você só quer receber sim como resposta Roxy.
Talvez aquele mendigo que disse que eu seja indiferente com ele, se por acaso ele gostasse
do vermelho como eu, possivelmente você também não iria querer conhecê-lo?
Sabe Roxy sempre pensei que eu gostaria de conhecer alguns dos bebês que foram abortados.
Com certeza, alguns gostariam do vermelho como eu. Outros gostariam do amarelo como você. Outros do verde, rosa, roxo etc..
Teriam algumas pessoas que seriam extraordinárias. Outras nem tanto.
Quando você diz que não quer me conhecer Roxy, você diz, indiretamente, o mesmo para todos estes bebês que morrem
prematuramente de forma induzida. Sejam eles meninos e meninas. Gostem eles do azul, do amarelo ou do vermelho.
Roxy diz: que tal colocar aqui por exemplo a pesquisa que revelou esse dado, de uma fonte confiável:
"E ainda, são as meninas que são abortadas em sua maioria?”
Bem Roxy, você deve melhor do que eu que a Índia e a China
junto do Brasil são países considerados emergentes atualmente.
Mas diferente do Brasil nestes dois países é legalizado o aborto.
Claro que não é legalizado o aborto por seleção de sexo. Nenhum governo em sã consciência faria isso.
Todos sabem que é desastroso, além de ser um crime ainda maior que o próprio aborto que eles legalizam.
Mas acontece Roxy e muito. A seleção de sexo acontece muito nestes dois países.
Os pais ou mesmo as mãe escolhem os meninos em detrimento das meninas. Mesmo sendo uma ação fora da lei.
Pois se a mãe alega que não quer o bebê, por qualquer motivo, tipo daqueles bem populares nos EUA
(73% Can’t afford a baby now). O médico, como um robozinho do governo, terá que atender este desejo.
Nestes dois países estão tentando prolongar o prazo para dizer o sexo do bebê, justamente para tentar salvar as meninas.
Aqui vão algumas informações da Índia que você, que é inteligente e gosta do amarelo, já deve conhecer Roxy:
O infanticídio feminino
tem origem antiga e histórica na Índia.
E continua a ser uma prática comum em muitas regiões rurais do país,
principalmente porque é mais barato para as pessoas pobres do meio rural do que o método u
sado pelas classes mais ricas e educadas em vilas e cidades que usam o aborto selecionado por sexo.
Uma parteira recebe apenas $2,50 para matar um bebê recém-nascido (menina). Os bebês são estrangulados,
enterrados vivos, afogados em baldes de leite, ou envenenados. Em algumas regiões da Índia essa tarefa é
reservada ao pai ou avó paterno da criança.
http://50millionmissing.wordpress.com/petition/a-campanha-50-milhoes-desaparecidas-luta-contra-o-genocidio-na-india/
Feticídio feminino:
Tornou-se um fenômeno desenfreado na Índia,
principalmente entre as classes média e alta.
Embora seja ilegal que médicos revelem o sexo do feto após os exames de ultrassom,
cerca de um milhão de fetos do sexo feminino ainda são vítimas do aborto selecionado
todos os anos na Índia. Estima-se que esse número chegará a alarmantes 2-5 milhões/ano nos próximos anos.
Se gosta de ler sobre o problema da seleção do sexo Roxy, leia este artigo cientifico do Dr. Gautam N. Allahbadia
http://www.springerlink.com/content/r1tnxa0tn91bwmfj/fulltext.pdf
Bem, então você irá vir me dizer que nos outros países não é assim.
E para mim Roxy, seria até cômico ouvir de uma feminista que não existe esse problema patriarcal
em outros países, inclusive o Brasil. Pode não ser tão alto o índice como na índia ou china, mas existe e está cada vez pior.
Vejamos como está no Canadá:
The reaction comes after a hidden-camera investigation by CBC’s I-Unit
that showed a number of “entertainment” ultrasound businesses were willing
to reveal the sex of a fetus in the early stages of pregnancy when an abortion is more available.
http://www.cbc.ca/news/canada/story/2012/06/13/ultrasounds-entertainment-ban.html
Leia também este estudo sobre o assunto:
http://www.cmaj.ca/content/early/2012/04/16/cmaj.120165.full.pdf
MONTREAL • An editorial in a major Canadian medical journal Monday
urges doctors to conceal the gender of a fetus from all pregnant women
until 30 weeks to prevent sex-selective abortion by Asian immigrants.
http://news.nationalpost.com/2012/01/16/canada-is-haven-for-parents-seeking-sex-selective-abortions-medical-journal/
Ou aqui outras informações:
http://www.lifenews.com/2012/04/20/canadian-women-use-sex-selection-abortions-at-alarming-rate/]
E aqui uma visão geral que seria interessante você ler o texto inteiro no link
Roxy, não apenas o que coloquei abaixo:
For what kind of feminist would it be who could contemplate the use of abortion
to eliminate ever-greater numbers of girls, and not cry out in horror?
http://www.boston.com/bostonglobe/editorial_opinion/oped/articles/2008/04/06/choosing_to_eliminate_unwanted_daughters/
E finalmente Roxy, acesse este site abaixo e assista ao vídeo e leia também outras informações deste site.
Peço por favor para todos que estiverem lendo isso fazerem o mesmo.
http://protectourgirls.com/
Sei que você gosta do amarelo Roxy e não gosta de conhecer as pessoas que gostam do vermelho.
Sei também que não deve demorar tanto para o aborto entrar novamente em questão no Brasil e até ser aprovado (mesmo eu torcendo e agindo para que não).
Com isso Roxy acho bom você começar a querer conhecer outras pessoas (que não gostem apenas do amarelo)
para ajudar a não acontecer no Brasil vários males que a descriminação do aborto trará. (Sendo que o próprio já é um mal infinito que a sociedade vem tolerando em vários países)
E também saiba que eu e outros que gostamos do vermelho não iremos todos morrer quando isso acontecer.
E nem todos os novos não nascidos e que gostem do vermelho serão todos abortados, mesmo que não queira conhecê-los.(Talvez você quisesse isso)
Estaremos aqui ainda no Brasil "enchendo o saco" tal como acontece no EUA e outros países.
Não acredito que jogaremos bomba em clinicas de abortos no Brasil. Espero de verdade que isto não venha a acontecer.
Ah, mas encheremos o saco, isso você pode ter certeza.
Sabe Roxy, além de gostar do vermelho uma de minhas descendências é da Espanha.
E fiquei muito triste quando aprovaram em março de 2010 uma nova lei do aborto, onde não foram suficientemente claro,
sobre a interrupção da gravidez de fetos com alguma deficiência física.
(Muito importante vocë ler este artigo Roxy: http://www.convenciondiscapacidad.es/Noticias/Informe%20Agustina%20Palacios%20def.pdf
Bem apenas mais duas coisas:
Roxy diz até onde eu sei, nos estados unidos o homem que for descoberto obrigando uma mulher a abortar contra a vontade dela, como por exemplo ministrando medicação abortiva sem o consentimento dela é punido com a lei. me desculpa, mas quando temos vidas em jogo (caso das mulheres que morrem) eu não costumo comentar argumentos tão rasos, hipotéticos e absurdos como esse "Homens obrigando mulheres a abortar, por ser algo JUDICIALMENTE LEGAL, é cada vez mais comum nos EUA." o aborto ser legal não tem nada a ver com o homem obrigar a mulher a abortar e ser amparado pela lei.
Roxy vocë entendeu tudo errado. É claro que ministrar medicação forçada, seja ela abortiva, para dor de cabeça ou quaqluer outra coisa, é crime. Isto é óbvio.
Imagine a seguinte situação de pobreza(infelizmente):
Um homem irá ganhar 1000 reais no próximo ano.
Sua mulher fica grávida e quer ter o bebê mas tem dúvidas.
O homem vive em um local onde o aborto é legalizado e seus custos não passarão de 200 reais.
Ele aconselha a mulher que deve abortar.
Ela fica na duvida, mas como é sua decisão ela decide ter o bebê.
O homem fica nervoso o que faz ela ter depressão pós parto.
Ela precisa de dinheiro para cuidar do bebê mas não arruma emprego.
O homem gasta 800 reais em menos tempo que esperava
e esbraveja: A culpa é toda sua mulher. Vocë teve a opção de abortar e não abortou.
Eu nem deveria ter obrigação de lhe ajudar, já que não queria o aborto.
Triste né? Isso acontece nos EUA, principalmente bairros negros e pobres. Alguns homens estão achando no direito de não ter mais o dever de ajudar as mulheres porque eles queriam o aborto e ela não.
Rxy diz: mas quanto à sua primeira pergunta: as feministas concordam bastante quando o assunto é o período máximo para a interrupção da gravidez.
período máximo para o ivg? o que significa isso? 9 meses? depois das 24 semanas? 12 semanas? seja mais clara Roxy.
Ah mais uma coisa:
Cora diz: Isso não é legal nos eua. Aliás, não é legal em nenhum país que permite a ivg.
Parece que não fez a lição de casa Cora ao afirma isso.
Ou as feministas do Brasil estão muito desinformadas pelo que vem acontecendo lá fora.
Prometo que semana que vem irei escrever sobre isso e levarei a sério tá?
Saudações a todos.
Sorte que lá na Espanha, deve ter muitos parentes meus e que também gostam do vermelho.
De quebra Alberto Ruiz Gallardon ganhou as eleições e irá mudar a Lei de Aborto lá na Espanha.
Claro que seus "amigxs" que gostam de amarelo por lá não ficaram nem um pouco contentes e já fizeram manifestações.
Mesmo com a Lei que descrimina deficientes físicos. (Conforme texto cientifico acima que pedi para ler).
Veja no link abaixo o manifesto deles, comparando Gallardon como uma volta do Franco(sic). Realmente se eles lessem o texto acima poderiam mudar um pouco de idéia.
Mas talvez sejam como vocë Roxy, não gostem de conhecer assuntos do vermelho pois prejulgam serem um retrocesso.
E sem conhecer cometem estes absurdos atuais na Espanha.
http://news.yahoo.com/hundreds-protest-toughening-spains-abortion-law-153215224.html
Devem ser como você Roxy, não querem conhecer, ouvir ou chegar perto de quem gosta do vermelho.
Só querem saber de direitos, direitos e direitos..... escolha, escolha, escolha....
Não querem nem saber dos eventuais problemas que acontecem quando uma péssima lei aborto é aprovada.
Ainda mais uma lei covarde como esta da Espanha.
Seria incrível ouvir de você que discorda deste texto abaixo como seus amigos da Espanha Roxy:
“It seems to me to be ethically inconceivable we have lived so long with this legislation,
and I think that the same level of protection that is given to an unborn child
without any type of handicap or deformity should
be given to those that are verified as lacking some of the abilities
that other unborn children have,” added Ruiz-Gallardón.
http://www.lifesitenews.com/news/spanish-government-plans-to-end-abortions-of-handicapped-babies-says-justic
Então vocë ou outro leitor deve pensar. Mas isto é só na Espanha.
Com certeza não assistiram paraolimpíadas e o discurso final de James Parker
coordenador da XIV edição dos Jogos Paraolímpicos de Verão
...desafiar os líderes e políticos para mudar as
"leis anacrônicas e discriminatórias sobre o aborto", que hoje estão em vigor na Inglaterra.
Parker acrescenta que, embora a vila esteja repleta de cadeiras de rodas, muletas, corpos de todas as formas e
tamanhos, há "uma paixão vibrante e tangível pela vida".
Parker também afirma que, durante as conversas com os atletas, ficou surpreso ao descobrir que muitos não se davam conta de que, se tivessem sido concebidos na Inglaterra de hoje, provavelmente teriam sido abortados.
"Se a Inglaterra quer um lugar de destaque no quadro de medalhas das próximas edições dos Jogos Paraolímpicos, terá que considerar seriamente a possibilidade de mudar as suas leis, para parar de discriminar o que agora é rotulado como ‘qualidade de vida inaceitável’. Jogos Paraolímpicos à parte, qualquer sociedade que queira ser próspera precisa dar mais valor à igualdade entre deficientes e não deficientes", reforça.
Assistiu alguma coisa da última paraolimpíadas Roxy? Gostou?
Parece que alguns de seus amigxs não gostam muito.
Roxy, no comentário das cenas 1 e 2
cataploft. Pega na veia.
"você despreza tanto as mulheres, que imagina que elas se desprezam a si com a mesma intensidade do seu desprezo por elas (por nós)."
cataploft.
Cora pega na veia 2. depois do que vocês duas falaram, eu só posso parabenizar e ficar quieta, pq vcs zeraram a discussão. o/
“se qualquer pessoa fosse assassinada, o mundo mudaria sim, bismarck. o mundo muda quando pessoas são assassinadas, pois essa pessoa tem um papel nesse mundo, tem família, filhos, amigos, projetos... tudo isso muda em função da morte, por assassinato ou não (mas estamos falando do primeiro). o mundo de todas as pessoas envolvidas com aquela que foi assassinada muda.”
Então que defendamos o infanticídio dos recém-nascidos, pois ainda não possuem amigos, projetos e um papel nesse mundo. Defendamos, também, o extermínio sistemático dos moradores de rua que já não possuam mais nenhum familiar, não possuam projetos e muito menos papel nesse mundo. E o extermínio dos fetos com síndrome de dawn(pois vão sofrer), dos portadores de deficiência físicas graves(pois vão sofrer), e de doenças crônicas(pois, também, vão sofrer). E que caminhemos rumo a uma completa eugenia.
A sua mente relativista não é capaz de compreender a abrangência do sentido “direito à vida”.
"Você está espantado com isso, fabio? Isso acontece desde sempre também. Com aborto legal ou não, o homem que se vê diante de uma gravidez não planejada, SEMPRE pressiona a mulher para o aborto, inclusive providenciando medicamentos ou clínicas clandestinas."
Altas doses de misandria, hein, corinha?
Esse seu "SEMPRE" é mais uma de suas generalizaçoes. Quando lhe convém, você generaliza. Quando nao lhe convém, você relativiza.
Mas nao se preocupe. Eu vejo esse filme todos os dias.
bismarck,
que pena!
devo admitir que esperava mais de você. pensei mesmo que você tivesse potencial pra desenvolver um debate um pouco mais interessante depois da gente passar pela fase dos impropérios e das agressões.
achei que a gente tava demorando pra passar dessa fase, mas estava aguardando pacientemente. te fiz críticas bastante duras e esperava uma auto-crítica, alguma reflexão, principalmente sobre a forma exageradamente estereotipada com que você vê a mulher. você percebeu isso? pensou um pouco a respeito?
mas não.
olha só o que você tá fazendo! pra que defender infanticídio, extermínio de pessoas em situação de rua, de portadores de quaisquer deficiências, de doentes crônicos...
não há nenhuma necessidade disso.
quem disse que recém-nascidos não tem amigos? eles têm pais, avós, tios, primos, muitas vezes têm irmãos.
quem disse que pessoas em situação de rua não tem família, amigos, projetos e nem papel nesse mundo?
quem disse que portadores de síndrome de down, ou qualquer deficiência física ou doenças crônicas devem morrer?
eu não acho que devam morrer. pelo contrário. acho que devem ser protegidos e amparados, como todo mundo aliás, inclusive pela sociedade se não existem meios próprios ou familiares para tal.
você ainda não entende que eu não defendo o aborto. defendo o direito ao aborto, para aquelas mulheres/casais que não podem continuar com uma gravidez.
e, junto com isso, debates e estudos sobre sexualidade e reprodução, programas de planejamento familiar, educação familiar, acesso facilitado a métodos contraceptivos, campanhas de prevenção de dsts, atendimento adequado à gestante e ao recém nascido, atendimento à criança, acesso à creches e escolas...
mas você insiste no meu “desejo de matar”. que só você tá vendo.
que seja. tem hora que não adianta mais argumentar.
quanto à resposta ao fabio, generalizei sim. deveria ter escrito “alguns homens sempre pressionam”, ou “tem um tipo de homem que sempre pressiona”.
você tem razão. alguns homens assumem os filhos não planejados numa boa. eu realmente não estava falando de todos os homens.
você achou misândrico, é? e a sensação não foi legal, né? percebeu como a gente se sente? agora multiplica essa sensação ruim que você sentiu, por 6.000 anos de história documentada, livros sagrados, filosofia, literatura, humor, mídia, internet... e você vai ter um pouco a dimensão de como a gente se sente.
releia seus posts (aqueles em que eu te disse que você estava sendo misógino), e veja se você consegue ver a diferença entre o que você chamou de misandria da minha parte e eu chamei de misoginia da sua.
eu confesso pra você, às vezes eu tenho raiva dos homens sim.
quando eu vi o apoio que aquela banda indecente tá recebendo depois do que eles fizeram, eu tive raiva dos homens.
quando eu li o que você escreveu em diferentes posts, eu tive raiva de você.
eu tenho raiva dos masculinistas.
eu tenho raiva de publicitários que fazem campanhas misóginas.
eu tenho 6.000 anos de história que justificam a raiva que, às vezes, eu sinto dos homens, apesar de amar profundamente, alguns deles.
(Corinha, continuemos sim. Eu comentei outras coisas mas parece que nao foi publicado. Entao posterei novamente. Essas 2 mensagens que você leu foram só as minhas conclusoes).
Patrick,
Se eu discordo de você, logo, sou um troll. Se eu concordasse com você, então eu não seria um troll. Extremismo e unilateralismo de sua parte. E obtusidade também, porque, mesmo após eu ter escrito um verdadeiro tratado para esclarecer uma suposta contradição em meus comentários, contradição esta que a Roxy, finalmente, parece ter percebido que não existe, você ainda continua insistindo nela.
Mas, admitindo que você possua uma capacidade de entendimento textual bem limitada, eu repito novamente, para que fique mais claro do que já está:
Eu não ceifo vidas. Não concorro diretamente para a produção de um resultado cujo desdobramento é a extinção de uma vida humana. Já você, que é pró-morte, extermina uma vida com a justificativa de que vai salvar outras tantas. Os fins não justificam os meios.
“Como eu entendo:
O que muitas pessoas não entendem é que se uma pessoa quer cometer um homicídio, ela VAI fazer. Seja pagando uma pequena fortuna para alguém fazê-lo ou usando a faca da cozinha. É pura hipocrisia alegar que a criminalização do homicídio vai ajudar a reduzir o número de assassinatos.”
Raíssa, se os poderes coercitivos do Estado forem extintos, se as leis, as prisões e a polícia deixarem de existir, e a prática do homicídio for legalmente permitida, é evidente que a incidência desse tipo de crime aumentará exponencialmente. Em qualquer lugar do mundo. Você está absurdamente equivocada se pensa o contrário.
Seguir a sua linha de raciocínio é tão frívola que teríamos que pensar o mesmo sobre, por exemplo, a pensão alimentícia. É óbvio que se a obrigatoriedade da pensão alimentícia deixar de existir, junto com a sua punição, o número de inadimplentes irá crescer absurdamente. O mesmo aconteceria com outros crimes, como o furto, o roubo, o estupro, a invasão domiciliar etc, que também se multiplicariam terrivelmente.
A ausência de punição torna a prática delituosa vantajosa para o infrator, e ele não hesita em delinqüir caso não encontre limitações exteriores.
Roxy
“estado de negação insistir nessa historia de que mulheres abortam filhos de homens pobres, num país em que as mulheres já sao maioria nas universidades e estão no mercado de trabalho há muitos anos. casar com homem rico como única forma de ascensão social já não faz parte da nossa realidade há muitos anos”
Primeiro, eu não estou “insistindo” em nenhuma história. O seu vitimismo e a sua mania de perseguição, tão peculiar entre os auto-intitulados “oprimidos”, obliterou o seu poder de interpretação textual. Em outras palavras: você viu o que quis ver. Interpretou o que quis interpretar. E, depois, saiu falando asneiras e mentiras.
O que eu disse foi que muitas mulheres se comportariam da forma explicitada. Fato. Não há o que contestar. Em nenhum momento eu afirmei que todas as mulheres agiriam daquela forma.
Se eu disser que existem mulheres golpistas, estarei mentindo? Se eu afirmar que existem mulheres interesseiras, seria isso uma falácia? Se eu disser que existem mulheres que se utilizam de uma gravidez para extrair vantagens materiais da mesma, estaria adentrando num mundo de fantasias? E se eu afirmar que existem mulheres irresponsáveis, inescrupulosas, extremamente egoístas e utilitaristas, isso seria uma blasfêmia?
Eu apenas exemplifiquei situações hipotéticas que eu tenho absoluta certeza que aconteceriam em países como o Brasil, caso a prática do extermínio de vidas uterinas fosse considerada legal. A pobreza, a falta de instrução, de informação, de prevenção da gravidez, a insuficiência no uso dos anticoncepcionais, e a desintegração familiar, fomentariam atitudes como estas citadas por mim.
Se na Noruega poucas mulheres agiriam da forma descrita por mim, os motivos seriam que essas mulheres, as norueguesas, possuem instrução, estabilidade e coesão familiar, acesso amplo a informação, excelente poder de consumo, nenhuma vulnerabilidade no que concerne à violência, e extenso leque de opções para prevenir a gravidez, protagonizado, principalmente, pelos anticoncepcionais.
O que eu disse para a corinha em outra oportunidade, serve para ti também: não pense no Brasil com os seus olhos voltados para o Canadá ou para a Noruega. Seria um erro por demais pernicioso.
Na Noruega e no Canadá, existem muito mais feministas do que aqui. O poder aquisitivo das mulheres desses países é infinitamente maior que o das mulheres brasileiras. O nível de instrução das Canadenses e Norueguesas, é muito maior que o das brasileiras. Enfim, elas possuem um padrão de vida muito melhor, são muito mais politizadas e instruídas, e foram criadas em ambientes familiares mais estáveis. Isso, obviamente, em geral. Não estou querendo dizer que toda norueguesa ou canadense é mais desenvolvida que toda e qualquer brasileira.
“num país em que as mulheres já sao maioria nas universidades e estão no mercado de trabalho há muitos anos. casar com homem rico como única forma de ascensão social já não faz parte da nossa realidade há muitos anos”
Mas não ganham o mesmo que os homens ganham. Não possuem o mesmo poder de consumo que os homens possuem(possuem indiretamente, controlando eles. Mas diretamente, não). Não controlam nem mesmo uma ínfima fração das grandes somas de capitais que as grandes indústrias e multinacionais controlam, quase todas elas tendo homens como principais acionistas, proprietários e gerentes. Se enumerarmos as 1.000 pessoas mais ricas do Brasil, a imensa maioria são homens.
A ascensão da mulher ao nível superior não exclui a hipergamia feminina. Nível superior hoje não significa nada, querida. Tem muita gente aí com diploma ganhando 1000 paus por mês. Para que a hipergamia feminina seja significativamente atenuada, seria necessário uma distribuição muuuuuuuito mais equânime das riquezas do mundo. Riquezas estas, repito, dominadas pelos homens.
Mais uma vez, eu te digo: pare de analisar o Brasil com os olhos voltados para a Europa ou Canadá.
Muitas mulheres entram na universidade? Outras tantas mal têm o que comer. Muitas conseguem diplomas? Outras milhares nem sequer completam o ensino médio. Muitas adquirem independência financeira? Outras milhares precisam do marido, ou dos filhos, para comprar uma simples roupa. Sem contar as que moram na zona rural, com acesso limitado a água, luz elétrica, transporte e saneamento básico, e que, diferente de vocês, não possuem acesso a Internet. As milhares que moram em favelas, invasões, palafitas, expostas a terríveis limitações materiais, a violência e as drogas.
Você precisa pensar o Brasil, e as mulheres brasileiras, sem abdicar dessa realidade.
“negação por se recusar a debater a partir das estatísticas que mostram que mais da metade das mulheres que abortam já são casadas.”
Os seus números não são confiáveis. Existe uma infinidade de mulheres que abortam e que não entram nas estatísticas.
Mas, mesmo que eu por um momento leve em consideração os seus números, o que você quer me dizer com eles? Que mulheres casadas só abortam os filhos que teve com o marido? Não me faça rir. Muitas delas abortam não porque chegaram a um entendimento com o seu esposo para tal prática, mas sim porque se trata de um filho do seu amante. Claro, agora você vai me apedrejar, e dizer que mulheres casadas não traem, pois, para você, parece que as mulheres, todas elas, são poços de pureza, inocência, sensatez e racionalidade. Seres de luz imunes de serem acometidos por sentimentos perniciosos. Só para lembrar, a traição conjugal feminina aumenta exponencialmente a cada ano. Muitos dizem, inclusive, que as mulheres já traem mais que os homens.
Uma mulher casada seria capaz de abortar pelos mesmos motivos de uma solteira. É ingenuidade achar que não. A instituição do casamento, em ritmo acelerado em direção a completa bancarrota, não exerce mais nenhum controle poderoso em ninguém. Famílias se formam e se derretem como sorvete ao sol.
“ou seja, esse rapaz odeia as mulheres, tem uma auto-estima baixíssima e no fim das contas, não me provoca indignação, me dá pena.
então coitado, ele fala fala, mas fica dando voltas nisso:
por um lado - "Você disse que chamei as mulheres de interesseiras. Mas eu não fiz isso"
no paragrafo seguinte, a contradição: "Então me mostra alguns casos de mulheres que tenham abortado, voluntariamente, um filho de um homem rico. Me mostra. Eu nunca soube de nenhum. Mas, se você quiser exemplos de mulheres abortando filhos de homens pobres, aí eu trago centenas de milhares para você."
hahahahaha
Eu não odeio as mulheres, pois eu sou um sujeito sensato e racional. Sei que um ser humano não pode ser condenado, ou odiado, pelo simples fato de ser mulher, homem, ou homossexual. Tenho muitas amigas. E elas me adoram. Eu sou sempre bem tratado pelas mulheres, onde quer que eu vá. Acredito que elas precisam, e devem, ao seu lado, lutar para corrigir algumas distorções históricas e para usufruir muitos benefícios que ainda não gozam plenamente. E eu apoio isso. É salutar, é democrático, é justo.
Quanto ao fato de possuir uma baixa autoestima, as mulheres são as grandes responsáveis para que eu a desenvolva em sentido oposto. Eu vendi a minha moto, vou comprar um carro no fim do ano atual. Estou me locomovendo mediante transporte público. Para me distrair durante a viagem até o trab(longa), costumo contar quantas mulheres se insinuam para mim. Tipo assim: na segunda-feira, foram duas. Na quarta, nenhuma. Na quinta, foram três, e assim por diante. É divertido.
Sem contar os inúmeros elogios que recebo da minha faculdade, textos publicados na revista jurídica, de minha autoria, convites para estágios que me são feitos por escritórios jurídicos, consultas que colegas, e até professores, fazem a mim para pedir a minha opinião sobre questões relacionadas à economia mundial e nacional, história, filosofia, etc. Além do mais, sou excelente esportista, desde os tempos de garoto.
Definitivamente, minha cara, problemas com autoestima é algo que não me pertence haha. É que você cometeu o velho clichê de associar alguém que se posiciona contrariamente a uma causa feminista específica(extermínio de vidas uterinas), a um misógino, que não sai com mulheres, que as mulheres desdenham, que fica assistindo filmes pornô(hohoho), dentre outras bobagens.
Sobre a questão da hipergamia feminina, eu não disse que as mulheres não eram interesseiras, você se equivocou. Elas são sim, inclusive você. Está em sua herança genética, você não pode lutar contra isso. O que eu disse foi que, naquele momento e naquele contexto, eu não estava rotulando as mulheres de interesseiras. Mas elas são sim. E os homens também. As relações sexuais, e afetivas, são norteadas por interesses privados, logo, são interesseiras. Dentre outros objetos de interesse, o financeiro é só um deles. E as mulheres, evolutivamente falando, foram programadas para se atraírem por homens com poder e muitos recursos materiais. Mas isso não foi ruim, ajudou na conservação da espécie.
E o meu pedido continua em aberto. Peço que você me mostre, de qualquer fonte, 3 ou 4 mulheres, em todo o mundo, que tenham abortado, voluntariamente, o filho de um milionário qualquer. Será que as chances de você abortar um filho do Eike Batista seriam as mesmas da do filho de um frentista de posto de gasolina de beira de estrada?
“o que pode convencer os mascus que são 0000000000000,1% da população. mas qualquer pessoa que tenha uma mãe, muito comum que elas vivam em condições bastante complicadas, sem o apoio do pai, trabalham, não devem nada a ninguém, são guerreiras, heroínas e verdadeiras fortalezas. qualquer pessoa que ja se apaixonou por uma mulher e foi correspondido, qualquer pessoa que tem irmãs, amigas super companheiras enxerga que o bismarck é só um doente”
Como você idealiza as mulheres! Pronto, eu acabei de ter a prova de que você vive num mundo de ilusões. Conheço homens que se apaixonaram por suas mulheres, deram tudo para elas, seu dinheiro, tempo, atenção, compraram carro, pagaram faculdade, e levaram um belo par de chifres. Tem um camarada meu, esse foi o caso mais extremo, que chocou até a mim, que sou meio frio, que só não deu o cu para a mulher dele porque ela não pediu, o resto, ele fez tudo por ela. Em um congresso da faculdade dela, em outro estado, por um acaso, uma foto dela pagando um boquete para 2 caras diferentes, ao mesmo tempo, caiu na net. E se você pesquisar em blogs, relatos parecidos existem aos milhares.
Sem contar as que abandonam os seus maridos quando estes passam por complicações financeiras, vão a falência, empobrecem, o padrão de vida cai etc.
Acorda para a vida, criança. As mulheres podem ser tão desprezíveis, baixas, vis e ignóbeis quanto os homens. Elas não são esses seres de luz, poços de pureza, anjos inocentes, criaturas frágeis e indefesas que você parece acreditar.
Mirella,
“A pessoa insiste que nós, frequentadoras do blog, é que somos as irresponsáveis que não usamos métodos anticoncepcionais de qualquer forma, barreira ou hormonal. Nós, que assinamos petição contra a exigência de receita para pílulas anticoncepcionais e pílulas do dia seguinte, que comemoramos os avanços no desenvolvimento de pílulas anticoncepcionais masculinas, que informamos sobre os preservativos que não são de látex (para quem tem alergia). Tudo culpa nossa!”
Eu disse que vocês são culpadas por fazerem isso? De forma alguma. Isso sim é ser a favor das mulheres, isso sim é ser a favor da vida. Eu seria o primeiro a apoiar essa iniciativa de vocês, eu aplaudiria vocês entusiasmadamente. Mas vocês querem ir mais além, e é esse o problema. Se vocês conseguirem multiplicar o uso dos anticoncepcionais, aumentar o acesso de mulheres pobres a informações a respeito da questão, pressionar o estado para fiscalizar e fechar clínicas assassinas clandestinas, estimular o planejamento familiar, a instrução das mulheres etc, com todas essas medidas vocês conseguiriam evitar milhões de gravidez indesejadas, sem a necessidade de recorer a prática abortiva.
Vocês conseguiriam os seus objetivos, e ainda poupariam as mulheres dos inúmeros males que o aborto, legalizado ou não, bem assistido ou não, ocasiona para as mulheres, como este médico bem adverte:
“Sejam quais forem os motivos que a originam, alguns permitidos por lei, qualquer interrupção da gravidez é uma agressão para a saúde física, mental e emocional da mulher. Sabe-se actualmente que qualquer mulher que aborta voluntariamente, mesmo nas melhores condições de assistência médica, tem um risco acrescido de lesões do aparelho genital, infertilidade, abortamentos espontâneos posteriores, prematuridade em gravidezes ulteriores, entre outros. Mais difíceis de quantificar, mas não menos importantes, são as consequências ao nível da saúde mental, nomeadamente depressão, sentimentos de culpa, sentimentos de perda, abuso de substâncias tóxicas e mesmo suicídio. O Colégio da Especialidade de Psiquiatria do Reino Unido (Royal College of Psychiatrists) chamou a atenção, já em 1992, para uma das consequências da liberalização do aborto nesse país: “Ainda que a maioria dos abortos seja realizada com base no risco para a saúde mental da mulher, não há justificação de natureza psiquiátrica para o aborto. [Pelo contrário], coloca as mulheres em risco de sofrerem perturbações psiquiátricas, sem resolver qualquer problema dessa natureza já existente”.
É evidente que lutar contra a própria natureza, no caso, uma gravidez já iniciada, não poderia se dar sem efeitos colaterais perniciosos. Claro, não podemos obrigar todas as mulheres a serem mães, muitas não querem e devemos respeitar isso. Muito menos devemos limitar a atividade sexual da mulher, pois, como eu já disse, ela que trepe com quem quiser e quando quiser, isso não é da minha conta.
Mas, se não quer ser mãe, previna a gravidez, não permita que a vida se inicie – e a ciência é unânime em dizer que ela começa com a concepção – para depois ser exterminada arbitrariamente. Faça sexo à vontade, postergue a sua maternidade para depois de suas conquistas profissionais, ou mesmo jamais seja mãe, se assim o desejar, mas não extermine vidas que já existem.
Corinha,
Você fez como as outras, interpretou casos isolados que eu disse que fatalmente seriam incidentes em países como o Brasil, e atribuiu-lhes, indevidamente, o vício da generalização. Eu já elucidei essa questão nas minhas respostas anteriores, favor lê-las.
O problema é que você insiste em levar as coisas para o lado pessoal e a generalizar os meus exemplos e comentários. E, ao que parece, idealiza as mulheres, como a Roxy.
Você age como uma pessoa que mora em uma cidade repleta de problemas, e, quando um turista vivencia os problemas e resolve denunciá-los, criticá-los, debatê-los etc, acha que o sujeito está ofendendo-a pessoalmente, quando na verdade ele está apenas apresentando fatos e verdades que não necessariamente guardam relação direta com o habitante do local, individualmente falando.
Veja só até que ponto chegou a sua incompetência em ler os meus comentários da forma como eles realmente se apresentaram:
“você me acusa de generalizar quando falo da humanidade. é, de fato, uma generalização, mas menos perniciosa do que as suas em relação às mulheres. porque falo de padrões que incluem todas as épocas, todos os povos, todas as pessoas, sem distinção alguma”
Favor copiar e colar a passagem onde afirmo, tacitamente, que TODAS, absolutamente todas, as mulheres se comportariam da forma X ou Y.
O grande problema que impede que nós concordemos, o grande cerne da questão, é que você não considera uma vida incipiente uterina como uma vida humana. Pelo menos, não a considera tão vida humana quanto eu considero. E se considera, acha justo exterminá-la para que determinadas finalidades sejam alcançadas por aqueles que já estão vivendo no mundo exterior.
Eu compreendi o seu ponto de vista, e obrigado por expô-lo pacientemente e de forma tão eloqüente. Mas eu não compactuo com esse entendimento sobre a vida humana.
Para mim, a única diferença entre um zigoto e você, é o tempo de vida. Não sei qual a sua idade, mas admitindo que não seja idosa, se ninguém interromper a sua vida, você vai ficar velha e morrerá. Se ninguém interromper a vida fecundada, ela também, admitindo as exceções do acaso, se tornará uma pessoa velha e morrerá.
Você pode afirmar: “mas eu não sou igual a um zigoto, pois já fiz amigos, já cresci, já me formei, já pertenço a sociedade etc”
E eu retruco: Mas o zigoto, caso não seja exterminado, admitindo, repito, as exceções do acaso, também fará amigos, também pertencerá à sociedade, se formará, sentirá prazeres etc, em uma palavra: também viverá.
E fazer como você fez noutra oportunidade, a saber, impingir a uma vida humana um caráter descartável e substituível, do ponto de vista prático, não me é razoável, porque mesmo que outras pessoas façam o que aquele ser exterminado faria, não foi permitido a ele fazê-las. E ele é único, ninguém poderá ter as percepções por ele, sentir prazer por ele, se integrar à sociedade por ele. Ele foi morto, lhe arrancaram, arbitrariamente, o direito a existência.
Eu digo arbitrariamente porque, não importa se a mãe quer se livrar dele, e se isso foi um consenso com o seu marido. Você só enxerga as coisas pela ótica da mulher, do marido, da sociedade aqui fora etc, você, em nenhum momento, analisa as coisas pela ótica da vida exterminada. A mãe quis? E ele, o feto, será que iria querer?
“Ah Bismarck, não tem como saber isso”
Não, tem como saber sim. O suicídio é uma invenção social. Já o provou isso o grande sociólogo Emilie Durkheim. Uma criatura que ainda não teve contato com a sociedade, dificilmente iria desejar exterminar a si mesma, pois, repito, o suicídio humano é decorrente de problemas relacionados à vida em sociedade, ou a ausência dela.
E caso você apresente a justificativa de que é muito necessário impedir o sofrimento das famílias, dos filhos “indesejados”, diminuir a taxa de natalidade, esvaziar as creches e orfanatos, as criancinhas de rua etc, eu tenho dois argumentos para você.
Primeiro, como eu já aludi em outro comentário, aliás, foi uma verdade tão inquestionável que nenhuma de vocês, sensatamente, nem sequer ousou contestar, não podemos saber, previamente, quais crianças serão infelizes ou não, quais sofrerão ou não, quais terão sucesso na vida e quais não. Sendo assim, não podemos exterminar vidas embasados em uma dúvida, pois, na dúvida, não se condena(princípio básico em direito penal).
Como eu disse, uma criança, a princípio tida como indesejável pelos pais, pode sobreviver e se tornar um homem ou uma mulher de sucesso, de grande utilidade para a sociedade, um cientista, um grande empreendedor, um estadista etc. E, contrariamente, muitas crianças previamente planejadas, podem sofrer muito, passar fome, serem eternamente infelizes, tornarem-se criminosas, assassinas etc. Uma gravidez planejada não é sinônimo de sucesso na formação de uma pessoa, e uma gravidez indesejada não é necessariamente um atestado de miséria e sofrimento perpétuos para ninguém.
Segundo, existem os anticoncepcionais, que podem, e devem, prevenir uma gravidez sem que haja a necessidade de exterminar uma vida já iniciada. O uso amplo e irrestrito desses métodos produzirá os mesmos efeitos que você tanto reivindica, sem que seja necessário exterminar vidas arbitrariamente.
Esse é o meu ponto de vista sobre este assunto.
Ai que romântico!
a linha argumentativa do bismarck é muito simplória - e não simples - e pode ser definida assim:
todas as mulheres são iguais. todas elas preferem fazer sexo sem camisinha e depois abortar os filhos dos homens pobres, enquanto decidem parir os filhos dos milionários. isso porque o aborto é um procedimento mais simples que ingerir pílulas anticoncepcionais ou utilizar camisinha. fetos não devem ser "exterminados" por "caprichos" de seres irracionais e sem empatia como as mulheres. prezar pelo "direito à vida" dos fetos é a única causa válida a que a sociedade deve se dedicar. eu disse sociedade? claro, aquela que é composta só por homens que pagam impostos, já que as mulheres não estão interessadas em prezar pela vida de ninguém a não ser delas mesmas, ou melhor, a vida delas se resume ao prazer sexual delas que só é alcançado pela relação sexual heterossexual sem preservativo. as outras questões já estão resolvidas porque a sociedade (homens) paga impostos. não necessitam fiscalizar, se manifestar, lutar por um estado mais eficiente, mais justo e menos burocrático, um estado sem corrupção.
ele ignora que o brasil é um país extremamente desigual. que estamos longe de prover uma vida digna com bons hospitais, boas escolas e segurança pública para a população, que dirá de prover contraceptivos e orientar homens e mulheres a utiliza-los para se prevenirem de doenças e de gravidez indesejada. que o brasil ainda não avançou no cumprimento dos direitos civis das populações historicamente oprimidas, como mulheres e negros por exemplo, que tem justamente nas mulheres pobres e negras (aquelas que jamais cruzaram com um milionário na vida devida a segregação espacial das nossas grandes cidades), a sua parcela mais desfavorecida e vulnerável. ele não entende que métodos contraceptivos não são 100% eficazes e que a população deveria ser orientada a utilizar dois deles combinados, como os métodos hormonais e a barreira (vulgo camisinha). isso obviamente só poderia ser feito depois de uma intensa campanha em que homens e mulheres entendem que devem ser responsáveis no ato sexual, o que significa cuidar de si e do outro. cuidar da saúde de si e do outro. além disso ele não mostrou nenhum parecer sobre os casos em que o estado já autoriza a interrupção da gravidez, como risco de vida e estupro. aliás ele não emite esse parecer porque confessou já ter desejado estuprar mulheres justificando ser "humano". ou seja, é um sentimento totalmente humano desejar fazer sexo à força com uma mulher, imprimir um sofrimento que irá acompanhá-la pelo resto da vida dela. porque claro, sentimento humano = sentimento dos homens misóginos, aqueles mesmos que pagam impostos e dizem que não tem responsabilidade nenhuma sobre seus pares menos favorecidos. enquanto apresentamos um estudo amplamente divulgado pelos meios de comunicação, realizado por pesquisadores da universidade de brasília, um dos estudos mais sérios sobre o perfil das mulheres que já interromperam a gravidez no país, ele demonstra que assiste filmes pornôs mainstream como se fossem documentários. quando entende a rejeição dessa estratégia não só por parte das mulheres, ou mulheres feministas, mas qualquer pessoa em pleno exercício das suas faculdades mentais, ele volta ao argumento do feto que deve ser consultado se quer, ou não, ser abortado. sabendo que isso é impossível, apela para hipótese (é isso mesmo, enquanto lidamos com fatos, ele lida com hipóteses, todas elas baseadas no ódio que sente contra mulheres) de que os fetos desejariam nascer a despeito do sofrimento que isso pode causar às mães.
e fábio pra você não ficar tristinho, não esqueci de você não:
eu suspeitei desde o princípio que você não conseguiria mostrar como nos ESTADOS UNIDOS as mulheres abortam somente os fetos do sexo feminino. sabia que ía recorrer à india e a china. sugiro que você comece a se preocupar e a tentar resolver o problema da fome no brasil, porque assim, diante desse quadro, é plenamente possível que adotemos a dieta chinesa de comer cachorros para resolver o problema dos famintos.
a situação por você descrita do homem que abandona a mulher após ela ter parido, alegando que ela devia ter abortado já acontece de forma indiscriminada no brasil, país onde, curiosamente, o aborto é crime. portanto não vejo como criminalizar resolveria o problema, mais do que conscientizar os homens que embora as mulheres gestem os fetos, eles não são concebidos pelo espírito santo e sim, pelo semen deles, homens.
ah sim, esqueci de colocar o desfecho do filme "sem preservativo, elas gozam mais">
felipe procura maria alguns dias após o encontro deles. ela pede pra todo mundo na casa dela atender o telefone e que se for um tal felipe, dizer que ela saiu de férias pro afeganistão só com passagem de ida. certo dia felipe encontra maria com joão. eles estão rindo e se beijando num café. quando chega a conta, a maria paga, alegando que joão já pagou o cinema. felipe se sente traído e passa o resto dos seus dias comentando em foruns na internet sob o pseudônimo de napoleão, que mulheres só gostam de cafajestes. que mulheres cospem na cara dos homens honrados, aqueles mesmos que passam horas e horas sofrendo, assistindo filmes pornôs do rocco sifredi só para aprender a como satisfazê-las, pra depois serem trocados por caras ricos.
beijo pra todo mundo, especialmente pro bismarck que é quem tá mais precisado de carinho e atenção aqui nesse espaço.
bismarck,
por que esse “corinha”? vai tirar uma onda com a minha cara agora? ia te falar já da primeira vez que vi, mas acabei publicando o comentário sem o post scriptum. não gosto de diminutivo. das duas uma: ou infantiliza ou dá um ar de intimidade que não temos. meu nome é Cora.
*
pela milésima vez, ninguém aqui ceifa vidas. as pessoas aqui são pró-escolha. defende-se o direito da mulher decidir se quer ou não continuar a gravidez. por mais difícil que seja compreender este ato, é preciso pensar nisso e, acredito, tomá-lo como uma questão de saúde pública, embora envolva interromper ou impedir, no seu início, o desenvolvimento de um novo organismo. mesmo que se consiga erradicar essa prática e nunca mais aconteçam gestações indesejadas, esse direito tem que estar garantido por lei. ele é também simbólico.
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vc viaja mesmo. a raíssa tava sendo irônica.
*
acusar minorias políticas de vitimismo e colocar oprimidos entre aspas é coisa de liberal ou libertário (pra ampliar a lista) ou masculinista.
essa história de hipergamia com viés exclusivo de mulher golpista (no sentido mais pejorativo do termo e, ainda por cima, impresso no genoma) é coisa de masculinista. só eles falam disso (e falam pra caramba!!).
aliás, usar as palavras hipergamia e utilitarista no mesmo comentário. masculinista.
dizer que mulheres controlam os homens para auferir vantagens monetárias. masculinista.
a mania de atribuir às mulheres (todas elas ou a maioria delas) defeitos que acreditam que estejam impressos no genoma. masculinista.
usar o termo feminazi quando discorda de uma mulher, termo que aprendeu frequentando blogs. masculinista.
dizer que homens são mais racionais do que mulheres. masculinista.
negar às mulheres o direito de escolher um parceiro segundo suas preferências, prerrogativa que só admitem para os homens, os únicos que tem direito à escolha (e portanto à recusa) sem que isto seja visto como defeito moral. masculinista.
acreditar que a contracepção é uma preocupação exclusivamente feminina, cabendo às mulheres, apenas, qualquer ação neste sentido. masculinista.
acreditar que homens não concordem com ou peçam ou forcem o aborto, que só é feito por mulheres fúteis, infiéis e cruéis. masculinista.
dizer que é frio. masculinista.
infantilizar mulheres. masculinista.
não enxergar nenhuma qualidade em mulheres e nenhum defeito em homens. masculinista.
você marcou 13 em 13.
100% de rendimento. parabéns.
[tecla SAP on]
Roxy,
quantas vezes eu já te falei que
“poços de pureza, inocência, sensatez e racionalidade”
são apenas os homens?
e que mulheres são
“poços de vileza, esperteza, insensibilidade e irracionalidade”?
quantas vezes, roxy?
por que você insiste em achar que mulheres tem sentimentos, que amam, que sofrem, que tem dúvidas, que erram e acertam?
por que você insiste em achar que mulheres são seres humanos, roxy?
por quê?
por que você acha que casamento salva ou melhora alguma mulher, roxy?
mulheres casadas são como mulheres solteiras: interesseiras, extremamente egoístas, irresponsáveis e inescrupulosas.
pesquisas dizem que mulheres traem mais que os homens, Roxy.
viu? são como as solteiras.
traição é uma das muitas vilezas femininas.
trair faz parte da natureza masculina, e não é, portanto, um desvio. a traição masculina não incomoda ninguém, não fere ninguém, e as mulheres têm que entender e aceitar. afinal, é da natureza do homem.
além do que, mulheres traem e não usam camisinha por que, como eu demonstrei pra você, elas querem orgasmos múltiplos, que só são conseguidos à seco.
e como fazer um aborto é uma decisão tão fácil como tomar um lanche com as amigas à tarde, já que têm tempo, pois estão parasitando algum homem honrado, elas não estão nem aí.
esse negócio de não usar camisinha em relacionamentos estáveis e confiar apenas no método hormonal, que pode falhar, é um mito. sabemos que as casadas e as que estão em relacionamentos estáveis recusam sexo com o marido e que, se recorrem ao aborto, estão, evidentemente, matando o filho do amante.
nada mais justo que morram tentando interromper essa gravidez.
eu não odeio as mulheres, Roxy. o fato de achá-las desprezíveis, não impede que eu as use para o sexo.
pare de tentar humanizá-las, Roxy, você, no fundo, sabe que isso é impossível.
[tecla SAP off]
***
putz!!! como eu detesto a retórica masculinista.
acho que deu, né?
você já trollou bastante. eu já trollei bastante.
esta fase, pra mim, tá esgotada. e, a menos que você seja um masculinista cuja venda está, já, permanentemente colada aos olhos, acredito que dê pra aumentar um pouco o nível do debate.
tem pouca coisa que eu deteste mais do que essa palhaçada infantilóide de mulher x homem. não estamos num ringue. não estamos numa disputa. isto não é um jogo.
a sociedade é formada por homens e mulheres e todas as variações dessa (falsa) dicotomia feminino-masculino.
eu prezo a colaboração.
**
pra fechar essa briga, algumas ponderações sobre as relações “amorosas”:
segundo a óptica heteronormativa tradicional, a seleção sexual nos seres humanos leva em conta o interesse básico e primordial de um casal, que seria se reproduzir, portanto criar filhos.
assim, em tese, as mulheres procuram parceiros que aparentem ser bons companheiros, bons pais, que ajudem a criar os filhos e que sejam capazes de conseguir recursos para manter o lar (hoje isso é uma parceria na maior parte dos lares). da mesma forma, homens procuram parceiras que aparentem ser boas companheiras e boas mães.
de certa forma, isso até ajuda a entender por que, muitas vezes, o/a parceiro/a escolhido/a para formar família é diferente daqueles/as de relacionamentos casuais, tanto para homens, quanto para mulheres.
para o homem sempre foi assim, já que a liberdade sexual sempre foi uma prerrogativa masculina. então os homens, de forma geral experimentavam mais, antes de “sossegar o facho”, como se dizia, e arrumar uma “esposa”, isto é, a mulher que cuidaria dele e dos filhos. ele podia, inclusive, se casar mais tarde, com mais idade.
pra mulher, antes da revolução sexual, a busca sempre foi pelo companheiro para toda a vida, já que ela não podia experimentar. tinha que acertar logo de primeira. apenas após a revolução sexual, a mulher ficou relativamente livre para também experimentar mais e se permitir até cometer erros. antes, qualquer erro era fatal. poderia pôr a perder qualquer chance de casamento (caso fizesse sexo antes do casamento e fosse abandonada) ou se prender a um homem odioso para sempre, já que não tinha autonomia financeira e jurídica (não podia negociar, p. ex., ou fazer qualquer coisa sem a autorização do marido), e não poderia se separar (e se o fizesse, era a execração pública, tornava-se a temida “mulher descasada” – ooohhh!).
hoje, a mulher é ainda vítima da patrulha e do julgamento moral, mas como também trabalha, tem maior independência e autonomia para experimentar e escolher. o que incomoda muitos homens, que estão num movimento frenético para “criminalizar” este comportamento, ou seja, a possibilidade indecente e impensável da mulher experimentar e escolher. muitos homens sentem-se diminuídos por serem também alvos de escolha, antes prerrogativa apenas masculina.
mas, as possibilidade de arranjos amorosos e formação de parcerias (inclusive para criar filhos, não necessariamente biológicos) se multiplicaram e hoje, essa perspectiva heteronormativa tradicional e machista está com os dias contados. (oh, god! já vai tarde!!).
finalmente percebemos que a sexualidade humana é uma variável contínua e não, discreta.
historicamente, até a revolução francesa e o advento da burguesia e da possibilidade de mobilidade social, não havia escolha amorosa. os casamentos, na nobreza, eram negócios com vistas a aumentar o poder econômico e político das famílias. entre servos, sem nenhuma possibilidade de mobilidade social, os arranjos também envolviam as melhores parcerias para trabalhar e criar os filhos. era importante uma prole numerosa, o que garantia maiores possibilidades da divisão do árduo trabalho de sustentar os nobres parasitas.
mulheres não escolhiam. nunca escolheram. mesmo na burguesia, patriarcal como sempre, as mulheres eram moeda de troca entre famílias e os casamentos, arranjados. a moça, guardada como um bibelô pra ser negociada em melhores condições, se casava com quem o pai determinasse e com vistas aos interesses dele e da família do moço, que tampouco tinha escolha (mas ele ainda poderia ter amantes ou frequentar prostitutas, enquanto a mulher se contentava com a literatura açucarada).
isso sem contar o dote, pago pela família da noiva ao rapaz. como é na índia ainda hoje (o que explica os abortos de fetos femininos e o assassinato de meninas. não vale a pena ter filhas, pois a família perde dinheiro, já que tem que pagar ao homem). quer dizer, se houve um gênero que se beneficiava monetariamente de casamentos, esse gênero sempre foi o masculino.
o dote da mulher, inclusive, viabilizava o início da vida da família, incluindo aí, os negócios do marido.
com as mudanças sociais, a urbanização, o surgimento de pequenos proprietários, a prática do dote foi sendo abandonada pois as famílias já não dispunham de recursos suficientes para o dote das filhas.
no ocidente, a prática perdurou até o final do séc. xix/inicio do séc. xx (dá pra acreditar?), dependendo do país.
o casamento, após o abandono do dote, continuou um meio de ascensão social, tanto para mulheres quanto para homens. mas, como, em geral, os homens trabalhavam nos melhores postos e não precisavam parar de trabalhar ao se casarem, como acontecia com as mulheres, que trabalhavam apenas enquanto “esperavam” o casamento (abandonar o trabalho era uma exigência para a mulheres, a menos que fossem pobres, quando então podiam, ou melhor, precisavam, trabalhar. as de classe média, às vezes, continuavam empregadas. e na elite, abandonavam ou nunca trabalhavam.), as mulheres que não pertenciam às famílias ricas, tinham que se fazer notar para serem escolhidas, pois era a única forma de ascenderem socialmente e conseguirem melhores condições de vida. aos homens, ao contrário, sempre foi permitido trabalhar e, portanto, ter dinheiro e, portanto, escolher.
o casamento sempre foi um meio pra se aumentar o poder político e/ou econômico e deixou de sê-lo apenas com o advento do amor romântico e das escolhas baseadas no afeto e na atração sexual, quando surge a ideia de crescerem juntos, como casal.
(vocês falam que as mulheres querem exibir seus homens para outras mulheres, mas ocorre o mesmo com homens. vocês também buscam a aprovação de outros homens (por isso, só aqueles muito seguros de si, namoram mulheres fora do padrão de beleza ou se permitem um carro mais modesto, p. ex., mesmo podendo ter outro). a escolha da parceira, a compra do carro e da casa, a exibição do padrão econômico é feito para os demais caras. uma demonstração de poder dentro do grupo social. ocorre com homens e com mulheres)
essa inversão de valores, atribuindo às mulheres interesses monetários é bem moderno e ocidental e surgiu justamente a partir do momento em que as mulheres puderam escolher mais livremente o parceiro.
ao serem preteridos (e aí vocês acham que é sempre por motivos econômicos), alguns homens reagiram “criminalizando” as escolhas femininas. portanto esse tal interesse monetário não está impresso em genoma feminino nenhum. é uma falácia masculinista de quem não tem qualquer perspectiva história e tem uma visão eurocêntrica do mundo, esquecendo por completo todas as demais culturas (a forma de arranjos entre mulheres e homens é diferente em sociedades coletivistas, portanto, nada de determinação genética nesse “interesse” feminino). além, evidentemente, do ódio não disfarçado às mulheres.
a partir do advento do amor romântico, sempre foi permitido socialmente à mulher expressar-se emocionalmente. aos homens, no entanto, sempre foi negada essa possibilidade. seu mundo era o mundo do trabalho e da racionalidade, enquanto o mundo da mulher era o mundo da casa e da emoção. só que o papel social da mulher mudou e ampliou-se. hoje a mulher transita com desenvoltura e segurança cada vez maiores pelo mundo masculino, e os homens sentem-se ameaçados com isso e recusam-se a transitar pelo mundo feminino. temem as emoções. rechaçam as emoções (como você, que fez questão de salientar sua frieza).
o resultado disso é uma total impossibilidade de conversa e convivência fraterna e saudável entre os sexos.
homens escolhem. mulheres escolhem. os critérios variam de pessoa pra pessoa. é possível, mas muito difícil, conhecer uma pessoa bacana numa balada putz-putz. é por isso que relacionamentos mais longos e duradouros acontecem com pessoas do nosso círculo de amizades/trabalho/estudo/lazer (não baladas).
(eu detesto essa história de humilhação na paquera, tanto de homens quanto de mulheres. ou abordagens violentas. tudo isso é completamente desnecessário. a vida com afeto e cortesia é muito mais interessante.)
não há porque ficar ressentido com as escolhas femininas, quando homens, muitas vezes, só escolhem parceiras pela aparência e perdem a oportunidade de grandes relacionamentos por não se permitirem. como muitas mulheres também, que não se permitem (mas, é preciso reconhecer, mulheres estão muito mais abertas à relacionamentos com homens fora do padrão, do que vocês. mulheres se permitem muito mais).
todos os seres humanos são “interesseiros”. ok. e fazem escolhas que melhor satisfaçam esses interesses. ok. no entanto, apenas as escolhas femininas são condenadas moralmente. da mesma forma, apenas o comportamento feminino é condenado moralmente. o caso, bismarck, é que as escolhas relacionadas às mulheres são sempre estereotipadas e descritas como frívolas.
é essa a minha crítica ao seu discurso.
vc baixou um pouco a bola, maneirou nas grosserias, escolheu melhor as palavras, mudou para um tom condescendente, principalmente ao se dirigir a mim. seu discurso. no entanto, continua o mesmo.
você ainda se coloca numa perspectiva de superioridade, não só moral, mas de gênero, e não de igualdade. você ainda está hierarquizando essa conversa.
e essa igualdade a que me refiro, não tem que ser alcançada com a concordância entre nós.
seus motivos para ser contra o aborto, apesar de você falar sobre o feto o tempo todo, estão todos alicerçados na ideia de punição à mulher. na ideia de controle e punição da mulher.
gostaria que você pensasse um pouco sobre isso.
você diz que idealizamos a mulher.
não.
é você que vilaniza e, mais que isso, desumaniza a mulher.
e aí, qualquer tentativa de falarmos de uma mulher REAL é entendida por você como idealização.
você convive com mulheres reais, bismarck.
falou das paqueras (espero que você não ache que todo gesto de uma mulher seja uma insinuação).
(tá me devendo resposta sobre àquela fantasia lá do outro comentário)
falou das amigas.
você conhece alguma mulher como as que você descreveu e que disse que são maioria?
mulheres se apegam. mulheres amam. mulheres sofrem
homens se apegam (quando se permitem). homens amam (quando se permitem). homens sofrem.
em sites/blogs que tratam da auto-estima feminina, nunca há posts dizendo que homens são isso ou são aquilo de forma caricatural. a atmosfera desses espaços é completamente diferente da atmosfera dos sites/blogs masculinistas, que fingem tratar da auto-estima masculina, e que, pelo jeito, você frequenta.
estes blogs não fazem outra coisa além de condenar e estereotipar o comportamento e o corpo feminino, incentivando homens a desprezarem as mulheres. enquanto o trabalho de auto-estima feminina trata dos medos, inseguranças e da auto-aceitação da mulher, os blogs masculinistas pretendem que homens melhorem a auto-estima maltratando suas parceiras. para se sentirem melhores, a recomendação é: pisem em suas parceiras. tratem-nas mal. não retribuam carícias sexuais, não demonstre afeição. use e descarte.
não sei exatamente por que fazem isso. quer dizer, até sei, mas não consigo entender. não faz o menor sentido. é completamente irracional.
não sabem lidar com o sofrimento, é fato. não sabem não estar no controle total. não conseguem lidar com uma interação emocional menos hierarquizada.
é esse o seu discurso. as mulheres são irresponsáveis que não se cuidam e devem ser penalizadas por isso.
“conheço homens que se apaixonaram por suas mulheres, deram tudo para elas, seu dinheiro, tempo, atenção, compraram carro, pagaram faculdade, e levaram um belo par de chifres.”
eu conheço mulheres que se apaixonaram por seus homens, e deram tudo para eles, deram o tempo, a juventude, a atenção, a casa e a vida organizadas, trabalharam muito pra ajudar nas despesas da casa e na criação dos filhos e foram chifradas a vida inteira, repetidas vezes, e permaneceram casadas pelos filhos e também porque mulher deve perdoar e entender as fraquezas do homem.
conheço outras que foram abandonadas e trocadas por outra mulher, e receberam o pai dos filhos delas de volta muitos anos depois, já na velhice, doente, e cuidaram dele até a morte.
conheço mulheres que dedicaram a vida pra organizar a vida do marido, cuidando de tudo, casa, filhos, para que o marido se dedicasse sem preocupações ao seu crescimento pessoal e profissional. como uma boa esposa dedicada deve ser. sem rendimentos. sem bens. separadas, sozinhas, com dificuldade de inserção no mercado de trabalho depois de décadas afastadas.
conheço mulheres que cuidaram durante anos do marido acamado e dependente.
conheço mulheres que criam os filhos sozinhas, filhos que sequer tem o nome do pai na certidão de nascimento.
conheço muitas mulheres, bismarck.
e nenhuma como as que você descreve aqui.
conheço mulheres que traíram o marido? sim. normalmente, separadas. mas, preciso reconhecer, o número de traídas que eu conheço é muito maior.
conheço homens fantásticos também.
maridos companheiros e amorosos. parceiros em toda a acepção da palavra.
pais que modificaram toda a sua vida pra cuidar de um filho doente.
por isso essa coisa de masculinismo me choca tanto.
existem mulheres que erram? sim. muitas. como existem homens que erram. muitos. erros femininos não são mais graves que erros masculinos.
homens como você, são incapazes de entender uma fraqueza feminina. homens como você, são incapazes de perdoar um erro feminino.
taí o seu discurso pra ilustrar.
o fato de sermos mamíferos placentários não pode ser usado pra desumanizar a mulher.
mulheres não brincam com aborto da maneira como você pensa, bismarck. em nenhum lugar do mundo.
aborto é uma violência contra a mulher também. são mulheres que estão falando isso pra você, acredite.
(você não usa o termo “absolutamente todas”, mas sempre diz as mulheres isso, as mulheres aquilo. não é generalização? e sempre uma caricatura absurda. eu fiz umazinha dentro de contexto bem específico – homens diante de uma gravidez não planejada (generalizei nessa situação apenas, o que já é um recorte – e você já me chamou de misândrica.)
mesmo que você diga “ei, eu ouvi fulana dizer ou fazer isso”, seria um caso isolado e não representaria, de forma alguma, a maneira como as mulheres encaram a gravidez indesejada e a opção (difícil) pela interrupção.
você reconhece as profundas desigualdades sociais brasileiras, mas quer permanecer punindo ainda mais essas mulheres.
nós somos a favor das mulheres o tempo todo.
“se vocês conseguirem multiplicar o uso dos anticoncepcionais...”
por que não nós, bismarck? o interesse é de ambos. temos que envolver o homem nessa história de uma vez. a contracepção é problema do casal, não importa se de uma noite ou de uma vida.
se os masculinistas estivessem, de fato, desenvolvendo emocionalmente os homens, preocupados em repensar o papel do masculino na sociedade moderna, esse seria um tema presente nas conversas, com a abordagem no sentido da colaboração, da parceria, e não com julgamentos morais, como acontece.
feministas tem uma atuação importante neste aspecto (dos direitos reprodutivos, inclusive na defesa dos direitos dos homens, condenando a alienação paterna (que ainda acontece) e defendendo o aumento da licença paternidade). mas tudo isso são políticas públicas que precisam do apoio do maior número possível de pessoas. precisamos de mulheres E homens responsáveis.
(tá me devendo uma resposta sobre a questão dos abortos em caso de estupro e fetos incompatíveis com a vida)
aliás, comento tudo que você escreve e sempre fico sem um monte de resposta. você escolhe o que comentar e evita vários aspectos que saliento.
caramba, isso aqui tá ficando imenso!
mas, vamos lá...
eu considero tudo vivo desde sempre. pra mim a vida é um continuum que vai do primeiro organismo que deu origem a todos os outros através da descendência com modificação, até o último que existirá um dia. afinal, vida gera vida. organismos geram outros organismos. espécies dão origem a outras espécies.
zigoto humano, embrião humano, feto humano são humanos. não tem como ser diferente.
mas eu olho pra nossa espécie de uma perspectiva mais biológica, somos seres vivos. você vê a nossa espécie como uma entidade especial, diferente de outras formas de vida, algo além de um ser vivo simplesmente. você confere um status diferenciado pra vida humana. nossa divergência (se eu desconsiderar o seu desejo de punir as mulheres) reside aí.
e não é que eu desvalorize a vida humana. pelo contrário. defendo apenas que, se a pessoa responsável por gestar aquele organismo não pode ou não quer fazê-lo, seja legítimo que ela interrompa a gestação. não acho justo obrigá-la a gravidez e nem necessário forçar o desenvolvimento de alguém apenas por ser humano.
no entanto, acho adequado que haja um limite para a interrupção, que é justamente, a capacidade de sobrevivência extra-uterina (o limite, na verdade, é ainda inferior).
não considero um problema moral interromper uma gestação até o seu primeiro trimestre, quando isso for vontade da gestante.
a possibilidade do aborto, variou muito ao longo do tempo. ele já foi permitido, inclusive pela igreja católica, e só mais recentemente, proibido.
a legislação brasileira, com influência do catolicismo, que sempre foi majoritário no brasil, abraçou a causa e criminalizou.
o que solicita-se hoje é, justamente, a sua descriminalização.
não existe óptica do feto, pelo menos não ainda. você não aceita, mas estamos sim falando do corpo de uma pessoa que deve ter precedência pra decidir o que vai acontecer nele. não é possível que a gente desconsidere o que esta mulher deseja.
não pense nas caricaturas de mulher que você monta, bismarck. pense em pessoas reais. pense que métodos falham, abusos acontecem, falta de acesso ou informação e até descuidos. crianças (10, 11, 12, 13 anos) engravidam, adolescentes engravidam, bismarck.
ao lado da sua pergunta de “será que ele quer ser abortado?”, existe outra: “será que ele quis ser concebido?”, “será que ele quer nascer?”
não há resposta. pra nenhuma delas. porque não há ainda uma pessoa. não há consciência, não há elaboração de pensamento simbólico, não há possibilidade dele escolher qualquer coisa. porque a concepção é unilateral.
dar status de pessoa (no sentido de organismo que existe separado fisicamente de outro) a um embrião/feto é desumanizar a mulher. já disse isso, mas você não leu ou não percebeu o significado. não podemos transformar uma mulher numa incubadora.
eu concordo, como já disse também, que todo esforço da sociedade deve ser no sentido de diminuir a ocorrência. aborto é também violência contra a mulher, além da interrupção do desenvolvimento do organismo.
sim, suicídio é humano, demasiado humano. é a percepção de si e do seu sofrimento e a impossibilidade de lidar com isso.
por isso há limites para a ivg.
você percebe que o seu pensamento leva à proibição de ivg em qualquer situação? inclusive daquela gravidez decorrente de estupro. é um ser humano também. mas é justo para o outro ser humano que já existe, que já sente, que já sofre, que já é sujeito de direitos, que a sociedade obrigue a continuação desta gestação?
falei sobre isso e você, ou não viu ou ignorou. falei em duas oportunidades. essa é a terceira.
nunca saberemos como seriam as pessoas que não nasceram. como seriam seus filhos se você não usasse nenhum método contraceptivo? evitamos o nascimento de muitas pessoas (por favor, não estou comparando a situação com o aborto, é apenas pra pensar em possibilidades não realizadas).
tem uma história interessante sobre isso, pra suscitar reflexão: imagine que numa canoa estão um bebê e o Milton Santos (geógrafo brasileiro já falecido). você vê a canoa afundar. é possível salvar apenas um deles.
quem você salvaria?
quase todas as pessoas em nossa sociedade, diriam que salvariam o bebê.
idealizamos a infância e, obviamente, as crianças.
um indígena diria que salvaria Milton Santos. porque este detém uma série de conhecimentos, sabedorias importantes para o grupo ao qual pertence. a criança é ainda mera expectativa. existem muitas outras iguais.
*
cansei (mesmo) dessa bobagem mulher x homem.
proponho conversarmos como adultos a partir de agora.
o que você acha?
é possível?
cora, eu acho que só continuei essa conversa aqui por sua causa e por causa da mirella, da rose, da sara. foi muito, muito legal compartilhar, intercambiar idéias com vocês. quando lola adotou a moderação dos comentários aqui, muitas comentaristas reclamaram, afirmando que eram justamente nas respostas aos comentários dos masculinistas que se geravam os melhores debates. eu apoiei a moderação não só pensar, mas saber, que masculinistas não querem debater, aprender, coisa que eles precisam e muito, e sim, apenas tumultuar. mas devo afirmar que, masculinistas não propõem um debate interessante pelos motivos todos que você já listou. no entanto, eles catalizam a discussão, no sentindo em que pessoas que se opõem a essa forma de pensar abjeta (tanto pela pobreza da argumentação pouquíssimo embasada, quanto pelo conteúdo em si, repleto de ódio, que não faz com que eu tenha medo, e sim, pena), tem a possibilidade de organizar o pensamento e contribuir sempre a partir de referencias, de vivencias onde fica demonstrado uma capacidade argumentativa que poucas vezes vejo em foruns de internet como esse. óbvio que eu tenho um milhão de pontos a rebater nos ultimos comentários do bismarck, mas não faço porque estarei sendo repetitiva (mas sinto muito bismarck, vc não vai me levar prum debate estéril e histérico contigo), isso porque ele se repete todo o tempo já que como você observou, foge de uma série de questões. o meu ponto já foi exposto e já foi compreendido, e além disso você pôde sintetizar de uma forma muito elegante esse embate (proposto por ele, porque eu não trabalho na chave do maniqueísmo, da dicotomia fácil, com posições essencialistas de vítima e de vitimário), portanto, após aplausos efusivos para cada um dos seus comentários, te digo: um prazer enorme compartilhar ideias aqui com você. espero que essa semana seja tão boa como a anterior, pra nós duas. um abração!
Cora,
Te chamei de Corinha porque já te considero uma camarada, uma forma mais carinhosa de me dirigir a você. Mas se você não gosta, então te chamo de Cora mesmo.
*
A mulher, e o homem, possuem um leque de métodos para prevenir uma gravidez. Como eu já disse, acredito que o melhor caminho é trabalhar no sentido de garantir uma maior extensão possível no uso dos anticoncepcionais, junto com uma ampla campanha de conscientização em prol da urgência e importância do seu uso. A questão é prevenir, e não remediar. Você acha possível prevenir drasticamente as gravidezes indesejadas com um amplo uso dos anticoncepcionais? Ou acredita que apenas se houver uso de anticoncepcionais combinados com a possibilidade da prática abortiva pode-se prevenir satisfatoriamente as gestaçoes indesejadas?
*
Sobre o que eu disse em relação a partir para cima de uma mulher atraente que cruzasse o meu caminho, pensei e vi que você está correta. Eu falei uma bobagem. Confundi mesmo as coisas. O estuprador deve sentir prazer em forçar, em fazer com violência, em provocar dor, sofrimento. Eu pensei apenas em transar mesmo, com a anuência da dita cuja.
*
Sobre a sua pergunta em relação a minha concordância ou não acerca do aborto de fetos que não possam viver, sou a favor, pois a questão é viver. Se não vai viver, não tem porque obrigar a mulher e gerá-lo. No caso de estupro, sou a favor também. Porque a gravidez decorreu de uma situação na qual a mulher não pôde, de forma alguma, evitar um ato sexual forçado.
*
Na situação hipotética que você expôs, acho que você se equivocou. As pessoas não salvariam o bebê. Aliás, a prova disso é que, em uma situação análoga, na qual apenas um dos dois pode ser salvo, a mãe ou a criança, o nosso ordenamento jurídico disciplina que se opte pela mãe.
Cora, qual a sua formação e idade?
Pois é, Roxy, eu gosto mesmo dessas conversas, mesmo que pareçam (ou sejam mesmo) infrutíferas. Sei que alguém deve aproveitar.
Uma vez, num outro fórum em que eu era assídua, depois de uma história muito parecida com essa, em que eu disse que ficava cansada de debater, uma leitora que nunca tinha comentado, entrou só pra dizer que não era pra eu desistir, não, e que tudo que foi escrito tinha ajudado muito na análise do tema. Vi a mensagem dela um bom tempo depois de finda a discussão, quando voltei procurando um dado, mas achei bacana tudo aquilo ter servido pra alguém.
Eu sempre levo essas conversas a sério.
O espaço da Lola é muito bem frequentado e só não participo mais por tumultos do cotidiano, mesmo. Ontem, p. ex., foi impossível voltar à noite.
Os debates aqui são sempre interessantes.
Compartilho esse prazer com você. A semana começou bem legal e as expectativas pro final dela são ótimas. Espero que assim seja pra você também!
Tudo de bom, Roxy!
Té mais.
Oi Lola. Parabéns pelo texto! Só uma coisa que eu não concordo. Não vejo porque dividir as pessoas em grupos tão certinhos dessa forma: "Porque essas mesmas pessoas que são contra o aborto também são as que desprezam mães solteiras, as que não querem que o governo invista em creches, as que não aceitam nenhum modelo de renda mínima, as que são contra as cotas nas universidades públicas, e as que são a favor da pena de morte e da violência policial. Então realmente fica parecendo que o conceito de pró-vida de vocês acaba alguns segundos depois do nascimento. E a vida é um pouquinho mais longa que isso." Sinceramente acho que você simplifica demais as pessoas com isso, como aliás os políticos tem feito com muita demagogia. Eu pessoalmente sou contra o sistema de cotas, e poderia dar aqui uma ´serie de motivos lógicos e baseados em conceitos de justiça sem entrar em crenças religiosas e elitista, coisa que sou totalmente contra, mas isso não quer dizer que penso da mesma forma com relação ao aborto. Acho que vc se deixou levar muito pela divisão de tudo na questão de visão política, e esses temas vão muuito além disso. Vão mnuito além de esquerda ou direita.
Valeu!
Quem disse que o feto não é um bebê? Desde a fusão de espermatozoide e ovário faz-se o começo de uma vida, um ser humano. A diferença de um feto para um bebê recém-nascido é o tempo e a nutrição. Não há diferença entre abortar ou matar uma criança a pauladas. Ambos são assassinato.
A Deus cabe o direito de tirar a vida, pois Ele a deu a nós. Se o bebê está condenado à morte desde o ventre da mãe: NÃO MATAR. Se for caso de gravidez não desejada: NÃO MATAR (o bebê pode ser entregue a adoção).
Bismarck,
última resposta pra vc.
Camarada? Esta que discorda em tudo de você? Cê tá brincando, né? Ou tá querendo queimar o meu filme com o pessoal aqui.
Isso seria simplesmente impossível. Não existe a menor possibilidade de eu ser camarada de alguém que odeia mulheres.
Não me furto ao diálogo. Como já disse inúmeras vezes, gosto de debater, gosto de argumentar, mas daí a ser camarada de um cara que despreze as mulheres como você o faz, vai uma distância imensa, que só pode ser medida em parsecs.
*
Quanto ao nosso assunto, devo dizer que gostei do amadurecimento da conversa. É possível discordar sem ofender e agredir. Se você conseguir abandonar as caricaturas irreais em debates com feministas ou debates sobre assuntos femininos (coisa que talvez teu preconceito não permita), já valeu todo o esforço.
Eu concordo que existem muitas possibilidades de se prevenir uma gravidez. E gosto muito da ideia da combinação de pelo menos dois métodos (sendo um de barreira, sempre). Já falei sobre isso aqui outras vezes.
O caminho é, sim, garantir que a possibilidade de uso de anticoncepcional seja a mais ampla possível. É sempre muito mais adequado prevenir do que remediar.
Acho possível prevenir e diminuir a incidência de gestações indesejadas com informação e acesso aos métodos contraceptivos. E com melhores condições de vida (melhor distribuição de renda, menor desigualdade social, acesso à saúde e à educação). Nada melhor do que ampliar as perspectivas de futuro pras pessoas planejarem melhor a vida. E com o reconhecimento da sexualidade do adolescente e da adolescente. E com uma cultura de maior respeito à mulher (neste caso, o parceiro, não importa se casual ou não, participa igualmente da prevenção dessa não desejada gestação).
Muitas meninas engravidam justamente por seus parceiros, muitas vezes homens adultos, se recusarem a usar preservativos. Muitas vezes a adolescente não pode ou não tem maturidade (inclusive física) para fazer uso de contraceptivos hormonais. Daí a importância da camisinha. Mas o homem, mais experiente, se recusa. Conheço casos tristes de meninas de 12, 13, 14 anos que se viram grávidas, apaixonadas e, tão logo a barriga começa a aparecer, abandonadas pelos parceiros. E, no mais das vezes, mal-tratadas pela família que diz pra ela: se soube fazer, se vire agora pra cuidar.
Perceba que as situações reais são sempre mais complexas do que imaginamos, por isso essas suas caricaturas de mulher, sempre absolutamente reducionistas e irreais, não ajudam nada na compreensão do problema.
Estamos falando de saúde pública.
E é por todas as peculiaridades que defendo o direito à ivg. Essa possibilidade deve ser oferecida para a mulher, o casal, a família. Junto com tudo o mais que você mencionou. Uma ação não impede outra. Se, por qualquer motivo, uma mulher/casal se vê diante de uma gravidez que não pode ser levada a termo, que se possa interrompê-la em seu início, até o limite da 12ª semana. Não há motivo lógico para se manter esse procedimento na clandestinidade, sem controle (aí, sim, muitos absurdos com certeza acontecem), sem visibilidade, sem estudos sobre causas, sem gerar dados para pesquisas e para o desenvolvimento de políticas públicas e de campanhas de apoio e orientação.
Nós, sociedade, só podemos atuar na prevenção de algo que conhecemos e sobre o que temos dados.
O brasil precisa avançar muito nessa questão de sexualidade. Como já disse aqui inúmeras vezes, vivemos o mito de que somos libertos sexualmente. Nada mais falso, em minha opinião.
*
Sobre o estupro, imaginei que fosse uma confusão mesmo. Confusão comum, aliás. O que explica porque desdenhamos tanto a violência sexual que não acontece num beco escuro e com muita violência.
Roxy, Mirella, e principalment, Cora. As respostas de vcs me ajudaram a entender muitas mais coisas em relação a esse tema. Mas os seus comentários, Cora, me fizeram refletir que eu não devo desistir também. Embora a minha paciência seja muito mais curta do que a sua, eu entendi por que vc continuou o debate. Eu quase ia desistir hoje, mas mudei de ideia por sua causa.
Roxy diz:
e fábio pra você não ficar tristinho, não esqueci de você não:
eu suspeitei desde o princípio que você não conseguiria mostrar como nos ESTADOS UNIDOS as mulheres abortam somente os fetos do sexo feminino.
Olá Roxy.
Não eu não ficaria "tristinho" Roxy. Tristinhos deveriam ficar os nascituros, se soubessem, que são "escolhidos" para a morte sem ter nenhuma culpa para disso.
Bem, falei sobre o imenso problema da liberação do aborto em vários países, passando desde o aborto de deficientes físicos, negros e crianças com Síndrome de Down.
Mas você cita a China e a Índia, como se eles fossem inferiores e as meninas de lá valessem menos, como um exemplo a não ser utilizado.
Talvez não saiba que no Canada recentemente existe um grande apelo público para rever suas leis de aborto.
Canada does not have a law prohibiting the obtaining or procuring of an abortion for the purpose of sex selection. Canada does prohibit sex selection in reproductive technology, subject to an exception relating to disorders and disease.
http://www.loc.gov/law/help/sex-selection/canada.php
Por lá o problema está tão sério que estão querendo proibir o teste para saber o sexo antes de determinado mês.
Sendo que no Canada não resolveria tanto, pois lá nada é proibido como você queria que fosse aqui no Brasil Roxy, A Cora já discorda disso, mas volto já a falar sobre isso.
Talvez você também não saiba Roxy, mas Obama recentemente negou o pedido de banir a seleção de sexo via aborto no EUA.
Foi feita uma pesquisa disponível aqui: http://thehill.com/blogs/healthwatch/abortion/227929-poll-voters-would-approve-of-ban-on-sex-selective-abortions
onde quase 80% da população são a favor de uma nova lei em banir ou coagir ao máximo a seleção de sexo no aborto.
Mas, Obama negou. Grande democracia não Roxy? Deve ter sido um direito de "escolha" de Obama permitir a morte de novas meninas.
Segue noticia: http://dailycaller.com/2012/05/31/obama-opposes-ban-on-sex-selective-abortions/
E você Roxy e Cora aprovam ou aceita o aborto por seleção de sexo?
Talvez você aprove Roxy. Ou Talvez você aceite. Mas acho difícil você negar não é? Deixa de ser uma escolha?
Pois bem Roxy, saiba que entre os Pro-Choice, principalmente nos países que já existe o aborto liberado, uma grande parte dos integrantes aceita. Não aprova, mas aceita.
Não aprova, pois possivelmente sabe da crueldade do ato ou do grande erro cometido nisso tudo. Ou da reprovação popular sobre este assunto. Mas não quer tirar, de modo nenhum, o direito de escolha da mulher.
Veja o que uma ativista Pro-Choice diz:
“I don’t think [sex-selective abortion] is okay, but I also don’t think the state has a right intervening in this issue,”
Liberal health critic Hedy Fry told the Globe and Mail.
“It is a medical decision between the physician and the patient(SIC). It should be left there as all abortions should be.”
Bem, como eu disse, ela não acha legal a seleção de sexo, mas acredita que ainda é uma decisão da paciente e o Estado não deve interferir.
Uma nova lei no Canada que tentava modificar isso foi totalmente banida.
A lógica é que se nós aceitamos que o casal ou principalmente a mulher tem o "direito de escolha" quem somos todos nós para julgar em qualquer caso?
Por outro lado se reprimirmos com uma lei a seleção de sexo que você aceita Roxy, teremos que aceitar que o nascituro é um ser humano. Então o aborto é sempre um homicídio.
Seja em qual caso for.
E esta é possivelmente a logica que Obama e o governo do Canada fugiram. Uma lei que dá margens para outras para o banimento do aborto.
E você ainda disse que usei a China como "desculpa" ignorando toda uma parte de meu texto.
E que ainda, como os chineses, teriamos que comer carne de cachorro para acabar com a fome.(Que me pareceu sutilmente racista este comentário onde os chineses seriam inferiores).
Pois bem volto a postar:
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Bem, então você irá vir me dizer que nos outros países não é assim.
E para mim Roxy, seria até cômico ouvir de uma feminista que não existe esse problema patriarcal
em outros países, inclusive o Brasil. Pode não ser tão alto o índice como na índia ou china, mas existe e está cada vez pior.
Vejamos como está no Canadá:
The reaction comes after a hidden-camera investigation by CBC’s I-Unit
that showed a number of “entertainment” ultrasound businesses were willing
to reveal the sex of a fetus in the early stages of pregnancy when an abortion is more available.
http://www.cbc.ca/news/canada/story/2012/06/13/ultrasounds-entertainment-ban.html
Leia também este estudo sobre o assunto:
http://www.cmaj.ca/content/early/2012/04/16/cmaj.120165.full.pdf
MONTREAL • An editorial in a major Canadian medical journal Monday
urges doctors to conceal the gender of a fetus from all pregnant women
until 30 weeks to prevent sex-selective abortion by Asian immigrants.
http://news.nationalpost.com/2012/01/16/canada-is-haven-for-parents-seeking-sex-selective-abortions-medical-journal/
Ou aqui outras informações:
http://www.lifenews.com/2012/04/20/canadian-women-use-sex-selection-abortions-at-alarming-rate/]
E aqui uma visão geral que seria interessante você ler o texto inteiro no link
Roxy, não apenas o que coloquei abaixo:
For what kind of feminist would it be who could contemplate the use of abortion
to eliminate ever-greater numbers of girls, and not cry out in horror?
http://www.boston.com/bostonglobe/editorial_opinion/oped/articles/2008/04/06/choosing_to_eliminate_unwanted_daughters/
E finalmente Roxy, acesse este site abaixo e assista ao vídeo e leia também outras informações deste site.
Peço por favor para todos que estiverem lendo isso fazerem o mesmo.
http://protectourgirls.com/
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Aproveito e passo mais uma série de documentários:
Este em 4 partes:(Não perca nenhuma Roxy:)
http://www.youtube.com/watch?v=U2H3ZDnBtuw&feature=relmfu
Volto depois para continuar a falar dos problemas da liberação do aborto, responder a Cora sobre misoginia, aborto depois de 24 semanas e um feminismo sem aborto.
Seu texto têm muita paixão pelo tema,mas,acho que deveria rever seus conceitos a partir da lei e não ficar discriminando.Sim,seu colóquio é preconceituoso e discriminatório ao ser humano na primeira fase de sua vida evolutiva.Afinal desejada ou não a vida é garantida por lei.Dê uma lida na Constituição brasileira no artigo 3º no parágrafo IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação e o 5ºTodos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,...
Eu fico chocada quando se diz feminista e ergue bandeira para defender as MULHERES...Têm certeza que AS DEFENDE MESMO?De muitas gravidezes indesejadas a maioria,se não sabes é do sexo feminino.
E quanto a tal "liberdade" citada pela ONU que as mulheres precisam ter...ela só mudará de mãos nacionais para um controle efetivo internacional.
Me despeço, concordando somente com o título do seu texto.
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