O título deste guest post é a opinião da Marjorie, que além de ter um ótimo blog, é jornalista numa grande empresa de notícias.
Quando entrei na empresa jornalística em que trabalho, quase me fizeram fazer voto de silêncio! Já na entrevista de emprego, foram logo me perguntando se eu tinha blog, se ia falar da empresa nele... Não larguei meu blog (nem largaria, ora!) mas evito escrever especificamente sobre a XXX pra não me demitirem (isso também daria um post sobre as censuras que a gente tem de enfrentar no dia a dia).
Mas tem muita coisa que a gente vê lá que é regra, que acontece em todas as redações. Essa de negligenciar as pautas de lugares "pequenos" é um costume. "Quem se importa com esse fim de mundo?", é o que se ouve. O sofrimento de uma família rica tem de ser preservado, já o da pobre pode ser escancarado. O caso Eloá é um bom exemplo: no começo do ano, sequestraram o filho do Maurício de Sousa e ninguém publicou uma palavra (sob ordens da polícia), para não prejudicar as investigações. Só noticiaram quando o menino foi solto. Agora, um sequestro na periferia é noticiado na hora e com destaque, falam com o sequestrador, não tão nem aí... E uma coisa que todo mundo aprende no primeiro ano da faculdade (qualquer faculdade!) é que não se noticia suicídio, sequestro (a não ser que a polícia julgue que isso vai ajudar), nem se revela nome de vítima de estupro. Mas parece que tudo o que a gente vê na faculdade não acontece no mundo real.
Outro costume é considerar pessoas como meros números. Quando morrem dois soldados americanos no Iraque, é notícia. Quando morrem 20 civis iraquianos (ou iranianos, indianos, cambojanos, etc etc), o pessoal fala "ah, acho que não vale noticiar isso... É pouco. Vamos esperar morrerem mais". Sim, desse jeito. O triste é que sempre morrem mais mesmo. Eles podem dizer que é uma questão de padrão, que nesses países sempre morre muita gente todo dia, mas você vê que as vítimas desses países não são tratadas de forma tão humanizada quanto as outras. Um soldado americano morto tem nome e sobrenome, idade, às vezes até nome da mãe e do pai. Iraquianos são apenas números.
O critério editorial aqui é: "essa notícia tem impacto no mercado financeiro? Se não, não precisa". Quando tava tendo genocídio no Zimbábue, o chefe daqui veio e disse: "vocês está dando notícia demais sobre o Zimbábue. Nossos clientes estão reclamando. Eles não investem lá". Então, eu não me iludo. Trabalho porque preciso, mas se pudesse não colaboraria com esse sistema. Tenho consciência de que, além do mercado, quem mais se beneficia do meu trabalho é o dono da empresa em que trabalho, que lucrou 17 bilhões de dólares no ano passado (enquanto os funcionários se acham super classe alta por ganhar 2 mil reais). A sociedade é a última a se beneficiar do jornalismo.
Acho que essa é a grande decepção de todo estudante - que a sociedade não se beneficia do jornalismo. Todo calouro de jornalismo diz que escolheu a profissão por sua função social. Quando a gente começa a trabalhar, vê que a função do jornalismo é manter o status quo. Ninguém na redação está pensando no leitor ao escrever ou bolar pautas. Quando trabalhava em revista, que é muito dependente de anunciante, as pautas eram pensadas de acordo com o tipo de anunciante que podiam trazer. Quando se faz uma matéria com um ranking sobre as melhores escolas de SP, o objetivo não é ajudar o leitor a dar uma boa formação pro filho, mas ver quantos daqueles colégios vão querer anunciar na revista. Pode reparar. Os anúncios sempre "combinam" com as matérias que tem nas revistas. Enfim, o jornalista escreve pensando em muita gente, antes de pensar na sociedade. Está pensando no chefe, no anunciante, no investidor... O público é o último da cadeia. Aliás, tem um blog muito legal sobre como os jornalistas agem em relação aos leitores.
Outro mito: que jornalistas são modernos, descolados, cabeça aberta... Nunca ouvi tantas declarações preconceituosas e conservadoras quanto nas redações. Mais um mito: jornalista tem de ser criativo. Tem nada. Toda criatividade é tolhida. Os editores se irritam com qualquer idéia fora do padrão "o que aconteceu, onde e com quem", o chamado lide. Por isso os textos no jornal são todos iguais, não têm alma...
Por essas e outras, estou considerando mudar de profissão. Vou terminar a faculdade porque já está acabando, mas não pretendo ser jornalista pro resto da vida. Fora que as condições de trabalho são péssimas. Jornalista ganha MUITO mal (o salário "piso" da Folha de S. Paulo é 1200 reais e a jornada não é nem full time, é full life!), tem de passar por vários perrengues (que se eu fosse citar, o comentário ficaria enorme), e vive sob pressão. Desse jeito, fica difícil produzir matérias de qualidade mesmo...
Leia outros guest posts: Cavaca explica como são as gorjetas em Portugal e narra alguns "causos", Cris diz como escapou da morte quando foi anoréxica, Patricia ri da cara das dietas, Vitor fala como foi ser garçom num hotel de celebridades no Havaí, Tina aponta o desrespeito, e Taia conta sua história de horror. Se quiser participar, este é um blog democrático, aberto a outras experiências.
Mas tem muita coisa que a gente vê lá que é regra, que acontece em todas as redações. Essa de negligenciar as pautas de lugares "pequenos" é um costume. "Quem se importa com esse fim de mundo?", é o que se ouve. O sofrimento de uma família rica tem de ser preservado, já o da pobre pode ser escancarado. O caso Eloá é um bom exemplo: no começo do ano, sequestraram o filho do Maurício de Sousa e ninguém publicou uma palavra (sob ordens da polícia), para não prejudicar as investigações. Só noticiaram quando o menino foi solto. Agora, um sequestro na periferia é noticiado na hora e com destaque, falam com o sequestrador, não tão nem aí... E uma coisa que todo mundo aprende no primeiro ano da faculdade (qualquer faculdade!) é que não se noticia suicídio, sequestro (a não ser que a polícia julgue que isso vai ajudar), nem se revela nome de vítima de estupro. Mas parece que tudo o que a gente vê na faculdade não acontece no mundo real.
Outro costume é considerar pessoas como meros números. Quando morrem dois soldados americanos no Iraque, é notícia. Quando morrem 20 civis iraquianos (ou iranianos, indianos, cambojanos, etc etc), o pessoal fala "ah, acho que não vale noticiar isso... É pouco. Vamos esperar morrerem mais". Sim, desse jeito. O triste é que sempre morrem mais mesmo. Eles podem dizer que é uma questão de padrão, que nesses países sempre morre muita gente todo dia, mas você vê que as vítimas desses países não são tratadas de forma tão humanizada quanto as outras. Um soldado americano morto tem nome e sobrenome, idade, às vezes até nome da mãe e do pai. Iraquianos são apenas números.
O critério editorial aqui é: "essa notícia tem impacto no mercado financeiro? Se não, não precisa". Quando tava tendo genocídio no Zimbábue, o chefe daqui veio e disse: "vocês está dando notícia demais sobre o Zimbábue. Nossos clientes estão reclamando. Eles não investem lá". Então, eu não me iludo. Trabalho porque preciso, mas se pudesse não colaboraria com esse sistema. Tenho consciência de que, além do mercado, quem mais se beneficia do meu trabalho é o dono da empresa em que trabalho, que lucrou 17 bilhões de dólares no ano passado (enquanto os funcionários se acham super classe alta por ganhar 2 mil reais). A sociedade é a última a se beneficiar do jornalismo.
Acho que essa é a grande decepção de todo estudante - que a sociedade não se beneficia do jornalismo. Todo calouro de jornalismo diz que escolheu a profissão por sua função social. Quando a gente começa a trabalhar, vê que a função do jornalismo é manter o status quo. Ninguém na redação está pensando no leitor ao escrever ou bolar pautas. Quando trabalhava em revista, que é muito dependente de anunciante, as pautas eram pensadas de acordo com o tipo de anunciante que podiam trazer. Quando se faz uma matéria com um ranking sobre as melhores escolas de SP, o objetivo não é ajudar o leitor a dar uma boa formação pro filho, mas ver quantos daqueles colégios vão querer anunciar na revista. Pode reparar. Os anúncios sempre "combinam" com as matérias que tem nas revistas. Enfim, o jornalista escreve pensando em muita gente, antes de pensar na sociedade. Está pensando no chefe, no anunciante, no investidor... O público é o último da cadeia. Aliás, tem um blog muito legal sobre como os jornalistas agem em relação aos leitores.
Outro mito: que jornalistas são modernos, descolados, cabeça aberta... Nunca ouvi tantas declarações preconceituosas e conservadoras quanto nas redações. Mais um mito: jornalista tem de ser criativo. Tem nada. Toda criatividade é tolhida. Os editores se irritam com qualquer idéia fora do padrão "o que aconteceu, onde e com quem", o chamado lide. Por isso os textos no jornal são todos iguais, não têm alma...
Por essas e outras, estou considerando mudar de profissão. Vou terminar a faculdade porque já está acabando, mas não pretendo ser jornalista pro resto da vida. Fora que as condições de trabalho são péssimas. Jornalista ganha MUITO mal (o salário "piso" da Folha de S. Paulo é 1200 reais e a jornada não é nem full time, é full life!), tem de passar por vários perrengues (que se eu fosse citar, o comentário ficaria enorme), e vive sob pressão. Desse jeito, fica difícil produzir matérias de qualidade mesmo...
Leia outros guest posts: Cavaca explica como são as gorjetas em Portugal e narra alguns "causos", Cris diz como escapou da morte quando foi anoréxica, Patricia ri da cara das dietas, Vitor fala como foi ser garçom num hotel de celebridades no Havaí, Tina aponta o desrespeito, e Taia conta sua história de horror. Se quiser participar, este é um blog democrático, aberto a outras experiências.
hj em dia entendo bem porque minha mae desistiu da carreira de jornalista quando eu tinha 7 anos.
ResponderExcluirnessa epoca eu sonhava em ser jornalista como ela e foi meio que um choque ve-la desistindo.
da-lhe mamis e marjorie! nao vendendo suas dignidades!
bom, eu nem tenho como comentar sem ser repetitiva. porque na verdade o problema do mundo pra mim eh um soh e eu ja falei demais sobre ele... enfim...
ah, queria fazer um comentariozinho sobre seu pors anterior, mas como to meio sem paciencia pra esse tal de joao (e pra muitas outras coisas tb), vou ser curta e grossa:
joao, se vcs homens sao animais irracionais que nao podem sentir cheiro de mulher que instintivamente ja vao atacando, talvez fosse melhor a gente chamar o darwin pra discutir evolucao.
SEU TROGLODITA!
ah, lola, e nao, eu nao briguei com ele porque ele nao entende o que eu estou passando.
ele começou a brigar comigo... me chamando de preguiçosa, fraca, irresponsavel, etc. eu apenas tentei me defender e a coisa virou uma briga FEIA (sem agressoes fisicas, claro, porque meu namorado ja eh um bipede evoluido). enfim, passamos alguns dias discutindo ate que ele resolveu ir pesquisar sobre o assunto e me pediu desculpas. agora esta realmente se esforçanco em me ajudar e a superarmos juntos essa fase ruim.
:)
e pra terminar, tem um probleminha no link que ta aqui:
"Aliás, tem um blog muito legal sobre como os jornalistas agem em relação aos leitores."
um beijo pra vc!
Lola e Marjorie. Adorei o post, estou de alma lavada, como jornalista que migrou das redações e hoje vive de outra coisa, posso asseverar: é tudo verdade. Com o relato da Marjorie lembrei daquele maravilhoso filme alemão: 'a vida dos outros', o texto sobre suícidio escrito numa máquina escondida sob a soleira, que viaja de uma Alemanha à outra para denunciar a dor impingida aos artistas. Me fez pensar o quanto o jornalismo perdeu a humanidade nesses nossos tempos de mercado ditando as pautas, ou se a sua identidade humanitária irá se manifestar apenas em momentos de opressão e silêncio imposto. Acho que estamos vivendo um momento de silêncio consentido do qual ainda não tomamos total consciência, mas para rompermos com isto, também existem os blogs. beijos.
ResponderExcluirAronovich e Marjorie:
ResponderExcluirCom toda a razão que vocês tem neste post, ainda assim, o jornalismo é a última barreira contra a bandalheira dos politicos corruptos e empresas desonestas num país democrático. Quem vivam os bons jornalistas e o bom jornalismo.
Lola:
ResponderExcluirVocê poderia, pelo menos, agradecer por eu ter ajudado a dobrar o número de comentários no seu blog.
Obs. Quando uma mulher puder fazer o que a Uma Thurman faz no Kill Bill, ela poderá fazer o que quiser que ninguém vai se meter a besta. Mas como nenhuma mulher pode fazer isso, ela deve, de todas as formas, evitar o confronto, inclusive, como eu falei, não se expondo. Foi isso que o Serge Renine, sabiamente, tentou explicar, mas nem isso você conseguiu entender.
Poxa, muito legal! Parabéns à Marjorie pela sinceridade!
ResponderExcluirTalvez jornalismo seja igual à salsicha: quando se sabe como é feito nunca mais se quer comer...
Bj
Marjorie,
ResponderExcluircomo jornalista eu entendo bem essa frustração, pra mim já começou na faculdade e hoje estou procurando outros rumos. Não é que eu não goste da profissão, eu adoro estar informada e estar perto da informação, mas principalmente adoro a capacidade que adquiri de me comunicar com qualquer tipo de público,desde leitores de um jornal popular até acadêmicos especializados.
Não me arrependo da escolha de faculdade que eu fiz, com certeza foi um fator crucial para que eu me tornasse a pessoa/profissional que sou hoje. Por outro lado, também me orgulho de ter tido coragem de buscar outras portas. De voltar a estudar, de trocar de área, de ter um emprego completamente fora do escopo do jornalismo.
Nesse emprego eu usei tudo o que aprendi sobre comunicação como jornalista, e foi justamente o que me garantiu uma promoção em pouquíssimo tempo.
Um abraço,
Renata.
www.oraculodelesbos.blogspot.com
Esse texto me lembrou um artigo da Caros Amigos:
ResponderExcluirhttp://rodiziocultural.blogspot.com/2008/05/cem-marias-para-cada-madeleine.html
June, as cadelas de rua quando estão no cio (leia tudo antes de me criticar) são seguidas por dezenas de cachorros atraídos pelo odor característico dessa fase do ciclo reprodutivo delas, mas nem os cachorros, teoricamente não dotados de racionalidade, são capazes de fazer sexo com as cadelas se elas não consentirem. OU seja, os animais que acham que não podem "inibir o instinto" são piores que os cães rabujentos de rua...
ResponderExcluirEsse é um daqueles textos que a gente só comenta pra o blogueiro saber que foi lido - porque não tem mais nada a acrescentar.
ResponderExcluirEu vivo uma situação levemente diferente, pois fiz Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV, e não em Jornalismo. Além de todas as censuras, ainda há a discriminação porque o nosso diploma é de "radialista", o que sugere uma "classe" inferior, que não pensa, não tem opinião e não está apta a escrever como um "jornalista". E isso, morando numa cidade do interior, onde os "jornalistas" mais famosos (ui!) não têm diploma de NADA. É mole? E a imprensa do interior ainda é mais limitada, pois não são apenmas anunciantes, mas políticos principalmente que ditam as pautas. Os jornais locais são de propriedade doe grupos políticos (assim como rádios e TVs). Ah, é um sistema doente.
Beijo...
Bel, Dioguito Mainardi, que acha que sabe de tudo, não tem, sequer, curso superior, pois para ele "não lhe acrescentaria nada"...
ResponderExcluirOff topic, on enquete: Lola, o filme que mais me fez chorar não está na lista, foi Hair, nas cinqënta e tantas vezes que eu assisti
Esse é meu grande temor como estudante de jornalismo. Na verdade, tenho vivido experiências absurdas de opressão e falta de ética já no meu estágio.
ResponderExcluirEspero conseguir me impor como alguns jornalistas (meus professores deram exemplos admiráveis de colegas que conseguem impor a ética na profissão e ainda assim continuar trabalhando). Para mim, esses profissionais são admiráveis e é neles que me espelho. Claro que nesse marzão aí eu sou peixe pequeno, por isso me preparo para abrir uma locadora de vídeo ou virar hippie, caso as coisas não deem certo. rs! E continuar meu blog.
Mas se eu tiver que vender minha dignidade e trair as coisas em que acredito, acho que entro em depressão e rola um suicídio. E provavelmente vai ser publicado. rs
June, será que não dá pra ser jornalista sem vender sua dignidade? Sei que é difícil, mas...
ResponderExcluirBom, pelo menos o seu namorado está refletindo. É duro pra alguém que nunca teve na próximo a uma depressão entender o que é. Tadinho, seja paciente. Obrigada por me avisar do erro no link. Agora consertei.
D, muito boa a sua reflexão. Eu trabalhei com jornalismo, direta ou indiretamente, quando era jovem e vivia em SP. Fui assessora de imprensa de um sindicato e também fiz clipping, e aí tinha que ler muitos jornais todos os dias, mas ler rapidinho. E escrevo pra um jornal local há dez anos. E fui leitora de jornais e revistas a minha vida inteira, assim como o maridão. Mas, há uns dois anos, paramos. A gente alternava entre o Estadão e a Folha, porque assinar os dois era caro demais, e faltava tempo pra ler os dois jornais. Mas eles chegavam tarde aqui em SC, e, claro, o posicionamento político desses dois jornais nos incomodava muito. Porque parou de dar notícia pra tentar fazer doutrinação. Acho que eles tratam seus leitores como gado, como pessoas muito estúpidas mesmo, sem opinião própria, sem poder de análise. É muita arrogância. Acho que se os jornais e revistas dessem a notícia, do jeito mais abrangente possível, e incluíssem vários pontos de vista, já seria melhor. Mas impera um pensamento único nessas redações. CANSA. (quanto ao jornalismo de TV, é diferente, outra mídia. Aí acho que nem cabe análise. É só pra dar notícia mesmo, porque é sempre tudo muito superficial. Mas quando a imprensa escrita fica tão fútil quanto a falada, é porque tem algo de muito errado aí).
Serge, se o jornalismo fizesse seu papel, poderia ser uma barreira contra a corrupção de governos e empresas. Mas do jeito que está... É tudo econômico. Se houver denúncia de fraude numa imprensa, o jornal não vai querer se desentender com seu anunciante.
ResponderExcluirJoão, o seu tom é tão patriarcal, tão paternalista... “Nem isso você conseguiu entender”. Eu sou uma porta mesmo, né? Quanto ao número de comentários, eu sabia que a reação à besteira que vc escreveu seria grande. Por isso mesmo tirei o seu comentário da caixa e fiz virar um post. Sabia que “minhas leoas” iriam ficar tão revoltadas quanto eu. E eu acho ótimo que a gente fica revoltada. A gente precisa acordar. E sabe, João? O único jeito da mulher “não se expor” é se ela não nascer.
Babs, também gosto muito deste texto. Deve haver muito jornalista desiludido por aí.
ResponderExcluirUé, Rê, eu pensei que vc estivesse num emprego totalmente dentro do escopo do jornalismo! Vc é muito misteriosa em relação a onde vc trabalha... Mas certamente pra se comunicar com públicos diferentes vc não deve ter o menor problema!
Gio, muito bom esse artigo que vc recomendou. Não tem jeito, jornalismo tem que ser mais regional. Claro, quero saber o que acontece nos países ricos (apesar d'eles não terem o menor interesse em saber o que acontece aqui), mas também quero saber o que acontece no meu bairro. E isso nem o jornal de Joinville cobre... Não há afinidade entre os interesses do leitor e do jornal.
ResponderExcluirQuanto ao outro comentário, existem estupros no mundo animal tb, não? Por isso não acho um bom exemplo. Mas nem fala de cachorrinho seguindo cadela no cio. Eu sempre fico com o coração na mão quando vejo um comboio desses, porque esses cães ficam totalmente irresponsáveis, andam pela rua... Um perigo.
Bel, interessante isso que vc lembrou sobre “radialista” ser discriminado. É verdade, montes de jornais e rádios do interior pertencem a políticos. Imagina se eles vão querer noticiar qualquer coisa que vá contra seus interesses... Mas isso também vale pra grande imprensa. Os meios de comunicação em todo o mundo estão nas mãos de pouquíssima gente. Isso é concentração de poder. E é aquele negócio: os interesses dos Civita, dos Marinho, dos Mesquita, e dos Frias certamente não batem com os meus...
Marjorie, eu sou uma que entrou na faculdade pensando na carreira de jornalismo. Mas lá dentro mesmo pulei pra publicidade, e acabei me formando pra lá de insatisfeita. Hoje estou fazendo Belas Artes, descobri que é isso que eu gosto de fazer. Mas o pouco que vi do modus operandi da carreira de jornalismo não me agradou.
ResponderExcluirGiovani, tô lendo o texto q vc passou e achando ótimo.
Oi, Marjorie, eu também sou jornalista apesar de agora trabalhar como assessora de imprensa. Mas já trabalhei muito em redação e me frustrei demais, como você, com os impedimentos políticos, os interesses comerciais etc etc. O caso é que quando a gente está na faculdade confunde muito a função do jornalista com a do articulista, e vc sabe disso agora, mas quando a gente entra, não tem essa separação clara na cabeça. O Diogo Mainardi e o Jânio de Freitas podem dar sua opinião, nós da "cozinha", que fazemos o dia-a-dia da cidade ou de determinada editoria, não. Acontece que a função do repórter é reportar (no sentido de narrar), não opinar. Isso realmente frustra. Imagina que eu trabalhei em editoria de política, então a vontade de "contar" coisas era imensa. O desafio era demonstrar, sem opinar, uma determinada picaretagem ou demonstração de falta de caráter (muitas). Era só abrir o microfone e o caderninho de notas pro político dizer o que pensa: o peixe morre pela boca. Posso te dizer que não mudei nada na sociedade, nunca tive essa ilusão, mas tentei informar nas entrelinhas, nas aspas, até em alguma ironia disfarçada. Claro que porque o jornal deixava: podia bater no governo mas não na prefeitura, por exemplo. Hoje como assessora tenho muitas queixas dos colegas de redação. Querem tudo mastigado, já vão pra entrevista com preconceito, direcionando a matéria pra um determinado fim que é o do editor. E quanto ao salário, realmente, se vc não é do tipo mocinha bonita que vai fazer TV, sinto muito - o piso em Curitiba também é de R$ 1500 por aí. Mas vou te dizer, antes de ficar mais velha e precisar criar filho, eu me diverti demais em redação. Não desistiria não, se fosse vc.
ResponderExcluirGio, bom, eu também não sou formada em jornalismo, e no entanto escrevo pra jornal. Sou contra a obrigatoriedade do diploma. Aliás, pra qualquer área, não só pra jornalismo. Mas meu ex-editor me leu e anda revoltado comigo. É que eu queria dar algumas aulas na faculdade de jornalismo onde ele trabalha.
ResponderExcluirAh, Hair! Eu também sempre choro horrores com esse filme. É, não deu pra lembrar de todos. Já tem uma lista imensa...
Sheryda, que bom que vc tem professores que dão exemplos de ética na profissão. Bom, acho que falta de ética existe em todas as profissões, não apenas no jornalismo. Uma das coisas que mais me incomodam é a arrogância do jornalismo, de achar que está acima do bem e do mal, de não reconhecer erros. Bom, eu já fui publicitária, e nessa área há menos compromisso com a realidade e com a ética que no jornalismo, então nem posso falar muito. A gente tem que comprometer a nossa dignidade trabalhando em praticamente qualquer área hoje em dia.
E olha, pro seu suicídio merecer destaque, vc teria que arranjar uma forma de morte muito original. Melhor virar hippie. Ahá, agora que eu vi! Vc é de Fortaleza! Olha, eu quero morar aí.
Falando em piso salarial de jornalista, o daqui de Pernambuco é "regulado" pelo piso salarial dos bancários 8-( )
ResponderExcluirE Lola, o exemplo não é dos melhores, mais reduzir esse povinho ao substrato do pó da bufa de um mosquito do cocô do cavalo do bandido é o que vale...
E não, eu não concordo com animais de rua, pero que los hay, los hay
Sobre escrever acerca do Golpe/Ditadura eu tô com a idéia pronta, só falta meter as caras... Aguarde
"Sou contra a obrigatoriedade do diploma. Aliás, pra qualquer área, não só pra jornalismo".
ResponderExcluirLola, acho que sua opinião não inclui advogados e médicos (ou quaisquer profissionais de saúde) né?
Já é difícil lidar com o Direito e a medicina para os formados, imagina se não houvessem faculdades.
Lola,
ResponderExcluirna verdade eu trabalho com comunicação, mas não diria que é dentro do escopo do jornalismo não.
E não tem mistério não... ;)
Estou coordenando a equipe de suporte ao cliente na minha empresa, que produz um software de email marketing (não é spam não viu?) para outras empresas, a maior delas a Lufthansa que tem uma versão própria do produto.
Basicamente trabalho de ponte entre o pessoal que desenvolve o software e os clientes, gente responsável pelo marketing de suas empresas ao redor do mundo (caso da Lufthansa) e do Brasil, Espanha e Argentina. Nessas horas percebo como meu background de jornalista ajuda, porque já aconteceram vários casos em que eu resolvi problemas de comunicação entre o cliente e a empresa, ou que só eu consegui explicar certa peculiaridade do programa pra um administrador da Lufthansa indiano por exemplo (eles têm mais de dificuldade de entender o nosso sistema).
Oi, pessoas. Legal ver tantas opiniões sobre o meu textinho. :) valeu, Lola, por ter publicado.
ResponderExcluirQuanto à questão do diploma, eu acho que não é preciso tê-lo, considerando:
1) o que se os editores exigem da gente nas redações. Qualquer pessoa minimamente alfabetizada faz o que a maioria das redações exige. Logo, sendo o jornalismo tão ruim, não sei pq exigir que a pessoa tenha diploma disso ou daquilo.
2)o que se ensina nas faculdades de jornalismo. Costuma-se dizer que jornalista é um "generalista", pois lida com todo tipo de assunto. Logo, a formação dele tem de ser o mais completa possível, certo? Ainda mais com a responsabilidade que ele tem -- afinal, mesmo não sendo articulista, ele forma opinião, sim, não tem jeito. Ou seja: se ele falar besteira, será uma coisa desastrosa... Um monte de gente vai repetir as besteiras que ele diz (e a gente vê isso em todo lugar, não?) e isso pode se tornar parte do discurso popular.
Mas nenhuma faculdade daqui de SP, que eu conheça, tem uma boa base em direito, ciências sociais, artes, economia... Nem a USP, onde a gente pode fazer algumas (muito poucas) aulas em outras unidades, dá pra sair com uma formação sólida.
O próprio currículo do curso de jornalismo devia ter essas coisas. E não tem. Por isso muitos jornalistas só soltam clichês baseados em preconceitos e, devido à arrogância típica da profissão, querem convencer o mundo de que suas suposições estão certas (pior: já saem pra rua ou entrevistando gente a fim de CONFIRMAR o preconceito, não ver o que rola e depois formular a tal tese...).
Na faculdade, a gente aprende só um pouco de semiótica e só. O resto é todo pincelado. Imagine vocês que eu tive UM semestre de filosofia no curso inteiro! Em menos de seis meses, a mulher queria passar tudo, desde platão até hoje. Imagina que beleza que foi. E tem faculdade que aula de filosofia tem. Não dá.
Enfim, deixa eu parar por aqui pq reclamações tenho váárias... Abraços a todos.
*nem aula de filosofia tem.
ResponderExcluirMarjorie, diz pra gente que não é da área, rola alguma discriminação com mulheres? Do tipo empurrar matérias sobre amenidades para uma mulher e matérias "sérias" para homens? Porque na minha área (exatas, especificamente informática) tem muito preconceito, tanto de colegas de profissão quanto de clientes.
ResponderExcluirNa faculdade, onde me formei em outra área (constr.civil) era comum professores ignorarem ou tratarem como café-com-leite as alunas.
Também existe isso no jornalismo?
Lola:
ResponderExcluirO feminismo foi atualizado conforme a própria mulher viu que precisava adequar a filosofia feminista aos novos tempos e a realidade feminina.
Você com suas idéias feministas anacrônicas da década de 60, de forma até inocente, pensa estar ajudando as mulheres, mas na verdade as está expondo ao perigo.
O Serge Renine disse "contra um homem forte é difícil para uma mulher se defender e até para muitos homens", então qual é a estratégia mais aplicável? Evitar o confronto, uma vez que a policia só vem quando o mal já está feito.
A Marjorie entendeu, o Serge entendeu e você, que eu tenho certeza que também entendeu achou mais bonito fingir que não entendeu e me expor aos seus seguidores. O engraçado que os únicos dois que foram um pouco contrários a sua opnião, que foram a Marjorie e o Serge, você também foi contra eles e estes dois são seus admiradores.
Depois eu é que sou dono da verdade? O paí ó!
Gabriela, pois é, eu larguei a faculdade de publicidade no meio, muitos anos atrás. Foi besteira. Devia ter tranferido pra Cinema, que daria pra aproveitar as disciplinas. Que bom que vc se encontrou com Belas Artes. Abração!
ResponderExcluirTininha, pois é, tocou num bom ponto: imagino que nenhum jornalista queira ficar cobrindo evento social ou fazendo a coluna de turfe, ou escrever naquele estilo “neutro/põe aspas nisso/totalmente sem sal”. Estudante de jornalista quer ser o próximo Diogo Mainardi, o próximo Francis, só que com um pensamento um pouco mais sensato, imagino. E isso que vc diz é tão claro: o jornal deixa falar mal do governo federal, mas não da prefeitura. Imagina como isso deve ser verdadeiro hoje nas Folhas e Estadões da vida...
E eu tb tenho que dizer que, por mais que eu não goste nada de propaganda e do ambiente publicitário, tenho ÓTIMAS memórias de vários empregos... Muito divertido tudo.
Não, Gio querido, entendo o seu exemplo. O que quero dizer é que esses argumentos de “na natureza é assim” e “na natureza não é assim” não são muito válidos pra mim. Só porque na natureza é ou não é assim não quer dizer que nós humanos devemos nos comportar igual. Somos os donos do mundo, os seres “racionais” do planeta. Vamos agir como tal.
ResponderExcluirObrigada pelo texto sobre a ditadura. Ficou ótimo!
Lila, puxa, na verdade sou contra a obrigatoriedade do diploma em qualquer área mesmo, inclusive Direito e Medicina. Sou a favor de provas, como a da OAB (em que 90% dos formados são reprovados mesmo), e de uma supervisão severa. Mas onde a pessoa aprendeu jornalismo, medicina ou direito, se foi numa faculdade (muitas chinfrins) ou se por conta própria, pra mim não importa. Acho que dá pra ser um bom profissional sem diploma.
Não que eu seja contra o estudo! Acho que quanto mais estudo alguém tiver, mais chance tem de aprender, de se aprimorar. Acho que as pessoas deveriam fazer faculdade, mestrado, doutorado, tudo! Mas não acho que quem não faz faculdade seja ignorante nem nada. E um diploma numa área às vezes pode ajudar muito em outra área.
Ah, Rê, obrigada por explicar! Se vc trabalha com Espanha e Argentina, tá precisando falar espanhol? Eu acho que um diploma (em qualquer área) pode ajudar em muitas coisas, e não apenas na nossa área.
ResponderExcluirMarjorie, é, tenho que concordar contigo sobre as exigências baixas nas redações. Realmente passa a impressão que não é preciso cursar uma faculdade pra desempenhar certas funções. Isso de jornalista ser “generalista” é algo incrível, pra mim. Quando eu leio reportagens sobre assuntos que conheço bem (como xadrez, cinema, e alguns objetos de estudo), vejo como o que é escrito geralmente vem cheio de erros. Erros que não são percebidos por leigos e, se apontados por quem entende, não são corrigidos mesmo... Mas, enfim, sérios equívocos nas grades das faculdades há em TODAS as áreas. Nenhuma escapa.
Débora, mesmo não sendo da área, aposto como rola discriminação... Mas vamos esperar a resposta da Mar.
ResponderExcluirJoão, ah, eu e outras feministas é que somos um perigo pras mulheres na sociedade, é isso?! Puxa, bom saber. Se a gente cometesse um suicídio coletivo, estaria prestanto um favor às mulheres, e os perigos que elas (e nós) correm todo o dia simplesmente desapareceriam! A vida seria melhor!
A sua idéia de “proteger as mulheres” é que é totalmente irreal, João. Vc quer que mulheres não saiam de casa. Ou que saiam vestindo burca. Ou que saiam sempre acompanhadas por homens. Mesmo que nada disso impeça a violência contra a mulher. Mesmo que 80% dos crimes contra a mulher sejam cometidos por CONHECIDOS, não por estranhos.
Tá, com o seu tipo de argumentação fica difícil: se alguém discorda de vc (e todo mundo discordou, inclusive o Serge e a Marjorie), é porque não entendeu ou pq fingiu não entender. Não porque, ahn, tipo, vc pode estar errado?!
E eu fui contra QUEM? Só porque eu discordo de pessoas não quer dizer que eu não possa me dar bem com elas. Vc está plantado nos anos de chumbo mesmo, né? Muitas saudades da ditadura?
Ei, eu não sou seguidor de Augusto Comte não, só pra esclarecer...
ResponderExcluirLolinha, nesse ponto nós discordamos. Acho que há áreas que dá pra ser autodidata, como matemática, História, Jornalismo, Publicidade. Outras não.
ResponderExcluirPor exemplo, digamos que não houvessem entidades de classe: não é porque uma pessoa desenha super bem que vai poder sair por aí projetando prédios achando que é engenheiro ou outro alguém só porque leu todos os livros de Freud e Jung, passa a achar que é psicologo e resolver clinicar.
Acho que não é por aí.
*Corrigindo: houvesse (haver no sentido de existir, puts esse foi horrível).
ResponderExcluirNossa, esse texto é um 'banho de verdade'. Claro que havia coisas que eu já desconfiava, ou pelo menos 'não há algo errado aí?". Mas ler alguém da área, falando sobre isso, me deixa mais impressionada.
ResponderExcluirPensei na mesma história da salsicha, que alguma outra leitora comentou. rs
O que me deixa mais indignada são programas jornalistícios estilo 'Datena', Cidade Alerta, etc. Aquilo é vergonhoso, pavoroso. Se faz uma exploração com a miséria das pessoas, que dá nojo.
Adorei o texto, Marjorie. parabéns pela profissão (apesar de tudo né, mas vc deve ter estudado muito para chegar onde está) e parabéns pelo senso crítico!
Ah, e só fazendo mais um breve comentário, sobre o q a Marjorie falou, da arrogância de muitos jornalistas.
ResponderExcluirEu sou meteorologista e atendi muitos jornalistas em uma empresa q trabalhei. Infelizmente, 90% dos que atendi eram arrogantes, achavam que nós eramos VIDENTES e quando não entendiam algo, ao invés de perguntar, subentendiam as coisas e soltavam pérolas.
Duro isso.
Haviam apenas duas jornalistas que seguiam a linha da Marjorie e eram humildes o suficiente para nos perguntar: o que é uma frente fria por exemplo.
Não quero cometer generalizações com a classe, estou apenas relatando um fato que aconteceu. E realmente saber 'tudo de tudo' é impossível. Por mais que o jornalista leia sobre os mais variados assuntos, faça matérias em diversos cursos diferentes, tenha contatos, etc, é impossível saber tudo. Acho que chega uma hora que a cabeça dá um nó...rs
Gio, sei que não é...
ResponderExcluirLila, concordo que não é porque uma pessoa desenhe super bem que possa sair por aí projetando prédios. Por isso defendo provas rígidas e fiscalização rigorosa no começo da carreira para decidir quem pode se tornar ou não engenheiro, mesmo sem diploma. Provas como o exame da OAB pros advogados.
Samantha, esses programas jornalísticos no estilo mundo cão são terríveis. Pra mim, são um incentivo ao fascismo. Odeio.
ResponderExcluirSobre a arrogância dos jornalistas, talvez não sejam só eles, claro. Outras profissões também podem ser muito arrogantes, como médicos. Essas profissões que não vêem muito sentido em dialogar com o leitor/paciente/cliente/etc, pra mim, geralmente passam essa mensagem de arrogância.
Que legal que vc seja meteorologista, Sam. Diz que o tempo vai melhorar em SC, please!
Nossa Lola, gostei da matéria!
ResponderExcluirPois é, sob o capitalismo onde tudo é para gerar lucro, qualquer tipo de evolução humana está limitado. A arte, a ciência, tudo tem um fim, gerar dinheiro.
Qualquer coisa progressista fica difícil em nossa sociedade. Daí que a cada etapa do desenvolvimento capitalista a arte vem morrendo.Afinal, onde estão os poetas, os artistas,...estão cada vez mais se acabando..
Por essas e outras razões, que realmente, além de ter certeza que a dicotomia direita e esquerda não está morta (não só acho, estudo sobre isto!), acredito que qualquer progresso humano sem contestação do status quo fica difícil, vivendo numa sociedade onde a humanidade não está em primeiro plano.
Eu ainda desejo um lugar onde o homem possa ser dono de sua consciência.
E não venham me dizer, como muitos penssam, que não teria alguém para dar emprego para os outros. Pois o homem sempre trabalhou, e há a possibilidade de se ter outras relações de trabalho diferentes que nós vivemos.
Parabésn pelo post!
abraços!
P/ Débora -- nunca soube de nada desse tipo, não... Aliás, é engraçado vc perguntar isso, porque ontem mesmo eu vi uma foto de uma redação nos anos 1950. Não tinha nenhuma mulher. Hoje acho que é bastante equilibrado e os salários, até onde eu sei tb não são díspares. Isso nas redações de
ResponderExcluir"hard news".
Mas eu trabalhei na revista Pais e Filhos e lá só tinha mulher. Engraçado a gente defender que homem tb tem que se envolver na educação do filho e não ter nenhum homem na redação, né? Nas revistas femininas, de acordo com amigas minhas que trabalham nelas, tb só tem mulher e gay. As masculinas eu não sei pq nunca visitei nem conheço ninguém que trabalhe em uma.
Mas tem bem mais mulheres nas faculdades de jornalismo do que homens.
P/ Samantha -- sobre arrogância, tem uma piadinha que diz: "o médico pensa que é deus. O jornalista tem certeza". Rs.
bjs.
Lola querida, parece que a chuva vai dar uma pequena tregua ai no Vale do Itajai agora nesse fim de semana.
ResponderExcluirMas na terca ela volta. E no inicio do mes de dezembro, teremos essa situacao: dias chuvosos, alternados com dias um pouco melhores.
Que a ajuda que os moradores do Vale precisam realmente chegue, seja por parte do governo ou da populacao mesmo. A situa'cao ai esta muito dificil e triste, e em momentos como estes so resta a uniao mesmo.
Discordo da Lila. Dá pra clinicar sim! Eu clinico "na vida bandida", sou formada em Com. Social e sou psicanalista nata e não preciso me fechar numa clínica. Existem técnicas e técnicas, algumas a gente aprende porque nasceu assim, outras na escola, outras na faculdade, enfim.
ResponderExcluirLola, sobre Jornalismo, até opino rapidamente sobre isso no meu "recente blog", que daqui a pouco vira pó também, tal é a instabilidade na minha vida! ;-)
Muito triste uma profissão pode fazer tanto bem por uma comunidade acabar assim.
ResponderExcluirMas digo, ser controlado pelo sistema não é privilégio dos jornalistas. Pra que pior do que colégios particulares que ditam o que e como os professores devem dar aula? E ai daquele que resolver falar algo diferente... Trabalhar num lugar assim eu me nego, ainda mais pq geralmente pagam pouco. Mas sempre tem alguem que aceita e assim o sistema nunca muda.
Uma pena...
Querida June Carter!
ResponderExcluirEstou admirada com tanta clareza de raciocinio e tanta cosnciencia num ser humano do mundo atual!
Formei em jornalismo, morei 1 ano e meio em Sampa e hoje tenho um showroom com minha irmã... ela é estilista e nós criamos fabricamos vendemos etc... depois enmtra no nosso blog www.mariarocha.com e vc sera direcionada...
mas o motivo do meu post que nunca tenho saco pra comentar na verdade é que adorei e concordo com tudo que voce escreveu!
meus parabens e te apoio mesmo a mudar de profissao e ser alguem mais feliz como eu estou sendo!
bjos
ps- sorry era pra Loloa ;-)
ResponderExcluirMá, acho que vc vai direto ao ponto: o problema não é apenas do jornalismo, mas de todas as atividades, porque todas se centram unicamente no lucro. Mas puxa, vc estuda sobre direita/esquerda? Topas escrever um guest post pra mim sobre como essa dicotomia continua vivíssima? Tenho ótimos leitores, inclusive leitores(as) fiéis, que acreditam que isso não se aplica mais. Gostaria de mostrar um outro lado pra eles, mas não me sinto com muita competência pra escrever sobre isso. Que tal se vc escrevesse? Please?
ResponderExcluirMarjorie, ah é, na Pais e Filhos só tem mulher? Imaginava, mas pensei que não fosse tão predominante. Aposto como nas redações esportivas é quase tudo homem. Essa frase da arrogância é muito boa. Eu a li pela primeira vez no Observatória da Imprensa, acho.
Samantha, a situação tá terrível mesmo, e não pára de chover. Tem muita gente se mobilizando, mas é realmente difícil a comida chegar a lugares cobertos por água e lama. Terrível isso.
ResponderExcluirOk, Gi, fui lá, dei uma olhada, deixei um recado. Abração!
Andrea, pois é, a gente critica o jornalismo, mas essa área não é uma exceção, é a regra. Tá tudo assim. E isso de um se recusar a participar do sistema não muda muito. Vem outro e pega o emprego... Por isso, o que tem que se mudar é o sistema, ao invés de culpar os personagens desse sistema (que são totalmente descartáveis). Por isso que acho o cúmulo ver a prostituição como inevitável e ao mesmo tempo culpar as prostitutas pela perpetuação da profissão...
ResponderExcluirOi, Luiza! Acho que o seu recado é pra Marjorie... Não sei. Entrei no seu blog mas não consegui encontrar o blog com o showroom. Mas boa sorte pra vc em tudo na vida!
Olá Lola!
ResponderExcluirPois é, na verdade não estudo espefificamente isso não querida.
Estudo sociologia do trabalho.
Mas para isto tenho que estudar a correntes de pensamentos, seja sociológicos ou filososóficos dominantes para debate.
Não generalizando, mas o chamado pensamento pós-modernidado, muito dominante em minha área, e suas propragações simplistas, acredito eu contribuem para este relativismo tão presente que podem criar este pensamento onde esquerda e direita já morreram.
Um outro exemplo: a chamada "diversidade cultural" , ou democracia e liberdade, teoricamente e erroneamente propragada nos EUA. Estas correntes influenciam outros lugares. Assim aqui, no Brasil,sendo bem sucinta, onde somado a chamada "cultura da paz" pode resultar o contrário. NUm exemplo q aconteceu comigo com um aluno. Ele desenhou uma suástica e me disse. "Mas eu tenho direito de desenhar o que quero, é só um simbolo, igual o da paz." E olha q era um aluno instruído e tal..Ou minha conhecida "Eu tenho q respeitar minha amiga que é racista." etc etc...isto é o contrárrio de uma construção de coletividade.
Bom, na verdade é bem mais complexo, mas tento debater muito com tais correntes em minha pesquisa. Aqui é só um exemplo mesmo.
ps. Acredito q vc entendeu o que disse, pois com isso não digo q sou contra "aceite a diversidade". De maneira alguma, mas como ela é propragada q as vezes está o problema.Na verdade só vem a nos deixar acríticos com isso, acho.
Um abração e parabéns pelo seu blog! Além de você escrever muito bem o debate q rola aqui é muito bom!
ops..pensamento pós-moderno enão 'modernidado" rs
ResponderExcluirEu já imaginava que Jornalismo tinha dessas coisas, mas não pensei que fosse assim. Essa era a carreira que eu queria seguir porque acreditava no verdadeiro jornalismo. Ainda acredito, acho que ele acontece muito nos blogs hoje. E pensar que a maioria das pessoas ainda acredita em tudo o que se lê e se vê nos jornais que se venderam de forma plena.
ResponderExcluirIf you suffer from hair loss, hair implants may be one way to help you.
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