M.C., uma menina de 14 anos, me enviou o email que publico abaixo, com sua autorização. Em fase de autodescoberta, ela narra sua reação ao se deparar com blogs feministas: "No início eu sentia vergonha, sei lá o porquê. Vergonha de dizer para o mundo que sim, eu sou a favor da legalização do aborto, não tenho preconceito sexual, racial ou de gênero. Mas hoje me sinto perdida. Eu sou feminista, mas pra mim isso não basta. Eu quero encontrar uma maneira de gritar para o mundo que apesar de adorar rosa, gatos, flores e coisas fofas, eu sou sim uma feminista!". Eu acredito, M!
Eu estudava no mesmo colégio há anos, anos mesmo. E mudei de colégio em 2009, então eu estava muito preocupada com as minhas novas amizades. Minha amiga do antigo colégio foi junto comigo, mas isso não mudou minha preocupação. Acabou que eu adorei o colégio novo, conheci amigas muito legais e 2009 foi um dos melhores anos, com certeza.
Mas em 2010 as coisas começaram a piorar, eu e minha amiga começamos a sofrer bullying. Eu tinha apelidos, era humilhada constantemente pelo meu jeito, e minha amiga era humilhada por ser um pouco acima do peso. Tivemos que recorrer à ajuda da diretora para conversar com os agressores. Alguns realmente se sentiram péssimos por ter feito aquilo, mas outros (a maioria) nem ligaram, acharam que quem estava fazendo tempestade em copo d'água fosse a gente.
Aquilo obviamente mexe com a nossa autoestima, então eu comecei a escrever em um diário, e comecei a gostar mais de mim mesma. Só que ainda não estava satisfeita com a minha aparência, porque a maioria das garotas tinha cabelos lindos e o meu vivia preso em um rabo de cavalo malfeito. Eu comecei a cuidar mais da minha aparência, fiz escova no cabelo, uso maquiagem etc. Mas não acho que essa seja a coisa mais importante da minha vida.
Sempre fui muito delicada, gosto de coisas consideradas "de menina", gosto de livros de romance, cor-de-rosa, gatos, sempre fui delicada mesmo. E as pessoas sempre confundiram isso com falta de atitude. As pessoas sempre achavam que eu era a bobinha que deixavam fazer o que quisessem com ela, e quando me conheciam melhor e viam que eu reclamava mesmo, agia, não era a daminha no trono que eles achavam que eu fosse, alguns ficam espantados e horrorizados, outros me admiram.
Eu tenho uma amiga que é meio masculinizada. Ela sempre usou tênis 24h, até mesmo com vestidos. E se veste mal. Mal mesmo. Eu costumava não falar sobre isso, guardar a minha opinião e só dividi-la com minha melhor amiga. Mas essa mesma garota começou a me ridicularizar. Ela falava mal do meu jeito mais delicado, falava que eu era fútil e só conversava sobre compras e dinheiro. Isso é mentira, porque eu converso sobre TANTAS coisas, até mesmo sobre política (veja só). Então comecei a me sentir realmente ofendida. As pessoas achavam que só porque eu gosto de ver romances, que sim, assisti ao Miss Universo, eu era fútil! Não adiantava que a maioria das minhas conversas fosse sobre assuntos muito diferentes! Geralmente eu falo sobre coisas que eu li, notícias, e ultimamente tenho falado bastante sobre coisas vistas aqui no seu blog. Mas algumas pessoas acham que sou fútil porque gosto de ir ao shopping e leio sites de fofocas. Não importa se eu leio o sites de celebridades por três minutos e passo umas duas horas no seu blog lendo posts antigos.... Bom, mas aí eu comecei a revidar. Quando essa amiga vinha com ofensas eu também falava que não gostava do estilo dela, que parecia um garoto. Aí que ela começou a falar ainda mais que eu era fútil e só me importava com aparências. Mas passei a ignorá-la e hoje falo com ela, porém não dou intimidade. Um "oi, tudo bem?" já basta para pessoas que têm opiniões tão diferentes sobre a vida... A menina masculinizada que diz na minha cara que meninos são mais inteligentes e legais, e a menina delicada que lê livros feministas. Dá pra acreditar numa amizade assim? Acho que não...
Antes de eu conhecer o feminismo, aconteceu uma coisa que me chocou muito. Um garoto xingou a minha amiga de filha da p.... e ela revidou com uma palavra simples: babaca! E sabe quem foi considerado culpado? Sim, ela! Porque meninos "falam palavrão mesmo, eles são assim" mas "meninas não podem xingar". Sinceramente, eu nunca gostei de palavrões, mas daí a falar que pros meninos está bem falar palavrões e pras meninas é um absurdo... faça-me o favor.
Mas eu parei de ligar pra isso e navegando na internet descobri um mundo que até então era indiferente pra mim: o mundo feminista. Nossa, eu realmente fiquei admirada com a verdade que vocês falam! Coisas que até então eu achava comuns, hoje vejo que têm um fundo machista. Aí comecei a ler os livros feministas. E realmente aprendo cada dia mais com tudo isso.
Até hoje as pessoas se admiram pelo fato de às vezes me pegarem lendo ebooks feministas no celular. "Nossa, você é tão feminina, gosta de fazer compras... Nunca pensei que você poderia ser feminista". Ou então elas acham que só estou tendo uma fase "rebelde". Se as pessoas soubessem como as aparências enganam...
É verdade esses preconceitos. Tem gente que acha que eu sou racista só pq chamo negro de preto-safado e por que não assisto pornô com negros - não respeitam minha opinião de não gostar de negros. É foda, né? Esse pessoalzinho...
ResponderExcluirCertíssima a menina!
ResponderExcluirA gente precisa quebrar esses estereótipos de "feminismo certo", "intelectualidade certa" e dar um chega pra lá na patrulha do que as pessoas devem ou não fazer ou como devem ou não agir.
Que linda!! Esse post reacendeu minha esperança na juventude, Lola! Obrigada!
ResponderExcluirBelo depoimento.
ResponderExcluirMuito legal ver pessoas tão jovens e lucidas.
Desejo uma boa jornada de aprendizagem e autodescoberta :)
Chega a ser até engraçado esse preconceito das pessoas, como se feministas fossem, na verdade, mulheres que quisessem se parecer com homens para lutar pelos seus direitos.
ResponderExcluirMuitos acreditam inclusive que as feministas querem se sobrepor aos homens... O que não é verdade.
Eu me considero feminista e leio bastante sobre isso. E me revolto e chamo a atenção com qualquer demonstração de machismo que presencio.
Não preciso me vestir como homem pra isso. Na verdade, uma das minhas paixões é a moda. Sou bailarina de dança árabe/oriental. Não tenho a mínima vontade de parecer um homem. E muito menos de ser colocada em desigualdade com um deles.
Que bom ver esses questionamentos vindos de uma mocinha de 14 anos! É sempre bom perceber que as mulheres que estão crescendo hoje em dia têm muito mais acesso à informação e a uma realidade diferente, do que antigamente. Eu, com 14 anos, era um protótipo de feminista, mas ainda não tinha acesso a tantos textos, livros, discussões como hoje a internet proporciona. Que bom que existem adolescentes que sabem usar essa ferramenta para crescer. :)
ResponderExcluirE realmente, M. C., não há NADA que diga que uma menina feminina (dentro do padrão cultural de "feminino") não possa ser feminista. A aparência diz muito pouco sobre quem a gente é verdadeiramente, né? Me lembrei de uma mulher que participa daquele reality Mulheres Ricas (que, eu confesso minha futilidade, eu até assisto de vez em quando :P) dizendo que era contra o feminismo porque é mto bom a mulher ser feminina... Confundindo totalmente uma coisa com a outra. Enfim. Ela, uma mulher mais velha e com mais experiência de vida, não entendeu o que a M.C., ainda tão jovem, já está tirando de letra. ;)
Olá, moça cujo nome eu desconheço. Tudo bem?
ResponderExcluirÉ, realmente as aparências enganam a MAIORIA das pessoas. Na verdade, enganam todo mundo, porque a aparência é sempre o primeiro contato e muitas vezes o único que temos com uma coisa, pessoa ou ideia. No entanto, é sempre bom saber que fugir dos esteriótipos é uma boa dica para evitar fazer julgamentos "esteriotipados". Fico feliz ao ler mensagens como essas. Saudações!
Taí uma coisa que preciso aprender com a moça do guest post: que somos pessoas múltiplas e que não devemos julgar os outros pelo gosto. Confesso que, para mim, é algo um tanto difícil, pois tenho a tendência a criticar quem tem uma certa preocupação coma aparência.
ResponderExcluirÉ como andar no fio da navalha: a nossa defesa da intolerância pode ser tão intolerante que ficamos parecidos com os intolerantes.
Gostei das reflexões da menina, mas fiquei sentindo um certo julgamento de sua parte em relação a outra que chamou de "masculinizada".
ResponderExcluirTenho dificuldades sérias em aceitar este termo como algo imparcial. Dizer que uma mulher é masculina, não é aceitar que existe um estilo "mais feminino" aos quais as mulheres deveriam se adequar? Não há uma crítica implícita a maneira que a menina se veste, ou ao menos uma aceitação de que aquela não seria uma maneira correta?
Enfim, do resto do texto eu gostei. É ótimo ver reflexões, mudanças, em pessoas tão jovens. Mas fiquei com uma vontadezinha de saber da garota se ela nunca refletiu também sobre o uso desta expressão "masculinizada"
Quando conheci o "Escreva Lola Escreva" eu já era totalmente contra preconceitos e a favor de que todos temos capacidades iguais, e não há porquê valorizar homens ou mulheres de forma diferente... mas depois que conheci o blog, acabei abrindo meus olhos para várias coisas que antes eu considerava comuns, e agora abomino!
ResponderExcluirAté então, nunca tinha pensado a respeito do feminismo... se me considero ou não feminista...
mas agora, um ano depois de começar a acompanhar diariamente o blog da Lola, me sinto a vontade em dizer que sim, sou feminista... e sei que muitas garotas da minha idade (17) também estão conhecendo esse "mundo", e aderindo!!
ps: concordo com o comentário da Dária, sobre a expressão "masculinizada"!!
M C, fiquei feliz de ler seu texto, assim como vc não acho que pra ser feminista vc deve obedecer a um padrão único, somos mulheres, mas somos diferentes entre si, com gostos, aspirações, aparências, grupos sociais, grau de instrução, intelectualidade, idades e etc. etc..
ResponderExcluirSomos sim muito diferentes umas das outras, mas lutar por nossos direitos e por respeito em nossa sociedade é importante demais para todas nós, pra deixar que essas diferenças nos separem em grupos, às vezes tão pequenos e inexpressivos.
Pode parecer um chavão desgastado, mas nossa UNIÃO FAZ A NOSSA FORÇA.
Também não curti muito a expressão "masculinizada", como a Dária colocou. Seria bom a M. C. parar pra pensar o porquê a incomoda a aparência da colega se o tempo todo, no texto, ela defende que a aparência não é tudo. Não estou dizendo que a garota citada não seja desinteressante, ou que a M. C. a tenha julgado apenas pela aparência. Mas seria legal ela refletir o pq disso a incomodar.
ResponderExcluirEsse e-mail me lembrou tanto do tópico no BF sobre o texto de um rapaz que diz "não me deixe ser feminista sozinho", e o final deste e-mail tem o mesmo tom do texto de "traga seu feminino para o feminismo".
ResponderExcluirÉ isso, M, você não está sozinha! Existem várias feministas no Brasil, e no mundo!
Acho q a reação dela a outra ser "masculinizada" acabou vindo mais por causa do q a outra fez com ela e então ela pegou um ponto nessa menina com o qual não se identificava pra descontar (mera especulação aqui ok?). É perfeitamente possível uma garota mais menininha e uma tomboy serem amigas e uma pena que essa outra tenha uma visão negativa das mulheres.
ResponderExcluirOs estereótipos de gênero não devem ser uma obrigação, mas isso não quer dizer que uma feminista está proibida de se identificar com eles.
M.C. vc está num caminho muito bom mocinha, continue assim. Pense bem, se a menina do tênis não tivesse implicado com vc, vc iria implicar com o estilo dela? Eu chuto que não, hehehe.
Ai, q linda...
ResponderExcluirUm exemplo de q atitude e opinião independem de idade.
Continue assim!
Sempre questionando e refletindo...
Não gosto de preconceitos. Não suporto a mentalidade de muitos homens, principalmente no Brasil, mas também não gosto de "gavetas". E feminismo é uma gaveta.
ResponderExcluirGaveta? Explique-se, por favor.
ResponderExcluirMuito legal! Continue assim MC, você ainda vai longe :)
ResponderExcluirMe identifiquei bastante com seu relato; pois, assim como você, eu quase sempre tive uma postura 'feminina', e sempre encontrei muitas e muitas mulheres que criticavam isso. Inclusive, várias têm discursos feministas... Chega a ser absurdo, "feministas" criticando outras mulheres só porque usam rosa ou por se enquadrarem mais ou menos no padrão de beleza, ou por outras questões tão pequenas e desimportantes... Sempre tive que conviver com o fato de muitas pessoas, e principalmente muitas mulheres, me chamarem de fútil por isso; o que me revoltava, porque desde muito nova eu sempre acompanhei política, sempre me interessei por relações de poder e as consequências disso na sociedade, questões referentes à América Latina etc. Estou terminando minha segunda graduação, tento me informar sempre, não sou uma pessoa fútil, mas ainda tenho de conviver com julgamentos e 'caras feias'. O que eu acho engraçado é que não somos nós que julgamos pela cor de uma blusa ou pela aparência, mas somos nós as taxadas como superficiais... Bom MC, desejo que você tenha muita força para aguentar as críticas, e que continue lendo muito, se preocupando com questões realmente importantes, e lutando por um mundo menos machista. A vida é isso mesmo, a gente vive dando murro em ponta de faca pra tentar melhorar a sociedade, e as melhoras chegam, aos poucos, mas chegam. Desejo que você não desista de suas causas. E que seu coração consiga desculpar os seres humanos quando as críticas injustas vierem, pois somos tod@s muito falhos, por mais que sejam@s comprometid@s com nossas causas, um dia ou outro vamos pisar na bola...
Ah, concordo que seria interessante você problematizar o uso da palavra 'masculinizada'. Beijo grande!
Fico meio ressabiada com as mulheres que meio que desculpam por serem feminista, do tipo "sou feminista, porém feminina". Tem que ser feminista e ponto, né?
ResponderExcluirMas acho que não é esse o caso... Acredito que as mulheres possam escolher o que vestir e como agir (e ontem mesmo a gente não tava defendendo exatamente isso, por conta do episódio do BBB?) e que, principalmente, não devemos ser julgadas como melhores ou piores porque usamos vestidos ou não. E só com o tempo é que a gente vai aprendendo o que de fato a gente faz por liberdade e o que a gente faz por pura pressão social, daí podemos decidir pela mudança (ou não, tem mulher que efetivamente opta por ficar em casa e cuidar dos filhos).
A disposição para refletir seus próprios atos já é um passo incrível e uma menina de 14 anos que tá lendo blogs feministas, tentando entender melhor o mundo ao seu redor, mudando atitudes e defendendo ideias... affe, tá fantástico, aumentaram minhas esperanças no mundo (putz, com 14 anos o melhor que fiz foi ler "O Mundo de Sofia" e ter decidido não alisar o cabelo). Muito legal, M.C.!
sim, ela ainda julga a outra pela aparência "masculinizada" e talvez - talvez - a outra implicasse com ela justamente por ela se preocupar com a aparência da outra
ResponderExcluir(pq a gente percebe quando ficam olhando e cochichando sobre a gente, certo? e a autora diz q comentava com a amiga sobre como a outra supostamente se vestia mal, enquanto ela está no padrão 'girly' q se espera das meninas).
não estou dizendo q a outra n estivesse errada em julga-la, mas parece q foi meio q uma via de mão dupla aí, a diferença é q a outra errou ainda mais em tentar ridicularizar oq ela dizia e fazia em razão da aparência.
o importante é, independente de como a gente se veste, oq a gente pensa e como a gente se comporta. dou um desconto pq ela está justamente numa fase difícil, de auto afirmação, quando as pessoas implicam muito com o nosso jeito, os nossos gostos. depois passa :)
é muito bom q ela se identifique com o feminismo, q leia coisas boas e se sinta segura para debater com os outros, sem deixar q categorizem ela pela aparência.
Bom, há o pensamento de que ser feminina é ser atraente aos olhos masculinos -- a última coisa que uma feminista de carteirinha quer. Então, cria-se um conflito entre ser
ResponderExcluirbonita, magra, dentro dos 'padrões de beleza' aceitáveis e ser contestadora, auto-afirmada, androgenizada, masculinizada...
...e gostar dos homens...rsrs
ResponderExcluirAproveitando o título do post, quem olha pro comandante do navio Costa Concórdia não poderia supor que quisesse ter ido prá casa com medo do escuro, nas palavras de um oficial da capitania dos portos italiana. Será que um homão daquele não pode mesmo afinar diante de uma mega catástrofe que ele mesmo causou e abandonar centenas de pessoas à sua própria sorte? O que acham?
ResponderExcluir@cabanadeinverno: gaveta no sentido de classificação. Sempre que tentamos classificar, cometemos erros sérios. O feminismo classifica o que é feminino e correto, ou o que é feminino e errado, o que é masculino, etc. Sei que até certo ponto é um mau necessário, já que sem ele o machismo neste mundo ainda estaria mais forte, mas não é só uma forma de defesa, já que a defesa vira conceito, preconceito e classificação. Lembro de uma feminista, pela qual me apaixonei no passado. Dei a ela um dia uma rosa, que ela rejeitou por ser (na sua opinião!) símbolo do machismo. O fato de eu ter lhe dado uma rosa por ser minha flor preferida foi ignorado. Disso ela nem quis saber, pois estava dentro da "gaveta" do feminismo. Depois dessa, nunca mais quis conta com mulher feminista, nem comunista, nem capitalista, nem adventista, nem idealista, nem nenhuma "ista" deste mundo. Toda mulher, todo homem e mesmos o que se encontram entre um sexo e outro deveriam ser uma única coisa: LIVRES! Sem rótulos, sem classificação, sem gavetas.
ResponderExcluir@arlivre
ResponderExcluirO que me parece é que você, em resumo, queria que ela abdicasse da escolha dela para aceitar a sua (no caso, os conceitos sobre a rosa), e assim aceitasse a flor. Na verdade isso me parece machismo seu, que diminui a escolha dela.
E isso de "temos que ser livres, sem *ismos" me soa a uma desculpa para mantermos tudo como está.
Que post lindo! :)
ResponderExcluirLegal ver uma menina de 14 anos tomando consciência das incoerências do mundo e tentando achar seu lugar nele de uma forma questionadora. :)
Muito legal!
"É verdade esses preconceitos. Tem gente que acha que eu sou racista só pq chamo negro de preto-safado e por que não assisto pornô com negros - não respeitam minha opinião de não gostar de negros. É foda, né? Esse pessoalzinho..." --cabanadeinverno 10:50
ResponderExcluirVocê não precisa expressar falando ou escrevendo o que vc pensa, particularmente qdo o que vc pensa não é nada agradável de se ouvir... Referir-se a negros como vc o faz no seu comentário, te coloca na categoria de gente que vc classifica como "pessoalzinho".
As aparências podem sim enganar. De qq forma não é prudente desconsiderarmos a torto e a direito a aparência, pois ela pode ser uma porta aberta ou uma porta pra sempre cerrada à nossa frente. Há que considerar os prós e os contras qdo se trata de aparência.
ResponderExcluirSe eu bater à porta da sala de aula da LoLa com a aparência que tenho agora, serei bem recebida. Se eu me apresentar à reitoria da universidade onde a LoLa dá aulas com a aprência que eu tenho agora, certamente não serei um cartão de visita.
Na vida, há que considerarmos a relatividade... boa ou má aparência pode ser relativa. E antes de querermos fazer nosso ponto de vista valer, temos tb de considerar o ponto de vista alheio se quisermos nos conduzir com civilidade.
Volta Lola, Volta!!
ResponderExcluirNão consigo entender porque uma feminista não pode ser feminina. Ser feminina, gostar de se arrumar, usar maquiagem, estar de bem com o corpo são coisas que as pessoas devem fazer por elas mesmas e não para agradar aos homens.
Não dá pra partir do princípio que toda mulher vaidosa só o é para agradar o outro.
No meu caso, adoro estar bem vestida, com um batonzinho. Fico mais animada e mais feliz. E não é porque eu quero que outras pessoas me vejam...
Bom, só pra constar, não me considero feminista. Acho que sou só uma pessoa que defende o que pensa como certo. Não movimento a causa. E não aceito repressão nem por homens, nem por mulheres, nem bichos, ETs..
O feminismo não é contra conceitos de feminino e masculino, ele diz que esses conceitos não devem ser uma obrigação.
ResponderExcluirUma mulher não é menos feminista por usar salto e maquiagem. Assim como tem muita "butch" por aí que apoia conceitos altamente machistas. Não é seu visual que define, são suas escolhas e conceitos.
Feminismo só é uma gaveta se a pessoa quiser que seja.
Não sabia que a Trollfest 2012 tava rolando no blog da Lola. Até os trolls foram trollados...
ResponderExcluir--
Moça! Fico feliz em ler seu post! Eu só gostaria de fazer uma ressalva: tenha paciência com a menina 'masculinizada' que acha que meninos são mais legais e inteligentes. É um conceito comum hoje em dia, alguém frustrado com as impossibilidades que a sociedade patriarcal nos impõe e compra que 'no fim, é tudo culpa das mulheres'. Eu era assim (e muito amarga) com 15 anos.
Não é seu dever, claro, mas se você puder ter um pouco de paciência, mostrar o blog da Lola pra ela... quem sabe?
Eu cresci e mudei, estou muito mais feliz hoje. Ainda uso tênis 24/7 e sou meio tomboy. Mas sou feminista. E quem sabe, dessa amizade que você não vê se concretizando, não possa sair uma relação positiva?
De resto, seja feliz e continue assim, com força!
Que bom que vc disse isso, Carol...A Camila Paglia é uma que usa baton, é magra, não pinta cabelo mas são bem penteados, bem cortados e é considerada uma sra validadora pela nossa anfitriã...ou seja, uma feminista de araque. O estereótipo da feminista é muito forte...quem quiser ser uma, tem que se enquadrar...rs
ResponderExcluirDisse tudo Arlequina, é a melhor coisa a fazer!!
ResponderExcluircorrigindo, Camille Paglia...
ResponderExcluirEu, nao sei se ela é considerada validadora pela aparencia, acho bem mais provável ser pelas coisas q ela diz. Mas nao cheguei a ler nada da Lola falando dela, então não sei.
ResponderExcluirNão acho q o estereótipo seja tão forte assim, eu conheço feministas de todos os tipos.
arlivre:
ResponderExcluirPutz, esse discurso do "não precisamos de rótulos" é se rotular como livre. A liberdade é um rótulo.
As classificações são tão necessárias quanto existentes. Faz parte de haver diferenças no mundo, haver classificações.
No caso da rosa, ela é muito mais do uma flor, ou do que sua flor preferida. Ela tem sua representação simbólica, histórico-social, e o fato da sua parceira na época ter recusado não significa que "na opinião dela" a flor é um símbolo de machismo, significa que historicamente ela se relaciona de maneira direta e representativa com a "política-social" machista. É simples, basta querer abdicar daquilo que vc acha ser sua vontade-livre, mas que, no fundo, é ação alienada.
LisAnaHD:
ResponderExcluirFoi ironia. Ficou claro.
Muito bom que você se descubra feminista.
ResponderExcluirUma coisa importante, quem diz que mulheres bonitas e bem arrumadas são burras ou fúteis são machistas. As feministas apoiam a liberdade. Você pode ser do jeito que Você quiser, sem se importar com os outros. O certo seria que ngm te julgasse por isso.
Uma coisa que sempre faço comigo mesma: Me coloco no lugar da outra pessoa. Se eu ficar na dúvida se aquilo é ofensa, eu penso e repenso naquilo.
Beijos
Aliás, não só ironia, foi critica ao post, que eu descordo profundamente.
ResponderExcluirSer feminista não é a mulher ser feminina ou ser masculinizada. Ser feminista é uma postura que independe de outra coisa a não ser a mulher querer, exigir e legislar ser respeitada e considerada como ser humano da mesma forma que o homem quer ser e é respeitado, com os mesmos direitos e responsabilidades.
ResponderExcluirSer feminista tb é entender e aceitar a natureza. Homem não tem cólica menstrual pq homem não menstrua; homem não pode amamentar pq homem não fica grávido, portanto não dá à luz. Porém, AIDS atinge igualmente a homens e a mulheres... tuberculose tb... sífilis e gonorreia tb... homofilia vitimiza os filhos homens, porém quem carrega o transmissor é a mãe. Portanto, é preciso que homem e mulher entendam que devem se dar as mãos para que a sociedade se desenvolva e progrida saudavelmente.
Procriar ou não procriar deveria ser assunto feminino, i.e. a mulher decide se quer ou não e se não quiser DEVE APRENDER a se cuidar pois existem N números de método anticoncepcional. Aborto não é método anticoncepcional. Não, não estou tomando o lado machista e religioso dos contra aborto. Casamento não deveria ser sinônimo de procriação assim como OPTAR por engravidar e ter filho sem um lar sólido não é ser feminista. E o que é um lar sólido? Isso é assunto pra outro post, pois haja filosofia e utopia nisso qdo querem argumentar.
Mulheres, mães, pais e quem mais visita/m este blog, concordando ou não com todos os post, deveria/m aprender sobre DIU como forma anticoncepcional. E, claro, camisinha tem valor sem preço e o Papa e seus cordeiros que se ajoelhem em oração.
Ser feminista atuante não é unicamente esperar que o governo mude a mentalidade masculina ou que o governo force os homens a isso ou a aquilo. Ser feminista atuante é partir pra política, é lutar pra ter voz que possa fazer parte dos que têm o poder pra governar e legislar; assim a feminista atuante fica mano-a-mano com os homens na decisão do que é ou não melhor pra mulher. Quem quer realmente mudar e tem idade e saúde física e mental pra isso, precisa ter acesso/fazer parte da panela que está no comando.
LoLa Aronovich faz um admirável trabalho e qual a maior prova de admiração do que imitarmos a quem admiramos? Mulheres feministas, sejam advogadas em prol da mulher, sejam profissionais em marketing e propaganda... sonhem com a Presidência e trilhem o caminho pra chegarem lá. Qtas jovens que passam por aqui reclamando do sistema machista planejam o cargo de vereadora?
Está bem tb que feministas escolham ser mãe e donas-de-casa pois os mascus foram criados por mulheres e precisamos sim de mães feministas e precisamos de donas-de-casa feministas.
cabanadeinverno,
ResponderExcluirNão, não ficou claro que foi ironia. Se não ficou claro pra uma pessoa, pode não ter ficado claro pra muitas outras tb.
É preciso cuidar-se muito qdo se faz uso da IRONIA, pois nossa vaidade em expormos nossa ideia não deve nunca nunca ofender ou magoar quem nada tem a ver com nosso humor e atributos literários.
LisAnaHD
ResponderExcluirTudo isso no mundo mágico do "eu escolho o que quero".. Da super responsabilização do individuo pelos seus atos? Da suposta liberdade de escolha, deliberação racional e ultra-afastamento da responsabilidade social. Ou pior, de culpa a sociedade quando se quer e, em seguida, colocar o fardo de herói para o indivíduo libertador?
LisAnaHD
ResponderExcluirSenta lá, Claudia.
Off-topic:
ResponderExcluirAlguém aqui já assistiu o filme Caramelo? O que acharam do filme?
''Nossa, você é tão feminina, gosta de fazer compras... Nunca pensei que você poderia ser feminista".
ResponderExcluir__________
traduzindo... nunca pensei que vc poderia ser ... machona.. no sentido mais pejorativo da palavra pois para o senso comum feminismo é para masculinizadas, ou mal amadas... e todos os bla blas que conhecemos.
Sim, Carol, foi só uma coincidência...
ResponderExcluiryulia, mas vc há de convir que os homens não gostam de shopping...então as feministas de carteirinha não podem gostar tb. Tal e qual não ligar para o corpo, para o cabelo, para a pele...aí quando os homens começam a se preocupar com essas coisas, dá um nó na nossa cabeça, né?
ResponderExcluir''yulia, mas vc há de convir que os homens não gostam de shopping''
ResponderExcluiropa, opa.. meu pai e meu irmão adoram shopping , se deixar eles caroçam o dia todo nas lojas...
esse negócio de generalizar é complicado. Claro que a maioria não gosta de shopping, mas tem homens que gostam.
''então as feministas de carteirinha não podem gostar tb.''
Eu gosto de shopping também. me relaxa, na falta de praia, é a melhor opção.
''Tal e qual não ligar para o corpo, para o cabelo, para a pele...aí quando os homens começam a se preocupar com essas coisas, dá um nó na nossa cabeça, né?''
na minha não... acho bom homem se cuidar ,cuidados básicos não mata ninguém. Só mesmo gente muito preconceituosa para achar que homem que se arruma é gay ou mulher que não hipervaloriza a vaidade é masculinizada. construções e rotulações, estou fora!
Concordo com vc. Mas não é o que a maioria feminista pensa...rsrs
ResponderExcluirnunca ouvi de boca de nenhuma feminista que acha cara que se arruma é um boiola. NUNCA.
ResponderExcluiryulia, vc acha que o Schettino não podia abandonar o barco por medo ou vc acha que ele é humano e sem essa de que homem é tudo machão?
ResponderExcluirGostei do post apesar de não ter gostado do julgamento ao "masculinizada".
ResponderExcluirE sobre os comentários, observei alguns exemplos de homofobia. Não gostei disso aqui, não esperava na verdade.
cabana de inverno,
ResponderExcluirEu não sei o que "Senta lá, Cláudia" significa. Cláudia Cardinalle, Cláudia Raya, revista Cláudia, Claudiavil feminina de Clodovil? ... enfim, diante do computador estou sempre sentada e provavelmente vc tb.
Júnior, se vc vier aqui, antres de bagunçar o coreto, ouça que te ofereço "Mocinho Bonito" lá no YouTube.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=mdF8mQBNnFM
E sobre os comentários, observei alguns exemplos de homofobia. Não gostei disso aqui, não esperava na verdade.[2]
ResponderExcluiryulia, vc acha que o Schettino não podia abandonar o barco por medo ou vc acha que ele é humano e sem essa de que homem é tudo machão?
ResponderExcluir_______________
ele abandonou o navio por medo claro. Isso não tem nada a ver com ser machão ou não. Não é porque ele é homem que não tem direito de sentir medo, agora a ''atitude'' enquanto comandante do navio ele vai resolver com a justiça de lá.
Lola, olha essas propagandas... http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI287633-16370,00-AS+PROPAGANDAS+QUE+NUNCA+SERIAM+PERMITIDAS+ATUALMENTE.html ai, meus sais! rs
ResponderExcluirbjs
Eu, medo de morrer e instinto de sobrevivência todo mundo tem, esse mito do herói militar é apenas isso: mito.
ResponderExcluirEsse papo de homem gosta de x e mulher não e vive versa que é uma coisa besta. Não são obrigações, cada um tem q poder gostar do que quiser sem ser julgado por isso, isso que o feminismo defende.
O problema é a generalização besta. Eu posso não dar a mínima pro padrão de beleza imposto e usar um hidratante perfumado pq a sensação na pele é muito gostosa. As coisas não são tão mutuamente excludentes assim.
Bom, o que eu acho se resume no seguinte: não ter postura pra uma determinada forma de ação/pensamento, ou seja, só pensar, ter o "ideal" sem expressão social e etc, não é o mesmo que não fazer nada? Por que, por exemplo, ninguém é aquilo que acha que é, mas sim, aquilo que representa e etc... Em outras palavras, o sujeito não é aquilo que ele "pensa", mas aquilo que consegue expressar e etc.
ResponderExcluirDesta forma, "livrar" o feminismo de suas "amarras", não seria o mesmo que descaracterizar ao ponto de fazer dele um grande Nada - destituído de pilares, de referencia e etc?
E, pra não ficar desentendimento, se o feminismo é um movimento que pretende acabar com as desigualdades econômicas, políticas e sociais (então, estruturais) que há entre homens e mulheres, sendo o primeiro, a autoridade das relações sociais, não teria ele [o feminismo] que ter pontos claros sobre isso?
Considerar o feminismo como uma 'coisa que vem de dentro', que independe, por exemplo, de todo o tipo de expressões sociais (e coloquei a roupa como um tipo, pra exemplificar), não é o mesmo que desconsiderar esse problema como estrutural e colocá-lo como um problema de.... Digamos... Tolerância?
"Pura mentira, quando homens falaram que só gostam de cú se for rosado a dona desse blog falou que isso era opressão, kd a liberdade de escolha?"
ResponderExcluirIsso é zoeira, né?
LisAna
ResponderExcluirSenta lá, Claudia, significa: ok, foda-se.
Histérica? A mãe tá boa?
ResponderExcluirSabe Flash t, isso me faz dar gargalhadas! AUHAUHHUA Sério mesmo!!! HAUHAUHA
ResponderExcluirVc gosta do que? De homens completos?
E se o comandante do navio fosse uma mulher? Será que o oficial da capitania dos portos seria tão duro com ela como foi com o Schettino?
ResponderExcluirE se o comandante do navio fosse uma mulher? Será que o oficial da capitania dos portos seria tão duro com ela como foi com o Schettino?
ResponderExcluir__________
sim. comandante é comandante. função não tem sexo. ponto.
Não no caso de uma comandante.
ResponderExcluirBrasiL IndomáveL
ResponderExcluirhttp://www.brasilindomavel.com.br
leiam o post de 24.12.2011
e outros posts também, claro...
Fiquei pasma , uma garota de 14 anos pensando em tudo isso. Achei incrível. Eu admito que por ser um pouco menos feminina que o natural e tenho um certo preconceito com as mulheres que são delicadas demais, mas essa mocinha conseguiu mexer com os meus pensamentos.
ResponderExcluirQue lindo esse texto!!! Me deu esperanças na juventude... e coisa que eu abomino é mulher que para parecer A legalzona poe em um pedestal tudo que e considerado "coisa de homem" e recrimina tudo que é "coisa de mulher". Ver futebol é superlegal, ver novela é coisa de mulherzinha futil.
ResponderExcluirO feminismo luta para mulheres terem direitos iguais, esteja ela usando rosa dos pés a cabeça, ou sendo uma pedreira na obra.
Nos EUA é comum quem não quiser fazer faculdade estudar o segundo grau a nivel técnico. Conheci uma adolescente que estava terminando a 8a. série e queria ser marceneira, carpinteira (profissão original de Harrison Ford). Uma graça, a menina. Feminina, baixinha, vaidozinha, sabendo falar o que pensa. Feminista feminina a caminho de abraçar uma profissão tida como masculina.
ResponderExcluiresse texto eh basicamente a descricao da minha vida,tirando o fato de que nunca fui muito delicada e que semre fui muito mlk por ser exatamente contra ao padrao social imposto as mulheres... de sempre se arrumar, pentear o cabelo, passar maquiagem, serem sensiveis e chorarem por tudo e criticar umas as outras por roupas ou banalidades... lendo o texto, sinto fazer parte de um machismo fortificado, pois ao contrario de mostrar que ser mulher nao eh exatamente so isso, preferi me portar como'' homem'' e criticar toda pratcia considerada ate entao de menininha fragil, ao contrario de ja fazer alguma coisa. eu sempre tive esse espirito feminista, ate entoa na setima serie, tinha uma teoria que nao deveriamos usar sutians pra que os mlks nao ficassem nos olhando... mas eh isso,a cada dia mais me perco em meio a tanta informacao feminista, procurando cada vez mais encontrar uma forma de ser contra tudo isso sem ser arrogante...fazer alguma coisa que faca sentido nessa vida
ResponderExcluir