Quando fui ao cinema na sexta ver Uma Noite no Museu 2 (falarei dele na quarta), tive que fazer um pouquinho de hora, e eu e o maridão demos uma voltinha pelo shopping. Ao passar por uma loja de brinquedos e uma de sapatos, fiquei surpresa ao ver como a foto da menina Maísa estava em todo canto. Ela vendia bonecas e sapatos. Uma mina de ouro, quase que literalmente.
O espetáculo degradante a que ela foi submetida dois domingos atrás, quando Silvio Santos a assustou com um monstro, seria impensável na televisão de países onde direitos humanos básicos são levados a sério. Eu mal vejo TV, e muito menos programas de auditório (a televisão só é ligada aos domingos em casa quando tem corrida de Fórmula I, porque o maridão é viciado), mas minha amiga Ju me mandou um update do caso. No penúltimo domingo, SS fez Maísa chorar de novo.
A cena é de embrulhar o estômago. SS, fingindo indignação, dá uma bronca na menina de 7 anos por ela ser medrosa e chorona. Isso faz com que ela, logicamente, chore. Ao sair correndo do palco, ela bate a cabeça na câmera. A mãe, nos bastidores, a manda voltar. Enquanto isso, SS e a plateia riem. O patrão e dono do SBT ainda diz que nenhum homem vai querer casar com ela, porque ela é encrenqueira. Sim, porque casar deveria estar no alto dos planos de toda garotinha de 7 anos. Faz parte da nossa doutrinação: se não formos meninas submissas que aceitam todos os abusos, ficaremos pra titia. Que é a pior sina que pode acontecer com uma mulher.
O que mais me revolta é a indignação do SS. Ele não entende todo o bafafá em torno do episódio. Certamente acha que quem reclama é um bando de histéricos desocupados, impedindo que o self-made man faça o seu trabalho e gere empregos. Eu lembro quando esse tipinho quis ser presidente, nas eleições de 1989, as primeiras que o Brasil teria desde 1961, aquela em que Jânio venceu, renunciou, seu vice Jango entrou, os conservadores acharam que ele era comunista, e deram o Golpe de 64. Imagina só, as eleições de 1989 iriam consolidar nossa democracia, e o pessoal cogitava votar num animador de auditório (claro que quem acabou sendo eleito, o Collor, revelou-se não muito melhor). Ele foi candidato por um partido nanico, após ser sondado pelo hoje DEM, que já mudou de nome tantas vezes que até perdi a conta (deixa eu ver: durante a ditadura, era Arena. Depois, PDS. Mais tarde, PFL. E hoje, o glorioso DEM. O então PFL fez vários convites a SS, e convidaram também o empresário Antônio Ermírio de Moraes e, mais tarde, a irmã do Senna. Porque tocar uma empresa cujo principal objetivo é o lucro é igualzinho a tocar um país!). Na ocasião, eu trabalhava como redatora numa agência publicitária, e me recordo de um colega bonitinho e ingênuo (pra não dizer alienado) que ficou hiper entusiasmado com a possibilidade de votar no SS. Era um sonho! Votar num empresário bem-sucedido, com uma grande rede de TV, um talentoso comunicador, um sujeito que começou do zero e virou milionário, era quase equivalente a repetir o trajeto ele mesmo. Meu colega estava eufórico com a possibilidade de votar num gênio (QI se mede em dólares) e subir na vida por osmose.
Infelizmente pra ele, o TSE acabou cassando a candidatura de SS (não acredita? Eu sei, é difícil! Mas veja um dos vídeos da campanha), e meu colega teve de se contentar em votar no Collor mesmo, porque naquele sapo barbudo (um sindicalista! Arruaceiro! Encrenqueiro! Desses que só atrapalham as pessoas sérias e honestas como o SS!), nem pensar.
As pessoas se esquecem que TV é concessão pública. As emissoras não têm, ou não deveriam ter, total autonomia pra fazer o que quiserem. Pô, a gente quer mesmo uma TV que faz uma menininha chorar em cena todo domingo? O Ministério Público Estadual demorou um monte pra proibir essa abominação. Mas na sexta saiu a sentença: alvará revogado. Maísa não poderá mais contracenar com seu chefe, ainda que seguirá apresentando desenhos animados.
Será que esse caso Maísa vai repercutir como a famosa freada no Faustão há mais de uma década? Eu nunca via TV no domingo, com exceção do Fantástico (que parei de assistir uns quinze anos atrás, no mínimo, quando reparei que a musiquinha me deprimia e representava o final do meu fim de semana). Mas lembro bem da repercussão do Latininho e do sushi erótico no Domingão do Faustão. Embora as duas coisas estejam emboladas na minha mente, pesquisando eu descobri que mais de um ano separou as duas atrocidades. Latininho foi em setembro de 1996. Faustão brigava ponto a ponto com o Domingo Legal do Gugu. Gugu mostrava a sua banheira, com as modelos seminuas, em plena tarde. Entre muitas bizarrices, ele exibia dois irmãos mexicanos que sofriam da Síndrome de Lobisomem (ou seja, cobertos de pelos). Faustão então contra-atacou com um rapaz de 15 anos, e idade mental de 3, que media menos de 90 cm e foi posto no ar pra imitar o Latino (do “Lá no meu apê” - conheço a canção por cortesia dos meus vizinhos). A declaração do Faustão depois do escândalo foi lapidar: “Ele [Latininho] estava tão feliz em participar do programa que na hora eu não tive como dizer não”. É parecido com o que falam da Maísa hoje: ela é quem quer aparecer na TV, a gente só deixa... O caso Latininho deixou chateado o Boni, então chefão da programação da Globo. Boni não era bobo: ele sabia que mais convem à TV se “auto-regular” que sofrer censura externa. Então lançou algumas diretrizes a serem seguidas para coibir esses abusos. Não adiantou muito: um ano depois, em outubro de 97, ocorreu o episódio do sushi erótico. Atores globais apareceram degustando peixe cru, usando mulheres nuas (e mudas) como bandejas (tem o vídeo aqui). Nesse episódio eu lembro de um professor inglês colega meu, que dizia ser impensável presenciar algo assim na TV britânica. Ele também falava que a dança da garrafa jamais seria permitida por lá, por ser explícita demais.
Doze anos depois, o que realmente mudou? Mulheres deixaram de ser mostradas como objetos na TV? Os programas pararam de rir de pessoas que não têm condições de se defender (crianças e deficientes mentais, por exemplo)? O público que se diz indignado já pôs os seus aparelhos de TV pra fora de casa, como faz a família no final de Poltergeist?
A cena é de embrulhar o estômago. SS, fingindo indignação, dá uma bronca na menina de 7 anos por ela ser medrosa e chorona. Isso faz com que ela, logicamente, chore. Ao sair correndo do palco, ela bate a cabeça na câmera. A mãe, nos bastidores, a manda voltar. Enquanto isso, SS e a plateia riem. O patrão e dono do SBT ainda diz que nenhum homem vai querer casar com ela, porque ela é encrenqueira. Sim, porque casar deveria estar no alto dos planos de toda garotinha de 7 anos. Faz parte da nossa doutrinação: se não formos meninas submissas que aceitam todos os abusos, ficaremos pra titia. Que é a pior sina que pode acontecer com uma mulher.
O que mais me revolta é a indignação do SS. Ele não entende todo o bafafá em torno do episódio. Certamente acha que quem reclama é um bando de histéricos desocupados, impedindo que o self-made man faça o seu trabalho e gere empregos. Eu lembro quando esse tipinho quis ser presidente, nas eleições de 1989, as primeiras que o Brasil teria desde 1961, aquela em que Jânio venceu, renunciou, seu vice Jango entrou, os conservadores acharam que ele era comunista, e deram o Golpe de 64. Imagina só, as eleições de 1989 iriam consolidar nossa democracia, e o pessoal cogitava votar num animador de auditório (claro que quem acabou sendo eleito, o Collor, revelou-se não muito melhor). Ele foi candidato por um partido nanico, após ser sondado pelo hoje DEM, que já mudou de nome tantas vezes que até perdi a conta (deixa eu ver: durante a ditadura, era Arena. Depois, PDS. Mais tarde, PFL. E hoje, o glorioso DEM. O então PFL fez vários convites a SS, e convidaram também o empresário Antônio Ermírio de Moraes e, mais tarde, a irmã do Senna. Porque tocar uma empresa cujo principal objetivo é o lucro é igualzinho a tocar um país!). Na ocasião, eu trabalhava como redatora numa agência publicitária, e me recordo de um colega bonitinho e ingênuo (pra não dizer alienado) que ficou hiper entusiasmado com a possibilidade de votar no SS. Era um sonho! Votar num empresário bem-sucedido, com uma grande rede de TV, um talentoso comunicador, um sujeito que começou do zero e virou milionário, era quase equivalente a repetir o trajeto ele mesmo. Meu colega estava eufórico com a possibilidade de votar num gênio (QI se mede em dólares) e subir na vida por osmose.
Infelizmente pra ele, o TSE acabou cassando a candidatura de SS (não acredita? Eu sei, é difícil! Mas veja um dos vídeos da campanha), e meu colega teve de se contentar em votar no Collor mesmo, porque naquele sapo barbudo (um sindicalista! Arruaceiro! Encrenqueiro! Desses que só atrapalham as pessoas sérias e honestas como o SS!), nem pensar.
As pessoas se esquecem que TV é concessão pública. As emissoras não têm, ou não deveriam ter, total autonomia pra fazer o que quiserem. Pô, a gente quer mesmo uma TV que faz uma menininha chorar em cena todo domingo? O Ministério Público Estadual demorou um monte pra proibir essa abominação. Mas na sexta saiu a sentença: alvará revogado. Maísa não poderá mais contracenar com seu chefe, ainda que seguirá apresentando desenhos animados.
Será que esse caso Maísa vai repercutir como a famosa freada no Faustão há mais de uma década? Eu nunca via TV no domingo, com exceção do Fantástico (que parei de assistir uns quinze anos atrás, no mínimo, quando reparei que a musiquinha me deprimia e representava o final do meu fim de semana). Mas lembro bem da repercussão do Latininho e do sushi erótico no Domingão do Faustão. Embora as duas coisas estejam emboladas na minha mente, pesquisando eu descobri que mais de um ano separou as duas atrocidades. Latininho foi em setembro de 1996. Faustão brigava ponto a ponto com o Domingo Legal do Gugu. Gugu mostrava a sua banheira, com as modelos seminuas, em plena tarde. Entre muitas bizarrices, ele exibia dois irmãos mexicanos que sofriam da Síndrome de Lobisomem (ou seja, cobertos de pelos). Faustão então contra-atacou com um rapaz de 15 anos, e idade mental de 3, que media menos de 90 cm e foi posto no ar pra imitar o Latino (do “Lá no meu apê” - conheço a canção por cortesia dos meus vizinhos). A declaração do Faustão depois do escândalo foi lapidar: “Ele [Latininho] estava tão feliz em participar do programa que na hora eu não tive como dizer não”. É parecido com o que falam da Maísa hoje: ela é quem quer aparecer na TV, a gente só deixa... O caso Latininho deixou chateado o Boni, então chefão da programação da Globo. Boni não era bobo: ele sabia que mais convem à TV se “auto-regular” que sofrer censura externa. Então lançou algumas diretrizes a serem seguidas para coibir esses abusos. Não adiantou muito: um ano depois, em outubro de 97, ocorreu o episódio do sushi erótico. Atores globais apareceram degustando peixe cru, usando mulheres nuas (e mudas) como bandejas (tem o vídeo aqui). Nesse episódio eu lembro de um professor inglês colega meu, que dizia ser impensável presenciar algo assim na TV britânica. Ele também falava que a dança da garrafa jamais seria permitida por lá, por ser explícita demais.
Doze anos depois, o que realmente mudou? Mulheres deixaram de ser mostradas como objetos na TV? Os programas pararam de rir de pessoas que não têm condições de se defender (crianças e deficientes mentais, por exemplo)? O público que se diz indignado já pôs os seus aparelhos de TV pra fora de casa, como faz a família no final de Poltergeist?
Bom dia LOla!
ResponderExcluirNosso sistema é realmente autodestrutivo mesmo....vale tudo!
Abraços!
Oi!
ResponderExcluirTava falando sobre isso com meu namorado ontem, ele que trabalha no MP me falo uma coisa que faz sentido mesmo, tirar a Maisa da TV pode ser pior pra ela, que agora tem toda essa badalação, dinheiro e ahm, felicidade ehuhae
mas a MAE depois que bater a cabeça manda volta.. meu cristo...
é bom que ela ganhe bastante dinheiro agora mesmo pq vai precisar pra terapia =D
Lola, veja este vídeo.
ResponderExcluirNão é Maísa, mas é bem apropriado. Mostra apenas uma das várias formas de deturpação que nossas crianças sofrem hoje.
http://www.youtube.com/watch?v=ESQlryualZ4&feature=related
Lola, esta história da Maísa está me deixando enjoada...
ResponderExcluirbeijos
ah o Silvio Santos foi um Gênio, mas acho que a hora dele já passou, ele esta passando do tempo e da noção já!
ResponderExcluirEu nunca assisti esse quadro do SS com a Maysa, também acho de um tremendo mau-gosto, além de completamente sem-graça. A Maysa fez sucesso com suas tiradas no "Sábado Animado", quando atende às crianças que telefonam para o programa. Mas até aí, é uma criança interagindo com outras, de forma espontânea. E nessa espontaneidade que estava a graça. Agora, essas de SS perguntar e direcionar as respostas da menina é ridículo. Dá pra ver que é tudo ensaiado, é constrangedor.
ResponderExcluirQuanto a publicidade envolvendo (e direcionada às) crianças, é uma das coisas que mais abomino, de verdade. Aliás, é um grande motivo da minha implicância ferrenha com a Xuxa e o McDonald's. Felizmente, medidas têm sido tomadas a fim de regulamentar esse tipo de propaganda. Dia 21 desse mês houve um seminário em Seattle, "Advertising Law in a Global World", e fomos muito bem representados pelo advogado Valdir rocha, que palestrou sob o tema "Banning Advertising to Children in Brazil". Há também projeto de lei tramitando no Congresso que visa proibir a venda conjunta de lanche e brinde (link: http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia.aspx?cod=84994).
Vale também conhecer o trabalho do Instituto Alana, que discute e propõe o combate ao consumismo infantil: http://www.alana.org.br/
(mas eu falo mais que o homem do saco...)
Gabixi, acho melhor essa badalação acabar agora, q ela ainda é pequena, do q prolongar a história e aumentar os danos...
ResponderExcluiressa menina me faz lembrar a Simony... praticamente nasceu em cima do palco, no auge do Balão Mágico... depois q cresceu e a banda acabou, não soube mais oq fazer pra aparecer na mídia... posou nua, fez militância pra soltar um detento pq era pai do seu filho (???), filmou um parto e mandou pra tv (???), e assim por diante. esses dias vi uma participação dela num programa do SBT onde a pessoa responde perguntas e uma máquina diz se é verdade ou não... e nesse dia deu dó dela (antes eu tinha raiva). ela admitiu tranquilamente q pra ela seria incrivelmente difícil viver sem ser reconhecida na rua, sem q as pessoas apontem pra ela, peçam autógrafos, etc, pq ela foi criada assim e se sentiria vazia sem isso. ela tocou no ponto X da questão das crianças prodígio. elas constróem a subjetividade em cima do público, e não de quem elas são. aí ficam pra sempre escravas do olhar alheio. por isso q esse tipo de trabalho infantil tinha q ser proibido, ainda q a criança adore (quem não adoraria estar no lugar delas?)
Bastante oportuna a sua postagem, Lola! Eu comecei a escrever sobre isso ontem, mas o Virtua entrando e saindo do ar não está me deixando terminar... :-(
ResponderExcluirConcordo com você, tem muuuuuita coisa errada nessa história toda.
A parte que mais me chocou foi o auditório gritando em coro "medrosa, medrosa", que pesadelo. Uma coisa é certa: já ficou bem feio para o SBT.
ResponderExcluirExcelente, Lola, outro dia quase enfartei lendo no twitter um amigo dizer que acha que o MP se meter no caso Maysa é stalinismo, fascismo etc. Eu ia responder exatamente isso aí- tv é concessão pública, a que público interessa ver criança sendo humilhada? Eu nem tenho coragem de ver esse segundo vídeo. Tv aberta lá em casa só pra ver o Coringão e F1 também.
ResponderExcluirGente, como assim a mãe da menina assiste a esse negócio e permite? Não que seja só função da mulher cuidar do bem-estar das crianças, é de todos nós, podia ser o pai dela também assistindo.
ResponderExcluirQuando no vídeo ela diz que "ama" muito o Silvio Santos, a impressão que dá é de alguém ter mandado ela dizer isso, tipo para aliviar a questão pública em torno do odioso patrão.
E o que é essa mulherada fazendo coro de "medrosa!", "medrosa"?!?
Enojante!
o problema todo é que o povo não tem discernimento, poder de escolha. em 90% do brasil só pega globo e sbt, vai assistir oq? não há escolha. e qdo há, o povo não sabe escolher. não tenho nada contra silvio, faustao, globo, só não assisto mais. rádio tb, cansei de dizerem pra mim qual o último sucesso, com a internet vou a busco as músicas q gosto.
ResponderExcluirEu não assisto TV aberta há muitos anos, uns 10, pelo menos, eu não vejo a Globo ou SBT... Esses programas de Domingo foram os primeiros que eu deixei de ver.
ResponderExcluirA primeira vez que vi essa garota na TV foi no canal infantil que meus filhos assistem, na TV paga, ela fazia propaganda de brinquedos, variados e de uma boneca com seu rosto... Antes já tinha ouvido falar dela no programa Pânico na TV que, na época, perseguia SS tentado arranjar uma autorização dele para entrevistá-la... Ontem deixei um comentário sobre esse caso lá no Síndrome de Estocolmo...
Esse caso é horroroso e infelizmente não é o único, a TV hoje é cada vez mais um freak show ... Tenho muita pena dessa criança, de todo o resto tenho muito nojo, não assisti esse vídeos, não tenho estomago para esse tipo coisa. Não quero julgar os pais, mas está muito difícil não fazê-lo... A que ponto chega a corrupção do ser humano??? Fico indignada, muito mesmo, não há ninguém para defendê-la, os pais, a justiça e a sociedade, ninguém vê o que está acontecendo?
Acho que o melhor para a Maisa era ter sua infância preservada, e não ser chacota na televisão para dar IBOPE a um programa de TV, é pena que ninguém nem mesmo seus próprios pais ou a justiça, na ausência e omissão desses, achem assim.
L.M.
ResponderExcluirTbm deixei de ouvir rádio há anos, até que achei esta:
www.territorioeldorado.limao.com.br
Já descobri nessa várias músicas (novas ou antigas) que eu não conhecia e passei a gostar.
É bem como a Liliane falou, a gente não quer julgar os pais mas acaba fazendo, porque a obrigação deles é proteger a criança.
ResponderExcluirClaro que o dinheiro que ela ganhou/ganha vai proporcionar um futuro mais tranquilo, mas a que custo?
A indignação com a situação toda é inevitável, mas posso dizer que esse sentimento veio com maior força em relação aos pais dessa criança.
ResponderExcluirNão sou mãe, mas eu, até hoje ainda não tinha visto uma mãe, que ao presenciar seu filho ou sua filha desesperado/a por um susto não tivesse ido ao encontro de sua cria e tratado de defendê-lo com unhas e dentes.
A mãe da Maísa, quando procurada por ela ao chorar e sentir dor por ter esbarrado na câmera, teve a atitude absurda de mandá-la voltar ao palco. Quanta insensibilidade!
Eu confesso que achava essa menina um pouco chatinha, preconceituosa, mal-educada, mas é uma criança!
Quando vi essa cena nos videos do youtube, a vontade que deu foi de ir até aquele palco e dar uns tapas no Silvio Santos e colocá-la nos meus braços!
Fiquei horrorizada com o vídeo. O SS faz uma verdadeira tortura psicológica com a menina. E essa platéia, meodeosdocéu? Todo mundo gritando "medrosa, medrosa"? Será que ninguém ali parou para pensar nem um pouquinho? Que horror.
ResponderExcluirFora isso, detestável a frase "nenhum homem vai querer se casar com você porque você é encrenqueira". Ah é, porque casar deve ser nossa prioridade número 1. Nossa única preocupação deve ser agradar os homens -- por isso, não podemos ter opinião nem ser encrenqueiras, naninina. Temos de ser dóceis. Ah, vá!
Mas o que mais me deixou chocada com o vídeo foi mesmo a atitude da menina. O tempo todo pedindo permissão. "Sílvio, semana que vem eu gravo dois programas, mas me deixa ir embora agora". Tá na cara que ela é explorada. Nenhuma criança devia ter tal preocupação.
Tô feliz que a justiça tenha proibido a Maísa de aparecer na TV. Todo esse abuso e a tortura psicológica a que essa garota está sendo submetida tem que chegar ao fim. Essa história já passou dos limites. Maísa virou um miquinho treinado de auditório, um produto pré-fabricado e uma máquina de fazer dinheiro para os pais e para o SBT. Como se já não bastasse tudo isso, a menina está com a cara em todos os jornais e revistas do país. Tanta fama não é saudável para criança nenhuma. E eu sinto tanta misoginia direcionada a ela. Fico chocada ao ver os homens morrendo de rir e se regozijando ao ver Maísa chorando e sendo maltratada por SS.
ResponderExcluirNa verdade, o que me choca mais nisso tudo nem é a atitude do SS, porque dele, a gente sempre pode esperar tudo. O que me choca é a atitude do público, que age como se fosse normal trancar uma menina numa mala ou explorar cruelmente um medo da criança por audiência. Eu queria saber de onde vem tanta schadenfreude. Aquele coro de "medrosa" me fez pensar que eu estava vendo um gladiador sendo jogado na arena para lutar com os leões.
Eu tenho muita pena da Maísa. Porque o mundo é injusto com revelações como ela. Daqui a pouco, quando ela crescer um pouco e não for mais engraçadinha, ela será descartada e trocada por alguma outra novidade. Ou seja, estamos olhando para uma Simony em formação.
Agora é oficial:
ResponderExcluirSegundo o conselho tutelar, Maisa é feliz e tem bons pais!
http://noticias.uol.com.br/ooops/ultnot/2009/05/25/ult2548u737.jhtm
Muito triste mesmo, mas como tirar do ar uma criança explorada, abriria um precedente, né? E as outras teriam que ser respeitadas também né? Então chama logo a pizza, que é mais fácil...
Dizer que o SS asustou a menina com um monstro é demais. O monstro a que você se refere é um menino, tão criança quanto a fedelha mimada. Desaprovo a atitude do SS também e já achei um absurdo a Maisa na tv desde a primeira vez que a vi nem falando direito, mal apresentando um programa ao vivo e agredindo as crianças participantes do programa caça níqueis dos pais que deixam seus filhos assistirem aquilo.
ResponderExcluirIsso já tá enjoando... Concordo com isso. Prefiro a Malisa do Pânico.
A televisão criou tantos artifícios para entrar na casa dos outros, que hoje em dia muita gente acorda e liga o aparelho, fica lá na ligado para as paredes, mas está ligado, como um ser da família.
ResponderExcluirE o que acontece é isso que se vê. Uma menina como essa que deveria estar brincando, está fazendo um programa...
O negócio é escrevermos contra, na esperança de que as pessoas troquem a TV por uma passeio na praça...
Não vi esse episódio, mas li sobre ele, e engraçado é que a proibição da apresentação da menina parece punição a ela e não aos responsáveis pelas descabidas exibições. Dá náusea.
ResponderExcluirPara mim esses programas de televisão são a reedição do Circo dos Horrores que existia em meados do final de século XIX, início do século XX.
ResponderExcluirManjam aquelas atrações que mostravam a mulher barbada, as irmãs siamesas, etc.
É mais ou menos por aí.
Pior é que o cerumano acha tudo muito 'interessante'. Um anãozinho com 90 cm de altura, um bebê com 27 anos, um adolescente que mede 2,37cm de altura, etc.
A natureza humana adora um bizarro, taí a internet (e as pesquisas google do seu contador de visitas) que não me deixa mentir.
Tem show de bizarrice, porque tem público que se interessa.
Infelizmente
:(
Ah, sim, e a Maísa, de certa forma é também uma atração bizarra.
ResponderExcluirUma menina de menos de 6 anos que se comporta como se fosse uma animadora de TV com 4 vezes a sua idade.
(Eu simplesmente de-tes-to "criança prodígio". Me assusta ver essas coisas, estilo 'Pazuzu Rules' sabe? Parece que a qualquer momento a cabeça da criança girará numa volta de 360º e um jato de sopa de ervilha sairá da garganta delas.
Medão! )
O pior disso tudo eh que as pessoas gostam,
ResponderExcluire a minha professora de Sociologia na Universidade adora dar aulas dando exemplos de coisas bizarras da TV que ela diz que ama...
Lola, o caso da Maisa tem que ser solucionado,
ResponderExcluirjá o caso da TV,
bem dificil dizer, vc e eu sabemos que essas coisas aumentam audiência, lucro, então dificil dizer se vai mudar algum dia,
Não posso dizer muito pois não sei muito, então acredito que a TV
nunca realmente se preocupa com as pessoas, a cultura do livro,
essas coisas que são essencias para as formação de pessoas conscientes.
ate mais
Noooooossa, nem sei se acabou essa folia da Maísa. Realmente não vejo TV. Mas eu soube de um momento horrível em que o SS a colocou numa mala... Puxa, os pais se vendem por tão pouco, né? Não é justo eles ganharem dinheiro em cima da menina. Pior que a gente nem sabe se ela realmente vai ver a cor do dinheiro que ganhou pra seus pais sendo humilhada na TV. Mas não tenho nenhuma dúvida de que ela foi vítima de misoginia. Toda menina é considerada "chata" se não se calar e obedecer.
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