Não vejo um concurso de miss faz muito, muito tempo. Lembro mais das fotos da revista Manchete na década de 80. Ah, e lembro também de uma vez, em meados dos anos 90, em que fui jogar um torneio de xadrez em Concórdia, SC. Enquanto eu e outras participantes saíamos do local dos jogos, à noite, as misses entravam (não me pergunte se era concurso Miss SC ou Miss Brasil), já muito arrumadas. Elas pareciam todas iguais: brancas, cabelos compridos, magras, altas, longas pernas, um tipo físico que não se parece em nada com o brasileiro. Mas isso eu já sabia, assim como sabia que esperar representatividade e diversificação num concurso de miss ou numa passarela de moda não é realista. O que realmente me chamou a atenção naqueles breves instantes em que duas espécies totalmente diferentes ― eu e as misses ― nos cruzamos na saída do lugar foi como elas estavam pintadas. Nunca vi mulheres tão maquiadas em toda a minha vida. Não dá pra ver na TV quantas camadas de pó vão na cara de alguém pra dar aquele look natural de quem só passou um batomzinho e um rímel à toa. Aquilo não era maquiagem, era uma superprodução.
Essa é a minha maior recordação em matéria de misses, mas cada um tem as suas. Afinal, o Miss Brasil é um concurso que nos acompanha há 57 anos, e que resiste a qualquer mudança da sociedade. Seu maior charme, imagino, é justamente ser tão conservador, tão careta. Bom, uma pessoa que admiro um monte, a Daiany, professora universitária em Natal, tem outras memórias. Ela viu o Miss Brasil pela TV e redigiu essas interessantes reflexões.
A minha percepção dos concursos de beleza mudou muito ao longo da vida. Mas lembro que, na minha infância, a figura da miss já era anacrônica. E representava a síntese coroada do que havia de mais tradicional nos atributos de beleza feminina: juventude, elegância, graça, simpatia, tudo isso ornado com um corpo de simetria orquestrada (90-60-90), cabelos armados e traços harmoniosos ― não raro associados ao fenótipo caucasiano da loura de olhos azuis, está aí Vera Fischer que não me deixa mentir.
Nos anos 1980, a ideia de um bando de moças desfilando de maiô ou pomposos trajes de tafetá, à guisa da aprovação de um júri ― em geral, majoritariamente masculino ― que premiaria a mais bonita com um manto e uma coroa, já era uma coisa vista como cafona e sem sentido. Mas, claro, beleza e juventude nunca caem na cotação do mercado. E os concursos deram um jeito de se reciclar. Lembro de ter assistido, quando criança, algumas cerimônias no SBT. Destas, recordo a vitória de Deise Nunes, uma negra linda de cabelo black esvoaçante, ousada quebra de paradigmas, já que há anos vínhamos coroando misses de ascendência europeia, a despeito da grande população negra de nosso país.
Eram os tempos pós-modernos ditando as suas regras de inclusão e diferença. No Brasil, no entanto, a modinha durou pouco, acho. Pelo menos não registrei nada memorável depois da Deise Nunes. E é fato que eu fui fazer coisa melhor da minha vida. Veio a juventude, os livros, os namoros, a maturidade. E, logicamente, a compreensão da desigualdade de gênero. Foi quando me tornei consciente de que ― parafraseando uma frase do filme Pequena Miss Sunshine ― a vida é um eterno concurso de beleza, cujos critérios de premiação são ululantes e, sendo assim, jamais haverá justiça possível.
Mas (não escreveria esse texto se não existisse um “mas”), tenho um amigo queridíssimo, inteligentíssimo, e que vale o esforço da tolerância, que após tanto debater comigo sobre possíveis “aspectos positivos” dos tais certames alcançou o meu benefício da dúvida. Foi ele quem me falou que toda uma geração de atrizes hollywodianas (incluindo ganhadoras de Oscar, como a Halle Berry, e eternas indicadas, como a Michelle Pfeiffer) foi cooptada pelo cinema graças a aparições como rainhas da beleza.
Contou também das famosas misses universo indianas, frequentemente escolhidas em função das respostas brilhantes que davam na ‘seção de perguntas’ dos concursos. E suas vitórias possibilitavam bolsas de estudos para que pudessem estudar física quântica ou engenharia nuclear fora de seus países. Ok, admito, não dá para culpar ninguém por ser bonita nem por usar isto a seu favor, conhecendo a dimensão dos obstáculos que alguns contextos oferecem às mulheres. Francamente, concursos são uma droga, mas as misses em si até que podem ser legais ― quem sou eu pra julgar?
Por um tempo, eu me tornei condescendente com os concursos de beleza. Ao ponto de topar assistir e comentar via MSN com esse meu amigo o mais recente Miss Brasil. Pensei que, yey, pode ser divertido. Meio como ir a uma festa de debutantes, tomar todas e rir das gafes alheias. Bem, começa o concurso. Ok, não dá para dizer que não seja engraçado. As coreografias desarticuladas, os vestidos que parecem papel de bala amassado, o aspecto fake que ganha todo um contorno kitsch no pastiche latino da coisa.
Tudo ia bem, até que, sei lá, a ficha caiu. Aquela sensação de festa estranha com gente esquisita começa a martelar. Primeiro, a estranheza de que os pódios nem sempre são reservados às mais bonitas (ok, critérios subjetivos, mas já explico). Em seguida, o mal estar de identificar que o palco é também espaço para alfinetadas e comentários deploráveis (como o da apresentadora que sutilmente avisa aos telespectadores que a então miss 2010 precisou perder os 15 kg que ganhou ao longo do seu reinado). Por fim, presenciar o espetáculo trágico de assistir uma coroação (da candidata que, aliás, nem achei a mais bonita, mas me parecia a mais elegante, a que melhor dominava a arte do desfile na passarela) sob um coro de vaias e de xingamentos (‘peladona’, diziam).
A ignorância é uma benção, já disse alguém. Para o meu azar, prefiro saber das coisas, cacoete de ex-repórter que não se contenta com cobertura midiática que atribui a execração da ganhadora a uma predileção do público pela segunda colocada (francamente, elas nem eram tão diferentes assim). Depois de fuçar alguns fóruns sobre misses, ler depoimentos de quem esteve no evento, observar documentos postados pelos vários comentadores indignados e trocar ideias com o amigo que me acompanhou nessa jornada, cheguei a algumas constatações e conclusões.
Constatações: o Brasil anda ensaiando uma fábrica de misses, num processo similar ― mas nem de longe tão bem sucedido ― ao da Venezuela. Há uma série de missólogos aptos a orientar as possíveis candidatas, que prometem aperfeiçoar beldades potenciais com aulas de inglês, formação para o palco e aprimoramento da aparência, com dieta e exercícios e plásticas diversas. Os tais também se incumbem de encaixar suas protegidas em concursos nacionais, averiguando se não seria possível construir uma carreira de Miss Brasil encampada numa disputa estadual fora do circuito de seus estados de origem.
Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os atuais pólos formadores de Miss Brasil. Há alguns anos (salvo em 2009), vêm revezando vitórias no concurso nacional, apostando num tipo específico de mulher: a morena tropical, de curvas discretas, nariz aquilino e longos cabelos escuros. E alcançaram alguns avanços significativos, como o segundo lugar da mineira Natália Guimarães no Miss Universo, melhor desempenho de uma brasileira desde 1972.
Comportando-se como verdadeiros doutores Frankenstein, os assessores de misses custeiam do próprio bolso ― ou amealhando parceiros ― as transformações, formação e mesmo a moradia de suas misses. Em troca, elas se tornam aprendizes disciplinadas e dispõem o seu corpo a todas as mudanças requisitadas pelos mentores.
Alvo destes experimentos, a gaúcha Bruna Felisberto já contou seu drama à mídia nacional. A moça denunciou ter sido levada a realizar uma cirurgia no nariz, na qual perdeu grande parte da cartilagem necessária a uma respiração adequada. Também acusou o seu “guia” de abandoná-la às vésperas do concurso, deixando de acompanhá-la ao Miss Brasil. Ele, ao constatar que seu bibelô estava danificado, parou de investir.
Pois bem, esse senhor, em vez de ter ido para a cadeia ou, pelo menos, ter sido impedido de ferrar com a vida de mais garotas, continua promovendo concursos e cooptando jovens por aí. A sua última protegida, adivinhem, é a atual Miss Brasil. Isso explicaria parte do coro dos revoltados que a vaiaram (segundo fontes dos fóruns, eram missólogos indignados, não torcedores baianos da segunda colocada).
No entanto, a grande alegação, que resultou nos gritos de ‘peladona’, não foi o reinado controverso do gaúcho na política da carne e queijo (RS e MG), mas o descumprimento da candidata ao item ‘g’ do edital do certame, que exige da miss em questão “nunca ter sido fotografada ou filmada totalmente despida, expondo os seios e partes íntimas”.
Por vias não divulgadas, encontraram uma foto da Miss RS com os seios descobertos. Uma bonita imagem, sutil, com ótima iluminação, na qual ela posa serena, nada vulgar. Ou seja: um protesto equivocado movido por uma grandíssima bobagem, que sequer menciona as desagradáveis intrigas e irregularidades dos bastidores.
Afinal, que regulamento é este que exige das misses uma espécie de postura ‘imaculada’ em pleno século XXI? Sem fotos de nu artístico e (pasmem!) com o estado civil obrigatório de solteira? De qual emprego se toleraria, hoje em dia, que a disponibilidade para viagens esteja vinculada ao estado civil? Acordos sexuais e afetivos são de foro íntimo, não é da conta de ninguém com quem uma jovem sexualmente ativa vai se deitar, nem se isso é feito sob contrato civil.
E o direito ao próprio corpo dessas moças, cadê? A exibí-lo e conservá-lo de acordo com os critérios delas (e necessidades vitais, bom lembrar) de saúde e bem estar? Pra piorar, em vez da Miss RS dizer que fez uma linda foto com os seios nus, ela, devidamente orientada, afirmou que não sabe quem tirou a foto, que a foto não foi posada, mas clicada a esmo por um estagiário oportunista. Portanto, “a foto sequer existe”. O equivalente em desculpa à plástica desastrosa de sua ex-miss RS.
De um lado, a hipocrisia de seus agressores; do outro, uma defesa hipócrita. Tudo isso só é possível graças à atmosfera conservadora e cínica do concurso. Pra fechar o elenco do circo: o organizador do evento fez parte do júri. E, não só: um dos jurados mais influentes é nada mais que um cirurgião plástico, Dr. Robert Rey, personagem de um programa nível açougue de brejeirice sobre as plásticas que realiza na sua clínica em Beverly Hills.
Conclusões: (1) Os concursos de beleza de hoje ampliaram seu escopo do que seja belo, mas seguem praticando a eugenia [nota da Lola: a Jux apontou num ótimo post que não havia nenhuma negra entre as 27 candidatas], confinando mulheres a padrões sujeitos à reprodução em série de certos tamanhos de corpos, narizes e cabelos, para que correspondam a um ideal típico de beldade nacional. Por outro lado, ter nascido ‘bela’ tornou-se irrelevante, basta ter potencial para alcançar o padrão e disposição para acatar todas as intervenções cirúrgicas recomendadas pelos missólogos. (2) Pode parecer teoria da conspiração, mas a verdade é que é realmente estranho que as protegidas dos misssólogos influentes, a despeito de sua popularidade, continuem a vencer sucessivas competições nacionais. (3) Os direitos e vontades das misses não são vistos como prioridade em nenhum momento; elas são tratadas como bonecas infláveis de carne e osso, marionetes capazes de se deixar lapidar e ensaiar à exaustão, que servem, provavelmente, à projeção de algum frustrado que seria bem mais feliz, talvez, se promovesse essas transformações em seu próprio corpo. (4) Pelo menos no Brasil, palcos de concursos de beleza são ambientes hipócritas, extremamente hostis às mulheres, onde elas serão, indiscriminadamente, alfinetadas, vaiadas e xingadas, longe de serem respeitadas como as reais protagonistas da festa (o que, ao que parece, realmente não são), e sem que seus detratores sejam advertidos.
Depois de tomar conhecimento de tudo isso, dificilmente verei outro concurso. Meu amigo, que também se diz desapontado, afirma que sabe dessas coisas, mas segue assistindo, “não sabe por que”.
No fim da festa, depois de muitos goles de bebida barata e bolo confeitado, sinto-me empanturrada pelo glacê amargo de um bolo colorido por fora, mas podre por dentro, recheado com pedaços de corpos descartados e sonhos desvalidos.
Essa é a minha maior recordação em matéria de misses, mas cada um tem as suas. Afinal, o Miss Brasil é um concurso que nos acompanha há 57 anos, e que resiste a qualquer mudança da sociedade. Seu maior charme, imagino, é justamente ser tão conservador, tão careta. Bom, uma pessoa que admiro um monte, a Daiany, professora universitária em Natal, tem outras memórias. Ela viu o Miss Brasil pela TV e redigiu essas interessantes reflexões.
A minha percepção dos concursos de beleza mudou muito ao longo da vida. Mas lembro que, na minha infância, a figura da miss já era anacrônica. E representava a síntese coroada do que havia de mais tradicional nos atributos de beleza feminina: juventude, elegância, graça, simpatia, tudo isso ornado com um corpo de simetria orquestrada (90-60-90), cabelos armados e traços harmoniosos ― não raro associados ao fenótipo caucasiano da loura de olhos azuis, está aí Vera Fischer que não me deixa mentir.
Nos anos 1980, a ideia de um bando de moças desfilando de maiô ou pomposos trajes de tafetá, à guisa da aprovação de um júri ― em geral, majoritariamente masculino ― que premiaria a mais bonita com um manto e uma coroa, já era uma coisa vista como cafona e sem sentido. Mas, claro, beleza e juventude nunca caem na cotação do mercado. E os concursos deram um jeito de se reciclar. Lembro de ter assistido, quando criança, algumas cerimônias no SBT. Destas, recordo a vitória de Deise Nunes, uma negra linda de cabelo black esvoaçante, ousada quebra de paradigmas, já que há anos vínhamos coroando misses de ascendência europeia, a despeito da grande população negra de nosso país.
Eram os tempos pós-modernos ditando as suas regras de inclusão e diferença. No Brasil, no entanto, a modinha durou pouco, acho. Pelo menos não registrei nada memorável depois da Deise Nunes. E é fato que eu fui fazer coisa melhor da minha vida. Veio a juventude, os livros, os namoros, a maturidade. E, logicamente, a compreensão da desigualdade de gênero. Foi quando me tornei consciente de que ― parafraseando uma frase do filme Pequena Miss Sunshine ― a vida é um eterno concurso de beleza, cujos critérios de premiação são ululantes e, sendo assim, jamais haverá justiça possível.
Mas (não escreveria esse texto se não existisse um “mas”), tenho um amigo queridíssimo, inteligentíssimo, e que vale o esforço da tolerância, que após tanto debater comigo sobre possíveis “aspectos positivos” dos tais certames alcançou o meu benefício da dúvida. Foi ele quem me falou que toda uma geração de atrizes hollywodianas (incluindo ganhadoras de Oscar, como a Halle Berry, e eternas indicadas, como a Michelle Pfeiffer) foi cooptada pelo cinema graças a aparições como rainhas da beleza.
Contou também das famosas misses universo indianas, frequentemente escolhidas em função das respostas brilhantes que davam na ‘seção de perguntas’ dos concursos. E suas vitórias possibilitavam bolsas de estudos para que pudessem estudar física quântica ou engenharia nuclear fora de seus países. Ok, admito, não dá para culpar ninguém por ser bonita nem por usar isto a seu favor, conhecendo a dimensão dos obstáculos que alguns contextos oferecem às mulheres. Francamente, concursos são uma droga, mas as misses em si até que podem ser legais ― quem sou eu pra julgar?
Por um tempo, eu me tornei condescendente com os concursos de beleza. Ao ponto de topar assistir e comentar via MSN com esse meu amigo o mais recente Miss Brasil. Pensei que, yey, pode ser divertido. Meio como ir a uma festa de debutantes, tomar todas e rir das gafes alheias. Bem, começa o concurso. Ok, não dá para dizer que não seja engraçado. As coreografias desarticuladas, os vestidos que parecem papel de bala amassado, o aspecto fake que ganha todo um contorno kitsch no pastiche latino da coisa.
Tudo ia bem, até que, sei lá, a ficha caiu. Aquela sensação de festa estranha com gente esquisita começa a martelar. Primeiro, a estranheza de que os pódios nem sempre são reservados às mais bonitas (ok, critérios subjetivos, mas já explico). Em seguida, o mal estar de identificar que o palco é também espaço para alfinetadas e comentários deploráveis (como o da apresentadora que sutilmente avisa aos telespectadores que a então miss 2010 precisou perder os 15 kg que ganhou ao longo do seu reinado). Por fim, presenciar o espetáculo trágico de assistir uma coroação (da candidata que, aliás, nem achei a mais bonita, mas me parecia a mais elegante, a que melhor dominava a arte do desfile na passarela) sob um coro de vaias e de xingamentos (‘peladona’, diziam).
A ignorância é uma benção, já disse alguém. Para o meu azar, prefiro saber das coisas, cacoete de ex-repórter que não se contenta com cobertura midiática que atribui a execração da ganhadora a uma predileção do público pela segunda colocada (francamente, elas nem eram tão diferentes assim). Depois de fuçar alguns fóruns sobre misses, ler depoimentos de quem esteve no evento, observar documentos postados pelos vários comentadores indignados e trocar ideias com o amigo que me acompanhou nessa jornada, cheguei a algumas constatações e conclusões.
Constatações: o Brasil anda ensaiando uma fábrica de misses, num processo similar ― mas nem de longe tão bem sucedido ― ao da Venezuela. Há uma série de missólogos aptos a orientar as possíveis candidatas, que prometem aperfeiçoar beldades potenciais com aulas de inglês, formação para o palco e aprimoramento da aparência, com dieta e exercícios e plásticas diversas. Os tais também se incumbem de encaixar suas protegidas em concursos nacionais, averiguando se não seria possível construir uma carreira de Miss Brasil encampada numa disputa estadual fora do circuito de seus estados de origem.
Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os atuais pólos formadores de Miss Brasil. Há alguns anos (salvo em 2009), vêm revezando vitórias no concurso nacional, apostando num tipo específico de mulher: a morena tropical, de curvas discretas, nariz aquilino e longos cabelos escuros. E alcançaram alguns avanços significativos, como o segundo lugar da mineira Natália Guimarães no Miss Universo, melhor desempenho de uma brasileira desde 1972.
Comportando-se como verdadeiros doutores Frankenstein, os assessores de misses custeiam do próprio bolso ― ou amealhando parceiros ― as transformações, formação e mesmo a moradia de suas misses. Em troca, elas se tornam aprendizes disciplinadas e dispõem o seu corpo a todas as mudanças requisitadas pelos mentores.
Alvo destes experimentos, a gaúcha Bruna Felisberto já contou seu drama à mídia nacional. A moça denunciou ter sido levada a realizar uma cirurgia no nariz, na qual perdeu grande parte da cartilagem necessária a uma respiração adequada. Também acusou o seu “guia” de abandoná-la às vésperas do concurso, deixando de acompanhá-la ao Miss Brasil. Ele, ao constatar que seu bibelô estava danificado, parou de investir.
Pois bem, esse senhor, em vez de ter ido para a cadeia ou, pelo menos, ter sido impedido de ferrar com a vida de mais garotas, continua promovendo concursos e cooptando jovens por aí. A sua última protegida, adivinhem, é a atual Miss Brasil. Isso explicaria parte do coro dos revoltados que a vaiaram (segundo fontes dos fóruns, eram missólogos indignados, não torcedores baianos da segunda colocada).
No entanto, a grande alegação, que resultou nos gritos de ‘peladona’, não foi o reinado controverso do gaúcho na política da carne e queijo (RS e MG), mas o descumprimento da candidata ao item ‘g’ do edital do certame, que exige da miss em questão “nunca ter sido fotografada ou filmada totalmente despida, expondo os seios e partes íntimas”.
Por vias não divulgadas, encontraram uma foto da Miss RS com os seios descobertos. Uma bonita imagem, sutil, com ótima iluminação, na qual ela posa serena, nada vulgar. Ou seja: um protesto equivocado movido por uma grandíssima bobagem, que sequer menciona as desagradáveis intrigas e irregularidades dos bastidores.
Afinal, que regulamento é este que exige das misses uma espécie de postura ‘imaculada’ em pleno século XXI? Sem fotos de nu artístico e (pasmem!) com o estado civil obrigatório de solteira? De qual emprego se toleraria, hoje em dia, que a disponibilidade para viagens esteja vinculada ao estado civil? Acordos sexuais e afetivos são de foro íntimo, não é da conta de ninguém com quem uma jovem sexualmente ativa vai se deitar, nem se isso é feito sob contrato civil.
E o direito ao próprio corpo dessas moças, cadê? A exibí-lo e conservá-lo de acordo com os critérios delas (e necessidades vitais, bom lembrar) de saúde e bem estar? Pra piorar, em vez da Miss RS dizer que fez uma linda foto com os seios nus, ela, devidamente orientada, afirmou que não sabe quem tirou a foto, que a foto não foi posada, mas clicada a esmo por um estagiário oportunista. Portanto, “a foto sequer existe”. O equivalente em desculpa à plástica desastrosa de sua ex-miss RS.
De um lado, a hipocrisia de seus agressores; do outro, uma defesa hipócrita. Tudo isso só é possível graças à atmosfera conservadora e cínica do concurso. Pra fechar o elenco do circo: o organizador do evento fez parte do júri. E, não só: um dos jurados mais influentes é nada mais que um cirurgião plástico, Dr. Robert Rey, personagem de um programa nível açougue de brejeirice sobre as plásticas que realiza na sua clínica em Beverly Hills.
Conclusões: (1) Os concursos de beleza de hoje ampliaram seu escopo do que seja belo, mas seguem praticando a eugenia [nota da Lola: a Jux apontou num ótimo post que não havia nenhuma negra entre as 27 candidatas], confinando mulheres a padrões sujeitos à reprodução em série de certos tamanhos de corpos, narizes e cabelos, para que correspondam a um ideal típico de beldade nacional. Por outro lado, ter nascido ‘bela’ tornou-se irrelevante, basta ter potencial para alcançar o padrão e disposição para acatar todas as intervenções cirúrgicas recomendadas pelos missólogos. (2) Pode parecer teoria da conspiração, mas a verdade é que é realmente estranho que as protegidas dos misssólogos influentes, a despeito de sua popularidade, continuem a vencer sucessivas competições nacionais. (3) Os direitos e vontades das misses não são vistos como prioridade em nenhum momento; elas são tratadas como bonecas infláveis de carne e osso, marionetes capazes de se deixar lapidar e ensaiar à exaustão, que servem, provavelmente, à projeção de algum frustrado que seria bem mais feliz, talvez, se promovesse essas transformações em seu próprio corpo. (4) Pelo menos no Brasil, palcos de concursos de beleza são ambientes hipócritas, extremamente hostis às mulheres, onde elas serão, indiscriminadamente, alfinetadas, vaiadas e xingadas, longe de serem respeitadas como as reais protagonistas da festa (o que, ao que parece, realmente não são), e sem que seus detratores sejam advertidos.
Depois de tomar conhecimento de tudo isso, dificilmente verei outro concurso. Meu amigo, que também se diz desapontado, afirma que sabe dessas coisas, mas segue assistindo, “não sabe por que”.
No fim da festa, depois de muitos goles de bebida barata e bolo confeitado, sinto-me empanturrada pelo glacê amargo de um bolo colorido por fora, mas podre por dentro, recheado com pedaços de corpos descartados e sonhos desvalidos.
71 comentários:
Há controvérsias, pois as sinopses ainda estão cheias de mistério... mas acho que próximo filme do Pedro Almodóvar vai abordar temas que rimam com tudo o que está escrito aqui... =)
http://www.omelete.com.br/cinema/la-piel-que-habito-sai-o-trailer-completo-do-terror-de-pedro-almodovar/
Aronovich:
Você disse: "Elas pareciam todas iguais: brancas, cabelos compridos, magras, altas, longas pernas, um tipo físico que não se parece em nada com o brasileiro."
Se era uma concurso de miss Brasil é lógico que essa moças eram brasileiras, então como que elas por ter as características físicas que tinham não eram o tipo brasileiro?
Pra ter o tipo brasileiro tem que ter perna curta, cabelo curto ou ser feio?
Sua declaração somente ser válida se num concurso de miss Brasil, concorressem estrangeiras. Aí sim. Mas, uma vez que são brasileiras que concorrem chega-se a conclusão que esse também é o padrão de beleza brasileiro. Ou você está querendo nos nivelar (falando das nossas mulheres bonitas) por baixo?
Isso me parece um enorme preconceito.
Ué, Serge, uma pessoa negra, de cabelo curto, cheia, baixa, de pernas curtas não pode ser bonita?
Pra ser bonita tem que ser branca, de cabelo comprido, magra, alta, de perna longa?
Quantas mulheres desse tipo você vê quando sai na rua? Eu vejo poucas, vejo mais mulatas, mulheres mais baixas, mulheres que não pesam menos que o necessário... É muita inocência achar que pegam as misses-to-be aleatoriamente do território brasileiro, o que realmente demonstraria o tipo físico do país.
É inocência achar que não escolhem as que mais se enquadram no internacional - Sempre as mais brancas, sempre as com cabelo liso, sempre as mais magras e altas... Sempre as mais européias, nunca as mais negras, nunca as mais índias, nunca as mais asiáticas.
Veja bem: Você confunde tipo físico com padrão de beleza. O padrão de beleza em 90% do mundo é loira, alta, peituda, dos olhos azuis, com muita bunda, cinturinha de pilão, esguia, de cabelos longos e sorriso colgate. O tipo físico de 90% do mundo difere desse de algum jeito ou de outro, para mais ou para menos.
Então se você quer falar da mulher brasileira mais bonita, sem preconceitos, sem dever nada a ninguém, não se deve achar que mais bonita = mais européia. Agora, se você acha que mais bonita = mais européia, OK, eu só acho que a beleza das mulheres brasileiras difere muito disso e que essas misses não estão aptas a representarem o Brasil, porque é só sair na rua que você vai ver que a maioria das mulheres não se encaixam nesse padrão.
Claro, a gente nunca olha pra uma não-branca achando que ela é bela...
Novamente: Quando escolhem as mulheres por suas características que se refletem no padrão de beleza internacional, elas não podem representar a "beleza nacional" do país. As Misses Chinas só terão esses cabelos pseudo-perm, serão altas e esguias se escolherem a dedo as mulheres (E como tem loira alta esguia na China, ela também é chinesa, né?). As Misses Uganda só terão esse cabelo pseudo-perm, altas e esguias se escolherem a dedo. As Misses Brasil só terão cabelo pseudo-perm, serão altas e esguias se escolherem a dedo.
Claro que o padrão já começa a diferir do loira-branca-olho-azul como falaram, mas ainda assim o padrão tá longe de ser o comum brasileiro.
Afinal, complicado brasileiras que supostamente têm a beleza brasileira parecerem todas européias de um jeito ou de outro, e não negras, índias, mulatas...
E quem foi que ditou esse padrão de beleza das mulheres? O homem médio não foi, vide a nossa preferência pela mulher melancia. Creio que o objetivo do mundo da moda é impor um padrão inatingível para que as consumidoras sigam consumindo por nunca conseguirem satisfação.
pior que concurso de miss só concurso de criança miss argh!
Estão querendo pasteurizar a mulher brasileira
Eu nunca achei graça em concuso de Miss...e acho menos graça ainda nessa hipocrisia moralista que dá tanta enfase na virgindade das candidatas.
elas vão ser menos bonitas por terem uma vida sexual ativa?
Se não me engano, ano passado teve um concurso desse tipo aqui na minha região.
A vencedora foi uma jovem negra e vcs nem imaginam a quantia de protestos e reclamações que houveram por isso.
Afinal, ela não "linda" de verdade...
claro, ninguem que dizia isso se assumia machista.
Concurso de miss criança é uma atrocidade, nunca vi nada que roube mais a infância de uma menina do que isso...
Eu acho a observação do André bem pertinente, mas ao mesmo tempo, não podemos deixar de notar que há também uma demanda pelo padrão moldado pelos homens. Eu costumava ler o blog JustLia e tinha uma sessão chamada "o que eles pensam", em que vários homens eram convidados a dar pitaco nas modinhas femininas. No dia sobre biquines, um dos convidados disse que mulher sem peito não pode usar tomara que caia porque fica ridículo. Ao mesmo tempo que criticou as magrelas, indicou dois links pra artigos que ele mesmo escreveu defendendo as gordinhas. Até aí tudo bem né, mas ele fez uma completa inversão de valores, metendo o pau nas magras. Isso equivale a, sei lá, dizer que negro é tudo de bom e branco é a escória: NADA A VER. Eu realmente não sei quem dita os padrões que as mulheres seguem hoje em dia, já ouvi sugestões que são "homens que não gostam de mulheres (os gays)", será? Não sei quem dita, mas sei que se as mulheres resolvessem seguir o padrão dos homens também não ia ter perdão pra quem não se encaixasse nele (na verdade, já não tem né, vide o exemplo do blogueiro, acho que a questão é qual padrão influi mais, e parece que o padrão topmodel é o mais importante no momento).
Não entendo tanto ódio aos concursos de beleza. Isso é só uma coisa que um grupo de pessoas faz por diversão. Eu nem sei a época que esses consursos ocorrem e nem me interesso.
"Por um tempo, eu me tornei condescendente com os concursos de beleza. Ao ponto de topar assistir e comentar via MSN com esse meu amigo o mais recente Miss Brasil."
Como? Eu não acompanho nem conheço ninguém que acompanhe. Simplesmente não entendo como vc não consegue evitar isso. É tão difícil?
Perdão, Lola, mas vc passa a impressão de q tem recalque quanto qualquer coisa relacionada a beleza, força, vitória. Vc vai atrás disso para ficar reclamando. P q vc não procura concursos de beleza masculina, então, se é para ser feminista? Pare de dar atenção a essas coisas e vá viver sua vida.
Eduardo,
meu caro acho que você simplesmente ignorou de propósito o sentido do guest-post, por que só assim pra falar algo tão absurdo. Treine mais a interpretação de texto e procure você não ser tão "recalcado" quando se trata dos padrões de beleza impostos as mulheres. Fazem por diversão? Eu não vejo onde está a diversão em ser humilhada e mutilada pra se enquadrar no padrão aceitável para concorrer a esse tipo de concurso.
Milena, me parece que esse blogueiro que você cita não é muito representativo. Não sei como foi feita, mas essa pesquisa (http://delas.ig.com.br/amoresexo/barriga+feminina+chapada+nao+e+tao+importante+para+os+homens/n1596952707571.html) mostra resultados bastante interessantes. Note que o tipo físico "Modelo" só ganha das "Musculosas", e nenhum tipo físico consegue maioria das preferências. A própria audiência dos concursos de miss já é um indicativo de que a imposição desse padrão de beleza está falhando.
Eu acho que o problema maior não é ter concurso.
O mal está em querer um padrão, seja ele qual for, da mulher branca estilo européia ou da mulata descendente de africanos ou da índia, enfim.
Claro que se nesses concursos, dê-se a chance igual para todos os tipos de mulheres concorrerem , o concurso em si não seria tão maléfico né?
@alem...
Perdão, não percebi que era um guest-post.
Só acho que tem tantas formas melhores de melhorar a auto-estima das pessoas para evitar os efeitos ruins dos concursos de beleza, como evitar assistir e dar audiência, simplesmente. Procurar concursos de miss para reclamar, "(...)fuçar alguns fóruns sobre misses, ler depoimentos de quem esteve no evento, observar documentos postados pelos vários comentadores" não é a melhor maneira de acabar com eles. Tb acho ruim tudo o que acontece com essas doidas que concorrem mas a autora é muito incomodada.
e eu apoio quem mencionou o absurdo que são os concursos de mini misses.
na minha opinião, pais que submetem crianças a toda essa pressão e angustia simplismente por vaidade, deveriam responder a assistentes sociais.
Tudo tem dois lados. Mas os concursos no Brasil estao todos envoltos por falcatruas e sujeiras. Entao o que poderia ate ser um trampolim para mocas com reais objetivos (mesmo que atraves da sua objetificacao) nao passa de um circo armado por interesses obscuros.
Lola, valeu pelo guest post. Só agora vi!
Eduardo, vc tem razão. Comentei o concurso via msn com um amigo que é super fã e enxerga a coisa por outro prisma. Ele defende que há um lado positivo nos concursos, que algumas grandes atrizes de hoje se projetaram deste modo, que algumas vencedoras concluíram seus estudos graças aos prêmios, etc. Dei o benefício da dúvida, chequei e, de fato, me incomodei bastante.
Eu não acho que elas sejam 'doidas', acho que são garotas jovens e ambiciosas que usam os privilégios que tem para vencerem no capitalismo selvagem.
Abraço!
Que bafafá que rola nesses concursos! Bom, eu nunca vi nenhum, o que sei sobre concurso de miss é do filme da Sandra Bullock, que achei chatinho.
Sobre ser padronizado e as participantes serem humilhadas e tal, nenhuma novidade, o que esperar de espetáculos sensacionalistas?
Quando ao concurso de miss infantil, isso sim é terrível e devastador, dia desses vi uma reportagem de uma menina de 6 anos dizendo que ia se aposentar de concursos de beleza!
Fiquei sabendo que tem também o mister... esse me interessa!
Não acho que os concursos sejam um problema em si, mas sim um sinto ele como uma demonstração de alguns sintomas de nossa sociedade.
Neles estão:
- imposição de um padrão de beleza único e inalcnçável para a maioria das brasileiras;
- falta de espaço no padrão de beleza dominante para a imensa variedade de fenótipos existentes;
- restrição a autodeterminação feminina - não basta ser bonita, mas não pode ter dono(solteira) nem exibir o corpo(nada de foto nua);
- vale tudo pela vitória.
De qualquer forma esse concursos não me atraem. Já emn relação às misses, estive em contato com algumas delas(do mundo todo) durante a Copa do Mundo.
http://cornetasevuvuzelas.blogspot.com/2010/06/ayoba-caros-13-leitores-copa-do-mundo.html
Porra, lendo alguns comentários, eu fico pensando se é só má vontade de alguns ou se esses caras do 'é só um concurso de beleza' se esforçam para fazer comentários tão atravessados. É muito tempo livre e muita vontade de trollar.
Não acho que haja nada de errado na beleza, desde sempre a beleza de homens e mulheres são apreciadas (sob certo sexismo muitas vezes, claro)... mas os tempos atuais tratam a beleza de uma maneira completamente diferente. Não precisa ser nenhum historiador ou entendido em ciências sociais, basta ler um pouco para perceber. A beleza como valor de troca, mercadoria... chegou a níveis absurdos com o desenvolvimento cada vez maior da indústria farmacêutica e cosmética, os casos de anorexia, bulimia, abuso de anabolizantes e esteróides, o mercado pornográfico... isso é muito, muito doentio. O belo não é mais algo que se descobre ou se aprecia, mas que se investe, é capital. Se antes para as mulheres havia apenas um mercado matrimonial, se era exigido um certo padrão de beleza para conseguir um marido, isso foi elevado a enésima potência de mil para quase toda a sociedade e a quase todos os momentos, para conseguir um parceiro em relações instáveis (e fugir do fantasma da carência), para trabalhar (isso quando o trabalho não é a própria imagem)... não consigo esquecer de uma amiga que passou mal depois de um comentário sobre um mínimo ganho de peso.
Em relação a virgindade das garotas, se deve ao fato de que no começo dos concursos não existia a pílula.
Na minha opinião, essas regras continuam, exatamente para evitar que uma guria se apaixone e queira abandonar o seu ano de reinado ou até mesmo engravidar - a mulher dos anos 2000 é moderna, mas não é moderna no mundo todo - a pessoa que escreveu esse texto (parabéns) é uma pessoa lúcida e independente, mas no Brasil, a mulher ainda não é uma mulher que manda em si - ela ainda se sujeita a transar para provar seu amor, ainda volta para o namorado, mesmo depois de ser espancada por ele e ainda continua amando, mesmo depois de levar um fora - digo isso, pois na minha opinião (isso é pessoal), a Miss Brasil 2010 entrou em depressão porque levou um fora de um jogador de futebol - não tenho como provar, só estou "pensando" alto - na verdade, esse é um ano que elas (as misses) não deveriam nem estar pensando em relacionamentos amorosos... o mesmo acontece com a Natália Guimarães, que durante seu reinado, acabou um relacionamento de longa data, teve um caso com o governador de Minas Gerias (segundo a Folha de São Paulo) e ainda no seu reinado, começou a namorar um cantor, ou seja, quer saber, acho que as regras do MU podem até ser antiquadas, mas para muitas mulheres ao redor do mundo, ainda cabe como uma luva.
Gente, grata pelos comentários. É sempre interessante debater e tentar abrir mão de alguns preconceitos. Mas vocês não acham injusto que no século XXI o lugar da mulher seja tão obscuro nestes concursos? Que tão pouca autonomia seja conferida justamente às pessoas em torno de quem tudo acontece? São o centro das atenções, mas não mandam em Nada.
E que carreira tão vantajosa é essa, né? Pelo que comentam, a grande realização delas seria laçar marido rico ao longo de seu ano de reinado. Se é verdade, não sei, teria de ouví-las, mas só de saber que este é o pensamento comum, já é muito triste. O argumento da pílula até podia colar nos anos 50, mas hoje? Miss também é gente! Liberdade e prazer para elas!
Aoi ito:
Uma pessoa negra, de cabelo curto, cheia, baixa, de pernas curtas pode ser bonita, mas nunca será bonita ao nível de uma miss que é um grupo selecionado, inclusive entre todas essas que você citou.
Miss é como um atleta olímpico, top de linha.
aiaiai:
Concordo totalmente com você. Concurso de miss infantil é de arrepiar!
Ah! A tal liberdade! ... pois eu acho que liberdade é pra quem sabe usar... nas mãos de quem não sabe vira uma arma, um desastre... e nesse caso liberdade tem limite sim!
Elas sabem no que estão se metendo e quando ganham o concurso, assinam um contrato. É só um ano, não é a vida toda, dá pra segurar sim... e onde fica o profissionalismo?
Ela assina contrato, fica hospedada em apartamento pago pela organização do concurso, viaja e conhece os lugares e tem regalias com passagens pagas pela organização do concurso e ganha pelo menos 200 mil dólares.
Como disse antes, liberdade é pra quem sabe o que fazer com ela.
Mas, convenhamos, os boy magia do mister universo também assinam alguma cláusula? Tb tem a sexualidade deles vigiada e perseguida? Ou isto só acontece com as misses pq elas são mulheres? Alguém questionaria o direito de que um homem acima dos 20 anos fosse sexualmente ativo? Quem julgaria o direito deles a usufruir de liberdade sexual?
Millenium, seus arqumentos sao de tom fascista e sao sim, machistas. Cercear a liberdade de qualquer pessoa eh criminoso e doentio. Ja vimos diversos exemplos disso.
E so uma aspas para o comentario da Dai:
Mister Universo eh concurso de fisiculturismo. Concurso esportivo para os alterofilistas, apesar de nao haver performance e sim exibicao. O concurso de beleza masculino eh o mister mundo, alem de outros menores.
Para quem quiser saber, eis o site do concurso masculino:
www.misterbrasilmundo.com.br
E tem os videos do concurso desse ano no youtube pra quem quiser ver como foi.
Tia minha é amiga próxima dessa Natália Guimarães. Está sempre no facebook dela e tudo o mais. É engraçado...
"um tipo físico que não se parece em nada com o brasileiro"
Também discordei...
Vi um pedaço do Miss São paulo ou Rio. Não me lembro,m na verdade. Passou na TV. Acho.
Pois é, minha memória não tá legal. O negócio é que, se fosse do Rio, por exemplo: não tinha nenhuma negra. As misses do Rio (ou SP) eram iguais as Misses que concorreram ao Miss Brasil: Curvas suaves, pele não branca demais, cabelo castanho comprido, além de altas e tudo o mais.
Eu tenho 1.72 de altura, 55 quilos. Cabelo castanho comprido. As tais das curvas suaves. Meu rosto não tem essa simetria toda, mas já fui até à uma agência de modelo. Eu sabia que não ia conseguir grandes coisas, fui só no "vamo vê?" com a minha mãe. Daria para ganhar algumas roupas com os desfiles.
A mulher que nos recebeu me a-do-rou, disse que taaantas gurias se matam pra ter minha altura e meu peso e eu não faço o menor esforço! Então eu teria que usar bastante maquiagem e quem sabe fazer uma plástica no nariz, porque poxa, a gente vive da imagem, ué.
Sou uma das pessoas mais simpáticas que conheço. Ok que sou meio tímida, mas penso sim ser agradável de se conversar. Coitada da moça (ou não), descobriu meu lado antipático. E minha mãe lá, ora assistindo, ora defendendo a mulher.
Ela ainda me disse coisas super chatas. Eu não me considerava feminista na época, mas já devia ser, porque aquilo que ela me disse me atingiu demais. Estava falando que era pra eu mudar completamente. Que, apesar de eu ser o padrão de beleza, ainda deveria mudar!
Imagino que deve ser nada mais, nada menos que foda viver numa sociedade que só aceita um padrão. Eu, que estou dentro dele, me sinto mal, imagino como se sentem tantas outras brasileiras que veem na TV meninas que deveriam representá-las e não se identificam com nenhum traço.
Lola citando minha cidade natal. Fiquei surpresa quando li a introdução deste post. Saí de Concórdia há 4 anos. Venho de uma região que é comum vermos loiras, altas, esguias e nos moldes de misses. Temos vários exemplos a citar que estão na mídia: Gisele, Vera Fischer (quando jovem), Fernanda Lima e várias outras. O sul do país é habitado em sua maioria por pessoas de origem e descendência européia, e isso justifica tudo. Mas ressalto que mesmo tendo nascido lá não tenho esse perfil. Meu papi italiano nato uniu-se à minha mami de origem brasileira, então? Eis que nasci moreninha, cabelo negro de olhos igualmente negros e com orgulho disso tudo. Sobre a maquiagem das "moçoilas" não tenho o que comentar, exagero ou não, elas deveriam estar querendo chamar atenção dos atletas/turistas, o que em minha opinião mais afasta do que atrai. Ah, sobre o padrão de beleza do qual sou contra pelos mesmos motivos que Mateusz já citou, é contraditório. A maioria das meninas querem copiar, mas os homens repudiam, a não ser os que gostam de troféus para exibirem. Apenas uma observação, hein, não estou dizendo que devemos ser belas ou não para e somente para eles. Mas, há as que nascem assim, já vi várias. Há beleza natural que transcende ao padrão, e é essa que deveríamos exaltar. Gostei do texto! :)
vcs viram a miss "italia nel mondo", concurso promovido entre descendentes de italianos? elegeram uma brasileira, bahiana, mistura de mulata com índia. os comentários são "não acredito q fulana, linda, loira, de olhos claros, concorreu e perdeu para esta preta" blablabla. nojo!
eu não entendo mesmo essa mania de "perfeição" onde se estabelece uma única fôrma e se rejeita todo o resto como "belo". não vou ser hipocrita em dizer q n sou contaminada por esse padrão, mas cada dia q passa, consigo ver outras formas de beleza q antes eu negava. a auto-aceitação, pra mim, é muito mais difícil, do q enxergar o belo nos outros.
uma amiga minha de ghana, que estudou aqui no brasil durante a faculdade, não tinha nada dessa beleza branca e eu achava ela super bonita. ela tinha um sorriso lindo, estava sempre com um penteado diferente, mantendo o cabelo afro, a estrutura física dela era invejável, um tônus musculoso sem atividade física. não era uma esquálida peituda padrão-giselle, mas era magra, quase sem peito e com o quadril largo.
a verdade é q as negras só são consideradas bonitas pela maioria das pessoas qd tem "traços brancos": lábios finos, nariz fino e pequeno, cabelo alisado e a pele mais clara possível. tipo a taís araújo. melhor ainda se tiver olhos claros tb, como a ildi silva. elas duas, de fato, são lindíssimas, mas pq negar a outras mulheres esse olhar de admiração?
as gordas, então, nem se fala. nunca podem ser consideradas bonitas. as q são brancas, altas, pernas e braços finos, pescoço e rosto alongados, de olhos claros, cabelos lisos, podem ser, no máximo, "quase bonitas".
sempre lembro de uma amiga q morou no exterior numa época q passava aquela novela "como uma onda". o elenco era basicamente branco de olhos claros: herson capri, maria fernanda candido, mel lisboa, aline moraes e aquele ricardo sei lá oq, um português de olho azul importado especialmente para a novela.
pois bem, os amigos do colégio dela perguntavam se os brasileiros eram todos assim (já que mais da metade de elenco, inclusive figurantes, tinham essas caracteristicas) e se ela, por acaso, já tinha visto um negro alguma vez na vida!!!
pior que esse padrão único de beleza só mesmo concurso de miss infantil. eu assisti aquele programa da discovery (pequenas misses) uma vez pra nunca mais. traumatizei. comecei a berrar dentro de casa "cadê o ministério público? o juizado de menores?"
do jeito q os EUA são tortos, acham até q direito trabalhista é flexível, bem capaz de nem haver esses órgãos por lá
no dia q eu vi, uma menina de 3 anos, com o pé machucado, pediu chorando pra não participar. os pais deram um pití e obrigaram a menina a subir no palco e fazer aquelas coreografias sensuais ridículas.
depois apareceu uma menina que tem tendência a ser nariguda, e como ela está com 10 anos, ela não tem mais a mesma cara de quando era pequena, o osso do nariz está mais destacado e tal.
pois a mãe disse que "infelizmente, ainda não dá pra corrigir aquilo com plástica" e por isso acreditava q a menina ia perder naquele ano (de fato ela perdeu, e a mãe tripudiou dizendo q já esperava esse resultado)
elas são todas loiras, bronzeadas artificialmente com tinta, passam por dietas restritivas para não ficarem com aquele "buchinho" q toda criança tem e tem os cabelos alisados e aumentados com apliques (algumas delas são convencidas de que os apliques são mais bonitos q os próprios cabelos! tanto q gostam de ficar de aplique dentro de casa pra se sentirem "princesas" ou "bonecas", pq é assim q os pais as convencem)
por fim, elas passam horas do dia, em q poderiam estar brincando e desenvolvendo a criatividade, a capacidade cognitiva e o vocabulário, treinando movimentos robóticos sensuais, repetidas vezes, até a exaustão. até mesmo a menina narigudinha, que tinha muito orgulho (incutido) de ser campeã em anos anteriores, pede pra mãe pra parar, pq ela já conhece a coreografia. mas a mãe determina q ela continue (provavelmente para compensar a falta de beleza facial, da qual a mãe afirma q a menina padece)
"Boys" não engravidam! E infelizmente mulheres (sem gerenalizar, é óbvio) ainda usam a gravidez para obter vantagens...quer uns exemplos? No Brasil, tem um monte - e outra coisa, ninguém faz teste de virgindade em concurso algum de beleza - entendo a questão levantada pelo texto e também acho desnecessário, mas ele não foi criado por machismo e sim por segurança!
Quando Deise Nunes ganhou o concurso de Miss Brasil eu tinha 19 anos. Lembro até hoje de ter ficado chocada ao ouvir o comentário, em alto e bom som, de uma senhora no supermercado: "Que absurdo! Escolheram uma negra para nos representar no concurso de Miss Universo!". Por isso que, embora o racismo ainda seja uma realidade cruel em nosso país e que algumas pessoas achem que combatê-lo é coisa de gente com mania de perseguição, eu acho que o mundo melhorou. Muito! Pelo menos os racistas não estão tão à vontade para destilar o seu ódio, com medo de uma eventual punição. E salve a internet! Afinal, se existem os preconceituosos amargos e sem noção, protegidos pelo anonimato e ancorados em discursos ocos e anacrônicos, há também pessoas como Lola. Embora Lola seja única (rs). Vida longa a Lola! E a todas as pessoas generosas cujas vidas não se resumem a olhar para o próprio umbigo.
Impressionante como se aprende na caixa de comentários da Lola. Adorei os depoimentos da Gre, Blanca e ana_alice. É exatamente esta a ficha que cai: não basta ser bonita, tem que ser moldada. Haja vista a frase infeliz do missólogo Evandro Hazzy nas páginas da Piauí - "esta é linda, mas eu demolia e transformava num monumento".
Seria ótimo se todas pudessemos dar um basta nesse processo de demolição em massa, né. A começar pelas lindas, pq não, daquelas de quem nem se deveria cogitar que precisassem disso...
Onde está a autonomia das mulheres?
Caro Millenium, entendo que vc está defendendo seu ponto de vista e que curte mesmo a atmosfera toda dos concursos. Não quero ser indelicada com suas paixões.
Mas, veja, aqui fala uma voz feminina: mulheres gostam de sexo. Mulheres adultas são tão ativas quanto qualquer homem. E, para que elas engravidem, precisarão da contribuição deles, né? Então é, sim, discriminação de gênero colocar a "culpa" da fecundação na mulher. Dando nome aos bois: isso é machismo.
Uma mulher sexualmente ativa tem tantas possibilidades de prevenir uma gravidez indesejada quanto um homem, se esta ocorre, ambos são responsáveis.
Ou vc também acha que é culpa é toda da mulher?
Tempos de inquisição, estes nossos...
Vitor Ferreira! Vou te dar um exemplo de liberdade mal usada, "ai! não podemos tirar a liberdade das pessoas nesse país!"... é por isso que tem tanta garota de quinze anos se pegando a tapa na rua, brigando e xingando, dizendo coisas do tipo "não dá em cima do meu homem (um piarrinho de 16 anos, sustentado pelos pais).
REPITO! Liberdade é pra quem sabe usar... vamos ao exemplo:
Nos anos 60 e 70, muitos brasileiros começaram a emigrar para a Inglaterra, lá, eles tinham a liberdade de ter conta em banco, pedir empréstimo e viver como um cidadão britânico... passado alguns anos, os britânicos "cortaram as asinhas dos brasileiros" porque eles davam calote nos bancos (não todos os brasileiros), mas o suficiente pra sujar a imagem do brasileiro na Inglaterra) - isso é uma forma de perder a liberdade - por isso repito, liberdade é pra quem sabe fazer uso dela.
Outro exemplo: há poucos anos atrás... levantou-se uma questão em relação as câmeras instaladas em regiões públicas - e o brasileiro novamente (nem todos os brasileiros) começou com esse papinho de liberdade - se não fosse as câmeras públicas, muitos casos que estamos vendo de agressão seria impossível de se provar não fossem as câmeras públicas. Tudo é uma questão de bom senso.
LIBERDADE É PRA QUE SABE FAZER USO DELA.
Outro exemplo.
Uma das minhas empregadas chegou atrasada - alegação: não conseguiu dormir porque um bando de jovens (curtindo sua "liberdade") ficaram cantando "Que país é esse?" as 3 da manhã debaixo da janela da casa dela.
De novo! Liberdade é pra quem sabe fazer uso dela.
Não me venha falar em facismo... pois muito provavelmente tenho a cabeça muito mais aberta do que você, a ponto de saber que liberdade por liberdade vira libertinagem.
E agora me diz, vendo o Brasil, sem paixão, você diria que o brasileiro sabe fazer uso de sua "liberdade"?
Agora, voltando ao assunto das misses - eu, particularmente, não estou nem aí com as vidas das misses, mas na minha visão não foi por machismo que essas regras foram feitas.
E falando em liberdade - por que é que estou sendo chamado de facista? E a minha liberdade, onde fica?
Obrigada Dai...
Os comentários nesse blog são sempre muito bons, Dai. <3 (soou modesto)
E adorei seu guest post.
Millenium (estou te chamando assim pq é mais ou menos como posso abreviar teu nick, desculpa se soa pomposo).
Olha, já notei que vc defende o concurso e compreende as regras como naturais. Mas, veja, muitas das coisas que naturalizamos em nossa sociedade são construções culturais, aceitas porque vivemos numa cultura que permite e faz vista grossa para isso.
É muito difícil romper com certas estruturas prejudiciais, se ninguém reclama, se há quem aceite ou se sujeite, tudo passa por normal.
Sei que vc não tem intenção pessoal de interferir na vida de nenhuma miss. Não estou dizendo que vc pratica isso por um prazer machista me oprimir.
Mas, achar que é normal ou natural que mulheres adultas sejam mutiladas (vide nariz da ex-Miss RS) ou que tenham sua sexualidade mantida sob controle (os corpos cobertos, um contrato de solteirice) é assentir com toda a lógica machista da sociedade, mesmo que seja de forma inconsciente.
"MISS UNIVERSE, new millennium disse...
Ah! A tal liberdade! ... pois eu acho que liberdade é pra quem sabe usar... nas mãos de quem não sabe vira uma arma, um desastre... e nesse caso liberdade tem limite sim!"
Desculpa, mas o nome disso é fascismo.
Acho que os concursos de miss não olham só beleza, mas medidas perfeitas (a tal que perdeu por duas polegadas no quadril, ainda que fosse considerada mais bonita); e personalidade (não sei bem o que querem com isso). Mas enfim, é um concurso tradicional, com valores tradicionais. Acho natural que eles queiram candidatas solteiras, virgens, com cara de menina dos anos 50. Eu não vejo, acho totalmente creepy, mas as mulheres estão lá poque querem.
Sinceramente, não consigo ser muito solidária. Sei que a vida delas não é fácil, mas é uma escolha, elas nasceram com uma beleza que decidiram explorar, então boa sorte! Mas não consigo ter empatia. Tenho mais dó de mim, trabalhando 40 horas semanais em escritório e estudando à noite.
A situação dos concursos infantis é bem diferente, penso. Ali há abuso e exploração de incapazes.
O concurso é elitista né, e o padrão da elite é o europeu. Penso que a maioria dos homens consideram as misses bonitas (e são, na minha opinião) mas não as tem necessariamente como padrão absoluto de beleza.
A mídia massificou o concurso pois é mais um nicho a ser explorado.
Como ser justo ao representar a 'beleza da mulher brasileira' num país com tamanha diversidade? Boa sorte com isso. Agora, isso com certeza não vai acontecer se as concorrentes são todas muito parecidas.
Os homens tem dificuldade em entender a extensão da influência disto em mulheres. Vale lembrar da boneca Barbie. Mesmo com a fabricante diversificando, aquela considerada a mais bonita pela maioria das meninas(inclusive negras) ainda é a loira.
Nossa, eu nem tinha lido o comentário do Vitor Ferreira quando fiz essa declaração de que o comentários do Millenium era fascista, imagina minha cara quando eu não li a resposta ao comentário!
Millenium, o fascismo só existiu porque um dia um cara resolveu que as pessoas não sabem o que é melhor pra elas e que ELE devia tomar as ações em nome delas, porque ELE sabe o que é melhor pra elas. O que você disse é justo isso, que as pessoas não sabem o que é melhor pra elas, então vamos dirigir a vida delas.
Você já ouviu aquela expressão "a minha liberdade termina onde começa a do outro"? Pois é, caro, fazer baderna embaixo da janela dos outros, como você diz, não é liberdade, porque ofende o direito do outro. Mas ter direitos SOBRE O SEU PRÓPRIO CORPO é algo que afeta somente, e tão somente, o próprio indivíduo.
Acho bem engraçado alguém dizer que liberdade é para quem sabe usar. Obviamente a pessoa está muito certa a qual categoria ela pertence. Isso é de uma condescendência enorme. Sem falar na arrogância.
Até onde eu sei a única vez em que uma liberdade pode ser cerceada é na ocorrência de um crime previsto em lei ou por recomendação psiquiátrica.. E considerando que aqui é Brasil talvez nem isso, pagar cesta básica é maneira muito válida de se resolver um monte de coisas, segundo a 'Justiça'.
Que coisa..
Três comentários: 1) Eles fazem teste de virgindade também?
2) A primeira foto do post, com todas as misses, parece que é foto de muitas gêmeas juntas!
3) A moça que perdeu a cartilagem do nariz antes das cirurgias era muito mais bonita! Depois, ficou parecendo aquelas escutras de cera do museu em Londres.. tadinha. :(
Aí, a gente vê até plástica em vagina.. e nems abe mais com o que se chocar! Mas, eu espero continuar me chocando e nunquinha me acostumar com isso.
MISS UNIVERSE, new millennium:
Nisso você tem toda a razão: "LIBERDADE É PRA QUEM SABE USAR"
E são muito poucos os que sabem.
Vi o Concurso e reparei muito no fato de que elas eram todas iguais. Realmente, tudo o que foi dito é chocante no que diz respeito à Indústria de Misses que se expande no Brasil.
Mas, convenhamos, essas moças estão lá porque querem. Não são menores de idade, nem vêm de classes tão baixas e ignorantes que não possam ter consciência do que estão fazendo.
Se as regras são essas, quem não concorda com elas, que não participe.
Putz, Serge, então tá. Qualquer pessoa que faz um comentário desses é 100% segura de que está no grupo dos que "sabem usufruir da liberdade". Muito bom, muito bem. Agora imagina se alguém diz pra você "você não tem mais o direito de decidir o que fazer da sua vida porque EU JULGO que VOCÊ não sabe usufruir da liberdade, a partir de agora EU tomo as decisões que dizem respeito a VOCÊ". Você não ia ficar puto? Porque tipo, VOCÊ SABE SIM o que quer da vida, SABE SIM o que é melhor pra você. Mas... Pimenta nos olhos dos outros...
Concurso de Miss Mirim deveria ser proibido! Isso sim é um absurdo, uma desumanidade.
Mas, como já disse, se as misses, maiores de idade, sabem das regras e desejam se submeter a elas, que participem. Pelo que algumas pessoas dizem, parece que elas são umas vítimas.
Como foi dito, às vezes nem são tão bonitas e querem ser transformadas à custa de muita plástica, maquiagem, dietas doidas.
Oras, não tratem essas mulheres como retardadas mentais. Que mania de superioridade é essa? Cada um tem sua "inteligência" e sua "sabedoria". Não só feministas, acadêmicas e blogueiras politizadas.
É a impressão que tenho ao ver essas moças, uma porção de clones.
E realmente é raro achar alguma que não tenha passado por uma série de intervenções cirúrgicas.
Acho que a coisa chegou a um ponto que dificilmente uma mulher é considerada bonita "in natura".
Nos venderam um padrão que mais serve é pra encher o bolso de quem vive da indústria da beleza. Difícil conhecer alguma garota hoje em dia que mesmo na adolescência seja "totalmente natural".
E não é só no mundo das misses, no mundo da mulher comum é no mínimo uma progressiva no cabelo.
Milena:
Quem falou isso? Estamos falando de saber usar a LIBERDADE e você está falando de fascismo.
Oi, Oceana.
Olha só, queria dizer que nem de longe foi a intenção do texto tratar as misses como totais imbecis, incapazes de escolhas.
Lá no comecinho, mencionei possíveis aspectos positivos. E citei misses famosas e hollywoodianas(até a Oprah já foi Miss-alguma-coisa).
Também disse que beleza e juventude sempre objetos de consumo, não é de estranhar, numa sociedade capitalista e competitiva, que alguém privilegiado com este atributo queira tirar alguma vantagem.
Mas, não acho que nada disso exclui a possibilidade de uma análise que considere a questão de gênero e a destituição da autonomia feminina por trás deste discutível estrelato.
Por mais que a gente acredite que a questão das misses não nos diz respeito, quem decide as regras deste concurso também controla tendências e padrões em voga.
E os concursos são tradicionais porque há correntes de pensamento cuja autoridade na sociedade legitima essa tradição, naturalizando comportamentos.
Se as misses estão no elenco, certamente não são elas que dirigem ou escrevem o roteiro.
E toda essa arquitetura anatômica que escolhem como hegemônica e representativa acaba atingindo a todas as mulheres, mesmo as que abominam ou passam longe de qlqr concurso. Mesmo se não tocamos o padrão, o padrão nos toca.
Acho que é importante que existam mulheres discutindo temas que concernem às mulheres. É importante dar uma olhada no que diz a ex-miss Bruna Felisberto, na reportagem da Piauí - uma voz que merecia ser ecoada.
Quanto ao argumento de que as crianças, sim, é que são vulneráveis, concordo em parte. Claro, é inegável a exploração por trás dos concursos infantis, certamente que são um abuso e as autoridades deveriam se pronunciar.
Mas uma agenda não revoga a outra.
Ao contrário: uma coisa é, necessariamente, extensão da outra. Em vez de imaginar que poderiam ser discutidas isoladamente, como se concursos com misses adultas não ocasionassem nenhum conflito humano ou social, poderíamos analisar por que as meninas tb são erotizadas, sensualizadas e camufladas sob perucas e vestes idênticas a das misses adultas.
Não é pq os concursos infantis são absurdos que devemos silenciar a respeito do que envolve mulheres adultas, aliás, acho esta uma postura preocupante.
Lembra a cantilena dos que recriminam defensores de cães e gatos alegando que existem crianças nas ruas - embora não atuem para resolver nenhum dos dois problemas.
Seria um equívoco desprezar uma discussão envolvendo desigualdade de gênero apenas pq as protagonistas são maiores de idade.Existem contextos de exploração e desigualdade envolvendo mulheres adultas em situação de vulnerabilidade no mundo inteiro.
Penso que a permanência destes concursos, a forma como se adaptam e se reciclam em novos contextos - agora, por exemplo, com o uso indiscriminado dessas novas tecnologias de mutilação - devem ser observados com bastante atenção por todas as mulheres.
"Não é pq os concursos infantis são absurdos que devemos silenciar a respeito do que envolve mulheres adultas, aliás, acho esta uma postura preocupante."
Dai, não concordo. As mulheres participando destes concursos estão lá porque querem. As crianças não tem esse poder de decisão. É muito diferente. Nunca utilizo o argumento "por que se preocupar com x, se y é muito pior" mas acho que aqui não é o caso. Toda discussão em cima de um assunto é saudável, não podemos engolir as coisas como se fôssemos acéfalos, mas no caso dessas mulheres, elas estão vivendo como querem viver. Que ganhem dinheiro e sejam felizes vivendo da beleza, enquanto ela durar.
Os quesitos do concurso são ridículos para a sociedade atual, mas elas se submetem a isso porque assim decidiram.
Barbara, eu discordo de voce. Porque as pessoas envolvidas no que quer que seja sao todas maiores de idade, o correto eh deixa-las ao deus dara?
Eu vejo tipo como dizer: Ah! mas ele eh maior de idade. Fuma crack porque quer. Nao vamos combater o trafico.
Não estou aqui para polemizar, estava apenas dando o meu ponto de vista sobre essa questão das regras dos concursos e já fui chamado de facista.
Qto a minha arrogância, porque falei que liberdade é pra quem sabe usar - é o seguinte, é óbvio que liberdade é para todos - mas acho que deixei bem claro o que acontece quando você não sabe usar a liberdade - outro exemplo - já ouviu falar em toque de recolher? Não sei se o resultado disso é bom ou ruim, parece ruim, mas sei que se todos, soubessemos usar a tal liberdade, essas palavras "toque de recolher" nem precisariam ser ditas!
A liberdade não existe por si só, liberdade precisa de parâmetros e ela tem exatamente o mesmo tamanho pra cada um de nós, onde cada um tem direito de fazer o que quiser com o "tamanho" da sua liberdade, desde que, não encomode a liberdade do outro, não pertube, não cause constrangimento, desrespeito a liberdade do outro... e aí pra você que me chamou de arrogante, TEM QUE SABER USAR A SUA LIBERDADE SIM! Porque qdo você não sabe usá-la, ela vai sendo tolida.
Portanto, liberdade é pra quem sabe usar, senão vira essa coisa que se vive no país ultimamente, e isso não se chama liberdade, isso se chama libertinagem.
Todo mundo tem que ter o direito ao pensamento livre, ao direito de ir e vir (mas de ficar quietinho no seu canto também) e poder se expressar, mas nem isso muitos de vocês conseguem fazer sem xingar.
Pra ter a petulância de me chamar de arrogante, sem me conhecer, você deve ser uma pessoa incapaz de uma maldade, né?!? Uma pessoa incapaz de um pensamento maldoso! Você pode falar sobre si, mas não sobre mim, você não me conhece, a isso se dá o nome de preconceito!
Fui julgado e condenado, porque meu texto não agradou - até aí, tudo bem, mas me xingar! Eu não te dei essa LIBERDADE, entende? Portanto, saiba usá-la!
ô, miss universe millenium:
Tá linda a liberdade que os envolvidos em concurso tem de lucrar em cima de corpos femininos, não tá?
Nossa, eu fico estarrecida com esses comentários que acham normalíssimo tudo que uma mulher tem que passar para ser uma candidata a miss. Exemplo, só porque mulher engravida e, pela opinião de alguns, fazem isso só para ter 'vantagens', elas têm que ter sua vida sexual cerceada e não tem nada demais nisso, oras! E daí se ela engravidar no meio do caminho e resolver sair?
E todas essas demais barbaridades que as meninas estão trazendo, gente, a ignorância é uma benção, antes eu não ficasse sabendo de nada disso e menos de que tem gente que acha isso certo, viu?
E sobre dizer que as mulheres que participam disso não devem ser tratadas como vítimas por serem maior de idade... não é o mesmo que dizer que uma mulher que apanha do marido e/ou é humilhada todos os dias, mas ainda está com ele e não o denuncia que é porque ela gosta e não devemos fazer nada?!!!
Além disso, só porque é assim desde sei lá quando devemos achar tudo lindo e não podemos criticar esse sistema absurdo, ainda mais porque tem energúmenos que fomentam?
Lola e demais meninas, obrigada por abrirem meus olhos, não sabia dessa imundice e feiura toda que rola num concurso de beleza.
Vítor e Dani Montper, não acho que a situação dessas modelos se comparem à situação de viciados em crack e mulheres que apanham do marido. Passei por amabas as situações dentro de casa - vício e violência conjugal - e não consigo vislumbrar a mais leve semelhança.
Um exemplo que acho mais próximo é o dos atletas - eles são explorados por patrocinadores e agentes e levam seus corpos ao limite, tal qual as misses. Comparem essas duas situações. Claro que cabe sim questionamento, sempre cabe. Mas tanto o atleta quanto a miss estão lá por escolha, muitos lutando por um sonho, outros por dinheiro e fama, e eu acho que tá tudo bem, sim.
Se uma mulher não quer ser cerceada em seu direito de engravidar, é só não participar de um concurso de miss. Eu não acho isso errado, sinceramente. Atletas também não podem engravidar, senão necessariamente tem que largar a profissão por um tempo, e quando voltam nem sempre conseguem retornar ao ponto onde estavam. É questão de escolha. Toda profissão que existe tem seus critérios pra você poder exercer.
Exemplo pessoal: fiz dança alguns anos, ballet clássico e moderno. Não cheguei a viver disso, mas larguei faculdade pra me dedidar à dança. Pesava 48 kg e ouvia quase diariamente que estava gorda e deveria emagrecer urgentemente antes do próximo espetáculo. Eu não era gorda, de jeito nenhum. Mas na dança exige-se um corpo magro pra valorizar as linhas, pernas altas, saltos leves, e a mulher não pode ser pesada porque senão ela destrói a coluna do pobrezinho que tiver de levantá-la. Eu AMAVA dança, e o preço que paguei por isso foi conviver com essas exigências, e sofrer por estar fora do padrão. E pra mim, valeu cada minuto. Foi a melhor época da minha vida. Do mesmo jeito, uma bailarina amiga deixou a dança quando engravidou.
Dito isso, enquanto acho lindo ginástica olímpica, acho concurso de beleza brega. Mas se as mulheres querem participar, não adianta falar para elas: ah, vai estudar, você será tão mais útil à sociedade, não ceda à essa exploração do seu corpo! Acredito que elas saibam disso, elas não são burras. Elas estão lá, ganhando dinheiro e ficando famosas, talvez para elas isso valha vender a imagem e cumprir os critérios exigidos. Talvez se eu fosse tão bonita quanto elas, eu própria preferisse essa carreira curta em vez de trabalhar 25 anos pra poder aposentar.
Oi, Bárbara...
Entendo suas colocações... Entendo também que não nascer dentro dos padrões não é uma escolha - eu também não saberia dizer o que é viver com isso. Mas, olha, o que quero ressaltar não destitui o poder das escolhas. Só as coloca dentro de um contexto.
Acho que não podemos esquecer que todas nós, mulheres, independente dos 90-60-90, crescemos ouvindo que a nossa função é deixar o mundo um lugar mais bonito, doce e cor de rosa. Mídia, família e instituições martelam no nosso ouvido que a aceitação de uma mulher pela sociedade passa aparência desta. Qualquer uma de nós está sujeita a conviver com inseguranças que derivam disso.
No caso das misses, estamos falando de garotas muito jovens, que mal concluíram os estudos e ainda não entraram no mercado de trabalho. Que sedução maior que ser aceita, ter sua beleza coroada e ainda tirar um bom troco disso tudo? Lógico que elas escolhem. Mas escolhem dentro de um campo restrito e também movidas por pressões de legitimação num mundo que as condiciona a certos padrões.
Tenho uma amiga feminista, uma das mulheres mais inteligentes que conheço, que foi modelo de passarela na juventude. Uma vez, num encontro, foi informalmente questionada sobre como ela lidava com o seu passado de ‘exploração da beleza’. O que ela disse, achei emblemático: naquela época, ser modelo foi uma atitude de sobrevivência. Ela “descobriu o que fazer com os ossos” (palavras dela), parou de sofrer bullying , arrumou um namorado e passou a se achar linda. Eu pergunto, pq em vez de questionar alguém que tenta se encaixar no sistema, não questionamos o sistema? Essas atrocidades só são possíveis em função da desigualdade em que vivemos.
Quanto às crianças, concordo muito com o que a aiaiai disse: pior que concurso de miss, só concurso de miss criança. Uma coisa é a derivação e deterioração da outra. Lembro do (lindo!) filme A Pequena Miss Sunshine, a Olive ensaiando as reações diante da coroação. Qualquer garotinha, mesmo as rechonchudas, baixinhas e de grandes óculos de grau, ficam fascinadas diante de modelos de beleza feminina tão próximos de suas bonecas Barbie. Como culpá-las? Um concurso de miss não é só um concurso de mim. Assim como o filme não é sobre concursos infantis de beleza, é sobre a condição humana.
Eu não acho que liberdade é para quem sabe usar. Acho essa linha de raciocínio muito perigosa.
Liberdade é uma qualidade inerente a tudo o que existe. A natureza não criou nada para ser aprisionado, o que ela criou foram mecanismos que tolhem os excessos quando estes acontecem e somente depois que acontecem. Devíamos seguir seu exemplo ne
A punição se faz necessária às vezes mas é secundária, ou terciária se levarmos em consideração que dependendo da gravidade do erro é mais produtivo ensinar ou incentivar o certo do que aplicar punição.
Somos todos livres até prova em contrário.
Cara Liana:
Muito ao contrário do que você diz, é a falta de liberdade que é inerente a condição humana.
Seja por questões morais, financeiras, de saúde, culturais, raciais, sexuais, etc., estamos sempre presos.
Quando, e se, temos alguma liberdade, temos que saber usa-la, sob pena de perde-la.
Serge, eu me referi a liberdade num estado natural. Se a sociedade perverteu isso, aí já é outra história.
Tenho conhecidas que moram no exterior, Canadá por ex., e saem à noite sem medo de serem estupradas. Isso não é liberdade em um aspacto bem básico como o direito de ir e vir em segurança?
Tanto é a liberdade algo primário que nenhuma criança pequena se enxerga como presa do 'sistema'. Tenta mandar uma criança de 2 anos se sentar contra a sua vontade.. ela não entende porque o que você quer vale mais do aquilo que ela quer. Simplesmente não faz sentido para ela. Ela não fala em liberdade, ela a vive na sua mente.
Nós adultos, cheios de maus pendores, é que inventamos regras e limitações esdrúxulas para justificar nossa inabilidade em lidar com o mundo no qual vivemos. Mas daí a isso acontecer é porque houve uma racionalização neste sentido. Nenhuma criança nasce racista, homofóbica ou consumista, ela aprende.
E penso que para se viver em sociedade é preciso sim haver um certo controle e direcionamento em prol do coletivo, como regras de trânsito e tantas outras coisas. O que é diferente de atentar contra liberdades mais individuais, como a proibição do casamento entre homossexuais, ou quando se é assaltado na rua, ou se tem um acesso limitado a serviços de saúde ou terras para morar.
Para se ter uma moral que prenda é preciso entender que antes havia algo que era livre e alguém entendeu que deveria ser restrito. Portanto a liberdade veio primeiro, o cerceamento veio depois. E todo um sistema é criado e mantido para reforçar isso. Não se prende algo que já estava preso.
o que seria liberdade "No estado natural"?
Aqui na França o concurso de Miss France é um evento importante, transmitido pelo maior canal de TV privado da França. Mas a última edição foi um absurdo, pois a organizadora historica dos concursos abriu um concurso "dissidente", pois não concordava com os proprietarios da "marca Miss France", que é a Endemol (a mesma que o Big Brother...). Isso tudo começou com fotos "sugestivas" feitas pela Miss France de 2008, Madame de Fontenay é das que querem que as misses sejam solteiras e de reputação ilibada, o que quer que isso queira dizer !
Essa Madame de Fontenay eh figura peculiar. Quando a vi pela primeira vez eu jurava que era o Boy George...
Adolfo, nossa mente não nasce ok com a idéia de ser tolhido ou explorado. O próprio ego infantil não permite isso.
Esse é o estado natural ao qual me refiro, todo o resto é aprendizado, seja de um jeito direto como por ex, se a criança colocar o dedo na tomada ela vai levar choque, ou aprendizado imposto como 'se comportar' ou almoçar aquele brócolis nada apetitoso.
E de passo em passo absorvemos tudo de bom e de ruim que a sociedade tem para oferecer.
Mais uma vez, nós aprendemos, não nascemos assim. Regras sociais são criadas quase sempre pelo grupo dominante e portanto podem ser modificadas.
Nossa mente nasce livre, em ambiente propício aprendemos a aparar nossas arestas mas podemos continuar com a sensação primária de liberdade só que de forma mais cooperativa na vida adulta.
Não é o caso da nossa sociedade, o que não quer dizer que não possa ser feito, só nos diz que temos muito trabalho pela frente.
E não entendo como é possível trabalhar por uma sociedade mais justa se não se tem a liberdade como um dos focos. Por definição, uma coisa não puxa a outra?
Clap, clap, clap....
Excelente post!
Adorei a metáfora do bolo: Lindo por fora, muito glacê, muitas cores; por dentro o sabor amargo da manipulação e dos sentimentos refratários das participantes.
Achei que esse Miss Brasil pareceu uma continuação do filme "Star Wars- O ataque dos Clones", hehehehehehe. Todas morenas, com traços muito europeus, altas e com corpos e rostos que achei similares.
Fiquei triste por não ter outros tipos de misses, principalmente pela falta clara de negras(conheço mulatas que dão de mil á zero nessas finalistas, snif).
Podem falar "ah, mas eles não sabiam que escolheram uma miss morena no estado x", mas essa teoria é furada. Hoje em dia temos uma coisinha chamada internet, isso sem contar que o miss São Paulo, por exemplo, foi em um dia diferente do miss Minas Gerais. Também podem falar que escolher a miss só por ser diferente das outras é injusto, e acho que pelo contrário, se sua miss é diferente do padão, ela vai chamar muito mais atenção, muitas vezes para o melhor.
Espero que ano que vem tenha misses claramente diferentes uma da outra.
Fiquei passada com o resultado da plástica no rosto da moça que era muito bonita antes da cirurgia. Ah... essas mulheres lindas MAS otárias... se deixam manipular por esses tipos sem caráter... o cara é um mercenário e as moças não ficam por menos, pq título de Miss a custa de cirugia plástica é um risco danado... essas tipas vão mano-a-mano com os machistas.
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