Com algum atraso venho falar da princesa sueca. Não da realeza em si, que monarquia pra mim é algo totalmente ultrapassado e que deveria ser extinto, mas da sensação que causou o casamento de Victoria com seu personal trainer (assim até parece que ele é gente como a gente. Na realidade, vem de família rica). Dizem que foi a cerimônia real que recebeu mais destaque desde o casamento entre Charles e Lady Di em 1980, aquele que simbolizou tanto amor e felicidade.
Cerimônias religiosas e rituais tampouco me interessam. Se me interessassem, eu teria me casado na igreja. Aliás, se eu não tivesse precisado me casar para que o parceiro com quem eu estava junto havia dezessete anos (na época) fosse reconhecido como meu parceiro, não haveria papelzinho nenhum pra provar nossa união.
Mas se famílias reais e casamentos não me despertam a atenção, por que quero falar nisso? Porque foi na Suécia, e a Suécia é um país diferente, principalmente no que se refere à igualdade de gêneros. Parece que lá os homens realmente dividem tarefas domésticas com as mulheres, ao invés de dizerem que “ajudam” (ajudar tá longe de ser igual a dividir, certo?) porque lavam louça uma vez por semana. Uma leitora brasileira que mora na Suécia me contou que foi ver um dos jogos do Brasil na casa de amigos suecos e, que, no intervalo do jogo, o marido foi até a cozinha preparar um bolo para servir às visitas. Ou seja, suecos são ETs. No bom sentido.
A princesa recebeu várias críticas ao anunciar que iria entrar na igreja de braços dados com o pai, que então a entregaria ao noivo. Sabe esse costume que a maior parte dos casamentos ocidentais tanto preza? Na Suécia não é desse jeito. Na maioria dos casamentos suecos, os noivos entram juntos na igreja, pois isso simboliza que ambos estão em pé de igualdade e de comum acordo em se unir. O arcebispo da Igreja da Suécia deu uma bronca pública em Victoria pelo mau exemplo, e disse temer que esse costume fosse copiado por outras noivas suecas. É impressionante, né? Na Suécia a igreja não prega que mulher veio da costela de Adão, como se fosse um acessório. Nem afirma que o papel de toda mulher é ter filhos e ficar ao lado de um marido. Não. Nesse universo alternativo que é a Suécia, a igreja critica uma princesa por reproduzir um hábito arcaico!
E não há dúvidas que o costume do pai entregar a filha ao noivo seja arcaico. Um casamento é algo repleto de símbolos, e cada detalhe significa alguma coisa. Nas cerimônias a que estamos acostumados, a mãe pode até entrar com o filho na igreja, mas ela não o entrega à noiva. Isso porque o noivo é visto como um ser autônomo, ao contrário da sua amada. A noiva, vestida de branco, representando pureza, indica que está sendo passada como propriedade de um homem, de um dono (seu pai), para outro, o senhor seu marido. Eu tô por fora, e não sei se ainda é costume pro noivo pedir a mão da filha pro pai, ou se isso só existe ainda nas mais reacionárias comédias românticas americanas, como Entrando numa Fria (em que o pai literalmente investiga o futuro genro e tem o poder de decidir se a filha pode ou não casar-se com o pretendente). Fui tentar procurar algum dado a respeito e descobri que uma pesquisa de 2005 revelou que 53% dos noivos americanos ainda pede a mão ao pai. No Brasil também é assim ou americano é que é um bicho ultra-conservador? Nem com muito boa vontade dá pra afirmar que esse costume não é machista. Se lutamos pela igualdade entre mulher e homem, é preciso acabar com essa simbologia tacanha, que tanta gente leva tão a sério.
Não acredito que seja possível dar o seu próprio significado para o costume do pai entregar a filha ao noivo. Não é o que você quer que signifique, é o que séculos de tradição dizem que significa. Mas, óbvio, não vou dizer que todos os casais que repetem esse ritual são machistas. A Somnia, uma ótima blogueira que ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente mas já considero uma amigona, vive na Suécia há dois anos e vai voltar ao Brasil em breve. Assumidamente feminista, ela narrou num excelente post que você tem que ler que considerava o costume de entrar com o pai na igreja uma besteira antiquada ― até ver o que isso significava para o seu pai. Como para ele levá-la até o altar era importante, ela permitiu. Pra ela não queria dizer nada, e pra ele, tudo.
Bom, pra mim esse costume soa como a celebração do patriarcado em sua forma máxima (o que não impede que eu me comova quando isso acontece, nos raros casamentos que vou). E bem que a princesa poderia seguir os hábitos igualitários do casamento sueco e entrar na igreja do lado de seu noivo. Mas desde quando monarquia existe pra dar exemplos positivos?
Cerimônias religiosas e rituais tampouco me interessam. Se me interessassem, eu teria me casado na igreja. Aliás, se eu não tivesse precisado me casar para que o parceiro com quem eu estava junto havia dezessete anos (na época) fosse reconhecido como meu parceiro, não haveria papelzinho nenhum pra provar nossa união.
Mas se famílias reais e casamentos não me despertam a atenção, por que quero falar nisso? Porque foi na Suécia, e a Suécia é um país diferente, principalmente no que se refere à igualdade de gêneros. Parece que lá os homens realmente dividem tarefas domésticas com as mulheres, ao invés de dizerem que “ajudam” (ajudar tá longe de ser igual a dividir, certo?) porque lavam louça uma vez por semana. Uma leitora brasileira que mora na Suécia me contou que foi ver um dos jogos do Brasil na casa de amigos suecos e, que, no intervalo do jogo, o marido foi até a cozinha preparar um bolo para servir às visitas. Ou seja, suecos são ETs. No bom sentido.
A princesa recebeu várias críticas ao anunciar que iria entrar na igreja de braços dados com o pai, que então a entregaria ao noivo. Sabe esse costume que a maior parte dos casamentos ocidentais tanto preza? Na Suécia não é desse jeito. Na maioria dos casamentos suecos, os noivos entram juntos na igreja, pois isso simboliza que ambos estão em pé de igualdade e de comum acordo em se unir. O arcebispo da Igreja da Suécia deu uma bronca pública em Victoria pelo mau exemplo, e disse temer que esse costume fosse copiado por outras noivas suecas. É impressionante, né? Na Suécia a igreja não prega que mulher veio da costela de Adão, como se fosse um acessório. Nem afirma que o papel de toda mulher é ter filhos e ficar ao lado de um marido. Não. Nesse universo alternativo que é a Suécia, a igreja critica uma princesa por reproduzir um hábito arcaico!
E não há dúvidas que o costume do pai entregar a filha ao noivo seja arcaico. Um casamento é algo repleto de símbolos, e cada detalhe significa alguma coisa. Nas cerimônias a que estamos acostumados, a mãe pode até entrar com o filho na igreja, mas ela não o entrega à noiva. Isso porque o noivo é visto como um ser autônomo, ao contrário da sua amada. A noiva, vestida de branco, representando pureza, indica que está sendo passada como propriedade de um homem, de um dono (seu pai), para outro, o senhor seu marido. Eu tô por fora, e não sei se ainda é costume pro noivo pedir a mão da filha pro pai, ou se isso só existe ainda nas mais reacionárias comédias românticas americanas, como Entrando numa Fria (em que o pai literalmente investiga o futuro genro e tem o poder de decidir se a filha pode ou não casar-se com o pretendente). Fui tentar procurar algum dado a respeito e descobri que uma pesquisa de 2005 revelou que 53% dos noivos americanos ainda pede a mão ao pai. No Brasil também é assim ou americano é que é um bicho ultra-conservador? Nem com muito boa vontade dá pra afirmar que esse costume não é machista. Se lutamos pela igualdade entre mulher e homem, é preciso acabar com essa simbologia tacanha, que tanta gente leva tão a sério.
Não acredito que seja possível dar o seu próprio significado para o costume do pai entregar a filha ao noivo. Não é o que você quer que signifique, é o que séculos de tradição dizem que significa. Mas, óbvio, não vou dizer que todos os casais que repetem esse ritual são machistas. A Somnia, uma ótima blogueira que ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente mas já considero uma amigona, vive na Suécia há dois anos e vai voltar ao Brasil em breve. Assumidamente feminista, ela narrou num excelente post que você tem que ler que considerava o costume de entrar com o pai na igreja uma besteira antiquada ― até ver o que isso significava para o seu pai. Como para ele levá-la até o altar era importante, ela permitiu. Pra ela não queria dizer nada, e pra ele, tudo.
Bom, pra mim esse costume soa como a celebração do patriarcado em sua forma máxima (o que não impede que eu me comova quando isso acontece, nos raros casamentos que vou). E bem que a princesa poderia seguir os hábitos igualitários do casamento sueco e entrar na igreja do lado de seu noivo. Mas desde quando monarquia existe pra dar exemplos positivos?
Realmente essa questão é complicada... casei-me na igreja católica aqui na Índia e, pasmem*, a tradição aqui é de os noivos entrarem juntos na igreja. Minha mãe ficou ofendidíssima comigo por eu não ter lutado e esperneado para fazer o padre entender que eu devia era entrar com meu pai. Pois eu achei foi o máximo. Já estava casando no religioso meio a contragosto, pra fazer a vontade das famílias envolvidas no espetáculo... então acabei ficando super-feliz em não precisar me submeter a mais isso (o pai me entregando, haha).
ResponderExcluirTambém tenho pavor de festas de chá-de-panela, em que a mulherada se reúne pra falar de séquiço e não consegue soltar nada além de clichês do tipo 'a mulher tem que ser uma dama na sala e puta na cama'. Ainda bem que me livrei dessa tradiçãozinha medonha do chá-de-panela.
Lola,
ResponderExcluirjá eu curto os rituais e toda a simbologia que os envolve, e gosto de participar de tudo - casamentos, batizados, o que aparecer pela frente. Concordo que todos esses símbolos querem dizer alguma coisa, mas para mim eles são exatamente isso: símbolos. Conheço casais que entraram juntos na cerimônia, noivas que entraram sozinhas, uma que entrou com a mãe porque o pai era ausente, mas não me consta que, passada a cerimônia, os casais sejam mais ou menos 'igualitários' do que os tradicionais por causa dessa atitude específica...
E confesso que eu me divirto com a monarquia. Só não a levo a sério! :-)
abraço
Mônica
Na minha opinião, o feminismo é sobre liberdade de escolha, não é? Então liberdade pra moça escolher com quem quer entrar. Não faz sentido trocar a obrigação de entrar com o pai pela obrigação de entrar com o marido. Falando em casamento, bem que a Lola podia fazer um post sobre a mulher adotar o nome do marido. Quando fui casar, uma amiga comentou comigo que não tinha mudado o nome dela porque não era um "produto". Eu adotei o nome do meu marido porque vejo isso como um símbolo de entrar pra família dele, não como propriedade. Claro, ele também entrou pra minha família e acrescentou meu nome ao dele. Logicamente, recebemos olhares estranhos em todos os lugares em que fomos para mudar os documentos dele. Só pra constar, não casei na igreja e meu chá de panela foi com homens e mulheres.
ResponderExcluirBem, e por que as pessoas não mudam um ou outro costume?
ResponderExcluirPoderia entrar com o pai, mas or que entrar só com ele? Leva a mãe também.
Depois, pra quê entregar a noiva ao noivo? Ela ficava lá esperando até ele aparecer - acompanhado dos pais também, por quê não?
E precisa casar de branco?
Casa de bege, de vermelho, rosa, azul, sei lá, tem tanta cor mais bonita...
Casamentos são mesmo antiquados e chatos. Bem que as pessoas poderiam abusar um pouco mais da criatividade.
Olha o backlash ai minha gente!!!!
ResponderExcluirEu to do lado do arcebispo que deu bronca na doida da princesa...quer dizer, então, que justo na sociedade que está mais avançada em termos de igualdada, a monarquia usa sua princisa para dar uma força ao retrocesso???
Se a gente quer destruir um padrão de comportamente tem que destruir seus símbolos.
Tenho horror a casamento e acho que é impossível fazer uma cerimônia dessas sem valorizar preconceitos. O melhor é ignorar.
Lola,
ResponderExcluirSou brasileira (brasiliense) e estudei por um ano na Universidade de Estocolmo, então sei bem do que você falou no seu post. Realmente a Suécia é um país feminista (tanto que a casa da família real se chama Drottiningholm, que significa "Casa da rainha"). Assim que cheguei lá, achava esquisito uma cena tão comum nas ruas: o homem empurrando o carrinho do bebê enquanto a mulher caminhava ao seu lado, falando no celular ou olhando as vitrines. Uma vez vi no jornal a revolta dos "pais solteiros" por seus direitos. Realmente é desse jeito!
Amei ter morado lá e aprendi muito com eles. Entretanto, gostei da princesa ter sido entregue por seu pai. Fiz isso no meu casamento também. A meu ver, o pai entregar a noiva é apenas um símbolo de que ela sai daquele núcleo familiar para formar o seu próprio. Não sei se é uma coisa assim tão ruim.... A sociedade tem evoluído muito nessa questão, e não vejo problema em manter as tradições - que muitas vezes se perpertuam não pelo seu significado original, mas apenas por serem o que são: meras tradições.
Se no Brasil isso ainda é uma tradição eu não sei... a maioria das minhas amigas não casou na igreja, "se juntou" mesmo e depois foi confirmar a união no civil, como eu. Contrariamos a família do meu marido, sem cerimônia religiosa e com uma comemoração bem simples e gostosa numa churrascaria maravilhosa. Comemos muito e rimos muito com nossos amigos, felizes da vida! O chá de panela foi ou exemplo de contra-corrente: fizemos um chá com todos os amigos (mulheres e homens), meu marido ficou de pizzaiolo e eu barriguda (com 4 meses de gravidez) fiquei recebendo o povo. E uma outra idéia para as feministas de plantão que ainda querem se casar, é fazer um chá de lingerie, para falar de sexo a vontade e ganhar muita coisa útil! rsrsrs Minha querida amiga estudiosa do assunto fez um quiz sensacional e minhas convidadas ainda sairam mais exerientes no assunto... rsrs Acho que dá pra usar alguns símbolos a nosso favor...
ResponderExcluirA suécia deve ser o máximo. Dos costumes que você citou, eu só posso dizer que adoraria que nós fossemos os ETs, e não eles. Eles deviam ser regra.
ResponderExcluirQuanto a opção da Princesa, é isso: uma opção. Provavelmente a minha seria diferente (desconsiderando o fato de que meu pai ia se sentir ofendido com isso, suponho), mas viva a liberdade de escolha que a democracia e o feminismo devem nos proporcionar.
Lola, mudando de assunto, jurava que você ia comentar o ocorrido da Islândia (ou seria finlândia?). A Chefe de Estado de lá acabou de se casar. Com a CompanheirA dela. O casamento gay foi recentemente legalizado no país e ela inaugurou. E mais: foi eleita. Uma mulher. Uma lésbica. É a única chefe de estado assumidamente gayd o mundo. Isso sim é um exemplo legal né? =) - mas eles é que são ETs ainda, infelizmente. Imagine! Votar em mulher lésbica! longe demais da nossa realidade...
Lola, eu acredito que essa história de pedir a mão namorada em casamento para o pai ainda exista aqui no Brasil. Por exemplo, há um mês, aproximadamente, meu irmão deu um anel de compromisso pra namorada dele (não de noivado). Quando o pai dela a viu usando o anel e, pensando ser de noivado, disse 'caramba, ele nem veio me pedir a sua mão!".
ResponderExcluirLogo depois que meu irmão me contou essas história, junto com meus pais, ficamos discutindo o assunto e percebi que eles acham mais do que normal o namorado pedir - a posse? - a namorada em casamento pelo pai dela.
Inté.
Eu tenho eh de mudar para a Suecia pois no Midwest americano eu soh passo raiva. E nao to falando que aqui elas sabem que elas podem escolher isso e aquilo no casamento...elas simplesmente nao sabem. Eu estava conversando com uma amiga e ela nao sabia que podia ou nao adotar o sobrenome do marido. O que me incomoda eh saber que eles fazem todo esse teatro mas nao tem a minima ideia da simbologia por tras. E nao se incomodam. E acham tudo lindo e ficam loucas como umas bridezilas planejando tudo.
ResponderExcluirMeu filho participou contra meu gosto como pajem de um casamento semana retrasada. Foi a primeira e ultima vez. Querem fazer o teatrinho? Facam com adultos. Nao usem criancas vestidas a carater em plena 5 hr da tarde num lugar onde o sol de poe as 8 da noite no verao.
Quando eu fui me casar exatamente pelos mesmos motivos da Lola - tinha de ter documento para dar entrada , no meu caso, visto de residente - eu e marido queriamos soh uma festa e assim foi...fizemos uma festona num clube, assinamos os papeis, dancamos. Mae deu uma crise e encomendou um bolo. Cortei o bolo e sorri para as fotos por ela. Nao por mim.
Aline, achei o maximo seu marido adotar seu sobrenome. Minha irma casou (a caculinha) dia 28 de maio e ELE adotou o sobrenome dela. Dizem que foi o buchicho no Forum.Ahahaha!
Voltando a falar do meu cantinho nos EUA - aqui eh muito diferente da Costa Leste e Oeste. Sao todos bem conservadores. Acho que nunca vou escutar a amiga da noiva dizendo 'Go modern!Nao aceite que o pastor pergunte durante a cerimonia quem esta' dando essa mulher em casamento'!
A primeira vez que escutei isso num casamento aqui pensei que meu ingles tava desgracado mesmo e que eu tinha entendido errado. Ta louco! Eu vivo reclamando sobre isso com minha tia super ultra maravilhosa e feminista e ela diz que devo ir aos casamentos em que eu for convidada aqui somente para me divertir. Dai que meu marido sofreu tanto sendo o best man do primo no ultimo casamento que ele decidiu que agora soh vai a festa e olhe la. Best Man nunca mais!
Meu sogro americano diz que agora quando vai aos casamentos acha tudo muito estupido e fica sem paciencia e a culpa eh minha. Eu expliquei a ele sobre patriarcalismo e ritualizacao. E ele adora falar sobre essas coisas mas como vivia - como homem- num esquema bem privilegiado nao prestava atencao a tudo isso. Ganhei um para a liga.
bjs para vc, Lola...boa semana.
Eu não vou ter cerimônia religiosa por motivos óbvios, mas faço questão do casamento civil sim, assim como meu noivo.
ResponderExcluirSe fosse ter, preferiria que entrássemos juntos. Meu pai, obviamente, iria ficar bravo comigo, mas acho que deveria entender (além do mais, já deixei ele bravo antes em situações similares, como quando recusei festa de debutante e outras coisas que considero uns costumes ultrapassados, e nem por isso ele deixou de ser meu pai, nem eu deixei de respeitá-lo).
Não pretendo usar o sobrenome do meu noivo. Nunca tinha cogitado a idéia da Aline, de ambos receberem o sobrenome do outro, que achei muito interessante.
Não houve pedido formal de casamento, mais algo como uma decisão conjunta, as alianças foram escolhidas depois por ambos e tal. Todo mundo fica me infernizando porque supostamente não foi romântico, mas eu não ligo para isso. Para mim, me dá um certo orgulho ter uma relação onde tudo possa ser discutido tão abertamente.
Nós "comunicamos" aos meus pais, não pedimos nada a eles, embora tenhamos deixado claro que ficaríamos mais felizes se eles apoiassem.
Quanto a essa questão de com quem entrar, defendo o direito de escolha, mas, por outro lado, no caso da princesa, não custava ela cumprir a tradição do país e agradar seu povo, haja vista que ela é uma figura que supostamente o representa. Então, nesse caso específico, não tenho uma opinião 100% formada. O que deveria vir em primeiro lugar, a autorrealização ou o senso de dever enquanto figura representativa do país? Não sei...
Lola, acabei de ler um post que acredito ter tudo a ver com vc.
ResponderExcluirAliás, ele diz basicamente aquilo que vc já disse em diversos posts: machismo e homofobia andam de mãos dadas (mãos dadas não, que isso é muito gay, hahaha): http://homomento.wordpress.com/2010/06/10/cuidado-sua-homofobia-pode-ser-um-machismo/
eh, mas nao pense que essa de pedir a mao da filha ao pai eh coisa extinta. eu moro com uma mexicana que disse que o namorado da irma foi pedir a mao dela ao pai e eles (o pai e o noivo) comecaram a discutir sobre onde e como a filha iria morar. e ela tava no mesmo recinto. perguntei a minha amiga "mas isso nao eh uma coisa que deveria ser discutida entre teu futuro cunhado e tua irma?" e ela disse que essa era a tradicao e que isso era lindo.
ResponderExcluiruma coisa positiva: essa amiga tava guardando dinheiro pra festanca do casamento. bastou um ano de franca pra ela confessar a mim que finalmente tava pensando em nem se casar mais e que nao sabia como ia dizer isso ao namorado (que tah ha treze anos com ela). aplaudi bastante hahahaha
Uau Lolissima que surpresa ver este post aqui... quando escrevi o meu eu juro que pensei em te mandar o link pelo email, porque embora eu imagine e ja saiba sua opiniao sobre a monarquia, queria ouvir sobre a questao da opcao da Victoria...
ResponderExcluirEu vi as cerimonias com grupos de amigos suecos daqui e eles dizem que a maior parte da populacao aceitou, porque ela e livre e ela pode fazer o que quer, mesmo sendo a princesa, mas eles acham sim queimacao de filme ela ter jogado no lixo a tradicao moderna pelo qual tantas mulheres e tambem homens lutaram...
a simbologia da suecia quebrada significou aos olhos de muitas meninas romanticas e seus pares machistas que se ate a princesa fez entao qual o mal? volta-se de novo naquilo que tantos anos levaram para consolidar...
foi curioso eu perceber nos comentários do post que fiz que muita gente acabou pensando exatamente isso que vc falou: que se pode fazer o simbolo virar o que queremos... eu nao acho... eu acho que ele tem uma historia e e fato que para meu pai ele ainda se sentia melhor e maior como pai porque me levava... eu deixei acontecer porque isso era tao importante pra ele e pra mim era importante ve-lo feliz, ja que o que me custava era apenas caminhar alguns passos...
bom, falei demais! beijos enormes!!! Ah e so para finalizar: sim aqui e lugar de ETS... pense numa terca feira a tarde e voce sai para levar o filho num parquinho perto de casa e encontra uns 15 mocos, homens com os carrinhos e seus filhos... com os lanchinhos, almocos, fraldas etc... porque a maior parte dos pais SUECOS tiram a licenca paternidade que tem direito... normalmente uns 6 meses com a crianca enquanto a mae trabalha...
legal ne?
beijao
Lola, realmente eu gostei deste post..comparações Europa X Brasil me agradam..
ResponderExcluirVou falar que estou aqui faz 9 meses hoje. Tenho 28 anos, estudei muito bem no Brasil, fazia parte de um mundo corporativo quando entrei em crise existencial no trabalho e parei nessas bandas.
No Brasil tive um relacionamende de longa data com um brasileiro. Realmente se não existe uma mãe feminista que abra nossos olhos e muito estudo, a sociedade machista nos engolhe e assim esses relacionamentos.
Chegando aqui me vejo num relacionamento com um nórdico (sim pois Suécia, Austria, Alemanha, Suiça, Noruega...etc não muda muito o perfil dos nativos) e essa de cortar o bolo e não ser uma ajudinha mas saber dividir é fato!
Aqui sim, existe a divisão em tudo mas para isso nós mulheres devemos encarar a igualdade dos gêneros! Não existe aquela postura....ahh o homem paga para mim....ahh primeiro encontro tem que o cara pagar...como as mulheres da minha geração funcionam. Aqui é igualdade! Na conta, no tempo entre os dois e nas atividades sejam quais forem!
Se ele cozinha, eu compro ou NÓS compramos. Ele lava, faz o café mas eu faço metade. Os homens nórdicos tem uma independência magnífica nessas coisas. Eles assumem automaticamente a liderança das atividades sem hesitar. São muito independentes desde novos e não tem a influência materna como o homem brasileiro, que muitos aos vinte e tantos ainda são servidos pelas mães.
Se ele paga a conta eu pago a metade e aceita sem hesitar pois eles sabem que esse é o poder da mulher. Ela tem grande valor quando ela pode, quando ela se banca...ela se torna sexy e atraente no momento que ela tem sua independência e não depende só do tal para tudo. Tanto financeiramente quanto nas carências afetivas. Sim pois muitas mulheres da minha novíssima geração é carente..
Agora com você eu concordo que a cerimônia religiosa e casamenteira não entra em questão em plena sociedade atual!
Obrigada pelo post!
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ResponderExcluirAdorei o post, Lola!!
ResponderExcluirEngraçado como a gente que tem um pensamento mais feminista, às vezes pensa uma coisa, acha que é só a gente e depois descobre que mais pessoas já pensaram a respeito disso.
Eu não sei se vou me casar e muito menos na igreja. Talvez faria isso se o noivo fizesse muita questão, se fosse algo muito importante pra ele, já que pra mim não é...
Mas se fosse me casar na igreja, eu já imaginei que ia querer entrar sozinha pra me encontrar com o noivo lá na frente ou então entrar junto com ele, no melhor estilo "estamos juntos nessa", rs
Essa idéia de ser conduzida e entregue, por mais comum que seja no ritual e mesmo que hoje em dia seja apenas simbólico, nunca me agradou...
Abçs Lola!!!
PATRIMÔNIO DE DILMA É MAIS DE 1 MILHÃO!!!
ResponderExcluirOLHEM QUE BELEZA... DILMA ACABA DE DECLARAR SEU PATRIMÔNIO
E SABEM QUANTO É?? MAIS DE 1 MILHÃO DE REAIS!!!
"A declaração patrimonial da petista soma R$ 1.066.347,47, sendo R$ 113 mil em dinheiro em espécie, R$ 47 mil em caderneta de poupança e R$ 50 mil em joias. O bem mais caro declarado é um apartamento de R$ 290 mil em Porto Alegre."
50 MIL EM JÓIAS???? 290 MIL EM APARTAMENTO EM PORTO ALEGRE??? O QUE É ISSO?? PARA ALGUÉM QUE SÓ FALA EM DIFERENÇAS SOCIAIS O NEGÓCIO ESTÁ ESTRANHO...
VEJAM O LINK: http://www1.folha.uol.com.br/poder/762050-com-alianca-historica-dilma-registra-candidatura-e-declara-patrimonio-de-r-107-mi.shtml
Uma amiga minha,tem 11 irmãos!Pois é;(filhos de primos de primeiro grau)todos sadios.Quando uma de suas irmãs foi se casar,os irmãos começaram a amedrontar o cunhado,dizendo que o pai era muito rígido e que exigiria que ele pedisse a mão da moça.Ele,coitado,ficou preocupadíssimo.Marcou um jantar,pediu que toda a família estivesse presente e comprou as alianças.Minha amiga disse que,na hora,ele suava e ia ficando cada vez mais vermelho.Tremia tanto que mal conseguia falar,mas finalmente,com todo protocolo,pediu a mão da moça.Foi então,que o pai da moça disse:"Mas...é só a mão que você quer?Por que não leva também o braço,o corpo...leva TUDO meu filho!!"
ResponderExcluirEm seguida,todo mundo começou a rir muito e só aí ele entendeu que era tudo "uma armação".Na verdade,o pai dela não fazia questão desse pedido.Bom,sem dúvida foi um jeito diferente de "entrar prá família",né?!
Ai Lola...como esse pessoal é "tolinho" e só "levanta a bola" prá você!!!
ResponderExcluirSó digo uma coisa: deu vontade de morar lá! não fazia ideia disso tudo!
ResponderExcluirbeijo, Lola!
Pois eu desejo toda essa pompa. Vive la princesse!
ResponderExcluirLi a história de que o noivo era um bronco ignorante e que a princesa fez nele uma transformação à My fair lady pra que ele fosse aceito como príncipe pelos reis e súditos do reino, que não iam com a cara do sujeito. Após aulas de etiqueta, de cultura geral, de idiomas e uma mudança de visual, o rapaz ficou sob medida para ser um príncipe.
ResponderExcluirSobre cerimônias antiquadas, pelo que eu vejo isso de pedir a mão pro pai e entrar dando o braço a ele na igreja ainda é muito utilizado, apesar de algumas exceções. Uma amiga da minha irmã foi abandonada pelo pai quando criança. No dia do seu casamento ele apareceu querendo levar ela até o altar. Ela recusou e entrou sozinha. Ela foi corajosa, por que sei de outras situações parecidas de pais ausentes por motivos diversos em que as noivas arranjam um homem que as leve ao altar, seja irmão, tio, avô, o que estiver disponível. Por que "não fica bem" entrar sozinha na igreja.
Olá, boa noite.
ResponderExcluirAdorei o seu blog!
Ficaria muito feliz se você visitasse o meu, www.ritafedon.blogspot.com
Meu nome é Rita e sou escritora/empresária/palestrante e consultora em relacionamentos pessoais!
Um bejo grande
Rita
Lola, mudando de assunto, o que você pensa a respeito de patriotismo x seleção brasileira?
ResponderExcluirAbs
Aiaiai,
ResponderExcluirentendo sua opinião mas discordo. não devemos abolir certos constumes custe o que custar, ou a força.
Acho sim que é uma questão de escolha. tem gente que prefere viver assim: entrar na igreja com o pai, abdicar da vida profissional, ser dona de casa, etc...
Afinal, é graças a essa liberdade que o padre pode dizer que a princesa deu mal exemplo. E nós pudemos concordar com ele.
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Já tem gente postando coisa que não tem nada a ver com o assunto: o patrimonio da dilma. Acho melhor certas pessoas se informarem antes de ficar fazendo insinuações. Eu não boto minha mão no fogo por ninguém - ainda mais por políticos - mas até onde sei, a dilma veio de família rica. boa parte do patrimonio pessoal deve ter vindo daí. e outra do trabalho dela. E melhor assumir do que se fazer de pobrinho achando que isso conquista voto.
Porque foi na Suécia, e a Suécia é um país diferente, principalmente no que se refere à igualdade de gêneros. Parece que lá os homens realmente dividem tarefas domésticas com as mulheres, ao invés de dizerem que “ajudam” (ajudar tá longe de ser igual a dividir, certo?) porque lavam louça uma vez por semana.
ResponderExcluirBom, eu desconfio desta estória porque moro há 16 anos na Holanda, outro país que vive se vangloriando da igualdade entre os sexos, divisão de tarefas domésticas, etc. Bonito no papel, só que na prática é bem diferente (como já li inclusive em várias revistas e jornais daqui). Homens e mulheres podem até dividir as tarefas domésticas, mas isso geralmente ainda significa que a mulher vai fazer a maior parte da limpeza em casa, levar e buscar os filhos na escola, cozinhar 5 dias na semana (o marido cozinha no fim-de-semana porque pra homem cozinhar é hobby).
O pior é que as mulheres acabam fazendo jornada dupla de trabalho, porque afinal decidiram ingressar no mercado de trabalho então trabalham fora e em casa...que feminismo é esse...acho ilusão!
Se a gente quer destruir um padrão de comportamente tem que destruir seus símbolos. [2]
ResponderExcluirAssino embaixo da Aiaiai. Pra mim, certas tradições só fazem cristalizar preconceitos. Por mais que se fale em resignificar as coisas, o valor de um símbolo sempre vem à tona, mais dia, menos dia. Quando todas as mulheres forem realmente livres, aí sim eu vou entender essa história de resigificar alguma coisa. Até lá, eu vou duvidar muito da pretensa 'neutralidade' de certas ações. Em um mundo em que ainda há tanto o que se fazer pelo direito das mulheres, a quebra de um símbolo, por menor e mais insignificante que pareça, já diz muito. E parece que o arcebispo lá entendeu isso.
Eu vejo o tal do chá de lingerie como uma tentativa de resignificar o chá de panela. E é tão desastrosa quanto. É aquela coisa de "a mulher precisa saber da sua utilidade". Ou seja, a mulher precisa ser útil de alguma forma. Antes na cozinha, agora na cama. E enquanto isso, os homens deitam e rolam. E continuam a gozar dos mesmos privilégios de sempre.
Outro dia fiquei sabendo de um chá de lingerie de uma amiga. Serviram chocolates em forma de pênis, e o momento máximo da festa foi quando fizeram um quiz para ver o quanto a noiva entendia de 'estratégias' de sedução para deixar o bofe sempre quente e amarrado nela. Eu literalmente pifo ouvindo essas coisas. Mas sei lá, tem gente que ganha uma grana em cima disso, aconselhando mulheres a apimentar a relação, né? Vai entender a mente humana... eu só acho que nós, mulheres, poderíamos avançar bem mais se não nos sujeitássemos tanto a esse festival de padrões impostos e receitinhas frustrantes.
**Dre**,
ResponderExcluirpermita-me ressaltar um pedaço do seu comentário que explica bem porque os países nórdicos estão alcançando a igualdade de generos bem mais rápido do que os outros:
"São (os homens nórdicos) muito independentes desde novos e não tem a influência materna como o homem brasileiro, que muitos aos vinte e tantos ainda são servidos pelas mães. "
É, nossos meninos são "servidos pelas mães". Isso pra mim diz tudo.
Querem voltar ao lar e ser donas de casas como suas avós, beleza! quem sou eu para impedir. Mas não venham me dizer que isso é uma "escolha pessoal" porque não é. É uma escolha que terá uma influência gigantesca na forma como a nossa sociedade evolui...ou não evolui.
Mais uma coisinha sobre suécia:
ResponderExcluirEnquanto a gente "volta ao lar", as suecas continuam achando que a igualdade ainda não foi alcançada e radicalizam queimando dinheiro. Vejam que beleza:
http://noticias.r7.com/internacional/noticias/mulheres-queimam-dinheiro-na-suecia-20100706.html
acho que vou dar um jeito de ir morar lá...ou na finlândia
Desconstruiram o coitado e o transformaram num mangina.
ResponderExcluirVai viver sob a sombra dela, espero que as leis Suecas o beneficiem com metade dos bens dela, caso ela dê uma de Lady Di.
Ele é um coitado, homens independentes como os que vocês cobiçam, em países nórdicos, preferem importar noivas do Vietnã, a se meterem com "princesas" podres ocidentais.
Vocês veem, né: isso que dá liberar comentários pra anônimos. Aparecem todos os covardões que só falam asneiras. E, só pra variar, eles são quase sempre machistas, racistas, classistas, homofóbicos, e... de direita. Eu prefiro o meu blog mais limpinho, sabe? Sem esses trastes.
ResponderExcluirOI Lola! aqui no brasil nao se pede ao mao pro pai nao.. na verdade aqui nao se pede a mao, o casal decide ficar noivo.
ResponderExcluirMas olha que interessante. Meu namorido é irlandes e lá, de onde eu acabei de voltar pra ver dois casamentos, eles estao muito mais avancados no quesito feminismo. Salarios sao praticamentes iguais e como eu imagino em todo o norte da europa as mulheres tem muito mais independencia etc etc.. sinto falta de andar na rua sem ser chamada de gostosa..
POrem la é muito muito serio o lance de pedir a mao em casamento.. tipo a mulhere nada faz, ela (que é louca pra casar) fica esperando a boa vontade do homem (que claro nao quer casar).. aih ELE decide e pede a mao, e antes ou depois pede pro pai dela tbm (meu cunhado tem 32 anos, morava com a namorada a algum tempo e mesmo assim foi pedir a mao da noiva, que entrou com o pai e foi entregue ao marido).
Contraditorio neh?
Nao sei se é simples costume, mas na contramao da liberdade feminina eles sao muito tradicionais.
Ah, sem falar a mulher exclui o sobrenome da familia e poe o do marido. E sao apresentados como Sr e Sra nome do homem.
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