Nate deixou num dos posts do meu blog um comentário hilário, que eu excluí de lá para reproduzi-lo aqui:
To the people of Brazil. I speak to you from the land of sky blue waters that we call the United States. America has long had a fine relationship with Brazil going back to 1964 when we were one of the first countries to recognize the government of Janio Quadros. We respect Brazilian culture and as a country have chosen not to pursue soccer or what you call football because we dominate every sport we play and we know you take great pride in your team. Your country has a great friend in George W. Bush who is responsible for the resurgence in American pride you have seen over the last 8 years. I am sure that John McCain will continue to treat you as a cherished younger brother. I want to thank so many of you for visiting my blog. I believe it is a great way to learn about American politics.
Minha tradução seria: “Ao povo do Brasil. Falo a vocês da terra das águas azul-celeste que chamamos de Estados Unidos. A América tem tido um ótimo relacionamento com o Brasil, datando desde 1964, quando fomos um dos primeiros países a reconhecer o governo de Janio Quadros. [Nota: o Nate tá sendo engraçadinho por implicar a colaboração da CIA no nosso golpe de estado de 1964, que instalou uma ditadura militar, aquela que durou 21 lamentáveis anos. Ele erra quando cita o Janio Quadros, que foi eleito democraticamente em 1961, teve um ataque de megalomania e renunciou, e seu vice, Jango, assumiu. Muita gente achava o Jango esquerdista demais, e por isso houve o golpe militar, com o apoio do governo americano – que continua participando de todos os golpes militares na América latina (o último foi o frustrado golpe de 2002 contra o Chavéz)-, de boa parte da classe média brasileira, e da mídia – leia-se Folha e Estadão, entre outros - que hoje pousa de grande defensora da democracia e da liberdade]. Nós respeitamos a cultura brasileira, e como uma nação decidimos não jogar futebol porque dominamos todo esporte que jogamos e vocês têm grande orgulho do seu time. Seu país tem um grande amigo em George W. Bush, que é responsável pelo ressurgimento do patriotismo americano que vocês têm visto nos últimos oito anos. Tenho certeza que [o candidato republicano à presidência] John McCain continuará a tratar o seu país como um estimado irmão mais novo. Quero agradecer tantos de vocês por visitarem o meu blog. Acredito que é uma grande maneira de aprender sobre a política americana”.
A divertida tradução gerada pelo computador foi enviada pelo Nate, com algumas modificações, imagino, porque duvido que mesmo um analfabeto funcional como esse computador tradutor troque friend (amigo) por porquinho, ou pride (orgulho) por comédia.
Às pessoas de Brasil. Falo a você da terra de águas azul-celeste que nós chamamos os Estados Unidos. A América longo teve um relacionamento bom com Brasil voltando a 1964 quando tinham um ano dos primeiros países reconhecer o governo de Janio Quadros. Respeitamos cultura brasileira e como um país escolheu não perseguir futebol nem o que você chama futebol porque dominamos cada atletismo que nós jogamos e sabemos que você toma grande orgulho na sua equipe. Seu país tem um grande porquinho em George W. A mata que é responsável para o ressurgimento em comédia americana. Viu sobre os últimos 8 anos. Estou seguro esse John McCain continuará a tratar você como um irmão mais jovem nutrido. [As últimas duas frases estão mais ou menos certas].
O blog do Nate é uma ótima pedida pra quem gosta de ironia, e também pra quem fica na dúvida se algo é ou não irônico. Ironia depende diretamente do contexto, e se a gente não conhece o contexto, não tem como decidir. Mas o Nate enche seu blog de pistas, e depois de um texto sobre a “filha negra ilegítima de John McCain”, em que ele coloca uma foto de uma mulher loira e branca, bom, não dá mais pra duvidar. Nate é um dos meus.
Uma vez um gringo me perguntou (com a ajuda do babelfish):
ResponderExcluir"Você é ventilador de fórmula 1?"
"fan" é uma coisa e "fan" é outra, mas a gargalhada é muito melhor se o "fan" é traduzido para "Ventilador" do que pra "fã" :D
Lola, esse Nate realmente é um caso sério...
ResponderExcluirMas, a pergunta que não quer calar é: desde quando a América deixou de ser continente para se tornar um País? ;)
Beijos
Fiquei confusa. Desculpa minha "inginorância" mas eu ainda não saquei, o Nate ta curtindo com a cara de todo mundo defendendo os republicanos e na verdade ele é liberal ou não. O tico e teco do meu cérebro devem estar dormindo ainda pq eu fiquei confusa....
ResponderExcluirEu não sei inglês o suficiente pra entender a ironia dele, mas pelo que lí, ajudado por sua tradução, eu acho que ele é filho de chocadeira!
ResponderExcluirVocê pode até gostar dele, Lola, mas eu o acho um bundão!
Ah, eu gostei do estilo dele.
ResponderExcluirPolêmico... Eu gosto disso. ☺
Pernambuco, Babelfish?! Esse troço de tradutor do computador tem nome e eu não sabia? Ah, ventilador é ótimo! Vou falar pro Pedro, que há tempos se declara meu maior fã, e ultimamente vem se dizendo meu melhor fã. Ele será meu maior ventilador!
ResponderExcluirChris, isso é muito complexo, eu sei. Pessoalmente, não me importo que eles tenham tomado o continente. Porque eu não acredito nisso de "somos todos América". "Somos todas América Latina", tudo bem, pra nós, os ferrados (se bem que eu não sinto tanta proximidade com costa-riquenhos, mexicanos, nem cubanos). Mas a gente não consegue nem se unir como América do Sul! Fica com birrinhas estúpidas com o segundo maior país do continente... Eu não vejo que temos algo em comum com os americanos (estado-unidenses, ô nominho horrível!). Eu me considero latino-americana. E com orgulho, às vezes.
Ana, tudo bem, pelo que vi nos comentários no blog dele, quase ninguém saca qual é a dele. Pra mim, quanto mais eu leio, mais vejo que ele é um liberal tirando sarro dos republicanos fanáticos. Ele se faz de bobo, de ingênuo, de "right-wing nut", mas no fundo tá gozando disso tudo. Por exemplo, hoje li a resposta que ele deu a um comentário no blog dele. Alguém escreveu que, se o Al Gore tivesse sido eleito, os EUA estariam 100 vezes melhor. Ele respondeu: "Se Gore fosse presidente, estaríamos numa recessão violenta e com uma política externa desastrosa". Esses dois pontos são justamente o que tá acontecendo com o Bush. Claro que, pros que não acreditam que os EUA estejam em recessão ou que a política externa do Bush seja péssima, essas afirmações não são irônicas. Como já estou convencida que ele é irônico, acho que tudo que leio lá não deve ser levado a sério. Mas, pra quem ainda não se convenceu...
ResponderExcluirMario Sergio, filho de chocadeira é ótima! Tadinho, como será que ele vai traduzir isso? Eu, que falo português, mal sei o que isso significa. Se ele estivesse falando sério e acreditando realmente que o Bush é amigo do Brasil e que o McCain vai continuar nos tratando como um irmão mais novo, seria um bundão, sem dúvida. Um alienado. Mas, como ele tá brincando, ele fica engraçado!
ResponderExcluirOllie, eu gosto de um pouco de polêmica também, mas o que adoro mesmo é humor. E ironia, que nem sempre são a mesma coisa, mas são próximas. Alguém que me faz rir e ri das minhas piadas (precisa ter talento pra rir das minhas piadas!) sempre me conquista.
Eu acho que é ironia, tem coisas que ele escreve que não tem como levar a sério. O tópico em que ele fala deste blog e de nós "portugueses" é exemplo disso.
ResponderExcluirO problema é que a ironia não adianta muito se quase ninguém entende. Aí pode ter o efeito oposto...
Ah, Daniel, no caso do Nate nos confundir com portugueses, acho que não foi ironia não. Alguém que entra por acaso neste blog não tem como saber que ele é brasileiro. E se ele conhece mais portugueses que brasileiros, pode achar que um blog em português é português. É incrível, eu sei, mas tem áreas nos EUA que ainda não foram invadidas totalmente por brasileiros. Em alguns lugares tem mais português que brasileiro! (em Detroit tinha pouquíssimos de ambos. O pessoal até reclama que é raro encontrar um professor de português).
ResponderExcluirBom, é complicado o que vc diz, Daniel. Eu adoro ironia. Minha tese de mestrado foi sobre isso (ainda preciso escrever um post). É verdade que há muita gente que não entende ironia, mas não acho que um autor deve bani-la por causa disso. Vai ter gente que vai entender. E não dá pra gente controlar mesmo como o leitor/ouvinte vai interpretar o que queremos dizer. Acho que as pistas que o Nate deixa indicam que sua intenção é puramente irônica. Mas ele não pode se responsabilizar por quem vai entender o quê.
Ah, outra coisa, pra todos. Gosto do Nate e acho quase tudo que ele escreve é irônico e divertido. Mas isso não quer dizer que, por mais que ele seja liberal (que deve ser - só pode!), ele não tenha idéias mixurucas. Afinal, ele é americano. O que eu quero dizer é que os americanos, apesar de serem boa gente, tem umas idéias meio imperialistas de que merecem ser o centro do universo. Até muitos liberais pensam assim!
Quanto a confusão, tb não acho que foi proposital, estava apenas me referindo ao tópico. Aliás, parece que geografia fora dos EUA não é mesmo o forte dos americanos...
ResponderExcluirSobre a ironia, obviamente não sou contra, mas acho que se for sutil demais acaba não tendo efeito que a gente deseja.
E eu não achei que o Nate dê tantas pistas assim, mas tb meu inglês não é lá essas coisas, he, he.
Daniel, tem que insistir um pouco, mas ele dá muitas pistas, sim. Por exemplo, num post que vi ontem:
ResponderExcluir“Bush vai à China assistir as Olimpíadas. Ele seduz os chineses com uma piada: 'Como colocaram todos os cavalos na piscina para o jogo de pólo aquático?'. Eles riem, e com o timing perfeito de um Johnny Carson, Bush dispara: 'O que é tão engraçado?'”
Ou que o McCain pesquisou tudo que podia sobre o conflito na Georgia na Wikipedia e, por isso, fez um ótimo discurso. E que foi por causa desse discurso que Rússia e Georgia declararam o cessar-fogo. Ou que o McCain acertou dessa vez que o Putin é russo. Vamos admitir, gente, vc não tá elogiando o McCain (ou o Bush) ao dizer algo assim.
O Nate que abra o olho dele pra não tomar processos por injúria, tão na moda hoje em dia.
ResponderExcluirAgora, é verdade. Gente reacionária não é engraçada.
Beijos
kkkkk, essas eu não tinha visto.
ResponderExcluirMalena, isso de processo por injúria é o cúmulo! E a liberdade de expressão, fica onde? Mas acho que ironia e humor devem ser boas armas pra se fugir desses processos... Não é verdade? Em geral, o pessoal de direita não consegue ser engraçado. Nem tem senso de humor. É bem raro, pelo menos.
ResponderExcluirDaniel, não é ótima? Sabe, ontem o Nate me mandou um email, explicando um monte de coisa (na realidade, confirmando todas as minhas suspeitas). Ele disse que eu poderia reproduzi-lo no blog se quisesse, desde que fosse apenas em português. Vou fazer isso em breve, porque é bem interessante.
É,liberdade de expressão, pra quem quer arrumar dinheiro às custas dos outros, não existe.
ResponderExcluirVai por mim.
Beijos
Ho ho ho Nem vou falar do Nate porque uma pessoa que se força ser assim, não merece créditos heuaehuaehea, pelo menos pelo que eu li parece mais fingimento do que "ele" mesmo...
ResponderExcluirQuanto a liberdade de expressão, hahaha um aluno de uma faculdade daqui, se não me engano a FACET, foi processado por ter exposto sua opinião a respeito do trabalho de sua procuradora, e ao falar "PESSIMA", foi aberto um processo por injuria e agora ele teve que pagar 12 mil, não teve nem outra opção como serviço comunitario, foi ou paga ou cadeia, sem noção né ? Mas como dizem bunda de bebe e cabeça de juiz ninguem sabe oq vem por aí...
Se vc quiser tento escanear a materia para você Lolinha, esta no jornal d gremio da facul.
O “vai por mim” é porque vc já foi processada por calúnia, Malena? Deus me livre e guarde!
ResponderExcluirPedrinho, sério? Não dá pra acreditar. Se puder escanear a matéria, manda sim. Essas são duas leis que eu não entendo: calúnia e difamação, e desacato à autoridade. Parece coisa da ditadura pra mim. Até posso entender calúnia se alguém propositalmente inventa algo ofensivo a respeito de outra pessoa, mas só dar sua opinião e dizer que a pessoa é péssima or whatever, ou mesmo um termo muito genérico, como “ladrão”, não deveria ser passível de processo. É diferente se a pessoa inventa detalhes pra “provar” como o cara ofendido é ladrão.
Ah, o Nate é legal, Pedrinho, não fica com ciúmes não...