Ano passado, publiquei um guest post anônimo sobre um assunto que eu mal tinha ouvido falar, mas que atinge 4% das mulheres: o vaginismo. O vaginismo é uma disfunção que ocorre quando os músculos da vagina e do ânus se contraem involuntariamente, impedindo a penetração até de um dedo.
Em muitos casos, isso não acontece apenas na relação sexual, mas também na tentativa de se colocar um absorvente interno ou o espéculo num papanicolau. A dor é enorme, e pra que esse problema se resolva e a pessoa possa ter uma vida sexual plena, só com muita paciência e terapia. Felizmente, o vaginismo é uma das disfunções sexuais mais tratáveis que há, com taxas de sucesso de quase 100%.
Vale lembrar que o vaginismo pode ocorrer não apenas com mulheres cis (ou seja, mulheres que sempre foram reconhecidas como mulheres), mas com todas as pessoas com vagina, incluindo homens trans*.
Vale lembrar que o vaginismo pode ocorrer não apenas com mulheres cis (ou seja, mulheres que sempre foram reconhecidas como mulheres), mas com todas as pessoas com vagina, incluindo homens trans*.
Até hoje recebo emails de jovens querendo saber mais sobre essa disfunção tão comum e, ao mesmo tempo, tão tabu. Pouca gente fala nisso! Esses dias veio um email da S.A, que pediu que eu escrevesse mais sobre o tema. Eu disse que sabia quase nada do assunto, e pedi que ela escrevesse. Acho que S.A fez um ótimo trabalho.
Antes de começar a falar sobre vaginismo, gostaria de agradecer esse espaço maravilhoso que a Lola deixa livre para que muitos possam desabafar e contar suas experiências.
Para quem ainda não conhece essa doença: vaginismo é a contração involuntária dos músculos próximos à vagina, dificultando ou até impedindo a penetração do pênis ou de qualquer objeto.
O grau da dificuldade de penetração varia de pessoa para pessoa. Tem mulheres que não conseguem colocar nem um cotonete. Muitas vezes a mulher está sim com vontade de fazer sexo e não consegue, já que a contração é involuntária.
Descobri no começo desse ano que sofria de vaginismo, após uma consulta ginecológica com uma ótima profissional, que me tranquilizou bastante. Tenho 19 anos e iniciei minha vida sexual ano passado com meu primeiro e atual companheiro. Nunca havia me relacionado com ninguém antes dele. Só me lembro de uma experiência não muito agradável naquela costumeira pressão de “perder o BV” (Boca Virgem, termo horrível, não?), aos 12 anos. Não sei se posso considerar o ocorrido como um beijo, pois acabei me desvencilhando do menino aos tapas, já que ele quis avançar bem mais do que um beijo, sem mesmo tê-lo feito!
Passei por situações que quase todas as mulheres já passaram. Como já foi dito aqui no blog, são aquelas “histórias de horror”, mas felizmente não passei por nenhum abuso efetivo. Não tenho um bom relacionamento com meu pai, porém tenho uma figura masculina muito forte em minha vida: meu falecido avô. Não venho de família religiosa, muito menos sou religiosa. E meu namorado nunca me pressionou em nenhum sentido. Ou seja, não havia tantos motivos para, inconscientemente, temer o ato sexual, mas isso aconteceu.
Tive dificuldade de me entender e conseguir explicar para o meu namorado o que estava acontecendo. É um assunto pouco comentado por mulheres, e a maioria dos homens, infelizmente, não sabe nem que isso possa existir.
Por mais que seja dolorido ter que explicar várias vezes, sem o compreendimento da outra parte, a relação não pode se manter.
O que quero dizer com o meu relato é que, óbvio, você tem que entender o motivo que a levou a ter essa contração involuntária que está intimidamente ligada com o seu inconsciente, mas não se cobre caso não tenha passado por histórias de horror. E, muito pior, não pense que não é vaginismo e sim “frescura”, que é sua obrigação transar mesmo sentindo dor.
Eu, que descobri ter vaginismo depois de me tornar feminista, pensava muitas vezes que era responsável, mesmo sem pressão de parte do meu namorado, e me deixei levar, pensando que, milagrosamente, a doença passaria um dia, sem nenhum tratamento. A sociedade faz isso, nos cria para ter essa obrigação, o típico medo velado de “perder a pessoa amada” ou “o que ele não encontra em casa vai procurar na rua”.
Antes de qualquer coisa, você deve ir a um(a) ginecologista de sua confiança. A minha me deu um conselho bem simples e básico: primeiro você tem que criar uma relação com você. Sei que você pode pensar que é brincadeira, mas é um conselho médico: masturbe-se sozinha, vá tentando inserir um dos dedos até chegar ao terceiro. Quando isso acontecer, comece a fazê-lo com a ajuda do seu parceirx, até que se sinta confiante o suficiente. Aja como se ainda não tivesse tido relação sexual. Faça tudo de novo, desde o primeiro beijo, e deixe as coisas irem ocorrendo vagarosamente.
É de extrema importância que, junto com o acompanhamento ginecológico, haja o acompanhamento psicológico. Muitas vezes os traumas que temos, principalmente os inconscientes, podem ser resolvidos indo à psicólogx ou sexólogx.
Eu estou melhorando aos poucos. É preciso comemorar cada conquista, senão um sentimento de ansiedade acaba vindo à tona. Afinal, aposto que todo mundo quer viver sua vida sexual livremente, não é?
Se você não tem um parceiro ou uma parceira, não fique triste pensando que não vai se curar. Pode fazer os exercícios sozinha e, quando encontrar alguém que lhe transmita confiança e, claro, desejo de transar, conte tudo sobre você e deixe a relação sem mentiras. Pode-se também recorrer aos vários vibradores indicados pelx ginecologista, sem precisar se relacionar com ninguém, e ir aumentando o tamanho conforme seu avanço.
Caso você tenha parceirx, converse o quanto puder, e informe a pessoa que está ao seu lado, pois se ela se negar a ajudar, infelizmente só vai atrapalhar. Muitas vezes vem um sentimento de cobrança, inferioridade, insegurança da parte da mulher que sofre de vaginismo, e nessa hora precisamos de alguém que diga o quanto estamos indo bem, transmita segurança e compreenda nossas dificuldades.
Se ame, entenda o funcionamento do seu corpo e faça os exercícios sempre quando tiver tempo livre. Eles ajudam bastante.
Aqui seguem alguns links que acho essenciais (infelizmente alguns só em inglês): esse site tem tudo sobre vaginismo. Indico imprimir isso e entregar para seu parceirx. Aqui há um bom relato sobre os exercícios de Kegel, que foralecem os músculos pélvicos.
Espero ter ajudado!
olha, acho muito lindo qdo parceiros ajudam nesse caso. aliás, se a pessoa gosta de vc, tem que gostar de vc e ajudar, não atrapalhar.
ResponderExcluireu tive uma época de muita infecção urinária e os médicos me viraram do avesso pra dizerem que não tenho nada e que não sabem por que eu tenho essas épocas sendo que a imunidade não está baixa no geral do corpo. e transar com infecção urinária é, no mínimo, terrível.
só que eu já tive que ouvir de parceiro que eu tinha problemas sexuais (sendo que eu sempre tive muito tesão e ele broxava o tempo todo por mil motivos) e que eu, na verdade, não queria transar. fui transar então com quem não achava nada disso de mim e foi tudo perfeito.
terminei com ele e percebi uma coisa: se alguém não pode te ajudar mesmo depois de conversar feito adultos, fuja. eu deveria ter fugido antes. teve uma época em que esse cara me fez crer que eu realmente tinha um problema sexual.
no fim, trato e controlo com médicos olhando de perto e uso camisinha sem látex.
acho uma merda como tudo que acontece com mulher é frescura e pode ser resolvido com pseudoterapias de mesa de bar. e a mulher se sente pior ainda pq passa a se questionar se isso tudo realmente é verdade. não, não é. se até os médicos entendem como algo a ser tratado, não é frescura.
aliás, com esse papo de frescura que um amigo meu quase perdeu a filha. a mulher dizia que tava sentindo alguma coisa esquisita (ela já tinha tido um filho e conhecia como era) nessa gravidez e ele pra mim:"ela tem reclamado muito, nem parece que já foi mãe". simplesmente, por causa da "frescura", a neném quase morreu na barriga.
Post mega importante.
ResponderExcluirO corpo feminino, a sexualidade, ainda é cheia de tabus, e isso dificulta a procura por ajuda medica adequada.
Chamou a atenção tb a "culpa" e o "medo" de não satisfazer o parceiro. Coisa que ainda é martelada na cabeça das mulheres, mesmo em revistas "feminina" com seus guias absurdos de como "agarrar/roubar/manter" o "seu" homem.
Mais um deserviço a saude e felicidade.
Vaginismo
ResponderExcluirhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vaginismo
Já tive problemas com vaginismo quando era mais jovem. Doía muito e era muito desagradável.
ResponderExcluirHoje em dia ainda tenho um resquício desses problemas - tenho alguma dificuldade em atingir o orgasmo no sexo oral, por exemplo, porque contraio os músculos na hora H.
Muito boa a iniciativa de S. de fazer um texto a respeito. É um problema que muitas mullheres têm, e nem sabem disso, nem sabem que tem solução.
Se há um tabu bem maior que o sexo é conversar.
ResponderExcluir(tudo que uma mulher precisa conversar é visto como mimimi e frescura... que @#$%¨%&*!!!)
Que tal colocar uma observação dizendo que o texto é voltada para mulheres cis e homens trans? :) Ou seja, pessoas que possuem vagina. Do jeito que está, é cissexista.
ResponderExcluirParabéns à autora do post por ir atrás de uma solução para o vaginismo. Quantas e quantas mulheres se sentem tão culpadas qque jamais procurarão ajuda?
ResponderExcluirMas o que eu senti falta no tratamento dele foi a fisioterapia.
Como fisioterapeuta, que ama a área de gineco/obstetrícia, mas que infelizmente não pode ir para ela, eu recomendo fortemente que mulheres com dispareunia, vaginismo, perda de urina e afins procurem uma fisioterapeuta. Afinal, músculos contraídos provavelmente estão cheios de tender e trigger points, precisam ser desfeitos de maneira correta. Além da profissional possuir um TENS para analgesia e facilitação da mobilidade e conscientização muscular.
Lembrando que todos nós podemos nos consultar com profissionais da saúde sem precisar de encaminhamento médico.
Boa sorte à autora do post, que ela se cure!
"Se há um tabu bem maior que o sexo é conversar. "
ResponderExcluirné? tbem acho.
Não sabia que isso existia e descobri que tive isso quando era mais jovem, no início da vida sexual. Muitas vezes não consegui manter a relação com meu primeiro namorado, exatamente por esse motivo. Acho que foi por isso que nosso relacionamento desgastou e acabamos terminando, apesar de achar ele um cara super legal. Poxa, se tivesse conhecimento que isso era "normal" e tratável, talvez minha vida tivesse sido bem diferente. Só digo uma coisa: sem orientação, só parei de ter esse tipo de episódio quando encontrei um parceiro mais experiente e paciente.
ResponderExcluirTexto importantíssimo e pra todos!!!
ResponderExcluirNão vejo a menor necessidade de colocar no texto que é "voltado para mulheres cis e homens trans". É um assunto que interessa a todos, já que afeta a sexualidade de quem tem vagina e quem tem vagina - em muitos casos - se relaciona com quem não tem. E esses que não têm precisam saber sobre o vaginismo e muito.
tive algumas crises de vaginismo em um namoro passado. na época, achava que eu tinha um problema e precisava tratar dele. mas o namoro acabou antes de eu ir atrás de ajuda e, junto com o namoro, acabou-se o vaginismo, assim como a quase total ausência de tesão (virei um negócio de louco). enfim, é bom as mulheres colocarem também a possibilidade de simplesmente não estarem com tesão pelo parceiro. às vezes, estamos com um cara que é gente boa e tudo, mas a gente queria que fosse amigo, na verdade, não mais amante. sou completamente a favor das mulheres sacrificarem menos seus corpos, inclusive nesse sentido. não vale a pena ficar transando (ou tentando transar) com um cara por quem você não sente tesão, embora admire e talz. e isso (transar por respeito, não por tesão) pode, sim, desencadear o stress, o vaginismo, a depressão, a infelicidade.
ResponderExcluir"Que tal colocar uma observação dizendo que o texto é voltada para mulheres cis e homens trans? :) Ou seja, pessoas que possuem vagina. Do jeito que está, é cissexista."
ResponderExcluirtsc tsc tsc
Existe terapia psicológica para tratar vaginismo. Ela envolve tanto os exercícios que a ginecologista recomendou, quanto um foco maior nas questões emocionais que podem estar ligadas a esse problema.
ResponderExcluir
ResponderExcluirEu fui a vários ginecologistas para falar sobre minhas dificuldades com a penetração e nenhum deles sequer pronunciou a palavra vaginismo.
Não demorei para iniciar minha vida sexual. Sempre quis fazer de tudo, mas demorei muito para chegar na penetração. Não consigo encontrar um motivo para isso, não tenho "traumas", nunca passei por abuso físico. Minha primeira vez foi com ajuda de pomada anestésica, que vez em quando ainda uso.
Consigo ter penetração, mas não sem uma "tensão", medo da dor e ansiedade antes. Já cheguei a tomar dorflex para relaxar meus músculos. No início é doloroso, é um grande trabalho até começar a ficar prazeroso. Geralmente, fica muito bom depois, mas já aconteceu algumas vezes de não conseguir ir até o fim. Já achei que era culpa da minha anatomia, pois médicos já disseram que eu tenho a passagem estreita. Já achei muita coisa e já sofri muito por isso, porque a vontade de fazer sexo não passa.
É uma grande frustração: você se masturba imaginando a trepada perfeita, e quando ela está pra acontecer, dói e você não consegue sentir prazer, não consegue ir até o fim ou sequer consegue começar.
Saber que existe um nome pra isso me dá um alívio muito grande, mas me pergunto: por que não nos deixam saber que temos isso? Já me senti menos mulher por isso, já me senti incompleta por isso. Por que eu não sabia? Por que os médicos dizem rindo "ah, é porque você é é apertadinha, deveria agradecer" ou "olha, tem muita mulher fazendo pompoarismo pra ficar assim fechadinha e você reclama?". Como não reclamar da dor?
Meu namorado disse que eu já o machuquei também, que meus músculos o apertam muito. Não quero mais me machucar, nem machucá-lo.
Hoje sei perfeitamente que posso tratar isso. É difícil saber por onde começar, já que ninguém sabe que porra é vaginismo. Mas devemos começar por nós mesmas.
Gostaria muito de ajudar pessoas com vaginismo, até porque sei que o meu é dos menos difíceis e que já melhorou muito com o passar dos anos.
Vaginismo não é normal, pois foge da norma. As pessoas confundem o significado de normal X comum.
ResponderExcluirEu tenho vaginismo, nas vezes que tentei penetração tive uma dor dos infernos e nem um dedo entrava (sendo que sozinha até 2 dedos entram facilmente).
ResponderExcluirJá fui a dois ginecologistas diferentes em que falei sobre esse problema, a resposta: Frescura! (E uma das ginecologistas: "Seu namorado que é muito bonzinho com você", COMO ASSIM?)
Sinceramente acho que fiquei mais triste do que feliz em saber que a chance de cura é próxima a 100%, porque parece que a chance de você achar um/a ginecologista dispostx a te ajudar é de menos de 1%...
Obs.: Eu me masturbo com certa frequência, tenho orgasmos clitoriais facilmente, mas a dor e a decepção me fazem considerar a penetração vaginal um fardo que quero "corrigir", não uma forma de prazer. Também não sou religiosa e meu namorado é compreensivo.
Sinceramente se fosse para culpar algo do meu inconciente eu diria que é a idéia que foi repetida mil vezes na minha vida de que penetração é uma forma de dominação, e que mulheres são inferiores por serem "passivas" no sexo.
E mais uma coisa... O vaginismo só afeta 4% das mulheres mesmo? Ou esses 4% são as que reconhecem que tem esse problema E procuram tratamento? A impressão que me passa é que é bem uns 20% das mulheres...
ResponderExcluirPessoal, olha o nível dos comentários d@s assinantes UOL:
ResponderExcluir"Essa mulher é igual carta de baralho: está sempre no jogo, passa de mão em mão e nunca tem um dono. É falha de boa formação."
Comentário de uma mulher em uma matéria sobre a modelo Isabeli Fontana.
...
Preciso dizer mais nada, né? :/
jéssica
ResponderExcluirdepois passou a fase das primeiras vezes, que costumam doer, observei que deveria sim ser algum tipo de problema, então já fui preparada para caso encontrasse algum profissional sem noção que me falasse besteiras. De primeira me acertei com a minha ginecologista, um amorzinho, ela. Eu acho que muitas mulheres não sabem que existe vaginismo, por isso o número é tão pequeno. continua na tua procura por um(a) profissional de qualidade, procure também um(a) psicólogo(a), talvez ele indique algum(a) ginecologista.
vamos com cuidadinho, gente,
ResponderExcluirterapia não quer dizer encontrar a frase de efeito com que você pode mais facilmente culpar qualquer coisa pelos seus descontentamentos.
terapia é um processo muitas vezes longo, super pessoal e que analisa particularidades da nossa vida de uma forma que a gente não estaria habituado a fazer sozinho...
bem, falo isso porque tem várias formas diferentes de sacanear quem está passando pelo problema do post. E a principal é ser simplista. Porque se trata de um problema complexo, não dá pra reduzir nem o problema, nem a pessoa.
Como esse há vários outros problemas de partes do corpo que resolvem "agir" independentemente e nos causam problema.
Os meus ossos por exemplo, tem personalidade pra caramba. Tenho escoliose porque as vértebras resolveram dançar enquanto eu estava paradinha =)
Minha atual preocupação é um amigo que tem apnéia de sono. Significa que ele para de respirar no meio do sono, involuntariamente. E como ele está dormindo mesmo, não percebe e não pode se forçar a...respirar!! Ó o perigo.
Já a outra amiga tem uma frouxidão pélvica, justamente o contrário do problema do post. E é um grande problema porque o peso dos órgãos da região não pode ser sustentado pelos músculos do assoalho pélvico. Literalmente, o útero cai.
Enfim, o corpo se move.
E nem tudo do corpo está 'a nossa disposição o tempo todo que queremos.
Podemos sempre aprender a viver bem e a dispor do nosso corpo... até encontrarmos alguns limites. Há os que podem ser superados, há os que não podem.
Nem tudo é culpa de traumas da psique, há traumas mecanicos, há prédisposições genéticas... há a eterna mania do corpo de ir compensando um problema com outro.... e essas possíveis causas conversam uma com a outra e se afetam.
enfim, respeitar as pessoas também é entender sua complexidade. nunca tentar resumir, minimizar.
Ops, a mensagem era para a Bruna e coloquei o nome da Jéssia, dã!
ResponderExcluire para Pili, então, a questão simplista é que as pessoas que entendem pouco sobre o assunto (ou nada) já possam ter um basezinha, compreendendo melhor do que se trata e aí tenham a explicação total junto a um profissional... nunca poderia substituir o discurso do mesmo, tanto que como já foi citado aqui, o tratamento poderia ser acompanhado com fisioterapia! nem imaginava isso. (:
texto importantíssimo para falar sobre o assunto. é como Jéssica disse: só 4%? tá mais para 4% que são diagnosticados com vaginismo. A Bruna mesmo disse que nenhum médico mencionou a possibilidade de vaginismo. Deve haver montes de pessoas que tem esta contração vaginal e sentem dor com a penetração e ouvem "ahh você é só apertadinha etc etc".
ResponderExcluiré dar visão a uma questão que geral deve desconhecer e é importante para qualquer pessoa que se relacione com vaginas (sua ou de alguém)! hehe
(Agora, fui reler o texto para saber onde o cissexismo se encontrava. como sou extremamente ignorante no assunto, não ficaria surpresa se passasse batido por mim.
confesso que às vezes o "cissexista" me soa agressivo, por parecer que é com a intenção de segregar quem é trans*. observações: não estou dizendo que é para militar no estilo "calminho pedindo licença". claro que devemos lutar contra este apagamento, mas chamar a Lola de cissexista me soa injusto, por ela não ser defensora do apagamento de nenhuma minoria e ter um blog que dá visibilidade a diversas pessoas e questões. Penso assim principalmente por conta do 'die cis scum', que me parece agressivamente aleatório. Outro ponto é que este é um guest post escrito por uma (cis?)mulher, aparentemente, que relatou sua experiência pessoal, então imagino que seja difícil transportar do seu universo particular para o geral. Mas posso estar enganada.
Isto posto, fica aqui mais um lembrete de minha ignorância: quem é o homem trans? ele se identifica psicologicamente como homem, porém seu corpo é identificado como de mulher, mas ele não tenta alterar sua morfologia ao padrão binário? por exemplo, ele seria transgênero e não transsexual? help, alguém?
falei falei falei, mas é que visibilidade trans* ainda segue caminhos que me são desconhecidos dentro do meu privilégio cis. espero não ter ofendido ninguém com meus questionamentos, fico aí à disposição se alguém quiser corrigir, comentar e afins.)
puxa, eu tive vaginismo. o meu era um caso extremo. a ginecologista nao conseguia nem colocar um cotonete dentro de mim, eu comecava a gritar e a chorar, era horrivel.
ResponderExcluireu descobri o nome do problema so aos 20, 21 anos. eu estava tentando fazer sexo desde os 19 anos, mas nao conseguia e nao sabia por que. como era jovem, ficava so no amasso e achava que aquilo era suficiente. no fim das contas, o namoradinho da epoca me deu um pe no traseiro e acredito que minha resistencia a penetracao foi um dos motivos.
tres coisas me ajudaram (nao cheguei a fazer terapia propriamente dita) a superar esse problema: exercicios, um outro namorado, bem mais compreensivo (que alias, me ajudava nos exercicios de relaxamento) e informacoes que buscava em foruns sobre o assunto.
da para superar sim :)
Mirella, note que ninguém me chamou de cissexista (pelo menos não hoje, na minha cara!), só que o texto esta cissexista por excluir o fato que todas as pessoas com vagina, e não apenas mulheres cis, podem ter vaginismo. Incluí também um link pra uma lista de homens trans* famosos. Às vezes dá pra aprender mais rápido vendo uma lista levinha dessas que lendo vários artigos teóricos. (e eu nem sabia que o que a mídia noticiou com tanto alarde pouco anos atrás, o "homem grávido", já teve três filhos! Que legal! Fico feliz que o auê da mídia se limitou apenas à primeira gravidez).
ResponderExcluirGente, ginecologista dizer que vaginismo é só frescura é o fim da picada! Ou não identificar o problema... Como é que pode?
As estatísticas que tenho são essas do 3% a 4% de mulheres cis (não sei se incluem homens trans nessas pesquisas) terem vaginismo. Mas concordo que o número pode ser bem maior. Ainda mais se nem ginecologista sabe identificar o problema!
Eu tenho, mas só fui saber que esse problema tinha nome recentemente.
ResponderExcluirNa primeira vez que fiz um preventivo a ginecologista enfiou o espéculo em mim e eu gritei de dor. Depois ela falou que meninas como eu, "que foram criadas para casar virgem, são assim". Oi? E depois perguntou se eu tinha sofrido algum tipo de abuso.
Outro gineco tb perguntou se eu tinha sido estuprada ou algo do tipo. Disse que fisicamente tava tudo normal, mas que eu era pequenininha mesmo ¬¬ E ainda soltou a piadinha "vc não gosta, mas seu namorado deve adorar"
Lola, no meu caso eu falei na consulta que eu achava que tinha vaginismo, ambos os ginecologistas demonstraram conhecer que a doença existe, mas ainda assim disseram que era frescura. Me parece mais preconceito com a doença do que desconhecimento sobre ela.
ResponderExcluircissexista é o mesmo que transfobia?
ResponderExcluirValeu, Lola. Obrigadão! =)
ResponderExcluir(anon do cissexismo e tal)
Pili, que ótimo comentário o seu. Minha avó tinha "útero caído" e nunca quis se tratar, a gente sempre atribuiu isso ao fato dela ter tido 13 partos!!!!
ResponderExcluirLola,
ResponderExcluirprovavelmente me afobei ao ler, mesmo. É que já vi algumas várias vezes pessoas-sangue-nos-olhos pedirem que um texto deixasse de ser cissexista e a maioria tinha um tom meio estranho, dirigida diretamente a quem escreveu. Li o comentário enviesada, desculpe a quem comentou!
Seu link me ajudou a compreender melhor quem são os homens trans, obrigada! Confesso que já li diversos textos sobre o assunto, mas às vezes eles possuem várias terminologias específicas que entro num ciclo vicioso de entrar em mil links para entender e me perco. Td bem que é devido à minha falta de foco, também, mas sinto falta de uma linguagem mais acessível e "simples". Diversos textos que leio parecem voltados à academia e não a um bate-papo esclarecedor. Ando penando para aprender, hehe, mas não é impedimento.
Nunca tinha ouvido falar no vaginismo. Obrigado por compartilhar sua experiência!
ResponderExcluirSó fiquei meio assim quando você começou a falar no inconsciente, é um termo usado pela psicanalise, e nem todas as abordagens da psicologia a adquiri, e falar dessa forma é dizer que seu inconsciente pode está dizendo isso ou aquilo; desculpa, mas achei determinista demais.
Lola, obrigado pode deixar a anonima compartihar da sua experiência! :D blog cada dia mais linda!
Ai gente, sobre o enfraquecimento do assoalho pélvico, fico tão triste que taaaaantas mulheres não procuram tratamento ou ficam com medo de cirurgia, quando a maioria dos casos podem ser tratados apenas com fisioterapia!
ResponderExcluirMirella
ResponderExcluirEntendo que existam pessoas que já comentam agressivamente, mas também podemos nos colocar no lugar do outro. Quando vemos um texto machista não é horrível? não nos dá raiva? E, muitas vezes, quem escreveu não teve a intenção de ofender mas fomos cridos pra pensar assim, então é bom ter alguém para nos lembrar que devemos ser inclusivos (:
Minha namorada tinha isso quando começamos a relação sexual, e eu já tinha lido na internet sobre o que era, mas continuamos tentando aos poucos melhorar isso, com mta calma e olha que eu nem tinha começado a fazer Psicologia ainda! rsrs mas é isso, sem pressa. Quando a pessoa se sente bem e acha gostoso e natural só estar nu com o parceiro, as coisas vão evoluindo. É tudo uma questão de afeto.
ResponderExcluirTive esse problema nas minhas primeiras relações.
ResponderExcluirAlém de dor, lembro que eu sentia os músculos contraindo e aí não dava pra acontecer nada. Acho que o que causava isso era tensão, vergonha, medo de ser pega em flagrante, enfim.
Acabou virando um círculo vicioso, porque toda vez que eu ia transar, sentia toda a vontade do mundo, mas lembrava da dor sentida na vez anterior, ficava muito tensa e acabava acontecendo novamente.
No meu caso, se curou com o tempo. O relacionamento acabou (por outros motivos), fiquei um tempão sem transar com ninguém e quando fui transar novamente não tive mais o problema. Aprendi a relaxar.
LisAnaHD, é isso mesmo - cissexista tem fobia a pessoas trans.
ResponderExcluirpra variar adorei seu comentário LORD ANDERSON ...
ResponderExcluirCompletamente fora de pauta, mas veja:
ResponderExcluirhttp://revistasamuel.uol.com.br/conteudo/view/19991/Femen_brazil_nao_tem_propostas_feministas_acusa_ex_numero_2_do_grupo.shtml
http://www.facebook.com/DiariodeClasseSC
ResponderExcluirLola, por favor, vc poderia falar em algum post sobre esse caso? a menina de 13 anos expôs a situação da escola dela na rede social e parece q foi feito até boletim de ocorrência contra ela, é de santa catarina
http://www.vaginismus.com/por/ - en português
ResponderExcluirAcho que o modo como grande parte dos ginecologistas se comporta e trata suas pacientes merece um post a parte :0(. Pelos relatos parece que é tão comum ser feita de idiota, ser acusada de fresca, duvidarem de virgindade...
ResponderExcluirFelizmente não tive problemas relacionados a vaginismo, mas somente quando fui a uma psiquiatra, para tratar ansiedade é que consegui uma conversa franca e adulta. Ela me perguntou se a vida sexual estava boa ou ruim, sem preconceito, ouvindo. Gostei muito disso.
Acho que o modo como grande parte dos ginecologistas se comporta e trata suas pacientes merece um post a parte [2]
ResponderExcluirVai chover depoimento.
anon das 18:32, você tem toda razão. ver que a norma nos é exclusiva, em vez de inclusiva, dá bastante raiva sim e não tiro a razão de quem sofre com cissexismo e transfobia ser incisivo na luta pela inclusão.
ResponderExcluire não pretendo dizer como outras pessoas devem militar, aquela história de "ahh se vc n fosse não agressivo etc". comentei mais influenciada (erroneamente) pela vibe de agressão que já vi e que achei que aqui não se justificava. fiz tempestade em copo dagua, so sorry.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO filme será lançado no segundo semestre de 2012.
ResponderExcluirO Renascimento do Parto - promocional do filme (Birth Reborn - promo with subtitles)
http://www.youtube.com/watch?v=3B33_hNha_8
ASSISTAM.
sobre como alguns ginecos tratam as pacientes, gostaria de dividir com vcs um e-mail que acabo de receber, de uma mulher de 41 anos, dois partos normais.
ResponderExcluir>>>Sem contar que a semana que vem vou ao Urologista...Isso tem me incomodado muito...parece que minha bexiga desceu, e no canal da vagina sinto um "bola" avermelhada. Sem contar que urino várias vezes ao dia, e isso causa um incômodo tremendo. O meu ginecologista disse que não é nada, que se ainda consigo segurar a urina, então não precisa fazer nada, mas se tiver que operar acho melhor operar, pois é uma cirurgia bem simples...Vamos ver
Ao ler o texto, achei que o gineco foi um tanto qto displicente. Minha sugestao foi checar com uma gineco, quem sabe uma mulher tome o assunto com mais seriedade.
Nossa, estou tão feliz de ver esse guest post aqui! Estou já faz dois anos tratando do vaginismo, e é muito difícil! Tem que aliar o físico e o psicológico ao mesmo tempo, e é difícil manter os dois equilibrados...
ResponderExcluirEu tenho 21, descobri quando eu tinha 19 anos quando fui ter a primeira vez. Foi horrível a dor, tenho trauma até hoje. Foi com o meu namorado, e ele está comigo até hoje. Ele me ama e disse que ficará pra sempre comigo, com ou sem o vaginismo. Ele me ajuda muito, seria muito mais difícil sem ele...
O foda é que eu descobri pela internet a minha condição, e meu ginecologista na época confirmou isso, mas eu senti que ele não levava a sério o meu problema. Eu sentia que ele tratava como se fosse algo fácil, como se fosse só "relaxar e tentar", e não é. Nunca mais voltei pra lá.
Já descobri as causas do vaginismo, e tem haver com nenhum abuso ou religião, mas pelo fato de eu ter tido depressão infantil e eu ter me fechado pro mundo. E as "cantadas" na rua só pioraram o meu problema...
Fico muito feliz de ver um post aqui sobre o vaginismo... Por um lado é bom ver que existem outras mulheres com vaginismo para compartilhar as histórias, mas por outro lado eu desejaria que nenhuma delas passasse por isso, ninguém merece ter vaginismo =(
AH É! MAS EXISTE UM LADO BOM DO VAGINISMO (PRA MIM)! FOI GRAÇAS AO VAGINISMO QUE EU DESCOBRI O FEMINISMO! PORQUE EU PESQUISAVA MUITO NA INTERNET SOBRE A SEXUALIDADE FEMININA, E SEMPRE ACABAVA NO BLOGUEIRAS FEMINISTAS OU NO SEU BLOG!
Sou feminista já faz um ano, e se não fosse pelo vaginismo eu continuaria sendo a ignorante de antes! Então, pra mim, existe um lado bom por sofrer disso!
Obrigada por tudo Lola!
P.S.: Tem um erro na denominação do vaginismo no post, a guria falou que era uma doença, mas vaginismo é um distúrbio psico-fisiológico.
Bacana o texto. Mas esses "x" são chatos e distraem a atenção.
ResponderExcluirEu sofri de vaginismo. Tive um relacionamento por 6 anos e não consegui sequer uma vez ser penetrada. Depois que tudo terminou, percebi que o problema era mais no namoro do que em mim - acho que nunca gostei ou senti tesão por ele realmente. Eu me curei com o tempo, assim como outras mulheres relataram aqui. Qdo fui tentar novamente, com alguém que realmente eu estava interessada, aconteceu naturalmente. Estava relaxada e sabia o que eu queria. Hoje comento que minha vagina sabia melhor do que eu em relação ao ex.
ResponderExcluirO círculo vicioso é mt verdadeiro. Depois de inúmeros insucessos, vc fica paranoica e com medo de perder o cara. Ansiedade gerando dor. É terrível... Para as mulheres que sofrem desse problema, repensem tudo. Repensem a sua relação com o parceiro, com vocês mesmas e com o próprio corpo, medos, vergonhas. Foi isso que me libertou.
alguém conhece o tratamento vendido pelo site www.vaginismus.com ??
ResponderExcluiré seguro fazer compras lá?
Sexo vacinal assim como o homem tem o órgão do sexo a mulher tbm é não é humilhante pq é pra sexo .. agora anal é sim pq não muda nada do homem nosso vi e pra cagar é o lugar q v caga entendeu? Fora q se fosse normal e nao humilhante não chingariam alguém mandando ir tomar no cu! Eu tenho 21 anos e nunca farei iso q nao é do meu instinto.. inventaram o fio terra pros homens e eles nem aceitam e é algo menos q o q essas tontas fazem combos homens
ResponderExcluirHumilhante é quando se faz a força com agressividade isso chama-se estrupo isso sim é humilhante por isso é digno do código penal, mas sexo anal compartilhado nunca foi humilhante quando se ama, essa palavra 'vá tomar no cú' é de hétero pra hétero masculino e não para o ser feminino, se falar isso pra uma mulher é digno de cadeia é uma agressão, mas falando em sexo anal isso é de cada pessoa se existe amor e um quer ceder não vejo nada de errado nisso, isso vai de cada um e não há o que se discutir a esse respeito. Eu mesmo amo chupar bundas e a mulher adora e se entrega pra mim.
ExcluirQria ser penetrada, mas tnho medo da camisinha estourar e eu engravidar, tnho muito esse medo deve ser por isso q meu esposo ñ consegue.
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