Quando eu era coordenadora de uma escola de inglês em Joinville, às vezes tinha atritos com uma secretária. Ela gastava tudo que ganhava em roupas e viagens de fim de semana, e achava ridículo o meu modo frugal de viver. “Pra que guardar dinheiro?”, ela perguntava. “A gente nunca sabe se vai morrer amanhã”. Hoje perdi contato com ela, mas sei que ela casou e tem filho. Não sei se pensa igual ou se mudou de mentalidade.
Pra mim, planejar sempre foi importante. Não tenho filhos nem vou tê-los, mas penso na minha aposentadoria e na do maridão, que já tem 50 anos. Quando nos aposentarmos, vamos receber salário mínimo do governo. Ou seja, não vai dar pra manter nossa padrão classe média com essa renda. E me recuso a cometer os erros dos meus pais, que nunca pensaram no futuro. E sabe, não tem jeito. Uma nave espacial não vai pousar no meu quintal e me sustentar. Não vou receber herança. Não vou casar com marido rico.
Prefiro viver com um padrão de vida mais baixo, mas que dure até morrer, a ter um padrão alto numa época da minha vida, e depois ficar com saudades desse tempo. Mas a verdade é que tanto eu quanto o maridão temos tudo que queremos, e nunca queremos nada que não possamos ter. Ok, essa fala é do mezzo-vilão descrevendo a população em Admirável Mundo Novo, mas o que posso fazer se estou feliz com a minha vida? Se não preciso comprar bens materiais pra me sentir feliz? A maior parte das pessoas é condicionada a gastar, e a associar felicidade a consumismo. Algo deu errado no meu condicionamento, não só como pessoa, mas como mulher (que nunca teve ou usou jóias ou ligou pra roupas e maquiagem).
Sofri um baque quando tinha oito ou nove anos. Ainda vivíamos no Rio. Meu amado pai era relações públicas no Chase Manhattan Bank, e detestava seu emprego. Sem pensar pra frente, pediu as contas. Imaginava que iria conseguir um novo emprego rapidinho, mas levou meses. E, em pouco tempo, eu e meus dois irmãos tivemos que deixar a escola particular onde estudávamos. Pior: fomos despejados do apartamento onde morávamos, no Leblon. Vivemos uns meses com a minha tia, e acho que ela se cansou da gente (não sei os detalhes, ninguém nunca conta nada pra criança). Fomos viver na Tijuca, num prédio de três andares que estava pra ser demolido, e que uns amigos dos meus pais nos emprestaram. Lembro de muita coisa dessa época: do calor escaldante de um Rio 40 graus, do baruho perpétuo, por causa da construção de uma estação de metrô por perto, da maravilhosa novela Saramandaia na TV, de roubar uma barra de chocolate num supermercado, do nosso quintal, que dava pra um depósito de lixo, das frequentes baratas voadoras, de pegar piolho. E lembro que, embaixo do nosso prédio emprestado (e empestado), havia uma lojinha de bugigangas. Eu devia receber algum tipo de mesada, porque naquele Natal pobre comprei uma Moniquinha de plástico pra minha irmã, e um mini-telefone também de plástico pro meu irmão. Coisas que hoje devem valer 1,99, se tanto. Mas aqueles foram os únicos presentes de Natal daquele ano lá em casa.
Nossa fase de pobreza não durou muito. Acho, não sei, porque percepção de tempo é diferente pra criança, que ficamos três ou quatro meses naquele prédio. Meu pai finalmente conseguiu um novo emprego, como diretor de marketing numa agência de propaganda – em São Paulo. Minha mãe não queria se mudar. Ficamos nessa indecisão algum tempo, morrendo de saudades do nosso pai, vendo-o só nos finais de semana, até que venceu o bom senso e fomos pra SP. E lá o bom senso acabou num instantinho. Meus pais recomeçaram a gastar como se não houvesse amanhã. Foi como se todos aqueles meses agustiantes não tivessem existido.
Por algum mistério, eu me tornei a única pão-dura da família.
Já passei uma maus pedaços em minha vida. Hoje não me considero esbanjador nem pirangueiro (pernambucanês para pão duro), por isso sempre andei no fio da navalha, qualquer descuido (ou fatalidade) significa alguns meses pra voltar à normalidade...
ResponderExcluirParabéns pela CORAGEM e generosidade do post.
Lola, tou com você: há duas maneiras de se ser rico, uma é tem muitas coisas, outra é desejar menos!!!
ResponderExcluireconomicamente responsável foi o melhor eufemismo ever, hahahahahahahaha
ResponderExcluirconcordo 100% contigo, tbém gasto dentro das minhas posses e fico nervosa se não boto nada na poupança em algum mês - e uma das coisas q mais detesto é tirar $ da poupança (em casos extremos - tipo a pouco qdo mudamos de cidade e eu ainda não comecei o novo trabalho).
mas pelo meu blog tu viu q eu adoro coisas frufrus néam???? hahahahaha então gasto sim com minhas besteiras, mas no budget.... (quase sempre)
bjos!!
mi
As vezes a ambição das pessoas as metem num buraco dificíl de escapar. Tenho um irmão que é assim, gasta aquilo que não tem.
ResponderExcluirMuita gente acha que "precisa" ter certas coisas para ser aceita na sociedade ou em determinado grupo. Muita gente gosta de usar consumismo para se sentir supeiror a outras pessoas também... acho que as vezes se sentem passadas para trás. E infelizmente não são muitas as meninas hoje que vão olhar para um rapaz que não se interessa em ter carro e se contenta com um bicicleta por exemplo, ou em andar de ônibus. Assim "ter" significa também mais chances de conseguir dar umas quecas.
A maioria das pessoas não sabe estabelecer prioridades. Querem ter aquilo que não podem e ser aquilo que não são.
Bela história! Concordo com tudo que você falou. Tudo que tenho (e é muito pouco pra algumas pessoas) eu consegui sozinho. Mas como eu vivo repetindo pros amigos, "sou feliz com pouco dinheiro" e também que "ser feliz é muito barato". Mas eu tenho um problema: nunca consegui juntar/guardar dinheiro. Acho que tudo deu certo pra mim porque sempre tive pé no chão e nunca gastei mais do que ganhei. Mas sempre gastei tudo que ganhei e, reconheço, às vezes sem necessidade...
ResponderExcluirBem, como disse aquele cara que caiu do décimo andar, quando estava passando pelo quinto: até aqui tudo bem!
Mudando o tom da conversa, você é na verdade uma munheca de samambaia! (vide o caso da luneta)
A propósito, trouxe a danada?
Oi Lola!
ResponderExcluirem resposta ao seu comentário lá no Oráculo [não posso responder lá diretamente agora pq estou no trabalho e aqui somos vigiados tipo 1984... sem privacidade no pc at all, tem até câmera dentro do escritório].
Valeu pela visita! Na verdade eu nem sabia quem era Robert Towne até pesquisar um pouquinho sobre o filme, então só acrescentei aquelas informações como curiosidade mesmo, mas obrigada por corrigir, eu gosto mesmo de detalhes. :)
E como vc não notou o pelicano? Ela pega pra iluminar o joelho da outra! É a coisa mais brega que já vi na vida!!! Pq alguém escolheria como prop is beyond me...
Mas eu sempre tento olhar os detalhes dos filmes... e falando em anedota, outro dia estava vendo "Caçadores da Arca Perdida" e vi que numa hora o vilão engole uma mosca no meio da cena e continua normal! Isso que é não sair do personagem...
Falando em pão-durice... acho q sua filosofia é ótima e meu pai sempre me ensinou isso... acho q ele aprendeu desde criança nos interiores do Rio Grande do Sul que ser pobre não é negócio e hoje ele vive bem num salário mediano de funcionário do BB. Acho que essa lição eu e meu irmão aprendemos pelo menos, que não precisamos ganhar horrores pra ter uma vida legal. Aliás já perdi o número de vezes que percebi que mesmo ganhando às vezes três vezes menos que minhas amigas eu consigo fazer exatamente as mesmas coisas... quiçá mais...
Bom, deixa eu voltar pro trabalho agora.. tenho q ligar pruns alemães brabos.. afe...
Um abraço,
Renata.
www.oraculodelesbos.blogspot.com
hmmmm...vc é taurina? taurinos são as criaturas mais avarentas da face da terra, hehe!
ResponderExcluirlolinha, tu nasceu no rio?
beijos!
afff
ResponderExcluirEu tambem queria ser economicamente responsavel... Eu na verdade sou pao-dura, mas da pior especie possivel, porque eu compro muita coisa, mas só quando esta muito barato! E como você sabe,na maioria das vezes o barato sai caro, as coisas nunca duram o necessário, e eu me vejo obrigada a comprar o mais caro depois... E nao aprendo!!!
heheheheh
abraco
Eu não sou pão-dura, mas sou responsável. Aprendi a não gastar mais do que tenho, nunca, e a não contar com o ovo dentro da galinha. Mas eu compro umas bobagens, que eu namoro e pesquiso por um loooongo tempo antes de comprar. E gasto bastante dinheiro com comida, pois, ao contrário de vc, prefiro o sorvete de 40 reais ao de 13, gasto dinheiro feliz nisso!
ResponderExcluirTá batendo um panicão de aposentadoria ultimamente. E eu preciso comprar um apartamento.
Acho que você tem espírito de pobre. hauhauhuahuha
ResponderExcluirDesculpa a brincadeira, não resisti.
ResponderExcluirPor aqui, uns bons anos atrás, o povo andava com a corda no pescoço. Lembro de um dia em que meu pai comemorou por não ter virado o mês no vermelho depois de uns 2 ou 3 anos. Mas nunca faltou nada. O bom é que eu e minha irmã sempre estudamos em escolas públicas ou com bolsa integral (no caso dela). E boas escolas.
Mas eu acho ótimo poder entrar numa loja e poder sair com várias coisinhas. Nem que seja das araras de liquidação e ponta de estoque.
Oi
ResponderExcluirHá uns anos atrás passei um ano muito difícil, certos dias faltando dinheiro até pro pão e leite de manhã, e pro ônibus (eu tinha um real pra escolher se ia de onibus pro trabalho ou ia a pé e almoçava um pastel - era 1 hora de caminhada, de salto alto).
Mas mesmo quando eu servia chá com bolacha de café da manhã pro meu filho de 5 anos (era isso o que sobrava na despensa), eu colocava na xícara bonita, arrumava o prato... e não reclamava na frente dele. Eu conseguia manter a pose, mesmo quando estava passando fome no trabalho. E é uma meleca ver os outros comendo, e você ficar passando mal, tentando ser educada e não avançar no lanche alheio.
Já fui rica e já fui pobre, por circunstâncias alheias à minha vontade, e a fase ruim deixou marcas e ensinamentos.
Eu não fiquei pão-dura, penso que não, mas fiquei ansiosa com a falta: quando ameaça faltar comida, eu começo a comer de ansiedade. A fome (mesmo psicológica) é irracional. Depois daquela época, engordei uns 15 quilos, que estou me esforçando pra perder.
Tenho uma relação excelente e absolutamente equilibrada, tranquila mesmo, com o dinheiro.
ResponderExcluirPorém ... na ausência dele,
fico
totalmente
em
pânico.
Help me Lola!Bj da Fatima.
Gio, pirangueiro? Gosto de aprender essas palavras novas! Vc e o Cavaca (lá de Portugal) são meus principais fornecedores de vocábulos exóticos. Mas então, agora que vc tem filho pequeno, tem mesmo é que andar no fio da navalha.
ResponderExcluirMary, eu nunca quis ter muitas coisas. Coisas são só isso, coisas! Cansei de colecionar coisas. Hoje só compro alguma coisa se precisar muito dela.
Mi, tô me idenficando: ficar chateada se não guardar dinheiro num mês, ficar chateada se tiver que tirar dinheiro da poupança... É, sou eu! Somos duas economicamente responsáveis! Bom, acho que a gente sempre tem que separar um dinheirinho pra gastar com coisas que nos façam felizes. No seu caso, são coisas fru fru. No meu, acho que é comida mesmo!
ResponderExcluirÉ, Cavaca, somos condicionados a gastar. Desde pequenininhos já queremos tudo. E o pessoal se preocupa muito mais em ser consumidor que em ser cidadão. É o velho dilema: ter ou ser? E sim, tem o lado da superioridade, de se comparar com o vizinho... Tudo isso é calculado pela sociedade capitalista, e usado a seu favor. Eu tô fora! Gosto de viver frugalmente, com o básico. Nesse sentido, sei que a pressão em cima de vcs, homens, é muito grande. Se mulher tem que ser bonita, homem tem que ser o provedor. Coisas tão pré-históricas, essas.
Mario Sergio, como vc consegue ter se aposentado jovem se sempre gastou o que ganhou? Isso é um luxo! Eu tento guardar dinheiro pra que a gente não precise ter mais essa vida dura (cof cof) quando ficar velhinho... Tá, faz tempo que não dá pra gente reclamar de vida dura. Mas gostaria muito de algum dia não precisar fazer NADA. Adorei sua analogia com o cara caindo do prédio. Em que andar vc tá agora? Munheca de samambaia?! Considero um elogio. Eu gosto de samambaias. Isso é gíria mineira ou velhinha? O maridão insiste naquela do “escorpião no bolso”. Todo mundo fica olhando estranho pra ele quando diz isso, mas ele insiste... Sim, trouxemos a luneta! Após muita insistência MINHA, o maridão até a usou no dia da eclipse lunar, lembra? É isso: a gente tem uma luneta que ele não quer usar nunca, nem em dia de eclipse. Eu sabia que isso ia acontecer...
ResponderExcluirJu R, eu sou de gêmeos. Minha mãe é taurina mas não é nem um pouco avarenta. Pelo contrário, é esbanjadora. Já já falo onde nasci. Vivi no Rio seis anos, quando eu era criança. Nos anos 70. Eu adorava o Leblon!
Oi, Rê! Bom te ver por aqui de novo! Não entendi: vc não pode responder no seu blog porque ficam te vigiando, mas pode responder no blog dos outros? Sobre seu comentário, ah, desculpa, Rê, mas numa cena de sexo (mesmo sexo entre duas mulheres, que não me interessa muito), eu dificilmente vou prestar atenção num abajur! Isso é coisa de gay (homem)! Sorry, foi uma piadinha. Tá, pode ser coisa tb de mulher (hétero) que fica contando as rachaduras no teto durante o sexo. Bom, sobre o Indiana Jones, eu não sabia. Preciso ver essa cena de novo. Quando ocorre isso? Que bom que seu pai te ensinou essa lição de que não é preciso ganhar (e gastar) horrores pra ter uma boa vida. Pra mim, viver dentro dos nossos meios dá uma grande sensação de liberdade. Eu não fico dependendo de um salário astronômico pra acompanhar um alto padrão de consumo fútil. Ganho pouco, gasto pouco, e quero continuar assim até morrer. E tenho tudo que quero! Alemães brabos? Vc tem que ligar pra alemães brabos no trabalho? Abração, pra vc e pra Ju!
ResponderExcluirBárbara, ah, isso rende um post. Eu sempre tento calcular o custo-benefício. Na teoria, não me incomodo de pagar mais caro por algo que vai durar muito. Na prática é mais difícil, mas eu tento. Já o maridão é como vc. Compra camisetas por três reais, sabe? Elas rasgam rapidinho e ele continua usando-as.
Ale, é, a gente tb pesquisa muito antes de comprar. Nunca é por impulso. Primeiro a gente avalia quanto precisa do troço. Aí pesquisa preços. Aí pensa de novo se vale a pena. O maridão, então, é muito pior do que eu nisso. Inclusive, Mario Sergio, se vc estiver lendo este comentário, saiba que esse ritual de esperar MESES pra pagar 15 dólares por uma luneta é coisa do maridão, não minha. Ele faz isso com TUDO que compra. Meses e meses de tortura. Até que eu praticamente o forço a comprar o troço, porque minha vida vira um inferno. Sobre comida, Ale, eu gosto muito de comer, claro, mas sempre preferi comida simples. Não consigo me imaginar num restaurante francês. Prefiro mil vezes estar numa churrascaria rodízio. Ou comer um sanduíche de filé com queijo numa padaria. E com chocolate, NUNCA comi um chocolate caro que eu pensasse: Ah, esse sim vale a pena pagar 30 vezes mais que um chocolate Nestlé, Garoto, Lacta etc. Pra mim isso não existe. Mas sou viciada, chocólatra, e meu relacionamento com chocolate é/era (porque hoje em dia meu fígado não é muito tolerante com excessos) como o de um alcóolatra com o álcool. Sabe aquele cara que bebe álcool de limpeza? Essa sou eu com o chocolate!
ResponderExcluirPensar em aposentadoria sempre faz a gente entrar em pânico. O apê onde vcs moram não é seu?
Li, eu acho que tenho espírito de pobre mesmo. De rico é que não é. Eu tenho espírito de quem não quer muita coisa. Que bom que sua família conseguiu sair do vermelho. E que bom que vcs sabiam o que tava acontecendo. Os pais escondem muita coisa dos filhos, e acho isso péssimo. Ah, sobre entrar nas lojas, eu sou do tipo que entro só pra olhar... Gosto de olhar, não gosto de comprar.
Ai, Camomila, que barra, hein? Bom, isso que eu falei no comentário acima (sobre achar péssimo os pais esconderem a situação financeira dos filhos) não se aplica a crianças de 5 anos, lógico. Aí tem que esconder mesmo. Interessante isso que vc falou de ficar ansiosa com a falta. Acho que não tenho essa ansiedade, mas sempre me sinto melhor quando consigo estocar alguma coisa (sabonete e papel higiênico, por exemplo). Acho que gosto de calcular! De pensar: “Quanto tempo dura um rolo de papel higiênico de 60 metros aqui em casa?”. Boa sorte pra perder os quinze quilos, Camomila!
ResponderExcluirOi, Fátima querida! Vc é aquela que outro dia queria me dar dinheiro pra eu publicar um livro? Vc não parece ter qualquer problema com dinheiro, Fá! Bom, se na ausência de dinheiro vc entra em pânico, o segredo é não deixar faltar. Sempre dá pra guardar. Tô tentando convencer minha mãe até hoje que o importante não é o que a gente ganha, mas o que a gente gasta.
lola,
ResponderExcluircheguei aqui atraves da denise e estou a-do-ran-do. bjos
Eu já tive minha fase consumista, agora estou muito mais calma - a maternindade deu um segurada nisso. Fiquei desempregada durante TODA a gravidez e tive que aprender a controlar minhas parcas economias.
ResponderExcluirAdorei o 'economicamente responsável', maravilhoso!!!
Beijos e ótimo weekend
HAHAHAHAHAHAAHAHHAH
ResponderExcluirLola voce é ótima!
Voce não entendeu direito sobre o livro, então vou explicar:
a)Faríamos uma Coletânea na qual seriam autores voce (que é a bam bam bam do time), eu e mais uns 10
autores dentre os que opinam aqui e, que tem boas opiniões, acerca de tudo. Então cada um daria 200 pilas e poderíamos lançar algo tipo:"A turma da Lola" . Os temas seriam todos os possíveis.
Cada um enviava uns 5 textos e nós todos votaríamos nos 2 melhores de cada um. Então? Seria uma aventura
inesquecível deste seu blog.
Faríamos 500 exemplares e cada um venderia sua cota, a 10 pilas.
Sobraria um valor para fazer outra
edição com novos textos tipo:
"Lola e seus amigos do blog".
Hahahahahaha eu tenho idéias fantásticas uma pena que quase ninguem nota. Bom eu não tenho os duzentos pilas mas faria um empréstimo e logo eu teria o dobro,
com a venda dos livros...
P.S.: Ah e a festa de lançamento
seria numa pizzaria aí em Jvlle,
a priori.
poxa lola, vc não colocou it na lista de piores filmes? eu acho que nunca dei tanta risada num filme que era para ser de terror na vida. hsuiashuaishuaishashuai
ResponderExcluirmas talvez os outros sejam piores, eu só tive a felicidade de não assistí-los xD
"Mario Sergio, como vc consegue ter se aposentado jovem se sempre gastou o que ganhou? Isso é um luxo!"
ResponderExcluirObrigado pelo jovem (sniff), mas trabalhei desde os 15 anos "de carteira assinada". Enquanto meus amigos namoravam, jogavam futebol e se divertiam... eu ralava!. Hoje eles me chamam de vagabundo (a mando do FDP do FHC) e eu rio até as orelhas...
"Munheca de samambaia" é muito comum por aqui, mas tem outras expressões para designar quem tem "escorpião no bolso". Aliás, quer dizer, então, que o maridão é que é o "unha-de-fome"? e eu culpando você, vejam só!
Lola, passei uns dias sem entrar no blog e só hoje vi o post sobre os cadernos da lolinha prodígio! Adoro! E as fotos, que linda! Acho que você deve ser uma ótima amiga: bem-humorada, inteligente, "de esquerda", bem-resolvida.
ResponderExcluirAgora, sobre esse post e a relação com dinheiro eu sou bastante comedida também, em partes devido a uma terrível experiência do passado, quando meu pai tinha um comércio que dava muito dinheiro e vivíamos muito bem, com viagens à Disney, casa de praia, enfim, todos os luxos e, de repente, meu pai faliu e perdemos tudo. Lembro que o telefone foi cortado, às vezes a luz era cortada também e eu não tinha cinco reais pra sair de casa. Foi uma fase dura, e o resultado disso é que hoje sou uma pessoa que pensa muito antes de gastar, fiz concurso público (odeio correr riscos, como ter um negócio próprio) e só engravidei depois que tinha feito uma poupança pro meu filho. Tenho o privilégio de não me aposentar com salário mínimo, mas com meus rendimentos integrais, mas não me fio em governos, que toda hora inventam novas regras pra previdência e continuo poupando. Meus pais, infelizmente, não conseguiram se reerguer financeiramente e dependem de mim e da minha irmã. Eu escuto o tempo todo frases desse tipo "e se você morrer amanhã?", mas não ligo, pois se fosse viver como se não houvesse amanhã nem trabalhar eu iria, tampouco estudar, fazer mestrado e etc. As pessoas vivem a filosofia do cartão Visa: "porque a vida é agora" (geniais os publicitários não?), mas antes de comprar qualquer coisa eu me pergunto: "eu preciso disso?" e a grande maioria das vezes a resposta é não.
Todo mundo também diz que eu sou pão-dura,mas eu nem ligo,no final eu sempre tenho dinheiro.
ResponderExcluirEu só gasto no que eu realmente quero,pra que comprar uma calça de 200 reais e tem uma de 5o igualzinha?
Obs: o que aconteceu com as buscas do google? eram tão legais!
Oi, Jamine. Que maravilha! Fico muito feliz em saber que vc está gostando. Apareça sempre, viu? Bem-vinda!
ResponderExcluirChris, interessante isso que vc disse, da maternidade frear os impulsos consumistas. Mas a pessoa não passa a gastar muito mais com os filhos? Imagino que seja uma questão de prioridades. Se vc não tem mais tempo de ir ao cinema, não deve ter tempo de fazer um montão de coisas. E brincar com a filhinha deve ser muito mais barato (e infinitamente mais prazeroso) que a maioria dos filmes por aí... Abração!
Ah, tá, Fátima, não tinha entendido direito mesmo! Puxa, até que é uma idéia bem bacana. Com dois mil reais dá pra publicar 500 exemplares? Claro que eu não faria algo tão egocêntrico como “A Turma da Lola”. Mas uma coletânea até que seria interessante. Mas não sei, Fá, é como eu te disse por email: já publiquei meu livrinho (de poesias) quando tinha 19 anos. Meu ego pra isso já foi apalpado. Publicar por publicar, sei não... Seria diferente, lógico, se alguma editora tivesse interesse em mim...
ResponderExcluirNita, que eu saiba, IT foi feito pra TV. Por isso não o incluí na lista dos piores. Mas eu nem vi. É tão horrendo assim?
Mario Sergio, respondi o seu comentário num outro post (sobre... sobre... não sei, um mais recente. Vc vai encontrar).
Dulce, obrigada pelo carinho! Não sei se eu sou tão bem-resolvida assim. Bem-humorada e inteligente, acho que sou. De esquerda, definitivamente. Boa amiga, não sei.
ResponderExcluirBom, Dulce, o importante é que vc conseguiu aprender dessa péssima experiência dos seus pais e decidiu que não vai copiar os erros deles. Nisso somos muito parecidas! E eu também ajudo a minha mãe a se manter. Quando meu pai morreu, em 93, não tínhamos quase nada. O apê onde vivíamos em SP era alugado. Minha mãe, que nunca trabalhou, de repente não tinha onde morar e passou a receber um salário mínimo de pensão. Durante os primeiros dois ou três anos, o seguro de vida que meu pai deixou cobriam parte de suas despesas, e ela tinha uma bolsa de mestrado. Quando isso acabou, pronto! Não tinha como ela continuar vivendo em SP com um salário mínimo. Felizmente, eu sou muito precavida. Sabia que isso ia acontecer (era inevitável). Aproveitei que tinha uma quitinetezinha (que aqui chamam de “meia-água”) nos fundos do meu terreno, e a ampliei e reformei. Ficou uma beleza, um sobradinho muito charmoso. Convidei minha mãe pra morar nele. Ela está lá desde 99. Não é o melhor dos mundos, claro, mas é o possível. E se não fosse isso, ela realmente não teria onde morar. Faz 3 ou 4 anos, convenci meus irmãos a ajudá-la fincanceiramente. Todos os três lhe passamos um valor por mês, pra que ela possa viver com independência e dignidade. Nada disso teria sido possível se eu não tivesse poupado dinheiro enquanto vivia em SP e comprado minha casinha em Joinville. É realmente uma questão de prioridades. Mas também tem outra coisa: eu e o maridão não temos filhos. Ninguém vai nos sustentar. Então, precisamos pensar na nossa aposentadoria. Guardamos dinheiro pra isso. Não nos privamos de tanta coisa porque realmente não somos consumistas. Sim, claro, existe a chance que a gente morra antes da aposentadoria e não possa “usufruir” do dinheiro poupado. Mas acho que a chance da gente chegar à aposentadoria é maior. É besteira essa mentalidade de só pensar no agora. Dá pra viver bem o hoje se programando no amanhã.
E parabéns pela decisão de só engravidar após ter uma poupança pro seu filho. Seria ótimo se todos pensassem como vc.
Princesa, é assim que eu penso tb. Bom, no meu caso é pior: por que comprar uma calça de 50 reais se a de 25 é tão parecida? Hoje mesmo comprei duas calças de 25. Fazia, hmm, ANOS que eu não comprava calça. Espero que essas durem uns cinco anos.
ResponderExcluirAs buscas do Google? Pois é, elas caíram muito, sabe? Não sei o que aconteceu, mas tá vindo muito menos busca de leitor, e as que vem são repetitivas, coisas como “3A” (que eu nem sei o que é), e “Escreva Lola”. Eu tenho umas antigas armazenadas. Só tenho que pegá-las e comentá-las, mas deu um desânimo... Mas vou tentar voltar a elas, sim.
Olha, eu tenho uma colega que tinha pais completamente tortos no quesito dinheiro. Acho que a bicha traumatizou e é supercentrada. Não é o primeiro caso, conheço vários, vc pode ser um.
ResponderExcluirEu sofri de compulsão e me curei - gastava a rodo,em restaurante caro, hotel caro, vinho caro. Roupa nunca liguei, mas se entrasse no Lidador, fodeu.
Partilho da sua falta de simpatia com gente que torra tudo e fica ferrado depois. Mesmo quem é doente que se vire pra ficar bom, que foi o que eu fiz. Pra vc ver como as coisas são, tenho uma mãe de aluno particular que disse que não ia me pagar esse mês pq não tinha grana, mas pra TV de plasma e supervideogame tem, né?
Medo dessa gente.
bjs,
Malena
tá na hora de se planejar e botar pra deslanchar mais um livro seu, um livro deste blog aqui, LoLa. seus relatos pessoais, suas memórias estão me fazendo ter vontade de ler "Memórias de L.A." (não é Los Angeles; é LoLa Aronovich sim).
ResponderExcluirEhe óteeeemo. O próximo que me chamar de pão dura , vai receber um "pfvr, eu sou responsável economicamente" Até pus um link desse post lá no meu blog...é meio fundamental as pessoas lerem isso.
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