Como sempre acontece em tantas universidades, este ano na Unicamp também houve abuso nas atividades de recepção aos calouros. Algumas calouras reclamaram, a questão foi levada pro Centro Acadêmico, e notou-se (como é igualmente comum) que não havia espaço para reflexão sobre o machismo no meio universitário. Pra preencher essa lacuna, alun@s da Unicamp decidiram promover um ciclo de debates sobre machismo e opressão de gênero na universidade, nos movimentos sociais e na mídia. É por isso que estarei lá no dia 28, próxima segunda. Fui convidada justamente para falar sobre esses trotes. Mas sou professora, e quem é alun@ conhece melhor a dinâmica dos trotes, essa praga hierárquica e repulsiva disfarçada de tradição e brincadeira. Queria pedir pra vocês compartilharem experiências humilhantes de trotes, para que eu possa ter mais exemplos pra minha palestra.
Conheço alguns casos. Inclusive já tratei de vários no blog. Em 2010, durante o InterUnesp, jogos universitários realizados em Araraquara, cerca de 50 rapazes da Unesp derrubaram agumas alunas gordas e montaram nelas, como se fossem peões dominando touros. Os outros gritavam: “Pula, gorda bandida!”. Isso foi organizado no Orkut, e os mascus sanctos se vangloriam que foi obra deles (bem capaz). Os três organizadores do Rodeio de Gordas receberam apenas cinco dias de suspensão. Já o Ministério Público forçou um acordo para que Roberto Negrini e Raphael Dib Tebchrani pagassem cerca de 20 mil reais cada um em cestas básicas para instituições (ironicamente, feministas e LGBTTT). Um dos três organizadores, Daniel Prado de Souza, recusou-se a assinar o acordo. Se for condenado, terá de pagar 50 cestas básicas. Fica aqui a torcida para que seja.
No início do ano passado, calouras da Agronomia da UnB tiveram que chupar linguiças com leite condensado em cima, simulando sexo oral (e, pra aumentar a humilhação, quem segurava a linguiça era o presidente do grêmio, vestido de presidenta). Também houve a “brincadeira” de chupar linguiça com camisinha. Enquanto as calouras, uma de cada vez, chupavam a linguiça, um coro de cerca de 250 estudantes cantava “Ovo, ovo, ovo, vai até o ovo”. Os responsáveis pelo evento tiveram a cara de pau de negar o cunho sexual da recepção.
Agora em abril, na faculdade de Direito da UFPR, um dos partidos acadêmicos do curso lançou um guia para calour@s, chamado de “Manual de Sobrevivência: Como Cagar em Cima dos Humanos”, principalmente dos direitos das humanas, que teriam obrigação de dar. Houve nota de repúdio, e o grupo feminista do curso fez uma manifestação contra o manual e o machismo na sua faculdade. Muito a contragosto, o responsável disse que, “SE ofendeu alguém”, pedia desculpas.
O que esses três casos, em cursos e universidades bem diferentes, têm em comum? Eles mostram o descaso que se tem com as mulheres. Alunas, principalmente calouras (o patamar mais baixo na pirâmide social universitária), estão lá para servir a alunos, de uma forma ou de outra. É claro que esse tratamento misógino não é exclusividade das universidades. Ele está em todo lugar. O que choca é que ele persista até num meio privilegiado como o universitário, que deveria ser o ápice da educação formal. Muitas calouras entram na univesidade como foram instruídas -– a baixar a cabeça e fazer o que os homens mandam, sem reclamar. Já os alunos veem essas alunas como se fossem suas. O corpo delas não é delas, é deles.
Este excelente (e forte) vídeo da Frente Feminista da PUC-SP diz muito. Começa mostrando clichês machistas na mídia, e logo vem a pergunta: “Você acredita que está muito longe disso? Acredita que por estar na faculdade te olham de outra forma?” Em seguida surge uma calourada em que as alunas batem bumbo e os alunos cantam: “Seus peitos moles eu cansei de chupar. […] Ó caloura pucquiana, vc não sente dor / Não tenho tanta p*rra / Não sou fornecedor”. Não está claro no vídeo o que é e não é uma performance.
Mas alguma dúvida que essas coisas existam? Nos Jogos Jurídicos, olimpíadas e recepções aos calouros, as faculdades fazem charangas, equipes da bateria para cantar e tocar músicas de torcida para provocar outras equipes/cursos. Por exemplo, aqui está o Proibidão da Atlética da PUC-MG. No repertório de charangas do Direito da UFMG (também chamada de “Vetusta”) há atrocidades assim: “Moreninha vagabunda / Não estudou, só deu a bunda / Foi pra Fumec / Êeeêee / Só sabe f*der. / Loirinha muito rica / Só sabia ch*par p*ca / Foi pra Fumec / Êeeêee / Só sabe f*der. / Ô gorda submissa / Foi pra PUC rezar missa / Lambe minha gl*nde / Êeeêe / Vai emagrecer”. Essas são cantadas em coro por estudantes festivos.
O negócio é tão enraizado que muitas alunas apoiam os trotes e insistem que “a maldade está nos olhos de quem vê”. Uma veterana da Agronomia UnB que defendeu o trote de chupar linguiça (na época dela, ela teve que pegar uma cenoura no meio das pernas de um colega) ilustra bem a situação: “Todos podem fazer o que bem entendem, menos a gente”. E cita o exemplo de um programa de TV em que as participantes têm de pegar notas de dinheiro com a boca. Ou seja, se a mídia é machista, se o mundo é preconceituoso, por que a universidade também não pode sê-lo? De brincadeirinha, claro. E só brinca quem quer.
Em abril último, muita gente lançou nota de repúdio aos atos de violência moral e psicológica ocorridos nos rituais de recepção aos novos alunos da Faculdade de Direito da USP/Ribeirão Preto. Na Festa de Coroação, um grupo de calouras foi proibido de sair do recinto por não querer participar da “brincadeira” “Bixete pega o disquete”. Trata-se de um desfile em que as “bixetes” tem que se abaixar no final do percurso. No “juramento”, os calouros homens prometem não usar seus pênis. Já as calouras, que começam seu juramento com as palavras “Eu, bixete vagabunda...”, dizem que seguirão belas e pertencerão apenas aos veteranos.
Este ano, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora, calouras tiveram que carregar placas escrito “Cara de sapatão” e “Cara de p*ta”. Em 14 de abril ocorreu um caso de abuso sexual contra uma estudante da mesma universidade durante a Calourada do Instituto de Artes e Design. Felizmente, a UFJF tem um Coletivo Feminista, o Maria Maria, que está fazendo pressão. Seu lema é “mudar a vida das mulheres para mudar o mundo, mudar o mundo para mudar a vida das mulheres”.
Pois é, grupos feministas existem e são importantes. Tanto que alunos vivem tentando deslegitimar qualquer protesto de mulheres sobre qualquer coisa. Recebi um email em março de uma aluna reclamando que o CA de Direito da USP chamou uma bandinha de mulatas seminuas para sambar na faculdade. Isso é ofensivo porque, numa universidade com tão poucos negros e pardos (apenas 0,2% dos professores da USP não são brancos), parece que a única forma que moças negras e pardas teriam de entrar é como faxineiras ou mulatas de carnaval. O Coletivo Feminista Dandara, que faz várias campanhas contra o machismo, muitas vezes encontra resistência de alun@s que não querem mudar coisa alguma.
Na mesma semana que recebi o convite da Unicamp, recebi também email de uma aluna da Unifesp Guarulhos. Lá eles estão em greve há mais de um mês, e o clima entre alunos pró e anti greve não anda bom. Numa assembleia recente, os alunos decidiram continuar a greve, e a votação foi apertada. Quando uma das manifestantes quis hastear uma bandeira, um manifestante anti-greve iniciou um bate boca e logo passou a chamar a moça de vadia e vagabunda. Alunas lançaram um manifesto e foram rechaçadas por uma ala conservadora da universidade “que simplesmente não se envergonha de mostrar seu machismo assumidamente em espaços públicos de debate”. Pra demonstrar que a aluna não está exagerando, reproduzo um entre dezenas de comentários deixados por alunos no blog aberto para repudiar o machismo: “Manifesto aqui minha total solidariedade para com os alunos que ofenderam a menina, toda feminista é vádia, até por que o feminismo prega precisamente isso, somente os cegos pela devassidão moral é que não entendem”. Isso vindo de um aluno da faculdade!
Num espaço com tanto preconceito, é lógico que haverá lugar para trotes humilhantes, ameaças, palavrões que valem só pra mulheres, e, em casos mais extremos, rodeios em alunas fora do padrào de beleza e até estupros. Se existe uma boa notícia neste post é que há resistência: a nossa, e a de todas as pessoas que veem que as universidades refletem o mundo encontrado “lá fora”, e lutam para mudar esse mundo.
Mas existe outra boa notícia. A partir deste ano, os órgãos que avaliam tanto universidades públicas quanto privadas incluirão o tipo de trote na equação. As avaliações cobrem trinta indicadores (infraestrutura, planejamento etc), e a questão dos trotes será um deles, entrando na política de atendimento ao estudante. Vamos ver se, correndo o risco de ver sua instituição rebaixada, reitorias sejam mais atuantes em coibir trotes violentos, e alun@s entendam a universidade como lugar de transformação, de tolerância, de diversidade. Afinal, ninguém precisa estudar pra perpetuar a desigualdade.
Conheço alguns casos. Inclusive já tratei de vários no blog. Em 2010, durante o InterUnesp, jogos universitários realizados em Araraquara, cerca de 50 rapazes da Unesp derrubaram agumas alunas gordas e montaram nelas, como se fossem peões dominando touros. Os outros gritavam: “Pula, gorda bandida!”. Isso foi organizado no Orkut, e os mascus sanctos se vangloriam que foi obra deles (bem capaz). Os três organizadores do Rodeio de Gordas receberam apenas cinco dias de suspensão. Já o Ministério Público forçou um acordo para que Roberto Negrini e Raphael Dib Tebchrani pagassem cerca de 20 mil reais cada um em cestas básicas para instituições (ironicamente, feministas e LGBTTT). Um dos três organizadores, Daniel Prado de Souza, recusou-se a assinar o acordo. Se for condenado, terá de pagar 50 cestas básicas. Fica aqui a torcida para que seja.
No início do ano passado, calouras da Agronomia da UnB tiveram que chupar linguiças com leite condensado em cima, simulando sexo oral (e, pra aumentar a humilhação, quem segurava a linguiça era o presidente do grêmio, vestido de presidenta). Também houve a “brincadeira” de chupar linguiça com camisinha. Enquanto as calouras, uma de cada vez, chupavam a linguiça, um coro de cerca de 250 estudantes cantava “Ovo, ovo, ovo, vai até o ovo”. Os responsáveis pelo evento tiveram a cara de pau de negar o cunho sexual da recepção.
Agora em abril, na faculdade de Direito da UFPR, um dos partidos acadêmicos do curso lançou um guia para calour@s, chamado de “Manual de Sobrevivência: Como Cagar em Cima dos Humanos”, principalmente dos direitos das humanas, que teriam obrigação de dar. Houve nota de repúdio, e o grupo feminista do curso fez uma manifestação contra o manual e o machismo na sua faculdade. Muito a contragosto, o responsável disse que, “SE ofendeu alguém”, pedia desculpas.
O que esses três casos, em cursos e universidades bem diferentes, têm em comum? Eles mostram o descaso que se tem com as mulheres. Alunas, principalmente calouras (o patamar mais baixo na pirâmide social universitária), estão lá para servir a alunos, de uma forma ou de outra. É claro que esse tratamento misógino não é exclusividade das universidades. Ele está em todo lugar. O que choca é que ele persista até num meio privilegiado como o universitário, que deveria ser o ápice da educação formal. Muitas calouras entram na univesidade como foram instruídas -– a baixar a cabeça e fazer o que os homens mandam, sem reclamar. Já os alunos veem essas alunas como se fossem suas. O corpo delas não é delas, é deles.
Este excelente (e forte) vídeo da Frente Feminista da PUC-SP diz muito. Começa mostrando clichês machistas na mídia, e logo vem a pergunta: “Você acredita que está muito longe disso? Acredita que por estar na faculdade te olham de outra forma?” Em seguida surge uma calourada em que as alunas batem bumbo e os alunos cantam: “Seus peitos moles eu cansei de chupar. […] Ó caloura pucquiana, vc não sente dor / Não tenho tanta p*rra / Não sou fornecedor”. Não está claro no vídeo o que é e não é uma performance.
Mas alguma dúvida que essas coisas existam? Nos Jogos Jurídicos, olimpíadas e recepções aos calouros, as faculdades fazem charangas, equipes da bateria para cantar e tocar músicas de torcida para provocar outras equipes/cursos. Por exemplo, aqui está o Proibidão da Atlética da PUC-MG. No repertório de charangas do Direito da UFMG (também chamada de “Vetusta”) há atrocidades assim: “Moreninha vagabunda / Não estudou, só deu a bunda / Foi pra Fumec / Êeeêee / Só sabe f*der. / Loirinha muito rica / Só sabia ch*par p*ca / Foi pra Fumec / Êeeêee / Só sabe f*der. / Ô gorda submissa / Foi pra PUC rezar missa / Lambe minha gl*nde / Êeeêe / Vai emagrecer”. Essas são cantadas em coro por estudantes festivos.
O negócio é tão enraizado que muitas alunas apoiam os trotes e insistem que “a maldade está nos olhos de quem vê”. Uma veterana da Agronomia UnB que defendeu o trote de chupar linguiça (na época dela, ela teve que pegar uma cenoura no meio das pernas de um colega) ilustra bem a situação: “Todos podem fazer o que bem entendem, menos a gente”. E cita o exemplo de um programa de TV em que as participantes têm de pegar notas de dinheiro com a boca. Ou seja, se a mídia é machista, se o mundo é preconceituoso, por que a universidade também não pode sê-lo? De brincadeirinha, claro. E só brinca quem quer.
Em abril último, muita gente lançou nota de repúdio aos atos de violência moral e psicológica ocorridos nos rituais de recepção aos novos alunos da Faculdade de Direito da USP/Ribeirão Preto. Na Festa de Coroação, um grupo de calouras foi proibido de sair do recinto por não querer participar da “brincadeira” “Bixete pega o disquete”. Trata-se de um desfile em que as “bixetes” tem que se abaixar no final do percurso. No “juramento”, os calouros homens prometem não usar seus pênis. Já as calouras, que começam seu juramento com as palavras “Eu, bixete vagabunda...”, dizem que seguirão belas e pertencerão apenas aos veteranos.
Este ano, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora, calouras tiveram que carregar placas escrito “Cara de sapatão” e “Cara de p*ta”. Em 14 de abril ocorreu um caso de abuso sexual contra uma estudante da mesma universidade durante a Calourada do Instituto de Artes e Design. Felizmente, a UFJF tem um Coletivo Feminista, o Maria Maria, que está fazendo pressão. Seu lema é “mudar a vida das mulheres para mudar o mundo, mudar o mundo para mudar a vida das mulheres”.
Pois é, grupos feministas existem e são importantes. Tanto que alunos vivem tentando deslegitimar qualquer protesto de mulheres sobre qualquer coisa. Recebi um email em março de uma aluna reclamando que o CA de Direito da USP chamou uma bandinha de mulatas seminuas para sambar na faculdade. Isso é ofensivo porque, numa universidade com tão poucos negros e pardos (apenas 0,2% dos professores da USP não são brancos), parece que a única forma que moças negras e pardas teriam de entrar é como faxineiras ou mulatas de carnaval. O Coletivo Feminista Dandara, que faz várias campanhas contra o machismo, muitas vezes encontra resistência de alun@s que não querem mudar coisa alguma.
Na mesma semana que recebi o convite da Unicamp, recebi também email de uma aluna da Unifesp Guarulhos. Lá eles estão em greve há mais de um mês, e o clima entre alunos pró e anti greve não anda bom. Numa assembleia recente, os alunos decidiram continuar a greve, e a votação foi apertada. Quando uma das manifestantes quis hastear uma bandeira, um manifestante anti-greve iniciou um bate boca e logo passou a chamar a moça de vadia e vagabunda. Alunas lançaram um manifesto e foram rechaçadas por uma ala conservadora da universidade “que simplesmente não se envergonha de mostrar seu machismo assumidamente em espaços públicos de debate”. Pra demonstrar que a aluna não está exagerando, reproduzo um entre dezenas de comentários deixados por alunos no blog aberto para repudiar o machismo: “Manifesto aqui minha total solidariedade para com os alunos que ofenderam a menina, toda feminista é vádia, até por que o feminismo prega precisamente isso, somente os cegos pela devassidão moral é que não entendem”. Isso vindo de um aluno da faculdade!
Num espaço com tanto preconceito, é lógico que haverá lugar para trotes humilhantes, ameaças, palavrões que valem só pra mulheres, e, em casos mais extremos, rodeios em alunas fora do padrào de beleza e até estupros. Se existe uma boa notícia neste post é que há resistência: a nossa, e a de todas as pessoas que veem que as universidades refletem o mundo encontrado “lá fora”, e lutam para mudar esse mundo.
Mas existe outra boa notícia. A partir deste ano, os órgãos que avaliam tanto universidades públicas quanto privadas incluirão o tipo de trote na equação. As avaliações cobrem trinta indicadores (infraestrutura, planejamento etc), e a questão dos trotes será um deles, entrando na política de atendimento ao estudante. Vamos ver se, correndo o risco de ver sua instituição rebaixada, reitorias sejam mais atuantes em coibir trotes violentos, e alun@s entendam a universidade como lugar de transformação, de tolerância, de diversidade. Afinal, ninguém precisa estudar pra perpetuar a desigualdade.
Sem palavras para descrever esse vídeo... Realmente, eu tive muita sorte com os veteranos do meu curso de História na UFRJ (1993/1).
ResponderExcluirComo universitária de primeiro ano, ler esse post me deu um belo mal estar... Não quis ir no trote por não ver o menor sentido neles, ainda bem o meu curso não tem muitos problemas com isso e não sofri nenhum tipo de discriminação, mas tive amigos que sofreram bastante no trote das suas faculdades.
ResponderExcluirEu me pergunto: pra quê? Por quê? Não sei como um ritual de tortura pode ser visto como confraternização. A maior parte dos calouros que vão ao trote fazem isso com medo de sofrerem discriminação ou vingança mais tarde, e não porque realmente querem. É a história de escolher o menos pior.
E o veterano que aplica o trote? É quase sempre na lógica de "fizeram comigo, agora posso fazer com eles". Resumindo, é aquele pensamento de moleque que não cresceu.
A violência travestida de brincadeira ganha justificativas ingênuas. Práticas criminosas ganham alcunha de "tradição". Boa parte dos nossos universitáriOs são crianças mimadas em idade de dirigir com uma extrema dificuldade de discernimento..
ResponderExcluirEm minha época de caloura (1993), as meninas da Pedagogia eram bastante conscientes e mantinham as boas vindas em um clima bastante amigável, mas houve casos neste mesmo ano de leilão de calouras com direito a desfile de meninas semi-nuas no Ciclo Básico, onde além de ofensas, as meninas eram alvo de ataques com sacos cheios de água (no melhor dos casos), ovos e tinta.
ResponderExcluirO mais triste disso tudo é que o trote só foi revisto dois anos depois quando veteranos da Medicina provocaram ferimentos em calouros que se recusaram a tirar a roupa. Antes disso, tratava-se do assunto como brincadeira.
Eu entrei na UFSC em 2009, curso Ciência da Computação.
ResponderExcluirO trote teve algumas "humilhações menores": elefantinho, hino enaltecendo os veteranos, jogar ovo no colega, rastejar no chão sujo, pedir esmola na sinaleira, beber um gole de bebida alcoólica... Mas estes trotes foram igualmente ruins para mulheres e homens.
A parte machista do trote foi uma chamada "mulher de farinha", uma mulher de farinha foi desenhada no chão, e os garotos tinham que f* ela (me recuso a falar "transar" nesse caso...). As garotas ficavam do lado, e deveriam gemer enquanto os garotos atuavam.
Nenhuma garota gemeu, embora tivessem insistido nisso, não nos obrigaram. E a maioria dos garotos estava claramente desconfortável.
Me irritou MUITO o trote inteiro, mas em espcial essa parte me irritou por considerarem "sexo" transar com uma mulher imóvel, que só geme.
Eu reclamei, puta de raiva, com o organizador do trote depois e o que ele me disse foi que eles não fizeram trote em um ano, por acharem ruim, e vários calouros homens reclamaram!
Sinceramente, para QUERER ser humilhado só sendo alguém que nunca o foi durante a vida.
http://www.skoob.com.br/livro/239430
ResponderExcluirGlauco Mattoso. A história do trote estudantil.
Incrível como as pessoas gostam de humilhar quando estão numa posição de hierarquia.
ResponderExcluirAcho que trote pode ser bem legal, se for respeitoso e consentido.
ResponderExcluirPor exemplo, no meu ano de caloura, eu mesma só levei tinta, e ainda assim, só porque eu quis. Nenhum veterano sequer tocou em mim (mesmo em um curso majoritariamente masculino e machista como computação!). Uma outra menina precisou ir embora e não quis que a sujassem, e ela foi numa boa, sem ninguém encher o saco. Tiveram umas músicas pra gente dançar também, mas a música que era meio besteirentas a gente só parou de dançar e pronto. A única coisa que a gente dançou foi a Macarena (tradição da comp), e ainda assim, todos dançaram juntos, tanto calouras quanto calouros, alem de veteranos e veteranas. Foi bem integração mesmo.
Inclusive, o trote que levei da minha familia e amigos foi bem pior (e bem mais nojento) do que o que levei dos meus veteranos!
Ano passado, inclusive, quando foi minha vez de dar o trote (sujar as meninas de tinta), teve uma ou outra que pediu pra não sujar o shorts/camiseta/cabelo e foi tranquilo, a gente só tomou cuidado e pronto. Não vejo problema no trote se for assim, numa boa, com tinta guache (e SÓ tinta guache! Sem misturas bizarras, peloamor) e consentido.
Agora, essas brincadeiras de linguiça, manuais idiotas, cunho sexual, misturas bizarras e etc, sou completamente contra.
Uma coisa que a comissão do trote da cidadania fez certo ano, já que proibiram tinta, foi disponibilizar tinta guache pros próprios familiares dos calouros os sujarem. Achei uma alternativa interessante também. Evitava abuso e era só pra quem queria mesmo =]
Quando entrei na USP, eu não quis participar do trote e ninguém me incomodou por isso. E o pessoal que participou se divertiu bastante. Mas acontece que eu havia entrado na FFLCH, local da USP onde as pessoas aparentemente tendem a respeitar mais os calouros e a quebrar certos padrões e "tradições". E mesmo não participando do trote, duas veteranas me apresentaram toda a FFLCH e me explicaram o funcionamento do curso que eu faria, que era Ciências Sociais.
ResponderExcluirPouco mais de um ano depois eu passei em medicina, na UFMT. Bom, já estou matriculado lá e minhas aulas começam em Agosto, mas acontece que todos os calouros já estão sendo aterrorizados via Facebook. Parece bobagem, né? Mas eles possuem uma lista com os calouros que irão sofrer mais no trote e já fazem mil e uma promessas de humilhações e ridicularizações que iremos sofrer. Essa lista envolve uma pontuação que eles vão dando conforme os pedidos que fazem aos calouros e que são ou não atendidos, entre outros critérios estúpidos. Se eles não vão com a cara de alguém, simplesmente aumentam essa pontuação. Sem contar que lá eles não apenas cortam os cabelos dos calouros homens, eles fazem um moicano e pintam de laranja ou loiro e o aluno é obrigado a ficar assim durante semanas. Eles já postaram vídeos que envolvem beber cerveja no pé dos veteranos, se jogar no barro e entrar em jogos constrangedores.
E já deixaram claro que quem se recusar a participar do trote não será apadrinhado e ficará automaticamente excluído do convívio social do curso.
Eu já sei que não vou participar desses jogos e muito menos deixarei que pintem meu cabelo. E não é aquela tinta que sai no banho não! Então não sei o que vai acontecer...
Mais do que machismo e misoginia, esse tipo de ocorrência mostra do que as pessoas são capazes quando têm o poder nas mãos. Ainda que pequeno, ainda que relativo, ainda que imaginário.
ResponderExcluirSó resta lamentar por tão pouca evolução.
Daqui a pouco aparece mascu dizendo que sofreu trote na vida "e nem por isso se tornou uma pessoa MENAS pior".
ResponderExcluirVou postar aqui algumas das coisas ditas na comunidade do curso de medicina da UFMT. Comunidade de suposta integração entre calouros e veteranos:
ResponderExcluir"Quer dizer que as calouras já estão todas amigas e cheias das piadas??? Caloura Camilla [vou retirar todos os sobrenomes para não expor ninguém], seus veteranos vão adiciona-la no msn, e nem pense em bloqueá-los! E uma dica para as duas, riam agora, porque quando as aulas começarem vocês vão é chorar!"
"CALOURO BURROOOOOO!!!
Vai a merda!!
Kraaaa....Eu ainda avisei o retarda p/ pendir benção antes de add....
VC ACREDITA....Thiago, que ele está sujando teu nome?"
"Aí calourada, quero ver TODOS vocês em agosto representando o Leão e cantarolando essas musiquinhas aqui:
♪♪ ♫
A semana inteira
Fiquei estudando
Pra passar no ENEM
Acabei bombando
Quando a gente é burro
Vai fazer unic
E tem que pagar
tem que pagar
tem que pagar!!!
♪♪ ♫♫
Ô UNIC VAI TOMA NO CU
ÔÕ UNIC VAI TOMA NO CU
NÃO PAGO FACULDADE, VOCÊ NÃO CONSEGUIU!
BANDO DE PLAYBOY, VAI PRA PUTA QUE PARIU!!!
LIGUEI PRO AÇOUGUE
CAIU ERRADO
ERA A UNIQUE E JÁ ESTOU MATRICULADO
COISA FÁCIL ASSIM, NUNCA SE VIU!
BANDO PLAYBOY, VAI PRA PUTA QUE PARIU!!!"
Em 2001 eu fui aprovada para Engenharia Florestal no campus da Unesp de Botucatu - SP.
ResponderExcluirDeixei a casa da minha família em São Paulo para fazer faculdade.
Nunca sofri tanta humilhação, eles fizeram a gente colocar o sutiã pra fora da roupa....
Fizeram meninas simular sexo oral com uma garrafa....
Faziam "mastiguinha" com os meninos: o primeiro mastigava um alimento e cuspia, e os outros faziam o mesmo com o mesmo alimento.
"Batizavam" os calouros: você levava um banho de pinga enquanto milhares de calouros gritavam ao seu lado...
Enquanto estávamos tendo as aulas iniciais, veteranos passavam pela nossa sala e ameaçavam que iam nos pegar após a aula...
E sempre tinha um assédio idiota, porque são mais meninos do que meninas nesse curso.
Enfim.... esses fatores contribuíram para que nem terminasse o primeiro semestre,
larguei mesmo a faculdade sem olhar pra trás...
Fiz cursinho novamente e entrei na ECA - USP, que tive uma recepção maravilhosa e mto amigável... Os veteranos sempre foram solícitos e prontos para ajudar de várias formas.
Oi Lolinha!
ResponderExcluirQue NOJO desses trotes!
Nojo!
vai lá e arrasa Lola!
Vc é nossa porta-voz!
Bjos
Lana
Ah! Esqueci de dizer que na Unesp Botucatu os calouros são batizados "amistosamente", e os apelidos são humilhantes em especial para as meninas...
ResponderExcluirO meu era Liana, que é uma planta trepadeira.... Q lindo, né?
As minhas amigas, "Quero pica", "Táboa", "Xupete", "Fogo no cu", etc.
Os dos meninos eram mais uma tiração de sarro, tipo "Marquito", "Queixada", "Gigante", etc.
Eu nem tenho palavras... É tudo tão lamentável...
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/05/proposta-para-mudar-estupro-na-lei-chama-coisa-pelo-nome-diz-relator.html
ResponderExcluirOlha o que a decisão do STJ fez.
Fernando Borges
ResponderExcluirQue horror Fernando! O pior é que as coordenações/direções, etc não estão nem aí, mas será que não tem alguma forma de denunciar isso? Tu já tá cheio de provas, para que no dia quem não quiser participar não sofra nenhuma consequência.
Eu vejo que eu tive sorte porque não teve nenhum trote quando entrei na minha universidade.
Paola
ResponderExcluirSou formada em medicina na unesp de botucatu.
Lá a fama dos trotes mais violentos era dos alunos de agronomia e engenharia florestal mesmo.
Eu mesma levei um trote ruim,levaram eu e umas meninas pra uma republica de meninos que ninguém conhecia nem sabíamos onde era ,me obrigaram a beber pinga pura, cuspi tudo e espirrou nos meus olhos( eu usava lentes de contato e tive que retirar correndo).
Tenho um conhecido que entrou em agronomia no mesmo ano que eu( 93), e que desistiu da faculdade de botucatu pq não agüentou o trote.
Ele foi no mesmo ano pra ufscar, em araras( de onde somos) não sei se lá foi bem recebido no trote.
Bj!
Lola: que hora vai ser sua palestra dia 28? Se for de manha ou de noite eu posso assistir. Bjs.
Caramba Fernando.
ResponderExcluirNão dá para fazer uma denuncia, mandar pros jornais, avisar oq ta rolando?
Né?!
ResponderExcluirhttp://f5.folha.uol.com.br/humanos/1092547-para-ter-sucesso-no-trabalho-mulheres-tem-que-ficar-quietas-diz-estudo.shtml
Lola,
ResponderExcluirAs vezes eu leio seus posts e tenho medo desse mundo, dessas pessoas, sou recem formada e fico estarrecida de isso ser comum em vários lugares...as pessoas que fazem isso isso tem praticamente a minha idade...nós somos o futuro?
"parece que a única forma que moças negras e pardas teriam de entrar é como faxineiras ou mulatas de carnaval."
ResponderExcluirMe digam o que mais aparece rebolando semi-nua no carnaval,e pior:com um sorriso no rosto??? Defendem funk e pronografia,e depois querem que os homens nos vejam e nos tratem como seres-humanos?
E sim,feminista prega hedonismo,destruição da família etc depois reclamam que homens estão irresponsáveis,estupradores,engravidam e pulam fora!
Vcs se contradizem,é imoral dizer que nos defendem!!!
Continuem dando faquitos quando alguém diz isso e que estamos indo bem pra caraca na conquista dos nossos direitos!!
Maria Valéria, então vc sabe do que eu estou falando.... ehehe
ResponderExcluirAcredito que o fato dos alunos de agronomia e engenharia florestal terem aulas em uma fazenda, mas afastada, faça com que os veteranos se sintam mais à vontade para fazer esse tipo de coisa...
Eu fui embora, não me arrependo e espero que as coisas mudem.
Dá para brincar de uma forma mais saudável, né?
Imagina, poderia ter feito um estrago feio nos seus olhos essa brincadeira sem graça....
Lola e leitor@s, noticia boa:
ResponderExcluirAgora é lei: as palavras “bacharela” e “mestra”, vão aparecer em diplomas e certificados escolares das estudantes. As que já têm diploma e que quiserem podem pedir um novo à faculdade com a mudança, como, por exemplo, bacharela em administração.[...]
Trecho com um dado importante:
"Hoje, no Ensino Superior, são 900 mil mulheres a mais do que homens."
link: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/05/lei-obriga-que-palavras-bacharela-e-mestra-sejam-usadas-em-diplomas.html/
Lana.
Sim, Paola... O fato de o trote ser numa fazenda facilita muito o trote violento....
ResponderExcluirEu mesma não fui na fazenda( lageado) no dia que seria o famoso trote do ' banho de lama'. Vc pode imaginar por que não fui....rs
Mas ao mesmo tempo, lembro que os veteranos da agronomia e florestal faziam um dia de trote educativo e solidário, onde na mesma fazenda cada calouro plantava uma arvore... Não lembro se era aberto aos outros cursos como medicina ou se se agronomia e florestal estavam incluídos, mas enfim, uma idéia tão legal e educativa de trote como essa, pra que precisa de banho de lama ou outras humilhações?
Lembro de muitos calouros da medicina que iam pras aulas fantasiados de mulher, sempre achei engraçado, mas nunca havia me perguntando se isso era feito com o consentimento dos calouros ou se eles mesmos achavam graça... Se fosse assim, por mim, ok, senão, algo ta errado, mesmo que seja vestir uma ' inocente' fantasia...;)))
Bjs
Lord Anderson e Anônimo
ResponderExcluirPois é! A vontade que dá é de denunciar tudo isso. Parece que um aluno da turma imediatamente anterior a nossa (exatamente os que estão nos apavorando agora) desistiu do curso e voltou pro cursinho depois de passar por um trote humilhante.
Se quando as aulas começarem eles realmente cumprirem o que estão prometendo, eu irei sim na reitoria denunciar. Uma coisa é participar espontaneamente, outra bem diferente é ser coagido e participar de jogos constrangedores e "tradições" estúpidas.
Engraçado que o argumento é sempre o mesmo: "Ah, nós também passamos por isso. É uma tradição. Você por acaso pensa que é melhor que alguém?"
O pior é que ninguém quer ser "o chato!". Ninguém quer começar o curso sendo excluído, principalmente no caso de pessoas como eu e da maior parte da minha turma que vão mudar para um Estado diferente, sem conhecer praticamente ninguém na região, estando completamente perdidos no início.
Assim que essa fase passar eu venho aqui dizer o que aconteceu.
NOJO desses trotes e tbém de alguns comentários.
ResponderExcluirLola, qdo era mais nova fui quase estuprada, fiz uma escandalo mas hoje, lendo tudo que vc posta, vejo que fiz pouco.
Se hoje um CRIMINOSO tentar se aproveitar de qq situação eu parto para a violência física.
Legítima defesa não é crime.
E depois delegacia, chamo jornais, o que for.
Indignada com tudo.
Lana
Eu sou da UNESP Araraquara e lembro bem o rebuliço que houve com a idéia de idiota do "rodeio das gordas".
ResponderExcluirSempre tem um idiota que tem a idéia e outros para pactuarem. Foi lamentável, eu sei.
O que não entendo é porque as bixetes se submetem a fazer tudo o que os veteranos mandam...Não entendo, mesmo.
Qaundo levei meu trote, uma verteranAAA veio com a idéia que eu tinha que lamber um microfone de brinquedo e gemer.
Falei na cara dela :"_Nem fodendo !!!"
Dei as costas para ela e para a multidão que aguardava ansiosa e fui interagir com outras pessoas.
Acho que, se todas as pessoas se recusassem a participar de brincadeiras humilhantes/degradantes, elas não existiriam mais.
Ellen
Essa "Lana" das 22 de maio de 2012 12:50, é diferente da primeira "Lana(eu)" a comentar 22 de maio de 2012 12:30.
ResponderExcluirMas de qualquer forma, Lana (22 de maio de 2012 12:50), compartilho da mesma opinião que a sua sobre os trotes. Nojo!
Lana.
Incrível o vídeo. Incrível como é nojento.
ResponderExcluirLana xará
ResponderExcluirOlá!
Vi seu comentário sobre os termos bacharela e mestra, então, além do nome compartilhamos o sentimento de indignação.
Lana
Fernando, se você tem receio de ser excluído por não participar do trote, lembre que, as """pessoas""" que vão te excluir são aquelas que você já sabe que não prestam para ser seus colegas. Então, e daí?!
ResponderExcluirVamos Tesouro, e nao se misture a essa gentalha !!
Há males que vêm para o bem.
" Fazer drama por causa de trote sexualizado é coisa de minoria, a maioria das mulheres adora uma putaria." Anônimo 12:12
ResponderExcluirNão, as mulheres são ensinadas e cobradas a serem mansas e não reagirem, em parte por medo de uma agressão.
Anônimo burro, vc lê algo que tem escrito nesse blog?
Fico triste de ver minha cidade (Juiz de Fora) citada no blog por conta de acontecimentos tão tristes... ainda mais referindo-se ao curso para o qual tentarei o vestibular esse ano (comunicação/jornalismo)... mas pelo menos contamos com um grupo feminista que tenta mudar um pouco as coisas :x
ResponderExcluirGostei muito do seu texto e por esse motivo resolvi dar um pequena contribuição. Eu estou no 4o ano de Pedagogia na Faculdade de Educação da USP.
ResponderExcluirNo nosso somos majoritariamente mulheres e de todas as frentes possíveis(feministas, machistas, passistas, etc). O trote, de acordo com todos os relatos que ouvi de anos anteriores ao meu ingresso e durante esse 4 anos em que estou lá, sempre foram muito respeitosos com os calouros e calouras, nunca tendo sido presenciado nenhum tipo de coação moral ou machista para com as meninas. Os rapazes envolvidos nas discussões para construir a calourada são muito conscientes do espaço das mulheres (ou do espaço que deveríamos ocupar) e muito cobrados para isso.
Esse ano, porém, um alegre qualquer do atual segundo ano, resolveu participar da recepção e quis pintar as meninas. Ele, então, ao saber que uma das meninas era casada, se ajoelhou em frente a ela e pintou um cadeado (simbolizando um cinto de castidade) na altura dos órgãos genitais da caloura. Em seguida, ficou insistentemente abraçando a garota e chamando-a para ir ao cinema com ele. Obviamente que ele foi inibido pelo grupo que estava presente no momento e um imenso debate a cerca dessa abordagem foi travado.
Não podemos deixar que qualquer pessoa controle ou nomeie nossos corpos. Seja pela depravação ou seja pelo intenso conservadorismo implícito nos atos. O machismo ainda se encontra bem presente inclusive em espaços já construídos pelo coletivo feminino e onde os intensos debates a cerca de gênero se fazem presentes. Devemos estar atentas para as "ingênuas brincadeiras" que carregam em si esteriótipos e preconceitos.
Bem, Lola, no meu trote (UFMG) eu não me lembro de nenhuma ocorrência. O pessoal jogou tinta na gente, catchup, mostarda, farinha e coisas do tipo, meu cabelo ficou um pavor. As brincadeiras foram "equilibradas" para homens e mulheres. Uma era aquela de passar o palito para a pessoa da frente, com a boca, todos os calouros participaram. A outra era dar um beijo no mascote, um cachorro daqueles de balão, sem saber para quê, e depois dar um beijo no colega do lado no mesmo lugar. Ah, e fazer o tal do elefantinho, pedir dinheiro no sinal. No ano seguinte eu não dei trote nos calouros, porque acho uma brincadeira boba, mas pelo menos acredito que no meu não tenha existido machismo. Se eu lembrar alguma coisa, eu posto aqui. Só fica aquela pergunta: cadê a graça de botar medo, sujar e humilhar alguém?
ResponderExcluirQuanto a essas charangas... Uau, algumas são um poço de ignorância. Espero que não todas. Tenho uma amiga que faz medicina e pelo que ela contou (toda empolgada, aliás) das músicas é que são assim: contra a UFMG, falam que as alunas são "feias", "barangas", "têm bigode"; contra as faculdades particulares, falam que os alunos "pagaram para passar", são "burros", etc.
Quando ela me contou das músicas que ela mesma cantava contra a federal, eu fiquei espantada. Primeiro, pela grande demonstração de inteligência que é a composição (ironia). Depois por que, caramba, não era lá que ela queria estudar? Não que a faculdade dela não seja boa, é a melhor particular de Minas (melhor que algumas federais, também), mas eu, que sou amiga, sei o quanto ela queria a vaga na federal e o quanto estudou para isso. Aí ela vem me dizer que chama as garotas da UFMG de "barangas" e "bigodudas" achando a maior graça. Eu acho deprimente, mas, enfim. Creio que ela saiu da charanga (é, porque ela chegou a entrar para os ensaios e tudo), ou parou de tocar no assunto comigo. Meus amigos dizem que por mais que eu não os critique nem fale qualquer coisa, a minha cara de nojo quanto eles me contam o que "aprontaram" faz com que eles tenham receio de me falar (estou tentando mudar isso e ser mais condescendente, mas, sério, alguns dos meus amigos precisam muito que alguém bote uma luz na cabeça maluca deles).
Sobre as músicas, fica pior. Na faculdade dessa minha amiga, uma das alunas foi encontrada morta em um feriado, num hotel, junto com o namorado, suspeito de ter cometido o crime e suicidado. Na medicina UFMG, parece que um aluno esfaqueou uma colega porque ela não quis sair/namorar/transar com ele, algo assim. Advinha o que as charangas fizeram? Elas compuseram versos para os episódios, usando uma contra a outra. Quando minha amiga falou isso, eu achei horrível, de extremo mal gosto, podre mesmo. Cadê a graça nisso, gente? E num curso como medicina, em duas faculdades boas e concorridíssimas, onde a gente espera que as pessoas não sejam tão completamente ignorantes e obtusas.
Parabéns pelo post Lola, eu como aluna da Unifesp - Guarulhos, agradeço esse post denunciando todo esse machismo e preconceito nas universidades brasileiras.
ResponderExcluirNa unifesp está complicado demais, temos um Grupo de estudo de gênero, raça e sexualidade(s)(MAPÔ) lá, mas o debate ainda está muito difícil.
Deixo aqui meus agradecimentos pelo texto!
uma pena que o que poderia ser uma brincadeira saudável vire essa baixaria e falta de respeito...
ResponderExcluiro meu trote, graças a Deus, foi bem tranquilo e nada machista...
os meninos até saíram mais prejudicados, pq rasparam os cabelos deles...
todos fomos pintados com tinta guache(?), enfileirados com uma corda, fizemos juramento de lealdade aos veteranos, tiraram um dos sapatos e cada um teve que dar 10 reais pelo "resgate" (teve até cabeludo que soltou um "eu dou 20, mas não corta o cabelo!").
no final, o dinheiro foi transformado em cerveja e teve uma grande festa num bar perto da facul...
pq não são todos assim??
Ah, outra cena que foi parar no rol de composições da charanga foi um trote da medicina UFMG em que um dos alunos, ao ter que pedir dinheiro no sinal, teve a brilhante ideia de assaltar um ônibus. Ele ameaçou os passageiros, recolheu uma quantia em dinheiro e assediou uma garota. Segundo minha amiga (foi ela quem me relatou a história), parece que o cara obrigou a garota a fazer ou simular sexo oral nele. E aí a charanga da faculdade da minha amiga achou muito engraçado colocar isso numa música.
ResponderExcluirEu não sei se o episódio aconteceu de verdade, mas só de alguém achar graça com a possibilidade disso ter acontecido, e ainda fazer uma música para tirar sarro, é nojenta. Não é uma piada, não é só uma brincadeira. E, não, não é engraçada.
Credo! Estudo Arquitetura e Urbanismo na UFMG e nem sabia que o pessoal do Direito tinha dessas coisas. A Escola de Arquitetura e Design é uma das poucas unidades que estão fora do Campus, e dos trotes que presenciei aqui, todos foram bem tranquilos.
ResponderExcluirMas esse ano, no curso de Turismo, algumas alunas foram amarradas em uma árvore e tiveram que chupar um cassetete com uma camisinha. Recebi um e-mail da Reitoria ameaçando punir todos os responsáveis por trotes humilhantes, mas não tive notícias do que aconteceu com quem organizou o trote do Turismo deste ano, se foram mesmo punidos.
Lola...meu comentário era muito grande, então vou te enviar por email o/.Foi um baita relato...
ResponderExcluirNão fui vítima de trotes, mas fiquei chocada com os relatos encontrado neste blog. E mais chocada ainda com as meninas que "se permitem" a participar dessas brincadeiras de PÉSSIMO gosto. Será que queimamos sutiãs, lutamos para poder trabalhar, por igualdade salarial, por respeito e tudo o mais por nada? Para que uma representante (?) da classe feminina diga que a maldade está na cabeça de quem a vê...Fico decepcionada com algumas mulheres e, em contrapartida, orgulhosa por outras (minoria, ainda!) que não se sujeitam à essas ridicularidades travestidas de brincadeiras ingênuas. Adorei o post!
ResponderExcluirAproveitando o gancho do que falaram a Camila e a Paula,
ResponderExcluiracho que isso é o que acontecesse na maioria das vezes. Nos meus tempos de faculdade (entre 2000 e 2004) acho que era assim. Geralmente se deixava as brincadeiras mais pesadas para os meninos até.
Só que vendo hoje não sei se mesmo as pequenas humilhações (existe humilhação pequena?) são tão toleráveis assim, como vejo que passar para algo violento e que vai gerar traumas em alguém é muito fácil.
Na época mesmo tínhamos que controlar uns mais exalatados que queriam pegar mais pesado, constranger as meninas, embora não fosse a regra.
Fernando,
ResponderExcluirno seu caso acho que é bom ir guardando print screen dos que fazem ameaças via facebook.
No primeiro momento que alguém quiser abusar da "autoridade" de veterano, você entrega uma cópia na coordenação do curso.
Nossa, to chocada com o texto e com os comentários. Aqui na UFSC eu nunca ouvi relato de nenhum trote violento ou constrangedor.
ResponderExcluirO meu, no curso de Jornalismo, foi super legal. Só sujaram a gente de tinta guache e farinha e fizeram uma gincana com brincadeiras, tipo torta na cara, estourar balão e tal. Depois tínhamos que pegar dinheiro no sinal pra fazer uma festa, mas foi tranquilo.
Quem não quis participar do trote, foi embora e pronto. Não deixaram de fazer amigos por isso, pelo contrário. Ninguém foi ameçado nem nada. Sério, me recuso a acreditar que isso exista =/
Ô anônimo do probleminha com o pessoal de Humanas, como assim TODOS os que aplicam essas "brincadeiras" são dessa área? Foram vários os cursos citados aqui, como Engenharia Florestal e Medicina.
ResponderExcluirAliás, Lola, mais uma pérola da UFMG: costumava fazer parte do trote da Engenharia ir lá na FAFICH (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas) e na EBA (Escola de Belas Artes) cantar musiquinhas absurdamente inteligentes e agradáveis sobre o quanto os alunos desses prédios eram "viados", "bichas", e "davam" para todo mundo.
Acho que a reitoria finalmente ouviu as nossas reclamações e eles pararam com isso, porque nos últimos dois anos eu não vi acontecer.
Ai, meu deus, olha eu aqui difamando os outros cursos! Gente! Que gafe! Nossa, como eu pude? Nunca na minha vida inteira eu me senti tão esquerdisda quanto nesse momento.
ResponderExcluirAi, meu deus, eu NUNCA fugirei dessa PROVA! Você tirou um print?? Não creio! Agora você me pegou!
ResponderExcluirSabe, você realmente deveria adicionar o fato de eu ser uma ateísta desalmada por escrever deus com letra minúscula. Combina bastante com a imagem de esquerdista pseudointelectual.
Formei em Direito pela UFMG e já tive o desprazer de ouvir essa charanga tocar. As letras são pura babaquice, esse funk ai não me recordo, mas era comum ironizar os alunos das particulares, alunos não!, as alunas. Tinha uma menina que ficava no palco cantando com voz de funkeira e se sujeitava a ser a personagem das canções machistas e elitistas sobre a burrice e futilidade das meninas da FUMEC, Puc e outras. Era (ainda é, eles estão lá, eu é que formei) ridículo, mas eles se portavam como o máximo. E o pior é que eles ensaiam no auditório da faculdade todo sábado, fazia curso de italiano lá e tinha que ouvir a barulheira toda...
ResponderExcluirGabriel BH/MG
Que bonitinho, você fez uma imagem para mim! Até colocou um hiperlink e tudo. Posso por no meu blog também?
ResponderExcluirAh, já sei! Por que você não faz um gif alternando TODOS os meus textos? Vai ficar TÃO legal!
Bem, há dias em que eu realmente me divirto por aqui, Lola. Desculpa (de novo) pela bagunça nos comentários. Por hoje, já chega, não é? Cansei de gastar sarcasmo.
Beijo, beijo.
Anônimo disse...
ResponderExcluirEsquerdista Confessando
22 de maio de 2012 15:19
_____________________
Ñ sei se vc se é ignorância ou má-fe. A única coisa q este print prova é q estes Sanctos são racistas e homofóbicos. Ñ entende o q é uma ironia? Quer q alguém aqui lhe explique??? Foi o q fez a Camila Fernandes... De qqr maneira coloque este imbecil no seu devido lugar, Camila.
Na Biologia da UFRJ, há uns 10 anos, o trote era considerado respeitoso, porque eles não pintavam a gente.
ResponderExcluirMas ao mesmo tempo, tinha uma gincana bem estúpida, que as meninas tinham que morder uma cenoura recheada de leite condensado. A cenoura ficava amarrada em frente aos genitais de um veterano, e quando o leite condensado vazava da cenoura o veterano fazia questão de espalhar na cara das meninas.
Ninguém batia nas meninas pra participar, mas sinceramente não precisava.
Tinham poucos calouros, e estes não se conheciam e milhares de veteranos gritando loucamente e ameaçando a gente dizendo que, se a gente se recusasse a participar, a próxima brincadeira seria pior.
Pro meninos eles colocavam uma bexiga meio murcha amarrada na cintura, que se pendurava em frente à bunda deles. Nisso, um outro calouro tinha que estourar a bexiga sem usar as mãos, e sem tirar a bexiga do lugar.
Situação extremamente humilhante para todos.
Quando passei a veterana, reclamei que o trote não deveria ser assim. Um dos veteranos mais velhos me disse "até parece que nenhuma menina que entra na faculdade nunca fez sexo oral, deixa de ser puritana".
Então o negócio é esse? Quando você já fez sexo oral em algum momento da vida, não pode mais escolher nem onde nem com quem?
Quando eu respondi a ele "mas não na frente de 100 pessoas", todas as pessoas da comissão de trote me taxaram de conservadora, virgem, e outras coisas.
Como se ser virgem fosse crime, mas humilhar seus colegas não... =S
Me arrependo de ter ficado tão passiva no meu trote, foi uma situação muito humilhante.
Eu passei na Arquitetura do Mackenzie em 98. E lá tinhamos o básico, pintar o rosto e pedir dinheiro no farol.
ResponderExcluirMas a prova de que dá pra fazer trote legal sim, com o objetivo de socialização, era o trote organizado pelo DA. A "gincana dos bixos" ocorria na primeira semana de aula e participava quem quisesse. Os bixos eram divididos em grupos, com um veterano líder, e passavam a tarde numa competição super amigável, no centro de São Paulo executando provas, como contar quantos espelhos tem na escadaria da Sé, achar a loja de bóias mais antiga da cidade, comprar uma fantasia na ladeira Porto Geral. Para cada prova completada o time ganhava fichas de cerveja para serem gastas numa festa no fim do dia. Conheci muita gente legal assim. E o clima da festa era ótimo, sem humilhações, musiquinhas de mau gosto e mais nenhuma "brincadeira".
Essa tradição se manteve enquanto eu estive por lá. Hoje eu não sei como anda.
Sobre as meninas não participarem dos trotes...
ResponderExcluirO que acontece em mutios casos é que os estudantes deixam a cidade que moram para fazer faculdade, e o jovem está sozinho, deslocado e ainda sem amizades....
Na Unesp Botucatu, as pessoas que eram mais "frescas" não eram bem vistas, e os veteranos pegavam mesmo no pé...
Aí vc fica com receio de ser deixado de lado, de não fazer novas amizades, etc.
É tudo muito complicado.
Além disso, como eu descrevi, o trote acontecia também em horário de aula, em que veteranos ficavam nos observando e ameaçando enquanto tínhamos aula... Alguns professores se cansavam e fechavam as portas para conseguir dar aula com tranquilidade.
Eu fiquei tão chateada com isso tudo que deixei a faculdade, fiz vestibular novamente, mudei de área e de curso... eheheheh
Em 2009, quando eu recebi trote aqui na FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso) no Rio de Janeiro, os formandos tinham que vestir a roupa do avesso e colocar o sutiã por cima da bluisa no caso das meninas, e os meninos a cueca por cima da bermuda, ou da calça.
ResponderExcluirAlgumas meninas (as maisa bonitas e sensuais, seguindo o padrão de beleza) tinham que chupar um chokito até sumir a cobertura de chocolate. Sim, isso era uma simulação de sexo oral.
Esse ano eu estava vendo o trote, e percebi uma coisa bastante humilhante também. Eles pediam para as formandas (leia-se as loiras, magras, com roupas mais curtas e de blusa branca, de preferênca) subirem em um banco enquanto miravam nelas com aquelas armas de água. O objetivo, óbvio, era deixar a roupa transparente.
E os meninos? Eles tinham que fazer abdominais, flexões, e um grupo de 4 ou 5 (entre uns 60 alunos) tinha que carregar as mochilas e bolsas de TODOS os outros.
Conclusão: o objetivo do trote para as meninas era expor seus corpos para que fossem cobiçados e comentados publicamente. O objetivo para os meninos era por em prova sua força e resistência física.
Depois de sentir vergonha alheia eu fui embora, e não sei como terminou.
Machismo? Não, que isso...
O meu trote foi super tranquilo. Eles apenas confiscaram nossos calçados, pintaram o nosso rosto e nos fizeram beber pinga, depois pedir dinheiro no sinal. O tratamento foi igual para todo mundo. Quem não quis participar, pode ir embora de boa, ninguém humilhou ninguém, de forma nenhuma.
ResponderExcluirNo outro ano, como veteranos, fizemos trote com os novos calouros e dessa vez tive que chamar atenção de uns colegas porque uma moça quis ir embora e não estavam querendo deixá-la. Pior, a guria explicou que tinha síndrome do pânico e estava começando a ficar ansiosa e quiseram humilha-la por isso.
Mas fiquei com a impressão de que esse problema é mais comum em universidades grandes, como as federais e PUCs da vida... será?
Lola, não é trote, mas uma festa da turma de medicina da Sta Casa está divulgando um cartaz ultramegasexista, onde aparece um cobrão viril se erguendo sobre duas mulheres seminuas, algemada e ajoelhadas, como título "festa da libertação"
ResponderExcluirdá para ver a imagem aqui
http://www.facebook.com/photo.php?fbid=430062167018283&set=a.207003549324147.50999.100000435104667&type=1&theater
Trotes deviam ser proibidos por lei. Simples assim!
ResponderExcluirNão existe razão lógica para permitir trotes, nem mesmo os ditos "tranqüilos".
Oi, Lola,
ResponderExcluirveja que absurdo esse ranking de piores trotes:
http://forum.jogos.uol.com.br/os-trotes-mais-crueis-realizados-nas-universidades-brasileiras_t_1889365
Mariana
ResponderExcluirEm 2008 uma amiga chegou chorando do segundo trote do curso de arquitetura da UFMG. Além das tintas e purpurina, passaram esmalte de unha no rosto e cabelo, amarraram,tiraram mochila e sapatos. Cortaram as roupas intimas de algumas pessoas, fizeram andar de quatro...
Lola eu acho legal vc dar exemplos tb dos trotes solidários, comigo quando entrei na facul foi assim, os calouros fizeram uma lista de Ong's que precisavam de mantimentos, e os calouros escolhiam a entidade e com o que iam conribuir!
ResponderExcluir:) teve até turma que foi visitar a entidade, é bem legal. Acho que o caminho pode ir por aí!
Aqui em passo fundo, na UPF, faz alguns anos que trocaram trotes humilhantes para o "trote solidário". A universidade promove shows, apresentação de teatro, jogos e incentivam os alunos a fazerem doação de sangue (eles recolhem lá na universidade mesmo) e de alimentos. É muito legal, ainda mais pq a maioria participa e a reitoria está diretamente envolvida.
ResponderExcluirSeria muito bacana se mais universidades adotassem essa idéia, unindo o útil ao agradável, onde alunos novos e veteranos interagem e ainda contribuem de alguma maneira social.
Camila, acho que a Lola tem como bloquear o IP desse troll cretino. E tem como saber de onde é.
ResponderExcluirE, troll cretino, vai procurar sua turma, babaca!
Lana 1
(Lana xará do comentário sobre mestras e bacharelas vou escrever Lana 1 ok)
Os Veteranos escolhiam as Ongs*
ResponderExcluirsorry é a pressa!
Acho uma bobeira sem tamanho essa história de trote sujo. Não sei pra que serve, sinceramente.
ResponderExcluirQuando entrei na universidade, em 2010/1, participei do trote. Me arrependo. Não foi sexista, porque todos tivemos que participar das mesmas brincadeiras, mas certamente foi humilhante. Quando fui veterana, não quis participar desse tipo de babaquice e ajudei a organizar o trote solidário, que previa visitas e doações a ONGs, assim como uma gincana. Na minha opinião, um trote solidário é muito mais construtivo do que humilhações públicas dos calouros, já que gera uma externalidade positiva para a sociedade e, de quebra, promove a integração entre os novatos.
Interessante, no vídeo da PUC, as mulheres bem animadas, cantando com entusiasmo a música que "desvaloriza a mulher".
ResponderExcluirConsequências do feminismo
Paulão
ainda bem que no meu tempo de faculdade não tinha essas retardadices.....
ResponderExcluirNo meu curso não teve trote, somente uma festa de integração de veteranos/calouros da qual não participei.
ResponderExcluirDireito - pucrs
Mesmo se tivesse, eu não participaria se fosse algo abusivo. Isso de se sujar e pedir dinheiro no sinal eu acho algo válido, desde que feito com quem quer. O trote solidário também é uma saída criativa pro problema.
Os que abusam nos trotes provavelmente são aqueles bullies da época do colégio com "saudades" dos velhos tempos.
Lola querida, hoje saíram duas matérias na Folha que devem gerar bastante reflexão e debate aqui no blog. Seguem os links e aguardo um post seu, abração!
ResponderExcluirPassageiro É Expulso de Avião Após Dizer Que Não Voaria com Pilota --> http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1094054-passageiro-e-expulso-de-aviao-apos-dizer-que-nao-voaria-com-pilota.shtml
Para Ter Sucesso No Trabalho Mulheres Tem Que Ficar Quietas --> http://f5.folha.uol.com.br/humanos/1092547-para-ter-sucesso-no-trabalho-mulheres-tem-que-ficar-quietas-diz-estudo.shtml
eu não tenho nenhuma informação sobre a origem dessa tradição, mas arrisco dizer que foi importada dos EUA, ao menos nos filmes, vemos alunos passando por situações humilhantes para serem aceitos nas fraternidades. não tenho notícia de que isso acontece em outros países, da europa ou mesmo da américa latina, que não quer dizer que nesses países também não aconteçam, eu só não tenho nenhuma informação. obviamente considero a pratica bastante condenável, mas gostaria de saber (não é ironia): os calouros são obrigados a participar?são coagidos? digo isso por desconhecimento, já que na minha universidade, no meu curso, a palavra trote sequer foi mencionada. e sinceramente eu não tinha nenhuma intenção de fazer amigos na universidade, ao menos, não tinha intenção de ser amiga de nenhuma pessoa que encabeçasse praticas que eu condeno moralmente. quero deixar claro que essa era a minha postura e que não cobro essa atitude de ninguém. alguém fez um comentário que considerei bastante sensato: tudo bem que muitos estudantes deixam suas cidades natal pra estudar em outra cidade, se sentem sós e querem se enturmar, mas tais pessoas querem se enturmar justamente com machistas, misoginos, homofóbicos, violentos?por que não se recusam a participar dos trotes?por que querem ficar bem na fita justamente com essa galera, um bando de playboys babacas? insisto, não estou negando o carater machista dessas dinamicas, nem muito menos defendendo, sou a favor inclusive de combater esse tipo de prática, mas acho realmente complicado que essa prática seja combatida se os calouros se colocam na posição de vítima que são "obrigados" a participar com medo de serem excluídos por seus grupos universitários. não estamos falando de crianças vulneráveis, mas de pessoas que estão saindo da adolescência. lembrando que além de machista, misógina e homofóbica, o trote é bastante violento com os meninos, volta e meia aparece a notícia de um calouro que morreu afogado numa piscina e coisa assim. seria interessante que as pessoas entendessem que estudar numa universidade ainda é privilégio para poucos em nossa sociedade. e sim é um direito, mas também podia ser visto como um dever, ou seja estudantes deveriam ser incentivados a trabalhar para melhorar a comunidade, tendo em vista que nosso ensino é público, todos os contribuintes pagam por isso e infelizmente nem todos tem acesso a esse bem. não seria interessante promover campanhas promovendo esse tipo de conduta?talvez fosse um caminho importante pra colocar a universidade com algo que pode contribuir para a sociedade e não, uma etapa da vida em que se pode permitir festas, regadas a muito alcool e principalmente, incentivar alunos calouros a se sentirem compelidos a socializar com veteranos que não se importa com absolutamente nada além dos seus próprios umbigos. mais uma vez, insisto: contra os trotes violentos e indignos, mas assim que tal os nossos calouros tomarem um pouco as rédeas da situação também?
ResponderExcluirSeria interessante trazer e fazer uma comparação entre os trotes de cursos predominantemente femininos para deixar claro as diferenças de tratamento
ResponderExcluiranônimo das 17:25
ResponderExcluirhomens, mulheres, heteros, gays e trans podem fazer o que querem com a sua sexualidade e seus corpos, contando que estejam dentro das leis ou seja não vale pedofilia - que é crime, estupro - que é crime, agressão física não consentida - que é crime. a sociedade caminha pra isso já faz um tempo, a passos curtos ou passos lentos, dependendo da sua postura, se progressista ou reacionária. penso que pro seu azar, o feminismo tem surtido efeito, e muitas e muitas mulheres ao redor do mundo tem exercido sua sexualidade de forma tranquila, livre e sem encanações. onde o brasil se localiza nessa escala eu não saberia te informar, mas te conto que aqui mesmo já tem um monte de mulher que simplesmente ri dessa palavra vadia, algumas inclusive se apropriaram da palavra pra justamente começar um movimento político, caso das marchas das vadias a exemplos dos gays que se apropriaram do termo queer e começaram um campo de estudos chamados teoria queer. um forte braço pra você e boa sorte!
http://musica.uol.com.br/ultnot/2012/05/22/a-mulher-tem-que-se-mostrar-feminina-diz-paula-fernandes-sobre-figurino-sensual.jhtm
ResponderExcluirlola, obrigada pelo seu post. no meu trote não passei por uma humilhação, mas fiz uma coisa da qual me arrependo. os calouros são responsáveis por ir na rua fantasiados e arrecadar dinheiro para a choppada (uma festa da qual participam tanto calouros quanto veteranos de TODOS os anos, mas que é financiada pelos calouros). arrecadei mais de 100 reais, mas sinceramente? por que nao usamos esse dinheiro para comprar uma geladeira nova pro centro academico em vez de cerveja para os veteranos? tudo em nome de uma suposta tradição"? e convenhamos, éramos 80 calouros. se a arrecadação dos outros foi como a minha, teríamos uns 8000 reais para investir am algo útil. (e deus sabe como falta verba para coisas importantes na faculdade pública.) e por que, já que é uma festa da qual todos participam, os veteranos não ajudam com os custos?
ResponderExcluirfelizmente, esse sistema parece estar mudando nos ultimos anos.
Felizmente não passei por trote violento. Só o chamado solidário mesmo.
ResponderExcluirEu acho que a tradição do trote se parece muito com o que dizem que ocorre dentro da estrutura militar.
Sabe, do trienamento deles? De que o sacrificio tem que valer a pena p um dia vc chagar lá?
Da noção de hierarquia mesmo. Da noção de que tem que passar por isso pra subir na hierarquia, p aprender a noção desta mesma hieraquia de saber seu lugar subalterno etc etc...
Coisas que existe na sociedade, que se manifesta de maneira BEM clara na estrutura militar, e coisas que o trote tb cumpre o seu papel...Daí, pro machismo entrar no meio disso é a coisa mais fácil...
Triste mesmo...
Abraços!
Anônimo 18:14
ResponderExcluirDá uma pesquisadinha que não dói.
Outra: o termo "vadia" é utilizado justamente como forma de crítica a uma sociedade desigual, que trata a sexualidade feminina de modo diferente da do homem.
Só pra complementar, sobre meu chute, do por que da existência trote...
ResponderExcluirEu ainda acho que esta noção de hierarquia que o trote demonstra é o reflexo da nossa sociedade mesmo. Meio que um contato com a sociedade em dizer “olha, é assim que funciona o mundo”, mesmo que de forma indireta....Alguns exageram? Claro, outros são um crimes? Com certeza...mas veja que tanto no mais “brando”, como o mais “pesado”, o que todos tem em comum é essa noção de hierarquia...é isso que dá vazão p uns “superiores” extrapolarem com seus subalternos...outros “superiores”, mesmo que mais “bonzinhos” e brando o trote, carrega sempre esta hierarquia...Fruto de nossa sociedade desigual para mim...Não tem nada a ver com “confraternização” isso ao meu ver...
Eu me diverti muito no meu trote na faculdade como calouro, e quase toda a minha sala se divertiu também, sempre lembramos com nostalgia. Assim segue com os anos seguintes.
ResponderExcluirPor causa de duas ou três pessoas que não sabem brincar e acham qualquer coisa "humilhante", começa essa choradeira imbecil. Legal, duas pessoas querem acabar com a diversão de cinquenta. Tem que ter muita falta de senso de humor e ser muito rabugento.
rabugento é ofensa?pra mim nunca foi!
ResponderExcluirfalta de senso de humor?acontece nas melhores famílias. beijo no seu coração.
Anônimo 19:12
ResponderExcluirAh, claro. Criticar situações como o Rodeio de Gordas, xingamentos, agressão física, simulação de sexo oral, coação, é tudo choradeira de gente sem senso de humor, né?
Se você tivesse mais paciência e lesse as coisas com mais atenção, saberia que mais gente aqui falou que teve um trote legal, que tem como fazer trotes bacanas, etc.
O que criticamos são os excessos de gente imbecil que não sabe nada sobre limites.
Dá pra entender ou tá difícil?
Sim,Paola, na medicina unesp,botucatu os veteranos ficavam gritando e,fazendo ameaças,físicas,com os,alunos durante a aula.gritavam,do lado de fora.
ResponderExcluirAlgumas brincadeiras eram engraçadas, mas outras eu achava de gosto duvidoso, e confesso que se eu tivesse ouvido ' fulano, vou arrancar os pelos do seu saco com pinça ' como escutei gritarem pra um colega meu eu ia morrer de medo de sair da classe.
Ok, podem dizer que vc tem que levar na brincadeira, mas imagina um garoto de17 anos recém saído de casa, morando sozinho em outra cidade escutar isso.
...
Uma coisa que tivemos que eu achei engraçado foi aula trote, combinada previamente com um dos professores-:) eu fui vitima de uma aula trote e depois minha turma presenciou a aula dada pra turma seguinte. Morremos de rir.desde que não humilhe nenhum aluno na aula, acho valido e engraçado.bj.
Não sei o que é mais ridiculo. Quem organiza essas "brincadeiras" repulsivas ou quem participa delas por vontade própria. Se as pessoas, principalmente as mulheres, se recussassem participar dessas babaquices, não existiriam esses trotes.
ResponderExcluirPaula
O único trote que presenciei (e participei) foi um "trote solidário". O Hemocentro de Brasília foi ao uniCeub e as pessoas (que quisessem/pudessem) iam lá doar sangue.
ResponderExcluirPode ser melhor?
Paula,( anônima das 19:43)
ResponderExcluirConcordo e discordo do seu comentário.
Não acho que alguém participa de uma brincadeira repulsiva por vontade própria.
Há toda uma situação de vulnerabilidade, de ameaça física/ psicológica e mesmo de ' exclusao' das rodas sociais caso vc se recuse a participar.eu enxergo isso como uma continuação do bulliiyng na escola, e não e fácil peitar um valentão sem se deixar intimidar.imagina isso pra um adolescente de 17 ou 18 anos que saiu de casa pra morar sozinho e não conhece ninguém dali,
E outra, muitas vezes a pessoa não tem noção do ridículo e do grotesco dessas ' brincadeiras' já que e dito a elas que ' faz parte do ritual de trote, eu passei por isso e vc também passara', não sei se podemos cobrar esse discernimento de uma pessoa de 18 anos.
Não sei se e tão fácil assim discernir e mesmo se defender,...fica minha duvida.... O que vc e os outros acham???
Bjs-:)
Sou parte do diretório acadêmico de comunicação social da uff. Quando entrei, o trote foi tranquilo, chamado pelos veteranos de calourada. Mas ultimamente tenho ido ao trote para apresentar o diretório e fazer debate com os calouros. Vejo que a comissão de trote esta cada vez pior. Fiquei com sangue nos olhos quando vi um concurso de choquete (homens chupando um bis até sair o chocolate todo e mulheres chupando um choquito, porque estão mais acostumadas a chupar mesmo... Aiai...e quem termina primeiro ganha) e isso no dia internacional das mulheres!
ResponderExcluirEsse sangue nos olhos me fez mobilizar o diretório para fazermos uma calourada nossa período que vem. Com debates sobre opressão e outros muito falados na Enecos (executiva de estudantes de comunicação social). Os diretórios precisam interferir no trote.
Infelizmente no curso de direito da uff, o diretório foi invadido e tomado pelos alunos da atlética de direito. Eles fazem o trote (já saiu no jornal com abusos machistas).
Recebi uma noticia de abuso sexual em trote e dizia que o diretório acadêmico estava envolvido nisso. É preciso conferir que diretório é esse antes de julgar. Que é composto por machistas, é. Mas será que são machistas que se dizem interessados em política e mudança social (o quenão diminui o erro) ou são só os babacas da atlética?
Excelente texto! Concordo com todas as palavras que foram ditas.
ResponderExcluirNao li todos os comentarios, entao nao sei se alguem ja mencionou a Universidade Federal de Ouro Preto (MG). Nao estudei la, mas conheco varias pessoas que sim e vi de perto o desrespeito nao apenas nos trotes, mas nas moradias estudantis chamadas de Republicas. Os alunos veteranos humilham os mais novos ou calouros de uma forma inadmissivel. Sao tratados como escravos , nunca sao chamados pelos nomes e sim por apelidos pejorativos e tem que passar por situacoes extremamente constrangedoras nas festas. Quandos os alunos ja graduados voltam a Ouro Preto os moradores atuais tem que ceder seus quartos a eles. E o ciclo continua, nunca ninguem se manifesta contra.
ResponderExcluirtrote pq?
ResponderExcluirafinal quem passou no vestibular estudou, já não é o bastastante?
Maria Valéria
ResponderExcluirFaço minhas as suas palavras.
Pois é, a aula trote já é uma forma bem legal e engraçada do pessoal se divertir.
Poderíamos mto bem ficar nessa parte mais saudável, né?
Eu tb vi mtos veteranos gritando e aterrorizando mesmo...
Pior q infelizmente acredito q hoje em dia as coisas não devam ter mudado mto.
O machismo sempre fazendo vítimas.
ResponderExcluirSim, sei que existem mulheres machistas(NÃO feministas como certos malo informados e ignorantes postaram aqui) que concordam com atitudes preconceituosas.
A maioria das garotas que passaram por estes trotes humilhantes, aceitaram porque foram ensinadas desde crianças a NÃO reagir a violência e humilhação.
O ERRO começa já da educação de meninos e meninas. Eles crescem para serem machões, pegadores e violentos. ELas crescem para serem quietas, submissas e passivas.
Forma-se um ciclo vicioso em que vítima e algoz tem uma conviência doentia.
TODOS sofrem com o machismo.
Em uma universidade deveriam prevalecer noções de: educação, igualdade e amizade.
NÃO de preconceitos ridículos que só atrasam ainda mais nossa sociedade.
Estes playboyzinhos idiotas, sem noção e sem nada na cabeça deveriam pensar que tem mães e podem ter filhas um dia.
Estes mesmos playboyzinhos enxergam negros como pessoas inferiores, espancam gays, queimam mendigos, etc.
Enfim, quem não recebe LIMITES em casa é capaz de qualquer coisa.
Não dá pra tentar mudar adultos feitos, ensinados, se forem mulheres, a obedecer; se forem homens, a agredir. Claro, NAO ESTOU GENERALIZANDO! Esta é a Educação Tradicional Conservadora Patriarcal que deforma homens e mulheres.
Para uma sociedade mais justa e sem preconceitos, só educando desde a infância. Assim termos cidadãos e cidadãs unidos e conscientes.
Eu tenho a impressão que os trotes desse tipo são mais comuns em cidades universitárias, cheias de repúblicas e também em grandes universidades do Sudeste, onde também entra muita gente de outros estados e do interior.
ResponderExcluirMe parece claro que contribui muito pra isso o isolamento dos adolescentes que estão chegando, começando uma nova vida e não conhecem ninguém. Acho complicado julgar quem se submete a isso pra se enquadrar e formar laços sociais. É uma situação vulnerável. Aí, dizem: ah, não são crianças. Não são crianças, mas todo mundo sabe como é ser adolescente e ansiar por querer ser aceito. Inadmissível pra mim esses tipo de julgamento arbitrário.
Na UECE os trotes são tranquilíssimos. Nunca vi essas músicas e trotes violentos. os trotes são aqueles tradicionais, pintar com tinta, sujar de farinha, pedir dinheiro no sinal, beber pinga, etc. Mas pelo menos no meu curso, ninguém é coagido. Não é notório esses trotes violentos não serem comuns no Nordeste? Eu acho que quanto maior e renomada a universidade (e mais difícil de entrar), piores são os trotes.
Eu vejo essas trotes violentos e machistas, fico de queixo caído. Porque não imagino isso acontecendo na minha universidade. É um absurdo. E as reitorias e diretorias não fazem nada! Isso é o pior.
Não culpem as vítimas, NUNCA, mesmo que elas tenham se submetido. O errado é o agressor e ponto. Isso é o que interessa.
ResponderExcluirNossa, cada relato horrível! Ainda bem que na minha faculdade o trote era proibido, e ninguém reclamava por não ter.
ResponderExcluirEsse tipo de coisa tem que ser proibida, desrespeito à dignidade humana tá longe de ser uma "brincadeira".
Ah, um adendo: Proibido no país todo, já que em algumas faculdades já não é mais permitido.
ResponderExcluirNão sei se alguém aqui já falou, mas o trote de hoje era uma medida de higiene na universidades, nos séculos passados...
ResponderExcluirRaspavam o cabelo e todos os outros pelos do corpo pro sujeito não passar doença, pulga e etc pros outros companheiros.. Daí vem o termo Vestibulando (vestíbulo, que é onde acontecia essa porra toda).
Mas eu acho que trote é pra marcar a hierarquia, mesmo, como a forma militar, igual falaram acima. Na minha faculdade não teve trote, é uma faculdade voltada pra indústria, FATEC, o que já revela que adulto operário não tá nem aí pra formar uma sociedade universitária paralela e ser o mandachuva, a maioria tava lá pra pegar o diploma e ganhar espaço no mercado.
ainda acho que isso de trote revela aquela angústia de já ter passado por isso e querer poder um dia sentir o prazer. isso acontece no exército e em corporações em geral. tudo como rito de passagem. sei lá. até despedida de solteira. já vi mulher ter que chupar leite condensado dentro de camisinha, foi embebedada e a mulherada tudo rindo. eu não vejo graça nisso. aí falam que o trote é pintar a galera e mandar todo mundo pedir dinheiro na rua. "super inofensivo". sob o sol. pra quem tem alergia feito eu e não tomo sol, eu pararia no hospital. o que é inofensivo pra mim, pode não ser pro outro e aí a pessoa ou vai se submeter ou vai fugir e ser vista como antipática. no meu curso não teve trote (unb) e até hj, qdo penso em voltar pra outra graduação, eu penso em trote. tenho pavor. acho rebaixar a pessoa a um zero.
ResponderExcluireu passei a universidade tendo tudo do bom e do melhor. mas vamos supor que é uma pessoa que dá um duro absurdo pra comprar um tênis, uma roupa, um jeans... e chega alguém e mete tinta. sério, não vejo graça. ou aquela pessoa que precisa ainda ir direto pro trabalho depois da universidade? aliás, por mais que tivesse trocentas peças de roupa em casa... que direito outra pessoa tem de invadir o espaço da outra? a intimidade? não vejo graça nisso. já vi pela unb muito aluno amarrado, gente na facom caindo de tanto ter bebido pinga e tudo amarrado/molhado/pintado sentado no chão sob o sol. eu não consigo enxergar graça nisso.
a vontade que dá é de ter um hall of shame com o nome desses futuros profissionais pra evitá-los no futuro. eu gostaria de ter esse direito.
acho que as pessoas soltam o pior dentro de si qdo percebem que têm poder sobre outra. e ainda por cima em grupo. o poder do "mob".
sobre ser proibido por lei, não sei. muitos cursos já fazem festas longe da universidade pra desvincularem o trote do curso. não sei como fazer algo contra trote ser eficaz por lei.
o mpu (ok, não é universidade, mas é uma boa ideia) botou há uns anos os servidores novatos pra ajudarem em programas para comunidades carentes. não sei exatamente como foi feito, mas o servidor novo ia com um grupo pra uma parte mais necessitada do df e ajudava o pessoal a saber dos seus direitos. eu acho esse tipo de coisa excelente! por que os cursos não planejam ações assim, pra honrarem o curso? sei lá, fazer leitura de livros pra crianças em hospitais pros calouros de letras... fazer campanha de conscientização contra dsts pro pessoal de medicina. ensinar primeiros socorros pro pessoal de enfermagem. mostrar como ter uma horta caseira pro pessoal de agronomia... e por aí vai... ah, claro, talvez isso seja mais complicado do que encher a cara e humilhar pessoas, né?
bom, se alunos reclamam de ler 10 páginas...
Eu não participei do trote quando entrei na faculdade, e fui muito criticada por isso, mas sem traumas.
ResponderExcluirA minha turma (não participei de novo) aplicou um trote em que as meninas tinham que falar "sou uma caloura caçadora de peru" e os meninos, "sou um prostituto mama jato". Eles também tinham que simular sexo com uma boneca inflável.
Sou formada em Direito e fiquei de saco cheio das músicas nojentas e machistas que a atlética do meu curso tocava nos jogos. As torcidas todas faziam isto, e tiravam sarro dos homossexuais também.
A única vez em que fui aos jogos para ver meu irmão e minhas amigas jogando, fiquei estarrecida.
Fora a da garota puciana, muito popular por aqui, existiam outras:
"levanta o c* gatinha, que eu enfio o meu biscoito", "é do galo (nome da torcida) que elas gostam", "ah, essa xereca tá cheirosa"...
o engraçado é que as garotas que tinham fama de puta (escrevo mesmo, já me apropriei da palavra)nunca participavam desta patifaria. Não iam às festas do curso, não rebolavam para a bateria da atlética, não entoavam esses hinos, e tinham fama de puta. Será que era por não serem coniventes com tanto machismo?
nina, o que me deixa de cara é que são futuros juízes, advogados...
ResponderExcluirMinha única experiência com algo parecido foi no serviço militar, os soldados mais antigos costumam tentar aplicar trotes nos novatos. Mas, mesmo num meio hierarquizado e com os mais antigos tendo autoridade legítima sobre os novatos, sempre foi fácil diferenciar aquilo que estava dentro do normal e razoável como parte de instrução, serviço ou obrigação prevista, daquilo que era sacanagem, trote ou brincadeira de mau gosto. E nesses últimos era relativamente simples recusar ou em último caso revidar, só os muito bobos ou medrosos caíam na conversa dos mais antigos.
ResponderExcluirUma coisa que nunca consegui entender, e deve ser ignorância minha já que nunca estive em uma universidade, é: por que os novatos aceitam passar pelos trotes?. Por que eles simplesmente não mandam os veteranos à mierda, já que, até onde sei, eles e elas estão na universidade pra estudar e não pra ficar de palhaçada com lingüiças e tinta no corpo? Ou será que eu só penso assim por ser um pouco anti-social?
Koppe, os novatos aceitam passar pelo trote porque têm medo. Quando eu aceitei passar pelo trote, em 2010, pensei que, se eu não o fizesse, ficaria excluída de todo o resto da turma durante toda a graduação. Eu sei que é um medo infantil, mas imagine você: eu saí de uma cidade pequena do interior do RS e me mudei pra PoA aos 18 anos pra cursar a faculdade. Não tinha amigos em Porto Alegre, mal sabia me locomover na cidade... morria de medo de ficar sozinha e de ser humilhada no meu primeiro e único local de socialização, que era a universidade. Não é fácil dizer "não" numa situação dessas.
ResponderExcluirquando eu entrei na faculdade, disseram que o trote era tranquilo (e, comparado a esses trotes criminosos que voce citou, é mesmo mais tranquilo). mas nao tem nada dessa historia de "participa quem quer".
ResponderExcluirnos prenderam numa sala (fecharam a porta e nao adiantava pedir pra sair). enfileiraram as mulheres (só as mulheres) e uma a uma tinha que desfilar e responder perguntas idiotas (se tá solteira, se é virgem, posiçao preferida, se cospe ou engole, etc. quanto mais bonita a garota, pior).
depois a gente sai de elefantinho, vai pra um campo de futebol e começam as brincadeirinhas imbecis. mais uma vez: as meninas mais bonitas são as mais humilhadas. fizeram um concurso de "miss choquete" (quem simulava melhor um boquete num chokito). fizeram todo mundo beber um gole de pinga também (e quem recusava era pior, pq aí botavam algum calouro pra beber pinga no corpo da pessoa. tipo jogavam a bebida na garota e o calouro tinha que ir lá chupar a parte molhada). sei que os meninos também passaram por algumas humilhaçoes idiotas, mas eles separaram a gente em grupos, entao nao dava pra ver direito.
ninguem me perguntou se podia me pintar, foram lá e tacaram tinta na minha roupa. se fosse pra escrever o nome da faculdade bonitinho na testa eu até deixaria na boa, mas quando eu me senti desrespeitada, fiquei muito puta e fechei a cara. aí tacaram um ovo no meu cabelo. era o auge do verão, sol de meio dia, imaginem... enfim, assim que deram bobeira, eu já conhecia as saídas do campus e me mandei. tenho a sorte de morar perto da faculdade, entao eu nao havia levado pertences, bolsa, mochila, celular, nada (quem levou, eles obviamente confiscaram, pra obrigar a pessoa a ficar até o final). depois eu soube que estavam pegando um pé de sapato de quem não havia levado nada, com o mesmo intuito de obrigar a pessoa a retornar ao campus com o dinheiro recolhido.
nao bastasse toda essa palhaçada, a historia se repetiu a semana toda. cada dia inventavam uma atividade nova, pelo oq falaram. mesmo havendo aula. preferi perder a primeira semana de aula do que correr o risco.
já estou matriculado lá e minhas aulas começam em Agosto, mas acontece que todos os calouros já estão sendo aterrorizados via Facebook. Parece bobagem, né? Mas eles possuem uma lista com os calouros que irão sofrer mais no trote e já fazem mil e uma promessas de humilhações e ridicularizações que iremos sofrer.
ResponderExcluirbem lembrado, fernando!
nao é q os safados tinham o nome dos calouros (pela lista de aprovados) e tocaram o terror no orkut (isso foi em março de 2005, auge do orkut)? como os calouros tinham criado uma comunidade, pra ja irem conhecendo os colegas e tal, os veteranos se infiltraram pra aterrorizar as pessoas. logico q era da boca pra fora (acho eu), mas pareciam um psicopatas prometendo altas barbaridades, ridiculo. e claro que os mais perseguidos eram os primeiros colocados.
Lola,
ResponderExcluirqueria fazer algumas considerações sobre o ocorrido na Unicamp, que você mencionou no começo do texto. Como estou por dentro de algumas discussões sobre o que aconteceu, posso inferir de que situação se trata. Não sei como a notícia foi contada para você, mas houve muita distorção dos dois lados da história e ninguém sabe ao certo como o assédio se deu.
Mas uma coisa que pode ser afirmada a respeito disso é que a comunidade acadêmica e os organizadores da festa (salvo a pessoa em questão) não estão de acordo com esse tipo de abordagem machista. A postura adotada pelo cara foi uma postura particular, isolada e dissociada da festa em que ela ocorreu. Até porque, essa festa anual de recepção dos bichos, não tem caráter de trote, mas apenas de socialização. E essa, justamente, é uma festa que celebra a liberdade - sem preconceitos e nem tabus. E, inclusive para a ideologia feminista, é interessante haver espaços em que podemos realizar nossas pulsões e nos afirmarmos positivamente em relação ao nosso desejo. Digo isso porque não considero que esse caso em específico se insira no contexto da antiga hierarquia veterano-calouro e de posturas machistas do macho sobre a fêmea como nos outros casos citados no seu texto. Me explico: a prerrogativa do cara foi, sim, machista e hierárquica; mas justamente por ser assim, ela não estava de acordo com o contexto da festa, que se pretende livre (e há liberdade tanto para afirmações e vivências de nossas vontades; como há liberdade para inclusive nos abstermos de qualquer prática de que não quisermos participar). Tanto que, à parte o assédio sexual sofrido pela menina, não houve concretização do abuso – sei que essa é uma frase discutível, porque precisaríamos pensar bem o significado dos termos “concretização” e “abuso”, mas uma cantada mal feita não é estupro (qualquer ato de natureza sexual forçado/sem consentimento), por mais que possam ter uma raiz comum: o machismo. Ademais, não podemos confundir o caso particular com o ambiente desta festa. E, pelo que posso observar da fala das pessoas em relação às suas ações, não nos sentimos oprimidos apenas pela postura dos outros, mas às vezes pelo nosso próprio desejo.
E fica um PS: Gostei muito de saber que você vem pra Unicamp e acho muito importante a tomada desse espaço para discutirmos sobre o machismo, o patriarcalismo e a resposta crítica do feminismo. Mas, para mim, o feminismo não pode ser, nas nossas vidas, uma ideologia, como eu tenho visto aqui; ele só existe no cotidiano enquanto prática. E a reflexão teórica é importante para pensarmos as nossas ações diárias. É, no entanto, uma pena ver tanta gente envolvida nessas discussões e tão pouca gente sendo solidária com o outro, porque às vezes as pessoas expurgam a culpa de se sentirem pouco altruístas e justas nas suas vidas, cansando a língua nesses debates, como se estar presente nas discussões transformassem-nas no que elas propagam.
aqui onde eu estudo, uma bixete do meu curso mostrou os peitos no pedágio SEM NINGUÉM sequer pedir. Tava lá, com a blusa branca molhada e decidiu tirar o sutiã.Ninguém tava fazendo isso ou coagindo, foi idéia dela e atitude dela. A mina foi vaiada, brigaram com ela, mandaram ela parar de ser ridícula e recalcada e coisa e tal. Aí é que tá a coisa da objetificação: à mulher não é permitido tomar as rédeas da brincadeira e, num espaço de brincadeira e liberdade, mostrar os peitos. Isso só pode se ela não quiser, se outra pessoa de preferencia homem a coagir a fazer isso. Se a menina toma esse tipo de atitude, as outras brigam, reclamam e xingam ela de vadia e coisas assim. Os caras falam que não tem "necessidade" de "ficar se amostrando" e coisa e tal. É interessante como o problema é mais embaixo, é na hierarquia mesmo como vc disse e não na sexualização da brincadeira em sim.
ResponderExcluirPô, Lola, usa um sistema melhor de comentários. É péssimo voltar nos posts onde eu comentei pra ver se alguém respondeu e tal. TEm vários bons por aí, um até usa o facebook
Q coisa estranha isso..não entendo pq uma aluna se permite fazer isso.. e acho estranho falar q é por medo d n ser aceita...ué, grandes bostas ser aceita por umgrupo de veteranos..
ResponderExcluirhoje postaram fotos pra festa da medicina da santa casa de sao paulo? uma coisa nojenta e absurdamente misogina
ResponderExcluirfui no facebook tentar achar foto e a droga da comunidade está fechada. alguem aí ja viu? retrata duas mulheres seminuas e algemadas com um bicho verde ridículo no meio.
mas consegui encontrar aberto algo mais sutil: veteranos reclamando de calouros que denunciaram um trote violento. se achando INJUSTIÇADOS. dizendo que os calouros que reclamarem serão uns PÁRIAS. é inacreditável a falta de noção dessa gente https://www.facebook.com/groups/56603283818/permalink/10150647420023819/
Eu quando entrei em medicina na unesp de botucatu, entrei com a ilusão de que na faculdade as pessoas seriam mais maduras que na escola.estava enganada,a começar pelos trotes,como os que descrevi acima,
ResponderExcluirMedicina, e um curso extremamente cansativo, e confesso que a maioria dos colegas de classe nunca serão seus amigos,são extremamente competitivos, cada um tentando ' garantir o seu' , pois no sexto ano temos que prestar o exame de residência mediica( como um segundo vestibular), e aí seu ' amjgo' te vira as costas porque te enxerga como um potencial concorrente que vai tomar a vaga dele.se tem um curso, congresso, o teu ' amigo' não te avisa e faz sozinho ora garantir mais pontos no currículo que vc,
Pra se ter idéia, eu tive UMA amiga da minha sala, e recentemente outra amiga que se formou em medicina se queixou das mesmas coisas que eu.
Então, relatos como o do anônimo de cima sobre a santa casa não me surprrendem....
Não me arrependo de ter cursado medicina, mas se fosse pra escolher um curso onde o povo não fosse tão competitivo e tão individualista, teria escolhido outro.
Lola, primeiramente, vamos por partes.
ResponderExcluirSou aluna caloura da UNIFESP e durante a semana dos calouros absolutamente nada foi feito contra os calouros, o mais próximo disso, foi a tradicional pintura dos calouros no dia da matrícula (com guache mesmo) só para os calouros que desejavam serem pintados.
Sobre a questão de machismo e misoginia, Lola, eu ESTAVA lá e nem de longe, este relato é verdadeiro.
O QUE REALMENTE HOUVE:
Durante a assembleia geral dos estudantes ocorrida durante a greve dos estudantes, um grupo de garotas pra lá de exaltadas, estava a puxar briga com toda e qualquer pessoa que fossem contra a continuidade da greve.
Pra exemplificar e ficar mais fácil de vc imaginar isso Lola, quando um dos rapazes que estava próximo a mim vaiou uma pessoa uma garota se levantou e começou a GRITAR ofensas para ele. Quando ele simplesmente foi responder a moça sem em momento algum OFENDE-LA, ela nem ouviu o que ele falou ( e sim, foi um argumento lógico sem ser sexista ou preconceituoso para com ela) e começou a gritar: “ MACHISTA, MACHISTA”. Em seguida, ela se juntou a outras moças que sequer viram o ocorrido para poder continuar a ofender o rapaz.
Exemplo #2
Durante uma confusão que ocorreu PRINCIPALMENTE pelos próprios rumos da assembléia em sim, uma garota, que caso se deseje comentar, está fazendo seu TCC sobre feminismo, foi agredida física e verbalmente POR OUTRAS GAROTAS por não concordar com a greve. Ela foi chamada de machista (por aquelas mesmas garotas, diga-se de passagem) e ainda recebeu UMA PEDRADA.
Pode se falar muita coisa sobre a UNIFESP-GUARULHOS, mas definitivamente, lá não tem sido mais o lugar onde se possa debater as suas opiniões políticas.
Lola, no mesmo email que te enviaram, te contaram também que as professoras da universidade tem sido constantemente ameaçadas? Contaram também que já agrediram DOIS professores? Contaram que agrediram e ameaçaram vários estudantes? Desculpe Lola, mas prefiro pensar que você agiu por ignorância e ingenuidade ao publicar esse texto sobre a UNIFESP que infelizmente está com várias mentiras.
Agora, apelando á Professora Doutora Lola Aronovich, pense: porque será que seus colegas de profissão tem se recusado a entrar em greve no campus de Guarulhos enquanto TODOS os outros campi da UNIFESP se encontram em greve docente?
Aqui fica meu carinho e meu abraço. Sou sua leitora desde 2010, raramente comento, mas este texto, não poderia deixar passar em branco.
As vezes eu esqueço porque eu tenho fobia social, aí eu vejo tais atrocidades e eu me lembro o motivo.
ResponderExcluirO mais revoltante não é o trote e sim a impunidade. A cultura da impunidade é o que acaba com tudo nesse país.
ResponderExcluirNa policia, existe uma cultura enraizada, de que a lei é muito relativa, há um julgamento extra-legal do que pode ou não ser investigado e punido.
Lola, fugindo do tema do post, vi essa matéria e me lembrei de você:
ResponderExcluirhttp://f5.folha.uol.com.br/humanos/1092547-para-ter-sucesso-no-trabalho-mulheres-tem-que-ficar-quietas-diz-estudo.shtml
Acho que cabe um post.
Abraços!
^^^^^
ResponderExcluiruol cara, uol....
O pessoal da medicina é o mais arrogante de todos.Até depois de formado, ô raça do meu abuso
ResponderExcluirEu passei e não fiz trote nenhum, nem ninguém pediu pra mim, vcs que fizeram vacilaram kkk
por falar em uol, é comum achar salas de bate papo lá chamadas ESTUPRO, NOVINHAS N SEI O QUE, coisas assim
ResponderExcluirEste manifesto da UNIFESP só pode ser piada né. Não to 100% ligado na treta monumental que está se armando lá em Guarulhos, mas ter uma exigência tão sexista de que "Homem nenhum pode LEVANTAR A VOZ para uma mulher que isso já é opressão de gênero" soa no mínimo ridículo
ResponderExcluir"Homem nenhum pode LEVANTAR A VOZ para uma mulher que isso já é opressão de gênero" soa no mínimo ridículo.
ResponderExcluir===
tb acho e isso me soa a gente que nunca comeu mel qdo come se lambuza, essa mulherada tá procurando chifre em cabeça de cavalo, sarna pra se coçar e quem procura acha.
O trote no meu curso (História-UFRN) é bem tranquilo, participei e apliquei. Creio que, talvez, a parte mais "ofensiva" seja o leilão, quando calouros e calouras são vendidxs.
ResponderExcluirAntonio, isso porque você ainda não foi lá, a coisa é MUITO pior mesmo do que aparenta.
ResponderExcluirEu por exemplo, fui chamada de machista por bloquear uma pessoa que me AMEAÇOU de agressão. Legal né?
Me deu uma aflição de assistir isso... que coisa horrível! Tenho que dizer que fiquei com muita pena do pessoal que passou por esse tipo de situação. E nem adianta dizer que isso é "pura descontração" por que não é! Isso acontece numa semana inteira? Pelos céus... Quando eu fui caloura da UFPA, a única coisa que os veteranos fizeram com a gente foi um tour pela universidade e explicar direitinho onde se deveria ir pra resolver problemas, com quem deveria falar, como era o ritmo das aulas, etc. Sem falar no trote solidário, que você ESCOLHE se quer doar sangue ou ajudar alguma instituição.
ResponderExcluirAquele trote de sujar a pessoa, raspar a cabeça é feita em casa mesmo, com os familiares e amigos e tá longe de ter essas brincadeiras estúpidas de "elefantinho" e "chupar linguiça".
Até quando vão ficar chamando de BRINCADEIRA algo que na verdade é um CRIME?
Se homens chupassem linguiça tdo bem?
ResponderExcluirQue eu saiba NINGUÉM é obrigado a participar do trote, participa porque é burro e acha que vai se enturmar.
"Não culpem as vítimas, NUNCA, mesmo que elas tenham se submetido. O errado é o agressor e ponto. Isso é o que interessa."
ResponderExcluirVítima só quando é contra sua vontade. Tenho 2 faculdades nas costas, uma Federal e uma Estadual, nas duas os trotes são famosíssimos e vivem aparecendo no YT, sou mulher e nada aconteceu comigo simplesmente porque não apareci nelas nos 10 primeiros dias. É muito simples. Quem vai participa do trote e no outro ano tá lá mandando as bichetes desfilarem. Participa quem quer.
como diria laerte: é o consolo do prisioneiro.
ResponderExcluirser obrigada a faltar pq animais não sabem respeitar o nosso direito de dizer não. e ainda se orgulhar dessa super OPÇÃO, né?
eu tb já fiz isso, faltei a primeira semana toda pra me safar na segunda faculdade. mas na minha primeira faculdade, me falaram q n teria trote, q seria dia de aula normal. cheguei na sala, nos trancaram e deram trote. enfim... continuem dizendo que não há nada demais.
Culpar as vítimas pelo abuso que sofreram é a melhor forma de fazer com que esses se perpetuem.
ResponderExcluirMuita gente participa dos trotes pq quer, e muita gente participa pq é coagida de diversas formas. E depois não denuncia pq sabe que vai ouvir:"Pq vc não reagiu? A culpa foi sua!"
Estudei Direção Teatral na UFRJ, e não tinha trote, mas ouvi coisas do arco da velha sobre trotes de outros cursos. Tem curso em que os calouros são cercados na saída de uma aula e imediatamente viram alvo de tinta e outras coisas - ninguém pergunta se eles querem ou não. Tem curso em que os veteranos invadem a sala em que os calouros estão ao fim de uma aula, e não deixam ninguém sair - ficam uns caras mais fortões na frente da porta. Tem curso em que se pega os calouros de surpresa semanas depois do início das aulas pra ninguém poder faltar. É comum pegarem bolsas e sapatos dos calouros para eles ficarem sem ter como ir embora.
E quando rolam as brincadeiras os veteranos não dizem "a brincadeira é essa, quem quer participar?". Eles dizem "Vc vai fazer isso!". Quando @ calour@ se recusa, é comum um grupo de veteranos, ou um veterano mais forte ficar em cima, gritando de forma agressiva. Isso é violência psicológica, e ao meu ver existe aí uma ameaça velada de violência física.
Para mim o correto seria os veteranos marcarem data, hora e local para o trote e ir para lá esperar os calouros. Só participaria quem fosse até lá com as próprias pernas. Acho que é a unica maneira de garantir que só está participando quem quer. Sei que em algumas faculdades já se faz isso, mais são raras. Aqui no Rio de Janeiro, pelo menos, na maioria das faculdades os veteranos agem como se os calouros fossem obrigados a participar.
aqui onde eu estudo são só os homens que precisam morder a salsicha no trote e na libertação (que tem vários jogos, gincanas, cerveja de graça e tal e todo mundo se lembra como "o melhor dia"
ResponderExcluirQualquer camiseta desse site é de uma imbecilidade sem tamanho. Me impressiono com gente que compra uma porcaria dessas. Me impressiono mais ainda com uma mulher que sai com um cidadão que usa uma camiseta dessa.
ResponderExcluirA que eu estudo não tem trote nenhum.Ih bando de otários, vacilaram!!
ResponderExcluirLola, aconteceu na UFMG esse ano outro trote sexista absurdo. Mando aqui uma matéria feita pelo jornal popular Super Notícia.
ResponderExcluirhttp://www.otempo.com.br/supernoticia/noticias/?IdNoticia=69645,SUP&busca=trote%20ufmg&pagina=1
Espero que alimente seus exemplos(que não faltam)
Boa noite Lola.
ResponderExcluirIrei comentar igual as duas pessoas que frequentam a Unifesp.
Começando,ingressei esse ano e o trote foi convencional,bem leve para dizer a verdade já que não me questionaram nada e voltei para casa limpinha.
Agora esse caso aconteceu durante uma Assembléia e devo dizer que deve se ver os dois lados,o cara xingou a menina?O que a menina fez para receber isso?Caso queria saber esse rapaz que ofendeu a moça e sua namorada tiveram que sair da universidade apenas companhados com a policia.
Agora será que te falaram que agrediram verbalmente uma professora que estava doente e da mesma forma foi lecionar para seus alunos?Te falaram que na última assembléia encurralaram uma aluna no banheiro e mandaram ela apagar o vídeo que continha um pedaço da assembléia?
E isso são coisas que circulam na internet,não acompanho a movimentação de perto pois moro longe da Unifesp Guarulhos.
Beijos.
Oi Lola,
ResponderExcluirsei que o post é antigo, mas só hoje tive tempo de me atualizar no seu blog. Entrei na faculdade em 2007 (curso psicologia na UFRJ) e participei do trote. Havia coisas interessantes (como doar sangue no Hemorio) e brincadeiras entre caluros e veteranos. Havia também coisas que hoje me recusaria a fazer (pedir dinheiro, por exemplo). Bem, o que eu queria compartilhar foi uma brincadeira que queriam nos forçar a fazer. Eramos 80 calouros e fomos agrupados em uma roda. Tinhamos que passar um cartão telefonico com a boca para os colegas do lado (claro que o cartao caia a cada segundo, o que fazia com que os alunos se beijassem sem querer). O que ocorreu foi que todos os calouros começamos a nos sentar no chão e nos recusamos a participar da brincadeira. Não acho que era tão ofensivo quanto as brincadeiras relatadas por você no post, mas me alegro pelo fato de termos nos recusado. A boca é nossa!
Lola, lola... que posso dizer agora? Passei em medicina, estava feliz até me convidarem para um evento, encontro de estudantes de medicina... fiquei chocad@. Eles são gente mesmo? Para vc ver o nível dos comentários no site:
ResponderExcluir"Pinto pequeno, olho puxadinho, sou da [universidade X] sou viadinho, pinto gigante saco anormal, federal rasga geral!!!!!!"
"O federal que sofrimento as suas minas tem corrimento!!!"
"[fulano de tal] seu merda, canta pinto pequeno na cabeca do meu pau!!!"
Isso que só coloquei os primeiros comentários que vi... e sem falar da musiquinha dizendo que graduada de particular é tudo "puta" e outras coisas mais.
Sério, o que é isso? Vou estudar com doentes? To pensando seriamente em desistir de ir no dia do trote... pelo bem da minha integridade física.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10151752961026627&set=a.10150640627231627.387333.627926626&type=1&theater
ResponderExcluirOlha Sra. Lola, o slogan machista que uma caloura do curso de Medicina da Uningá postou no Facebook pessoal:
"Sou calouro burro da medicina Uningá
Prometo respeitar meus veteranos e nunca deixá-los com o copo vazio!
Bixarada(sic) boa é bixarada(sic) obediente"
Quem quiser pode visualizar esta postagem, pois, é pública a qualquer um. Não sei se a aluna acha isso legal, é a favor desse tipo de mensagem ou se foi compelida pela situação social dos trotes e hierarquização universitária a postar tal slogan.
Infelizmente isso é a mais rudimentar forma de se receber um adolescente em uma instituição pública de ensino superior.
ResponderExcluirÉ absurdamente inaceitável que existam atitudes desta natureza, que todos sabem, e ninguém toma providências efetivas. O que será destes profissionais, os que praticam trotes, ameaçam, dão banhos de pinga, sujeitam meninos e meninas a sofrimentos físicos e morais e os que sofrem, as vítimas desses "veteranos". Veteranos do que de guerra, de campos de concentração?
Isto ainda está acontecendo, é preciso que as autoridades punam com austeridade essas pessoas, que se dizem veteranos, com apelidos, para não serem identificados nos caso de algo mais grave acontecer com uma das vítimas.
Num país que se diz existir DEMOCRACIA, é inaceitável que jovens façam atrocidades com os novos integrantes das instituições, colocando o futuro em risco profissional e até mesmo de vida.
Tenho 2 formações de nível superior e nunca vi tamanho abuso, violência, como tenho ouvido de relatos de estudantes destas Universidades, que deveriam dar exemplo de trotes inteligentes, racionais.
Mas,estes jovens contam com impunidade e silêncio de suas vítimas que preferem abandonar o sonho de uma vida, a continuar sofrendo com essa violência desmedida, desconectada do século XXI.
Ainda há muito que aprender, mas educação vem de casa, de berço, seja pobre ou rico, ninguém tem o direito de manejar suas frustrações, seu falso poder, aniquilando pessoas como fazem esses rapazes com os novos alunos.
Também sou da UNESP de Botucatu e sofri um trote bem forte no qual fiquei desacordada por horas e quando acordei estava muito machucada e seminua. De fato não me lembro oque aconteceu. Foi uma fase muito dificil, pois não desisti da faculdade, mas fui extremamente coagida e humilhada inclusive por veteranAs que achavam aquilo normal. Minha faculdade inteira foi terrivel, sofri muito e ainda hoje tenho as marcas, físicas e psicológicas...o momento era para ser positivo, mas foi um inferno...
ResponderExcluirum post com mais de 2 anos e ainda muito atual, em resumo:
ResponderExcluir1. Não existe esta de escolher se quer ou não participar, pois você sempre será taxado por isto.
2. Trote é algo repulsivo e na minha opinião, deveria ser punido com expulsão da faculdade e se for pública não permitir a inscrição novamente.
3. Além da expulsão, se tiver qualquer tipo de humilhação, os agressores, reitores, seguranças devem responder por isto e ser presos.
4.As festas universitárias devem ter o acompanhamento da policia e caso tenha excessos ou humilhações, os responsáveis pela festa devem ser presos e expulsos da universidade.
Como universitário é triste ver que muitos dos meus colegas universitários não tem o menor respeito pelo ser humano e deveriam estar presos, pois são meros animais.
Na minha universidade teve trote que muitos chamam de leve: Cabeça Raspada, Tinta e Pedir Dinheiro, mas que eu achei humilhante, pois eu não queria nada daquilo. Detalhe, escolhi não fazer nos primeiros dias, mas a pressão ao longo das semanas foi tão grande que precisei ceder.
Com as meninas não teve nada muito diferente disto, apenas não teve o cabelo raspado, mas teve colegas minhas que também não quiseram, mas foram forçadas a fazer depois.
E depois foi muito mais humilhante, pois eu era o único pintado, fazia uns 2 meses de aula.