quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

TUDO QUE VOCÊ NÃO QUERIA SABER SOBRE “ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ” - PARTE I

Coloco aqui este post porque prometi, mas o pessoal do Brasil que esperava ansioso a estréia de “Onde os Fracos Não Têm Vez”, e ela ainda não chegou, tem toda minha solidariedade. Volte pra este texto depois da estréia, que ele estará aqui. Igualmente, se você não leu mas ainda quer ler o romance do Cormac McCarthy, por favor, mantenha distância deste post. Nem olhe por cima! Nada de bisbilhotar! Xô, fora, chispa! Aqui eu entrego toda a trama, do começo ao fim (se bem que este troço tá tão grande que vou dividi-lo em quatro partes, então talvez o fim não esteja tão próximo). Não diga que não avisei. Ok? Este texto tá repleto de spoilers, e não deve substituir o prazer de ver o filme e ler o livro. Lembre-se do que a curiosidade faz com os gatos (só que tem um antídoto pra esse provérbio: “curiosity killed the cat, but satisfaction brought it back”). Não, sério, cai fora!

- Até a página 60 do livro, tudo parece igualzinho ao filme. Só que tem passagens descritivas que ficam beeeem melhor na telona. A cena em que Llewelyn Moss (personagem interpretado pelo Josh Brolin) volta ao local do crime pra dar água pro mexicano e é visto e perseguido, que é tão pulsante no filme, no livro não tem muita graça. E o cachorro cruzando o rio, e o Chigurh (personagem do Javier Bardem) pedindo a lanterna emprestada e iluminando o rosto dos dois homens antes de matá-los, são acréscimos espetaculares dos irmãos Coen.

- Mais um toque eficiente dos Coen: o xerife (personagem do Tommy Lee Jones) e seu assistente vão à casa do Moss, e notam que alguém esteve lá antes deles. O xerife diz que talvez tenham perdido por pouco o encontro com essa pessoa, que eles sabem ser ruim. No filme, eles descobrem um copo “suado”, o que confirma que a pessoa, o Chigurh, realmente acabou de estar ali.

- No livro o que ocorre no primeiro hotel é muito menos emocionante. Chigurh ainda chega e mata três mexicanos num outro quarto (não fecha a cortina do chuveiro para matar o último, apenas se afasta para que o azulejo da parede do banheiro não bata nele quando se espatifar com um tiro). Mas isso não acontece na mesma hora em que Moss está no outro quarto, ouvindo tudo.

- Ainda sobre essa cena no filme, alguns analistas crêem que seja um erro dos irmãos Coen fazer o Chigurh fechar a cortina do chuveiro antes de atirar no mexicano, que implora “No me mate!”. O Chigurh evidentemente não tem piedade por ninguém, logo, por que evitaria encarar os olhos da vítima? Mas acho que ele fecha a cortina só pro sangue não espirrar nele. Qual a sua interpretação?

- Ahá! O clímax no filme não é o do livro. O confronto entre Moss e Chigurh no segundo hotel acontece de modo bem diferente no filme. E muito mais eficaz. Moss descobre o rastreador entre as notas, ouve um barulho, sai do quarto, olha pra baixo, volta pro quarto, ouve por baixo da porta, senta-se na cama com a arma apontada pra porta. Quando ele vê uma sombra do lado de fora, atira. No livro, ele descobre o rastreador, desce pra pedir pro recepcionista avisá-lo se alguém aparecer (por que não se livra do rastreador?), volta pro quarto, dorme, e acorda às 4 da manhã. Deixa o chuveiro aberto e se esconde embaixo da cama. Ouve o barulho de alguém abrindo a porta com uma chave. O homem entra e dirige-se ao banheiro. Moss fala pra ele não se virar ou atira (de baixo da cama? Não deve dar um bom ângulo). O tiroteio que se segue na rua, no livro, inclui outras pessoas, ligadas aos traficantes (esse é um erro do filme, eu acho, porque fica um pouco no ar quando os traficantes aparecem depois. Seria melhor se a gente soubesse que eles estão sempre atrás do Moss). No livro, o Chigurh não desce pra atirar no Moss na rua. Ele sobe no topo do hotel e atira de lá. E ainda mata uma velhinha de lambuja.

Semana que vem a saga continua...

4 comentários:

  1. Tá, né. Parei assim que o primeiro parágrafo terminou. Depois de ver o filme eu leio. Eheheh
    Bejosss!!!

    (gostei do "xô, chispa" ahahaha)

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  2. Tudo bem! Tudo bem!!! Com tanta insistência eu vou primeiro ver o filme (quem sabe um dia ele chega em santa catarina) pra depois ler o post. E concordo com a Mel, tb gostei do "Xô, chispa", uhauhauhuaha

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  3. Poxa, como que chama o livro desse filme pois não encontro por ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ

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