Josiane é professora e me conta que demorou para perceber, ou talvez assumir, sua identidade racial. Hoje ela assume sua cor com orgulho e escreve um blog para sua filha Beatriz ler quando crescer (adoro essa ideia! Todas as mães e pais deveriam fazer o mesmo). Logo, o bonequinha fofa é pra Beatriz, não pra mim nem pra você -- não insista. Mas o post é um belo relato para tod@s nós.
Oi minha bonequinha fofa!
Filha, eu sabia que este dia chegaria! Só não sabia que a minha reação seria assim tão boba, meio inerte, com cara de besta muda. Mas foi assim que aconteceu, não dá pra mudar o passado. Nem sei se seria bom ter outro tipo de reação diferente da que tive.
Antes de você nascer, a curiosidade sobre como você seria era enorme. Seu pai se acha moreno, mas é um camarão na praia, prova infalível de brancuras negadas. Já eu sou mulata, e mesmo que esta palavra tenha uma "mula" dentro dela (e todas as implicações possíveis da palavra), não consigo achar outra mais adequada para me descrever fisicamente. Então, quando engravidei, ficou aquela questão no ar: "Pra quem ela vai puxar?" Lembro-me de uma conversa que tive neste período com uma vizinha, loira, que adotou com o marido -- também loiro -- duas meninas bem moreninhas, e dos olhares que recebiam quando as levavam para passear, olhares do tipo : "Hum... a loira pulou a cerca!" Pois aproveitei para falar sobre o meu medo de você nascer bem branca como seu pai e me confundirem com sua babá. O interessante é que na mesma hora, chegou meu pai, seu avô. A vizinha olhou para ele, que também é branco, e comentou rindo: "Se prepare então: com certeza sua filha vai ser clara". E foi o que aconteceu. Você nasceu esta beleza toda, não tão branca, mas diferente de mim. E semana passada, a profecia da babá se concretizou.
Estava eu, você e a minha assistente sobrinha fofa Jheniffer na feira da gestante e bebê. Desta vez você foi uma "lady", se comportou divinamente. Comprei só umas chupetas da única marca que você aceita, e um pacote com 36 fraldas por 9 reais. Quando voltei no dia seguinte, depois de conhecer a qualidade da fralda, para acabar com o estoque, fiquei sabendo que o preço estava errado, custava 38 reais. Bem, continuando a história: Estava eu desfilando com você, quando uma senhora, de aparentes 50 anos, chegou perto de mim e ficou te olhando. Estávamos numa barraca bem apertada e havia uma gestante atrás de mim. Então a senhora perguntou, olhando para a gestante, apontando para você:
- Quantos meses ela tem?
Eu, achando que a mulher tinha algum problema de vista, respondi:
- 8 meses.
A senhora então, soltou a pérola:
- Não, não estou perguntando pra você, estou perguntando para a mãe dela.
A gestante olhou pra mulher, olhou pra mim, e a senhora insistindo na pergunta. A gestante respondeu o óbvio, que não fazia a mínima ideia, e saiu de perto rapidinho, talvez temendo algum barraco. Eu fiquei olhando pra mulher, que fingiu não ter ouvido nada e saiu andando normalmente, enquanto uma vendedora me chamou para ver um chapeuzinho de bebê que eu tinha pedido para olhar. Na hora, não raciocinei muito sobre o que tinha acontecido, foi bem rápido. Mas depois, que revolta me deu! Por dois motivos:
1- É claro que muita gente pensa o que esta senhora pensou, mas nem todos têm a arrogância de assumir um pensamento deste em voz alta;
2- E se eu fosse a babá mesmo? Por que eu não poderia ter respondido a sua idade?
Em resumo: esta senhora ou era uma racista ("Um homem branco ter filho com uma mulata? Que mundo é este?") ou era uma elitista ("Não falo com babás!"), ou a melhor das hipóteses, a que eu assumi intimamente como verdade: ela não passava de uma senhora com graves problemas. Como todos os racistas, aliás.
Beatriz, pode parecer besteira falar sobre racismo hoje, mas só sabe a importância de reconhecer tal tipo de preconceito quem o sente na pele. E quando você é meio misturada, como eu, fica ainda mais difícil identificar atitudes racistas quando elas acontecem. Gostaria muito de lhe dizer que tudo não passa de imaginação minha, que essas coisas não existem mais. Quem dera! O racismo encontra-se no dia a dia, quando alguém fala que cabelo de negro é cabelo ruim, quando um grupo de rapazes negros são enquadrados pela polícia sem motivo algum, e em tantas outras situações! Mesmo que você continue tendo a pele clara, Beatriz, quero que lembre-se de suas raízes, e de como você é uma mistural genética genial. E que critérios de cor de pele não podem servir de parâmetros para se avaliar a importância de uma pessoa.
Embora eu ache que seu cabelo vai começar a cachear logo, logo. Ele ficará lindo, minha filha! Como todo o restante em você!
Adoro você!
Sua mãe.
Que lindo! Isto, ensina a menina desde o berço o significado de certos comportamentos e palavras... com uma mãe assim tenho certeza que ela crescerá bem mais consciente do que a maioria. Parabéns! =)
ResponderExcluirGenial e lindo.
ResponderExcluirSaíram lágrimas dos meus olhos >< que atitude bela dessa mãe e que ABSURDO o que ela teve de ouvir dessa mulher nojenta e preconceituosa.
ResponderExcluirA verdade é que o Brasil, apesar da mistura racial, não está preparado para olhar com naturalidade famílias bi(poli)-raciais.
ResponderExcluirIsso me lembra algo que eu reparei vendo muitas série de TV americanas: se no Brasil a situação não é boa, lá é mto menos. É raríssimo ver casais bi-raciais representados na mídia (é sempre branco com branco, negro com negro).
Não posso ler essas fofuras no expediente Lola, eu choro...
ResponderExcluirGente, essa mulher era racista, elitista e canalha, vamos combinar?
Isso aconteceu comigo,quer dizer,com minha mãe(que é negra) há trinta anos,eu puxei ao lado branquelo da familia (somos uma bela mistureba rs)e sempre que ela saia comigo,perguntavam se ela era minha babá,não foi uma ,não foi duas,foram váriaaaaaaaaaaaaas vezes,segundo mamis.Hoje em dia,ainda sinto estranhamento nas pessoas,quando somos apresentadas como mão e filha e muitas vezes,me pego explicando o pq das cores diferentes,fico me policiando pra não cair mais na tentação da explicação,ela é minha e ponto,e quem ficar com dúvidas que vá pra cama com elas.
ResponderExcluirÉ o típico caso que não basta a pessoa ser racista, mas ela bota o racismo em prática com orgulho.
ResponderExcluirA pessoa ter algum nível de racismo dentro dela é resultado da sociedade em que somos criados, das influêncais que recebemos. É triste, mas todos temos ou já tivemos algum grau de racismo.
Agora a pessoa utilizar de seu racismo para hostilizar uma pessoa é realmente inaceitável.
Muita gente ainda não entende como pode uma mãe negra gerar um filho branco e, cá entre nós, isso é bastante raro. A senhora da história foi elitista principalmente pelo que ela falou de "não perguntei a você", como se uma babá não fosse digna de conversar com ela. Mas dizer que todo equívoco é necessariamente racismo é um pouco demais.
ResponderExcluirAh, eu leio o blog Josiane há algum tempo, é lindo! Eu sou viciada em blogs de mães, mesmo que ainda falte muuuuito tempo pra ser uma. E adoro o blog da Josiane justamente pelas questões que ela levanta quando conversa com a Beatriz. Os posts são sempre lindos e profundos. Tenho certeza que a Beatriz vai amar ler esse registro quando crescer. :)
ResponderExcluirEsse post também foi importante pra mim. Também vivo um relacionamento interracial e não sei como serão nossos filhos, mas essa questão semrpe ficou na minha cabeça. Até porque minha sogra passou muito por isso com um cunhado meu que é pardo bem claro, quase branco, e ela é negra da pele bem escura. E sofreu muito com tanta gente que achava que ela era a empregada da casa dele, e não a mãe. Confesso que me preocupo caso tenha um filho branco, ou bem mais claro que minha esposa, tenho horror de pensar que ela pode ser vítima de uma pessoa tão asquerosa como essa senhora do relato.
Gente que nem essa senhora ainda existir me assusta. Como alguém pode ser tão tacanho e achar tudo bem????
ResponderExcluirMinha sogra a é loira dos olhos verdes. Meu sogro era negão. Meu marido nasceu loiro dos olhos verdes e foi "Bebê Johnson's" na falecida revista Pais & Filhos.
ResponderExcluirFoi um FUÁ na família, pedra voando pra todo lado.
No enterro do meu sogro ele estava, pela primeira vez em muitas décadas, sem barba e bigode. Não sei porque diabos rasparam, enfim. E só acredito porque presenciei a cena: um monte de gente da família olhando sem parar para o corpo no caixão e meu marido, em uma sequência de ir e vir - olha pra um, olha pra outro, olha para o primeiro de novo.
Acontece que meu marido é a estampa perfeita de seu falecido pai. Só que branco.
Incrível como meu sogro precisou morrer para finalmente acreditarem que meu esposo era, de fato, filho dele.
Bem legal o q ela ta fazendo,a criança vai crescer mais forte,sem liga pra asneiras dos outros. As vezes eu me sinto até anormal,pq eu n sei como e nem pq as pessoas conseguem ser tão nojentas e preconceituosas. Parece q o normal é vc ser burro e preconceituoso,uma vez disse a minha prima q n tava nem ai pro fato dela ser lesbica,ela me olhou estranho e perguntou se eu tb era,ou seja, Eu deveria achar ela uma aberração,pensar q vai parar e n achar q isso é normal. Quando estudava ja ouvi comentarios de uns idiotas racistas da minha turam,dizendo q n iam na festa em tal lugar pq la so tinha pobre e negrinha. Parabéns a mãe,é um blog lindo.
ResponderExcluirNem precisa nem ser interracial de fato pra rolar essas coisas. Eu sou o clone da minha mãe, só que ela é morena clara (bem clara, inclusive) de olhos e cabelos castanhos, e eu sou branquela (meu pai é branquelão sardento), de olhos verdes e cabelos claros (não chega a ser loiro, mas é bem clarinho, cinza quase). Tinha gente que perguntava se eu era filha dela mesmo (e sério gente, nós somos iguaizinhas, hj q estou mais velha até comentam).
ResponderExcluirMinha irmã que tb é super parecida conosco, mas morena como minha mãe, direto ouve "vc e a Bia são muito diferentes". E morre de rir, pq sabe q somos tão parecidas q as vezes confudem nossas fotos antigas. É ridículo o peso que as pessoas dao a coisas como cor dos olhos
Orgulhosa dessa mãe.
ResponderExcluirE vontade de dar uma voadora com os dois pés no peito da nojenta que ela teve q aturar. É sério.
Olha, o preconceito no Brasil é muito grande, e não só o racial, mas o de classes sociais também.
ResponderExcluirSou branca, praticamente transparente, mas com o cabelo bem crespo e castanho(minha avó era negra).Sou casada com um mestiço de polonês com índia, lindo e a cara da mãe, tendo os cabelos pretos lisos e a pele morena.
Nossa filha de três anos é a cara dele, morena, cabelão preto e liso.
Mais de uma vez, por estar com ela e ser nova (engravidei aos 19) me trataram como se eu fosse a babá dela e, consequentemente, não 'digna' de estar na piscina do clube ou em algum outro local 'classe alta'da cidade.
Uma vez, pediram pra um funcionário do clube me pedir pra sair da piscina, pois as babás não poderiam entrar na água com as crianças. Como ele me conhece a muito tempo, me viu grávida e tudo, disse pra mulher que eu era a mãe. Sabe o comentário dela pras amigas? "não sei como deixam esse tipo de gente pobre se associar nesse clube, olha o cabelo dela, não tem dinheiro nem pra fazer uma progressiva!"
O preconceito no Brasil é tão grande que, se a pessoa tem cabelo crespo (e gosta dele) é chamada de pobre, por que na cabecinha minúscula de alguns, negros são todos pobres.
Difícil viver assim, sabia?
No mais, o blog dela é lindo e o exemplo também!
OFF TOPIC: Lola, só agora eu atentei para o seu sobrenome, por um acaso você seria aparentada de Ricardo Aronovich??
ResponderExcluirGostei muito da ideia de mães e pais escreverem para seus/suas filh@s!
ResponderExcluirParabéns à Josiane por seu relato maravilhoso, e lamento que ainda existe pessoas como a senhora racista/elitista da história.
Uma charada para vocês:
O que será que um mascu escreveria para seu/sua filh@ se ele conseguisse a proeza de se procriar? *trollface* xD
Daní,
ResponderExcluiracho que para um filho ele iria avisar sobre as maldades impostas pelas mulheres.
Para uma filha não escreveria nada, porque provavelmente ele acha que mulher não deve ser alfabetizada.
acho q alguma coisa bem perto de 100% dos brasileiros é preto em algum nível.
ResponderExcluirengraçado que lá nos eua, vc tem um trisavô negro, é brancão e põe lá na fichinha: african-american
aqui fica essa história de moreno claro, café-com-leite, mulato claro, moreno jambo, preto por parte de mãe, que saco...todo mundo é vira-lata e pronto, acabou
e se foi mesmo na África que a coisa começou imagine se isso não se aplica, em algum nível, pro resto da humanidade.
na boa, não tenho respeito algum por gente racista, pq não precisa estudar muito pra saber o QUANTO isso é idiota.
o "sogro" de um amigo meu é alemão (olha o clichê), residente e domiciliado na Alemana e tem um filho que é gay.
o fato do rapaz ser gay realmente não pesou em nada, mas quando ele ficou sabendo que o namorado do filho era preto, AI GZUIS ACODE, o homem mandou ele de mala e cuia para o Brasil. Tocou de casa mesmo e falou que é pra esquecer, que não é mais filho.
gennnnteeee... primeiro mundo, poxa
e essa joça acontece em todo lugar.
tudo errado.
"É raríssimo ver casais bi-raciais representados na mídia (é sempre branco com branco, negro com negro)."
ResponderExcluirraríssimo mesmo, eu não consigo falar nenhum
lembro do Man in Black II: certeza que só colocaram uma atriz negra (e bem "branquificada") só porque ela teria que beijar o Will Smith. Mas mta ctz messssmo.
*Men, DERP!
ResponderExcluirGente, meu namorado e sua família são do tipo branquelos mesmo. Já eu e minha família temos ascendência indígena e afro . Mais indígena que afro, pois venho de uma longa geração de família pobre e pobre não tinha dinheiro para comprar escravo (uma vantagem, pelo menos). Eu e minha cunhada (absurdamente loira e branca) estamos nos preparando para engravidar e de vez em quando se inicia uma discussão sobre as futuras características dos nossos filhotes. Até aí, beleza. Mas quando formulam hipóteses e possíveis chances dos meus bruguelinhos nascerem loiros dos olhos claros, Oh my God!
ResponderExcluirA meu respeito, rola umas do tipo: “Ela é tão bonitinha, nem é TÃO morena” (Hã, como não??). “Olha, se não fosse pelas sombracelhas, os olhos e os cabelos escuros, ninguém diria que ela é brasileira!” (Ops, sobrou o que mesmo? Meus fenomenais 1,60m de altura?).
Ai, gente, não dá!! Ainda bem que ainda não entendo tudo, caso contrário, a meiguice da “desbotada” aqui iria p ares!!
"seu cabelo vai cachear logo, logo" foi ótimo! Porque é sempre este medo do cabelo. Sempre! Tadinhas das crianças.
ResponderExcluirO racismo tá infiltrado na alma da gente. Outro dia falei do alex castro aqui mas esqueci de colocar o link. Agora vai, com todos os textos:
ResponderExcluirhttp://migre.me/8ctCi
Engraçado que mesmo hoje, adulta, isso acontece comigo e minha mãe. Sou branca branquela mesmo, apesar de olhos e cabelos escuros, com traços mais europeizados, e minha mãe é morena-índia. Quando perguntam o que ela é minha ou o que eu sou dela e respondemos, canso de ver os olhares de espanto...
ResponderExcluirMuito lindo o blog!.Aqui em casa é o contrário minha mãe é branca e meu pai parece um índio,eu e meus 2 irmãos saímos morenos .Quando eu era pequena saia com a minha mãe todo mundo perguntava para ela que cor era o pai,agora quando saio com ela o pessoal acha que somos lésbicas,as vezes nós somos agredidas verbalmente, mas quando falo que ela é minha mãe eles ficam sem graça.Teve um dia que fomos a um restaurante,na época eu tinha 17 anos, só eu e ela e do nada na mesa ao lado uma moça falou:Nossa que nojo dessas duas além de lésbica a velha é pedófila.
ResponderExcluirHoje em dia nós nem ligamos mais,se agente for ter que dar satisfação para todo mundo íamos ficar o dia inteiro explicando.
Comigo é o inverso: sou filha de pai mulato e mãe loiríssima; nasci morena. Quando era criança, quase caboclinha de tanto sol de Maceió, as pessoas olhavam pra mim e pra minha mãe como se fôssemos ETs. Depois, um pouco mais velha, quando andávamos abraçadas ou de mãos dadas (ela bate abaixo do meu ombro), achavam que éramos um casal de lésbicas.
ResponderExcluirPensava-se em tudo, TUDO, menos que eu fosse fruto do casamento daquela mulher caucasiana com um homem mulato. Dose.
Carol MD, agora que eu vi que o seu relato é praticamente IGUAL ao meu... rs
ResponderExcluirIncrível como as situações se repetem over and over again...
aiaiai,
ResponderExcluirnossa, eu adoro os textos do Alex Castro sobre racismo, mas nunca tinha visto esse post com todos eles compilados! Obrigada por postar aqui. :)
Sobre essa questão dos casais interraciais na mídia, existem vários artigos e estudos a respeito, até documentários. Realmente não há casais onde o homem é negro e a mulher é branca, ouso dizer que em nenhum filme de hollywood, e não sei dizer na mídia televisiva americana, mas aposto que também não. Existe o contrário, onde o homem é branco e a mulher é negra. A explicação básica é o machismo arraigado do cinema americano. Vou falar em termos bem xulos, mas é mais ou menos isso:
Mulheres negras podem "servir sexualmente" aos homens brancos desde a época da escravidão. E isso é reproduzido até hoje, sendo que casais assim podem ser reproduzidos nos filmes. Quanto às mulheres brancas, elas não podem se relacionar com homens negros, porque são propriedade exclusiva dos homens brancos. Seria uma violação da "honra" dos homens brancos.
Li um texto ótimo sobre o tema, uma vez, mas não estou conseguindo achar...
Você pode procurar, mas dificilmente vai achar um homem negro com uma mulher branca (não latina, não oriental, não indígena; branca) nos filmes de hollywood.
Já no cinema europeu, é muito mais comum.
Lorena,
ResponderExcluiro mais triste é que, mesmo no Brasil, casais de homens negros e mulheres brancas são raros tanto na ficção quanto na vida real. Quando cruzo com um na rua sempre me chama a atenção, primeiro porque vejo pouco (e olha que moro no Rio de Janeiro, metrópole, cidade supostamente ocosmopolita e liberal), e segundo porque me remete aos meus pais, e sempre vem um sorriso de admiração.
Nessa cultura machista infernal, o homem branco sempre estará "tirando proveito" da mulher negra, "explorando" seus dotes físicos. Quando a coisa se inverte (homem negro-mulher branca), é violação.
Acabei de me lembrar que uma série americana nova tem um casal com o homem negro e a mulher braanca.
ResponderExcluirO nome da série é "I hate my teenage daughter" e é bem bobinha.
Lola
ResponderExcluirEu tenho uma notícia que vai te deixar feliz. Finalmente a polícia começou a prender esses vândalos da internet. Parece que a casinha do engenheiro Emerson está caindo porque os seus seguidores estão sendo presos em vários países.
Um hacker conhecido como Sabu foi preso e como não tinha escapatória ele passou a colaborar com o FBI que está atuando junto com a Polícia Federal do Brasil.
Eles encontraram 7 lideranças do grupo e já tem vários presos, entre eles o mais perigoso de todos que é o Anarchaos.
Finalmente a polícia está prendendo esses Anonymous que ficam atacando sites de empresas honestas e sites de governos. Eles chegaram a roubar informações de alguns servidores do governo brasileiro.
A Polícia é legião, eles não perdoam. Esperem pela polícia bandidos virtuais.
Flavia C.,
ResponderExcluiré verdade mesmo, esse arranjo não é comum nem no Brasil, uma prova de que o discurso do "gosto pessoal" pra explicar essa situação é racismo puro. Afinal, somos um país de maioria negra, e a maioria é negra e pobre. Muito "esquisito" seria se a falta de casais interraciais fosse uma questão totalmente aleatória das heranças sociais, né?? Esquisito e estatisticamente improvável. É racismo, mesmo.
Na minha família, por algum motivo inexplicável, já que fomos criados num ambiente racista (como a maioria dos descendentes de italianos e alemãs que eu conheço), quase todas as mulheres e meninas da minha geração namoram com homens negros (e eu com uma mulher negra). Acho muito interessante porque somos uma família de gente bem branca, com pouca miscigenação por parte dos pais e avós. Ainda assim, os casais interraciais predominam. Minha irmã mesmo, que é ainda mais branca do que eu, namora um rapaz negro (lindo de morrer, meu cunhadinho) e eu acho a coisa MAIS linda os dois. Só imagino no monte de criança linda que vai nascer nas próximas gerações. :)
Lola, muito obrigada por ter cedido este espaço no seu blog para este texto: quando eu o escrevi, eu estava com um nó na garganta tão grande que só dá para entender quem já passou por situação semelhante. E é muito bom partilhar experiências com tanta gente,especialmentecom as que passaram por situações parecidas. Espero que a próxima geração seja mais esclarecida que a nossa e que estes casos tornem-se cada vez mais raros.
ResponderExcluirLorena
ResponderExcluirCurioso isso, né? Tenho uma prima de 21 anos, filha da irmã da minha mãe, que quase sempre namora meninos negros, embora tenha sido criada numa casa em que a coinsciência de igualdade racial não fosse tão clara quanto na minha. Gosto de crer que as novas gerações estão se libertando definitivamente dessas amarras.
Quanto ao teu comentário em relação à questão social x racial, no Brasil há uma peculiaridade que me assusta. Meu pai vem de uma rara família negra de classe média há algumas gerações: é filho e neto de funcionários públicos. Meu avô se casou duas vezes com mulheres brancas, sempre teve casa, carro, vida confortável. De uma certa forma, isso "embranqueceu" meu pai e o meu tio diante da sociedade. Não são considerados negros. Lembro daquele verso da música do Caetano, "quase pretos de tão pobres"... só que ao contrário.
Olha, às vezes agradeço o fato de não poder ter filhos, senão já estaria presa ou morta! Vcs acham q eu me comportaria dessa maneira fina e educada da Josiane? De jeito nenhum, eu com certeza teria ido atrás da velha (p/ mim não é senhora, é velha bruxa msm) e dado na cara dela!! Vcs podem me chamar de grossa, mau educada, barraqueira, baixa, maloqueira, mas asseguro à vcs q dói bem menos em mim o preconceito quando reajo agressivamente!! É preciso dar uma de louca às vezes pra se fazer ouvir e respeitar!! Podem me xriticar, falar mal mas tô nem aí pra vcs!! Sendo como sou tem feito de mim uma pessoa que sofre menos.
ResponderExcluirFlavia C.,
ResponderExcluire o contrário ("brancos de tão ricos") só não é mais comum porque os negros ricos são muito poucos, mesmo. Mas são os que se enquadram no famoso (e desprezível) jargão "negros de alma branca", pra sociedade. Ou como já ouvi de familiares, "é preto mas é legal, é preto mas é bonito". ¬¬
Sou branquíssimo, pai de uma linda moça negra, hoje com 17 anos. E já passei por muitas situações invertidas... mas parecidas.
ResponderExcluirTive aulas e mais aulas de racismo. Fiquei um pouco negro também.
Uma gracinha o texto. Tomara que quando a filha dela for mais crescidinha e tiver condições de ler e entender, as coisas estejam melhores e que o racismo vá ficando cada vez mais pra trás.
ResponderExcluirPra mulheres muitas coisas já estão melhorando, apesar de outras que ainda continuam na mesma, como essa nova lei que aprovaram (ou ainda vão aprovar? não sei, estou ouvindo isso por alto e ainda não vi com calma) de empresas privadas serem obrigadas a pagarem o mesmo salário pra homens e mulheres que estiverem exercendo a mesma função.
O que vc achou disso, Lola?
Bjus
Joel - namoro um negro e o que mais me irrita nele é ele achar que não pode fazer nada contra o racismo! Já briguei muito por causa dele! E nem fardado (ele é policial militar) ele escapa de sofrer preconceito: às vezes, ao dar voz de prisão, ele é chamado de macaco, asfalto, Kunta Kintê... ele não reage, só algema o infeliz e coloca na viatura. É horrível saber que uma pessoa que amo se habituou ao sofrimento e nem se incomoda mais com isso!
ResponderExcluirAchei super interessante isso. Acontece mesmo, de as pessoas falarem da cor da pele dos pais e do bebê como se realmente fosse grande coisa. A mulher do meu pai é beeeem mais morena que ele, não chega extamente a ser negra, mas ela é bem morena, e meu pai é branquelo, que fica vermelho quando sai no sol. Minha irmãzinha de sete meses, nasceu a coisa mais fofinha desse mundo. As bochechas enormes, os os vivos e alertas, o maior sorriso. Mas, quando as pessoas veem ela, a primeira coisa que falam é, "Nossa, ela é branquinha como o pai." A mãe dela fica puta, claro, mas acho que a indignação é maior porque a bebê parece mais com o pai que ela. Ela fala, "Passou nove meses dentro da mãe pra sair branquinha como o pai." Ora, se isso importasse. Ela é, de fato, a cara do meu pai. Mas daí as pessoas, e até a mãe dela, se incomodarem com isso...
ResponderExcluirNa verdade aqui está melhor explicado.
ResponderExcluirhttp://revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia/2012/03/senado-aprova-multa-para-empresa-que-pagar-salarios-inferiores-mulheres.html
Pela lei empresas já seriam obrigadas a pagarem o mesmo, mas como muitas descumprem, o senado aprovou uma multa para aquelas que descumprem.
(E desculpe colocar um assunto nada a ver com o post. Abçs)
Lorena, em Simplesmente Amor, a Keira Knightley faz par com um ator negro, coisa rara de se ver mesmo.
ResponderExcluirO que agora anda aparecendo nos filmes são homens negros + mulheres latinas, vide, Will Smith e Eva Mendes em Hitch, conselheiro amoroso.
Lindo... Parabéns Josi...
ResponderExcluirAshen Lady,
ResponderExcluiré porque Simplesmente Amor é um filme inglês, não americano. Nos filmes europeus isso é bem mais comum.
Esse artigo é importante, Lola. Dava pra fazer uma série de posts comentando.Eu realmente gostaria de saber o que você vai pensar dele. http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/jenny-turner-quantos-pares-de-sapato-ela-quiser.html
ResponderExcluirAbraço,
Alice
Dri Caldeira
ResponderExcluirJá vi meu pai ter reações semelhantes a do teu noivo. Uma vez pegamos um taxi e, na altura da Central do Brasil, um homem negro atravessou fora da faixa em cima do carro. Criticamos o doido e o taxista soltou: "também, olha a cútis". JURO! O mais absurdo é que eu SEI que ele disse isso porque não percebeu que o meu pai, de terno e gravata de grifes caras, era mulato; parecia "branco" de tão bem vestido.
Fiquei perplexa, mas meu pai só parecia envergonhado. Enquanto eu quase pulei do taxi, ele não reagiu. E nem posso culpá-lo por isso. Que triste.
Tocante seu texto Josiane!!!
ResponderExcluirMeu marido que possui cabelo crespo e tem muito orgulho disso e eu também. Me irrita bastante as especulações sobre nossos futuros filhos (sou branca e possuo cabelo liso), a "preocupação de que tenha uma filha com cabelo crespo" é recorrente nos diálogos e constantemente perco a paciência. É triste e repugnante o preconceito nas falas que ouço. Por isso me emocionei lendo seu texto, é cheio de amor e indignação.
Parabéns pela iniciativa e pela coragem, felicidades pra você e Beatriz.
Patrícia Araújo
É, mas no Simplesmente Amor, arrumaram um branco pra se apaixonar p/ Keira Knightley, só que ainda bem que ela fica com o marido negro, o lindésimo e gostosésimo Chiwetel Ejiofor, que havia feito uma drag queen maravilhosa em Kinky Boots, recomendo esse filme!!
ResponderExcluirFlavia C - dá uma raiva não dá, ver que os outros ainda perdem tempo em reparar na cor da pele das pessoas e maltratá-los e persegui-los por isso? E, o que eu acho muito pior, segregar aqueles que eles "acham" que são seres de 3ª categoria, só por não serem brancos, loiros de olhos azuis!!
ResponderExcluirE tem também o filme com o Sidney Poitier, de 1967, um homem negro e uma mulher branca.
ResponderExcluirMurder at 1600, Wesley Snipes e Diane Lane.
Existem exemplos, mas são poucos. No caso da sociedade americana, esse tipo de relacionamento ainda é visto com maus olhos infelizmente.
Só consigo lembrar de dois filmes que tinham um casal mulher branca + homem negro, ambos do Tarantino: Bastardos Inglórios e Pulp Fiction.
ResponderExcluirNem sei se Pulp Fiction conta, não lembro se tem alguma cena da Mia e do Marsellus juntos, ou se algum personagem comenta que eles são casados e só.
Eu passei um pouco por isso quando estive no Brasil ano passado.
ResponderExcluirMinha filha é branquinha como o pai (tadinha, espero que mude com a idade) e eu fui à farmácia com ela no carrinho. Eu estava meio molambenta, afinal estava de férias e me recuso a andar emperequetada, o que deve ser um crime de pena máxima para a classe média brasileira. A maneira como me trataram foi bem obvia de que eu era ou a baba ou a empregada. Cara, tive que ser agressiva e botar banca. Só mudaram quando paguei com cartão de credito, pode?
Eu vejo duas situações péssimas e revoltantes. Uma é a questão racial que diz que, se eu sou morena e a criança com quem estou é branca, então automaticamente eu não sou mãe dela e sou empregada. E a outra situação é o tratamento de casta reservado às babas e empregadas. Como assim? Não são trabalhadoras e dignas de respeito também? Na festinha da minha filha, que fiz no Brasil, convidei a empregada da minha mãe, (que trabalha para ela ha anos) e a filha, (que contratei para me ajudar com minha filha pois meu marido estava se operando) para a festinha. Elas eram convidadas. Não é que teve gente as chamando para tomar conta das outras crianças ou para limpar a mesa? Como assim?? Eu tive que interferir e disse que elas eram convidadas como eles.
E qual o problema da babá entrar na piscina com a criança? Ou de sentar na mesa do restaurante? Ou de almoçar com a família? Se fosse outra profissão, será que seriam tratados com essa discriminação toda? Acho que não...
Essa coisa elitista brasileira é terrível.
LoLa, o link pra ir ao blog da Guest Post não abre... dá ERROR... NOT FOUND... conserta aí.
ResponderExcluirDenise,
ResponderExcluirIsso que vc retratou me dá nos nervos. Muito mesmo. O racismo e o preconceito sócio-econômico no Brasil é praticamente uma coisa só. Se é negr@, é automaticamente pobre. Sendo pobre (e pret@), é ok ser discriminad@, menosprezad@ e humilhad@.
Sabe o que eu pensei, será que a Camila Pitanga passa por esses problemas? Sim, pois a filha dela é bem branca... será que não é um problema de raça e sim de posição social, de ter dinheiro ou de ser celebridade? Não nos esqueçamos que padecemos do complexo de vira-lata e o povo brasileiro tem a maldita tendência de endeusar os maus-caracteres endinheirados!
ResponderExcluirMUITO DENTRO do tema do post, vou colocar o link de uma coluna do Arnaldo Bloch no Globo sobre o tratamento ABSURDO que é dispensado às babás no São Conrado Fashion Mall, shopping center que fica numa das regiões mais nobres do Rio de Janeiro:
ResponderExcluirhttp://oglobo.globo.com/blogs/arnaldo/posts/2012/03/03/cenas-chocantes-no-fashion-mall-cronica-deste-sabado-434470.asp
Acho que rola uma escala de tons complicada na construção do racismo/elitismo como o do relato. Minha mãe e minhas tias são bem mais morenas do que eu e com aparência nordestina (a maioria nasceu em Aracaju) e muitas vezes na infância lembro de ter acontecido de acharem que minha mãe não era minha mãe, que ela estava me roubando de algum lugar ou algo assim. Triste e cotidiano. Infelizmente.
ResponderExcluirEu vivo uma situação muito triste. Sou negra e casada com um homem branco e tenho uma filha clarinha. Enfim, contratei uma babá, por acaso branca. Passo muito constrangimento na rua pois todos pensam que a menina não é minha filha e sim filha da babá. Foi então que decidi "obrigar" a babá a usar apenas roupas brancas e cabelo preso. Não sei se fiz certo, mas é muito triste não ser reconhecida por ser mãe da minha filha. Vcs acham que eu fiz certo??
ResponderExcluirEu acho que embora a questão racial e sócio econômica estejam ligadas, elas não são obrigatoriamente ligadas. Por exemplo. Se uma mulher negra, super bem vestida, em um carro legal, com duas crianças também super bem vestidas aparecem em um restaurante chique para almoçar, você acha que ela vai ser mal tratada? Duvido. Ela esta mostrando seu estratos social e econômico. O reverso, se a babá é branqueja, mas claramente babá, você acha que ela não vai ser tratada como uma casta mais baixa? Tenho certeza que vai.
ResponderExcluirA questão no Brasil é racial, obvio, pois sem os indicativos monetários o negro é automaticamente classificado como pobre e o branco como rico, mas não só racial. O status social no Brasil é importantíssimo.
E nisso vale o que a Dri falou. A Camila Pitanga é conhecida, tem dinheiro e posição social. A menos que ela estava molambenta, ninguém a reconheça e demostre não ter dinheiro, acho que ela não vai passar pelos mesmos problemas que uma mulher parecida com ela, sem esses privilégios, passaria.
Dri Caldeira,
ResponderExcluiras duas coisas andam juntas, aqui. Talvez a Camila Pitanga não passe por essa situação porque ela é famosa, ninguém vai achar que ela é a babá da própria filha porque todo mundo sabe quem ela é. Mas o resto da população anônima, que não é celebridade, está sujeito a esse tratamento, mesmo. Porque nossa classe social não está estampada na nossa pele, como a cor. E uma pessoa negra é considerada pobre (e tantas vezes criminosa, principalmente pela polícia) porque o preconceito social está intimamente ligado ao racismo.
Lorena, consigo me lembrar ao menos de um casal mulher branca/homem negro na grande mídia: na série de tevê House (muito vista nos EUA) a personagem chamada 13 (olivia wilde) namorou o Foreman, médico negro. Ela tb era bissexual.
ResponderExcluirEm um dos filmes do Spike Lee ocorre o mesmo: http://www.imdb.com/title/tt0102175/ Claro que o Spike Lee é um cineasta que questiona justamente essas questões.
:)
Denise,
ResponderExcluirhá um tempo atrás, um casal de espanhóis (ou bascos, não sei se são considerados a mesma coisa) entrou em um restaurante do RJ com o filho e deixou a criança sentadinha na mesa enquanto se servia. O menino, que não falava português, foi EXPULSO do restaurante por um garçom, que achou que se tratava de um menino de rua. A criança era negra; os pais, eram brancos.
Você acha que essa criança estava mal-vestida? Provavelmente não. O restaurante era de classe média-alta. O que contou nesse caso foi a cor da pele da criança, única e exclusivamente. O menino era negro, logo, era menino de rua, pobre, mendigo, pedinte, trombadinha...
Claro que uma pessoa famosa tem menos chances de ser vítima desses casos, por ser famosa, conhecida e facilmente reconhecida. Agora as pessoas "comuns" passam por isso direto. Eu que namoro uma negra sei disso. Minha irmã que namora um negro também sabe disso. Meu cunhado parece um modelo, todo alto, lindo e bem-vestido. E minha irmã já o viu passar pelo constrangimento de ser analisado de cima a baixo por vendedores e seguranças de lojas, em shoppings.
Maria Caú,
ResponderExcluirah, sim, realmente! Teve esse casal de House. E devem existir outros também, na TV. Nos filmes é que é mto mais difícil.
Jac disse... "A verdade é que o Brasil, apesar da mistura racial, não está preparado para olhar com naturalidade famílias bi(poli)-raciais. Isso me lembra algo que eu reparei vendo muitas série de TV americanas: se no Brasil a situação não é boa, lá é mto menos. É raríssimo ver casais bi-raciais representados na mídia (é sempre branco com branco, negro com negro)." 7 de março de 2012 10:52
ResponderExcluirJac, seu comentário sobre os EUA está sendo radical... não sei em que anos vc morou aqui e nem em que estado... seu comentário me soa radical pq moro aqui... primeiro no Texas e depois na Carolina do Norte e em ambos estados a população negra é grande... agora moro na Nova Inglaterra onde a população negra é bem menor. Já trabalhei com negros em meio a brancos e nunca vi pessoas negras reclamando do ambiente de serviço; já me socializei com casais birracias americanos com filhos e até trabalhei em creche da alta classe PORÉM a creche tem de ter um número X de vagas pra alunos carentes e muitas vezes chegava lá uma criança negra em estado de emergência por algum motivo que prefiro não abordar, mas nada tinha a ver com gente branca. Tive dois médicos negros, enfermeiras negras... enfim, nunca presenciei o que vc relata. Sim, nos EUA há preconceito racial, porém é diferente de como vemos no Brasil... sem contar que qdo o assunto vai pra mídia e chega ao Brasil sofre uma distorção tremenda.
Eu e meu marido queríamos adotar dois meninos negros de cinco ano... o "queríamos adotar" era meu, mas meu marido faz tudo e mais um pouco pra me fazer feliz... bem, qdo eu perguntei a ele sobre a etnia da criança, se ele se importava em algo em particular, ele disse que não. Meu marido é filho de irlandeses com alemães. Eu disse que queria dois meninos negros. Eu sou filha de europeu branco com europeu misturado com índia brasileira.
Estudei sobre os negros americanos desde a escravatura até nossos dias. Me afundei na literatura de escritores negros e tb li livros infantis com estórias para crianças negras... acompanhei espancamento de negros e tb o que aconteceu com essa pessoa 10 anos depois. Enfim, no dia do julgamento de OJ Simpson, que brancos e negros sabiam que ele fôra o assassino, tb sabíamos que ele TERIA de ser inocentado pq a mulher que ele assassinou friamente era branca e o rapaz que ele assassinou tb era branco. Eu vi negros dizendo que seria a mó injustiça que a justiça americana faria não condenando OJ Simpson. Mas se assim não fosse, gangs e mais gangs lideraas por negros estavam preparadas para causar incêndio em cidades grandes e pequenas pelo EUA inteirinho. Mais de uma década se passou até que OJ Simpson foi parar na cadeia por outro crime... roubo...
Enfim, estou apenas tentando que tenho experiência no assunto sobre preconceito pq eu mesma já passei e vez ou outra ainda passo... nada a ver com cor de pele, Jac. Infelizmente nunca conseguimos adotar os dois meninos fossem negros ou não. Primeiramente pq após toda aprovação necessária, nos mudamos do Texas pra Carolina do Norte pelo emprego do meu marido e teríamos de recomeçar toda a burocracia. Qdo estávamos prontos pela segunda vez, a firma onde meu marido trabalhava fechou as instalações e tivemos de nos mudar pro outro lado do país e cada vez a gente precisa de uns dois anos e assim o tempo foi passando e finalmente deixei de lado meus sonhos de adoção, mas ajudo crianças carentes no Brasil... estou preparando uma menina de 11 anos pra fazer intercâmbio qdo chegar a idade e gostaria de proporcionar o mesmo para uma criança brasileira negra.
Sobre seu comment... sim, Jac, há racismo, mas a coisa não é assim como leio em blogs brasileiros seja em post ou em comentário ou a mídia tradicional reportando. Daí meu interesse em saber qdo vc morou nos EUA... em que anos... em que estado... estou interessada na sua experiência, na sua realidade... se vc não se importar.
Em tempo: o preconceito não é dirigido somente aos negros nos EUA... aos latinos tb... mas estou sabendo que os bolivianos estão passando pelo mesmo no Brasil... é verdade? No Estado de São Paulo, particularmente na capital o nordestino sempre foi rechaçado e me cortava o coração qdo a firma onde eu trabalha dizia que nordestino era somente pra trabalhar na fábrica como operário. Porém nos EUA com todo o preconceito distorcido pela mídia internacional os negros não conseguem o bom e melhor somente se não quiserem pq oportunidade há pra todos.. talvez vc se interesse por ler sobre a vida do dr. Ben Carson... ele é apenas um caso entre centenas de negros e eu poderia apresentar uma lista aqui tão grande que me pediriam pra parar com o assunto... Axê!
ResponderExcluirLorena, sem querer ser bairrista mas sendo... esse caso do menino filho de espanhóis, foi em São Paulo, e não no Rio!
ResponderExcluirFlávia C,,
ResponderExcluiropa, desculpa!! Tinha quase certeza de ter lido que tinha sido no RJ!
Minha tia, irmã da minha mãe, teve todos os filhos com os olhos puxadinhos... um deles parecia realmente um japonesinho e minha tia ouvia muito perguntas inconvenientes (no Brasil). Depois descobri que minha avó italiana veio de uma região da Itália onde as pessoas são dadas a terem os olhos ajaponesados... de criança perguntavam se eu era mestiça de japonês com brasileiro... minha vó paterna era índia nativa do Mato Grosso... e tenho primos pelo lado materno (italiano) com olhos puxadinhos em várias gerações.
ResponderExcluirMeu amigo filho de branco com mulata, casou-se com uma mulata. O primeiro filho nasceu com a aparência dos pais... já a menina nasceu branca. Não sei agora, 10 anos depois, mas a menina não tinha traços negros. Qdo a mãe saía com os dois filhos perguntavam-lhe se a menina era filha adotiva... ou se ela era babá da menina. Disparates assim a gente não vê nos EUA pq as pessoas são delicadas até demais pra fazer alguma pergunta pessoal... não o fazem em qdo o fazem é com o mó cuidado.
Ah sim, meu primo branco se casou com uma mulata e minha tia armou o mó barraco... foi o único casamento feliz que minha tia presenciou entre os filhos.
LoLa, vc tem um maridão que a gente bem sabe pela sua pena... e a gente acredita, nãoduva... eu tb tenho uma maridão... antes de chegar até mim ele foi apaixonado por uma moça gorda... vi foto dela, aos 18 anos era obesa... meu marido tb foi apaixonado por uma moça negra, mas a família dela não quis o relacionamento deles pq meu marido é branco... meu marido se apaixonou por uma brasileira de mistura alemã, francesa, índigena pelo lado paterno e mistura italiana e portuguesa pelo lado materno... e dizem que somos as mais gostosas do planeta... entonces... maridão aqui é aprovado em qq teste, provando que ele não é preconceituoso. Nem eu.
ResponderExcluir====
"É triste, mas todos temos ou já tivemos algum grau de racismo." --Bruno num comment aí em cima
È vero... mas a gente tem de ir se educando... seja através de leitura ou da própria experiência ou da experiência alheia. Buda é representado como um obeso mórbido... uma deusa indiana é representada com várias cabeças e vários braços... Jesus não poderia ter pele clara de modo algum, considerando a região onde nasceu e viveu e caminhava sob o sol... no mínimo Jesus foi de pele como a do Osama bin Laden e cabelo liso somente na representação Renascentista.
lindo e verdadeiro! muito grata por compartilhar...
ResponderExcluirEssa atitude de escrever aos filhos para eles lerem no futuro é de uma inteligência sem par. Depois a guest-poster pode reunir tudo e publicar.
ResponderExcluirAos 54 anos minha sogra foi diagnosticada com um câncer já adiantado... parece-me que começou no ouvido e foi crescendo... foi-lhe dado poucos meses de vida e minha sogra, apesar de submeter-se à cirurgia que lhe tirou uma parte do lado do rosto, não quis passar pela quimioterapia pq ela achou que seria gastar dinheiro em vão... tomou a morte como a hora dela partir para o Senhor, literalmente falando.
ResponderExcluirBem, enqto ainda estava lúcida, começou a escrever as memórias dela pra deixar para os netos... até então ela tinha apenas um neto. Ela contou desde a infância, as peraltices da meninice, as censuras paternas como qdo ela fez uma arte e o pai dela perdeu todos os pães que seriam vendidos no armazém e ela passou um bom tempo fazendo pequenos serviços pagos pra ela reembolsar o pai... tudo com muito humor, ela contou. Falou da mocidade... do namoro... casamento, enfim até onde ela estava. Fez cópias, encadernou (sem luxo), e mandou de presente para cada filho.
Outra coisa que ela deixou para cada filho, como lembrança... aliás lembrança útil, foram as receitas culinárias preferidas pela família. Ela escreveu cada receita num cartão... salgados, doces, prato único, acepipes, sopas, etc. etc. depois arquivou direitinho num estojo próprio pra acomodar os cartões e mandou para os 6 filhos.
Uma boa ideia pra gente adaptar às nossas experiênmcias, eu acho.
Lorena - eu tb entendo assim mas eu me referi ao fato da pessoa ter dinheiro e ser negra. Será que os racistas não são "obrigados" a engolir os negrinhos e negrinhas nesse caso? Agora me lembrei de um fato engraçado, eu tive uma vizinha branca, cujo irmão casou com uma negra. Qdo. ela trazia a sobrinha p/ brincar com a filha e alguém que não soubesse da história dizia que a menina era uma "amiguinha" nossa, ela virava uma fera. Daí eu já acho um exagero, pq não somos obrigados a saber da vida das pessoas. Eu acho que o que pega msm e que ao saber que a negra é a mãe, as pessoas se chocam, como se isso fosse um crime!! Minha irmã é uma que me condena por eu "gostar de chupar picolé de chocolate" numa alusão ao sexo oral. Eu com toda a felicidade do mundo, mando ela tomar no c**... e fico com meu negão, ela já dispensei, pq como ser humano ela é uma porcaria. Não largo meu chocolatão por nada nesse mundo. Vai ver que por isso não emagreço, né?
ResponderExcluirQuero nesse momento solene assumir um preconceito meu: eu sou burrofóbica.
ResponderExcluirBeatriz
ResponderExcluirIdem. Torrei minha paciência toda já com anônimos trolls da vida que só vem aqui vomitar preconceitos e lógica deturpada. Detalhe: achando que estão arrasando.
É sempre a mesma coisa, e se defendemos nossas opiniões com convicção, é porque somos "donas da verdade", etc.
Lorena,
ResponderExcluirEu não discordo de você quanto ao negro ser automaticamente considerado pobre. Só acho que quando os fatores sócio econômicos entram a coisa fica mais complicada e essa discriminação não é tão aberta ou obvia. E também acho que depende um pouco de onde você mora no Brasil o nível de aceitação ou não aceitação.
Quanto ao menino, sinceramente, provavelmente ele não estava tão bem vestido quanto um filho de brasileiros de classe media estaria. Os europeus assim também como os americanos de classe media não tem a mesma necessidade de mostrar status. Eu vejo isso sempre que vou ao Brasil. Minhas amigas de longa data lá estam sempre mais bem vestidas do que eu. Eu, no Colorado, ando de chinelo e bermida o tempo todo, o frio permitindo. Eu vou ao trabalho de calca jeans. Isso no Brasil, na minha posição era impensável. O que quero dizer é que a casa da aparência no Brasil e MUITO importante para ser aceito socialmente, negro ou branco. Claro que o branco tem uma chance MUITO maior de aceitação.
Meus primos do lado da minha mãe são obviamente negros (e nao morenos como eu e meus irmaos) e eu não vejo esse problema acontecer com eles. Na realidade as vezes acontece comigo que ando molambenta para o padrão brasileiro. Mas meu primos são de classe media para media alta, super bem vestidos, falam bem, tem ótimo emprego, etc. Diferentemente da minha avó, por exemplo. Eu acho que a questão sócio econômica pesa muito. O que, por sinal também é errado!
Sobre o tema do post: quando eu era bebê, tinha os olhos bem puxados (ou talvez fosse ilusão pelo fato de minhas bochechas serem enormes e tomarem conta do meu rosto). Enfim, geral parava minha mãe na rua perguntando se eu era mestiça, se meu pai era japonês, etc. Parece que as pessoas PRECISAM de uma explicação detalhada da nossa árvore genealógica. Qual é o sentido de abordar alguém na rua perguntando se é mãe/babá da criança? Ou sobre a cor/etnia do pai? Isso muda alguma coisa na vida da pessoa?
ResponderExcluirParece um tipo de cobrança, sei lá. Algo do tipo: "você saiu do padrão preestabelecido, favor explicar sua situação anormal agora".
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Agora os questionamentos são outros. Toda vez que saio na rua com a minha mãe (ela aparenta ter, no mínimo, uns 15 anos a menos do que tem) tem gente nos olhando torto, achando que somos lésbicas. Tem gente que diz que se sente incomodada apenas quando casais homossexuais ficam se amassando na rua, mas não é isso que eu observo. Eu e minha mãe raramente andamos DE MÃOS DADAS gente, e o nojo dos homofóbicos aparece. :P
E a surpresa de alguns quando notam que somos mãe e filha é simplesmente impagável.
Eu não entendo pra quê dá trela pra quem vem tumultuar,simplismente ignorem e segue o barco
ResponderExcluirAcho que o que a gente tem que considerar é que o preconceito ocorre exatamente quando é uma mãe "negra" com uma criança "branca".
ResponderExcluirQuando acontece o contrário, ninguém pensa que a mãe é a babá, não é? Mesmo que a criança seja bem diferente da mãe, vão sempre pensar que ela deve se parecer com o pai ou até que é adotada.
Isso me lembra outra situação. Havia uma moça que trabalhava lá em casa e que, quando eu e meu irmão éramos mais novos, levava a gente para o clube, para a escola, essas coisas. Ela era muito bonita. Tinha olhos verdes e o cabelo castanho. Ela era branca. Quando saíamos, as pessoas sempre pensavam que ela era minha irmã. Por termos olhos e cabelos mais claros, achavam ela mais parecida comigo do que meu irmão!
Uma vez ela contou para a minha mãe - e eu fiquei sabendo anos mais tarde - que quando as pessoas a questionavam sobre isso ela dizia que era sobrinha da minha mãe, que tinha se mudado para estudar e como veio morar com a nossa família, ajudava a tomar conta de nós dois. Sabe por que ela dizia isso? Porque as pessoas a tratavam mal quando descobriam que ela era nossa "empregada". Como se ela fosse menos gente por causa disso. Por outro lado, quando achavam que ela era da família, todo mundo a respeitava.
Em outra ocasião ouvi minha mãe comentando de uma tia minha, irmã do meu pai, que passou por essa situação da babá com o meu primo. Eu sempre me atrapalho com essa "escala de cor", mas acho minha tia não chega a ser mulata. "Morena clara" existe? Enfim, ela tem a pele mais escura que a do meu tio e dos filhos, e o cabelo "seco". Meu primo é bem "branquinho", e quando bebê ele era "branquelo" mesmo. Sei que minha tia ficou muito triste quando perguntaram se ela era a babá, e que ela chorou muito.
Não encontro palavras para descrever o quando isso é ultrajante.
Denise (do Colorado, EUA)
ResponderExcluirMinha cunhada francesa qdo vai ao Brasil passar um mês leva umas poucas peças de roupa... vaidade ZERO... linda, se parece com a Michelle Pfiffer, e sempre adequadamente vestida pracada ocasião, apenas sem luxo. Como vc, meu marido trabalha de jeans e camiseta e vai mais longe usando sapato furado pq ele gosta mesmo é de sapato velho, desgastado pq diz que é qdo fica mais confortável... detesta cortar cabelo e depois de anos e anos brigando, resolvi deixar de palpitar no cabelo dele, mas gente brasileira (com quem nos relacionamos aqui) fica comentando e finalmente eu disse o que meu marido me disse: "o cabelo vai ser cortado depois do inverno e não é da conta de ninguém..." isso pq qdo saímos com alguém do Brasil e passamos por um cabelereiro ou barbeiro a pessoa mostra pro meu marido e diz que ele precisa cortar o cabelo.
Qdo fui ao Brasil a família ficava me dando nos nervos pra eu comprar roupas... eu pagar um absurdo pelos preços de roupa no Brasil??? não sou otária... Um dia, lá numa cidadezinha onde o calor é infernal, até amolece o asfalto, fui à rua com uma camiseta velhinha, de algodão, com uns furos e o que ouvi foi "o que vão pensar"... pouco se me dá o que vão ou não pensar... nos EUA a gente vai ao supermercado de pijama com casado de pele e ninguém dá a mínima, nem olhar olha (se olha é disfarçando ou é gente obcecada com a pele dos animais e vem com disparate pra cima da gente até passar a mão no suposto casaco de pele e se certificar de que é faux...)
Enfim, brasileiro dá uma importância tremenda pra status que é tomado segundo o visual da pessoa e por isso tanta gente cobra da LoLa, como se ela tivesse de se enquadrar ao PADRÃO que pra muita gente é o PATRÃO... sorry if I went too far.
Estudo liga queda em nascimentos prematuros a leis antifumo
ResponderExcluirhttp://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/bbc/2012/03/07/estudo-liga-queda-em-nascimentos-prematuros-a-leis-antifumo.jhtm
mulheres esclarecidas, educadas e viajadas precisam de uma lei para se protegerem de si próprias e para protegerem seus fetos. X
PARA ELIMINAR QUALQUER TIPO DE MOSQUITO, ATÉ O COMUM PERNILONGO" OU MESMO O DA DENGUE.
ResponderExcluirVamos matar mosquitos de forma ecológica. Para ajudar com a luta contínua contra os mosquitos da dengue e a dengue hemorrágica, uma idéia é trazê-los para uma armadilha que pode matar muitos deles. Precisamos do seguinte material:
200 ml de água
50 gramas de açúcar mascavo
1 grama de levedura (fermento biológico de pão, em supermercado)
1 garrafa plástica de 2 litros.
Procedimento:
1. Corte a garrafa de plástico no meio e guarde a parte do gargalo.
2. Misture o açúcar mascavo com água quente. Deixe esfriar. Depois de frio despeje na garrafa.
3. Acrescente a Levedura. Não há necessidade de misturar. A Levedura vai criar o Dióxido de Carbono necessário.
4. Coloque a parte do funil, virada para baixo, dentro da metade da garrafa.
5. Enrole a garrafa com algo preto, menos a parte de cima, e colocar em algum canto de sua casa.
Em duas semanas você vai ver a quantidade de mosquitos que morreu lá dentro da garrafa. Além da limpeza de suas casas e de locais de reprodução do mosquito, podemos utilizar esse método muito útil em escolas, creches, hospitais e residências. Tome em conta a DENGUE e DIVULGUE.
ABC da Saúde
vlw abc da saúde.
ResponderExcluircomo se fixa o gargalo na outra metade?
uso algo parecido para pegar mosca da fruta. abçs
Ai, que lindo isso de escrever um blog pra filha e registrar os dias - com suas coisas boas e difíceis - pra ela ler no futuro.
ResponderExcluirSobre o preconceito, o pior ainda é fingir que não existe. Mas que essa mãe - assim como todas as mães, e todas as pessoas que sabem como é difícil - não desistam da revolta. Não é sair no tapa, é não deixar que atitudes mesquinhas embaracem suas vidas.
Josi, mil desculpas por colocar um link que tá dando erro. Consertei agora, HORAS depois. É que hoje mal parei em casa. Desculpe mesmo!
ResponderExcluirGente, o link pro blog da Josi tá corrigido, e vale a pena ir lá. Pra quem tá aqui, repito o link.
Lola, sem problemas: já valeu o texto ter sido publicado aqui...
ResponderExcluirSobre o comentário acima: muita gente já me falou que a reação minha fui muito, digamos, "moderada". É que a humilhação veio antes da raiva...
Uma vez uma amiga me perguntou se eu não conhecia uma moça que quisesse dar seu filho para adoção e que "a criança tem que ser branca com certeza, pois o futuro pai é racista" eu então disse que jamais, jamais gostaria que um racista cuidasse de uma criança seja branca, negra ou amarela.
ResponderExcluirMeu pai é negro, minha mãe é azeda e eu saí branquela, até hoje escuto coisas do tipo "vocÊ é filha de chocadeira?" "sua mãe pulou a cerca?" etc mas ignoro, memso porque sou a cara do meu pai.
Linda iniciativa criar um blog pra sua filha ler depois e ótimo post. =)
1.
ResponderExcluirExiste um blog chamado Para Francisco (não sei o link, tem de buscar)... Cris, a mãe, ficou viúva durante a gravidez e depois criou um blog para o filho, Francisco, onde ela fala do pai e tudo o mais que ela queira que o filho saiba... os textos do blog deram em livro.
2.
pralguém daqui que pergunta se fez bem ou não em botar a babá pra usar roupa branca e o cabelo preso pelos motivos de racismo, acho que quem deveria responder à pergunta é a própria babá... saber como ela se sente tb é fundamental, eu penso.
3.
Josiane Caetano disse...
Sobre o comentário acima: muita gente já me falou que a reação minha fui muito, digamos, "moderada". É que a humilhação veio antes da raiva...
- Josi, podemos nos posicionar sem armar barraco e acho que vc agiu melhor sendo "moderada", pois se um cachorro te morder não vai vc morder o cachorro de volta, né? Agora vou visitar seu espaço. um abraço
Que liiiindo!!! Me emocionei ao ler!! Torço para que qd a pequena crescer, esse assunto tãaaaaao estúpido, esteja apenas na história...
ResponderExcluirFelicidades mil!
Juro que não entendo essas coisas. Somos um povo misturado,mestiço por que a estranheza? Tô cansada de ver pessoas mestiças,fruto de relacionamentos em que os pais são diferentes fisicamente.
ResponderExcluirAcho que o nosso povão é um camarão,sabe? Que só tem merda na cabeça! Só pode.
Eu mesma,ou melhor,vi casos assim na minha família pois cada membro possui uma cor de pele diferente de cada um,então dá pra imaginar o que nos acontece. Exemplos:
1- a minha tetravó era portuguesa e quando veio para cá,se casou com um cara mestiço de negro com índio.
Uma de suas filhas nasceu parecida com o pai,mas a mãe nunca aceitou o tom de pela dela!(dizem que a mulher era louca de pedra)
2-Essa filha teve 6 filhas,cada uma com uma cor diferente. A minha avó era a mais branquela de todas.
Se casou com um negão e dessa união nasceu minha mãe e sua irmã,ambas mulatas com traços meio indígenas.
Quando as 2 eram crianças,lá nos anos 40,minha avó se interessou em ser sócia junto com as filhas em um clube do bairro.
Fez cadastro das meninas sem a presença delas.
Dias depois as levou para aproveitarem o clube e foram barradas na entrada porque negros não eram permitidos!
E minha avó ainda teve que escutar os funcionários dizerem que não sabiam que ela,uma moça branca,tinha filhas daquela cor...
Hoje em dia o clube está jogado as traças!
3-Minha avó contratou uma empregada doméstica pobrezinha e negra.
Quando a mulher conheceu a minha mãe pediu demissão porque não aceitava trabalhar para negros,que negro só serve para servir! E de quebra falou que não esperava uma mulher branca ter uma filha daquele jeito.
Mamãe deu até uma graninha pra que a moça se divertisse no cinema,mas não aceitou alegando que cinema não é lugar de pobre como ela.
4-Nasci mulata com o tom de pele mais claro que a da minha mãe. Amo a minha cor,acho-a linda,mas odeio me bronzear(preciso?)porque não fico bem,não combina comigo.
Minha tia,irmã de minha mãe me chamou de racista por causa disso(racista por gostar da própria minha cor?). E vive arranjando caras negros pra mim,sendo que não me atraem muito.
5-Curiosamente tenho uma forte queda por homens de pele alva de olhos claro,cabeludos e barbudos. Acho sexy demais!
Por conta disso tem gente que acha que sou racista por não sentir tesão por homens da minha cor ou mais escuros. Faz sentido?
Ou seja,como sou de uma determinada cor,sou obrigada a gostar de que é parecido.
Fui lendo os comentários, e lembrei de várias situações que já passei, e ainda passo, principalmente por conta do meu cabelo, que é crespão, enooooorme, armadíssimo. Não aliso nem que me paguem pq amooo ele desse jeito, mas o que me intriga, são os olhares de espanto que recebo qd ando de metrô, ou vou em shoppings, por exemplo, é assustador! Meu noivo, que é branco, tem olho verde e é tão alto como eu, fica em choque com os olhares de espanto, e em alguns casos, fica irritado com as risadinhas que alguns infelizes dão por conta do meu cabelo... Uma vez, uma mulher de uns 40 anos, virou pra mim e sugeriu um creme "amaciante de cachos", disse que ele ficaria " mais baixo"... hauahuha OI??? hauhuha Eu lembro que virei para ela e perguntei: Quem disse que eu quero que ele fique baixo? Eu amo meu cabelo exatamente como ele é. Guarde suas sugestões para vc!
ResponderExcluirLembro da cara dela, passada comigo!! rsrsrs
Ok, não fui muuuuuuuito simpática, mas gente, sério, tem dia que não dáaaaaaaaaaaaaa prá ser A educada com gente estúpida! Não dá! A pessoa se acha no direito de falar que algo que é natural seu, precisa ser mudado por conta do que ELA acha bonito, ideal, certo, adequado??? OIII???? Vá se fu#@@#$@...Gente atrasada!
Enfim, é cansativo, mas espero que um dia, isso realmente seja apenas história passada, e que outras gurias, não passem por isso - melhor crer e lutar por isso...rs
Bjos
Não, donnanina, não devemos permitir que ninguém nos roube a chance de expressarmos nossas boas maneiras, pois qdo perdemos as estribeiras com essa gente impertinente, nos igualamos a essa gente mesma. Uma boa pedida será (qdo a situação se repetir ou algo similar acontecer), vc rasgar um sorriso lindo, sorriso aberto como o da cantora Simone, e agradecer a sugestão... até mesmo pedir pra essa pessoa escrever o nome do produto e dizer que vai guardar como souvernir (suvenir, lembrança em francês) a letra dela pra vc nunca se esquecer de quem está sendo tão gentil.
ResponderExcluirMas fazer isso sem parecer sarcástica pq é assim que surpreendemos e desarmamos esses estrepes que sempre acham que precisamos de orientação para mudarmos algo em nós que, na verdade, incomoda aos impertinentes pq nós estamos muito bem como somos e como estamos. Aposto como vc e seu loiro de olhos verdes formam um casal lindo e se tiverem filhos serão uma ameaça à beleza dos filhos e netos de quem quer te ensinar a sufocar o volume de seus cachos. Axê!
Laulau,
ResponderExcluirMinha avó italiana casou-se com meu avô português. Ambos brancos, sem mistura de outra cor... se tinham mistura era de nacionalidade diferente, mas sempre de cor branca. Os filhos nasceram brancos. Meus avós criaram um menino negro, puramente negro. Ele tinha 3 anos qdo foi morar com meus avós e era mais velho do que todos os filhos de meus avós. Esse tio era alto, longuilíneo, sempre magro, traços finos (boca pequena e fina e nariz pequeno e fino)... bem, minha avó nunca teve empregada doméstica negra e me confidenciou que foi por conta do filho negro... que se tivesse de despedir a empregada não queria que meu tio sentisse que teve a ver com a cor da empregada.
Meu tio se casou com uma mulher branca e tenho primos dos mais variados tons de pele... não primos de sangue, mas na nossa família sempre tivemos todos como família mesmo. Bem, a Nenê - filha do meu tio negro com uma mulher branca, teve uma filha com um homem loiro e a menina nasceu belíssima... tinha lá trabalho com o cabelo que era aloirado mas meio danado de se lidar... rs... porém meu cabelo liso vivia com permanente pq meu pai não gostava do meu cabelo escorrido nos olhos, e minha mãe dizia que não havia jeito pra se lidar com meu cabelo... etc. etc.
Anos depois, adulta e mulher feita, descobri que meu pai é mameluco (branco com índia) e ele se envergonhava da mistura... etc. etc. e seja como for, um dia meu pai disse assim: "Você, minha filha, saíu à minha mãe: brava, porém justa." me deu o mó orgulho, eu já sabia que minha avó era índia, analfabeta... não a conheci, mas ele me viu de nenezinha... ela morreu qdo eu tinha 8 anos e como chorei qdo soube... eu pedia pra Deus fazer com que minha avó aparecesse pra mim, coisa de criança... e Deus nunca me atendeu... vou acertar as contas com ele.
Donnanina: Seu cabelo é lindo!!!
ResponderExcluirO cabelo da minha mãe é exatamente igual o seu, lembro que quando era pequena minha irmã e eu(ambas temos cabelos lisos) disputávamos a tapa, quem iria se enroscar por baixo dos cabelos dela, para fingir que era nosso
ResponderExcluirQue nojo desse preconceito. Não entendo isso de ter cor de pele diferente e já estipularem logo que é a baba e não a mãe.
ResponderExcluirMinha tia é morena clara, e sua filha é bem branca de cabelos aloirados, e uma pessoa na rua perguntou se ela era a babá da criança. Que coisa! Porque isso? Eu e meu marido somos brancos e temos cabelos castanhos e minha filha tem cabelos loiros e ja me perguntaram pra quem ela puxou esse cabelo. Poxa, somos todos uma grande mistura, ninguém tem o tom de pele idêntico ao outro, e a pele é só uma casca, somos todos iguais.
Adoro os textos da Josiane, esse não foi diferente, que senhora mais arrogante meu Deus, as vezes esqueço que existem pessoas assim, sei que não deveriam existir, incrível como algumas pessoas se sentem superiores as outras.
ResponderExcluirCamila Fernandes, discordo de você: não vejo diferença entre o racismo embutido em achar que a mãe negra é babá ou que o filho é adotado. Seria dizer que crianças são menos capazes de sofrer com o preconceito, não acha?
ResponderExcluirQuando eu era pequena, pele escurinha de sol, os seguranças das Lojas Americanas ficavam atrás de mim O TEMPO TODO, achando que eu ia roubar as gôndolas de bala. Só se afastavam quando a minha mãe LOIRA DE OLHOS VERDES percebia, se aproximava e dizia em voz alta: "Vê o que você quer pra MAMÃE comprar".
Se adultos choram, imagina uma criança, que é indefesa, por vezes não entende o que acontece e ouve coisas horríveis?
"Foi então que decidi "obrigar" a babá a usar apenas roupas brancas e cabelo preso. Não sei se fiz certo, mas é muito triste não ser reconhecida por ser mãe da minha filha. Vcs acham que eu fiz certo??"
ResponderExcluirnão, não mesmo
Completando o raciocínio: achar que uma criança é adotada e, portanto, de origem paupérrima, em função da pele escura, é algo tão racista quanto achar que a mãe de pele escura é babá. Faces do mesmíssimo problema.
ResponderExcluirSábado um senhor puxou assunto comigo num shopping e comentou que branco e negro podem casar sem problemas mas não podem ter filhos, pois os filhos sofrem, que ele sabia disso pois trabalhou na Febém e lá eram todos moreninhos, resultado dessa mistura. Segundo ele isso acontece porque o sangue do branco é fino e do negro é mais grosso, mais animal (????)
ResponderExcluirIsso me lembra uma história que aconteceu comigo. Durante a época da faculdade, fiz um trabalho de fotografia cujo tema era mães e filhos. Todo tipo de mãe e filho. Daí saí fotografando pela cidade. Sempre perguntava se a pessoa era mesmo a mãe da criança e se eu podia tirar fotos para meu trabalho. Daí, uma das mães ficou bem brava comigo antes que eu explicasse o motivo da pergunta. Ela era branca e a filha, negra. Mesmo bem novinha, eu entendi que a mãe já devia ter passado por aquela situação várias vezes: gente questionando se ela era mãe de uma menina negra. Mas assim que expliquei o motivo, ela logo ficou de bom humor. Tiramos muitas fotos. É bom surpreender as pessoas positivamente!
ResponderExcluir"e comentou que branco e negro podem casar sem problemas mas não podem ter filhos, pois os filhos sofrem"
ResponderExcluirouvi isso da miha mãe qdo apresentei meu futuro marido a ela e depois disso ficamos 3 anos sem conversar. Sequer a convidei pro meu casamento.
Qdo vou de compras a alguma loja ou apenas estou vendo a mercadoria pela loja, não falta quem me pergunta se eu trabalho na loja... rs... isso pq tenho o hábito de organizar e arrumar lindamente as araras... rs... arrumar os cosméticos que muitas vezes os frequeses espalham... MAS se eu fico em dúvida se uma pessoa trabalha na loja e eu preciso de ajuda, se a pessoa for negra eu me aproximo e pergunta se ela é a gerente da loja... sempre qdo lido com pessoas que sei que podem me interpretar mal, procuro um jeito de fazê-la sentir-se de alguma forma superior... alguém poderá me censurar, mas hoje em dia a gente tem de se garantir pra que alguém de quem nos aproximamos e perguntamos algo não se sinta ofendid@... ah eu tb sinto discriminação vez ou outra sim, mas não tomo em conta.
ResponderExcluirOlha essa.
ResponderExcluirNasceu a filha do meu primo, que é casado com uma moça educada, agradável, psicóloga e que parece ser uma pessoa (teoricamente) esclarecida. Ele, moreno. Ela, pele super branca, olhos escuros, cabelos escuros e "lisos" - que descobri depois serem alisados.
Fui dar os parabéns pelo nascimento da criança e uma das primeiras coisas que a mãe da bebezinha disse me deixou assustada:
"Ela nasceu branca, de cabelo liso e nariz arrebitado como eu estava rezando que fosse! É linda!"
Não consegui mais manter o diálogo. E se ela fosse morena, tivesse o nariz de batatinha e fosse cheia de cachos como o pai?
Ela seria feia?
Isso ainda martela a minha cabeça até hoje.
Em algum post aqui alguém comentou sobre clareamente da cútis (pele do rosto)... isso não quer necessariamente dizer embranquecer a pele e sim tirar manchas muitas vezes espalhadas pelo rosto da pessoa... e expressão clareamento realmente é muito usada referindo-se a eliminar manchas. Para isso há cremes até mesmo baratos, há cremes sofisticados/caros e há opções caseiras que funcionam muito bem como caldo de cebola. Se alguém se interessar, eu discorro sobre o assunto; caso contrário apenas quero dizer que cosmeticamente falando clarear a pele quer dizer tirar manchas... toda pele sem mancha, de cor uniforme, fica mais bonita... e qdo as manchas somem dá a impressão da pele estar mais clara pela uniformidade e limpeza da pele.
ResponderExcluirMinha mae também passou por isso. Meu irmao mais novo, tem os olhos claros (agora verdes, mas quando pequeno eram azuis). E tinha o cabelo mais clarinho tbm. Minha mae, é morena, de cabelos e olhos castanhos, pele morena-clara, que se bronzeia na praia. A cor dele e da minha mae nem é tanta diferenca! talvez um tom a menos, rs!
ResponderExcluirMas só de ver uma mulher morena com bebe louro de olhos claros, já acham que é babá!
Afff...
Oi Lola,
ResponderExcluirÉ a primeira vez que faço um comentário, mas acompanho todos os seus posts.
É interessante esse guest post, pois minha mãe passava pela mesma situação. Meu pai é branco, minha mãe é negra e eu nasci com cabelo clarinho e pele mais clara que minha mãe. Minha babá era loira e passava mais tempo comigo que minha mãe (por conta do trabalho). Era comum quando a minha babá ia ao mercado ela me levasse junto.
Certo dia, foi minha mãe que me levou ao mercado para comprar uma verdura. Então, o atendente soltou a "pérola": Olha, hoje você veio com sua babá!
Outra situação ocorreu quando estávamos fazendo compras num supermercado. Eu gostava muito de ir na seção de brinquedos e um dia eu me perdi da minha mãe. Quando fui encontrada por uma senhora, minha mãe pediu que ela me devolvesse. A senhora se negou afirmando que ia denunciar minha mãe para a "patroa", porque ela havia se distraído e permitido que eu me perdesse.
Minha tia é portuguesa, mas a família, pelo lado do pai dela, é de Moçambique. Creio que em Moçambique ela não passe por negra, mas no Brasil (germânico de Sta Cruz do Sul), ela passa quase quase. Meu tio é um "alemão" (como a gente chama aqui, mas na verdade, é uma mistura de sei lá o que), branco, alto, loiro, olhos claros.
ResponderExcluirUma das filhas deles saiu à mãe e uma ao pai. Tanto faz qual deles saia com as duas, se não estão juntos, sempre perguntam "a outra é de quem?" ou algo assim. Elas são muito diferentes, mas o rosto da loirinha, branquinha é igual à mãe e vice versa, cada uma puxou o rosto de um e todo o resto de outro, mas só nota quem é próximo.
Não sei se minha tia já se sentiu "a babá", ou alguém a chamou/deu a entender isso, pois não somos próximas, mas não duvido nada... Ainda mais sendo "de fora"...
Minha mãe é morena, tem cabelo preto meio liso, e olhos verdes (minha mãe é linda *-*), eu sou branca, tenho cabelo castanho cacheado e olhos verdes, não sou muito parecida com a minha mãe, mas também não sou muito parecida com meu pai (branco, olhos castanhos, cabelo castanho cacheado), pareço um pouco com os dois, mas como eu sou branca e minha mãe não, as pessoas se negam a ver qualquer semelhança, até nossos olhos amarelo esverdeados são ignorados, quando eu era criança as pessoas viviam achando que ela era minha babá, uma mulher pobre, negra(?)ser mãe daquela coisinha branquela e fofa de olhos verdes (como os da suposta babá ¬¬), jamais, só poderia ser uma empregada,minha mãe ficava fula quando perguntavam "você cuida dela?", as vezes ignorava,noutras falava "claro que cuido, sou a mãe!", nunca acharam que eu não era filha do meu pai, e se eu andasse alguma das minhas das tias,irmãs do meu pai,brancas, na rua,mesmo que minha mãe estivese junto, sempre perguntavam para a tia em questão se eu era filha dela, minha mãe ficava puta de raiva. Até hoje as pessoas se surpreendem quando descobrem que somos mãe e filha, é super comum a gente entrar numa loja, num supermercado ou qualquer coisa assim e ver olhares supresos quando eu a chamo de "mãe", e eu faço questão de falar, de deixar claro que ela é minha mãe. É chato, se eu ando com minha irmã, as pesoas sempre acham que somos amigas,porque não só não somos nada parecidas, como ela é morena(morena porque não toma sol, quando está bronzeada fica negra, linda), quando digo que é minha irmã todo mundo se surpreende, perguntam se é de mesmo pai e mãe, coisas assim. Quando eu fazia ensino médio, com bolsa numa escola muito cara da minha cidade, várias vezes percebi o olhar torto das pessoas quando minha mãe ia me buscar, é algo desagradável, eu tenho muito orgulho da minha mãe, acharem que não sou filha dela ofende a ela, e a mim também.
ResponderExcluirEu sou bem branca e minha mãe é morena. No ensino fundamental já acharam que ela era minha empregada e na formatura da oitava série que a minha tia(que é branca de olhos e cabelos claros) era minha mãe. Isso aconteceu em uma escola particular de São Paulo onde a gigantesca maioria dos estudantes é branca ou asiática( lembro de que na minha classe só tinha um aluno negro e uma garota morena), e reflete caramente o preconceito social velado brasileiro.
ResponderExcluirClaro que as pessoas que se enganaram não fizerma por mal mas lembro de ter ficado muito chateada com essas situações.
Muito interessante o post e a atitude da mãe escrever pra filha, e os comentários. Muito triste ver os depoimentos de tantas pessoas aqui e ver como o racismo está arraigado na nossa sociedade.
ResponderExcluirVenho de uma família "misturada", mas como tenho a pele branca nunca sofri preconceito, só que como tenho o cabelo crespo, claro que vivem tentando fazer com que eu o alise(fora da minha família).
Concordo com quem disse que o preconceito e o racismo no Brasil estão ligados tb ao status, ao poder econômico. E tb concordo que aqui somos medidos pelo o que estamos vestidos. Sempre me medem de cima a baixo nas lojas, e como ando de modo básico acho sempre bastante desconfortável e ultrajante. Por outro lado, vejo pessoas de menor poder aquisitivo que gastam rios de dinheiro (sem poder) com roupa, sapato e aparência, quando poderiam estar investindo em coisas mais importantes. Acho que a valorização da aparência tb está arraigada na nossa sociedade de maneira geral, em todas as classes. O importante é aparentar, mesmo que vc não seja nada daquilo.
Gosto da Europa por isso: lá a gente pode andar de qualquer jeito e nunca fui maltratada nos lugares por estar vestida de maneira básica ou "descabelada" (entre aspas, pois no Brasil ter cabelo crespo é igual a andar descabelada).
branco = pele branca
ResponderExcluirmoreno = pele branca, cabelo escuro
pardo = pele marrom claro (vários tons)
preto = pelo marrom escuro
negro = preto ou pardo ou quem tem ascendência negra e se posiciona politicamente como negro
"Foi então que decidi "obrigar" a babá a usar apenas roupas brancas e cabelo preso. Não sei se fiz certo, mas é muito triste não ser reconhecida por ser mãe da minha filha. Vcs acham que eu fiz certo??"
ResponderExcluirnão, não mesmo
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E o que eu poderia ter feito? Só quem esta na mesma situação compreende essa dor. Além de a roupa branca ser mais adequada a função da minha babá, raramente sou confundida novamente.
Infelizmente não há como mudar o pensamento das pessoas da noite pro dia. Poderia contar inúmeras situações.
Uma vez ao almoçar com a babá e minha filha em um restaurante, o garçom me ignorou completamente entregando a conta a minha babá e não a mim que ia pagar. Cansei de ser confundida com empregada (nada contra a profissão), mas receber olhar de desdém e se acostumar é foda :(
aqui na minha cidade tem preconceito sim, nas festas que tem aqui (moro bem do lado da avenida onde tem virada cultural, carnaval etc) quem é negro, ou mulato sempre é revistado antes de entrar, quem é branco passa na boa... quando foi carnaval minha filha cismou que queria ver o desfile, nem olharam pra nossa cara, meu marido tava com a nossa lindinha no colo e só fizeram sinal pra entrar. mas o pessoal que tava atrás (um homem, uma mulher e duas crianças, uma no colo tb) foram revistados, inclusive pediram pra deixar a criança no chão pra revistar mesmo... isso pq a menina era bem pequena (parecia ter menos de 2 anos) a minha tem 5 anos e tava no colo tb, e ninguém disse nada.
ResponderExcluirsem falar dos comentários né, nossa que princesa sua filha tão branquinha, nossa que olho verde lindo, ai que cabelo lisinho... tudo bem que ela é linda mesmo :) e chamam de Suri, pq realmente lembra a filha do tom cruise, mas o tom dos comentários não me agrada muito não, mesmo que sejam de boa intenção. bjs
Se o garçom deu a conta pra sua babá pensando ser ela a mãe (pq ela e sua filha são brancas) e não deu a conta pra vc que, apesar de ser a mãe da criança e patroa da babá, foi ignorada por ser negra... o que vc deveria ter feito seria dizer ao garçon:
ResponderExcluir- Por gentileza, aqui aceita cartão de crédito tal?
Então a babá te entregaria a conta e o garçon teria sabido quem era quem na mesa. Simples assim.
E quem lava a roupa branca da sua babá? Lavar roupa branca, ainda mais roupa de serviço, dá um trabalho danado. Trazer o cabelo preso toda pessoa que trabalha com criança deveria saber que deve ser assim... mas a roupa branca... "obriguei a babá a usar roupa branca"..
obriguei...
obriguei...
obriguei...
obriguei pq me sinto inferiorizada qdo pensam que a babá é a mãe da minha filha e eu sou a empregada...
EGO frágil e inflado, hein? Precisa cuidar disso pra não passar um fardo mais complexo de culpa pra sua bebê...
moreno NÃO é pele branca com cabelo escuro
ResponderExcluirmoreno se refere à cor da pele (não cientificamente ou o que seja)
a atriz brasileira Juliana Paes, a que fez um papel de indiana... ela era a protagonista... bem, ela é morena... apenas um exemplo.
LisAnaHD,
ResponderExcluirmoreno se refere a cor do cabelo, não da pele. Mas tbm é mto usado por e para pessoas com pele escura como uma espécie de eufemismo, como se fosse feio dizer que a pessoa é preta, parda, negra...
(SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz. (Org.). História da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Cia Das letras, 1998. Vol.4)
E, infelizmente, qdo Juliana Paes foi a indiana em caminho da índias, não foi considerada a primeira negra protagonista na novela das 8. Não sei pq.
ResponderExcluirnão vejo nada de negro na Juliana Paes... ela forte forte traços de indígenas nativos da América do Sul, particularmente da Bolívia.
ResponderExcluirmoreno não é a cor do cabelo... o cabelo pode ser loiro, castanho, preto e claro loiro claro ou loiro escuro; castanho claro ou castanho escuro... morena é a cor da pele... a Espanha chegou com o termo antes dos portugueses e se em português moreno quer dizer cor de cabelo, o termo está deturpado.
se um indiano ou um mouro se casar com uma alemã será grande a probabilidade de filhos nascerem de pele morena, pele canela... geralmene os indianos e os mouros também são de pele morena escura e nada a ver com a cor negra.
LisAnaHD, o termo não está deturpado, basta consultar um bom dicionário. Mas, nada impede que você continue achando tudo isso que você disse, veja bem, achando, não tem nada tão exato que você não possa ficar indagando ou discutindo, inclusive, cor de pele e raça aqui no Brasil não é nada exato, nem definitivo. Eu tenho a cor da juliana Paes, os mesmos traços negros, nariz, quadril, etc, mas moro na periferia, ando de ônibus com trezentas mulheres da mesma cor que a minha, com o mesmo nariz e ninguém tem dúvida que somos negras, embora sejamos chamadas de morenas em várias situações como quando a patroa diz que minha empregada é morena ou quando recebemos cantadas de "morena gostosa", mas é incrível como o morena se transforma em negra safada, preta nojenta rapidinho. A situação do pardo é um pouca mais complicada de definir que a situação do preto no Brasil e existe bibliografia sobre isso. Não sei se você tem contato com pessoas negras pardas no Brasil, mas o mais comum entre nós é contarmos quando nos descobrimos negros, justamento por causa de toda essa situação complexa, mas que não torna o racismo menor.
ResponderExcluirBjs, tudo bom pra você.
LisAnaHD
ResponderExcluirColoquei entre parenteses "obriguei", mas na verdade eu pedi que ela usasse um uniforme branco assim como todas as outras babás que conheço e vejo no meu bairro. Até então eu não me importava com a questão do uniforme, mas quando passei a ser confundida como babá da minha própria filha mesmo não estando de uniforme, exigi sim a vestimenta, cabelo preso. Se isso é neurose, pelo menos tenho motivos pra tal. Minha atitude é baseada em atitudes concretas e negativas que sofro dia a dia.
Quando criança, eu passava os finais de semana inteiros brincando na piscina. Eu era bem morena, por conta do bronzeado constante. Meu cabelo era "armado", "alto", e eu, como qualquer criança feliz, não estava nem aí pra isso.
ResponderExcluirPois bem, eu sofria bullying constantemente no colégio, de um menino branco e loiro do cabelo liso.
Lembro perfeitamente do dia em que me perguntaram "o que teu pai faz?", e eu respondi q ele era juiz... Os rostos atônitos, o loirinho de boca aberta. Boa parte do bullying era por pensarem q eu era pobre (apesar de estudar no colégio de mensalidade mais cara da cidade).
Lindas imagens... texto melhor ainda...
ResponderExcluirAbraços Lalo
Se isso é neurose, pelo menos tenho motivos pra tal. --Carolina Bravo
ResponderExcluirCarolina, toda neurose deve ser curada ou pelo menos bem administrada, controlada. Cuide dessa sua neura enqto é tempo, caso contrário hoje sua babá paga o pato e amanhã será sua filha pagando o pato também. Braveza não angaria respeito e sim temor, medo. Você poderá ser vítima de si mesma.
Esse medo da Josiane é algo que conheço e compartilho. Vivo um relacionamento interracial e me pego com medo de gerar um bebê branco. É realmente incrível como o racismo é forte no Brasil. Eu digo isso porque já estive em outros países com meu noivo, mas nunca vi nada nem parecido com o que vejo aqui, no meu próprio país. Quando saio de mãos dadas com ele no Rio (onde moro), eu sendo negra e ele russo, as pessoas ficam olhando, já vi algumas se cutucando e apontando e uma vez, na praia de Copacabana, fui maltratada por um garçom porque ele pensou que eu fosse prostituta por estar com um gringo - o que é duplamente absurdo, e se eu fosse? Não estava pagando como todos?
ResponderExcluirO racismo nunca será menos prejudicial em nenhuma instância, mas o que sinto é que o negro no Brasil sofre muito mais como indivíduo do que o negro americano, por exemplo, que já vem munido de uma reação, igualmente preconceituosa, ao racismo (não vai aqui nenhum elogio, mas isso cria uma identidade de grupo com outros negros). Quando eu era mais nova me sentia diminuída e achava que minha raça era uma condição diferenciada, demorou muito para que eu reconhecesse a minha identidade racial. Esse post foi de uma importância ímpar para mim.
E eu já escrevi o post abaixo no meu blog www.venhaconheceravida2.blogspot.com
ResponderExcluirChegou a hora de falar sobre isso.
Só depois da polêmica em torno do nome de Morena ficou claro que ao escolhê-lo não pensamos em denominar a cor da nossa filha que, por sinal, nem sabíamos qual seria. Mas o comentário ligando - ou não - uma coisa à outra é geral. Todo mundo insiste em afirmar que colocamos o nome errado, que era para ser Clara, Rosa, tudo. Menos Morena. E eu cansei de explicar, embora vez em quando ainda o faça, que não queríamos dar cor à cor ou nome à cor.
Era só uma menina. Morena.
Após o parto, ouvi logo da enfermeira: "Mãe, sua Morena é rosa".
Quatro dias depois, a enfermeira que furou a orelha da pequena avisou: "Ela será branca. Moreno só o próximo filho. E depois que você parar de amamentar, vão dizer que você é a babá".
Minha sobrinha de doze anos disse: "Tia Waleska, vão pensar que Morena é adotada quando tio Fábio não estiver perto".
Já vivi algumas situações de estar segurando Morena, tendo ao meu lado amigas brancas. Uma delas foi na aplicação de vacina, em Campina Grande. E também no teste da orelhinha, em Brasília. As atendentes só se referiam, só olhavam, só consideravam suas interlocutoras, as minhas amigas. Nunca eu.
Minha irmã acha que exagero. Que não sofro preconceito, que ele não nos atinge. Pois posso citar diariamente situações que mostram o contrário.
E agora estou mais atenta que nunca.
Estava com minha irmã super jovem na praia. Eu segurando Morena na bóia. Minha irmã, na areia. Uma senhora se aproximou e perguntou a ela: "De quem é o bebê? Seu?"
Uma vizinha do meu irmão, onde estava hospedada, perguntou à mãe, ao ver Morena nos meus braços: "Mãe, de quem é essa bebê, tão linda?". No mínimo, ela podia ter perguntado a mim mesma. Mas ela não se dirigiu a mim.
Ora, acho que a primeira impressão quando se vê um bebê nos braços de alguém, é de quem o segura é a mãe. Com exceções. E eu sou uma.
O cúmulo mesmo foi em João Pessoa. Estava na fila de um caixa eletrônico com minha irmã. Morena comigo no sling.
Uma pessoa que estava atrás de nós, olhou atentamente pra minha filha e pra minha irmã. Eu estava sacando a situação. Ela queria se certificar de que eu não era a mãe. Como deve ter tido dúvidas se minha irmã era também, perguntou a mim: "Você é a mãe dela?"
E eu: Sim.
E ela: Oxen, como é que pode você dessa cor ter uma filha branca como essa? Tem até cabelos loiros! Seu marido é branco, é?
E eu: É.
Minha raiva é não ser rápida o suficiente para dar as respostas que me vem depois. Mas um dia eu chego lá.
Meu pai é negro. Minha mãe é branca.
Nós nunca sentimos ou vivemos isso de forma negativa. Acho que nem sequer problematizamos. Não sofremos, não nos envergonhamos. Acho que sequer fomos discriminados num sentido amplo, porque minha mãe era autoridade, meu pai por algum tempo também. Nossa família super conhecida.
Hoje acho que ocupamos lugares que muitos achavam não ser os nossos.
Éramos, queiram ou não, da nata da sociedade campinense. Era o que frequentávamos.
Não por dinheiro mas por merecimento.
Eles tiveram que nos engolir - os 12 do Quilombo dos Barbosa.
Li numa entrevista recente de Djavan, que ele é tímido, caseiro, recluso. A razão? Ele acha que vem da advertência recorrente da mãe: Meu filho, cuidado. Você é negro. Não pode entrar em todo canto.
Já Caetano Veloso, em tudo de novo, canta que a mãe disse um dia pra eu sempre pedir licença, mas nunca deixar de entrar.
Hoje, sinceramente, sinto medo que minha filha lamente por algum momento ter uma mãe da pele preta.
Evoluimos na ciência e na tecnologia.
Mas as mazelas, as bichezas, essas só aumentam.
Deus abençoe minha filha pra que ela só aprenda e só tire o melhor, o mais bonito, o mais altivo, do fato dela ser Morena, filha de uma mistura que vai muito além de mim e Fábio e da cor das nossas peles.
MARAVILHOSO Post !!!!
ResponderExcluirÉ uma pena que a evolução da nossa espécie esteja tão lenta...
É uma pena chegar à melhor idade com tanta ignorância...
É uma pena ainda enxergar seu semelhante por sua cor, sua raça, sua religião, seu status social...
Precisamos evoluir Povo !!!
Eu sou filha de branco com india,sou cabocla e casada com português, a família dele me odeia por causa da minha cor mas não assumem isso perante o meu marido, pois na frente eles me abraçam e me dão até beijinhos mas é só meu marido se afastar aí o cenario muda radicalmente eles me xingam e me dizem coisas para me humilhar mas isso é uma jogada pra ver se eu perco as estribeiras e faço um barraco como já aconteceu, pra jogar o meu marido contra mim. Parece até castigo pois de todos os 6 irmãos ele é o único casado até hoje e olha que já são 24 anos e graças à Deus somos muito felizes o que deixa os irmãos dele muito putos da vida e fazem de tudo para nos separar, mas não vão conseguir nunca.
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