Publico o guest post da Marilia, mais conhecida como Mari Moscou, uma comentadora bastante assídua por aqui. Pedi pra ela redigir uma minibiografia sobre ela própria, e eis o que ela tem a dizer: "Marília, 23, escorpiana, solteira, cinéfila, backpacker, adora sorvete. Paulistana da gema, acha que não há melhor lugar para se viver do que uma cidade onde sorveteria 24hs, academia noturna, balada com o melhor da música nacional estão na mesma quadra. Nascida e crescida feminista, criou mais caraminholas para sua cabeça quando resolveu estudar sociologia - busca desvendá-las no mestrado. Escreve tudo que é tipo de texto e está atualmente na França". Falta dizer que Mari recentemente agrupou as dezenas de blogs que tinha (exagero meu!) em um só. Fique com a Mari!
Hoje li alguma coisa em algum lugar da internet (me desculpem mesmo não citar a fonte; eu não salvei e perdi) sobre medicamentos para tratar impotência. Parece que testaram recentemente medicamentos que agem com muito mais rapidez — em cerca de 15 minutinhos, voilà, o membro está pronto (nossa, que expressão horrível! Vamos ser mais diretos: o pau está duro. Pronto).
O pequeno artigo citava pelo menos quatro nomes de medicamentos para tratar a impotência e celebrava a nova descoberta. Comecei a me questionar o que significa esta nossa preocupação com a impotência.
Em filmes pornográficos e até nos não pornográficos, há uma premissa imaginária e falaciosa de que tudo que é preciso para que o sexo seja bom tanto para o homem quanto para a mulher é um bom e duro pênis. A preocupação de tratar a impotência me parece ir no mesmo sentido: o homem será feliz por ter uma ereção, e a mulher (ou o outro homem — mas falarei predominantemente de relações heterossexuais aqui, já que estou buscando correlacionar feminino e masculino) será feliz porque o homem teve uma ereção.
Nenhuma destas coisas é mentira. A mentira é quando a história para por aí. Como se a simples ereção fosse a chave do prazer sexual feminino também.
Nós mulheres sabemos o quanto é difícil ter prazer numa transa sem estarmos com a vagina devidamente lubrificada. A lubrificação da vagina depende de um monte de coisas que variam muito de mulher para mulher. Isto é fato. Porém, há várias disfunções hormonais e efeitos colaterais de medicamentos ou sintomas de doenças que causam secura vaginal.
Pergunto: alguém já leu em algum jornal, anunciado como uma grande descoberta, qualquer tipo de pesquisa que tenha trazido avanços para tratar a secura vaginal ou para lubrificar mais a vagina? Por exemplo, melhores lubrificantes ou remédios de via oral? Eu nunca vi. Se isso existe, certamente não tem um décimo da divulgação que os remédios para o prazer masculino têm.
O que coloco em questão aqui não é o tipo de tratamento ou a descoberta em si. É a importância que damos a cada uma destas coisas. A mensagem implícita neste tipo de comportamento é a de que (repito como disse num post sobre bonecas infláveis para cachorro) o homem precisa de prazer sexual e a mulher não precisa.
Há um site muito bacana que infelizmente só está em inglês que se chama "Make Love, Not Porn” ("Faça Amor, Não Pornô"). Aparentemente é um título um tanto moralista — afinal, penso, o que há de errado com pornografia enquanto fantasia? Pois é, o problema — e a crítica que traz o movimento/site — é que a maioria dos homens não consegue fazer esta separação de que o mundo pornô e a mulher como é colocada no mundo pornô não necessariamente corresponde às mulheres reais, do mundo real. Através de ícones muito bem pensados, o site apresenta uma sequência de comparações entre o mundo real e o mundo pornô. Entre elas a minha favorita é a seguinte:
"MUNDO PORNÔ = As mulheres não têm pelos lá embaixo.
MUNDO REAL = Algumas mulheres se depilam, outras não. Alguns homens preferem que as mulheres de fato não se depilem. Depilação requer muita manutenção, o que às vezes pode ser um saco. Isto vai depender de uma escolha totalmente pessoal."
[Digo isto pois fiz uma depilação "completa" (lógico, "a pedidos" de um ex) uma vez na vida para NUNCA mais. Nenhum homem é merecedor da dor pela qual se passa nesse tipo de procedimento. Eles que cresçam e convivam com uma parte dos meus pelos. Respeito a mim mesma é mais importante de fato. E fim.]
O prazer feminino há muito é uma espécie de tabu. É negado. É quase criminalizado (em algumas partes do mundo é de fato criminalizado). Essa mensagem implícita, de que homens devem ter prazer enquanto as mulheres, não, é tão forte que, por exemplo, conheço várias meninas que nunca gozaram e simplesmente não se incomodam com isso. Agora, se o namorado/parceiro não gozar, sentem-se absolutamente mal.
No fim das contas, a síndrome do não-gozar, assim como a da impotência, são questões que vão muito além da biologia. Porque sexo não é um acontecimento biológico e fisiológico. Sexo é o que você pensa que é pra ser.
Nessa linha, o site http://www.sexylabia.com/ também é otimo para desmistificar a aparência da dita cuja.
ResponderExcluirSeu post me lembrou de um caso que me foi relatado há pouco tempo.
ResponderExcluirUma amiga foi num chá de lingerie. No evento tinha uma moça que contratada para falar sobre sexo com as presentes.
Porém a "aula" se restringiu a dicas de como a mulher dar prazer ao parceiro. Nenhuma fala sobre como ela obter prazer da relação.
Achamos um tanto quanto patético. Um evento metido a liberal e moderno com a mensagem de que a função da mulher é servir ao homem. Patético.
Caraca, já participei de um chá de lingerie e não tinha levado pra esse lado. O bom daqui é que tá abrindo minha cabeça pra essas coisas...
ResponderExcluirExcelente o post. Complementando o comentário do Bruno, já percebi que a "Nova", revista dita feminina, sempre traz matérias sobre como enlouquecer seu homem na cama e coisa e tal.
ResponderExcluirPercebo essa questão do prazer também no quesito da masturbação. Acho engraçado essa mística de que mulher não se masturba, que acaba fazendo com que muitas mulheres realmente não se masturbem por acharem sujo ou até por nem saberem que é possível para uma mulher obter prazer dessa forma. E as mulheres que se masturbam acabam nem tocando no assunto tabu. Portanto nem sei se muitas se masturbam ou não.
Com os homens, há toda uma cultura de valorização e incentivo à masturbação. Por que será, hein?
Acho que quanto à masturbação, além de ir contra a corrente de que mulher não precisa e não gosta tanto de prazer, traz uma ameaça muito maior: tira a mulher de seu papel passivo e ignorante do próprio corpo.
Otimo post! Infelizmente eu tambem conheco montes de mulheres que nao gozam e nao se preocupam com isso alem de pensar o sexo soh como aquela coisa de '1001 maneiras de dar prazer a um homem'.
ResponderExcluirEu nao sei para quem a industria de medicamentos contra a impotencia vai vender esta ideia pois, de um lado tem essa exarcerbacao de que o cara tem sempre de estar com p*au duro e, de outro lado, o prazer feminimo eh completamente ignorado. A equacao nao bate e ai eh certeza que a relacao sexual vai ser pessima para ambos.
Eu aqui no Midwest americano, conservador to pensando em fazer uma dessas reunioes para vender produtos de encontrados em sex shopps. Eh bom saber que se eu considerar que o prazer feminino ao falar desse assunto senao ficamos ai fazendo a mesma coisa o tempo todo.
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ResponderExcluirOi Marília!
ResponderExcluirGostei muito do seu post e concordo com quase tudo. Nas não gosto muito do argumento que diz que os homens não conseguem diferenciar bem o universo dos 'filmes pornôs' e das 'mulheres reais'.
Na minha opinião a esmagadora maioria da pornografia produzida é degradante para as mulheres em muitos aspectos, mas declarar uma suposta incapacidade masculina de separar ficção e realidade é dar uma desculpa para eles, coitadinhos, que não conseguem enxergar o óbvio. Para mim parece uma inversão, sabe. Não sei se ficou confuso, mas enfim.
Ah, existem vários tipos de lubrificantes disponíveis, desde os neutros do tipo KY, a base de água, próprios para serem usados com camisinha até lubrificantes com gostinho ou que 'esquentam' em contato com a pele (os melhores!). Infelizmente esses produtos ficam de fora da propaganda.
Bjs
Lúcia
Muito bom seu post Mari. Você escreve bem demais. Parabéns!
ResponderExcluirSua reflexão me deixou com uma questão martelando na minha cabeça:
caramba, essa menina de 23 anos está falando da geração dela como a minha geração falava da geração das nossas mães!!!!
Eu tenho 46 anos.
Quando eu tinha 23 anos, eu não tinha NENHUMA amiga que achasse que o prazer dela deveria ficar em segundo plano e que o do cara é que era importante. Isso era coisa da mãe ou da avó da gente.
Eu achava que iriamos chegar ao início do século XXI com mulheres e homens compartilhando o mundo de forma igual...sim, eu era mesmo muito otimista.
Mas o que aconteceu foi o oposto. A humanidade avançou, é claro, mas essa questão - da igualdade de desejos, direitos e modo de viver entre seres femininos e masculinos - RETROCEDEU!
É bom saber que tem você, Mari, atenta a isso, mas fico me sentindo culpada de alguma forma porque a minha geração deve ter falhado em algo para legar a vocês um retrocesso tão grande.
Culpa não adianta nada. Temos que continuar batalhando, dia a dia, mostrando para quem não vê o que está acontecendo.
Não, não é uma questão de escolha. É uma questão de legado. As mulheres que hoje aceitam ser tratadas como se estivessem nos anos 50 (e até dizem que escolheram isso, porque acham bom e porque PODEM) estão destruindo o legado da geração de 60 e 70, e deixando para suas filhas e netas a ideia de que a desigualdade é inevitável.
Lola, desculpe o comentário sem relação com o post, nas você viu essa matéria? http://br.noticias.yahoo.com/s/24032010/84/mundo-preconceito-escancarado-relacao-obesos.html
ResponderExcluirLúcia
aiaiai,
ResponderExcluiraté que dessa vez eu concordo com você. A geração atual está muito mais careta que a dos 60/70. Ninguém que conheço, da minha geração, colocou em questão o prazer da mulher, era impensável transar com uma mulher e ela não ter prazer (era profundamente incômodo para o homem, inclusive). Essa geração praticamente não transou com prostitutas, pois as mulheres também eram livres para gostar e usufruir do sexo.
Regredimos ? talvez a Aids tenha contribuído para isso, sei lá.
Sobre a medicina dar ênfase aos remédios para impotência, não vejo machismo nisso, apenas me parece que é muito mais complicado de resolver um problema de ereção do que de falta de lubrificação, daí porque um remédio que possa endurecer, sem perder a ternura, é naturalmente muito mais notícia.
É engraçado, que masturbação feminina só foi comentada na mídia com Sex & the City, que é tão recente! Eu acho que tem muita coisa muito careta, uma visão meio superficial da coisas, mas foi talvez o primeiro produto de mídia de consumo em larga escala a dizer: "hei, mulheres gozam. e sozinhas, inclusive!". Acho que colocou mesmo a mulher como protagonista da própria sexualidade, o que é bacana, sem dúvida.
ResponderExcluirE puxa, eu percebo que muitas amigas minhas falam de muita coisa, menos de masturbação. Eu sou uma das poucas que provoca. Outro dia, uma contou que puxa, não aguentava mais ficar sozinha. E eu falei: "é, mó chato só namorar a própria mão". E ela disse que não, de jeito nenhum ela nem gostava de se masturbar. Como assim, não gostar? Eu juro que eu não entendo...
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ResponderExcluirOi Mari, parabéns pelo guest post! Essa mística de que apenas homem deve sentir prazer e mulher não necessariamente é revoltante.
ResponderExcluirE sim, depilação é algo que ninguém merece! Nem mesmo um namorado!!!
Abs, Andrea
http://segredosdaborboletadomar.blogspot.com/
Excelente post!
ResponderExcluirpra quem quer mesmo refletir e ajudar a mudar, delícia de texto no blog do doni:
ResponderExcluirhttp://www.interney.net/blogs/hedonismos/2010/03/07/a_hipocrisia_do_dia_internacional_da_mul_1/
Prazer masculino e feminino vai muito além do que uma ereção e lubrificação da vagina. Há aí toda uma cultura de milenios de repressão e criminalisação do sexo. Além do pecado que é paulatinamente colocado na cabeça, principalmente nas mulheres. É claro que houve um combate ferrenho das igrejas católica e evangelica (de todas as linhas)para que tudo voltasse ao controle. Sexo é moeda de troca e poder. Esta acima de uma simples questão pessoal.É natural que isto só mudará com muita discussão e experimentos. Sempre haverá uma industria que se beneficia de produtos para isto ou aquilo.
ResponderExcluirO prazer e a culpa estão diretamente ligados a cultura da pessoa. e para terminar duas frases geniais de políticos conhecidos:
"Quer estuprar, tudo bem! Estupra, mas não precisa matar; de Paulo Maluf, deputado federal e caçado pela interpol em 181 países."
"Já que o estupro é inevitável, relacha(xa, assim seria ficar relaxada, tranquila e aproveitar o momento. Mas quem consegue relaxar num momento desses? Ela será que conseguiria?) e goza; de Marta Suplicy, candidata com certeza ao governo de S. Paulo e sexóloga."
Nossa, que legal o debate e a forma como cada um@ vê a sexualidade. Eu näo penso em retrocesso, mas também näo tenho 23 anos, tenho 33... Atualmente me questiono o quanto o sexo é importante entre um casal. Para muitos, näo faz muita diferença...
ResponderExcluirO primeiro passo é abolir a TV de casa: NO MORE TV...rss...
Sobre essa questão da valorização do prazer, a minha ficha só começou a cair numa saída com amigas das antigas. Uma delas namorava o mesmo cara há quase dez anos, o papo foi parar em sexo, e de repente ela perguntou às outras se elas já tinham sentido "o tal do orgasmo"...
ResponderExcluirPensei que talvez ela estivese supervalorizando a coisa e pensando naquela coisa cinematográfica, com sininhos tocando e gritarias, mas sei lá... acho meio difícil alguém perceber q não teve isso...
Se o prazer feminino já é tabu, a masturbação seria um tabu ainda maior. Isso porque a mulher sentir prazer só no sexo ainda mantém uma certa relação de dependência em relação ao homem - se não precisa mais do homem pra sustentar a casa e tomar as decisões, pelo menos pra isso ela ainda precisa. Já a mulher que se masturba alcançou uma independência a mais, e a relação dela com o homem (se houver) passa a ser de querer, desejar, não de necessitar dele (mais ou menos como naquela música do Arnaldo Antunes).
ResponderExcluirUma dúvida: não seria esse o motivo de ser considerada uma coisa feminina o uso de unhas compridas? Se elas não servem pra nada, imagino que atrapalhem a mulher em certos momentos... usar unhas compridas não seria uma forma de sugerir que não se masturba?
" O prazer feminino há muito é uma espécie de tabu. É negado.É quase criminalizado (em algumas partes do mundo é de fato criminalizado)".
ResponderExcluirUm exemplo dessa "parte do mundo" é a Somália. Devido a severa e retrógrada visão da religião muçulmana no país, ainda são inúmeros os casos de clitoridectomia (processo de retirada do clítoris). Isso é horrível e desumano. Nenhuma mulher merece se sujeitar a isso. Te sugiro ler "Infiel", de Ayaan Hirsi Magan, é uma ÓTIMA leitura. ;)
Estudei a fundo a questão da mutilação genital feminina, e te digo: é uma questão cultural, e não religiosa. Católicos, coptas, muçulmanos e animistas na África praticam essa desgraça, infelizmente.
ExcluirE qdo dizem q "fulana é lésbica pq não encontrou um pau que lhe desse prazer" ? Quero morrer qdo escuto isso! Sou hetero, mas concordo q o prazer sexual é MUITO mais do que uma porra de pau duro.
ResponderExcluirOutra coisa q me lembrei: já viram q é SEMPRE a mulher q toma a iniciativa de "apimentar" o sexo pra salvar o casamento? Acho uma cretinice ver esta mulherada fazendo curso de massagem tailandesa, pompoarismo, strip-tease, comprando apetrechos eróticos, se fantasiando de coelhinha, enfermeira e um monte de coisas ridículas,se submetendo a swings e menagés apenas p SEGURAR o macho!!!
ResponderExcluirNada contra fantasias sexuais, mas qdo elas são a única esperança de salvar uma relação, é pq a relação já não presta mais e o significado do sexo já foi totalmente desvirtuado.
Algum macho por acaso faz todas estas palhaçadas pra "segurar" a mulher? Claro que não.
E concordo plenamente com a depilação: homem nenhum merece vc q vc se foda tanto.
Parece que tem um cara lá na Islândia que merece, estão analisando uma segunda descoberta em Cingapura mas por enquanto é só um candidato...
ResponderExcluirConcordo totalmente com o absurdo da clitoridectomia e da religião que permite ou obriga a isso. Só não entendo porque todos aceitam e elogiam a circuncisão (que segundo os preceitos judaicos, pra piorar, tem que ser feita sem anestesia). Acho que tem a mesma violência. E não me venham com conversa fiada de higiene, senão deveriam também cortar as orelhas.
ResponderExcluirWagner:
ResponderExcluirDizer que a postectomia (retirada do prepúcio) tem a MESMA violência da clitoridectomia beira as raias do absurdo!!! Acho q vc deveria procurar saber antes O QUE É o clitóris antes de fazer esta comparação absurda!
A retirada do prepúcio dói muito menos que a do clitóris, e o principal: não vai afetar em NADA a função/prazer sexual do homem nem vai desfigurá-lo.
"Dizer que a postectomia (retirada do prepúcio) tem a MESMA violência da clitoridectomia beira as raias do absurdo!!! Acho q vc deveria procurar saber antes O QUE É o clitóris antes de fazer esta comparação absurda!
ResponderExcluirA retirada do prepúcio dói muito menos que a do clitóris, e o principal: não vai afetar em NADA a função/prazer sexual do homem nem vai desfigurá-lo."
Violência não tem necessariamente a ver com a dor. Um estupro nem sempre dói, certo ? então pela sua opinião, seria menos violento, é isso mesmo que você pensa ?´
E você mesmo admite que a retirada do prepúcio, dói, mas diz que dói menos. Como você sabe disso ? você já conversou com algum bebê para saber ?
Dizer que não afeta o prazer também é opinião sua.
Posso até admitir que retirar o clitóris é pior, mas não acho que a comparação seja absurda.
Wagner:
ResponderExcluirSou médica, mas nem precisava ser pra saber que o clitóris é uma área altamente vascularizada e enervada, ao contrario do prepúcio.
Mantenho minha palavra: a comparação é absurda e chega a ser ofensiva. E outra; quem disse q a violência do estupro é apenas psicológica? Como uma mulher pode não sentir dor numa penetração forçada, sem estar lubrificada e relaxada (muitíssimo pelo contrario)?.
Acho q vc precisa rever urgentemente seus conceitos, meu caro.
Sou casada com um estrangeiro e eh super normal no pais dele os meninos serem circuncisados ao nascer. Nao eh por religiao nao, eh por preguica mesmo dos pais ultra toscos e conservadores ensinarem os meninos a lavar o penis. Nao sei se ele ensinam tambem a escovar os dentes. Provavelmente nao.
ResponderExcluirE meu marido sente prazer total na relacao e nao se lembra de ter passado pela cirurgia de retirada da pele do prepucio pois alem de ser um bebe ele foi devidamente anestesiado. Pois bem, concordo plenamente com a Deadpeople. Tem gente que ta falando de imfibulacao clitoriana como se fosse assim como a circuncisao masculina.
E outra: meninas sem o clitoris nao sentem orgasmo. Mesmo muitos especialistas dizendo que sexo ta na cabeca, na hipofese.
Má, você é ótima! Parabéns...
ResponderExcluirAlém de não sentir prazer, sente dor ao urinar, pode ter dificuldades na hora do parto e a relação sexual torna se torturante...
ResponderExcluirE que eu saiba isso não é feito quando a menina é um bebe, e sim entre os dez e 15 anos... acho q é um trauma maior....
Marilia, que coisa feia.... não o post, mas o fatop de que voce estava em campinas e não dar as caras para mim... hahahaha
ResponderExcluirEu ainda acho que o prazer sexual feminino não tem nada a ver com um pau duro e sim com um "besa me"...
chá de lingerie é triste mesmo. enquanto a mulherada está experimentando lingerie sexy para o maridinho, ele está no puteiro divertindo com os amigos =)
ResponderExcluirfui num que a moça estava dando 'conselhos' e disse que, para fazer sexo anal, a gente tinha que fazer lavagem intestinal antes. LAVAGEM INTESTINAL! na hora eu levantei da mesa e falei, olha, sinto muito, mas se quer comer meu c* tem que saber o que tem lá dentro. =)
Ótimos comentários por aqui. Vou aproveitar alguns em posts. Obrigada, gente! Obrigada por inspirar o pessoal, Mari!
ResponderExcluirboa, Bela!!! ahahahha
ResponderExcluira "lavagem intestinal" é conhecida no meio gay como "chuca". ainda bem q eu sou mulher e tenho outra opção!
Sobre o conservadorismo da nova geração...
ResponderExcluirEu acho que a minha geração, tenho 26 anos, é mesmo cheia de contradições! Tenho amigas que gostam de seu trabalho, nunca parariam de trabalhar mas ainda admiram aquelas que fazem aquele "bom casamento" do passado, uma amiga excelente profissional, culta, inteligente,bonita, mas que não sai de casa sem escova e maquiagem, outra cheia de opinião mas que vai usar o sobrenome do marido ao casar, senão ele vai achar que "estou renegando o nome dele", e eu poderia contar várias outras histórias... mas sabe o que é? A gente cresceu ouvindo que esta história de feminismo estava resolvida: a gente vota igual, faz faculdade igual, fazemos escolhas sobre a nossa vida, então tá tudo certo, né? E aí a gente não vê machismo em lugar nenhum e retoma aquele discurso da avó da aiaiai que homens e mulheres são diferentes mesmo, blá, blá blá...
E acho que esta questão do prazer é um ótimo exemplo: ganhamos o direito de fazer sexo antes do casamento, mas não o direito ao mesmo prazer... Mas PODEMOS fazer sexo, por escolha, e ninguém vê o prazer como natural pra mulher. Como não existe machismo, então homens e mulheres são diferentes mesmo!!
Eu posso dizer que só depois de ser formalmente apresentada ao feminismo é que eu me tornei capaz de ver muitos comportamentos machistas em mim mesma, eu que sempre fui a mulher super-livre do séc XXI. Mudar o comportamento de uma sociedade leva tempo e é complicado, e fingir que não há problema algum não ajuda em nada a mudar a situação.
Ah, não é por nada não, mas minhas comentaristas são THE BEST. Só este post rendeu tantos ótimos comentários que vou dividi-los em 3 temáticas diferentes. Aguardem!
ResponderExcluirDá gosto ter leitor@s assim!
Obrigada mesmo. Não sei o que seria deste bloguinho sem vcs.
Nossa, esses comentários do Wagner foram, no mínimo, ridículos!
ResponderExcluirEu não vou discutir o que dói mais ou o que é mais ou menos violento, pois eu não tenho a régua que mede a violência.
ResponderExcluirNão estou defendendo que retirar o clitóris seja pior, melhor, ou indiferente à retirada do prepúcio, aceito a opinião de quem conhece do assunto, OK, é muito pior, mas essa não é a questão que levantei.
Ridículo ou não, insisto que a circuncisão é uma mutilação (ninguém é capaz de contestar isso, acho) e como tal é uma atitude violenta, somente aceita porque é bastante difundida e faz parte da cultura.
E a reação destemperada de vocês apenas comprova que eu tenho razão, todos acham muito natural.
A retirada d eclitóris também faz parte da "cultura" dos países que o fazem.
ResponderExcluirMas, de qualquer forma, você demonstrou não ter conhecimento nenhum sobre o assunto, então vá pesquisar antes de arrotar essas abobrinhas por aí.
"Mas, de qualquer forma, você demonstrou não ter conhecimento nenhum sobre o assunto, então vá pesquisar antes de arrotar essas abobrinhas por aí."
ResponderExcluirAlém de me agredir, você não demonstrou nenhum conhecimento sobre o assunto também. Não é preciso pesquisar sobre circuncisão, todos sabem o que é.
Não entendi porque minha opinião é uma abobrinha. E quem é o juiz que define o que é ou não abobrinha ?
Também não arrotei nada, apenas dei minha opinião de forma educada, sem agredir ninguém, aliás como faz a maioria das pessoas aqui, inclusive de outras que discordaram de mim.
As pessoas que arrotam opiniões normalmente são aquelas que não conseguem articular uma argumentação e preferem desqualificar o outro.
Sobre a secura.. KY existe pra isso há muito mais tempo que viagra. Você reclama de barriga cheia. Se não usa, é outro caso e o problema é tipo todo seu.
ResponderExcluirquanto à circuncisão, a feminina é grotesca e deveria ser banida da face da terra.
quando ao fato de os comerciais e pornôs dizerem q basta um penis duro pra uma boa relação.. talvez seja porque:
1-os comerciais são feitos pro penis ficar duro. é isso o q eles têm q passar.
2-87% do público de pornôs é constituído por homens. e 95% do público consumidor.
a discussão nesse caso não leva a nada pois não há argumentos que rebatam isso.
Acho que uma coisa que falta discutir é a questão do "o que a mulher pensa sobre o sexo para o homem".
ResponderExcluirÉ muito comum ouvir/ler que muitas mulheres sentem mais prazer com a masturbação do que com o sexo em si, o que esquecem é que isso também ocorre entre homens.
Não que a masturbação seja melhor que o sexo (depende), mas sim que muitas mulheres pensam que os homens, diferentes delas, são simplesmente válvulas a serem acionadas ou manivelas a serem giradas.
Falam que para um homem gozar, basta que haja fricção, enquanto que para a mulher, aí sim é necessário uma atenção especial.
Isso é verdade, em parte... Mas esquecem que existe uma enorme distância entre ejaculação e orgasmo.
Muitos homens são negligenciados, tratados não como donos de um corpo também sensível, mas sim como válvula de bombeamento.
O macho alfa convencional jamais poderia admitir ser mais do que apenas um pênis e que o corpo dele não se resume a isso, mas se esse senso comum existe, é tanto culpa do homem quanto da mulher.