Como este guest post da Luciana Fernandes, Gabriela Prado e Ellen Paes já está grande, não quero me estender. Só queria acrescentar que a resolução do Cremerj (que está bem explicada no post) representa, além de uma ameaça aos direitos da mulher, uma decisão ditatorial que ataca profissões exercidas por mulheres, como doulas e parteiras (curiosamente, esta é uma profissão em que a mídia nunca escreve doulos ou parteiros). Leiam e vocês entenderão a importância das marchas que estão acontecendo hoje por todo o país.
Após tentar uma retaliação ao médico paulista Jorge Kuhn por ter emitido em rede nacional o apoio ao parto domiciliar, o CREMERJ lançou duas novas resoluções que dispõem sobre a assistência ao parto. Essas resoluções 265 e 266/12 desceram mal na garganta de muitas mulheres (e homens também).
Nelas o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro deixa claro, entre outras coisas, que o parto é um evento exclusivamente hospitalar e é um ato médico. Somente o médico está capacitado para dar a assistência necessária e decidir quem pode estar presente neste momento único de nossas vidas. Para o CREMERJ, o parto é tão seguro como uma bomba relógio, e a única assistência coerente para quem não quer se “arriscar” é estar com um médico dentro de um hospital e envolta de equipamentos e medicamentos.
O CREMERJ proibiu qualquer participação médica no SEU parto domiciliar. Sim, porque o parto é SEU, mulher. Enumerando riscos e responsabilidades com o bem-estar da sociedade, o CREMERJ VETOU qualquer participação médica em partos domiciliares, casas de parto, assistência imediata a neonatos nascidos em domicilio. Eles ainda estimulam o “denuncismo” dentro de sua própria classe, tal qual na ditadura, com o intuito de que nenhum médico tente burlar suas resoluções.
O CREMERJ proibiu a participação de doulas, obstetrizes e parteiras no SEU parto.
O Conselho institui o parto como um evento puramente médico-hospitalar e impõe que os partos, mesmo os de baixo risco, sejam realizados exclusivamente em ambientes hospitalares e que somente médicos podem estar presentes. Não importa o que mostram as evidências científicas, não importa o que diz o Ministério da Saúde (que é a favor de doulas, parteiras e obstetrizes). E o pior, não importa O DESEJO DA MULHER. Com a “desculpa” de pensar no que é melhor para VOCÊ, o CREMERJ mais uma vez tutela as mulheres e decide como deve ser o SEU parto.
Após a divulgação dessas resoluções as mulheres de todo o país começaram a se mobilizar. As que mais sofreram foram as que estavam prestes a parir (gestação já a termo) que precisaram entrar com liminares judiciais que garantissem a elas o direito de serem acompanhadas pelo profissional de SUA ESCOLHA e por SUA sua e SEU acompanhante. Nesse meio tempo, no RJ algumas mulheres acabaram ficando sem a assistência desejada. Assustadas, algumas mulheres se deslocaram para outros estados para poder parir da forma como ESCOLHERAM.
Após tentar uma retaliação ao médico paulista Jorge Kuhn por ter emitido em rede nacional o apoio ao parto domiciliar, o CREMERJ lançou duas novas resoluções que dispõem sobre a assistência ao parto. Essas resoluções 265 e 266/12 desceram mal na garganta de muitas mulheres (e homens também).
Nelas o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro deixa claro, entre outras coisas, que o parto é um evento exclusivamente hospitalar e é um ato médico. Somente o médico está capacitado para dar a assistência necessária e decidir quem pode estar presente neste momento único de nossas vidas. Para o CREMERJ, o parto é tão seguro como uma bomba relógio, e a única assistência coerente para quem não quer se “arriscar” é estar com um médico dentro de um hospital e envolta de equipamentos e medicamentos.
O CREMERJ proibiu qualquer participação médica no SEU parto domiciliar. Sim, porque o parto é SEU, mulher. Enumerando riscos e responsabilidades com o bem-estar da sociedade, o CREMERJ VETOU qualquer participação médica em partos domiciliares, casas de parto, assistência imediata a neonatos nascidos em domicilio. Eles ainda estimulam o “denuncismo” dentro de sua própria classe, tal qual na ditadura, com o intuito de que nenhum médico tente burlar suas resoluções.
O CREMERJ proibiu a participação de doulas, obstetrizes e parteiras no SEU parto.
O Conselho institui o parto como um evento puramente médico-hospitalar e impõe que os partos, mesmo os de baixo risco, sejam realizados exclusivamente em ambientes hospitalares e que somente médicos podem estar presentes. Não importa o que mostram as evidências científicas, não importa o que diz o Ministério da Saúde (que é a favor de doulas, parteiras e obstetrizes). E o pior, não importa O DESEJO DA MULHER. Com a “desculpa” de pensar no que é melhor para VOCÊ, o CREMERJ mais uma vez tutela as mulheres e decide como deve ser o SEU parto.
Após a divulgação dessas resoluções as mulheres de todo o país começaram a se mobilizar. As que mais sofreram foram as que estavam prestes a parir (gestação já a termo) que precisaram entrar com liminares judiciais que garantissem a elas o direito de serem acompanhadas pelo profissional de SUA ESCOLHA e por SUA sua e SEU acompanhante. Nesse meio tempo, no RJ algumas mulheres acabaram ficando sem a assistência desejada. Assustadas, algumas mulheres se deslocaram para outros estados para poder parir da forma como ESCOLHERAM.
Além de impedir o direito de escolha da mulher, o CREMERJ está indo contra tudo que o governo, junto com o Ministério da Saúde, vem buscando para melhorar no atendimento às gestantes. O Ministério, instância maior em Saúde Pública no país, afirmou, na ocasião do lançamento da Campanha Nacional de Amamentação, que o governo apoia o direito de escolha da mulher, respaldado pela lei do acompanhante, de 2005, que permite que ela leve qualquer acompanhante de sua escolha -- sem restrição -- para estar junto a ela no momento do parto. O Ministério afirmou para a imprensa agora em agosto que reconhece o trabalho das parteiras e das doulas, garantindo, inclusive, dentro das ações desenvolvidas pelo programa Rede Cegonha, a capacitação e qualificação dessas profissionais para atendimento de parto humanizado pelo SUS.
No dia 30/07 o juiz federal Gustavo Arruda Macedo suspendeu as tais resoluções, devolvendo à mulher carioca a liberdade que o CREMERJ tentou arrancar-lhe há algumas semanas com sua ação covarde e ditatorial. A má notícia é que o Conselho disse que iria recorrer na Justiça.
No dia 30/07 o juiz federal Gustavo Arruda Macedo suspendeu as tais resoluções, devolvendo à mulher carioca a liberdade que o CREMERJ tentou arrancar-lhe há algumas semanas com sua ação covarde e ditatorial. A má notícia é que o Conselho disse que iria recorrer na Justiça.
Vencemos a primeira batalha, mas ainda temos muito pelo que lutar! Se você deseja retomar verdadeiramente o protagonismo do seu parto, não fique aí sentada. Já não se trata só da luta para garantir melhores atendimentos e o direito a um parto humanizado, trata-se de um órgão que representa toda uma classe ter a pretensão de ir contra o governo, contra as evidências e principalmente contra O DIREITO DE ESCOLHA DAS MULHERES em relação a seus corpos, suas vidas, a vida de seus filhos, seus partos. SEUS!
A suspensão das resoluções é fantástica, mas ela não garante necessariamente o direito da mulher a ter quem quiser ao seu lado durante o parto. Por exemplo, a Maternidade de Campinas acaba de proibir doulas, e lá nunca houve resolução do CRM em vigor sobre isso. Eles alegam que “não há espaço para acomodar mais de um acompanhante”. Será? As mulheres de Campinas também estão desamparadas e revoltadas. Se essas medidas se espalharem pelo Brasil, como ficaram as mulheres, os partos, os nascimentos? A Casa de Saúde São José, no RJ, já proibia doulas em suas dependências. Temos que lutar pela garantia explícita deste direito, seja onde for!
O Conselho Federal de Medicina divulgou que se reunirá na segunda semana de agosto para discutir as resoluções do CREMERJ e os temas contemplados nelas. O CFM tem poder de deliberação no território nacional, do Oiapoque ao Chuí. Temos que mostrar o que desejamos e o que não vamos aceitar, para não deixar que novas resoluções estapafúrdias tentem cercear nossos direitos.
Outro fato importante é que a grande maioria dos conselhos regionais ainda não se pronunciaram a respeito do assunto, estão se fazendo de “surdos e cegos”. O próprio CFM também ainda não o fez. Temos que sair às ruas para exigir posicionamentos oficiais destas entidades sobre o tema, de modo a respaldar @s profissionais que dão suporte às mulheres em suas escolhas sobre o local de parto em todo o país!
Enquanto os conselhos tentam proibir profissionais médicos e instituições de saúde de agirem de acordo com as melhores evidências e em favor de nossos direitos, nunca se posicionaram para regular ou punir as assombrosas taxas de cesárea ou proteger as milhares de mulheres vítimas de violência obstétrica cotidianamente em todo país. Violência obstétrica é crime de violência contra a mulher, e procedimentos invasivos desnecessários e sem prévio consentimento podem ser considerados agressões físicas. A protagonista do parto é a mulher. Que fique claro: a gestante. O papel da equipe -– incluindo o do médico -– é permitir que a mulher “faça” o parto: dilatando, se abrindo, expulsando o bebê e depois a placenta. A mulher fará esse trabalho melhor onde ela se sentir bem, e ao lado de quem faça bem a ela (não somos nós que inventamos isso -– a posição é da OMS!).
A suspensão das resoluções é fantástica, mas ela não garante necessariamente o direito da mulher a ter quem quiser ao seu lado durante o parto. Por exemplo, a Maternidade de Campinas acaba de proibir doulas, e lá nunca houve resolução do CRM em vigor sobre isso. Eles alegam que “não há espaço para acomodar mais de um acompanhante”. Será? As mulheres de Campinas também estão desamparadas e revoltadas. Se essas medidas se espalharem pelo Brasil, como ficaram as mulheres, os partos, os nascimentos? A Casa de Saúde São José, no RJ, já proibia doulas em suas dependências. Temos que lutar pela garantia explícita deste direito, seja onde for!
O Conselho Federal de Medicina divulgou que se reunirá na segunda semana de agosto para discutir as resoluções do CREMERJ e os temas contemplados nelas. O CFM tem poder de deliberação no território nacional, do Oiapoque ao Chuí. Temos que mostrar o que desejamos e o que não vamos aceitar, para não deixar que novas resoluções estapafúrdias tentem cercear nossos direitos.
Outro fato importante é que a grande maioria dos conselhos regionais ainda não se pronunciaram a respeito do assunto, estão se fazendo de “surdos e cegos”. O próprio CFM também ainda não o fez. Temos que sair às ruas para exigir posicionamentos oficiais destas entidades sobre o tema, de modo a respaldar @s profissionais que dão suporte às mulheres em suas escolhas sobre o local de parto em todo o país!
Enquanto os conselhos tentam proibir profissionais médicos e instituições de saúde de agirem de acordo com as melhores evidências e em favor de nossos direitos, nunca se posicionaram para regular ou punir as assombrosas taxas de cesárea ou proteger as milhares de mulheres vítimas de violência obstétrica cotidianamente em todo país. Violência obstétrica é crime de violência contra a mulher, e procedimentos invasivos desnecessários e sem prévio consentimento podem ser considerados agressões físicas. A protagonista do parto é a mulher. Que fique claro: a gestante. O papel da equipe -– incluindo o do médico -– é permitir que a mulher “faça” o parto: dilatando, se abrindo, expulsando o bebê e depois a placenta. A mulher fará esse trabalho melhor onde ela se sentir bem, e ao lado de quem faça bem a ela (não somos nós que inventamos isso -– a posição é da OMS!).
A mulher tem o direito de decidir o que será feito com o seu corpo. E o médico tem o direito de praticar a medicina baseada em evidências. A postura do CREMERJ proíbe o médico de realizar uma medicina baseada nas melhores evidências disponíveis atualmente, pois as evidências apontam que partos domiciliares de baixo risco são seguros tanto quanto partos hospitalares, e que a presença das doulas aumenta a satisfação materna e diminui as intervenções.
O Brasil ocupa a primeira colocação mundial em realização de cesarianas. As taxas desse tipo de cirurgia chegam a 52%, superando os 80% em hospitais privados e em alguns chegando a ultrapassar os 90%, em grande parte, sem uma real e justificável indicação clínica, quando o máximo recomendado pela OMS é de 15%. Diversos estudos demonstram que as altíssimas taxas de cesáreas em hospitais brasileiros não ocorrem a pedido das mulheres, uma vez que a maior parte delas demonstra preferência por parto normal, sendo conduzidas no decorrer da gestação a mudarem de opinião pelos próprios obstetras.
Por tudo isso que foi citado acima, as mulheres decidiram sair às ruas para marchar pela Humanizaçao do Parto. O movimento quer chamar atenção da sociedade para a importância da humanização da assistência obstétrica no Brasil. Mulheres a favor da humanização do parto realizarão um protesto hoje, na altura do Posto 9 da praia de Ipanema, RJ. A marcha vai receber caravanas de mulheres do todo o Brasil e também vai ser realizada em outras cidades brasileiras, entre elas Recife, Fortaleza, João Pessoa, Salvador, São Paulo, Ribeirão Preto, Araraquara, Florianópolis e Londrina. A expectativa é reunir pelo menos mil mulheres em prol da causa.
Este protesto foi idealizado a partir da indignação de mulheres nas redes sociais em todo o Brasil, que acreditam que os direitos sexuais e reprodutivos femininos devem ser respeitados. O objetivo principal é chamar atenção da sociedade civil para uma questão mais abrangente, que afeta toda e qualquer mulher que foi ou pretende ser mãe através do sistema de saúde brasileiro, seja público ou privado.
O Brasil ocupa a primeira colocação mundial em realização de cesarianas. As taxas desse tipo de cirurgia chegam a 52%, superando os 80% em hospitais privados e em alguns chegando a ultrapassar os 90%, em grande parte, sem uma real e justificável indicação clínica, quando o máximo recomendado pela OMS é de 15%. Diversos estudos demonstram que as altíssimas taxas de cesáreas em hospitais brasileiros não ocorrem a pedido das mulheres, uma vez que a maior parte delas demonstra preferência por parto normal, sendo conduzidas no decorrer da gestação a mudarem de opinião pelos próprios obstetras.
Por tudo isso que foi citado acima, as mulheres decidiram sair às ruas para marchar pela Humanizaçao do Parto. O movimento quer chamar atenção da sociedade para a importância da humanização da assistência obstétrica no Brasil. Mulheres a favor da humanização do parto realizarão um protesto hoje, na altura do Posto 9 da praia de Ipanema, RJ. A marcha vai receber caravanas de mulheres do todo o Brasil e também vai ser realizada em outras cidades brasileiras, entre elas Recife, Fortaleza, João Pessoa, Salvador, São Paulo, Ribeirão Preto, Araraquara, Florianópolis e Londrina. A expectativa é reunir pelo menos mil mulheres em prol da causa.
Este protesto foi idealizado a partir da indignação de mulheres nas redes sociais em todo o Brasil, que acreditam que os direitos sexuais e reprodutivos femininos devem ser respeitados. O objetivo principal é chamar atenção da sociedade civil para uma questão mais abrangente, que afeta toda e qualquer mulher que foi ou pretende ser mãe através do sistema de saúde brasileiro, seja público ou privado.
Reivindicações da Marcha
- Que a mulher tenha o direito de escolher como, com quem e onde deve parir;
- O cumprimento da Lei 11.108, de abril de 2005, que garante que a mulher tenha preservado o direito ao acompanhante que ela desejar na sala de parto;
- Que a mulher possa ter o direito de acompanhamento de uma doula em seu trabalho de parto e parto;
- Que a mulher, sendo gestante de baixo risco, tenha o direito de optar por um parto domiciliar planejado e seguro, com equipe médica em retaguarda caso necessite ou deseje assistência hospitalar durante o trabalho de parto;
- Que a mulher tenha o direito de se movimentar livremente para encontrar as posições mais apropriadas e confortáveis durante seu trabalho de parto e parto;
- Que a mulher possa ter acesso a métodos naturais de alívio de dor durante o trabalho de parto, que consistem em: massagens, banho quente, compressa, etc;
- Um basta em relação à violência obstétrica e intervenções desnecessárias que consistem em: comentários agressivos, direcionamento de puxos, exames de toque em demasia, episiotomia (corte na vagina), etc;
- Que haja fiscalização das altas taxas de cesáreas nas maternidades brasileiras e que as ações cabíveis sejam tomadas no sentido de reduzir essas taxas;
- Que haja humanização também na assistência aos recém-nascidos, contra as intervenções de rotina;
- Que a mulher que optar pelo parto domiciliar (cuja segurança é comprovada por vários estudos) tenha direito ao acompanhamento pediátrico caso deseje ou seja necessário.
Vamos às ruas!
- Que a mulher tenha o direito de escolher como, com quem e onde deve parir;
- O cumprimento da Lei 11.108, de abril de 2005, que garante que a mulher tenha preservado o direito ao acompanhante que ela desejar na sala de parto;
- Que a mulher possa ter o direito de acompanhamento de uma doula em seu trabalho de parto e parto;
- Que a mulher, sendo gestante de baixo risco, tenha o direito de optar por um parto domiciliar planejado e seguro, com equipe médica em retaguarda caso necessite ou deseje assistência hospitalar durante o trabalho de parto;
- Que a mulher tenha o direito de se movimentar livremente para encontrar as posições mais apropriadas e confortáveis durante seu trabalho de parto e parto;
- Que a mulher possa ter acesso a métodos naturais de alívio de dor durante o trabalho de parto, que consistem em: massagens, banho quente, compressa, etc;
- Um basta em relação à violência obstétrica e intervenções desnecessárias que consistem em: comentários agressivos, direcionamento de puxos, exames de toque em demasia, episiotomia (corte na vagina), etc;
- Que haja fiscalização das altas taxas de cesáreas nas maternidades brasileiras e que as ações cabíveis sejam tomadas no sentido de reduzir essas taxas;
- Que haja humanização também na assistência aos recém-nascidos, contra as intervenções de rotina;
- Que a mulher que optar pelo parto domiciliar (cuja segurança é comprovada por vários estudos) tenha direito ao acompanhamento pediátrico caso deseje ou seja necessário.
Vamos às ruas!
138 comentários:
Sou totalmente a favor do direito de a mulher poder escolher onde e com quem deseja parir. Tô cansada dessa história de criaturas que criam leis, resoluções a torto e a direita, sem que se consulte os principais interessados no assunto. Direitos existem para serem respeitados, voz existe para ser ouvida, atitude existe para mudar esse quadro de desrespeito. #HumanizaçãoDoParto
Sei que tem um motivo mercadológico pra essa proibição, mas é tão Idade Média que fica difícil de acreditar...
Nós geramos o feto por 9 meses, parimos e amamentamos e não temos nem direito a escolher onde queremos ter os filhos, ou se queremos tê-los...
A equação é muito simples: sem partos em casa, sem acompanhamento de alguém, que de fato esteja preocupado com o conforto e a saúde física e mental da gestante, haverá mais "intervenções médicas necessárias" o que dará maior margem de lucro aos hospitais.
Só gostaria de saber como é esse atendimento médico de retaguarda.
O obstetra e pediatra ficam na maternidade de sobreaviso, com sala preparada, materias dispostos, e sem deixar entrar ninguém na sala? Porque se uma gestante em trabalho de parto domiciliar chegar lá, será um procedimento de urgência.
E outro ponto: a gestante que decidiu pelo parto normal pagará o sobreaviso do pediatra, anestesista,obstetra, técnicos e reserva da sala?
Ou não, procurará um hospital público, sobrecarregando o pronto atendimento com uma urgência e prejudicando as mulheres que estão lá para ter seu parto hospitalar com assisntência médica?
Sou médica e jamais teria meu filho em casa. Procuraria o melhor serviço. Parto é algo natural, que na maior parte das vezes ocorre sem necessidade de médicos? Sim. Mas se algo der errado, é preciso um médico bem preparado.
E parto sem anestesia, tem dó! Ainda ocorrem partos sem anestesia porque não é o homem que pari.
As mulheres estão acreditando nesse discurso de parto domiciliar dos movimentos anti-médicos que só quer baixar custos. E ainda se acham entendidas do assunto.
Queria ver uma pesquisa com médicos, que conhecem o que pode dar errado e saber as sequelas que um bebê pode ter se tiver que enfrentar um transporte de casa até um hospital por causa de uma complicação no parto. Quantas médicas teriam vontade de ter um parto sem assistência obstétrica-pediátrica?
Existem cesarianas em excesso? Sim. Mas não é por causa disso que devem demonizar o médico e o parto hospitalar.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Jenice
Esta decisao do CREMERJ esta ligada apenas a dinheiro, os medicos nao querem perder o que ganham com a marcacao de cesarias. Nao sei no resto do Brasil, mas em BH o plano de saude cobre o parto (cesariana ou normal), mas quando se escolhe cesaria o medico cobra 4 mil reais a mais. Caso nao aceite quem fara o parto sera o plantonista. Muitas mulheres ficam com medo de um medico que desconhece o historico fazer o parto e acabam escolhendo pela cesaria e pagando a mais por isto. Pouquissimos medicos se dispoe a parto normal mesmo cobrando os 4mil. Na semana passada minha prima entrou em trabalho de parto 4 semanas antes da cesaria que ja estava agendada. Chegou ao hospital ja com 6 cm de dilatacao e a bolsa rompida, o plantonista atendeu e disse que nao seria necessario fazer uma cesaria porque tudo estava bem, mesmo sendo um parto prematuro. Assim que a medica que fez o pre-natal foi contactada praticamente fez um escandalo porque segundo ela o bebe ja estava muito grande e minha prima nao conseguiria parir, que seria muito arriscado fazer o parto com um medico desconhecido. Ela estava em outro parto e nao chegaria a tempo. Enfim o bebe nasceu 40 minutos depois, parto normal, sem problema nenhum. Mas a medica perdeu seus 4 mil e nao gostou nada. Minha prima ficou super feliz porque realmente queria parto normal, mas a medica falou tanta coisa sobre criancas que tem problemas durante o parto e ficam com sequelas que a deixou assustada e marcou a cesariana. Ainda bem que a natureza soube o que fazer.
Se eu fosse uma mulher prestes a parir pensaria antes no bem-estar e na segunraça do bebê que estiria disposta a por no mundo que meu simples conforto. Acho que sim que o foco de um nascimento está na criança e não a mãe. A mulher passa pela escolha e opção (pelo menos em teoria), junto de seu parceiro, de dar a luz. A criança, não. Então a responsabilidade sobre a segurança dessa criança deveria ser maior do que a dos pais.
Jenice, ridícula!
Vai estudar, querida!
Parto sem anestesia SIM, porque eu quero, eu posso e eu já tive e terei tantos quantos mais quiser!
Rodrigo Antonio, ninguém está ignorando a responsabilidade de ter uma gestação totalmente normal e saudável para que se tenha o parto humanizado. Isso é lógico.
Mas a proibição é geral.
Abraços.
eu não sei se é a marcha pela humanização do parto ou pela demonização do médico.
eu acho justo a mulher escolher e ter a assistência que deseja, mas eu não gosto desse tom como atacam a classe médica e os hospitais como se fossem demônios esperando pra atacar gestantes incautas. Não vejo assim. foi por um histórico de mortes em partos simples e complexos que a medicina precisou evoluir pra dar apoio as gestantes, porque mesmo os de baixo risco, envolvem risco. tudo pode acontecer normalmente em 90% dos casos, mas e naqueles 10% em que ocorre um problema inesperado? realmente o tempo entre sair de casa e botar a criança sob cuidados médicos e os aparelhos necessários pode custar a vida dela. eu mesma fui filha de um parto normal que correu perfeitamente bem, mas logo em seguida tive duas paradas cardíacas, se não estivesse em um hospital com uma equipe preparada, teria morrido. e a quem interessar possa, não sou médica, nem sou do ramo da saúde.
as mães devem lutar pra serem tratadas de maneira adequada e serem ouvidas no momento do parto e também sou contra o excesso de cesáreas que vivenciamos aqui, mas não podemos pintar tudo em preto e branco, como se não houvesse qualquer necessidade do aparelhamento médico, pois se assim fosse, não precisaríamos de pré-natal e poderíamos simplesmente parir no mato como bons animais que somos. foi o ser humano que inventou a medicina, então fugir dela não é humanizar, é simplesmente animalizar o processo é regressar a um ponto anterior.
e ainda tem outro ponto que Jenice levantou ai em cima, como é mesmo esse atendimento médico de retaguarda? isso funciona pra mulheres pobres num país que vai de mal a pior na saúde? isso EXISTE pra essas mulheres?
espero que possa haver um consenso e que se chegue a um ponto bom pras mulheres e pra todos, mas por favor seria bom parar de agir como se todo obstetra fosse um açougueiro que só quer dinheiro as custas do seu útero.
Indo contra a maré, queria fazer uma reflexão aqui: quem são essas mulheres que marcham? Acho ótimo quando se fala em violência obstetrícia, mas acho curioso que tudo isso tenha começado porque o CREMERJ proibiu doulas. Devemos lembrar que doula é um "artigo de luxo", é caro para caramba contratar uma. As manifestações começaram no Facebook? Mais um traço da elitização desse debate. :/
Chato, porque as ricas conseguirão de volta o seu direito às doulas e quero ver se o movimento ainda terá gás para reivindicar os direitos das que tem que ir pro SUS.
e eu dei uma olhada no post sobre violência obstétrica e vi que uma moça escreveu algo sobre que se em "a vida é minha eu escolho se quero correr riscos ou não"
sou de pleno acordo, com a vida de cada, cada um sabe como lidar. mas como disse o Rodrigo aqui em cima, e na vida da criança quem vai pensar? é ela que está optando por se arriscar? eu tbm acredito que a mãe só queira o bem do seu filho ou sua filha, mas este tipo de argumento demonstra um certo nível de egoísmo que acho reprovável.
Essa história da Casa de Saúde São José proibir doulas saiu no Globo semana passada. Segue o link para a reportagem:
https://www.oglobodigital.com.br/sharings/c7834fbddc0532bae07b
Depois que a doula citada na reportagem brigou com um obstetra, a casa de saúde proibiu a sua entrada para dar assistência às pacientes. Ela sintetiza bem por que tem quem não aceite as doulas: "É uma briga de poder".
off topic (se não quiser, não precisa publicar, lola, mas amei a resposta dela).
"We don’t lift weights in order to look hot, especially for the likes of men like that. What makes them think that we even WANT them to find us attractive? If you do, thanks very much, we’re flattered. But if you don’t, why do you really need to voice this opinion in the first place, and what makes you think we actually give a toss that you, personally, do not find us attractive? What do you want us to do? Shall we stop weightlifting, amend our diet in order to completely get rid of our ‘manly’ muscles, and become housewives in the sheer hope that one day you will look more favourably upon us and we might actually have a shot with you?! Cause you are clearly the kindest, most attractive type of man to grace the earth with your presence."
Zoe Smith, 18 year old weightlifter currently representing Great Britain at the Olympics, responding to tweets labelling her muscles “unattractive” and “unfeminine”.
Muito antes de vir a público essa discussão sobre parto domiciliar, Eliane Brum escreveu essa reportagem sobre as parteiras do Amapá. Pena que na internet não tem as fotos da reportagem impressa, muito bonitas:
http://epoca.globo.com/edic/20000327/soci5.htm
Alguns números citados na reportagem:
"Brasil de cesarianas
24% dos 2,6 milhões de partos anuais são cirúrgicos
Mato Grosso do Sul é o recordista, com 40,46%
Apenas entre 5% e 10% dos partos requerem cirurgia
A cada 10 mil partos normais morrem duas mulheres. A cada 10 mil cesarianas sucumbem sete
O SUS paga R$ 194,79 por parto normal e R$ 293,84 por cesariana.
País de parteiras
60 mil aparadoras realizam 450 mil partos anuais
Apenas 6 mil estão organizadas em rede
Elas querem reconhecimento da profissão e acesso aos direitos trabalhistas
O SUS paga R$ 54,80 por parto domiciliar, mas poucas recebem
No Amapá, têm capacitação e material. E integram programas de renda mínima."
Concordo plenamente com o Rodrigo Antônio.
A mãe tem que parar de pensar só no seu conforto de ter um parto em casa e pensar no bebê.
Ela pode não ter tido escolha (leia-se aborto), mas já que vai ter o filho, que aumente a chance dele ser saudável...
É claro que a mãe precisa ser bem tratada no parto, mas isso não pode estar acima da vida do filho (não estou falando em caso de risco de vida materno, óbvio).
E sobre pagar médicos do plano de saúde para fazerem o parto, são as mães que escolhem isso, elas poderiam muito bem serem atendidas pelos plantonistas que não fazem a menor questão de fazerem cesariana, não tem pressa, etc. Igual alguém colocou aí pra cima.
Mas as mães querem escolher o médico e que ele fique disponível para fazer o parto normal, mesmo que seja de madrugada e que ele dure horas. Aí é claro que tem que pagar por isso. Um médico ganha do plano de saúde nem 300 reais para fazer um parto, é menos do que aluns pais pagam para fotógrafos e doulas...
Por que não fazer o parto com o plantonista? Ele ficará lá té o final do plantão, não tem pressa de ir embora cedo. E dependendo da maternidade, a mãe terá o prazer de ter o parto normal feito por enfermeira obstetra, que só chamará o médico em caso de complicações. Eu acho que só o obstetra deveria fazer o parto, mas nesse caso haverá um pediatra neonatologista ao lado...
Muita gente lutou muito para garantir a presença de um pediatra na sala de parto e hoje vejo mulheres querendo jogar isso no lixo.
Gostaria de uma opinião, mas já sei a resposta. Se uma mulher chegar na maternidade perto do término do horário de plantão, o início do parto será com um médico e o término com outro. O médico, além de não ganhar horas extras, geralmente precisa assumir outro plantão em outro lugar e não ficaria até o final do parto, exceto cesarianas, é claro.
Vocês considerariam isso uma "agressão obstétrica". Um médico começar o parto (normal, que dura horas) e ir embora ao fim da jornada de trabalho dele (12 ou 24h) e o próximo plantonista terminar o procedimento?
Jenice
"E outro ponto: a gestante que decidiu pelo parto normal pagará o sobreaviso do pediatra, anestesista,obstetra, técnicos e reserva da sala?"
Por que não pagaria? Aliás, a exceção seria a reserva da sala porque sendo emergência não haveria uma reserva.
Vejo a questão como respeitar opiniões e escolhas, o que é bem diferente de demonizar médicos e/ou partos hospitalares. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Parto domiciliar é o desejo de todas as futuras mães? Certamente não. Ambiente hospitalar é ideal para todas as grávidas parirem? Certamente não. O ser humano é TÃO diferente que é natural existir preferencias diferentes em como botar o filho no mundo (trabalhando com a hipótese de gravidez saudável). Pra quê essa pentelhação de dizer que um é pior que o outro? Cada um tem que pensar no que é melhor pra si e respeitar o que os outros julgam ser melhor pra eles. Simples.
E outra: tem um negócio chamado evidências. Estatísticas. Números. Estudos com amostragens enormes. Isso tudo existe a toa? Os resultados comprovando os benefícios do parto em casa são inventados? Ou tirados da cartola do mágico? A OMS prevê uma porcentagem de cesáreas (número infinitamente menor do que no Brasil) baseadas em quê? Porque existe uma margem de segurança que justifica. E sem esquecer que a mulher também pode morrer decorrente de um parto hospitalar bem assistido. Então, cada um que faça suas escolha sem ter que explica-las. eu hein.....
Acho ''humanização'' do parto um nome tão preconceituoso... Então um parto feito em hospital, com anestesia, é menos humano? Uma cesárea é menos humana? Acho que a vinda de uma criança ao mundo é humana sempre, de qualquer maneira.
Anônimo 16:23, o risco vai existir de qualquer maneira. Mulheres continuam morrendo em partos hospitalares. Se a gravidez for saudável, não tem como prever certas complicações. Não acho que a questão é egoísmo. É até leviano julgar uma gravida dessa maneira. O ponto aqui é respeitar uma preferencia pessoal dentro dos limites da razoabilidade.
Para mim essas mulheres são um bando de egocêntricas desocupadas que pintam cartazes enquanto os maridos trabalham para pagar as contas. Têm tudo do bom e do melhor, inclusive a estrutura hospitalar, um belo plano de saúde, mas querem manifestar desprezo por tudo isso só para serem diferentes, para negar os valores da sua classe social. Negar os valores é fácil: quero ver negar os privilégios. Conheço uma militante dessa causa que gastou nada menos do que R$ 20.000,oo para ter o filho em casa, para se cercar de uma estrutura equivalente ao que teria em um bom hospital. A hipocrisia pequeno-burguesa chega ao cúmulo quando se afirma que o SUS deveria fornecer isso tudo de graça para toda mulher. Elas pensam que dinheiro dá em árvore. Se for dinheiro público, então, nem se fala. O parto domiciliar é um sonho de consumo, é a bolsa Louis Vouitton das ripongas, é o carrão importado dos machões.
Adriana
Eu fui na marcha do Rio de Janeiro hoje. Foi ótimo. Eu pretendo ter meu filho no hospital, mas o direito quem pretende ter em casa deve ser respeitado.
Humanização do parto é muito mais do que poder escolher parir em casa. É não passar por intervenções desnecessárias como cesáreas, episiotomias, anestesias ou medicamentos.
Todas esses procedimentos são louváveis avanços da medicina e podem ajudar e salvar vidas, QUANDO NECESSÁRIOS, e não indiscriminadamente como vem sendo feito.
Ué, quando o obstetra escolhe a especialização ele sabe das "inconveniências" inerentes a ela. Não tá a fim de trabalhar longas horas num parto normal e não vê-lo chegar ao fim porque a natureza demanda tempo, vai fazer dermatologia! E outra coisa: ninguém quer invalidar a participação do medico SE NECESSARIA. É respeitar a escolha de quem quer parir em casa ou no hospital. É difícil de entender? Ta parecendo mania de perseguição esse argumento defensivo, Jenice.
Adriana, deixa de ser cretina, porque ninguém paga minhas contas. Eu trabalho, tá?
E fique você sabendo que em vários países desenvolvidos o parto em casa é estimulado.
Eu jamais optaria por um parto em casa. O principal motivo é que procuraria evitar o que aconteceu com um casal amigo, cujo filho teve paralisia cerebral por falta de oxigênio durante o parto. No caso de precisar de uma cesariana de urgência, eu quero esta opção.
Além disso, a tolerância à dor é algo que varia muito. Eu, por exemplo, precisei de anestesia.
Minha preocupação maior é outra. É sobre as condições de vida das mulheres (sobretudo das mulheres pobres) durante a gravidez. Li que mulheres que trabalham de pé têm bebês menores do que as outras mães. Onde moro, as caixas de supermercado, de banco, as vendedoras, as empacotadoras, todo esse pessoal trabalha de pé, e não tem nem um banquinho para descansar.
Minha luta seria sobretudo pela humanização da gravidez.
Oi Lola e pessoal!
Eu nunca entendi muito bem o pq da luta de poder parir em casa. Sério, digo isso com sinceridade! Não sei se devido a minha criação, a casos que já presenciei de mulheres que sofreram muito ou quase faleceram devido a falta de assistência médica em seus partos (cm minha mãe, po ex) eu sempre vi o parto hospitalar cm sendo bom, já que disponibiliza assistência, anestesia, etc. O discurso que ouço de "a mulher é protagonista" Á VEZES me soa cm arrogância, pois penso que o que deve ser pensado é no bem estar do bebê, não cm se esse momento fosse um espetáculo.
Mas cm eu disse, eu gostaria muito de entender os benefícios do parto domiciliar. Sou uma total ignorante nesse assunto =/.
Mas obviamente, sou contra intervenções médicas desnecessárias.
Maria: não, doulas não são artigo de luxo. ao menos não deveriam ser. faz parte da política federal a capacitação de doulas e parteiras que acompanhem partos em hospitais públicos. pesquisas comprovam que a presença desse tipo de profissional diminui muito intervenções médicas desnecessárias, cesáreas e, claro, favorece a humanização do atendimento ao parto.
Então. AS minhas duas avós tiveram todos os filhos em partos domiciliares, uma teve 9 e a outra 7.
A minha mãe teve 3 filhos. Apenas o primeiro foi parto normal E NO HOSPITAL, com médicos. E faltou oxigênio na hora do parto, o que resultou uma pequena paralisia do lado esquerdo do cérebro, refletido no lado direito do corpo. Além da epilepsia.
O médico Drauzio Varella definiu a medicina de forma brilhante: ela serve para aliviar o sofrimento humano. Mas, o que vemos? Como tudo no capitalismo, pessoas tem se tornado mercadorias... E medicamentos, intervenções, cirurgias tem sido feitas de forma DESNECESSÁRIA, com finalidade financeira...
Isso sem contar com a falta de respeito pela autonomia da mulher. PARTO É ALGO NATURAL, INERENTE A NATUREZA DA MULHER.
Se um dia, a medicina - para aliviar o sofrimento humano - inventar uma cirurgia para que mulheres deixem de menstruar... Certamente muitas, por autonomia legítima que tem sobre o próprio corpo, procurará por tais serviços...
Agora imagina se os médicos simplesmente criem um ato médico alegando que sangue menstrual é prejudicial a saúde da mulher e precisa ser monitorado por profissionais...
AAah francamente...
É disso que se trata o protesto. Londrina deu a sua contribuição.
Quer dizer que o pré-natal tb seria sem acompanhamento médico, somente pelas doulas ou parteiras?
Não, Anônimo das 19:56, ninguém disse nada disso. Faço meu acompanhamento com obstetra normalmente.
Agora, você já deve saber que ninguém obriga uma gestante a fazer pré-natal, né? Assim como qualquer outro acompanhamento médico. É desejável e altamente recomendável, mas não é obrigatório. Você não obriga uma pessoa a ir ao médico.
Com relacao a ter o filho no hospital porque la tem toda a estrutura, pediatra, anestesista de plantao, quero lembrar que nem sempre, mesmo que existam plantonistas destas especialidades, estes estao livres para atender a todos os chamados. Vai que tem varios partos (cesareas) marcadas para o mesmo dia/hora e todos precisam de atendimento? Nao da pra contar que o medico vai atender ali no momento nao. Sei de casos que mesmo tendo o filho no melhor hospital de BH que o pediatra demorou uma hora pra atender. E a rede publica? Conta MESMO com todos estes profissionais a todo momento?
Claudia, isso verdade. Muitas e muitas vezes o hospital não oferece todos os benefícios, principalmente o SUS.
esse cara é gay desvairado? me refiro a Luiz Felipe Pondé eu pergunto pq ele bota a mulher muito pra baixo!!
Diante de um monte de comentarios absurdos, salivando desinformacao e exalando preconceito, sugiro um pouco de leitura a respeito de parto, parto normal, parto natural, parto via cirurgica (cesariana), etc.
O direito de a mulher escolher onde quer ter seu bebê nao eh vaidade, capricho ou modismo, como algumas pessoas insistem argumentar.
O local de parto eh um fator praticamente decisivo para que a mulher se sinta segura e assim, possa relaxar, estar confiante, dilatar adequadamente e ter um parto tranquilo. Se a mulher se sente segura no hospital, que possa ir ao hospital. Se ela sente segura em seu lar, que tenha seu bebê dentro de suas paredes familiares.
Se essa mulher nao pode estar onde se sente segura, ela estara tensa, estando tensa, tera uma descarga de adrenalina que inibe todo o processo de parto. E uma mae segura e tranquila proporciona um parto seguro e tranquilo a seu bebê.
E uma gestacao tranquila, que normalmente culminara num parto seguro e feliz requer algo tao importante quanto exames medicos apurados: requer uma mulher que buscou informacao, sobre a gestacao, sobre as mudancas em seu corpo, sobre o parto, alternativas para alivio da dor, etc. Mulher gravida tem licao de casa pra fazer.
Fico impressionada com a forma leviana e desinformada com que as pessoas imaginam que um parto domiciliar seja conduzido. Um parto domiciliar requer um pre natal cuidadoso, uma gestacao de baixo risco e acompanhamento durante o parto, geralmente a parteira e, se possivel, a doula. Essas profissionais sao capacitadas e experientes de tal forma que elas conseguem SIM antecipar medidas de urgência, antes de mesmo de uma intercorrência se dê, e que haja um deslocamento para um hospital. Um parto eh monitorado o tempo todo, batimentos cardiacos do bebê sao acompanhados a cada 15min, as condicoes da mae, o progresso do parto etc. Nao existe irresponsabilidade e modismo. Existe experiência, existe conhecimento previo que permite tomada de decisoes ANTES que algo aconteca e, em tempo habil, vao todos ao hospital. Ah! Um parto domiciliar implica tb no planejamento previo de transferência para hospital, se for necessario.
Alias, retiro minha sugestao do primeiro paragrafo. Nao adianta sugerir um pouco de leitura e informacao antes de destilar comentarios odiosos e completamente desinformados. Infelizmente, percebo, a cada dia, como muitas pessoas tem problemas graves em lidar com a autonomia alheia.
A mero titulo de curiosidade: moro na Alemanha e aqui medico obstetra nao faz parto normal. Medico nao fica sentado do lado da parturiente por 12, sabe-se-lah-quantas horas de parto. Nao.
Quem acompanha o parto sao as parteiras e as doulas. A mulher pode escolher ter seu parto em casa, em casa de parto ou em hospital, de acordo com sua gravidez e com sua vontade. Gestacao de baixo risco, a mulher escolhe onde quer parir e, interessante, ninguem "mete o bedelho" pra criticar.
Medico soh entra em cena pra fazer cirurgia cesariana, em dois casos: por indicacao medica seria identificada durante o pre-natal (e nao as justificativas ridiculas, tais como "feto de unhas compridas", "casamento interrracial" e mais uma lista de 97 indicacoes de cesarea que vou procurar depous) ou em ultimo caso, caso haja complicacao identificada previamente pela parteira.
e tem mais, tem lugares em que parto domiciliar nao eh "modismo" e nem "capricho de riponga", eh necessidade e unica opcao, dada a carência do Estado em assegurar estrutura de saude a todos seus cidadaos e cidadas, bem como descreveu lindamente o juiz carioca que concedeu a liminar suspendendo os efeitos das resolucoes ARBITRARIAS do CREMERJ:
"“... a vedação à participação de médicos em partos domiciliares, ao que tudo indica, trará consideráveis repercussões ao direito fundamental à saúde , dever do Estado, porquanto a falta de hospitais fora dos grandes centros urbanos, muitas vezes suprida por procedimentos domiciliares, nos quais é indispensável a possibilidade de participação do profissional de Medicina, sem que sobre ele recaia a pecha de infrator da ética médica”.
(A íntegra da Decisão que deferiu a liminar segue em arquivo anexo ou no site http://www.jfrj.jus.br/ (Consulta processual/Ver andamento de processo/Processo nº 2012.5101041307-8)
uma lista de indicacoes serissimas, serias e ridiculas para cirurgia cesariana:
http://www.gvinculo.com.br/2012/06/indicacoes-reais-e-ficticias-para.html
Lembro de um livro que li há muito tempo que defendia a tese que um dos objetivos da inquisição era diminuir o número de parteiras, mais porque eram uma pedra no sapato dos médicos da época. Elas eram vistas como bruxas e passavam a temer a atividade. Se a tese é verdadeira não sei, mas esse post me fez lembrar dela.
Fico imaginando uma decisão arbitrária dessas na prática.
E se a mãe resolve que quer porque quer ter o filho em casa? O que fazem? Chamam a polícia ou levam eles mesmos a mulher à força pro hospital, gritando e se debatendo?
É muita falta de respeito com o corpo da mulher, em todos os sentidos.
Já ouvi muita grávida reclamando do quanto se sente confusa e invadida quando está grávida, gente que nem conhece que já vai chegando e pondo a mão na barriga dela, dando palpite no que ela está comprando ou fazendo. E qualquer reclamação sendo invalidada como coisa irreal, criada pelas hormônios.
Bem legal seu comentário, Laurinha.
Eu mesma nasci com parteira,mas em hospital. Cm disse não entendo bem sobre o assunto, embora o comentário da Lilian seja bem esclarecedor =).
Se eu pudesse, tbm escolheria parir em casa, mas cm eu disse, acho que a saúde do bebê vem em primeiro lugar 9e da mãe também claro!".
Dúvida: Quando uma mulher resolve ter o bebê em casa, cm o parto é feito?Há procedimentos cirúrgicos?Quem o faz, um médico, uma parteira?
Tá tudo muito lindo,mas lembrar das estatísticas ninguém lembra.A quantidade de mulheres que sofem abusos por enfermeir@s,médic@s,e outros funcionários não está no gibi,é tanto do SUS quanto do particular,sem contar os absurdos que fazem alegando que é para a saúde,só se for do bolso de uns.
Há 60 anos quase ninguém nascia em hospital,e não é por isso que morreu e o escambau,mulheres que podem ter a possibildade de problemas no parto quase sempre são diagnosticadas durante o pré-natal,que se bem feito,garante a total saúde do bebê e da futura mamãe.
E lembrando também que na Europa(outro mundo se comparar o RESPEITO que dão as gestantes),parto em casa é incentivado,e determinados tipos de exames que aqui fazem a torto e a direito são proibidos,por risco de aborto.
Médico não é deus,mas também não é demônio,é um humano.E por ser humano DEVE ser questionado e fazer valer o seu juramento.
EneidaMelo disse...
Não, Anônimo das 19:56, ninguém disse nada disso. Faço meu acompanhamento com obstetra normalmente. Agora, você já deve saber que ninguém obriga uma gestante a fazer pré-natal, né? Assim como qualquer outro acompanhamento médico. É desejável e altamente recomendável, mas não é obrigatório. Você não obriga uma pessoa a ir ao médico.
5 de agosto de 2012 20:09
É verdade que nao se obriga uma pessoa a ir ao médico. Há pais que se recusam a vacinar os filhos.
Apesar da firmeza retórica do post, as resoluções não são esdrúxulas ou ditatoriais, um órgão sério como um Conselho Regional de Medicina tem boas razões para editá-las.
O parto em casa é sim um grande risco. Eu questiono essas evidências e estudos científicos tão citados ee jamais apresentados. Em contraponto a isto, posso dizer que são inúmeras as intercorrências que podem acontecer durante um parto. O parto não é um passeio no parque, é um complexo acontecimento com grandes impactos físicos e fisiológicos para a parturiente.
Se o bebê está alojado de ponta cabeça, se está envolvido o seu pescoço no cordão umbilical, se a mulher não tem a suficiente dilatação, ou mesmo se ela apresenta alteração de pressão, de oxigenação no sangue, etc, todos estes problemas devem ser resolvidos em segundos para evitar graves consequências tanto para o bebê como para a gestante. Nestes casos é imprescindível a atuação do médico, não necessariamente uma intervenção cirúrgica, mas na administração de algum fármaco ou outro procedimento. Foi dito que a parteira ou doula tem condição de antever essas complicações e resolvê-las. Isto é sem dúvida uma inverdade absurda. Nem mesmo o médico pode antever eestas complicações, mas diante de sua ocorrência usa de seus conhecimentos adquiridos ao longo de 6 anos de faculdade e 2 de especialização para diagnosticar e oferecer uma resposta correta à situação. Certamente de melhor forma que alguém que passou por um curso de 120h.
Também é falacioso dizer que a mulher não tem direito de escolha. Pra começo de conversa o CRMERJ não vetou o acompanhamento das parteiras e doulas, elas só não podem influenciar e atuar no parto, mas podem plenamente acompanhar a gestante no hospital se assim ela se sentir mais segura. A mulher ainda pode plenamente escolher ter seu parto em casa com uma parteira ou doula, mas ciente de todos os riscos que corre. A presença do médico foi vetada nestas situações pois na vasta maioria das vezes, na ocorrência de complicações, por não dispor de recursos hospitalares, aconteciam as consequências e o médico era responsabilizado! Também é a intenção das resoluções em desaconselhar o parto em casa pelos grandes riscos que apresenta. Mas, repito, o CREMERJ não proibiu, e nem poderia, o parto em casa. Só agiu como compete ao bom médico, a fim de desincentivar uma conduta arriscada.
É no hospital que a mulher terá a seu dispor os melhores recursos humanos e técnicos para ter um parto mais saudável, sem riscos, e por que não dizer tranquilo e humanizado.
Em relação à chamada 'violência obstetrícia', só temos os relatos de uma das partes, a gestante. Acusa-se sem a defesa, sem ouvir o médico. É certo que há abusos, mas posso dizer que em muitos casos a situação deve ser melhor encarada.
O parto é uma situação limite, segundos tem graves consequências. Muitas mulheres no momento do parto, fecham e travam as pernas impedindo a passagem do bebê, o que pode lhe causar graves danos, muitas vezes as gestantes atrapalham a conduta do médico, que no stress de uma sala hospitalar acaba por usar palavras rudes, não há tempo para qualquer outra atitude. Não pretendo culpar as mulheres pela violência que sofrem de modo algum, nem justificar a conduta do médico que ofende a gestante, apenas explciar e identificar o problema que seria resolvido pela melhor preparação pré-natal tanto do médico como da parturiente para mitigar estes riscos e reações. Não é resposta mandar às favas tudo que a medicina pode oferecer.
Ahn... Bruno, "esses estudos científicos tão citados e jamais apresentados" dos quais vc duvida estão linkados! É só clicar. Sabe, na mesma frase que fala dos estudos científicos, há dois links. Toda vez que as ativistas por parto humanizado e/ou domicialiar dizem que o parto domiciliar é seguro, elas oferecem links. Eu sei porque este não é o primeiro guest post que publico sobre o assunto. No último guest post, o pessoal contra o parto domiciliar cismou que os estudos eram de países na Europa. E Europa é diferente, aqui é terceiro mundo, disseram eles. Que é o mesmo argumento que ouço quando se fala em bolsa família, programa daqui que está dando tão certo que foi copiado em Nova York. Mas tem gente que acha que pros pobres de NY tudo bem, mas os daqui...
Laurinha,
de boa, eu não sei onde você leu isso, mas não é não.
As parteiras foram demonizadas na Santa Inquisição porque:
-Reduziam a dor (expiação do pecado capital de sexo. Tem um livro que fala sobre as tentativas da Igreja de fazer com que TODOS os fieis fossem castos, se chama "Antropologia do Prazer", o autor não recordo agora)
-Era uma das posições de poder das mulheres celtas e fazia parte do trabalho sacerdotal. A progressiva demonização do feminino passa pela progressiva conquista cultural dos territórios celtas.
Sobre o poder dos médicos, isso é lá para o século XVIII, XIX. Médico nem tocava em mulher direito antes disso ;)
(ah, as parteiras foram mortas, mas quem passou a fazer partos na Europa continuavam sendo mulheres. Mães, avós, primas, tias... Sem conhecimentos técnicos que antes tinham as "bruxas")
Anônimx que me respondeu cheix de educação e Jux: eu não tinha entendido que doula passaria a ser uma profissional da saúde pública ou que isso era possível. Minha culpa (já tinha dito no meu primeiro comentário que não tinha muito acúmulo sobre o assunto). Eu, inclusive, sonho que (quando eu for mãe um dia) meu parto seja em casa, humano, tranquilo. Mas eu sou da classe média, eu faço universidade e eu não uso o SUS. Faço auto-crítica, sacam?
Enquanto isso, permanece precarização que a maioria das mulheres do Brasil (e do mundo) enfrentam ao recorrer a hospitais para ter seus/suas filhxs.
caramba!!! como a gente aprende aqui até mesmo apenas lendo os comentários! isso é D+
Concordo com alguém aí que disse que devemos lutar pela "humanização" (odeio esse termo) da gravidez, e não do parto.
Brasileiro é ignorante mesmo Oraculo Blatand. Tão ignorante que os paises desenvolvidos como holanda, frança, canada, entre outros, ja praticam partos domiciliares e/ou com obstetrises a muito tempo, e só vão pra hospital em ultimo caso.
Brasil é ignorante mesmo, com essa cultura de transformar um ato fisiologico em um ato cirurgico.
Olha só no que deu: a OMS, o MINISTERIO DA SAUDE, a FEBRASGO, o COREN, diversos outros conselhos regionais de medicina, centenas de médicos e milhares de mulheres se posicionaram contra suas resoluções, eles foram publicamente massacrados com evidências científicas de todas as partes, a mídia bombou o assunto e só quem ganhou foi o movimento e as mulheres
Agora pra quem continua achando uma doideira sem pé nem cabeça e que desejamos ter filhos como há 200 mil anos atrás... Sabe o que? Acreditamos tb na forma mais primitiva de fazer os bbs. Acreditem ou não a maioria de nós ainda faz sexo!!! Pois é, tanta tecnologia e ficamos lá arriscamos doenças, trocando fluídos, gastando energia...
Eu tive sim agressão hospitalar, sou A FAVOR sim do parto em casa,pois bem, se a gente tá vivo aqui é pq antes alguém da nossa família estava parindo e assim foi....não sei pq hoje em dia o pessoal do contra fala tanta merda sem ao menos saber o que é um parto FÍSICO, cesárea não conta pois vc não sente...é marcado...médico sem paciência...olha....Se a pessoa quer o parto no hospital pq acha mais seguro tudo bem, se a pessoa que ser assistida por uma doula também tudo bem, se a pessoa quer ter um parto em casa também tudo bem, pois a gente faz pré natal e vê o risco, existe curso de doulas, não podemos apenas achar que a mãe vai parir e não tem alguém especializado no assunto.Acho que toda mulher tem direito de usufruir do corpo dela, essa marcha é uma conscientização do que é legal e tava sendo proibido por exemplo no Rio de Janeiro, países sim como a Holanda evoluíram (quem acha que retrocedeu beleza,vai chorar as pitangas lá com eles) e vão muito bem com o parto humanizado,obrigada...Não adianta ficar ofendendo quem tem a liberdade de escolha...pra quem não sabe o CREMERJ não conseguiu a aprovação da proibição.Sabe o que vai acontecer? Daqui a pouco a gente vai ter mãe parindo escondido, falando que não deu tempo de correr pro hospital...o que eu acho um absurdo que falam tão bem de cesárea,mas ninguém foi a fundo saber o risco que é maior que ter um parto domiciliar...antes de ter Parto domiciliar, o ambiente é preparado, hospital nem sempre é a assepsia que todo undo imagina, quantas crianças e mãe...principalmente RNs saem de uma cesárea com conjuntivite pós parto?!ALGUÉM JÁ SE INFORMOU?é LEGAL SE FALAR DE ALGO QUANDO SE TEM FUNDAMENTO PRA TAL...O parto domiciliar ou assistido por uma doula é muito mais humano e é opção da mãe e isso não é irresponsabilidade não!!!Se a pessoa não tiver tempo de ir pro hospital pq a criança ta nascendo a mãe é irresponsável?Oo...Sabia que cesárea desnecessária causa mais riscos ao bebê?Quem sofre depois com a encheção?O médico cesarista?Não...a mãe que corre que nem louca atrás de tratamento...PArto em casa, alguém sabe de alguém que sofreu depois ou durante, próximo?Eu vi mães de cesárea sofrendo e muito .. não se justifique mais pra quem não tem fundamento do que fala...quem é a favor sabe o quanto é bom e sabe a razão da marcha...o resto é conversa...A gente fala merda até ver que cesárea do vizinho ou da própria pessoa não foi nada legal e a pessoa correu riscos, além do estresse psicológico que dá partindo da anestesia...A gente para pra pensar quando o assunto que a gente é contra sofre consequências e provas negativas conosco ao nosso lado...
...ja ouvi muita gente falando que o neném tava com metade do corpo pra fora e o médico chegou e empurrou o filho pra dentro só pra ter a cesárea...muito digno isso né...mesmo com passagem o médico dá desculpas pro bolso dele...
O corpo da mulher se prepara por até 42 semanas,se modifica pra receber uma criança...sabe o que acontece...Existem casos sérios de cesárea?Existe,mas são muito raros e não essa bacia de feira que se tem feito...se cesárea não fosse a titulo de dinheiro, vê se médico iria fazer...Vê se fosse ao contrário...se o médico ganhasse uma dinherama com parto normal...vê se não vira o jogo...
CONCORDO PLENAMENTE COM A MARIA :
A MARCHA DEVE TER SIDO PROMOVIDA PELAS DOULAS MESMO QUE DEVEM ESTAR DESESPERADAS DE NAO PODEREM ARRANCAR MAIS DINHEIRO DAS MAMAES QUE JA GASTAM COM ENXOVAL E AINDA FICAM PARA MORRER PORQUE NAO PODEM TER UMA DOULA,EU CONHECO UMA QUE CHOROU MUITO PORQUE NAO PODE PAGAR UMA DOULA,QUE POR SINAL NENHUMA DAS ESCOLHAS DELA OFERECERAM UMA FORMA DE PAGAMENTO ESTAVEL QUE COUBESSE NO ORCAMENTO.LAMENTAVEL,PARA MIM DOULA E MESMO ARTIGO DE LUXO,PORQUE SE ELAS REALMENTE SE PREOCUPASSEM COM O QUE DIZEM,FARIAM ORCAMENTOS MELHORES E NAO COBRARIAM UMA FORTUNA APENAS PARA ACOMPANHAR UM PARTO FAZENDO MASSAGENS E DANDO UMAS DE MAOS SANTAS.PORQUE O VALOR E TAO ALTO ENTAO?
Hahaha
As mulheres travam as pernas pra parir
E os homens cagam quando ejaculam, né?
Incrível até onde vai a fantasia das pessoas
li acima em comentários que doula é artigo de luxo, e que doulas que estão marchando. não, não sou doula. sou dona de casa, com um filho nascido em parto hospitalar cheio de desrespeitos a mim e meu filho e peguei pavor do modelo atual, e de um segundo, redentor, em domicílio. meu plano retaguarda era a maternidade próxima de casa, no mesmo quarteirão, pública, e encarei os riscos, me informei muuuuuuito além de muitas que entregam a decisão ao médico e cai em contos do vigário. e marchei! marchei porque ninguém pode cercear o direito de ninguém! marchei porque querem cercear profissões sabidamente femininas, porque querem novamente rotular e patronizar mulheres... porque o modelo obstétrico atual não preza o bem estar delas, e é extremamente machista e violento. é uma violência contra a mulher. por isso marchei. e sobre doula ser artigo de luxo, conheço dois hospitais de são paulo que tem esse serviço voluntário. e conheço dezenas de outros que NEGARAM o atendimento de doulas voluntárias, assim não tem testemunhas pras atrocidades que cometem com a parturiente, não é mesmo?
Só quero deixar uma coisa clara.
A PRINCIPAL motivação de uma mulher grávida em tomar qualquer decisão, inclusive onde e com quem vai parir é oBEM ESTAR do seu bebe. certo? Entenderam agora?
essa história de doula ser artigo de luxo parece sentimento de reprimido de quem quer e não tem como pagar...
Eu mesma não tenho como pagar de jeito nenhum, mas pari em casa de parto, tive meu marido como acompanhante, pude andar, comer, ouvir música, ficar no chuveiro e as enfermeiras me trataram muito bem, elas fizeram a vez da doula... e porque ao invés de ficar com raiva, não pensar em investir em curso de doula pro profissionais de saúde? Pra cada hospital e casa de parto ter seu grupo de apoio?
é pra isso que devemos lutar
Bruno,
Essa sua afirmação de que "Apesar da firmeza retórica do post, as resoluções não são esdrúxulas ou ditatoriais, um órgão sério como um Conselho Regional de Medicina tem boas razões para editá-las." é extremamente questionável.
Posso te contar que ela foi questionada inclusive pelos próprios colegas desses conselheiros cariocas! Outros conselhos regionais como o CREMEB, o CREMEPE e o CREMG se apressaram em declarar sua oposição às resoluções do CREMERJ, que vão na contra-mão dos princípios bioéticos, das evidências científicas e da própria constituição. Tanto é assim que a resolução foi derrubada pela justiça!
Ah, em tempo, a FEBRASGO, na voz do seu presidente, também fez um repúdio às resoluções do CREMERJ ontem, e afirmou que "a escolha do parto domiciliar, que pode ocorrer sem problema algum em mais de 95% dos casos, é um direito da mulher".
Está na hora de nos perguntarmos que abismo é esse que separa as crenças e mitos que ainda povoam o imaginário de grande parte da nossa sociedade (bem como o dos próprios médicos, em sua maioria), das recomendações e evidências científicas mais recentes de que dispomos para olhar esse processo! Por que a insistência em nos agarrar a práticas retrógradas, ultrapassadas e desumanas em vez de nos abrir para o óbvio que ainda assim precisou de comprovação da ciência para ser respaldado?
A luta pelo parto humanizado não é um movimento que aglomera dondocas que não têm mais onde gastar seu dinheiro e sonham com um novo bem de consumo por capricho e de forma leviana e irresponsável, como uma criatura teve a coragem de escrever aqui! O movimento é consistente, conta com o apoio de orgãos de saúde respeitáveis, médicos e cientistas de renome internacional e competência inquestionável, além de homens e mulheres esclarecidos, bem informados e em pleno exercício de sua cidadania, cientes de seus direitos e responsabilidades.
É incrível...
Fico me perguntando: de onde vem o MITO que é um risco extremo um bebê nascer no conforto do próprio lar??
Acaso antigamente, não muito tempo atrás, nossas avós pariam em maternidades com data e horário marcado pros nossos pais serem extraídos de seus ventres?? Era comum uma família ter apenas um único filho porque a dor do parto era tamanha que chegava a aleijar nossas pobres vovozinhas? Na família do meu pai foram nascidos da minha avó, em casa, 8 crianças, hoje o mais velho com 85 anos e a mais nova com 67. Na família da minha mãe, nasceram 8 também, de fato o único filho do sexo masculino morreu, esse minha avó o teve num hospital, meu avô passou meses juntando dinheiro pra ela ter acompanhamento hospitalar, e assim q nasceu morreu!! As outras 6 meninas sobreviveram, nascendo em casa... Uma veio a falecer com 45 anos por enfarto, que com certeza nada teve a ver com o nascimento no próprio lar!
Porque disse tudo isso??
Brasil: vamos pensar, pensar não custa nada e também não dói nada!!! Acaso a especie humana está em extinção?? Não. Como pode ser um risco TÃO grande nascer em casa se coisa de 50 anos atrás era a unica forma de nascer e as famílias, volto a repetir, eram constituídas por pai e uma média de 6 filhos??
Hoje em dia, com essas "cesáreas chiquérrimas e com hora marcadas" pode ter no máximo 3 filhos sem colocar em risco a saúde da mãe. Será que é errado parir em casa ou passar por uma cirurgia desnecessária que impõe limites na quantidade de filhos que podemos ter?
Obs: só tenho um único filho, nascido de Parto normal hospitalar, do qual sofri muitas violências obstétricas, a pior foi ter q passar as primeiras 8 horas de nascido do meu filho longe dele por ser protocolo do hospital! Ele teve o Apgar 8/9, deram leite artificial, me proibiram de amamentar... Não foi nem em sonho um tratamento digno a um recém-nascido... Ah, e em Hospital Particular!!!
Bruno, de ler seu comentário percebe-se que não entende nada de parto.
Cordão enrolado no pescoço NÃO é fator de risco, já que o bebên não pode ser enforcado já que não respira pela vias superiores como depois que nasce. Ainda, o cordão é gelatinoso e não há como 'dobrá-lo' e cortar o suprimento para o bebê.
Falta de dilatação NÃO existe, o que existem são médicos que não sabem que um parto pode demorar, em uma primeira gravidez, mais de 12 horas.
E outra, muitas mulheres vão ao hospital sem entrar em Trabalho de parto e os doutores, munidos do poder que lhes foi concedido, dizem que ela não te dilatação. Como terá se ainda não entrou em trabalho de parto?
Se o bebÊe stiver de ponta cabeça? MAS É EXATAMENTE ASSIM QUE ELE TEM QUE ESTAR! Temos relatos de médicos que marcaram a cesárea por que o bebê estava encaixando na pelve da mulher, exatamente como tem que ser para que ele nasça!!
O grande problema é que os médicos ainda não entenderam que NÃO SÃO OS PROTAGONISTAS NO PARTO.
EU JÁ VI UMA MULHER TER UM PARTO SEM UM MÉDICO, MAS NUNCA VI UM MÉDICO TER UM PARTO SEM UMA MULHER!
Sobre o valor das doulas, conheço várias que cobram um salário mínimo por encontros antes do parto, todo o trabalho de parto e uma consulta no pós parto, para ajudar na amamentação.
Aí a mulher acha 'muito caro' e vai lá e gsta esse valor em um 'conjunto de berço', que só serve pra acumular pó no quarto. Ou gasta quatro vezes em um carrinho de bebê, que nem será usado por que ela só sai de carro.
Prioridades né?
E outra, são essas mães que pagam uma diferença de 5 mil pro médico DO CONVÊNIO fazer sua cesárea com hora marcada.
Pago 622,00 e fico com minha doula!
Dayane,
Eu acho que sseu post vale a pena responder. Porque você está despida de preconceitos e clichês. Está sinceramente curiosa.
Você pergunta se o parto em casa não arrisca a vida do bebê. Não. Se ele for bem assistido, com profissionais qualificados em parturientes selecionadas (de baixo risco) ele é uma prática recomendável. Ao contrário do que a médica ignorante escreveu aqui, na Holanda, onde os partos em casa estão na faixa de 30%, estes ajudam a desafogar os hospitais públicos, pois os médicos e instalações hospitalares são utilizadas por quem realmente precisa. As parteiras atendem as parturientes de baixo risco que usam o serviço médico quando precisam. O parto em casa é quase de graça, se você quiser ir para o hospital e usar suas instalações públicas sem necessidade, aí paga. As parteiras são super qualificadas, estudam obstetricia por 4 anos e fazem um ano de estágio, em que podem escolher partejar em países como Suriname e África. A Holanda tem excelentes resultados perinatais, é a prova que o parto em casa bem assistido é tão seguro quando o parto hospitalar bem assistido.
Agora, falando de Brasil,é outra realidade . Não penso que o Brasil um dia será Holanda. Mas os poucos profissionais que atendem de forma respeitosa e humanizada as parturientes no Brasil são perseguidos. A marcha do parto em casa surgiu exatamente em resposta a essa perseguição a um dos médicos humanizados pelo Cremerj.
No Brasil uma em 4 mulheres sofrem violência obstétrica no hospital. Eu fui uma delas. Eu sofri abuso obstétrico duas vezes no Brasil. Me fizeram duas cesáreas sem necessidade. Aqui está minha história de parto, eu conto o que aconteceu. Leia! http://www.maternidadeativa.com.br/relato53.html
Este é o relato do meu parto natural depois de duas cesáreas. Eu ainda tive mais um bebê. Que nasceu na segurança do nosso lar. Pelas minhas vivências de violência e abuso no hospital, ter bebê em casa não foi arriscar, foi preservar. Lógico que existem hospitais que possuem estrutura e bons profissionais, mas no Brasil isso é exceção. O abuso é a regra. E a marcha é para questionar isso.Espalhar ódio aos profissionais? Falam isso para deturpar o verdadeiro objetivo do movimento de parto humanizado, para mascarar as denúncias de violência que vem das mulheres. Mas as testemunhas desses abusos , como eu, pipocam e tem uma hora que as queremos dar um basta. Queremos mais respeito na hora de parir nossos filhos. A marcha vem das mulheres. o que tiraram de mim, duas vezes e me deixaram duas cicatrizes, não tem volta. Então, mesmo sem ser profissional, mesmo já tendo tido meus filhos, eu faço questão de ser ativista, pois me causa indignação continuar testemunhando o que fizeram conosco (eu e medu dois primeiros filhos), em outras mulheres, em outros bebês.
Priscila
Só diz que se está demonizando médicos e hospitais alguém que NUNCA quis diferente do que está sendo feito ultimamente! Só diz isso quem QUIS uma cesária ou quem ainda não teve que escolher uma das duas coisas!!!!
Quem TEM que escolher sofre a dificuldade, a verdadeira impossibilidade de ser atendida na sua vontade. E quando digo vontade, digo apenas uma opção, e não uma situação onde algo DEVE ser feito VERDADEIRAMENTE para salvaguardar a vida de mãe e bebê!!!
É ridículo escutar e é idiota quem fala que se está demonizando as coisas!!! Ahhh faça-me um favor de ficar quieto ou de ir estudar e CONHECER a realidade para abrir o bico!
EU fui lá, atrás dos médicos e dos hospitais, para ganhar minha filha saudável de maneira natural (atrás de 1, de 2, de 3? Não queridos, atrás de 5 médicos e todos com o mesmo discursinho ridículo de que é tudo diferente hoje em dia... engraçado que este dicurso não existe pra quem dá a luz no SUS né?! Interessante....) e sabem o que fizeram? Ameaçaram... disseram que um bebÊ completamente saudável morreria no parto!!! Sem evidência nenhuma! E eu passei pela situação mais dolorosa e a experiência mais fria e desumana da minha vida, que foi uma cesária forçada e sem necessidade!!!
EU NÃO ESCOLHI!!!! Por causa do sistema médico atual! Eu não pari pq hoje em dia os hospitais trabalham com parâmetros ultrapassados e sem evidência científica para dar-lhes créditos!!!
É tudo tão ridículo no atendimento hospitalar que só podemos contar com ele para nascimento se tivermos uma equipe particular conosco ou termos nossos bebês em casa!!!!
Aos desinformados, estude queridos! Não é porque você estudou 7, 8, 9, 10 anos e se diz médico que sabe de tudo!!! Ledo engano! Vai ler novos estudos, aperfeiçoar-se...
Ainda aos desinformados, doulas nem custam tão caro assim... Maria por um acaso você já consultou valores pra sair por aí falando que custa uma fortuna?!
A marcha de ontem é para se ter atendimento HUMANIZADO aos partos hospitalares inclusive! Atendimento domiciliar é humanizado por natureza!
SIM sou a favor do parto domiciliar planejado, de atendimento VERDADEIRO HUMANO hospitalar, com direito a quem eu quiser acompanhando o parto, com direito a EU escolher se meu bebê passará por determinadas intervenções ou não!!!!
O Brasil precisa acordar para o que tem feito com suas mulheres e bebês ao nascimento! É horroroso, é cruel, é sem sentido!!!
EU quero atendimento humano, carinhoso, e especial no hospital!!!
Só lendo mesmo, Lola. Adoro teu blog, mas como minhas convicções são distintas das defendidas no post, dessa vez me calo.
Lola,
Considerando o grande desconhecimento de grande parte das pessoas que comentaram aqui sobre as vantagens para a mãe e para o bebê de se ter um parto humanizado e/ou em casa, queria sugerir que fosse publicado um post específico sobre isso, pq as notícias sobre a marcha não detalham o suficiente para elas entenderem. É triste ver gente dizer que isso é frescura, luxo elitizado, irresponsabilidade, etc., pois sabemos que não é.
Parabéns por dar espaço a esse assunto tão importante.
Abçs
Gravidez, parto, maternidade são temas cheios de preconceitos e preconceitos, muitas vezes, criados e fomentados pelas próprias mulheres.
Sempre quis ser mãe, mas nunca me vi grávida e nuna me vi dando de mamar nos seios. Sempre amei a idéia de ter um bebêzinho, trocar fraldas, dar banho, ajudar a dar os primeiros passos, levar a escola, etc. Mas nunca, por um segundo que fosse, me vi grávida. Sempre tive horror a gravidez e, por isso, optei por uma barriga de aluguel e inseminação artificial.
Quando minhas filhas nasceram cuidei dela desde o primeiro instante que vieram ao mundo. Estive presente em todos os momentos de suas vidas, da primeira cólica ao meu primeiro passinho.
Larguei meu trabalho durante os dois primeiros anos e só voltei ao escritório quando elas entraram para a escolinha. E mesmo assim, trabalho apenas no período da tarde, enquanto estão em aulas.
Sempre fui mãe presente e apaixonada pela maternidade e minhas filhas. Mas sempre fui considerada péssima mãe porque não quis ficar grávida, sentir as dores do parto e dar de mamar.
E sabe o pior? O preconceito vem das próprias mulheres! Nunca nenhum homem falou qualquer coisa sore minha escolha. Na verdade, eles parecem não ter um mínimo de interesse no assunto, já as mulheres... Afff! fazem cara feia, criticam e ficam chocadas quando comentamos que, apesar de serem geneticamente minhas e do meu marido, as meninas foram geradas em outro ventre. Parece até que somos criminosos!
Mas por que eu estou comentando isso nesse post? Porque 90% das mulheres que me criticaram faziam parte dessa turma do parto humanizado. Elas fazem cara feia para as suas escolhas, mas não deixam que façam para as delas. Ô gente incoerente!!!
Acho que a maternidade deve ser livre, cada uma que faça suas escolhas. Odeio patrulha moral!!
Anna Schwartskopf
Não pretendo nunca ter filhos, mas o direito de escolha de como e onde parir nunca deve ser tirado da gestante! Seja por imposição ou por mentirar como muitos médicos contam para empurrar a mulher para uma cesárea.
Essa atitude do CREMERJ foi ridícula, para não dizer outra palavra mais esdrúxula.
Um bom pré-natal é capaz de identificar quais mulheres podem e as que não podem parir em casa.
Um parto é fisiológico. Assim como comer, dormir, defecar...
Sim, existem riscos. Por isso existem planos B, C e D traçados. Rcomenda-se que para emergência, haja um hospital a uns 20 minutos de distância. E recomenda-se fazer esse trajeto em horários de pico de trânsito, para analisar como ficaria a situação. Uma mulher que está no hospital e precisa de uma cesariana leva, em média, 30 minutos para o início da cirurgia. Isso porque é necessário preparar a sala, os equipamentos, a anestesia. Tudo isso pode ser feito enquanto a mulher vai de casa ao hospital, qdo o médico avisa pelo telefone que a sala deve ser preparada. Portanto, o tempo é o mesmo.
As parteiras possuem tb equipamentos para atender mãe e bebê em emergencias muito críticas, o que quase nunca é feito, já que os problemas são identificados muito antes de se tornarem emergencias críticas.
Se o problema for o risco, então vamos todos fazer aulas de spinning dentro dos hospitais, pois só no ano passado eu conheci 2 pessoas que morreram fazendo essas aulas na academia. E tb vamos transferir os jogos de futebol para os hospitais, pois tb já houve inúmeros casos de jogadores passando mal em campo...
A mulher merece respeito.
Se ela quiser uma cesariana, que seja informada dos reais riscos desse processo.
Se ela quiser um parto natural hospitalar, que ela seja tratada com respeito e dignidade, que tenha sua vontade respeitada sem receber olhares esquisitos de toda a equipe do hospital.
Se ela quiser um parto hospitalar com analgesia, que tenha direito a uma boa analgesia, que a não a deixe completamente paralisada e que possa viver o seu parto, que possa continuar sendo a protagonista do momento.
E se ela quiser ter um parto em casa, que seja respeitada e tenha o direito de poder contar com o apoio da equipe que ela deseja, sem recriminações.
Negar atendimento médico é que é retrocesso.
Poxa Priscila, muito obrigada mesmo pela atenção e pela resposta tão detalhada ^^!
Como disse, realmente não entendo sobre o assunto.Eu também gostaria de poder ter meus filhos emn casa e estou pensando mesmo em tê-los ^^.Que bom ver pessoas que estão dispostas a conversar e a ensinar aqui =).
Muito obrigada ^^.
Na minha opinião "humanização do parto" deveria ser trocado por outro termo.
O atendimento em hospitais não é feito por humanos para humanos? Então, como humanizar algo que já é humano? Se fosse feito por rôbos (o meu medo é que não estejamos longe disso) eu concordaria.
É que eu penso que devemos admitir que a natureza humana também implica em coisas negativas, e não "desumanizar" aqueles que não são seres humanos exemplares.
Se você quer um parto médico-hospitalar, então procure esse serviço.
Mas não se pode tirar a liberdade do outro de optar por uma alternativa ao sistema que está sendo imposto.
Nem sempre as "autoridades" sabem o que é melhor pra você.
Bruno (6 de agosto de 2012 00:18)
Link da OMS, em ingles: http://www.who.int/reproductive-health/publications/MSM_96_24/MSM_96_24_table_of_contents.en.html
Traduzido para português:
http://www.maternatura.med.br/omsinteiro.htm#1.%20INTRODUÇÃO
Repare no item A.5, qual seja: "Respeitar a escolha informada pelas mulheres do local do nascimento"
Olha, não li todos os comentários, mas quero deixar registrado que adorei as palavras da Fernanda Burti e da Mariana Elis, e que acho arrogância e misoginia pura dizer que as mulheres que buscam um parto domiciliar são egoístas e não estão pensando no bebê. Alguém vai ter a cara de pau de afirmar que a mulher não está pensando no filho que ela desejou e gerou por nove meses? E por acaso o doutor está mais preocupado com este bebê do que a própria mãe?! Se isso não é misoginia, não sei o que é.
www.TheDoctorsTV.com
nao sei se passa na TV brasileira, mas aqui vai o link pra quem quiser ver algum episódio... sao 4 médicos que dao dicas e orientaçao sob vários aspectos da saúde... o gatíssimo é solteiro e atende na emergência de um grande hospital; outro é cirurgiao plástico; outro é pediatra; a médica é obstetra.
"Na minha opinião "humanização do parto" deveria ser trocado por outro termo.
O atendimento em hospitais não é feito por humanos para humanos?"
Interpretação mandou lembranças.
Rachara Caxola,
A palavra desumano tem como sinônimos no dicionário: cruel e bárbaro.
Já a palavra humanizar tem: adoçar, suavizar e civilizar.
Logo, neste contexto não tem porque ser associada com ser humano x máquinas.
ooops... orientaçao sob vários aspectos da saúde
sobre vários aspectos....
Dar/Permitir/Oferecer assistência médica domiciliar às mulheres grávidas não é luxo nem modismo. É direito e libera os hospitais para quem está realmente precisando.
A maioria das mulheres grávidas sequer precisa de hospital, até a quantidade e variedade de exames pré-natais aqui no Brasil é algo francamente questionável.
A maior parte dos partos neste planeta não se dão em hospitais. Então que história é essa de que parto domiciliar é elitismo? Quanta ignorância. E mesmo que fosse "coisa de dondoca", ainda assim seria um direito delas optarem por isso com a segurança médica de que necessitam. Os direitos delas não valem menos porque vivem de forma abastada, elas não são cidadãs de segunda classe e planejar o parto mais adequado para si não é bobagem de mulher fresca. Marchar por isso não seria futilidade alguma.
E o fato de ter criancinha faminta na África não invalida a causa.
"No último guest post, o pessoal contra o parto domiciliar cismou que os estudos eram de países na Europa. E Europa é diferente, aqui é terceiro mundo, disseram eles. Que é o mesmo argumento que ouço quando se fala em bolsa família, programa daqui que está dando tão certo que foi copiado em Nova York. Mas tem gente que acha que pros pobres de NY tudo bem, mas os daqui..."
Lola, o problema é que na Europa vc chama uma ambulância e ela chega na porta da sua casa em minutos. Aqui no Brasil não temos a mesma estrutura.
"Recomenda-se que para emergência, haja um hospital a uns 20 minutos de distância. E recomenda-se fazer esse trajeto em horários de pico de trânsito, para analisar como ficaria a situação. Uma mulher que está no hospital e precisa de uma cesariana leva, em média, 30 minutos para o início da cirurgia. Isso porque é necessário preparar a sala, os equipamentos, a anestesia. Tudo isso pode ser feito enquanto a mulher vai de casa ao hospital, qdo o médico avisa pelo telefone que a sala deve ser preparada. Portanto, o tempo é o mesmo."
Mas, Mary, como esse transporte vai ser feito? Pq imagino que seja diferente para uma mulher que está tendo uma hemorragia ser transportada em uma ambulância ou em um carro particular. E, como eu já disse, se a gente precisa de uma ambulância no Brasil, geralmente ela não chega tão rápido quanto na Holanda.
Sei que o risco de hemorragia em cesarianas é bem maior que em partos normais, mas estas também podem acontecer em partos normais.
E se for o bebê a precisar de uma UTI neo-natal assim que nascer? O tempo para internar um bebê que nasceu no hospital também é o mesmo que se leva para transportar um de casa para o hospital?
Não estou me colocando contra o parto domiciliar aqui, apenas querendo entender melhor. Não sabia, por exemplo, que num hospital a mulher chega a esperar meia hora pela cesariana. Mas mesmo assim, ainda fico com muitas dúvidas a respeito da segurança de partos domiciliares no Brasil. Sou a favor do parto natural, das doulas, do combate a violência obstétrica. Mas quanto ao parto domiciliar, tenho dúvidas.
Luci,
que bom você entender que é uma questão de interpretação e fico grato com as lembranças. mas sinto muito por não poder continuar o dialogo (desculpe-me se tenho problemas interpretativos, mas voce sabe como a educação no brasil é falha)
EneidaMelo,
obrigado pelas informações, realmente eu não tive a preocupação em consultar um dicionário. No dicionário, também consta o significado para desumano: Que não é humano. Acredito que a linguagem é dinâmica e muitas vezes é necessário recriarmos seus significados. Não foi essa a intenção do uso de "vadia" na marcha? Mas não foi minha intenção criar uma discussão de semântica - embora ache importante repensarmos a linguagem. Muita dor de cabeça seria evitada.
Penso que se você não quer que usem termos que te ofendam é necessário ter cuidado com os termos que usamos. Quantos médicos não podem se sentir ofendidos tendo seus atos relacionados a algo não humano? O problema é que eles podem não te ouvir por causa disso e é importante que ouçam, ou qual o sentido de fazer o protesto?
Rachara
A desumanização ocorre quando um processo natural para a ser visto como antinatural. A justificativa para se fazer intervenções cirúrgicas desnecessárias parte do princípio de que a mulher não é capaz de parir e ponto.
Tem um esquete do grupo humorístico Monty Python, no filme O Sentido da Vida, que critica bem essa visão de parto desumanizado.
Chama-se "O Milagre da Vida", e começa com uma gestante em trabalho de parto sendo conduzida a sala de parto. Chegando lá, os médicos a cercam de aparelhos e fingem estar fazendo alguma coisa. Quando o supervisor chega, eles mostram os aparelhos e este fica maravilhado com tanta tecnologia, principalmente com uma que faz barulhinhos. A mulher é deixada de lado o tempo todo, e no final o bebê é levado para fazer os exames de rotina enquanto a mulher fica sozinha na sala (obs.: não deixaram o marido acompanhar o parto).
O parto pode ser humanizado em qualquer situação, seja na cesárea como no normal, no hospital ou em casa, basta o bom senso e a visão de que parir é natural, e não um bicho de sete cabeças que pode matar a mulher e o feto por qualquer coisa.
Rachara Caxola,
Não foi minha intenção dizer que aqueles eram os únicos significados. Por isso a necessidade de ler o contexto. Por mais equipamentos presentes na hora do parto, não há quem imagine que estamos falando de robôs fazendo o parto. No máximo, podemos falar em produção industrial de bebês, nos referindo à velocidade com que querem que os bebês venham ao mundo (paciência, pra quê?).
Até porque o movimento especifica quais são os tratamentos que não queremos: cesárea, episio, kesteller, administração de anestesia e ocitocina desnecessários, não solicitados e sequer informados. Não somos contra esses mesmos procedimentos quando necessários ou solicitados, e devidamente informados à parturiente (quando possível). Também não queremos ser destratadas (piadinhas, descaso, negligência, agressão verbal, ameaça). Não queremos ser amarradas à cama (e, não, não estou sequer falando das presidiárias) ou impedidas de procurar uma posição mais confortável.
Não queremos que nossos filhos sejam, sem nossa permissão ou sem motivo real, arrancados de nós e/ou que passem por procedimentos agressivos desnecessariamente.
É a isso que nos referimos quando falamos em parto humanizado.
E, sim, também queremos escolher onde parir. Eu, por exemplo, escolhi um hospital. Mas respeito quem faz outra opção.
Se para ter parto domiciliar é preciso estar a 20 minutos de uma maternidade, em horário de pico, nem sei porque fazem tal marcha, pois poderemos contar nos dedos das mãos quantas mulheres se encaixam nessa situação.
A maior parte dos partos domiciliares dará certo? É claro! Somente gestantes de baixo risco serão submetidas a isso (espero). Mas e aquele caso que é o 0,00001% e que o bebê vai morrer por hipóxia (a parteira não vai intubar o bebê) ou a mãe vai morrer por hemorragia após uma ruptura uterina?
Para fins de saúde pública o parto domiciliar deve ser bom mesmo. Eliminarão os médicos, medicamentos, etc. Pagarão uma miséria para as enfermeiras e parteiras e pronto.
Mas para aquele caso que foi azarão e que tudo deu errado, não há dinheiro nenhum que pague a dor de ter perdido um filho ou a esposa, ou ter ficado com um filho sequelado sabendo que se tivesse assistência médica as coisas poderiam ser diferentes.
E o CRM-RJ não proibiu partos domiciliares. Proibiu médicos de participarem disso. E pelo jeito que vocês falam, não ia fazer diferença nenhuma, pois a enfermeira ou parteira pode fazer tudo e o médico só será necessário em caso de urgência, quando ele não pode recusar o atendimento.
@Leticia Rodrigues,
Nem sempre quando um bebe nasce num hospital existe uti neo-natal disponivel. Abaixo tem um link para uma materia de um bebe que nasceu de cesariana porque a mae estava com diabetes gestacional, ou seja alto risco tanto para ela quanto para o filho, e que soh conseguiu vaga apos 4 dias, mesmo assim com intervencao da justica.
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/04/11/interna_gerais,288201/irmao-de-pedro-arthur-consegue-vaga-na-santa-casa-de-bh.shtml
Concordo que nem sempre existe UTI neo disponível. Mas só o fato de ter um pediatra ao lado (que sei que também nem sempre tem) já ajuda.
Eu não conseguiria viver sabendo que por um capricho meu meu filho ficou com sequelas devido hipóxia.
E essa família aí do Pedro Arthur já encheu o saco. Não sei se vocês lembram do caso, é um menino com sequelas de meningite e que a família brigou muito para conseguir que a vacina entrasse para o calendário básico de vacinação. E que conseguiu judicialmente fazer uma cirurgia muito cara.
O dinheiro gasto com essa criança poderia ter sido mais bem gasto, em termos de saúde pública. Se não temos dinheiro para tudo, é preciso priorizar o que vai ajudar mais pessoas.
E sobre conseguir vaga de UTI neo judicialmente, ele passou na frente de alguém que ou tinha mais indicação ou estava na fila há mais tempo. Vagas de UTI não são criadas do nada. Eles tiram de um para dar para aquele que o juiz mandar.
E o que as criancinhas famintas da África têm a ver com o assunto? Oras, o Nordeste brasileiro e o Vale do Jequetinhonha/MG estao cheios de criancinhas e dultos famintos tb, assim nem é preciso ir pra África.
Cláudia, a falta de UTI neo-natal em maternidades é um problema que precisa ser resolvido, e não uma situação com a qual a gente deva se conformar. Não dá pra dizer: "Ah, já que não tem UTI nos hospitais, então a gente pode fazer os partos em casa, e ficar torcendo pra criança não precisar de UTI." Temos que garantir que crianças que precisem de uma UTI tenham acesso a esta a tempo.
Anônimo 18:58
Um tio meu quase ficou cego quando nasceu, pois colocaram a dose errada de colírio no hospital.
Se a gente fosse usar essa tática de querer evitar até a mínima chance de algo dar errado (0,0000001%, como você disse), também não daria para ter o filho em hospital.
E a chance de infecção hospitalar? E a chance de alguém pegar a criança? E a chance de erro médico?
Enfim, nenhum lugar será 100% seguro, e fatalidades ocorrem em qualquer lugar.
Conclusão: o importante é que a mãe esteja tranquila e segura. De nada adianta fazer parto em casa ou em hospital se a mulher estiver tensa e insegura, isso sim pode acarretar em riscos evitáveis. Que cada um possa fazer o que acha melhor pra sua saúde e pra saúde de seus filhos.
CARTA ABERTA AO CREMERJ
(de Melania Amorim)
Como médica-obstetra, cidadã e ativista do Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento no Brasil, venho tornar público o meu repúdio à resolução 266/12 do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ), que veta a presença de doulas, obstetrizes e parteiras em partos hospitalares.
Com essa resolução arbitrária e que não se justifica a partir da série
de "considerandos" com que o CREMERJ inicia o seu texto, esse Conselho demonstra uma lamentável falta de conhecimento de todas as evidências científicas correntemente disponíveis pertinentes à importância das
obstetrizes e doulas em um modelo de assistência obstétrica humanizado e centrado na mulher. Mais ainda, vai contra as diretrizes do Ministério da Saúde e a Política Nacional de Humanização da Saúde.
A participação das obstetrizes (profissionais formadas em curso
superior de Obstetrícia) não somente integra o modelo transdisciplinar de assistência ao parto, mas tem demonstrado resultados SUPERIORES a
outros modelos, como é bem demonstrado na revisão sistemática da Biblioteca Cochrane: em um modelo de atenção promovido por
obstetrizes, as mulheres têm menor risco de hospitalização antenatal,
de analgesia regional e parto instrumental. Têm maior chance de partos sem analgesia, parto vaginal espontâneo, maior sensação de controle durante o nascimento, atendimento por uma obstetriz conhecida e início do aleitamento. Adicionalmente, têm menor risco de experimentar perda fetal antes de 24 semanas e menor duração da hospitalização neonatal.
A recomendação dessa revisão sistemática é que deve-se oferercer um modelo de atenção promovido por obstetrizes à maioria das mulheres e AS MULHERES DEVERIAM SER ENCORAJADAS A REIVINDICAR ESSA OPÇÃO.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD004667.pub2/abstract;jsessionid=FCDC15CC4DD5578248A98C9F14DA7CDE.d03t04
Em relação às doulas, outra revisão sistemática da Biblioteca Cochrane
incluindo 21 ensaios clínicos randomizados e mais de 15.000 mulheres avaliando os efeitos do suporte contínuo intraparto evidenciou que mulheres que receberam esse suporte tiveram maior chance de ter parto
vaginal espontâneo, menor necessidade de analgesia de parto, menor risco de relatar insatisfação com a experiência de parto, menor
duração do trabalho de parto, menor risco de cesariana, parto
instrumental, analgesia regional e nascimento de bebês com baixos
escores de Apgar no 5o. minuto. A análise de subgrupo evidenciaou que
o suporte contínuo intraparto era MAIS EFETIVO quando providenciado
por DOULAS!
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD003766.pub3/abstract
Em maio de 2012, eu tive a oportunidade de publicar um comentário para a Biblioteca de Saúde Reprodutiva (RHL) da Organização Mundial da
Saúde (OMS) em parceria com a Dra. Leila Katz, avaliando essa revisão
sistemática da Cochrane. Em nosso comentário, PUBLICADO NO SITE DA RHL com o aval da OMS, nós concluímos que TODOS OS HOSPITAIS DEVERIAM IMPLEMENTAR PROGRAMAS PARA OFERECER SUPORTE CONTÍNUO INTRAPARTO, integrando doulas nos serviços de maternidade, UMA VEZ QUE OS MELHORES DESFECHOS MATERNOS E NEONATAIS SÃO OBTIDOS QUANDO O SUPORTE CONTÍNUO INTRAPARTO É OFERECIDO POR DOULAS. Essa estratégia é particularmente
importante quando os gestores desejam reduzir as altas taxas de
cesarianas em seus hospitais ou países.
http://apps.who.int/rhl/pregnancy_childbirth/childbirth/routine_care/cd0003766_amorimm_com/en/
(continuação)
No país campeão mundial de cesarianas, no qual nos deparamos com a vergonhosa taxa de 52% de cesáreas, que superam 80% no setor privado, situação que se repete no próprio Rio de Janeiro, onde a taxa de cesáreas na maioria dos hospitais privados ultrapassa 90%, o CREMERJ tem se omitido de forma indesculpável e, mais que isso, dá mostras de que pretende alimentar e perpetuar esse modelo perverso que tantos danos e sequelas tem provocado às mulheres brasileiras.
Em vez de combater a epidemia de cesarianas desnecessárias, o CREMERJ fecha os olhos à lamentável INFRAÇÃO ÉTICA das cesáreas SEM INDICAÇÃO MÉDICA, sob pretextos mal definidos por condições não respaldadas pela literatura. Diversos estudos demonstram que as absurdas taxas de cesárea nos hospitais brasileiros não ocorrem por pedido das mulheres, uma vez que a maioria das brasileiras continua demonstrando preferência pelo parto normal. O QUE JUSTIFICA ENTÃO TAXAS DE MAIS DE 90% DE CESÁREAS? Por que, em vez de fiscalizar, indiciar e PUNIR os
médicos que ENGANAM suas pacientes e realizam cesarianas desnecessárias, infringindo assim o Artigo 14 do Capítulo III do
Código de Ética Médica vigente em nosso país (que veda ao médico a
realização de atos médicos desnecessários), o CREMERJ, na contramão das boas práticas baseadas em evidências, quer COIBIR estratégias que comprovadamente reduzem as taxas de intervenções e cesarianas desnecessárias?
Não podemos nos calar diante de tamanha arbitrariedade e tentativa de legislar sobre o corpo feminino, desrespeitando a autonomia e o
protagonismo da mulher. O Conselho Federal de Medicina, o Ministério
Público e o Ministério da Saúde devem ser notificados dessa tentativa absurda do CREMERJ de transformar o parto em um ato médico e desconsiderar tanto a atuação de outros profissionais no atendimento transdisciplinar ao parto e nascimento como o próprio DIREITO das mulheres de escolher COM QUEM querem ter os seus filhos e quem querem como acompanhantes nessa experiência única e transformadora do nascimento.
Melania Amorim, MD, PhD
Médica-obstetra
CRM - PB 5454
CRM - PE 9627
Professora de Ginecologia e Obstetrícia da UFCG, Professora da
Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil do IMIP, Pesquisadora
Associada da Biblioteca Cochrane, Bolsista de Produtividade em
Pesquisa do CNPq e Coordenadora do Núcleo de Parteria Urbana (NuPar)
da Rede pela Humanização do Nascimento (ReHuNa)
carolina,
"A desumanização ocorre quando um processo natural para a ser visto como antinatural." ... " basta o bom senso e a visão de que parir é natural, e não um bicho de sete cabeças que pode matar a mulher e o feto por qualquer coisa."
Poderíamos então ter como alternativa "naturalização do parto"?
"A justificativa para se fazer intervenções cirúrgicas desnecessárias parte do princípio de que a mulher não é capaz de parir e ponto"
Será que além disso, também não é por que é mais lucrativo? (obviamente, quem defende essas intervenções desnecessárias não se justificaria assim)
Eneida,
"Por mais equipamentos presentes na hora do parto, não há quem imagine que estamos falando de robôs fazendo o parto."
Talvez alguns médicos não estejam distantes de um robô. Alguns inclusive veem o nosso corpo como uma máquina (também é uma forma de objetificação do corpo)
"No máximo, podemos falar em produção industrial de bebês, nos referindo à velocidade com que querem que os bebês venham ao mundo (paciência, pra quê?)"
Não se está muito longe de uma produção industrial de bebês em laboratório. O útero seria desnecessário. Aqui acho que "desumano" cai bem. (Talvez só devessemos começar a nos preocupar com isso quando se tornar uma realidade evidente)
"Não queremos ser amarradas à cama"
Eu também não. Já passei por isso (nao em parto, obviamente) e não desejo a ninguém.
Concordo completamente com a Letícia Rodrigues.
E sinceramente, eu tento entender o que leva uma mulher a querer ter o filho em casa, mas não entendo.
Mesmo se houver as tais "violências obstétricas", o fato de ter uma retaguarda caso ocorra algo, compensa.
E nem concordo com isso de violência obstétrica. Para mim trata-se de "ignorância obstétrica".
mas claro que há exceções e mulheres devem ter sido maltratadas no parto.
A mulher desconhece os procedimentos e a necessidade dos mesmos e se sente agredida e desrespeitada. E nisso coloca a culpa nos médicos, que não explicam direito o que vai ocorrer no pré-natal.
Gostaria de ver uma marcha pedindo mais leitos em UTI neonatal... Ou exigindo a presença de pediatra na sala de parto.
A mulher quer se sentir especial, única, gostaria que no parto dela todas as atenções fossem para ela. Mas não é. Há um bebê chegando que também deve participar, quiça ser o protagonista.
Vejo mulheres reclamando que os profissionais de saúde fazem piadinhas, conversam entre eles, etc. Ou sejam, não respeitam o que para mulher deveria ser um momento sublime. Ora, para eles aquilo é rotina e não tem nada de sublime... E para as parteiras e doulas ocorre o mesmo. É só trabalho!!!
Quem á trabalhou em bloco cirúrgico sabe que se a equipe está brincando, conversando, falando de futebol, de novela, etc, é porque as coisas estão indo bem. Se todos estão em silêncio é porque algo inesperado ocorreu...
@ Leticia,
Nao estou conformada com a falta de leitos suficientes na uti, acho que temos sim que exigir mais empenho das autoridades nesta area. Mas acho que a situacao ilustra, que de um modo ou outro podem haver problemas e que hospital nao eh garantia de sobrevivencia.
@ A Sibarita
Linda carta da dra Melania.
Carolinapaiva,
O parto normal não é 100%, mas é comprovadamente mais seguro que a cesariana, e é por isso que a cesariana eletiva deve ser desestimulada.
Se no Brasil o parto domiciliar for menos seguro que o hospitalar deve ser desestimulado, mesmo que o hospitalar não seja 100% seguro.
O que eu questiono é se os estudos europeus que comprovam a segurança do parto domiciliar não falam sobre uma realidade muito distante da nossa.
Não estou condenando o parto domiciliar, apenas tentando entender.
Sabe o que eu estou vendo aqui nesta caixa de comentários? Um problema seríssimo de interpretação de texto!! Ou então é cretinice mesmo.
E só estou vendo isso da parte das que são contra à marcha. Vocês que estão criticando não perceberam ainda que humanização do parto não é o mesmo que parto em casa? Que o que se quer com a marcha é o direito de escolha, até mesmo o direito de escolher ter o bebê no hospital, sem sofrer violência obstétrica e intervenções desnecessárias??
Não é possível que esse pessoal ainda não tenha conseguido entender!!
E caramba Jenice, vc é médica, supõe-se que é uma pessoa inteligente! Por favor, releia o post!!
Rachara: é uma alternativa.
Anônimo 20:33: acho que você não sabe muito bem o que é violência obstétrica.
Uma em cada quatro mulheres são xingadas durante o trabalho de parto, tendo sua dor ironizada, com a equipe dizendo coisas como: "na hora de fazer não doeu, agora aguenta", ou "não grita senão seu bebê vai nascer surdo", ou "na hora de virar os olhinhos não reclamou".
Isso agora é procedimento de rotina, ou algo pelo qual "vale a pena" a mulher passar para que tenha um parto saudável?
Realmente, liga-se pouco para o bem estar da mãe, o que pode gerar riscos desnecessários para mãe e bebê.
Outra coisa "médicos não informarem direitos os procedimentos" é errado e antiético.
Fazer qualquer procedimento (principalmente cirúrgico) sem avisar o paciente é agir contra os princípios basilares da bioética e é sim uma agressão.
Letícia Rodrigues
Quando se monta os planos B,C e D para um parto domiciliar, se estuda qual o veículo de remoção e quem irá dirigi-lo.
Sem isso planejado, parteira/GO não topam acompanhar PD.
Uma mulher com hemorragia, muitas vezes, nem precisa ir ao hospital pois as parteiras possuem drogas que podem cessar a hemorragia. Ainda assim, se for o caso, pode-se administrar a ocitocina (que é a mesma usada no hospital para contrair o útero) e já planejar a remoção. O tempo é tranquilo.
O bebê que precisa de uti neonatal já vai dar esses sinais antes de nascer. E aí o parto acontece no hospital. Para casos de emergências, as parteiras possuem todos os materiais para reanimação do RN e para mantê-lo vivo por tempo suficiente até chegar ao hospital. É assim que é feito tb em hospitais onde não há UTI e onde tb nascem bebês.
Há pessoas que estão em um hospital e que esperam até uma hora pela chegada do anestesista e administração da anestesia para a realização da cesárea. portanto, esse tempo de remoção não chega a ser agravante, se vc tem uma boa equipe e um bom planejamento. De novo, parto em casa, no Brasil, não é pra todo mundo: é pra quem tem acesso a uma equipe competente.
Parto em casa não é anarquia. E não é pra todo mundo: é pra gravidez de baixo risco, para as mulheres que realmente querem.
"Vejo mulheres reclamando que os profissionais de saúde fazem piadinhas, conversam entre eles, etc. Ou sejam, não respeitam o que para mulher deveria ser um momento sublime. Ora, para eles aquilo é rotina e não tem nada de sublime... E para as parteiras e doulas ocorre o mesmo. É só trabalho!!!
Quem já trabalhou em bloco cirúrgico sabe que se a equipe está brincando, conversando, falando de futebol, de novela, etc, é porque as coisas estão indo bem. Se todos estão em silêncio é porque algo inesperado ocorreu..."
Sei que não devia responder troll, muito menos troll anonimo, mas já que esse me citou vou responder.
Querer um ambiente silencioso e tranquilo durante o parto não é frescura de quem quer que aquele momento seja "sublime". A mulher precisa se focar no trabalho - árduo e doloroso - de parir uma criança. Quanto mais tumultuado e disperso for o ambiente, mais difíceis ficam as coisas para a parturiente.
Imagine aturar um bando de gente sem noção batendo papo e rindo a sua volta enquanto vc está tendo uma dor de dente. Agora imagine o mesmo sentindo as dores do parto - e tendo que fazer a criança nascer.
carolinapaiva disse... Um tio meu quase ficou cego quando nasceu, pois colocaram a dose errada de colírio no hospital.
6 de agosto de 2012 19:51
ano passado ou ano retrasado, os filhos gêmeos do ex-marido da Meg Ryan tb quase morreram qdo logo após o nascimento foi-lhes injetada uma dose letal de algum medicamento. os bebês ficaram no morre-nao-morre por várias semanas.
"Mesmo se houver as tais "violências obstétricas", o fato de ter uma retaguarda caso ocorra algo, compensa.
E nem concordo com isso de violência obstétrica. Para mim trata-se de "ignorância obstétrica".
mas claro que há exceções e mulheres devem ter sido maltratadas no parto."
Lola, sabe o que seria legal?
Quando você postar, colocar também o link para o último ou dois últimos posts que trataram do mesmo assunto. Assim o pessoal pode acessar mais sobre tema X sem procurar muito.
Quem sabe assim evitaríamos ler coisas como as que o 20:33 escreveu; se ele tivesse lido o post sobre violência obstétrica, saberia que "as tais exceções" não são exceções.
"Para casos de emergências, as parteiras possuem todos os materiais para reanimação do RN e para mantê-lo vivo por tempo suficiente até chegar ao hospital. É assim que é feito tb em hospitais onde não há UTI e onde tb nascem bebês.""
Essa fala mostra que as pessoas não tem a menor noção do que uma parteira faz e do que um pediatra nenatologista faz.
Então agora as parteiras têm nas suas bolsas medicamentos de uso hospitalar, sabem intubar bebês, pegam acesso venoso em recem nascidos e sabem reanimar um recém nascido?
Você tem noção do que é necessário para reanimar um recém nascido?
A maioria dos médicos não sabe reanimar um recém nascido. E isso não é porque esqueceram, não estudaram ou mataram aulas. E sim porque reanimar um recém nascido é algo que exige muito estudo, muita técnica e muita prática. Mesmo pediatras que não trabalham com bebês sabem. Se não treinam, eles esquecem. Um neonatologista ou um pediatra com prática em sala de parto saberão fazer os procedimentos corretos.
É claro que não concordo com frases que vocês citaram aí como "na hora de fazer não doeu", etc. E concordo que isso é violência.
O que eu estou dizendo que não é violência e é ignorância é reclamar dos toques vaginais, de conversas entre a equipe durante o parto, etc.
Concordo também que hospitais nào são seguros. E vai piorar ainda mais. O grande número de faculdades de medicinas abertas nos últimos anos permitiram que qualquer um que queira, se torne médico. Mas se os médicos vão ficar cada vez piores, o que dizer das enfermeiras? Todo tec de enfermagem que conheço estuda enfermagem?
E muita gente aí está confundindo enfermeiras e parteiras com doulas...
Mas agora cansei. Não sei nem por que debater isso aqui... Se querem parto em casa, façam e assumam os riscos. E não tentem culpar o médico da urgência quando houver complicação.
Mary, agradeço a sua resposta. Minhas dúvidas sobre o parto em casa eram relacionadas a o que fazer em caso de emergência. Imaginava que houvessem casos em que fosse necessário uma ambulância chegar em minutos.
Mas já que basta um carro e alguém que o dirija para a mãe e o bebê chegarem a um hospital em segurança a opção de fato se torna mais viável, pelo menos para quem mora perto de hospital.
Além da Jenice, outra médica, Maria Valéria, tb já levou umas bordoadas aqui nos comentários. E sempre com a tal acusaçao de errônea interpretaçao de texto, eita nóis.
Vejo com grande infelicidade a transformação de um momento único, do nascimento, de geração de vida em um momento que passa a ser reservado para o mercado médico. Novamente, uma parte dos médicos, acha que é necessário reservar alguns procedimentos para não perder. com a desculpa da segurança e da sobrevida, são feitos muitos procedimentos inadequados com essas mães e crianças, que, na maioria das vezes, nem sabem que o direito de escolha é delas.
"É claro que não concordo com frases que vocês citaram aí como "na hora de fazer não doeu", etc. E concordo que isso é violência.
O que eu estou dizendo que não é violência e é ignorância é reclamar dos toques vaginais, de conversas entre a equipe durante o parto, etc."
Anonimo, aqui ficou claro que a ignorância era sua, né? Pq essas frases que algumas comentaristas citaram são muito comuns, a violência verbal contra parturientes é muito comum, e era disso que se falava o tempo todo.
Quanto ao excesso de exames de toque, ainda mais quando feitos por mais de um profissional de saúde, eles estressam a grávida. A própria OMS recomenda que haja cuidado com isso. Ninguém está reivindicando que estes deixem de ser feitos.
E eu acredito que um ambiente disperso e barulhento também estresse a grávida.
Coisa linda de viver ver as mulheres se mobilizando num momento como esse, em que o Brasil alavanca os maiores e mais absurdos índices de cesáreas no mundo.
Luta justa, pelo direito de escolha de onde, como e com quem parir. E chega de sermos vaquinhas de presépio, só observando a banda passar, deixando com que médicos sejam as estrelas dos nossos partos. A mulher gerou, ela quem deve parir e não ser parida.
Parabéns a todas engajadas nessa luta! :)
Os comentários desse anônimo são a prova de que alguns se sentem no direito de meter o bedelho quando o assunto é gravidez e maternidade, só para criticar e despejar bobagens sem fundamento. Mitos são espalhados na velocidade da luz assim.
que infeliz dizer que "na hora de fazer não doeu" e a gente ouve/lê isso com tanta frequência
Acho engraçado que o governo federal a um tempo atrás fez um programa de incentivo de formação de parteiras em localidades onde não tem assistência médica suficiente. Não tem ninguém brigando para levar as índias, que estão nos confins da Amazônia, ao hospitais para terem um parto seguro.
Penso que os conselhos de medicina deveriam brigar nessas localidades também. Mas infelizmente são comunidades carentes, não há como obter lucros exacerbados com procedimentos médicos desnecessários.
É vergonhoso saber que essa discussão toda corre em torno de lucro e não da real preocupação com a parturiente e a criança.
Deixem de ser hipócritas e se lembrem do juramento de Hipócrates.
Entendo que partos domicilares possam representar riscos que preocupam os médicos, mas se as mulheres buscam o retorno ao parto domiciliar é pq os hospitais nao estao oferecendo a segurança assistencial que a parturiente precisa.
O assunto deveria ser levado muito muito a sério e ser tratado entre médicos, médicas, doulas, parteiras, gestantes esclarecidas enfim pessoas com o mesmo preparo profissional que sejam contra e a favor num debate sério. Obate a que me refiro nao é luta de forças; é cada lado apresentar seu ponto de vista com o objetivo de se chegar a uma conclusao satisfatória para quem sente necessidade de ser beneficiado com o resultado do debate. (Sorry se minha redaçao está deixando a desejar, mas o importante é que compreendam ou entendam o que estou dizendo com boa ou nao tao boa redaçao.)
Houve uma época em que parteiras era algo comum. Minha mae nunca teria dado aa luz com parteira, pq meu pai é da área da saúde e sempre foi cheio de esterelizar isso e aquilo. Mas meu avô teve uma irma cuja profissao era parteira e uma muito bem sucedida, até mesmo recomendada por médicos, na época. -- Ter filho em casa eu tenho conhecimento somente em filmes do século passado ou que é assim em áreas pobres do Brasil. Por outro lado estou lendo aqui como é na Holanda e provavelmente em vários outros países. Nao sei como é isso nos EUA e nem em Portugal. Mas que o assunto é sério, é muito sério tanto sob o ponto de vista dos médicos que sao contra qto sob o ponto de vista das parteiras/doulas e gestantes que sao a favor.
Este blog tem uma repercussao (ortografia?) tremenda no Brasil todo. E que exemplo essas mulheres que se agridem aqui na troca de comentários dao para a classe médica que é contra a profissao das parteiras? Este blog tem força pra levar um assunto avante até alçar bandeiras e a vitória ou derrota poderá em muito ter a ver com a página de comentários. Nao exclusivamente, mas em muito. Portanto, vcs mulheres (tanto as contra qto as a favor) considerem respirar fundo antes de postar o comentário... leia e releia antes de dar um ENTER.
"Mas já que basta um carro e alguém que o dirija para a mãe e o bebê chegarem a um hospital em segurança a opção de fato se torna mais viável, pelo menos para quem mora perto de hospital.""
Isso nào é nada fácil.
Imagina alguém com um bebê parado no canal do parto (vagina) entrando em um carro de passeio para ser levada ao hospital.
Imagina o trânsito intenso e acha que alguém vai dar passagem para um carro comum?
Tem que morar bem perto MESMO de uma maternidade.
Acho que para algumas mulheres não tem meio termo.
É claro que os partos hospitalares poderiam ser mais humanizados, como vocês gostam de dizer.
Mas fazer parto em casa? Já é demais.
Quem são as parteiras?
Há 3opções de resposta. A primeira que é a que habita o imaginário popular da maioria dos comentaristas daqui é a parteira tradicional. Um mulher que acompanhou partos desde nova, como aprendiz de outra parteira experiente. Não tem formação técnica, além da experiência prática mesmo.
Mas há também a Enfermeira Obstetra, e a Obstetriz. Ambas com formação em nivel superior. A Enfermeira Obstétrica cursa Enfermagem e se Especializa em Obstetrícia.
A Obstetriz cursa Obstetrícia. Um curso de 4 anos só sobre acompanhamento de partos de baixo risco, identificação de distócios e cuidados de primeiros socorros em casos de necessidade.
Essas duas últimas, chamadas de parteiras urbanas, são as que atuam em cidades, que formam equipes com médicos de backup, que não precisam ficar de plantão no hospital esperando o desfecho d parto domiciliar.
Eles são notificados quando a mulher entra em TP e ficam de sobreaviso, na casa deles, o shopping, no cinema, na pqp se eles quiserem, eles só sabem que poderão ser chamados, caso haja uma intercorrência!
Isso é equipe de backup.
E sim, se a mulher resolveu ter um parto em caso, tem condições para isso, ela tem sse direito, inclusive a ter equipe de backup caso seja necessario.
Outro comentário que eu quero fazer, e fiz em separado
q se trata de outro assunto.
Violência obstétrica existe, é comum e no exterior ganhou o apelido "carinhoso" de birth-rape, ou seja parto-estupro.
Acho que aqui fica claro o como a questão da violência obstétrica é importante. Causa traumas e danos psicológicos ( algumas vezes até físico) da mesma maneira que o estupro.
e é cometida pelo msm motivo: poder.
Pelos Comentários vê-se muito corporativismo e ignorância sobre o assunto.Louvável o post que acaba estimulando mais informação.
O Parto no Brasil, é um caso de saude pública contaminado pelo corporativismo.O Brasil tem números péssimos na questão dos nascimentos. O parto foi transformado em mercadoria pela gestão médica e utilizou para isto toda sorte de informação manipulada fugindo de qualquer embasamento científico com o único fim de manter o poder e o consequente ganho monetário sobre uma ato que em princípio é fisiológico. Exagerando é como se tivessemos que ir ao hospital para fazer coco assistidos por um proctologista.
A constituição já defende o direito ao parto da mulher como protagonista.O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro está apenas se comportando como alguém a quem esta sendo exposto a um ambiente de competição de mercado que destrói seu monopólio.Isto só comprova que o conselho aje não para defender boas práticas com embasamento científico comprovado mundialmente mas para defender o monopólio sobre ato físico que acontece independete do ambiente da medicina. O conselho se desvia da sociedade e prejudica e onera o sistema de saúde ao promover partos hospitalares e cesárias sem necessidade que levam milhares de bebes as UTIs neonatais por teream os pulmões imaturos devido a partos apressados artificialmente.Sem falar na mortandade materna por complicações da cirurgia invasiva que é a cesariana. Num mundo em busca do "sustentável" o conselho se comporta como um devastador da Natureza.
Lola querida, as meninas arrasaram no post...
Não tenho mais paciência pra ver como pessoas sempre têm uma história ruim pra contar...Cadê que alguém que não seja do movimento vem contar que fulana teve um parto natural lindo, que o bebê nasceu em casa lindamente? Não isso ninguém quer falar, pq o bom mesmo é tirar a auto-confiança do outro..Aff...PQP !(desculpa Lola, mas fico nervosa...)
E não gente...Doula não é ARTIGO DE LUXO...Essas mulheres q lutam por um parto melhor, tbm pariram ou irão parir em um hospital do SUS e é justamente por isso q nós(estou inclusa nisso) lutamos contra essa medicalização do parto/nascimento, pra que quando chegar a minha vez e se eu não puder ou precisar ir para um hospital, mesmo q do SUS não seja obrigada a fazer coisas que EU não quero...
Gente...vc acham mesmo que essas mulheres que lutam por algo melhor, uma melhora num serviço q todo mundo pode precisar, são egoístas??? Tem certeza??? Pois elas seriam egoístas, se tivesse o tempo inteiro pensando única exclusivamente em marcar a cesária para o dia tal, pra poder coincidir com o dia do santo de sei lá o q, ou com o dia de aniversário de namoro...aff...Isso sim é egoísmo, é não dar o direito de escolha para o bebê, pq sim...ele tem direito desde a barriga de escolher quando ele quer nascer, é ele quem dá o sinal e NÃO O MÉDICO...Por um acaso o médico tá lá dentro da barriga pra ter certeza absoluta de que o bebês está "pronto" para nascer?
E não estamos demonizando o médico não...Até pq existem médicos q são verdadeiros anjos, pois têm a sensibilidade de perceber as necessidades e respeitar as vontades daquela mulher que gera...Tiro aqui o meu chapéu para: Jorge Khun, Ricardo Hebert, Melânia Amorim e outros...Pois esses sim são anjos que Deus mandou pra Terra pra mudar o mundo através da melhoria da forma de nascer...
Pronto...Falei tudoh !!!
Fico profundamente chateada ao ler todos estes comentários, porque uma questão importante fica muito clara por aqui: INFELIZMENTE AS BANDEIRAS PELAS QUAIS O MOVIMENTO PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO ESTÁ LUTANDO NÃO SÃO COMPREENDIDAS PELA MAIOR PARTE DAS PESSOAS...
:(
Pois se fossem compreendidas, dificilmente haveriam pessoas postando comentários CONTRA A MARCHA ou contra o MOVIMENTO, uma vez que o movimento está preocupado SIM com todas as mulheres e bebês...independente de sua classe social!
O nosso movimento pela HUMANIZAÇÃO DO PARTO luta por mudanças no sistema obtétrico atual COMO UM TODO, luta pela mudança na percepção e entendimento do pré natal, parto e pós parto, visando o melhor para mãe e bebê....o "melhor" baseando- se não no "senso comum", mas em pesquisas e estudos realizados em todas as partes do mundo...
Todo mundo fica preso em discussões centralizadas em pequenos tópicos da luta...e não me entendam mal, estas discussões são super positivas, porque debatem os temas separadamente e muitas vezes, esclarecem dúvidas acerca de questões polêmicas, como o parto dociliciar...mas a HUMANIZAÇÃO DO PARTO é muito maior do que isso...e esta imensa questão está sendo despercebida!
Não estamos onseguindo atingir o "SENSO COMUM" com a nossa luta e isso DEVERIA ACONTECER! Porque se todos entendessem pelo quê exatamente estamos lutando, não teriam dúvidas sobre ficar "do lado de cá" da briga!
Simplesmente pelo fato que a briga engloba o bem da mãe e do bebê...engloba mães lutando pelo MELHOR PARA SEUS BEBÊS!
E não é o conceito de "melhor" que tentam nos empurrar atualmente, para beneficiar o sistema capitalista e gerar mais dinheiro para hospitais e médicos...
é o conceito de "MELHOR" baseado em estudos e pesquisas...
Hj em dia todo mundo acha que ter um filho através de uma CESAREA é normal...as mulheres são levadas a sentir medo do parto normal, da dor...vivemos nos tempos da "CULTURA DO MEDO"...
Em algum comentário escrito neste tópico (sim, eu lí todos!) alguém falou que os médicos estão em seu ambiente de trabalho e que conversam sobre futebol e outros assuntos, porque para eles é apenas seu trabalho...exatamente! E sendo assim, é óbvio que eles também vão preferir realizar procedimentos que lhes rendam mais lucro (como as cesáreas) do que ficar horas acompanhando apenas uma mulher em seu parto normal de 8,9, 10 horas...
Isso é óbvio! Todo mundo quer ganhar dinheiro!
E o funcionamento do sistema obstétrico atual, contribui para que os médicos realmente prefiram fazer cesarianas, já que remunera muito mal os médicos...
Mas nós, que estamos do lado de cá, como mulheres, acabamos nos tronando reféns deste sistema e somos levadas a passar por estes procedimentos justamente para acelerar o parto e gerar mais lucros, muitas vezes, colocando em risco as nossas vidas e a vida dos bebês...
Partos normais são acelerados com ocitocina sintética ("sorinho"), Episiotomia (corte no períneo) para "facilitar a descida do bebê"...
Somos levadas a passar por cesarianas na maioria dos casos sob falsas alegações de necessidade da cirurgia...
Tudo para poupar o tempo dos médicos e hospitais e gerar mais lucros...
Na rede pública, já está sendo adotado o projeto REDE CEGONHA, que propõe a criação de CENTROS DE PARTO NORMAIS acoplados ou anexos a hospitais, no qual os partos de baixo risco, que são a grande maioria, seriam atendidos por enfermeiras obstétricas/parteiras (parteiras urbanas fazem faculdade de 4 anos para se formar...) em ambiente mais acolhedor e com atendimento humanizado e caso houvesse alguma complicação, as mulheres seriam redirecionadas para os hospitais para receberem atendimento dos MÉDICOS...já as gestantes com intercorrências na gravidez, iriam direto para o hospital...
O que o nosso movimento propõe é justamente isso:
Que as gestantes e seus bebês possam nascer sem ser vítimas de um sistema que está apenas preocupado em gerar lucros para médicos e hospitais e pouco "se lixando" para as mães e bebês e sua saúde...
As cesarianas agendadas, por exemplo, aumentam muito o risco de morte materno-fetal e estão associadas ao aumento de problemas respiratórios nas crianãs nascidas nas últimas décadas...isso porque na maioria das vezes, embora os médicos digam que os bebês estâo "prontos para nascer", seus pulmões ainda estão imaturos...
Só quem pode anunciar que está pronto para nascer é o BEBÊ!!!!! E ele faz isso através do trabalho de parto! Quando as mulheres são levadas a agendar cesáreas e não esperar pelo trabalho de parto, infelizmente elas estão tirando os bebês antes do tempo...não importa se eles estão "maduros"...só o trabalho de parto anuncia que estão verdadeiramente prontos!
E claro que as cesáreas SALVAM MUITAS VIDAS! São muito importantes para os casos de intercorrências na gravidez! Mas aí, quando existe algum risco real para a mãe e o bebê, realizar a cesariana gera um benefício, mesmo que haja algum problema respiratório no futuro, por exemplo...porque vidas foram realmente salvas...
Mas hj em dia, cesarianas são realizadas todos os dias, sob falsas alegações de necessidade...e as mães, achando que estão seus filhos estão correndo riscos, acabam sendo levadas a realizar a cirurgia, muitas vezes, sem vontade...
A maior ´parte das mulheres inicia a gravidez pretendendo "ter um parto normal"...e ao longo da gestação, muitas vezes mudam de idéia, porque os relatos das dores dos "partos normais" que escutam, acabam amedrontando-as...
Sim, estes relatos amedrontam mesmo, porque os partos normais como são praticados atualmente, são mesmo muito dolorosos...e é contra isso que lutamos...
Eles são dolorosos porque são cheios de intervenções, como a episiotomia (corte no períneo) padrão, o uso rotineito do "sorinho" (ocitocina sintética) que acelera o parto mais triplica a dor sentida pela mulher, a impossibilidade de parir em outras posições a não ser deitada (o que dificulta a descida do bebê e exige que a mulher faça mais força, porque a gravidade não ajuda nada nesta posição!)...
Enfim, o parto normal, como é realizado realmente não é um "BOM PARTO", não é HUMANIZADO...
E é aqui que entram as nossas reivindicações...
Lutamos pela adoção da prática de um BOM PARTO...que não faça estas intervenções de rotina, que normalmente aumentam a dor das parturientes, se não houver necessidade...
Que a mulher tenha a seu dispor a possibilidade de ter o acompanhamento de uma doula, que vai dar suporte emocional e físico, com procedimentos não farmacológicos de alívio da dor, como massagens, por exemplo...o a ajuda das doulas, reduz muito os pedidos de antestesia, porque em um ambiente calmo e com as massagens, banhos e suporte que as doulas dão, a mulher consegue tolerar a dor do parto com muito mais tranquilidade...mas...e que fique bem claro este "mas", se a mulher QUISER TOMAR ANESTESIA, ela tem todo o direito, porque o parto humanizado implica justamente em respeitar as decições da mãe para que seu parto seja o mais tranquilo possível, para seu bem e o bem do bebê (desde que os desejos da parturiente não coloquem em risco sua vida ou a vida do bebê, é claro)!
Enfim...a discussão acerca do PARTO HUMANIZADO é muito maior do que "apenas" o PARTO DOMICILIAR!
O direito ao PARTO DOMICILIAR é uma das questões discutidas, mas também deve ser observado que muitas das mulheres que têem optado pelos partos domiciliares, estão fazendo esta escolha justamente pelo medo de irem para os hospitais e terem que passar por todos estes procedimentos dolorosos ou até mesmo serem levadas a fazer uma cesárea sem necessidade...
é pensando nos seus filhos que decidem optar por um parto domiciliar...porque não querem ter que passar por uma cirurgia cheia de riscos se não houver REAL NECESSIDADE...mas, infelizmente, o que mais acontece, como já expliquei acima, é que as cesáreas são realizadas constantemente, vide as taxas apresentadas de mais de 50% no total de partos realizados e QUASE 90% na rede particular!!!
Ou seja, conseguir "fugir" de uma cesárea, para quem tem convênio, é quase uma missão impossível!
Por isso estas mães que marcham, lutam! Porque todas as que conseguiram driblar esta situação, tiveram que ler muito, pesquisar e encontrar os poucos médicos que realmente realizam partos normais na maioria das vezes (fazendo cesáreas só em casos de real necessidade)...
Lutamos para que as futuras mães e bebês não precisem correr tanto atrás do parto normal que sonham e que é melhor para o BEBÊ SIM! Salvo, como já disse, nas situações em que existe alguma intercorrência e a cesárea é realmente necessária e visa salvar a vida de um ou de ambos...
Então, de uma vez por todas, esperi que a gente consiga esclarecer os reais motivos da nossa luta...porque ela é uma luta em nome de todas as mães e bebês que jã nasceram, que estão para nascer ou que ainda nem sequer foram gerados...
é uma luta por todas as mulheres e seus filhos...por melhores condições de nascimento em geral...
CHEGA DE DESREPEITO E PORCO ESCLARECIMENTO A RESPEITO DOS PARTOS PARA GERAR MAIS LUCROS!
São nosso filhos e nossos corpos que estão em jogo...não somos uma mercadoria, muito menos nosso bebês!
Eles merecem chegar ao mundo de uma forma mais digna e que seja MELHOR para eles e para sua saúde...
Tem muitas outras questões que gostaria de abordar, mas meu texto está enorme...só espero que eu tenha conseguido esclarecer um pouco algumas das bandeiras da luta, mas principalmente esclarecer que a luta é por todos!
Quem leu tudo isso e se interessou por algo, por favor, procure ler as bandeiras da marcha pelo parto humanizado e pesquisem exatamente é este parto humanizado que buscamos...não se prendam a "pré conceitos" gerados pelas chamadas das reportagens da mídia, porque eles escolhem um título mais polêmico para vender jornais e matérias e reduzem toda uma luta a um pequeno núcleo do que reivindicamos...
:(
Estamos lutando por nós e também por vocês que estão indo contra a nossa argumentação!
Os comentários da Bia mereciam virar guest post.
Eu acho que todas as reivindicações da Marcha pela humanização do parto são válidas, mas essas mudanças não podem deixar de incluir os hospitais. Uma vez, Lola postou um texto também sobre humanização do parto e alguém disse que os partos são feitos nos hospitais de maneira tão agressiva porque tudo no hospital está voltado para atender as conveniências do médico, e não da paciente. Infelizmente, isso é verdade. Mas é uma realidade que urge ser mudada.
Quanto à seguinte reivindicação:
Que a mulher, sendo gestante de baixo risco, tenha o direito de optar por um parto domiciliar planejado e seguro, com equipe médica em retaguarda caso necessite ou deseje assistência hospitalar durante o trabalho de parto;
Eu acho essa reivindicação um tanto utópica. O sistema de saúde teria que passar por uma reforma profunda antes de se modernizar a ponto de ser possível o atendimento médico em casa, e a qualquer paciente. É necessário termos em mente que é, sim,fundamental que o parto passe a ser um processo bem mais humano, mas, quando reivindicamos isso, temos que fazê-lo pensando em todas as gestantes, independente da classe social. Me parece que escolher parir em casa, com atendimento médico acessível em caso de necessidade, é um privilégio de mulheres de classe média e alta.
Acho que essa nova geraçao de mulheres chega a ter medo da gravidez, cruzes que coisa assustadora!
Erres ao contrário. Um modelo de assistência ao parto domiciliar público sairia mais barato, já que a grande maioria da s mulheres tem um gestação de baixo risco e podem tranquilamente parir em casa. Não é necessário que um médico a atenda (seja em casa, seja hospitalar, uma enfermeira obstétrica ou uma obstetriz é apta para tal), sendo assim desafogaria as maternidades que estariam livres para atendimento de gestante que realmente precisam de um suporto mais delicado, o atendimento hospitalar poderia melhor e ser mais individualizado, tranquilo e todas teriam um atendimento de qualidade.
Não vejo tantas impossibilidades, mas é sim necessário uma mudança de paradigma BEM grande, coisa que este país não está pronto para fazer, coisa que a classe médica, de alter ego inflado, ainda não é capaz de fazer, olhar o outro ao invés de si mesmo! Pensar para fora, ao invés de para dentro e de honrar o juramento que fez...
"O que eu estou dizendo que não é violência e é ignorância é reclamar dos toques vaginais, de conversas entre a equipe durante o parto, etc."
Anônimo, realmente é muita ignorância minha reclamar de um médico, completamente desconhecido, que sem delicadeza nenhuma enfia sua mão na minha vagina, como se fosse qualquer outro lugar! Realmente é ignorância minha desejar algum respeito ao não falarem futilidades e amenidades perto de mim durante meu trabalho de parto ou nascimento do meu filho. Realmente é ignorância minha reclamar do médico, que ao me costurar de uma cesária desnecessária, traçou uma conversa desnecessária sobre erros médicos em procedimentos obstétricos de seus colegas médicos...
Concordo... tudo isso aí é ignorância...
Respeito deve ter outro significado... Me empresta seu dicionário?
Me sinto ultrajada com comentários como o desta pessoa, fala sério vai!
Maria, esse seu comentário além de infeliz foi preconceituoso. Essas mulheres que marcham são todos os tipos de mulheres: negras, brancas, escolarizadas, com baixa escolaridade, com plano, sem plano.
Eu não tenho plano de saude, fiz meu pre natal todo pelo SUS. meu parto foi em uma unidade pública de saude e ainda assim me informei e corri atras de informações e meus direitos. Tive doula sim pq negociei e paguei dentro das minhas condições. Nenhuma Doula decente e que honre esse titulo se recusa a acompanhar gestante nenhuma por falta de dinheiro. Outra coisa, o movimento não começou pq o CREMERJ proibiu doulas, isso foi só mais uma arbitraridade deles. O buraco é muito mais embaixo, acredite! Doula não é "artigo de luxo", muito menos caro para caramba contratar uma. Quem pesquisa e se informa vai investir melhor tendo uma doula do q comprando itens inúteis para o enxoval. Ter uma Doula e atendimento decente e de qualidade no SUS ou fora dele é um direito de toda gestante.
Jenice,
Médicas, inclusive pediatras, já pariram em casa em um parto planejado. Pelas suas perguntas logo se percebe que vc não sabe nada sobre o assunto. Informe-se, por favor!
Que movimentos anti-médicos é esse que vc está imaginando? Isso nunca existiu no movimento, ninguém quer baixar custos, queremos assistência adequada e preparada. Vc sabe quanto custa um parto domiciliar pra falar em "redução de custos"? Vc acha que médicos não acompanham partos domiciliares também?
Sim, sem anestesia, "no seco", simplesmente pq eu quero, é 'minha vontade' e meu desejo. Entendeu?
Um parto domiciliar com acompanhamento de médico obstetra e pediatra, enfermeiros, técnicos de enfermagem, doula, com materias disponíveis como medicação hospitalar, oxigênio, leito aquecido para o bebê, material para intubação, fórceps, etc, ambulância e bloco obstétrico de sobreaviso seria muito mais caro do que um parto hospitalar. Mas é esse tipo de parto domiciliar que as mulheres querem. Elas querem um parto sem interferências, correto? Pois se for para ter isso tudo, quais as diferenças de um parto hospitalar? Seria somente a exclusividade da mãe, de não precisar dividir os profissionais de saúde com outras parturientes. E isso ficaria tão caro que poucas teriam condições de pagar.
Sem discutir se isso é certo ou errado, mas o estado brasileiro ainda não permite aborto e zela pelos que ainda não nasceram. Assim, não é coerente que se permita que um bebê corra mais riscos para agradar a mãe.
O povo fala muito que a gravidez e parto são eventos naturais e que não deveria ser medicalizado, que isso é feito por dinheiro, que os médicos são mercenários, etc.
É claro que a gravidez e parto são eventos naturais e que ocorrem com ou sem a presença de médicos, mas isso não quer dizer que são eventos tranquilos e sem repercussões. A gravidez causa alterações irrecuperáveis ao corpo da mulher (NÃO estou falando de estética) e há risco de problemas gravíssimos. Se fosse para ser racional, e não emocional, mulher alguma engravidaria.
E alguém aí falou que no passado as mulheres pariam em casa e nem por isso morriam. A mortalidade materna era MUITO mais alta que hoje, quem falou isso deve estar de brincadeira.
OBS: Tenho filhos que amo, decidi ter filhos mesmo assim (decisão emocional). Os dois partos foram normais, hospitalares e com anestesia.
Jenice
Na quarta linha do meu post de 23:06, leia-se:
"Mas NÃO é esse tipo de parto domiciliar que as mulheres querem""
Jenice
Jenice, é a própria OMS que recomenda que as intervenções médicas nos partos sejam restritas aos casos em que são absolutamente necessárias. Isso pq é mais comum que hajam complicações em consequência de cesárias do que em consequência de partos normais. E mesmo quando há complicações em consequência de partos normais, elas geralmente estão relacionadas a intervenções médicas feitas nesses partos e não ao parto em si.
Pelo o que eu entendi, esse movimento luta pelo direito ao parto domiciliar assistido, e não desassistido. Querer evitar intervenções desnecessárias não significa querer abrir mão de assistência médica.
No hospital se paga por todos os itens que vc listou mais a internação, e por isto o parto hospitalar sai mais caro que o domiciliar. Tanto que na Inglaterra o governo quer baixar custos incentivando o parto domiciliar.
Gostaria que vc citasse que alterações irrecuperáveis não ligadas a estética são essas que a gravidez causa ao corpo da mulher. Nunca ouvi falar disso e fiquei curiosa.
Tem algumas que falam que o parto normal em cada é mais caro, outras que é mais barato...
No meu entendimento, se houver suporte médico domiciliar, será mais caro. Independente de nao ter internação hospitalar.
Que eu saiba, não tem médico no parto domiciliar. Ele fica de retaguarda para atender no hospital, nos raros casos em que isso se torna necessário.
Se vc for pagar do bolso, acredito que o preço do parto hospitalar se torne maior que o do domiciliar. Mas, obviamente, se seu plano cobre o parto hospitalar e não o domiciliar, a segunda opção se torna mais cara para vc. Imagino que a internação da mãe e do bebê, por dias, saia bem cara.
"Se vc for pagar do bolso, acredito que o preço do parto hospitalar se torne maior que o do domiciliar. Mas, obviamente, se seu plano cobre o parto hospitalar e não o domiciliar, a segunda opção se torna mais cara para vc. Imagino que a internação da mãe e do bebê, por dias, saia bem cara.""
Depende pagar o que...
Se quiser obstetra e pediatra em casa durante todo o trabalho de parto, sairá muito mais caro que no hospital. No hospital o pediatra, anestesista e obstetra fazem outros atendimentos, não são exclusivos du uma única gestante.
Agora se for pagar somente uma doula e enfermeira-obstetra ou parteira, o parto em casa sairá mais barato.
E claro, não podemos nos esquecer do fotógrafo e do cinegrafista, que ganham mais que todos os outros!!!
A maioria das mulheres que tem filhos na rede particular querem o obstetra que acompanhou seu pré-natal fazendo o seu parto, e não o obstetra plantonista. Muitas também querem um anestesista e pediatra a sua escolha acompanhando seu parto. Ou seja, elas pagam para ter esses profissionais a sua disposição, mesmo estando em um hospital.
Depois, em um parto em casa, o obstetra e o anestesista não precisam acompanhar o trabalho de parto. Eles podem ficar na casa deles, de sobreaviso, e caso seja necessário vão para o hospital. O pediatra só precisa chegar quando estiver perto da criança nascer.
Sou mulher.
Sou pobre.
Uso SUS.
De meus 6 filhos:2 foram Plano de Parto,3 foram SUS,1 nasceu em casa.
Onde mais sofri violencia foi no parto pago;paguei por uma anestesia,que não vinha(tinha medo da dor,e pouquissima informação,tinha medo de tudo),levei ocitocina,levei episiorrafia e episiotomia,raspagens toques exagerados,o medico fumava na sala,e eu fiquei sufocando,fiquei deitada,foi horrível;no sus,foi rasoável,mas tbm sofri a frieza medica,o frio nas costas,de ficar seminua(o roupão só cobre os seios,a bunda fica de fora!)e a nenem que nasceu em casa,eu não tinha condução,não dando tempo de chegar ao hospital,mas eu já havia me inteirado de tudo o que diz respeito a um parto em casa(sim,eu estudei e pesquisei sobre o assunto,para o caso de isto mesmo vir a acontecer),e,posso dizer:foi o melhor parto que eu já tive!
Ms não estou aconselhando ninguém a tomar o meu caminho:ele foi a minha saída,e meu parto era digo,minha gestação de baixo risco;não tive doula,mas só o fato de não ter todaa aquela invasãome fez muito melhor!Lógico que busquei socorro,que me conduzisse ao hospital,pensando principalmente na criança,e fui bem recebida,mas gostaria de ressaltar que ,sim,a violencia existe,e não está neste ou naquele ambiente:começa pelas pessoas do círculo social e familiar,agourando nossas escolhas,bem,no meu caso,eu as tive muito poucas mesmo,minha caçula nasceu acidentamlemte em casa,mas foi muito bom para nós duas e o pai junto!
essa coisa de ficarem obrigando a gente;sobe aqui,mãezinha,não grite agora,a contração passou,agora desce,vamos pesar...me fazia sentir um animal indo para o abate!
...não estou condenando os procedimentos,mas a forma como são "normalmente" conduzidos,por pessoas que não estão dividindo aquela dor que voce sente,elas são indiferentes ao fato de que é uma dor ininfracionável!
Amanda Lima: Respeite para ser respeitada. Cada um faz com o seu dinheiro o que quiser. Eu por exemplo nem de graça quero o acompanhamento de uma doula. Aposto que você é uma doula ou amiga de uma...
Sou a coragem em pessoa e uma mulher bem resolvida, não preciso pagar para ter massagens, receber conselhos e nem dicas sobre amamentação!!!
Jenice amei seus comentários. Se eu fosse médica, com certeza seria como você.
Um abraço.
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