Em janeiro de 2003, publiquei esta série de crônicas sobre as férias minhas e do maridão ao sul do Sul. Que eu me lembre, elas foram publicadas num caderno do jornal A Notícia, o AN Verão, ou pode ter sido no AN Cidade. Mas fizeram sucesso. Eu recebia várias mensagens dos leitores e, principalmente, das leitoras - boa parte querendo o maridão emprestado. É que ele andava tão bem-humorado... Bons tempos aqueles! Vou colocar os textos aqui, pouco a pouco, pra vocês desfrutarem das férias muito fofas que tivemos.
FÉRIAS QUE TE QUERO ETERNAS
Minha saudosa leitora, meu apetitoso leitor, aqui me tens de regresso. Opa, o "apetitoso" da frase anterior só vale pros maiores de 18 anos, que não quero ir pra cadeia. Como estava dizendo, voltei. Saí de férias e fiz minha terceira tradicional viagem ao sul do Sul. Eu e o maridão pegamos o carro e fomos sem destino por aí. Recomendo essa viagem pra todo mundo – se possível, com uma companhia melhor. Coitadinho do maridão. Até que ele se comportou bem; foi como uma segunda lua-de-mel, só que sem sexo. Que injusto! É mentira! Ele compareceu bastante. Bom, toda essa lengalenga foi só pra anunciar que minhas estonteantes férias dão material pra umas trinta crônicas, e se eu enrolar bem, coisa que não faço, óbvio, umas cinqüenta. Então você já sabe qual será o tema recorrente da minha coluna nos próximos dois anos.
Após tantas viagens, sinto-me uma especialista no Sul do país. A gente passa por cada cidadezinha, vê cada coisa... Mas um dos meus passatempos favoritos é ficar lendo o mapa enquanto o maridão dirige. E cantando musiquinhas pra entretê-lo. Por exemplo, quando chegamos em Jaguarão, fronteira com o Uruguai, eu cantei "Trem das Onze" em homenagem: "Não posso ficar nem mais um minuto com você / Sinto muito amor, mas não pode ser / Moro em Jaguarão...". Nessas horas, ele revira os olhos e começa a gritar "Dorme aí!". Quando eu dirijo, o maridão não tem a opção de ler o mapa, já que a idade dele não permite. Geralmente, ele fica ou olhando espantado pro velocímetro (eu raramente dirijo a mais de cem por hora, mas pra ele qualquer coisa acima de 60 já é chocante), ou dormindo de boca aberta. Depende do humor.
Às vezes a gente também conversa. As placas na estrada são sempre um assunto instigante. No Uruguai, eu servi de intérprete pra ele. Disse: "Olha a placa. Puente angosto. Angosto é estreito". Ele: "Se angosto é estreito, então angostiante é...". Eu, interrompendo: "...Angostiante é seu portunhol, amore!". Foram momentos felizes.
O NOME DIZ TUDO
Antes de prosseguir com minha saga sobre a viagem pro sul do Sul, queria abrir um parêntesis sobre os nomes das cidades. Não conheci todas as vilas que citarei, algumas só vi no mapa. Mas quando passei por uma chamada Baú de Baixo, pensei: pô, este não deve ser o primeiro destino de casais em lua de mel, né? Como se vê, nomes são fundamentais para o potencial turístico de um município. Compare uma cidade gaúcha chamada Glorinha com lugares do tipo Witmarsun ou Dalbérgia. Quem não ficaria com Glorinha? É tão terno...
Não quero ofender ninguém, inclusive já conheci duas pessoas de Trombudo Central, e ambas são de bem, sem grandes traumas com o nome da cidade onde nasceram, embora eu tenha notado que, ao perguntar pra elas de onde vêm, elas respondem bem baixinho, quase sussurrando. Convenhamos: Trombudo Central não é um nome legal, até porque implica que existe um (Deus proíba!) Trombudo do Norte. Pelo que me lembro, Trombudo fica próxima a Pouso Redondo. Eu e o maridão discutimos horas sobre por que o pouso seria redondo, mas não chegamos a nenhuma conclusão. O que me preocupa mesmo é como se denomina alguém de lá: Pouso Redondense ou Pousudo?
É claro que cidades que levam o nome de Feliz e Alegrete atraem mais gente que Rancho Queimado ou Faxinal do Soturno. Dizem que Sombrio tem até praia, mas ninguém ainda se arriscou a entrar lá pra provar. Por que colocar um nome desses num balneário? Só pra afastar os argentinos? Recomendo que mudem o nome pra Sombra e Água Fresca ou Sombrero, que significa chapéu em espanhol – os argentinos vão entender a mensagem.
Triste mesmo é Formigueiro. De onde você vem? De Formigueiro. Só porque o descobridor daquelas bandas pisou em um assim que pôs os pés por lá, não precisava descontar na cidade inteira batizando-a com esse nome. Mas não me leve a mal, prezado formigueirense. Vai ver que sua cidade é um paraíso na terra. Bom, viagem é viagem. Nas férias, eu iria até à Anta Gorda, se não me soasse como um insulto pessoal.
FÉRIAS QUE TE QUERO ETERNAS
Minha saudosa leitora, meu apetitoso leitor, aqui me tens de regresso. Opa, o "apetitoso" da frase anterior só vale pros maiores de 18 anos, que não quero ir pra cadeia. Como estava dizendo, voltei. Saí de férias e fiz minha terceira tradicional viagem ao sul do Sul. Eu e o maridão pegamos o carro e fomos sem destino por aí. Recomendo essa viagem pra todo mundo – se possível, com uma companhia melhor. Coitadinho do maridão. Até que ele se comportou bem; foi como uma segunda lua-de-mel, só que sem sexo. Que injusto! É mentira! Ele compareceu bastante. Bom, toda essa lengalenga foi só pra anunciar que minhas estonteantes férias dão material pra umas trinta crônicas, e se eu enrolar bem, coisa que não faço, óbvio, umas cinqüenta. Então você já sabe qual será o tema recorrente da minha coluna nos próximos dois anos.
Após tantas viagens, sinto-me uma especialista no Sul do país. A gente passa por cada cidadezinha, vê cada coisa... Mas um dos meus passatempos favoritos é ficar lendo o mapa enquanto o maridão dirige. E cantando musiquinhas pra entretê-lo. Por exemplo, quando chegamos em Jaguarão, fronteira com o Uruguai, eu cantei "Trem das Onze" em homenagem: "Não posso ficar nem mais um minuto com você / Sinto muito amor, mas não pode ser / Moro em Jaguarão...". Nessas horas, ele revira os olhos e começa a gritar "Dorme aí!". Quando eu dirijo, o maridão não tem a opção de ler o mapa, já que a idade dele não permite. Geralmente, ele fica ou olhando espantado pro velocímetro (eu raramente dirijo a mais de cem por hora, mas pra ele qualquer coisa acima de 60 já é chocante), ou dormindo de boca aberta. Depende do humor.
Às vezes a gente também conversa. As placas na estrada são sempre um assunto instigante. No Uruguai, eu servi de intérprete pra ele. Disse: "Olha a placa. Puente angosto. Angosto é estreito". Ele: "Se angosto é estreito, então angostiante é...". Eu, interrompendo: "...Angostiante é seu portunhol, amore!". Foram momentos felizes.
O NOME DIZ TUDO
Antes de prosseguir com minha saga sobre a viagem pro sul do Sul, queria abrir um parêntesis sobre os nomes das cidades. Não conheci todas as vilas que citarei, algumas só vi no mapa. Mas quando passei por uma chamada Baú de Baixo, pensei: pô, este não deve ser o primeiro destino de casais em lua de mel, né? Como se vê, nomes são fundamentais para o potencial turístico de um município. Compare uma cidade gaúcha chamada Glorinha com lugares do tipo Witmarsun ou Dalbérgia. Quem não ficaria com Glorinha? É tão terno...
Não quero ofender ninguém, inclusive já conheci duas pessoas de Trombudo Central, e ambas são de bem, sem grandes traumas com o nome da cidade onde nasceram, embora eu tenha notado que, ao perguntar pra elas de onde vêm, elas respondem bem baixinho, quase sussurrando. Convenhamos: Trombudo Central não é um nome legal, até porque implica que existe um (Deus proíba!) Trombudo do Norte. Pelo que me lembro, Trombudo fica próxima a Pouso Redondo. Eu e o maridão discutimos horas sobre por que o pouso seria redondo, mas não chegamos a nenhuma conclusão. O que me preocupa mesmo é como se denomina alguém de lá: Pouso Redondense ou Pousudo?
É claro que cidades que levam o nome de Feliz e Alegrete atraem mais gente que Rancho Queimado ou Faxinal do Soturno. Dizem que Sombrio tem até praia, mas ninguém ainda se arriscou a entrar lá pra provar. Por que colocar um nome desses num balneário? Só pra afastar os argentinos? Recomendo que mudem o nome pra Sombra e Água Fresca ou Sombrero, que significa chapéu em espanhol – os argentinos vão entender a mensagem.
Triste mesmo é Formigueiro. De onde você vem? De Formigueiro. Só porque o descobridor daquelas bandas pisou em um assim que pôs os pés por lá, não precisava descontar na cidade inteira batizando-a com esse nome. Mas não me leve a mal, prezado formigueirense. Vai ver que sua cidade é um paraíso na terra. Bom, viagem é viagem. Nas férias, eu iria até à Anta Gorda, se não me soasse como um insulto pessoal.
Nada como dar boas risadas no sábado de manhã. Aqui em SC além de Trombudo Central, tem o município de Braço do Trombudo.
ResponderExcluirLola, vou postar aqui, pois não sei se você vai conseguir ver os comentários nos posts de quinta. Tive até de fazer post às pressas: já viu o novo update feito pelo pessoal do concurso de webmusa?
ResponderExcluirUPDATE 3 - Em virtude de mais alguns questionamentos, agora levantados por alguns blogueiros a respeito da categoria webmusa, gostaríamos de dizer que a mesma foi definida de acordo com o perfil da PIX, de DIVERSÃO DIGITAL (fun, entretenimento). A categoria, quando retirada do contexto geral da premiação ou utilizada em uma discussão mais profunda sobre o papel da mulher na sociedade, ganha dimensões que não fazem parte do DNA da PIX.
Eu SEMPRE me divirto vendo nomes estranhos de cidade. Hahahaha. Tinha uma aqui do estado de São Paulo que tinha um bizarríssimo, mas droga, não consigo lembrar.
ResponderExcluirAgora, Alegrete, apesar de toda... felicidade?, acho um nome muito feio. E quem é de lá é alegre? Alegrinho? Alegretense?
Mas é, Trombudo Central realmente...
- Lívia F.