O canadense "Madame Tutli-Putli". Os olhos parecem reais! E são.
Pela primeira vez na vida, pude ver os indicados ao Oscar de curta-metragem (aqui dá pra ver alguns). É uma experiência única. O museu de arte pertinho de casa passou os cinco concorrentes a curta de animação e outros cinco a melhor curta (live action). Não sei nem se tenho um preferido. Todos são fascinantes.
Começou com o francês “Até os Pombos Vão para o Céu”, sobre um velhinho pão-duro que compra uma máquina pra garantir o paraíso. Um pouco clichê, mas engraçado. Veio o russo “Meu Amor” que, em matéria de trama, deve ser o mais fraco. Mas os desenhos são fantásticos! Parece arte expressionista em movimento, tudo feito com pintura em vidro. Depois passou o canadense “Madame Tutli-Putli”, outro estouro visual. Veja como os olhos no desenho parecem verdadeiros. Meu amigo Mucinho, cineasta e autor do ótimo curta "Sete Vidas", explicou que os olhos são reais, colocados através de montagem. Infelizmente, o final da história sobre uma mulher assustada num trem deixa a desejar. Em seguida veio o gracinha “I Met the Walrus”, outro canadense, este sobre um menino de 14 anos que entrevistou John Lennon. A animação é linda e inventiva – pena que acaba precocemente em cinco minutos. A última exibição antes do intervalo foi o inglês/polonês “Pedro e o Lobo”, que deve ser o favorito por ter levado mais de cinco anos pra ficar pronto, com uma equipe de mais de cem animadores. A tensão acerca do destino dos animais me deixou histérica. Graças aos céus, o tom é ecologista. Interessante que, de todos os curtas indicados nas duas categorias, nenhum é americano. E no meio dos curtas animados a Pixar ficou de fora, o que não costuma acontecer.
Depois do intervalo vieram os curtas de live action. O primeiro foi o simpático “Tango Argentino”, uma comédia belga falada em holandês sobre um colega de escritório ensinando outro a dançar tango. É de enternecer o coração. Aí passou um curta que pegou nosso coraçãozinho, cuspiu e pisou em cima. Foi o dinamarquês “À Noite”, sobre três jovens pacientes com câncer. Deu quinze minutos e não tinha mais olho seco no cinema lotado. Vinte minutos e os sniff sniffs da platéia tavam quase cobrindo o áudio. Foi um dilúvio coletivo que deixou o pessoal assoando o nariz por muito tempo. Não preciso nem dizer como ficou o meu rosto, preciso? Este dramalhão foi seguido por “O Substituto”, uma comédia italiana sobre o poder. O maridão não gostou, mas eu, que tenho bom gosto, sim. Mais adiante, veio o faroeste inglês “The Tonto Woman”, baseado num conto do Elmore Leonard. Muito bonito, e feminista. A noite fechou com “Le Mozart des Pickpockets”, sobre dois ladrões fracassados que adotam um menino talentoso pra bater carteiras.
Como nessa categoria há três comédias e dois dramas e os votantes da Academia são velhinhos sérios, imagino que só “The Tonto Woman” possa bater “À Noite”. Mas se a estátua for pro filme que mais causa comoção, ninguém ganha do dinarmarquês. Enfim, foi uma noite longa (quatro horas!), embora muito bem aproveitada. Gostaria que você tivesse visto também.
Começou com o francês “Até os Pombos Vão para o Céu”, sobre um velhinho pão-duro que compra uma máquina pra garantir o paraíso. Um pouco clichê, mas engraçado. Veio o russo “Meu Amor” que, em matéria de trama, deve ser o mais fraco. Mas os desenhos são fantásticos! Parece arte expressionista em movimento, tudo feito com pintura em vidro. Depois passou o canadense “Madame Tutli-Putli”, outro estouro visual. Veja como os olhos no desenho parecem verdadeiros. Meu amigo Mucinho, cineasta e autor do ótimo curta "Sete Vidas", explicou que os olhos são reais, colocados através de montagem. Infelizmente, o final da história sobre uma mulher assustada num trem deixa a desejar. Em seguida veio o gracinha “I Met the Walrus”, outro canadense, este sobre um menino de 14 anos que entrevistou John Lennon. A animação é linda e inventiva – pena que acaba precocemente em cinco minutos. A última exibição antes do intervalo foi o inglês/polonês “Pedro e o Lobo”, que deve ser o favorito por ter levado mais de cinco anos pra ficar pronto, com uma equipe de mais de cem animadores. A tensão acerca do destino dos animais me deixou histérica. Graças aos céus, o tom é ecologista. Interessante que, de todos os curtas indicados nas duas categorias, nenhum é americano. E no meio dos curtas animados a Pixar ficou de fora, o que não costuma acontecer.
Depois do intervalo vieram os curtas de live action. O primeiro foi o simpático “Tango Argentino”, uma comédia belga falada em holandês sobre um colega de escritório ensinando outro a dançar tango. É de enternecer o coração. Aí passou um curta que pegou nosso coraçãozinho, cuspiu e pisou em cima. Foi o dinamarquês “À Noite”, sobre três jovens pacientes com câncer. Deu quinze minutos e não tinha mais olho seco no cinema lotado. Vinte minutos e os sniff sniffs da platéia tavam quase cobrindo o áudio. Foi um dilúvio coletivo que deixou o pessoal assoando o nariz por muito tempo. Não preciso nem dizer como ficou o meu rosto, preciso? Este dramalhão foi seguido por “O Substituto”, uma comédia italiana sobre o poder. O maridão não gostou, mas eu, que tenho bom gosto, sim. Mais adiante, veio o faroeste inglês “The Tonto Woman”, baseado num conto do Elmore Leonard. Muito bonito, e feminista. A noite fechou com “Le Mozart des Pickpockets”, sobre dois ladrões fracassados que adotam um menino talentoso pra bater carteiras.
Como nessa categoria há três comédias e dois dramas e os votantes da Academia são velhinhos sérios, imagino que só “The Tonto Woman” possa bater “À Noite”. Mas se a estátua for pro filme que mais causa comoção, ninguém ganha do dinarmarquês. Enfim, foi uma noite longa (quatro horas!), embora muito bem aproveitada. Gostaria que você tivesse visto também.
Pena, só vi o Tango Argentino, o Mozart dos Batedores e o Madame Tutli, na ocasião do festival de curtas de São Paulo; todos ótimos (claro que o Sete Vidas fez falta entre os indicados... e não foi por falta de ótimas legendas em inglês...hehehe)
ResponderExcluirLolets: os olhos da animação canadense são "realmente reais": foram feitos a partir de uma montagem de bonecos com uma atriz mesmo.
veja o link:
http://www.youtube.com/watch?v=A4r5yEZh84g&feature=related
bjs
Mucinho
PS não, não vou brincar de bolão
Obrigada, Muça! Já corrigi. Pena que Sete Vidas não foi indicado! Ótimas legendas em inglês! Ha! Ainda bem que seu inglês não é uma Brastemp, pra vc poder continuar se iludindo... Ah, vem brincar de bolão, Mu!
ResponderExcluir"O maridão não gostou, mas eu, que tenho bom gosto, sim."
ResponderExcluirAi! :o)
Foi so uma provocazaozinha preguicosa e incosequente, Su!
ResponderExcluirPor acaso aí esses curtas são lançados em DVD depois do Oscar? Tenho muita vontade de vê-los.
ResponderExcluirA Europa lançou por aqui uma coletânea de curtas nacionais, muito bom.
Eu nao sei, Alex. Acho que nao. Pelo menos quase todos os jornalistas americanos consideram missao impossivel ver curtas. Eles nao passam no cinema e nao saem em video, uma tristeza. Talvez no Brasil seja diferente... Mucinho, vc sabe se esses curtas sao lancados em DVD no Brasil?
ResponderExcluirSensacional, curtas podem ser tão legais, os ultimos que assisti foram os do Paris, mas oscilava muito a qualidade... alguns otimos outros bizarros d+.
ResponderExcluirAh vi um da Pixar tbm de um kra que quase era abduzido hahaha mas por incompetencia do "E.T" nao é....
Eu adoraria que os cinemas brasileiros passassem curtas (nacionais e internacionais) antes da sessao... Eh uma droga que o publico tenha tao pouco acesso aos curtas em todos os lugares do mundo!
ResponderExcluirPoxa, fiquei com vontade de ver, será que vai passar aqui em Salvador?
ResponderExcluirSerá que tem no Youtube algum desses?